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30 junho 2015

Legítima Fraternidade - Amélia Rodrigues


LEGÍTIMA FRATERNIDADE


Aqueles eram dias diferentes de outros que aconteceram no passado.

A psicosfera reinante era semelhante a um campo de batalha transformado em jardim, no qual a primavera sorria flores nos terrenos antes áridos e espalhava perfume no ar.

Jesus estava com eles, mas eles ainda não O conheciam, não tinham sequer dimensão do significado, da oportunidade grandiosa que fruíam.

Eram homens simples, acostumados à labuta do mar e das demais profissões a que se aferravam.

As suas aspirações não diferiam das que pertenceram aos seus pais: quem era pescador, de pescador descendia e para o filho aspirava a mesma profissão, assim por diante...

De Betsaida – ou Casa da Pesca -, assim como de Cafarnaum, vieram alguns deles, cujo ofício era atirar as redes ao mar, e agora deveriam estirá-las no imenso oceano da humanidade, a fim de colherem mulheres e homens para o reino dos céus, que eles tampouco tinham ideia do que se tratava.

v É certo, isto, sem dúvida, que amavam aquele admirável Rabi que os convocara, sorrindo e cantando uma suave e doce melodia a que não se encontravam acostumados.

Nunca haviam escutado uma voz igual, nem experimentado uma convivência como aquela.

Alguns não se conheciam até o momento em que foram convocados, embora outros fossem amigos e companheiros de faina diária. No entanto, formavam um grupo gentil, afetuoso, com algumas dificuldades no relacionamento, como seria de se esperar.

Enquanto Ele falava e convivia ao lado deles, estranha paz e comovente bem-estar os vestia de alegria e a vida não os afligia.

Mas os seus horizontes de pensamento e de conduta eram semelhantes àqueles geográficos: o mar, as montanhas, do outro lado na Decápole, as praias, as pequenas contendas do comércio, as preocupações domésticas em torno do pão e do peixe de cada dia...

Repentinamente, tudo se modificou.

Ouvindo-O, passaram a anelar por amplidão, pelos complexos acontecimentos que iam além da sua região, pelos infelizes de que agora se davam conta. Sempre haviam existido, mas, acostumados à sua miséria, nunca os perceberam, entendendo a extensão do seu drama, das suas necessidades, e, acima de tudo, de que eram seus irmãos.

Alguns eram mais ou menos compadecidos e até ajudavam este ou aquele, porém, agora, em a nova ordem, passaram a ter importância, adquiriam significado, porque o seu Mestre os elegera, convivia com eles, dialogava, ensinava-os a viver, a erguer-se do estado abjeto com a simples mudança de pensamento, de como encarar a existência e de sobrepor-se ao desespero.

Sem dúvida, tratava-se de uma revolução diferente, especial, na qual a ralé adquiria cidadania, sem qualquer desprezo pelos opulentos e extravagantes que, uma ou outra vez, também dEle se acercavam, curiosos ou zombeteiros, interessados ou mesquinhos, mas tratados com gentileza.

A canção de amor e o seu Cantor passaram a ecoar pela região do mar, depois alcançou os montes, as outras tetrarquias e, de todo lugar possível, buscavam-nO para uma ou outra necessidade.

E Ele, cada vez fazia-se mais belo, mais sábio, mais misericordioso, mais difícil de ser entendido no que dizia.


* * *


Quase sempre, nos grupos sociais, os indivíduos fecham-se, parecendo temer a invasão de estranhos que lhes possam perturbar os hábitos e as ambições.

Aquele grupo que o Mestre conduzia não era diferente. Tratava-se de criaturas humanas com as suas grandezas, mas também com as suas limitações, para não dizer misérias morais... Eram homens simples, embora Espíritos preparados, momentaneamente envoltos na ignorância...

À medida que se faziam mais conhecidos, não podiam dominar os velhos hábitos das censuras, dos ressentimentos, das invejas, das pequenezes espirituais por onde haviam transitado.

Discutiam por coisas nenhumas, disputavam a ternura do amigo, sem saber como fazê-lo, censuravam-se reciprocamente e invejavam-se uns aos outros, cada qual acreditando-se merecedor de atenção, de cuidados, que eram dispensados a João, o jovem, filho do Trovão, e a Pedro, em cujo lar Ele se hospedava, quando se encontrava na região.

Sem que se apercebessem, dividiram-se emocionalmente, embora juntos.

Por que será que João parece o preferido? – Indagava Judas.

Que tem Pedro que nós outros não possuímos? – Perguntava Tomé na sua austeridade.

Não temos sido todos leais e atentos? – Inquiria Barnabé...

...E discutiam, apontando imperfeições nos outros...

A situação tornou-se mais difícil, quando uma antiga equivocada passou a comparecer nas inesquecíveis reuniões dos entardeceres de luz no lago, nas cercanias das cidades...

Não era ela uma mulher condenada? Como conviver com alguém que deveria, segundo a severa Lei, ser punida pelos hediondos comportamentos que se permitira?

Era tão atrevida – diziam a meia voz – que se encorajara a adentrar-se na casa de Simão e banhara os pés do Mestre com perfumes e lágrimas, enquanto os enxugava com, os próprios cabelos!

Por que o Mestre a aceitara entre eles e até lhe tolerava a presença em momentos em que somente eles, os homens, estavam reunidos?

A situação complicava-se à medida que o tempo transcorria na ampulheta dos momentos.

Aconteceu num dia em que vinham excitados pelo caminho ao encontro de Jesus.

Estavam algo exaltados, irritados, de mau humor.

O doce olhar do Amigo sereno desceu sobre eles com imensa ternura, desnudando-os, e sentiram-se constrangidos, enquanto, com a Sua terna voz, os interrogava:

Que vínheis discutindo pelo caminho?

Envergonharam-se das mesquinhezes e mais ainda quando Ele lhes disse:

...Quem desejar ser o maior, que se faça o servo do menor...

Estavam desmascarados. O Amigo conhecia-os sim, e, apesar disso, os amava.

Ele, então prosseguiu, explicando:

Não é difícil ser grande no Reino de meu Pai, bastando somente ser o maior servidor e o melhor amigo em Seu nome. Apagando-se no anonimato do Bem, adquire-se o requisito para ter o nome escrito no livro dos Céus.

Todo aquele que se exalta, já goza da vaidade e da ilusão, tornando-se humilhado depois, quando contemplar na glória aquele que foi desconsiderado.

