Total de visualizações de página

06 agosto 2016

Processos de libertação da culpa - Joanna de Ângelis



PROCESSOS DE LIBERTAÇÃO DA CULPA



Há uma culpa saudável que deve acompanhar os atos humanos quando os mesmos não correspondem aos padrões do equilíbrio e da ética. Esse sentimento, porém, deve ser encarado como um sentido de responsabilidade.

Sem ela, perder-se-ia o controle da situação, permitindo que os indivíduos agissem irresponsavelmente.

Todas as criaturas cometem erros, alguns de natureza grave. No entanto, não tem por que desanimar na luta ou abandonar os compromissos de elevação moral.

O antídoto para a culpa é o perdão. Esse perdão poderá ser direcionado a si mesmo, a quem foi a vítima, à comunidade, à Natureza.

Desde que a paz e a culpa não podem conviver juntas, porque uma elimina a presença da outra, torna-se necessário o exercício da compreensão da própria fraqueza, para que possa a criatura libertar-se da dolorosa injunção.

A coragem de pedir perdão e a capacidade de perdoar são dois mecanismos terapêuticos liberadores da culpa.

Consciente do erro, torna-se exequível que se busque uma forma de reparação, e nenhuma é mais eficiente do que a de auxiliar aquele a quem se ofendeu ou prejudicou, ensejando-lhe a recomposição do que foi danificado.

Tratando-se de culpa que remanesce no inconsciente, procedente de existência passada, a mudança de atitude em relação à vida e aos relacionamentos, ensejando-se trabalho de edificação, torna-se o mais produtivo recurso propiciador do equilíbrio e libertador da carga conflitiva.

Ignorando-se-lhe a procedência, não se lhe impede a presença em forma de angústia, de insegurança, de insatisfação, de ausência de merecimento a respeito de tudo de bom e de útil quanto sucede... Assim mesmo, o esforço em favor da solidariedade e da compaixão, elabora mecanismos de diluição do processo afligente.

É comum que o sentimento de vergonha se instale no período infantil, quando ainda não se tem ideia de responsabilidade de deveres, mas se sabe o que é correto ou não para praticar. Não resistindo ao impulso agressivo ou à ação ilegítima, logo advém a vergonha pelo que foi feito, empurrando para fugas psicológicas automáticas que irão repercutir na idade adulta, embora ignorando-se a razão, o porquê.

A culpa tem a ver com o que foi feito de errado, enquanto que o sentimento de vergonha denota a consciência da irresponsabilidade, o conhecimento da ação negativa que foi praticada.

Somente a decisão de permitir-se herança perturbadora, que remanesce do período infantil, superando-a, torna possível a conquista do equilíbrio, da auto-segurança, da paz.

A saúde mental e comportamental impõe a liberação da culpa, utilizando-se do contributo valioso do discernimento que avalia a qualidade das ações e permite as reparações quando equivocadas e o prosseguimento delas quando acertadas.


Fonte: Do livro “Conflitos Existenciais” pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco.

Nenhum comentário: