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31 julho 2015

Suicídio Inconsciente - Richard simonetti

 

SUICÍDIO INCONSCIENTE


A cortina fúnebre, à porta, anuncia o velório. Sobre a mesa, em sala de regulares proporções, está a urna funerária em que um homem dorme seu último sono. Não terá mais de 45 anos… Ao lado, a viúva, inconsolável, recebe condolências. Muitos repetem, à guisa de conforto, as clássicas palavras: “Chegou sua hora... Deus o levou!...” Piedosa mentira! Aquele homem foi um suicida! Aniquilou-se, lentamente, fazendo uso desse terrível corrosivo que se chama irritação. Incapaz de sofrer impulsos violentos, eterno repetente nos exames de compreensão, favoreceu a evolução de distúrbios circulatórios, culminando com a trombose coronária fulminante que lhe abreviou os dias!

A máquina física possuía vitalidade para mais vinte anos, no mínimo. Duas décadas perdidas na Escola da Reencarnação! Regressa ao plano espiritual enquadrado no suicídio inconsciente, que lhe imporá longo período de perturbação e sofrimento nas regiões umbralinas. Raros, segundo André Luiz, os que atingem a condição de completistas, isto é, que aproveitam, integralmente, experiências humanas, estagiando na carne pelo tempo que lhes fora concedido. E há muitas maneiras de auto aniquilar-se em prestações.

A atualidade terrestre é de pleno domínio das sensações, em que a criatura humana pretende, com a satisfação dos sentidos, compensar suas frustrações ou libertar-se da tensão, males próprios de uma sociedade que atinge culminâncias no campo material, mas permanece subdesenvolvida moralmente. Sob a orientação da propaganda mercenária, multidões buscam a maneira mais agradável de minar as defesas orgânicas com álcool, cigarro, excessos à mesa. Muitos resvalam para as drogas, ante as perspectivas da tranquilidade artificial ou da euforia ilusória, sempre seguidos pelo inferno da dependência e comprometedores desajustes físicos.

E há os vícios mentais: hipocondríacos, que tanto imaginam enfermidades que acabam vitimados por elas; melancólicos, que recusam às células físicas o indispensável suprimento de energias psíquicas; maledicentes, que se envenenam com o mal que julgam identificar nos outros; rebeldes que rompem as próprias entranhas com os ácidos da inconformação e do pessimismo; apegados aos bens terrenos, que sobrecarregam o veículo carnal com preocupações injustificáveis...

Para que o Espírito reencarnado transite em segurança na Terra, movimentam-se, no plano espiritual, familiares, amigos, instrutores, médicos e enfermeiros que o amparam e protegem, orientam e socorrem em todas as circunstâncias. No entanto, apesar de tantos cuidados, seus pupilos, com raras exceções, são expulsos do vaso físico, depois de o haverem destruído de fora para dentro, com a intemperança, e de dentro para fora, com a má direção que imprimem à vida mental. Haverá sempre quem proclame que semelhantes observações estão impregnadas do ranço de puritanismo retrógrado, sem considerar que são inevitáveis conclusões a que não se pode furtar quem estima a lógica.

Se a roupagem carnal é concessão divina que nos permite abençoado aprendizado nas asperezas do mundo, por que não preservá-la, observando disciplinas que a própria Medicina demonstra serem indispensáveis à estabilidade orgânica? Cercado por dezenas de visitantes, após a reunião mediúnica, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, dizia Chico Xavier: – Meus irmãos, quando eu psicografava o livro Nosso Lar, tive, muitas vezes, a visão de milhares de Espíritos que aguardavam, há longo tempo, a oportunidade de reencarnar, ansiosos pelo reajuste.

Respeitemos o corpo que o Senhor nos concedeu, porque não será fácil uma nova oportunidade. Tenhamos cuidado com os enganos do mundo e, sobretudo, estimemos a serenidade. Se alguém nos der uma alfinetada, digamos: Obrigado por me espetar com um alfinete novo! Eu merecia um enferrujado!

A visão do querido médium é um convite a sérias reflexões, e a singela alegoria do alfinete consagra a Humildade. O homem verdadeiramente humilde, que conhece suas fragilidades e reconhece a grandeza de Deus, faz-se, espontaneamente, servo da compreensão e da tolerância, da simplicidade e da fraternidade, sobrepondo-se aos lamentáveis desvios que conduzem multidões desvairadas aos precipícios do suicídio inconsciente.

Richard Simonetti

30 julho 2015

Envelhecer é a poesia de viver - Jorge Hessen



ENVELHECER É A POESIA DE VIVER

Conforme envelhecemos, o cérebro se reorganiza e passa a agir e pensar de maneira diferente. Essa reestruturação nos torna mais inteligentes, calmos e felizes. “Para o ignorante, a velhice é o inverno; para o sábio, é a estação de colheita”, diz o Talmude.

Tornar-se velho é processo natural que pode ser atraente ou desfavorável. Sentimos constrangimento ao perceber a capacidade física diminuindo, no entanto a capacidade intelectual pode aumentar, assim como a experiência de vida.

Na velhice pode ocorrer relativa perda de memória, mas o aprendizado e raciocínio social melhoram, ou seja, na velhice há mais capacidade de navegar através das complexidades da vida na sociedade. Quando a libido, por exemplo, vai se esvanecendo o encanto de viver vai se alargando, não obstante a saúde física possa gerar queixas naqueles que não souberam ou não se prepararam para envelhecer.

Especialistas estão percebendo que a atitude mental tem um papel importante na decrepitude. Por isso, há pessoas que dizem se sentirem mais jovens do que realmente são. A perspectiva juvenil as torna mais ativas e mais longevas. Entretanto, por que existem pessoas desanimadas aos vinte anos, quando outros se sentem ativos aos oitenta? Em que tempo se deve colocar o limite entre a mocidade e a velhice? Feliz do velho que viveu a vida bem vivida e vive agora o esplendor da velhice com o espírito jovem, cheio de vida.

Se vivemos na disciplina do trabalho, com a ginástica na academia do pensamento digno, manteremos sempre saudáveis os músculos da juventude espiritual, a que se constrói, por fonte de inexaurível renovação, aperfeiçoando o presente e edificando o amanhã.

Não podemos execrar a velhice, quando vemos que o tempo nos traz a riqueza da experiência. Não há limite preciso entre juventude e velhice, quando conseguimos dominar o corpo físico e conservá-lo viril através dos anos. Assim sendo, não envelhecemos. Pelo contrário, o tempo o aprimora e aguça, dando-nos a juventude que se repete, cada vez mais bela e segura, em cada nova encarnação.