Quem anela pelo planalto deve caminhar com segurança pela planície. A conquista da paz interior é realizada mediante a compreensão do próximo, das suas dificuldades e desvios... Ele não pede para ser julgado, censurado, mas suplica ocasão de ser esclarecido e amparado.

Todos aqueles que se encontram bem já ultrapassaram o vale do desconforto e da aflição, estando em condições de amparar quem ainda caminha na sombra da ignorância.

Na construção da verdadeira amizade é indispensável que se pense nos irmãos esquecidos na retaguarda, a fim de que a sementeira de bondade assinale os esforços de iluminação.

O próximo, portanto, começa entre aqueles que estão mais perto um do outro, a fim de ser encontrado à distância na estrada do abandono...

Eu vos convido para que aprendais a servir e nunca a fruir na Terra; a socorrer, ao invés dos procedimentos julgadores que apresentam as culpas alheias.

Quem vem a mim necessita de acesso à paz e eu sou a Porta das ovelhas.

Estai atentos, pois que são muitos aqueles que aspiram ternura com as mãos transformadas em cardos ferintes. Desse modo, se não fordes capazes de vos amardes uns aos outros num pequeno círculo de corações como podereis estender o primado da misericórdia por toda a Terra?

Fez-se um natural silêncio.

A sua cantilena de bondade apresentava notas de melancolia e de júbilo, de modo que não se sentissem repreendidos, mas orientados.

Adestrando-os na legítima fraternidade, Jesus os preparava para os testemunhos do porvir que não seriam evitados.


Amélia Rodrigues
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na residência de Epaminondas Correia e Silva, na manhã do dia 9 de agosto de 2013, em Paramirim, Bahia.

29 junho 2015

Estresse e Espiritualidade - Marlene R.S.Nobre



ESTRESSE E ESPIRITUALIDADE


Para o grande público, estresse é uma situação psicologicamente agressiva que repercute no corpo. Este, porém, é apenas um dos aspectos do estresse, a sua versão psicossomática, há outros, porém, a serem considerados. Na verdade, o ser humano vive em estado de estresse permanente, bombardeado por fatores estressantes diversos - físicos, psico-emocionais, e espirituais - que lhe exigem constante adaptação ao mundo que o cerca.

Os fatores estressantes emocionais tanto podem ser tristes, como a morte de um ente querido, o desemprego, quanto felizes, como o sucesso do atleta ou as alegrias do reencontro - todos desencadeiam, do mesmo modo, os mecanismos e as conseqüências do estresse. O mesmo acontece em relação aos abalos nervosos, como no estado de cólera, medo, etc., assim como frente aos fenômenos físicos nocivos -frio, calor, fadiga, agentes tóxicos ou infecciosos, jejum, exercícios físicos exagerados, etc.

Na verdade, o estresse é a resposta não específica que o corpo dá a toda demanda que lhe é feita. Ele corresponde à interação entre uma força e a resistência do organismo a esta força. É o complexo agressão-reação.

Se a agressão é ocasionada por uma grande diversidade de fatores, a reação comporta uma parte idêntica, comum a todos os indivíduos, e uma parte própria de cada um, denominada "coping" ou aspecto específico da reação não específica.

A medicina hoje considera a doença como sendo a resultante da agressão mais a reação não específica, mais reação específica. Isto pode ser resumido em estresse mais coping. Desse modo, considera-se a originalidade própria das reações específicas ao agente estressor, superpostas às reações não específicas do estresse, criando a diversidade dos aspectos clínicos.

Em 1936, Hans Selye, descobridor do estresse, publicou os seus primeiros trabalhos sobre o assunto. Em 1950, descreveu a Síndrome Geral de Adaptação - Reação de Alarme, estágio de Resistência e de Exaustão - com seus aspectos bioquímicos e endócrinos, mostrando qual a reação não específica do organismo às agressões do mundo exterior. Para ele, a intensidade da demanda, a duração e a repetição determinam a resposta. E condiciona o bom ou o mau estresse à eficiência ou não da fase de adaptação. Para Selye, todo indivíduo tem um capital de energia biológica diferente e pode consumir suas reservas conforme tenha maus estresses.

Na reação de alarme, a primeira resposta do organismo ao estresse, entra em ação o sistema hipotálamo-simpático-adrenérgico que prepara o organismo para a luta ou fuga. Entram em jogo a adrenalina e a noradrenalina, com isso, há muita produção de glicogênio, taquicardia, respiração acelerada, concentração do sangue nos vasos principais e nos músculos estriados, inibição dos sistemas digestivo, sexual e imunológico.

Depois disso, outro sistema vai entrar em jogo, o hipotálamo - hipófiso-suprarrenal com produção de ACTH e corticóides.

Esses sistemas entram em funcionamento na fase de reação e o organismo pode sofrer esgotamento ou entrar na fase de exaustão, tendo como resultado final doença e morte. São inúmeras as doenças de adaptação, entre elas, hipertensão, úlcera, hemorróidas, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, diabetes, enxaqueca, etc.

Hoje, como avanço dos estudos, considera-se o sistema limbo-hipotálamo-hipófiso-suprarrenaliano (LHHS). Através do hipotálamo na zona parvocelular mediana do núcleo paraventricular (NPV), são liberados o CRF, o Fator de liberação corticotrófico (Corticotrophin Releasing Factor) e a Argenina Vasopressina (AVP) - que determinam a liberação de ACTH pela hipófise e esta o cortisol pela suprarrenal.

Com vemos, o estresse está ligado ao centro das emoções no hipotálamo, assim é importante o estudo de fatores como o medo, a raiva, etc, nos seus mecanismos e reações. Assim, quando o indivíduo sente raiva, por exemplo, é como se ele estivesse diante de um predador, de um perigo iminente e isto desencadeia a reação.

Como vimos, cada indivíduo tem uma reação específica frente ao estresse. Ele coloca suas estratégias de ajuste cognitivas e comportamentais, o "coping", para fazer face aos agentes estressores.

As pesquisas têm demonstrado que doenças como depressão estão absolutamente ligadas ao estresse. Investigação ampla, realizada em 52 países, da qual participou o dr. Alvaro Avezum, do Brasil, acerca dos fatores de risco da doença cardíaca, demonstrou que os psico-sociais entram em mais de 30% dos casos.

O estresse é o campo da medicina que reunifica corpo e alma. O seu estudo está, portanto, intimamente ligado à espiritualidade.

