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03 julho 2012

A Tragédia da Depressão - Joanna de Ângelis


A TRAGÉDIA DA DEPRESSÃO

A cultura contemporânea, ante o utilitarismo de que se faz portadora, emissária do consumismo e da perda de identidade do ser humano, que a todos iguala em padrões de esdrúxulo comportamento, favorece a irrupção pandêmica da depressão, conforme vem assolando em toda parte.

Propondo o imediatismo como medida salvacionista do caos que se estabelece, em razão da ausência de objetivos relevantes para a existência, estimula a aquisição de recursos que somente proporcionam os meios para o prazer e o narcisismo, o desfrutar dos gozos exaustivos, levando ao estresse, por um lado, quando as dificuldades se apresentam, ou ao tédio, após fruídos continuamente.

Essa conduta é estimulante aos iniciantes nos jogos dos interesses materiais, sem a experiência, que é fruto dos labores vivenciados na conquista dos ideais mais significativos da sua existência.

Buscando as sensações fortes do dia a dia, não se preocupam com as emoções superiores da vida a serviço da iluminação pessoal, como conseqüência do conhecimento intelectual e do sentimento profundo do amor, em perfeita identificação de objetivos morais.

O ser humano encontra-se, quando nessa condição, soterrado sob a força dos desejos primários que o vêm conduzindo pelo amplo período da evolução.

Ademais dos fatores sociopsicológicos geradores da depressão, é possível acrescentar-se os que se derivam da perda de sentido existencial, da ausência de segurança nos padrões nobres das tradições de beleza e de objetivos dignificantes, da falta de convivência saudável com o próximo, em razão do medo de ser traído, abandonado, explorado ou simplesmente ignorado quando as suas necessidades se impuseram em relação à amizade e ao afeto.

Quando se cultivam sentimentos agradáveis, o sistema límbico no cérebro é acionado, produzindo bem-estar, mantendo a temperatura em harmonia, afetando desse modo todas as funções orgânicas e, naturalmente, as emocionais.

Por meio das neurocomunicações, a vida expressa-se no corpo de acordo com as paisagens ancestrais da hereditariedade, das enfermidades infectocontagiosas, dos traumas da infância, dos distúrbios orgânicos, assim como dos conflitos que atormentam o indivíduo, levando à saúde ou aos variados transtornos que lhe afetam a existência.

O desequilíbrio das funções tireoidianas, as mudanças orgânicas pela menopausa e pela andropausa, o câncer, o abuso do álcool, as doenças cardiovasculares, a idade avançada contribuem de maneira vigorosa para a presença da depressão, que tende a agravar-se conforme o tratamento ou não que se lhe ofereça.

Como decorrência, surgem os seus sintomas em forma de fadiga, estresse, problemas de alimentação, aumento ou perda de peso, mal-estar generalizado, dificuldade de sono contínuo com episódios de insônia, indigestão, palpitações, dores articulares, disfunção sexual, vertigens, sobretudo desinteresse pela vida.

A depressão é perversa, porque também se esconde sob máscaras sutis, infelicitando aqueles que lhe tombam nas armadilhas.

Merece, no entanto, ter-se em mente como preponderantes as heranças das reencarnações transatas que respondem pelos sintomas geradores do tormento depressivo.

Herdando as suas ações anteriores, positivas e negativas, quando há predominância das prejudiciais, o espírito renasce com as tendências funestas para a depressão, bem como para todos e quaisquer problemas na área da saúde, ou, quando são nobres, enriquecido de valores que o tornam saudável.

Eis porque se torna indispensável a vivência das atitudes espirituais elevadas, que estimulem pelo pensamento o cérebro à manutenção das monoaminas responsáveis pela harmonia e bem-estar emocional: a serotonina, a noradrenalina, a dopamina.

Mediante as terapias médicas especializadas, os pensamentos habituais de desprezo por si mesmo, pelo mundo e pelo porvir lentamente cederão lugar à esperança, com algumas alternativas perturbadoras, até se fixarem os ideais de renovação responsáveis pela conquista da saúde.

Nesse período de terapêutica medicamentosa, nunca esquecer que a interrupção por este ou aquele motivo irá produzir resultados danosos á recuperação, podendo levar o paciente a um estado de cronicidade do distúrbio depressivo.

Não poucas vezes, a melhora que o enfermo experimenta durante o tratamento proporciona-lhe a idéia falsa da cura, o que lhe faculta a atitude errônea de suspender os medicamentos, que se farão necessários no próximo episódio ou recidiva.

O contributo da psicoterapia defluente do esforço pessoal em favor da própria cura, das leituras edificantes e estimuladoras, dos objetivos enobrecedores da existência humana, o trabalho artístico em qualquer área, ensejando a instalação da beleza na névoa da depressão, a oração ungida de amor e de confiança em Deus, simultaneamente a recepção de passes e a absorção da água fluidificada são de alta magnitude, favorecendo a reconquista integral da saúde emocional.

Isso porque, invariavelmente, os transtornos de conduta como noutros, sempre existem interferências espirituais infelizes, produzidas por antigos desafetos que ficaram na memória do passado, mas que prosseguem vivos e atuantes, buscando vingar-se dos sofrimentos que lhes foram infligidos por aqueles que agora se lhes transformam em vítimas.

A obsessão campeia na área do comportamento com mais vigor do que se pode imaginar, sendo, não raro, a causa de maior número de problemas emocionais e psíquicos de que padece a sociedade.

Os fatores provindos do exterior e do interior, encarregados de os desencadear, encontram-se intimamente gravados nas causas reais desses acontecimentos perturbadores, que muitas vezes se fazem funestos.

Porque ninguém foge da própria consciência, mesmo quando não se encontra instalada a culpa dos males que foram praticados nas existências passadas, eles permanecem nos arquivos profundos do perispírito, responsável pelas fixações no inconsciente individual, facultando a sincronização com as mentes desencarnadas perversas, mediante o fenômeno da afinidade vibratória.

A existência humana sempre transcorre através de erros e acertos que oferecem o saldo correspondente à qualidade das ações praticadas.

Quando essas pertencem ao quadro do bem, elevam o ser, que se reencarna sem as feridas morais trazidas do ontem, portador de recursos saudáveis para o trânsito carnal. No entanto, quando há predominância dos débitos morais, o espírito, ao reencarnar-se, imprime nos tecidos sutis da organização cerebral o esquema de valores que lhe dizem respeito, programando a jornada física.

Tudo no universo obedece à ordem, ao equilíbrio, aos padrões divinos da justiça e da equanimidade.

Os infratores das leis sofrem, como é compreensível, o resultado do seu desrespeito a esses códigos inalteráveis.

Do livro: Entrega-te a Deus
Médium: Divaldo Pereira Franco
Espírito de Joanna de Ângelis

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