É completamente incoerente considerar a velhice como algo horrível, mortificante, degradante. Ora, por que avaliamos o transcurso do tempo declínio e não mudança? Lembremos que Jesus só se entregou à sua missão na idade madura, e Kardec só iniciou a codificação do espiritismo aos cinquenta anos de idade. Chico Xavier não se entregou a decrepitude e mesmo quando transportado nos ombros amigos serviu a todos os necessitados que por ele buscaram consolo até o final de seus dias aqui na Terra.

Jorge Hessen
 

29 julho 2015

Deus e reencarnações iniciais - Ricardo Di Bernardi



DEUS E AS ENCARNAÇÕES INICIAIS


Quando temas relevantes do ponto de vista filosófico são abordados, é comum ouvirmos dizer que assuntos de fé e lógica não se misturam.

Outras vezes, ainda, surgem insinuações de que a religião ou a crença em Deus caracterizam pobreza intelectual , e que só o pensamento científico tem validade na época atual.

Há um abismo que atualmente está separando a ciência da religião. Abismo construído nos séculos anteriores , quando o domínio das civilizações se fez pelo poder temporal aliado à religião institucionalizada.
Já em meados do século , o sábio francês Hipolyte Léon Denizard Rivail enfatizava que a fé verdadeira só é aquela capaz de conviver com a razão e a inteligência em qualquer época da humanidade. Assertiva com a qual concordamos plenamente.

Aspectos da cultura contemporânea apontam para a possibilidade de encararmos fé e razão como atributos compatíveis entre si. Vejamos o seguinte raciocínio: os conhecimentos atuais em astronomia parecem reforçar a tese do astrônomo J.H. Lambert, que já em 1761 aceitava a idéia de uma ordem cósmica no universo

Segundo a física, entropia seria o estado de desordem ou desorganização de um sistema. Assim, a entropia crescente levaria a desorganização crescente. Conforme nos diz o Segundo Princípio da Termodinâmica, em Física, a entropia do universo tende a crescer. Em termos práticos, tudo que se constrói tende a se destruir, a se desfazer. Apesar de ser uma lei física, pesquisas recentes no campo da Biologia apontam no sentido de uma ordem ORGANIZADORA DA VIDA, de uma força maior e desconhecida pela ciência. Contrariando a tendência natural da entropia, que seria a da desordem ou desorganização natural e crescente dos sistemas, teríamos de considerar a força organizadora da ordem cósmica, como determinante na origem da vida.

O surgimento da vida organizada no universo representou uma corrente oposta à entropia natural dos Sistemas. Se o universo tendeu a uma desorganização progressiva ou entropia crescente, o aparecimento da vida foi um processo oposto a entropia, criando a ordem. Foi um processo neguentrópico (que nega a entropia). Inferimos daí que uma lei maior atuou no processo. Uma Lei Central ou um princípio único.

Reforçando a tese de uma interferência neguentrópica, citaríamos o Professor Ilya Prigogine, que considera duvidosa a compatibilidade da Biologia com os princípios da Termodinâmica. Outro especialista, o professor Ludwig Von Bertalauthy, nào admite o surgimento da vida por uma evolução espontânea da natureza, ao considerar os conceitos da entropia. Diz: "A produção de condições locais só é fisicamente possível ao se entrarem em cena forças organizadoras de alguma espécie."

Em artigo publicado pelo Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis, o engenheiro Corinto Castanho, abordando a questão neguentrópica da origem da vida, fez analogia da impossibilidade de diversos materiais de construção misturarem-se ao acaso, resultando na construção de um prédio acabado e estético, sem a menor participação de engenheiros, mestre de obras e operários.Lembra o articulista que um ser vivo forma um sistema organizacional mais complexo que qualquer prédio, para o bom senso não admitir a administração do acaso ao invés de uma força ou lei maior atuante.

Se a fé cega não é mais deste século, o cientificismo dogmático também não o será no próximo século. Religiões que preconizam a fé cega, automaticamente se confessam impotentes para demonstrar que estão com a razão. Movimentos científicos que não admitem examinar determinadas possibilidades, por puro preconceito, também cristalizam e se comportam como religiosos radicais. 

Numa primeira instância, todos os fenômenos da natureza podem ser explicados pelas leis naturais. 

As leis físicas, químicas e biológicas nos dão o mecanismo da vida, nos respondem sobre minúcias do microcosmo celular ou sobre a magnitude do macrocosmo.

No entanto, estas mesmas leis , que são automáticas, deverão ser regidas por uma lei universal coordenadora e onipresente no macro e no microcosmo. Esta Lei onipresente, nós a chamamos de Deus. 

Sendo perfeita, há de ser imutável, pois só o imperfeito sofre mudanças visando o aprimoramento progressivo. Considerando a imutabilidade da Lei Universal, concebemos sua ação constante e uniforme. Inexistindo momentos diversos de outros como um gráfico irregular a assinalar uma emocionalidade antropomórfica.

Pela regularidade e constância da Lei Universal , concluímos que não houve um momento da criação. Trata-se de um processo eterno.Deus irradia constantemente e projetam-se de sua essência perfeita, centelhas divinas ou princípios espirituais, que provindo de um ser perfeito só poderão ter um destino : a evolução infinita rumo a perfeição. "Nenhuma das ovelhas se perderá, disse Jesus."

Ainda dentro dos textos bíblicos encontramos a frase: "Deus fez o mundo em sete dias". Sabemos que a riqueza da simbologia na Bíblia é de uma profundidade admirável e que necessita ser explorada cada vez mais sem preconceitos. O termo "dia" tem um significado e período, época e em certas circunstâncias significa ano.

Com relação ao número "sete " o mesmo está vinculado ao sentido de "todo, sempre, completo, perfeito, ou eterno ". "Perdoar setenta vezes sete " , traduz a mensagem do perdão pleno para sempre. "Só o cordeiro que tem sete olhos... " poderá ser entendido como só Jesus que tem a "eterna ou perfeita " visão da vida...

Voltando ao nosso raciocínio inicial, quando se lê", "Deus fez o mundo em sete dias " devemos extrair o espírito da letra para compreendermos a essência da mensagem, que nos transmite a idéia dos SETE DIAS como a eternidade na criação. Entendemos, portanto, que Deus cria sempre, não existindo momentos de inatividade.

Realmente, um ser perfeito, onipresente e imutável, lei universal onisciente não tem um gráfico de criação ou um momento, mas uma ação criativa constante e eterna no universo.

A encarnação primeira, portanto, foi para nós, hoje seres humanos, há incontáveis milhões de anos, quando as centelhas divinas mergulharam na dimensão física unindo-se às expressões mais simples da organização material.