Segundo as lições espirituais dadas em 1947, no livro No Mundo Maior, o nosso cérebro tem três áreas distintas: a inicial, onde habita o automatismo e que está no plano subconsciente, a do córtex motor que engloba as conquistas do hoje e está na área do consciente e a dos lobos frontais que representam o ideal e a meta superiores e estão vinculados ao superconsciente. Esta classificação encontra respaldo no livro de Paul Maclean, de 1968, The Triune Brain in Evolution, que nos fala acerca dessas três regiões, afirmando que vemos o mundo através de três cérebros distintos.

Aprendemos também com os Instrutores Espirituais que somos seres em evolução. Quanto mais perto nos encontramos da animalidade mais agimos com instintos e sensações. Com o passar do tempo, e a evolução espiritual conseqüente, passamos a ter sentimentos, sendo o amor, o mais sublimado deles.

Se estamos escravizados aos instintos, a maneira pela qual fazemos face aos fatores estressantes é muito primitiva e resulta quase sempre em um mau estresse.

Aprendemos também que é preciso humildade para vencer a animalidade inferior. Infelizmente, porém, em nossas relações em sociedade e no lar estamos muito longe desse sentimento sublime que está intimamente ligado ao amor.

Assim, a fé é importante porque abre as portas do coração para sentir e viver o amor divino em nossas vidas. Através da oração, da meditação, da compreensão do valor da dor, temos a possibilidade de conhecermo-nos a nós mesmos e a reagirmos de forma mais equilibrada às tensões da existência humana. Compreendemos, igualmente, que é preciso treino para o perdão e para eliminação da raiva, da inveja, da mágoa e de outros sentimentos negativos.

A nossa busca da paz para viver no lar, no ambiente de trabalho, dentro da sociedade tem de ser centralizada em Jesus, o Médico da Almas, que afirmou ter a paz verdadeira para nos oferecer. Chico Xavier disse com muita sabedoria: "A paz em nós não resulta de circunstâncias externas e sim da nossa tranqüilidade de consciência no dever cumprido." Para vencer positivamente o estresse é preciso guardar a paz, tê-la como patrimônio. E esta pacificação interior que é responsável pelo sucesso do "Coping", só será uma conquista definitiva quando houver harmonia entre os três cérebros. Para isso, no entanto, é imprescindível não esquecer que é preciso fé em Deus e obediência às Suas Leis.


Por Dra. Marlene Rossi Severino Nobre
* Dra. Marlene Nobre é presidente da Associação Médico Espírita do Brasil e Internacional

28 junho 2015

Cirurgia Espiritual - Cura Divina - Mirames

 

CIRURGIA ESPIRITUAL – CURA DIVINA

São várias a maneiras pelas quais se processa a cura dos enfermos. 

Nos casos dos operados por Jesus e os apóstolos, foram curas instantâneas, nas quais, como por encanto, as enfermidades desapareciam rapidamente. Para essa operação, é preciso grande saber espiritual, conhecer os fundamentos da vida do enfermo e, por vezes, modificar algo em sua mente, a fim de que ele mude o modo de pensar e de agir. A enfermidade é a fermentação de muitas existências vividas desregradamente: é a resposta, a conseqüência.

Por isso, a dor, em certas circunstâncias, é a própria cura. Os duros padecimentos são indícios de elevação de alma, porque ela já começou a pagar os débitos passados, pelas dores da enfermidade. 

O enfermo, ao ser curado, abre-se como uma flor ligada ao caule e os seus centros de força ativam toda a sua sensibilidade, de maneira a facilitar a absorção dos fluidos doados pelo operador. Em muitos casos, Jesus já dizia: “A tua fé curou!” 

Isso porque determinados enfermos fazem o trabalho quase por si próprios. Assim, a fé é de muita importância em toda a nossa vida. 

Quando não existe fé, na cura à distância, de cuja operação curativa o enfermo não participa, e que por vezes, ignora por se encontrar inconsciente, o operador se desdobra, de modo impressionante, em todas as direções do saber, para encontrar a equação desejada, ou seja, a cura. 

Examina, pela clarividência, o tipo de doença, suas causas e busca no grande manancial divino elementos para substituir os que já estão cansados e gastos. 

Observa e ativa os pontos energéticos do corpo e da alma, faz transfusão imediata de força vital, serena a mente adoentada e acomoda nos seus mais sensíveis departamentos, idéias favoráveis à cura. Pensamentos positivos, alegria de viver e uma grande paz caem na sua consciência profunda. 

Aí o doente favorece o trabalho, como se fosse submeter-se a uma operação e como se relaxasse na mesa de cirurgia, pelas bênçãos da anestesia completa. 

Mas, tudo isso ocorre em minutos, dependendo da elevação do Espírito encarregado da cura e, em muitos casos, do tipo de enfermo. 

A variação é infinita. Entra em ação a lei do carma. Há forças desconhecidas que se interpõem às curas imediatas. 

Não é muito repetir que o Evangelho não pode deixar de nos acompanhar em todo esse trabalho. Ele é a força de Deus que faz a cura se eternizar, pois traduz os princípios das leis.

Todos os desequilíbrios orgânicos e psíquicos são a não observância dos preceitos divinos. 

No entanto, ainda existem muitas coisas no campo da cura que os homens não estão preparados para conhecer. O tempo, na dinâmica do progresso, vai revelar essas coisas gradativamente, a todas as criaturas, na Terra e fora dela.

Existem muitos métodos de curar, desde a mastigação de ervas entre os índios, às mais sofisticadas invenções no reino de Hipócrates, desde os xaropes de longa vida na área iniciática, à medicina homeopática, nas concentradas gotas de energismo curativa, desde as benzeções dos camponeses com ramos específicos, à flora medicinal, desde as massagens dos antigos egípcios às famosas agulhas orientais, até os passes nos templos espíritas. Enfim, há um sem número de modalidade de cura, por todos os ângulos que podemos imaginar.

E hoje, há muitas pessoas se curando pela alimentação; no entanto, todas as curas mencionadas e as de que não precisamos falar, carecem da força do pensamento, cuja energia é transmutada naquilo que nos dispusermos a transformar, pela luz do coração. 

Pelo espírito Miramez
Fonte: Livro “Francisco de Assis”
Psicografia de  João Nunes Maia
 

27 junho 2015

Curas - Joanna de Ângelis


CURAS

À medida que se multiplicam os novos paradigmas a respeito do ser humano, como realidade espiritual que é, sustentados em fatos robustos, surgem valiosas terapias nas áreas alternativas, objetivando a libertação do sofrimento, da angústia, do medo, dos desequilíbrios de toda ordem.

Felizmente, todas elas têm por meta a conquista de um ser integral, que supere os limites e as constrições que remanescem do seu passado espiritual, aprofundando a sonda da investigação nas causas profundas, que lhe jazem no ser, viajor de inúmeras existências corporais, nas quais se comprometeu perante a própria e a Consciência Cósmica.

Enquanto não se identifique com o erro e dele se conscientize, assumindo o compromisso de regularização pelo amor, pelo bem, permanecerão os fatores de perturbação ou os degenerativos de difícil superação.

A cura real somente ocorrerá do interior para o exterior, do cerne para a sua forma transitória.

Nesse sentido, a cura tem início quando o paciente se ama e passa a amar o seu próximo.

O processo de recuperação tem o seu curso, quando esse indivíduo consciente se liberta das paixões primitivas, alçando a mente e o coração aos nobres anseios e lutas de auto-aprimoramento.

Mesmo na área das terapias acadêmicas tradicionais, a cura orgânica, psíquica ou emocional sempre se apresenta susceptível de recidiva, caso não haja uma profunda mudança de hábitos mentais e comportamentais da criatura, que permanecerá vulnerável, sem defesas imunológicas.

A psiconeuroimunologia demonstra que cada um é, na área da saúde, aquilo que pensa e quanto se faz a si mesmo.

Assim, a cura é um processo profundo de integração da pessoa nos programas superiores da Vida.

* * *

Toda cura procede de Deus. Como Deus é amor, eis que o amor é essencial no mecanismo da saúde.

O amor sempre está aberto à compaixão. Não se pode ser compadecido olvidando-se da solidariedade.

Desse modo, curar ou curar-se, é forma de contribuir para o bem-estar do próximo.

A solidariedade abarca todos os seres sencientes, inclusive a Natureza nas suas variadas manifestações. Nessa amplitude do sentimento surge a necessidade da integração de cada um no organismo geral, sem a perda da sua individualidade.

Curar é participar com elevado sentimento de compreensão das debilidades alheias.

Essa compreensão expressa-se como tolerância, que ajuda sem reprochar e sem revolver feridas.

Curar é tolerar tudo e todos, avançando no rumo da paz.

A paz resulta do equilíbrio entre a razão e o sentimento, o que se faz e como se faz, sempre edificando.

E para conseguí-lo, é indispensável orar.

Curar é, portanto, mergulhar no oceano da oração de onde procedem a inspiração e a coragem para prossegui-se no esforço de crescimento espiritual.

As curas verdadeiras resultam da decisão superior de encontrar-se e localizar-se cada qual no contexto do equilíbrio que vige no Universo.

Nem sempre será a cura a falta de doença ou a ausência do medo, porém, ela se caracterizará pela confiança e pela ação enobrecida, que superarão os obstáculos, liberando o ser do primarismo que nele se demora, expresso nas mazelas que conduz das reencarnações infelizes.

Curar é liberar-se do ego inferior e alar-se ao eu profundo, espiritual, sua realidade legítima.

* * *

Sempre que Jesus curava, envolvia o paciente em sucessivas ondas de amor, e por sabê-lo eterno, necessitado de novas e contínuas viagens carnais iluminativas, recomendava, conciso: “Não tornes a pecar, para que não te aconteça nada pior.”


Joanna de Ângelis
Pagina psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 17 Mai 95, no C. E. Caminho da Redenção, em Salvador-BA.

26 junho 2015

O Mal e a Mente - Ricardo Orestes Forni

 

O MAL E A MENTE

Não somos na intimidade o que somos em público. • Ricardo Orestes Forni “A mente, exteriorizando os níveis psicológicos, é responsável pelas atitudes, por expressar a realidade espiritual de cada um.” – Joanna de Ângelis.

Coincidindo parcialmente, é claro, com a colocação de Joanna, encontramos na revista VEJA em sua edição de número 2335, de 21 de agosto de 2013, a opinião de um psicólogo americano que afirma que o mal está em todos nós, mais precisamente, segundo Freud, na própria natureza da mente humana. Philip Zimbardo pesquisou na Universidade Stanford, nos anos 70, quais ambientes e situações estimulam de forma decisiva a expressão do lado ruim de cada um. “Freud dizia que a tendência a destruir e a praticar o mal tem suas raízes na própria natureza humana e que todos nós, sem exceção, carregamos um componente que incita a maldade. Os pensadores que vieram depois reforçaram essas descobertas, ao concluir que o mal está no caráter, na personalidade. Ou seja, ele repousa dentro das pessoas – e pode vir à tona ou não”, coloca o psicólogo.

O mal está dentro do corpo ou fora dele? A mente é um produto do cérebro como a bile o é do fígado e a urina dos rins? Sendo a mente oriunda no Espírito ela é tetradimensional e não poderia estar contida num espaço tridimensional – o cérebro. Já, ao contrário, a bile cabe no fígado e a urina nos rins. A mente sendo produto da personalidade, segundo diversos pesquisadores, é uma elaboração que não está contida na matéria, mas transcende a ela. E se o mal nasce nela, o mal é extracerebral. A personalidade é a faceta visível de um Espírito naquela reencarnação, sendo produto da individualidade imortal que é esse mesmo Espírito. Personalidade (alma) é a roupagem da atual existência da individualidade (Espírito). Segundo nos ensina Hermínio C. de Miranda em seu livro Alquímía da Mente, a individualidade (Espírito) mergulha parcialmente na matéria se apresentando nela através dessa personalidade. Mantém, entretanto, uma outra parte conectada com a realidade cósmica que muitos denominam de inconsciente coletivo e que é um inconsciente mais lúcido do que pode supor a nossa vã filosofia, o nosso orgulho e vaidade alimentados pelo nosso microscópico saber.

Em um outro trecho da mesma reportagem o psicólogo afirma que os estudos demonstram que não mais do que 10% das pessoas conseguem permanecer imunes a situações que as compelem a agir de forma má. Se considerarmos que a população espiritual vinculada a um planeta de provas e expiações como o nosso é de Espíritos de pouca evolução moral, esse dado estatístico também não causa surpresa a nenhum espírita. Quantos Chicos, Divaldos, Madres Teresa de Calcutá, Mahatma Ghandi, Albert Schweitezer podem existir entre os bilhões de Espíritos encarnados e desencarnados que estudam no educandário da Terra? Os dez por cento do estudo citado pelo psicólogo são até demais.