O espírito "dormiu " nos átomos e passou o grande sono pelo reino mineral, sonhou nas organizações vegetais , agitou-se pelas espécies animais para despertar na espécie humana, rumo à consciência superior em seres futuros.

Em "O Livro dos Espíritos ", Allan kardec, eminente pedagogo francês inquire os espíritos na questão 540. a entidade espiritual, respondendo sobre a ação dos espíritos desencarnados nos fenômenos da natureza, coloca a seguinte assertiva: "É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que começou por ser átomo ".

Não existem portanto seres privilegiados, ou criados pela lei universal já superiores a outros. A distância entre minerais, vegetais e animais é simplesmente conseqüência do maior ou menor caminho percorrido na estrada evolutiva do ser.

Dr.  Ricardo Di Bernardi

28 julho 2015

Filho Especial - Momento Espírita



FILHO ESPECIAL

Durante o namoro eles faziam planos.

Queriam filhos, que seriam recebidos com amor e carinho.

Um ano após o casamento, chegou a filha. Linda, de olhos amendoados e bela cabeleira negra.

Com o tempo, Rosana percebeu que algo não estava bem. O desenvolvimento da criança não estava normal. Sempre muito quieta, não era atraída pelos objetos coloridos...

A pediatra sugeriu consulta com o oftalmologista, que constatou que o nervo ótico estava totalmente lesionado.

Exames neurológicos concluíram o diagnóstico: a menina era portadora de toxoplasmose. Jamais enxergaria, não falaria e nem se locomoveria normalmente...

Lágrimas, desespero, angústia. Depois... a aceitação, a submissão ao fato. E uma positiva tomada de atitude.

Certa feita, saíram em férias e foram passar o fim de semana em um hotel.

A menina parecia uma princesinha, ora no colo do pai, ora no da mãe.

À refeição, pacientemente, Rosana a alimentava, quando se aproximou uma senhora, parabenizando-a.

A mãe, continuando no seu trabalho paciente, não entendeu:

Agradeço a sua gentileza mas não sei o porquê desse cumprimento.

- Estou cumprimentando-a pela sua coragem em sair de casa com sua filha.

Rosana respondeu: Não entendo o que isso tenha de excepcional. É minha filha! Meu marido e eu vamos a todos os lugares com ela. Não creio que pudesse ser diferente.

A senhora, então, completou: Natural para o seu coração amadurecido. Tenho um sobrinho portador de pequeno distúrbio. Pois bem: desde o seu nascimento, jamais minha irmã permitiu que ele saísse de casa. Não permite sequer que chegue ao portão. Teme que alguém o veja.

E desde que lhe vimos a maneira como trata sua menina, minha irmã se emocionou tanto, que começou a chorar. Penso que esteja se dando conta de como deveria ter agido de forma diversa.

Rosana olhou para a outra mesa, e viu a senhora em lágrimas. Sensível, encerrou a conversa com a desconhecida com um conselho de mãe:

Por favor, diga à sua irmã que esses nossos filhos são escadas de luz, pelas quais subimos aos céus...

Receber nos braços um filho especial significa gozar da confiança da Divindade.

Não percamos essa oportunidade.

Um filho especial é um farol que Deus acende em uma família, propiciando o crescimento para a luz.

Não permaneçamos na indiferença.

Não esqueçamos que doente, com limitações, portador de disfunções, é apenas o corpo material, através do qual a alma se depura. Respeitemos.

Auxiliando um portador de dificuldades a superar seus desafios, nos prestamos a grandes aprendizados.

Não estacionemos na ignorância.

Facilitar a vida de alguém com limitações, de qualquer natureza, representa abrir as portas da comunicação, do movimento, da oportunidade, da esperança.

Lembremos: não somos um corpo que possui um Espírito. Somos um Espírito que precisa de um corpo para viver na Terra.

Depois dessa prova, os que sofrem limitações poderão andar, ouvir, sorrir, cantar!

Deus é Pai de amor, de justiça e de luz!

Tenhamos sempre em mente esta verdade.


Por Redação do Momento Espírita

27 julho 2015

Reformas da Metade - André Luiz

 

REFORMAS DA METADE

Desde a primeira hora da Doutrina Espírita recomendam os emissários da Esfera Superior uma reforma urgente, inadiável, intransferível: a reforma de cada um de nós, nas bases traçadas pelo Evangelho de Jesus.

Isso porque toda reforma nas linhas da boa intenção será respeitável, mas somente a renovação interior é fundamental.

Tudo o que vise melhorar a vida deve ser feito, no entanto, se não nos melhoramos, todas as aquisições efetuadas são vantagens superficiais.

Qualquer benefício externo para ser benefício real depende de nós.

A luz que nos auxilia a escrever uma página de fraternidade pode ser aproveitada pelo companheiro menos feliz para traçar uma carta que favorece o crime.

O dinheiro que nos custeou a movimentação para o estudo das leis morais que nos governam o destino é o mesmo que está sendo despendido pelos que compram a decadência do corpo e da alma nos redutos do álcool.

O automóvel que nos conduz ao cenáculo de oração onde louvamos a Bondade Divina, transporta de igual modo a locais determinados os que se reúnem para a negação da fé.

A morfina que alivia o sofrimento na dose adequada não é diversa da que garante os abusos do entorpecente.

Justo que não se impeça a formação de medidas destinadas ao bem comum.

A higiene é um atestado eloqüente de que ninguém deve e nem pode viver sem a Constante renovação exterior.

O Espiritismo, porém, nos adverte de que todas as modificações por fora, ainda as mais dignas, são reformas de metade, que permanecerão incompletas sem as reformas do homem que lhes manejará os valores.

Reflitamos nisso, observando o caminho e a meta. Sem estrada não alcançarmos o alvo, entretanto, a estrada é o meio e o alvo é o fim.

Para sermos mais precisos, resumamos o assunto com a lógica espírita, num raciocínio ligeiro e claro: todos nós, os ignorante e os sábios, os justos e os injustos, podemos fazer o bem e devemos fazer o bem, acima de tudo, é preciso ser bom...

Pelo Espírito André Luiz
Do livro: Opinião Espírita
Médium: Francisco Cândido Xavier

26 julho 2015

O Cérebro e o Véu - Jane Maiolo

 
O CÉREBRO E O VÉU


Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.[1]

O nobre codificador da Doutrina , Allan Kardec, lançava no ano 1857, a primeira edição de O Livro dos Espíritos, contendo em sua primeira edição apenas com 501 questões. Uma das obras mais fantástica de Filosofia Espiritualista, o Livro dos Espíritos enfatiza a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade, segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, colaboradores e pesquisadores.

Ante o convite à renovação dos valores imortais do espírito nos deparamos face a face com uma obra que traz na sua intimidade um clarão luminoso indicando roteiros e diretrizes seguras para espiritualização do Ser.

A inteligência humana conquistou novos espaços que nos leva ao despertar da nossa Consciência Cósmica.

A cultura avança incólume frente a novos paradigmas para o comportamento do homem moderno.

A Ciência desvenda a cada segundo uma particularidade do Universo deixando perplexos os seus pesquisadores.

A linha divisória entre o finito e o infinito torna-se uma realidade inconteste.

A Física Quântica, ciência surgida nos meandros do século XX , como tentativa de explicar a natureza naquilo que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter uma dimensão igual ou menor ,é capaz de desmaterializar a matéria e comprovar que há matéria tão quintecenssiada que nossa limitada e acanhada visão não é capaz de registrar, comprovando que somos muito mais que corpos.

O evangelista Mateus registra em suas anotações: “Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” [2].Abertas as cortinas do desconhecido, chegando as informações entre o céu e a terra, achamo-nos em um momento precioso para rever o nosso modus vivendi.

Afirma-nos o nobre benfeitor espiritual André Luiz ,que escrevia pela psicografia de Francisco Cândido Xavier,na obra Libertação no capítulo primeiro que : “ sabemos hoje que o espírito humano lida com a razão há, precisamente, quarenta mil anos... Todavia, com o mesmo furioso ímpeto com que o homem de Neandertal aniquilava o companheiro, a golpes de sílex, o homem da atualidade, classificada de gloriosa era das grandes potências, extermina o próprio irmão a tiros de fuzil.”[3]

A evolução do pensamento humano é um dos mais notáveis acontecimentos do orbe, basta analisarmos a maneira amorosa e cuidadosa que Deus permitiu que fôssemos nos desenvolvendo.

Anota a ciência terrestre que o cérebro humano, evoluiu ao longo de milhões de anos. Alguns estudiosos teorizam que estes três cérebros operam como três computadores biológicos interconectados, cada um com sua inteligência especial, sua própria subjetividade, seu próprio senso de tempo e lugar e sua própria memória. Seriam eles o cérebro reptiliano, o cérebro intermediário (onde surge o sistema límbico) e o cérebro racional.

O cérebro reptiliano é a parte mais antiga do cérebro. É responsável pelo comportamento instintivo, ou seja, pelas funções sensório-motoras, pelo controle dos reflexos e das funções automáticas e outras.

O cérebro límbico ou cérebro emocional-cognitivo, é responsável pelas emoções e pela memória, trazendo à cena o relacionamento com outros seres.

O cérebro racional é fundamental como precursor da fala e do pensamento, capaz de produzir uma linguagem simbólica. É onde acontece o processamento da informação, desempenhando um papel fundamental na memória, na atenção, na percepção consciente, no pensamento, na linguagem e na consciência. Esta máquina perfeita de evolução nos proporciona as emoções e a memória e habilidades evolutivas avançadas, como o intelecto, a imaginação e a criatividade.

Além dos três cérebros já mencionados, detectou-se um quarto e último cérebro adicionado pela evolução: a área cortical pré-frontal, o maior dos lobos cerebrais e que nos eleva acima dos outros animais. Uma formação recente na evolução das espécies, considerado a sede da personalidade e da vida intelectiva, modula a energia límbica e possibilita criar comportamentos adaptativos, ao tomar consciência das emoções. Ele é produto e, ao mesmo tempo, produz o amor e o altruísmo, ou seja, o amor por si e pelos demais seres. [4]

Se assim é, podemos dizer em termos do processo evolucionário: o universo evoluiu, em bilhões de anos, até produzir no cérebro, o instrumento que capacita o ser humano perceber a presença de Deus que sempre esta aqui embora não percebível conscientemente.

Os cientistas descobriram que temos um "ponto de Deus" no cérebro, uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. A existência deste "ponto Deus" representa uma vantagem evolutiva de nossa espécie homo, freando em nós instintos destrutivos e transformando nossas ações para o bem , fugindo do que é contrário a Lei de amor ,ainda que soframos para cessar esses comportamentos como nos ensina O Convertido de Damasco em sua epístola aos Romanos :Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.

Realizar o bem hoje é o que há de mais racional que nossa espécie pode fazer, expressando nossas matrizes divinas e agindo como verdadeiros filhos de Deus.

Conforme nos anota o mestre lionês , na questão 642 de O Livro dos Espíritos “para agradar a Deus e assegurar nossa posição na vida futura não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem no limite de nossas forças,porquanto responderemos por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.[5]

Não há mais nenhum véu que nos impede de ver a realidade da vida , como ela é, cheia de possibilidades e de majestosas oportunidades.



Referências bibliográficas:

[1] Romanos 7:19;
[2] Mateus 27. 50-51;
[3] XAVIER, Francisco Cândido. Libertação, ditado pelo André Luiz , cap. 01, 15ª edição, Brasília /DF- Ed FEB, 1949;
[5] KARDEC, Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB , 2007. Questão 642.

25 julho 2015

Conexões Solidárias - Jorge Hessen

 

CONEXÕES SOLIDÁRIAS


Christian McPhilamy, um garoto de 8 anos, de Melbourne, na Florida, EUA, decidiu deixar os cabelos crescerem a fim de fazer perucas para crianças com câncer. McPhilamy teve a ideia há alguns anos, assistindo a um comercial de câncer pediátrico. Na ocasião descobriu que as crianças ficavam carecas com a quimioterapia e que poderia ajudá-las doando os próprios cabelos. Para isso, deixou seus cabelos crescerem. Ficou tão cabeludo que começou a sofrer bullying na escola, todavia, suportou as críticas e o assédio moral. Foram dois anos de provocações de colegas e adultos que o chamavam de menina. Quando as madeixas já estavam bem longas, ele raspou a cabeça e doou 30 centímetros de cabelos a uma instituição que faz perucas gratuitas para cancerosos.

Por falar nisso, no Irã, o professor Ali Mohammadian percebeu que Mahan Rahimi, de oito anos, um dos seus alunos, era portador de uma doença rara que provoca a perda dos cabelos. Rahimi ficou muito isolado depois de ter ficado careca. Sua alegria desapareceu completamente e o professor, preocupado com desempenho escolar do menino por causa do bullying, decidiu raspar a cabeça e ficar careca como o menino a fim de dar um basta às agressões verbais e físicas que Mahan sofria no colégio. Alguns dias depois, inspirados pelo professor, todos os colegas de turma de Mahan decidiram raspar o cabelo também, gerando uma onda de solidariedade que surpreendeu a todos. A corajosa atitude do professor foi amplamente divulgada nos meios de comunicação do Irã e Ali Mohammadian tornou-se um herói nacional.