Em um novo questionamento o psicólogo afirma que mesmo aqueles indivíduos que todos consideram boas pessoas estão sujeitos a se converter ao mal dependendo das condições que encontram pela vida. E essa afirmativa também é endossada pelo fato de que a personalidade de uma existência pode apresentar um verniz que mascara a individualidade que é o Espírito. Dependendo das agressões que receba, pode reagir de forma diferente. Não somos na intimidade o que somos em público. Pode ser até que assim o desejássemos. Mas, enquanto a personalidade (alma) não traduzir plenamente a individualidade (Espírito), assim continuará acontecendo.

O mal, segundo Joanna de Ângelis, é remanescente dos instintos agressivos, predomina enquanto a razão deles não se liberta, sob a dominação arbitrária do ego, que elabora interesses hedonistas, pessoais, impondo-se em detrimento de todas as demais pessoas e circunstâncias.

Se tudo ficou muito confuso nesse artigo até aqui, relembremos dois ensinamentos de O Livro dos Espíritos fáceis de serem compreendidos. O bem é tudo aquilo que está conforme a lei de Deus, e o mal tudo aquilo que dela se afasta. Se a dúvida persistir, analisemos se o que estamos fazendo gostaríamos de receber para a nossa própria pessoa. O outro ensinamento é o de que o homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços, por fracos esforços. Não são fáceis de serem compreendidos? Disse que são fáceis de serem compreendidos, mas quanto a sua aplicação em nossas vidas!...

A última pergunta de O Livro dos Espíritos ensina que o bem reinará sobre a Terra quando os bons vencerem sobre os maus. O que, na minha desvalida opinião, ocorrerá quando vencermos a nós mesmos.

Ricardo Orestes Forni
Fonte- Revista Internacional do Espiritismo de março de 2014

25 junho 2015

Aparência da Alma - Momento Espírita


APARÊNCIA DA ALMA

Há um antigo conto popular japonês que narra a história de uma moça tiranizada pela sogra.

Tudo era motivo para ela brigar e xingar. A jovem sofria calada, sem responder.

Certo dia, um monge andarilho bateu à porta da casa e a nora lhe deu um bolinho de arroz.

Quando soube, a velha senhora ficou furiosa e a mandou buscar o alimento de volta.

Muito constrangida, ela obedeceu. Procurou o homem e explicou que teria de levar o bolinho.

O monge sorriu e devolveu. Também deu a ela uma toalha que deveria ser usada para enxugar o rosto e amenizar o peso da convivência com a mãe do marido.

A partir desse dia, a irritadiça mulher começou a notar que sua nora ficava cada vez mais linda. Isso alimentou sua raiva e inveja.

Numa manhã, viu-a enxugar o rosto com a toalha e observou que ela ficava mais bela e radiante.

Acreditou tratar-se de um objeto mágico e planejou pegá-lo para si.

No dia seguinte, enquanto a jovem foi ao mercado, ela roubou o presente.

Lavou o rosto e o enxugou uma vez. Nada aconteceu. Esfregou o rosto com mais força. Sua aparência começou a se alterar. Entretanto, em vez de rejuvenescer, como esperava, assumiu a aparência de um monstro.

Horrorizada, deu um grito e desmaiou.

Quando a nora chegou em casa e viu o que parecia ser uma criatura monstruosa, tentou fugir. A mulher, chorando, implorou por socorro.

Reconhecendo a voz da sogra, ela se comoveu.

Saiu pelo vilarejo em busca do monge. Ele saberia, com certeza, como reverter aqueles efeitos da toalha.

Quando, finalmente, o encontrou e contou o sucedido, o andarilho sorriu e disse:

Quando uma pessoa usa a toalha, revela a aparência de sua alma. Para que ela volte a ser como antes, basta enxugar o rosto com o outro lado do tecido.

Assim foi feito e a velha senhora recuperou a forma anterior.

O mais interessante é que algo se modificou nela, depois do ocorrido. Parou de ofender a nora, alterando a maneira de tratamento para com ela.

Compreendeu que o aspecto monstruoso, provocado pela toalha mostrava, em verdade, a pequenez de sua alma. Envergonhou-se da maneira cruel com que tratava a esposa do filho e se esforçou para mudar.

Envelheceu feliz, abandonando a raiva, a inveja e a maldade.

* * *

Quando cultivamos o orgulho, o egoísmo, a raiva, a inveja, a maledicência, moldamos nossa alma com uma aparência feia, monstruosa.

Se aplicamos o amor, a caridade, a amizade, a solidariedade, a bondade, assumimos formas luminosas de inigualável beleza. É possível modificar a alma por meio da autotransformação, da mudança de padrão vibratório.

Isso requer coragem: olhar-se, ver-se por dentro e assumir o que precisa ser mudado.

Depois, é preciso fortalecer os bons sentimentos, que trazemos no íntimo, alguns mais desenvolvidos, outros menos.

Assim, não importa a idade e a aparência física que tenhamos, nossa alma assumirá o aspecto inconfundível das pessoas de consciência leve.


Redação do Momento Espírita, com base no conto A toalha mágica, do livro ...E foram felizes para sempre – contos de fadas para adultos, de Allan B. Chinen, ed. Cultrix.

24 junho 2015

Consequências - André Luiz


CONSEQUÊNCIAS


A Lei de Causa e Efeito nos impele a pensar no regime de responsabilidade em que a vida nos preserva o livre-arbítrio da ação com as reações de compulsória... Vejamos, de roldão, alguns exemplos de atitudes humanas no quadro das conseqüências:

Aborto provocado numa vida, em muitos casos, suscita mãe sem filhos na existência próxima.

Esposa ou esposo que abandona o lar, não raro paga tributo de viuvez na romagem seguinte.

Bailarinos transviados freqüentemente renascem na condição de epilépticos.

Timoeiros da opinião que abusam do povo, reaparecem no mundo com a mente retardada.

Delinquentes que empregam fogo na consumação do crime, habitualmente reencarnam predispostos a dermatose de trato difícil.

Suicidas ressurgem quase sempre nas crianças menos felizes que a morte aparentemente prematura arranca do berço.

Isso, quanto a erro deliberado. Mas todo propósito certo alcança resultados sublimatórios:

Serenidade nos achaques da velhice avançada constrói a base da maturidade mental precoce no renascimento que se lhe segue.

Moléstia tolerada resignadamente dá motivo à formação de corpo harmonioso e robusto na volta da alma à esfera física.

Diligência no estudo quando a experiência terrestre já se mostra em declínio favorece a cultura mais cedo na vida porvindoura.

Abnegação em calvários domésticos granjeia afetos mais respeitáveis e mais puros na estância futura.

Devotamento ao próximo, mesmo na fase terminal de longa marcha humana, traz o prêmio da simpatia e de vantagens inúmeras na reencarnação que se lhe sucede.

Suporta com paciência as provas do caminho. Casa em reforma segura precisa agüentar ordens de arquitetos, martelos de pedreiros, alicates de eletricistas, vassouras de garis.

Não admitas que já passou o tempo de melhorar. Cada hora é bendita ocasião de empreender a recuperação de nós mesmos engrandecendo o porvir.

Espírito de André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier

23 junho 2015

Verdades - Maisa Baria



VERDADES

Somos o resultado das nossas experiências somadas aos valores que nos foram passados desde a infância, multiplicado pelas nossas próprias buscas por respostas, dividido pela influência de cada pessoa com a qual convivemos e do mundo a nossa volta, o balanço final dessa equação será exatamente aquilo que somos, potencializado com a essência do nosso ser.

Parece complexo e talvez não faça o menor sentido nada disso, mas a verdade é que tudo isso só é uma tentativa lúdica de explicar que somos diferentes uns dos outros. As inúmeras variáveis possíveis para essa equação resultam em uma probabilidade infinita de resultados, o que torna impossível dois seres iguais. Portanto, dentro de cada um de nós existe uma verdade, uma concepção do que é certo ou errado, e nem sempre (ou quase nunca) essas verdades coincidem.

Existem pessoas que acreditam que a sua verdade é incontestável, considerando errado qualquer outro pensamento ou comportamento que não se enquadre dentro do seu padrão de certo e errado, esquecendo-se de que o outro talvez tenha uma concepção de vida totalmente diferente da sua, o que não o torna errado, apenas diferente.

É preciso perceber que o outro, assim como nós, tem direito a expressar-se da maneira que acredita ser mais adequada, não precisamos concordar um com o outro, mas devemos nos respeitar afim de que juntos possamos aprender e somar. Há sempre algo a ser aprendido com aquele que pensa diferente de nós. Se nos dermos a chance de ouvir, de escutar, sem preconceito, sem receios, apenas de alma aberta ouvir o que ele tem a dizer, vamos descobrir que assim como nós, dentro de suas próprias verdades, o outro também tem seu valor.

Acredito então que exista a minha verdade, a verdade do outro e a verdade da vida, é que é justamente nessa troca de experiências e aprendizado que adquirimos mais ensinamentos, nos capacitando diante da vida de forma a nos aproximarmos cada vez mais daquilo que é real.

Acreditar que somos detentores de uma verdade absoluta é uma ilusão, acreditar que a vida acontece de fora para dentro, onde nos colocamos como o centro de tudo, é egocêntrico e irreal. A vida acontece todos os dias ao nosso redor independente de nossa vontade, e somos chamados a refletir a todo instante. A grande sabedoria está em perceber que a vida acontece de dentro para fora, exteriorizamos ao mundo aquilo que somos e recebemos do mundo, através da bondade da vida, aquilo que nos falta.

Se você não pode entender a verdade que se passa dentro do outro, não tem problema, apenas compreenda e aceite que ele também tem seus motivos e suas razões. E, quando possível, permita-se ouvir o que ele tem a dizer, você vai se surpreender ao perceber que talvez, vocês sejam mais parecidos do que imaginava.

Essa é a minha verdade


Maisa Baria

22 junho 2015

Defuntos que não se decompôem, Mumificações e Embalsamentos - Jorge Hessen


DEFUNTOS QUE NÃO SE DECOMPÕEM, MUMIFICAÇÕES E EMBALSAMENTOS


Quando o corpo físico morre, decompõe-se mormente em face da humidade, da temperatura e a presença de microrganismos. O processo costuma ser sempre o mesmo: primeiro, ocorre a autólise, quando as células param de se oxigenar e o sangue é invadido por dióxido de carbono. O pH diminui e dejetos acumulados envenenam e destroem as células. Depois, enzimas “quebram” essas células, provocando a necrose fazendo o corpo “apodrecer” de dentro para fora.

Esse é o curso natural para a maioria dos corpos físicos, no entanto há muitas exceções, pois existem cadáveres que não se decompõem totalmente. E quando ocorre tal fenômeno os cadáveres são absurdamente santificados e/ou reverenciados. Há relatos de corpos que não “apodreceram” e são encontrados intactos durante as exumações (após os períodos naturais de sepultamento) e tais relatos  são frequentes o suficiente para não poderem ser classificados como casos atípicos.

Não obstante, os princípios que governam o “apodrecimento” dos corpos serem complexos e não compreendidos em seu conjunto, seguramente no futuro a ciência esclarecerá os enigmas da corrupção e incorrupção [1]. Para certas crenças a incorruptibilidade é um “milagre” não resultante de embalsamento, nem mumificação. Superstições à parte, em verdade os corpos embalsamados e mumificados apresentam características facilmente reconhecíveis pela ciência. Quanto aos cadáveres incorruptos urge desvendarmos as mais profundas funções do magnetismo, e especialmente abarcarmos as performances do fluido vital nas estruturas orgânicas.

As mumificações ou preservações de corpos também ocorrem por processos naturais não apenas com humanos mas também com as mais variadas formas de vida – de microrganismos ou plantas unicelulares até mamutes ou mesmo árvores inteiras – como demonstram a miríade de fósseis de tecidos moles já encontrados e catalogados.

Cerca de 500 anos atrás, uma mocinha inca de 15 anos de idade foi levada até as íngremes montanhas argentinas e assassinada num sacrifício religioso com forte golpe na cabeça, sendo deixada sentada com suas roupas e objetos cerimoniais. As baixas temperaturas e o ar quase rarefeito dos Andes preservaram o estado do seu corpo durante séculos, até sua descoberta em 1999. Eis aí um caso natural de preservação do corpo.

Por outro lado, há casos não menos curiosos como o de Rosália Lombardo, uma menina italiana que morreu 87 anos atrás, com apenas 2 anos de idade. O seu corpo permanece intacto com o rosto delicado dentro de um caixão coberto com um suporte de mármore nas “Catacumbas dos Capuchinhos de Palermo”. [2] Porém, Rosália foi embalsamada pelo Dr. Alfredo Solafia, que usou um processo secreto nunca divulgado antes de sua morte.