Ao visitamos o doente no leito de um hospital, quando ao estendemos as mãos ao preso no cárcere, ao expedirmos um cartão de “feliz aniversário” para um amigo, ao doamos o farnel de cesta básica para a família carente, quando telefonamos para alguém que não vemos há muito tempo, quando prestarmos atenção no próximo, estabelecemos um vínculo solidário.

Obviamente, a solidariedade é uma palavra que assombra os individualistas, porque inflige a mobilização de recursos em favor do próximo, porém gostem ou não é a lei da assistência mútua e da dependência recíproca, sem a qual todo progresso, no planeta, é praticamente impossível. A Lei que rege as relações sociais impulsiona o homem à solidariedade e ao amor, fagulha sublime que todos, sem exceção, têm no coração, haja vista de que um homem, por mais abominável que seja, vota a alguém, ou a um animal ou a um objeto qualquer, viva e ardente afeição.

Allan Kardec indagou aos Espíritos: “o homem, ao buscar a sociedade, obedece apenas a um sentimento pessoal ou há também nesse sentimento uma finalidade providencial de ordem geral? Os Benfeitores esclareceram: O homem deve progredir, mas sozinho não o pode fazer porque não possui todas as faculdades; precisa do contato dos outros homens. No isolamento, ele se embrutece e se estiola”.[1]

Ser solidário é sentir necessidade íntima de dividir algo ou alguma coisa com o próximo. A solidarização é o anseio de identificação com as dificuldades dos outros, que leva as pessoas a se auxiliarem mutuamente. É o compromisso pelo qual nos percebemos no comprometimento de ajudar-nos uns aos outros. Sem o devido culto à solidariedade nossos passos, por mais firmes, não surpreenderiam à frente senão intranquilidade e agitação, discórdia e destruição. Tudo é interdependência e sustentação recíproca em toda a natureza, para que desfrutemos a experiência da existência física rumo a nobre elevação à imortalidade vencedora.

Em Devon, Inglaterra, a senhora Molly-Mole Povey, preocupada com seu filho Roman que reclamou não ter amigos na escola, deliberou postar uma mensagem no Facebook solicitando às pessoas que almejassem um“feliz aniversário” ao filho. A mensagem de Molly “viralizou”[2] e centenas de cartões chegaram à casa da família, até mesmo de lugares distantes como Nova Zelândia, Dubai, Finlândia, Dinamarca, Egito, Noruega, Alemanha e Austrália. Na verdade , Molly-Mole aguardava apenas que algumas pessoas da escola dessem um cartão “virtual” a seu filho, mas (o post) foi muito compartilhado e as pessoas do mundo inteiro se ofereceram para enviar cartões de “boas festas”. Isso é prova cabal de que o ser humano tende à solidariedade.

Aristóteles, o filósofo grego, afirmou que “o homem é um animal social”, isto é, ele não basta a si mesmo, pois (re)nasceu para interagir com o seu semelhante. Emmanuel ensina que a Terra deve ser considerada escola de solidariedade para o aperfeiçoamento e regeneração de todos nós. “Na dor como na alegria, no trabalho feliz como na experiência escabrosa devemos considerar a reencarnação um processo de sublime aprendizado fraternal, concedido por Deus aos seus filhos, no caminho do progresso e da redenção.”[3] Todavia, diversas criaturas, de um modo geral, ainda têm muito da tribo, encontrando-se encarcerados nos instintos propriamente humanos, na luta das posições e das aquisições, dentro de um egoísmo quase feroz, como se guardassem consigo, indefinidamente, as heranças da vida animal. “A fraternidade [solidariedade]conquista uma nova expressão no íntimo da criatura, a fim de que o Espírito possa alçar o grande voo para os mais gloriosos destinos.” [4]

Fraternidade [solidariedade] pode traduzir-se “por cooperação sincera e legítima, em todos os trabalhos da vida, e, em toda cooperação verdadeira, o personalismo não pode subsistir, salientando-se que quem coopera cede sempre alguma coisa de si mesmo, dando o testemunho de abnegação, sem a qual a fraternidade não se manifestaria no mundo, de modo algum.” [5]

Dentro dos autênticos manifestos cristãos, nasce a solidariedade, que só pode ser exercida pelos que não vivem somente para si. Atendamos aos impositivos da solidariedade e compreendamos que a Lei Divina, em tempo algum, nos sugere isolamento que, na verdade, é sempre egoísmo, ainda mesmo quando nos ausentemos da batalha humana, sob a argumentação de cultivar a virtude e garantir a fé.

Observemos que a própria família consanguínea é uma ordem de auxílio mútuo. Ninguém reencarna sem o desvelo do berço e o berço é sucessivamente o desvelo de mãe, o arrimo do pai a desfazer-se em disposições de paz e luz. A solidariedade é uma atitude que tem uma função preponderante nesta batalha travada pelo homem contra si próprio. Alguns infelizmente permanecem sob o jugo da solidão, do estar em si mesmo, no seio de um agrupamento de sete bilhões de pessoas. Ser solidário é acudir incondicionalmente os que carecem de ajuda. Não podemos cair na vala profunda do egoísmo, ou seja a vala que a experiência já demonstrou não ser tapada por bens materiais. Um buraco que só pode ser preenchido por uma vida honrada, cujo desígnio básico é ser solidário , pelo simples prazer de sê-lo.

Jorge Hessen


Nota e referências bibliográficas:

[1] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2000, perg. 768.
[2] Espalhar(-se) de maneira a criar um efeito semelhante ao de um vírus.
[4] idem
[5] idem

24 julho 2015

Aflição e Livre arbítrio - Joanna de Ângelis


AFLIÇÃO E LIVRE ARBÍTRIO

Ao simples prenúncio do sofrimento logo te insurgiste contra Deus, assumindo uma posição rebelde e tomando uma atitude derrotista.

Quando foste, então, colhido pelos problemas, comezinhos, aliás e a todas as criaturas comuns, blateraste: “Deus me esqueceu!”

Convidado a uma mudança de comportamento sob o impositivo da dor, exteriorizaste a irritação, gritando: “Deus me abandonou!”

Instado ao crescimento espiritual e ao valor moral mediante a complexa engrenagem das provações redentoras, estertoraste com violência: “Deus está de mal comigo!”

Açodado pelas injunções do pretérito espiritual e pela aflição impelido à meditação, estrugiste: “Estou de mal com Deus!”