Sabemos que a mumificação de cadáveres não é uma novidade, até porque os antigos egípcios empregaram técnicas (ainda desconhecidas) para preservação de defuntos. Descreve o Espírito Emmanuel que os antigos papiros nos discorrem sobre as avançadas ciências “ocultas” nesse sentido e, através dessas fontes, podem os egiptólogos modernos reconhecer que os iniciados [egípcios] sabiam da existência do corpo espiritual preexistente [períspirito], que organiza o mundo das coisas e das formas. “Seus conhecimentos a respeito das energias solares com relação ao magnetismo humano eram muito superiores aos da atualidade. Desses conhecimentos nasceram os processos de mumificação dos corpos, cujas fórmulas se perderam na indiferença e na inquietação dos outros povos. [3]

Para o mentor de Chico Xavier os faraós eram iniciados e detinham muitos poderes “espirituais” e muitas informações ocultas das ciência secretas. “É por isso que a sua desencarnação provocava a concentração mágica de todas as vontades, no sentido de cercar-lhes o túmulo de veneração e de supremo respeito. Esse amor não se traduzia apenas nos atos solenes da mumificação – também o ambiente dos túmulos era saturado por um estranho magnetismo [4] e nessas saturações magnéticas, que ainda aí estão a desafiar milênios, residem as razões da tragédia amarga de Lord Carnarvon, o patrocinador das escavações que descobriram a tumba secreta do faraó Tutankhamon e um dos homens que lá entraram. Sua morte, ocasionada por uma infecção após ser picado por um inseto foi atribuída à maldição contra os que incomodam “o sono de um faraó”, a exemplo de outras tragédias ocorridas com os que participaram daquela excursão. 


Jorge Hessen 


Referências bibliográficas:


[1] Incorruptibilidade é a crença de que a intervenção sobrenatural (de Deus) permite que alguns corpos humanos não passem pelo processo normal de decomposição após a morte. No Catolicismo Romano, se um corpo permanece incorrupto após a morte, isso significa, geralmente, que a pessoa é um ‘santo’ ou uma ‘santa’, embora não se espere que todos os santos e santas tenham o corpo incorrupto.
[2] Uma espécie de museu de múmias [3 Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, O Egito, ditado pelo espírito Emmanuel , RJ: Ed. FEB 1999


21 junho 2015

Transformando teu Mundo - Irmão da Paz


TRANSFORMANDO TEU MUNDO


Mas é assim mesmo, que todos caminham, lentamente passo a passo, não se desviando no atalho.

O atalho aparece, justamente para tentá-los, e os desavisados o tomam e nele se perdem.

A pressa nunca foi uma virtude, a não ser em casos especiais onde ela é necessária, e aí está a virtude, saber reconhecer a hora de ter pressa e o momento certo de diminuir o passo.

< br> Viva em sua vida, cada momento de uma vez, nem que este momento dure apenas um minuto, mas neste minuto viva-o intensamente e sabiamente.

Aprenda que em seu caminho tudo o que lhe parece fácil demais ou frondoso demais pode ser uma cilada da vida, não esqueça que os verdadeiros tesouros não estão na aparência exterior do ser, mas sim em seu interior.

Por fim, saia para a vida apenas protegido com a sua fé e armado com o seu amor, não importa quem é quem, importa sim que você sorria igualmente a todos, estenda as suas mãos para todos e lembre-se que às vezes aqueles que pensamos que tudo têm, são exatamente os mais necessitados da caridade do amor. São os que mantêm em suas almas a aridez do orgulho, do egoísmo e da ganância, são os que estão com seus valores errados. Por isto são os que mais fazem as pessoas sofrerem e mais sofrimentos acumulam para si.

São pequenas condutas de vida que mudam muito o mundo ao seu redor, cada um atraí para si a energia que emana, as sementes que semeia.

Ver o seu mundo com outros olhos é um começo daquele mundo melhor que tantos pregam.

Fiquem em Paz

Ditado pelo Irmão da Paz (Espírito)
Psicografado por Luconi

20 junho 2015

Mensagens psicografadas de entes queridos - Victor Rabelo


 MENSAGENS PSICOGRAFADAS DE ENTES QUERIDOS

Solidão. Dor. Um terrível sentimento de perda. Depressão. Falta de ânimo para continuar a viver. Esses são apenas alguns dos sintomas que se apresentam naqueles que “perderam” uma pessoa muito querida. Amor ou apego doentio? Quem de nós poderá julgar com clareza os dramas e conflitos da alma humana?
 
Para quem está passando pelo doloroso momento do luto, a doutrina espírita oferece um verdadeiro manancial de luz. 

Apresenta explicações lógicas e fundamentadas em fatos verificáveis sobre a vida após a morte e a reencarnação; acompanha as exortações evangélicas quando nos recomenda amarmos a humanidade inteira como nossa família e ainda nos abre a possibilidade real de recebermos alguma mensagem do Além, através das chamadas comunicações mediúnicas, como a psicografia e a psicofonia.
O centro espírita deve oferecer este tipo de atendimento?
Para mim, este tipo de trabalho é muito positivo, mas também pode se tornar negativo. Analisemos ambos os lados.

O aspecto positivo é que, além de oferecer consolo, as famosas mensagens psicografadas têm o poder de despertar a atenção de muitas pessoas, que passam, em um segundo momento, a se interessarem pela doutrina espírita.

As mensagens de consolo podem trazer alívio não apenas para os encarnados que estão sofrendo pela morte de um ente querido, mas também para o próprio espírito desencarnado, pois muitas vezes ele também sente muita necessidade de se comunicar com seus afetos que ficaram aqui na Terra.

Além disso, aquele que está sofrendo demais pela perda da pessoa amada pode atrapalhar, de forma não-intencional, na recuperação do espírito no plano espiritual. Isso ocorre porque quando focamos nosso pensamento em um ente querido que desencarnou, potencializando esta ideia fixa com nosso sofrimento, emitimos nossas energias desequilibradas diretamente a ele, ao mesmo tempo que o chamamos, mentalmente, sem cessar. Este é um dos motivos pelos quais muitos espíritos ficam dormindo durante dias, em algum hospital extrafísico (do plano espiritual). É para evitar que eles recebam a carga psicoemocional e energética dos que estão encarnados. Claro que nenhum pai, mãe, etc. faz isso conscientemente...

Portanto, este tipo de comunicação mediúnica obtida em alguns centros espíritas pode minimizar o sofrimento de ambos os lados e ajudar os encarnados a superarem o luto. 

Mas isso nem sempre ocorre. Muitas pessoas ficam “correndo de centro em centro”, atrás de mais notícias que nunca as satisfazem. Esquecem-se de que o sentimento é o meio mais elevado e direto para entrarmos em contato com os espíritos. Não sabem que podem se encontrar com seus entes queridos desencarnados por meio das experiências fora do corpo (emancipação da alma), que ocorrem durante o sono.

Se o centro espírita não possui estrutura espiritual e um corpo mediúnico realmente preparado para essa tarefa, vemos o desabrochar da vaidade, de melindres, da ganância, competição, etc., da parte dos médiuns.

Além disso, hoje em dia, os centros fazem uma ficha com tantas informações sobre o espírito desencarnado e “psicografam” mensagens tão genéricas e impessoais, que acabam trazendo mais descrença do que fé naqueles que buscam as mensagens mediúnicas.

Por isso, cada diretoria de centro espírita deve refletir muito se deve desenvolver este tipo de atendimento em sua casa, se tem estrutura moral e mediúnica suficientes.

Por Victor Rabelo
 

19 junho 2015

Ponte de Luz - Joanna de Ângelis

 
PONTE DE LUZ


Aquinhoado pela faculdade mediúnica, rejubila-te e aplica-a a serviço da finalidade a que se destina.

Rogaste a Deus a oportunidade de reabilitar-te de incontáveis desaires que te permitiste em jornadas pretéritas ao lado de crimes, alguns hediondos.

Por considerares a gravidade do comportamento, percebeste que a recuperação moral poderia dar-se pela colheita de sofrimentos defluentes dos gravames cometidos, como normalmente acontece.

Podias, no entanto, eleger os fenômenos tormentosos das enfermidades dilaceradoras, dos padecimentos morais que produzem consumpção interna, dos delicados mecanismos da solidão e das perseguições implacáveis das tuas vítimas, em rudes obsessões, afastando-te da trilha do equilíbrio e dos deveres a que te vinculas.

Também descobriste que o amor anula o ódio, a multidão de pecados, e as bênçãos da caridade diluem as construções do mal, pelo proporcionar da paz onde quer que se apresente.

Sob a inspiração do teu anjo tutelar, elegeste a mediunidade, a fim de manteres intercâmbio seguro com a Esfera imortal, de modo que não olvidasses a tua procedência. Concomitantemente, compreendeste que poderias reparar o mal através do bem, recuperando-te dos graves deslizes.

Antes do renascimento, passaste pelas regiões de sombra e de dor, onde foste resgatado e conduzido para educandários de regeneração, a fim de treinares bondade e reorganizares as paisagens mentais e morais.

Conquistaste, desse modo, a misericórdia da faculdade mediúnica, a princípio atormentada pelos conflitos que te ressumavam, como é natural, de modo a trabalharem os valores éticos que te facultassem a sintonia com a Erraticidade superior, de onde procedem as inspiração e a diretriz do trabalho.

Naturalmente, como efeito dos danos que a ti próprio causaste, foste programado com alguns problemas que te demonstrariam a própria fragilidade, a expressar-se em dores de vário porte.

Mediante a conjuntura aflitiva, sentiste necessidade de buscar a harmonia, e a mediunidade distendeu-te os valiosos recursos para a ação do inefável bem.

No universo nada permanece fora das leis de equilíbrio, especialmente os acontecimentos morais que são de primacial importância no desenvolvimento do ser espiritual.

Esforça-te por aprimorar a aptidão orgânica ao teu alcance, por intermédio da tua automoralização, a fim de te equipares com os valiosos recursos do amor, para a enfermagem da iluminação dos Espíritos infelizes. Não somente daqueles aos quais prejudicaste, mas também aos outros irmãos desafortunados, que pululam em volta da Terra.

Cada contribuição iluminativa que lhes ofertes, acenderá uma estrela na noite imemorial do teu processo evolutivo.

Desse modo, serve sem enfado, alegre e jovial, pela honra da autoedificação.


* * *


Os sofrimentos que te excruciam, lapidam as imperfeições espirituais que carregas nos refolhos do ser.

Não reclames. Eles são necessários para a tua quitação de débitos perante as leis cósmicas.

Evita pensar que jamais se acabarão.

Contempla o algoz deste momento, quando defrontado por ele em atitude que te dilacera a alma, irradiando a compaixão em seu favor.

Aprende, ante a sua indignação, a paciência e a misericórdia.

Esses impulsos agressivos são a catarse de dramas íntimos que ele não sabe identificar e os expele como lava de vulcão que explode para renovar a paisagem.

Tu sabes que ele é vítima das circunstâncias que o aturdem com os seus conflitos camuflados e de alta gravidade.

Usa, nesses momentos, a mediunidade, olha o agressor e, compadecido, envolve-o em preces.

Não discutas, porque ele se encontra fora de si, sem raciocínio lúcido nem discernimento, não raro sob ação de perversos adversários que lhe conspiram contra a harmonia e a felicidade.

Trata-se de alguém perdido no matagal e que necessita gritar por socorro sem sequer saber como fazê-lo.

A mediunidade de que é portador diminui a carga dos agressores, porque ao se utilizarem das tuas energias, diminuem o impacto da alucinação.

Continua na tua condição de ponte de luz.

No diário, já elegeste recuperar vidas, e esse fenômeno de amor é também mediúnico, porque as tuas forças são utilizadas pelos benfeitores espirituais, a fim de auxiliarem essas aves implumes que agasalhas no ninho do coração.

Todo fenômeno mediúnico é de natureza específica na área das afinidades. Portanto, de acordo com a sintonia com Jesus, tornas-te cireneu, auxiliando os irmãos do Calvário a conduzir a sua cruz libertadora.

Mergulha, pois, nas Fontes inexauríveis do amor de Deus em teu mundo íntimo, dulcifica-te, ajuda e frui a felicidade da reabilitação.

Prossegue sem desânimo, nem qualquer tipo de temor.

A mediunidade é concessão divina destinada a propiciar o crescimento do Espírito, para que este exerça a beneficência, autoiluminando-se.

Ao conduzi-la com harmonia íntima, estarás sempre médium e não apenas o serás nos momentos especiais dedicados ao seu exercício.

Derruba quaisquer impedimentos ambientais, físicos, emocionais e psíquicos, e prossegue como ponte de luz a serviço do Amor.


* * *


A sociedade, que tantas glórias alcançou na área da Ciência e da Tecnologia ao conquistar o amor, prepara-se para ampliar os recursos das faculdades mediúnicas, a fim de que as cortinas densas, que se interpõem entre as esferas, física e espiritual, sejam diluídas, permitindo o trânsito com ampla facilidade para ambas.

Não fujas às lutas redentoras, porque elas sempre estarão à tua frente à espera de atendimento.

Toma como modelo Jesus, o Médium de Deus, e deixa que transitem pela tua ponte os filhos da agonia sob a proteção dos excelsos guias da humanidade.


Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 18 de março de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.