Surpreendido pela lei natural das condições humanas, que se estribam nas ações passadas de cada espírito em crescimento, a expressar-se em dificuldade e luta contínua, arrazoaste, finalista: “Deus morreu para mim!”

As tuas são reações emocionais infantis, que denotam a necessidade premente que tens de mais dores e mais aflições, a fim de organizares o mapa de crescimento e de burilamento interior.
Todas as criaturas ascendem ao bem mediante os contributos da experiência, na incessante luta a travar dentro de si mesmas.

Ninguém que transite na Terra aquinhoado por um regime de exceção. A ganga, a impureza das gemas preciosas é retirada a golpes de escopros rudes e resistentes. As arestas são sempre arrancadas através de hábeis esforços e de técnicas apuradas. Imprescindível preservar o interior, de modo a preencher a finalidade a que se destina.

As aflições têm suas causas atuais no mau uso do livre-arbítrio, por impositivo do egoísmo individual. A escolha errônea de comportamento gera as conseqüências lamentáveis para a retificação.

Entre uma e outra atitude a tomar, a livre opção traçará o destino feliz ou desventurado de quem a elege. As causas anteriores das aflições se fixam nas experiências malogradas, nas reencarnações anteriores, decorrência, ainda, do livre-arbítrio utilizado erroneamente.

Em ti, portanto, os fatores causais das dores que te cumpre vencer a qualquer esforço. Sem te deteres na rebeldia contumaz ou na dureza dos sentimentos apaixonados, aplica-te a produzir causas novas impeditivas de aflições. Assim, à medida em que resgatares as passadas, encontrarás os abençoados frutos da nova sementeira aguardando por ti, um pouco mais à frente.

Não procrastines os deveres nobres. Um minuto de atenção a alguém angustiado poderá evitar-lhe o inditoso autocídio.

Uma observação gentil, quando convidado a opinar, certamente se fará valiosa junto aos que esperam ajuda.

Um gesto de simpatia, esquecendo o mal estar íntimo, criará solidariedade e interesse em tua volta.

Quantas coisas poderás fazer e de quantos recursos poderás dispor, se quiseres!

Muitas vezes tens dificuldade em discernir para acertar.

Não te olvides, porém, que as leis de Deus estão escritas na consciência de cada ser. Consulta-a, honestamente, e esta te responderá com segurança.

Se perdurar a dificuldade para que logres a opção feliz, ergue-te pela oração ao Senhor, suplicando-Lhe claridade mental. Ele te inspirará a gerares hoje as causas ditosas, a fim de que não seres surpreendido por novas e futuras aflições.


Espírito de Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

23 julho 2015

Sexo nos espíritos - Richard Simonetti


SEXO NOS ESPÍRITOS

1 – Espírito tem sexo?
Essa pergunta foi formulada por Allan Kardec, na questão 200, de O Livro dos Espíritos. A resposta dos mentores espirituais, "Não como entendeis, porque os sexos dependem de constituição orgânica", é afirmativa. Não obstante, traz importante ressalva: não se trata de uma condição morfológica. Não há órgãos sexuais masculinos ou femininos na personalidade imortal, estabelecendo a distinção.

2 – Se não é uma questão de forma física, como se exprime, então, uma sexualidade espiritual?
Uma condição psicológica. Dizemos que é um Espírito masculino se nele predominam características eminentemente masculinas; se ocorre o contrário, é feminino.

3 – Isso significa que nenhum Espírito é masculino ou feminino por inteiro?
A psicologia vem demonstrando isso. Há sempre uma mesclagem. Digamos que o Espírito "masculino" tem setenta por cento de masculinidade e trinta de feminilidade, e vice-versa.

4 – Essa distinção é permanente?
É transitória. Com o desdobramento das experiências evolutivas opera-se um equilíbrio perfeito entre a masculinidade e a feminilidade.

5 – A reencarnação faz parte desse processo?
Sim. Reencarnando múltiplas vezes como homem e como mulher, o Espírito desenvolverá suas potencialidades e aprenderá a exercitar o que há de melhor na masculinidade e na feminilidade.

6 – Há uma alternância? Hoje homem, amanhã mulher, novamente homem…
Não necessariamente. O Espírito pode reencarnar várias vezes como homem ou mulher, alternando o sexo com menos freqüência, sempre de conformidade com suas necessidades evolutivas.

7 – Se o Espírito masculino reencarna como mulher depois de várias reencarnações como homem, não terá dificuldade para adaptar-se ao sexo feminino?
Não, porque haverá uma polarização das características femininas, adequando sua psicologia à morfologia. Ele se ajustará à condição feminina, sem problemas.

8 – Até quando ocorrerá essa alternância?
Até que atinja estágios mais altos de espiritualidade. O Espírito puro apresenta perfeito equilíbrio entre a masculinidade e a feminilidade. Por isso costuma-se dizer que anjo não tem sexo.

Por: Richard Simonetti
Do livro: Reencarnação: Tudo o que você precisa Saber

22 julho 2015

Trabalho na Mesa Mediúnica - Luiz Sérgio

TRABALHO NA MESA MEDIÚNICA

Não pensem que o trabalho das reuniões dos encarnados é desnecessário ou improfícuo. Não. Não é. Grande quantidade de irmãos jamais Ouviríam nossa palavra, porém, sentem-se atraídos pela oração vibrante de um ser encarnado e acreditam mais nas palavras daquele que ainda não “morreu” e, segundo dizem, “já sabe de todas essas coisas”.

Muitos ficam intrigados, desejosos de compreender como uma pessoa que “nunca morreu” pode conhecer a vida espiritual. Claro que aos poucos eles vão entendendo tudo e, então, tornam-se estudiosos companheiros de luta, em prol de sua própria evolução.

Os centros de trabalhos espirituais são oficinas onde se dá o primeiro burilamento nos espíritos em evolução, como são todos os que caminham nesse orbe. Unem-se encarnados e desencarnados nesses locais de trabalho, trocando habilidades e capacidades intelectuais e, ainda, poderiamos dizer, força mútua, no afã de se esclarecerem e também de auxiliarem o seu próximo. Torno a deixar claro que a participação do elemento encarnado é de grande utilidade para a eficiência de resultados de certas tarefas que demandam a colaboração do plano físico. Os médiuns, principalmente, fornecem uma imensa carga magnética e fluídica, capaz de proporcionar meios aos espíritos benfeitores de operarem transformações vitais que, impregnando os pacientes necessitados, poderão trazer-lhes influências somáticas e perispirituais de forma tal que o alívio de seus males causa espanto a quantos assistem pela primeira vez ao fenômeno.

Só um vidente encarnado teria condições de presenciar o que realmente acontece aos espíritos. Os que não o forem poderão imaginar somente a transformação do espírito sofredor comunicante, mas não saberão, na realidade, as maravilhas conseguidas pelo pequeno trabalho feito em uma reunião.

Espírito Luiz Sérgio
Livro Novas Mensagens, cap. 17
Psicografia de Alayde de Assunção e Silva

21 julho 2015

A Caminho da Evolução - Irmã Maria do Rosário


A CAMINHO DA EVOLUÇÃO


.....Vieste a este mundo, de planos distantes da vida espiritual, destinado a fazer do teu viver terreno, oportunidade crescente de aprimoramento interior. Para isso te foi dado um corpo físico, vestimenta do teu espírito para que, lutando e te esforçando, pudesses pôr em prática todos os planos de realizações no bem a que te comprometeste antes de aqui reencarnar.

Não desperdices pois, o tempo de vida que te foi concedido para permaneceres neste mundo material. Em contato com a matéria, sofrendo as agruras que esta vida possa te proporcionar, mas submetendo-te a elas com humildade e paciência, conseguirás superar todas as dores e alcançar um grau superior de evolução.

Não encontrarás facilidades em teus caminhos, incompreensões de toda sorte bloquearão os teus bons propósitos, intrigas e calúnias poderão enxovalhar o teu nome, inimigos de hoje ou de outras eras, haverão de interferir nos teus planos para retardar a tua marcha evolutiva.

Lembra-te, porém, de que tens Deus a te amparar. Espíritos amigos haverão de te proteger, se os teus propósitos forem bons e se usares de sinceridade em todas as tuas atitudes no bem a que te propuseres realizar.

Em todas as situações que enfrentares, por mais espinhosas ou dolorosas que sejam, não permitas que o bom ânimo possa se arrefecer em tua alma.

Ama sempre, com fervor e pureza de sentimentos, respeitando a todos como gostarias de ser respeitado, e caminhos de luz haverão de se abrir para que consigas cumprir o que prometeste, quando ainda na vida espiritual.

Prossegue a caminho da evolução, confiante nas bênçãos de Jesus que não haverão de te faltar.


Pelo espírito de Irmã Maria do Rosário
Psicografado por médium: Lucia Cominatto

20 julho 2015

Condução dos nossos pensamentos - Valdomiro Halvei Barcellos



CONDUÇÃO DE NOSSO PENSAMENTOS


"A Mente é um macaco louco pulando de galho em galho". O que equivale dizer que nossos pensamentos estão desordenados, muitas vezes em convulsão, quando conversamos fazemos "colcha de retalhos".

Você concordaria com a afirmação de que normalmente não conseguimos centrar a nossa conversação em um só assunto. Quero dizer interrompemos o nosso raciocínio e enveredamos por outro assunto ou suspendemos a nossa exposição para darmos atenção a algo que está fora do tema presente.

Quanta energia dissipada tentando se atentar para tudo e não atendendo a nada! Isto se deve a forma de conduzir nossos pensamentos. Nós não aprendemos a parar de pensar no sentido meditativo.

A massificação nos bombardeia com idéias e estímulos que dominam as nossas características competitivas e nós não queremos perder, pois que senão seremos ultrapassados e a "vida é curta" "é uma só", sob o ponto de vista materialista ou de algumas ideologias.

Diz-se em auto-reprogramação-humana (ARH), que esta é uma característica do pensamento-horizontal. O Pensamento-Horizontal desvia o nosso foco do que acontece em nós e no meio ambiente que nos rodeia, divide o tempo e também nos divide: ou/ora vivemos no passado; ou/ora no presente; ou/ora no futuro.

Viver no passado "no meu tempo" é uma característica da Mente-velha, retrograda, limitada, sem aspiração, fator de depressão. As pessoas idosas têm fortíssima tendência a viver no passado.

Os que pensam mais na atualidade, em geral os de meia idade e também boa parte dos jovens, expoem-se a impulsividade, pelo querer aproveitar tudo ao máximo da vida, o que os tornam intempestivos ou ansiosos e quando não conseguem caem no oposto, tédio (fossa) e passividade. Acontece um evento musical, um festival de cinema, e querem ver tudo ao mesmo tempo, faltam aulas e serviço ou deixam tudo pela metade e se não conseguem, sentem-se frustrados.

Já os que pensam mais no futuro em geral a juventude, ficam sujeitos a ansiedade e a fantasia. O medo do que vai ainda acontecer pode tornar-se mórbido e causar alienação. A competição pode gerar distúrbios emocionais que afetam sensivelmente a personalidade em formação, criando gerações neuróticas e paranóicas como já é o caso da juventude de alguns paises ditos de primeiro mundo. Hoje a depressão jovem já é fato.

Na linha do Pensamento-Vertical temos a atenção voltada ao máximo para a percepção da realidade interna e externa do que estamos vivenciando no momento. É o que Dr Nilson Ruiz Sanches chama em seu livro ARH-Auto-reprogramação Humana, de "presentificação" do pensamento, não quer dizer absolutamente fato momentoso e sim, AGORA, MOMENTO, da meditação. O Pensamento-Vertical, o Momento, o Agora, aciona o Pensamento Racional e o Pensamento Intuitivo e aditaria o Pensamento Inspirado.

O Pensamento-Vertical nos coloca da melhor maneira dentro do contexto. Desenvolve o "músculo da atenção" favorecendo a concentração e a percepção da realidade interna, do momento envolto, da família, do grupo social, do mundo.

Auto analizando-se e 'presentificando-se'; realizando visualizações e abrindo a mente para o mundo espiritual (novos paradigmas para muitos), o ser humano se coloca inteiramente dentro do contexto em nível de Consciência Superior, queremos dizer Racional e Intuitivo Superiores.

Temos uma forma racional de pensar em nível de consciência inferior, o estado de sono e o superior em que o ser, centrado em si, faz o "nível de consciência de si".

Consciência de si é aquele nível no qual o ser humano deixou de ser apenas máquina, pois que conseguiu o "total controle da máquina".


Pesquisa de Valdomiro Halvei Barcellos

19 julho 2015

Trazendo uma enormidade de situações mal resolvidas... - Elaine Lilli Fong


TRAZENDO UMA ENORMIDADE DE SITUAÇÕES MAL RESOLVIDAS, QUEREMOS QUE NOSSA NOITE SEJA TRANQUILA... O QUE A DOUTRINA ORIENTA?

É cada vez mais comum ouvirmos no consultório a seguinte frase:
_"Doutor, me receita um remédio para dormir!"

Alguns ainda exigem a prescrição de determinados remédios, pois já experimentaram todos e sabem que, no caso deles, alguns funcionam melhor.

Vivemos a época das pílulas milagrosas. Compramos milagres em cápsulas, diariamente, e nosso limite é o Céu... Lutero teria de encarnar novamente para lançar uma contra reforma.

Deixemos que a ciência oficial trate da insônia, mas seria interessante abordar alguns aspectos do sono do ponto de vista espiritualista.

Allan Kardec nos diz em O Livro dos Espíritos, no capítulo que versa sobre a emancipação da alma, que o espírito nunca está inativo e aproveita as horas de sono para manter relação direta com o plano espiritual, entretanto em contato com espíritos encarnados e desencarnados, e visitando lugares bons ou ruins de acordo com sua evolução, de acordo com o que permite a sua própria energia.

Isso explica o motivo pelo qual podemos acordar completamente descansados e inspirados e outros dias acordamos mais cansados do que nos deitamos.

SINTOMAS OBSESSIVOS

Não é incomum, durante os tratamentos no centro espírita, observarmos que algumas pessoas simplesmente não conseguem dormir porque tem sua casa repleta de espíritos desencarnados, que por algum motivo querem prejudicar aquela família.

Se imaginarmos nossa noite de sono como uma viagem a ser empreendida, facilmente compreenderemos que alguns sabotam seu próprio sono.

Qualquer viagem, por menor que seja, exige um preparo mínimo.
Verificamos o melhor caminho, a roupa que levamos, o dinheiro, o local onde ficaremos etc... mas a maioria de nós não consegue nem fazer uma prece antes de dormir. Para alguns não há antídoto melhor para insônia do que iniciar uma prece ou uma leitura edificante. É fatal! É começar e cair no sono.

Deitamos na cama, nos preparamos para dormir, repletos de problemas, trazendo uma enormidade de situações mal resolvidas, e queremos que nossa noite seja tranquila. Jesus nos diz que onde estiver nosso tesouro aí se encontrará nosso coração. Como esperar noites tranquilas, acompanhadas pelo nosso anjo da guarda, nosso mentor espiritual se passamos o dia de forma agitada, ansiosa, intranquila? Com certeza nosso espírito estará junto daqueles e das coisas as quais voltamos nosso sentimento. ESPIRITUALIDADE DIÁRIA

Deixemos de ser "cristãos de templos", nos preocupando com Jesus somente quando estamos na nossa casa religiosa, e com certeza teremos noites tranquilas, de sono reparador. Refletindo nisso, chegamos a conclusão de que dormimos com nosso maior inimigo:
nós mesmos.

Os livros de Divaldo Pereira Franco nos relatam inúmeros casos de trabalhadores do bem, em noites de sono na continuação dos trabalhos de ajuda espiritual iniciados durante o dia. Quantos benefícios não colhem esses trabalhadores, aproveitando cada minuto para sua evolução.

Cada um encontra o que busca. O que passa o dia acumulando raiva, desentendimentos e stress, com certeza terá uma noite bem diferente daquele que tenta viver em paz consigo mesmo, exercendo sua religiosidade de forma segura.

EMANCIPAÇÃO DA ALMA DURANTE O SONO

400 - O Espírito encarnado permanece de bom grado no seu envoltório corporal?

É como se perguntasse se ao encarcerado agrada o cárcere.
O espírito encarnado aspira constantemente à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu envólucro, quanto mais grosseiro é este.

401 - Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

Não, o espírito jamais está inativo. Durante o sono afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos.

402 - Como podemos julgar da liberdade do espírito durante o sono?

Pelo sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o tem o espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquiri maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais espíritos, quer deste mundo, quer de outro.

403 - Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?

Em o que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, que em outros. Mas, como é pesado e grosseira a matéria que compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.

412 - Pode a atividade o espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo?

Pode, pois que o espírito se acha preso ao corpo qual balão cativo ao poste. Assim como as sacudiduras do balão abalam o poste, a atividade do espírito reage sobre o corpo e pode fatigá-lo.

Dados bibliográficos - O Livro dos Espíritos Parte II. cap. VII - Allan Kardec.

Revista Cristã de Espiritismo - nº 101

O QUE É INSÔNIA

A insônia é o excesso de vigia, a incapacidade de começar a dormir ou de manter o sono.

A insônia deve ser analisada sobre três aspectos: físico, psicológico e social.

Depressão, estresse, problemas familiares, financeiros e/ou espiritual favorecer a insônia.

A ansiedade também pode gerar insônia e noites mal dormidas. Ela pode se manifestar de três formas: a demora para iniciar o sono, o acordar durante a noite ou o despertar muito cedo. Quando a insônia persiste por mais de três semanas é denominada crônica. Não é uma doença e sim um sintoma de algum distúrbio orgânico e/ou psíquico.

TRATAMENTO E PREVENÇÃO

•O mais importante é detectar a causa principal;
•Não deve ser tratada a insônia, mais sim a pessoa;
•Criar hábitos constantes para dormir e acordar;
•Evitar dormir mais que o necessário;Crie um ambiente agradável e seguro antes de dormir;
• Procure dormir sempre no mesmo lugar;
• Evitar bebidas estimulantes (café e álcool) e fumo antes de dormir;
• Procure ler algo agradável antes de dormir;
• Evite refeições pesadas antes de dormir;
• Pratique atividades físicas onde se trabalha corpo, mente e espírito como por exemplo: Tai Chi Chuan, Aikido, Yoga ou Meditação;
• O tratamento da insônia com medicamento deve ser feito com muito critério. Os medicamentos ditos soníferos ou reguladores do sono nada mais são que psicóticos (na sua maioria derivados dos benzoliazepínicos) que devido a sua ação depressiva sobre o Sistema Nervoso Central induzem ao sono. O uso regular destas drogas deve ser evitado, pois leva a dependência, distúrbios da coordenação motora e de comportamento, diminuição da memória e podem contribuir para a depressão, piorando ainda mais a insônia. Existem substâncias naturais dentro da homeopatia como os Florais de Bach e que são muito favoráveis.

É importante saber se desligar do cotidiano do dia-dia antes de dormir, pois sabemos que nem tudo pode ser resolvido em um dia apenas. O desligar não está relacionado só com os pensamentos, mas também da própria energia das pessoas e dos lugares em que temos contato.

Ao dormir, muitos de nós carregamos cargas energéticas densas, que ficam impregnadas no nosso campo áurico. Portanto, é muito importante mesmo antes de deitar na cama fazer uma limpeza energética geral.

Autora: Elaine Lilli Fong
(Instituto União)