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24 setembro 2016

A consciência não jaz sob algema na massa craniana - Jorge Hessen


A CONSCIÊNCIA NÃO JAZ SOB ALGEMA NA MASSA CRANIANA


O pesquisador materialista afirma que a consciência humana (ou o espírito) é resultante exclusivo das funções cerebrais e está confinada no crânio. Para ele, quando o corpo morre a consciência (ou o espírito) desaparece. A rigor, não existem proposições científicas que apoiem a sobrevivência da alma após a morte, e muito menos a comunicação dos mortos.

Contudo, diante do acúmulo de fatos, a exemplo da sensibilidade extrafísica de Chico Xavier, que não foram explicados pelas leis da natureza ou foram analisados algumas vezes como fraude, um grupo de cientistas metafísicos resolveu interrogar a ciência – e não os médiuns. A conclusão desses cientistas está contida no livro Irreducible Mind. A obra parte da lógica de que fenômenos como a mediunidade, a telepatia e experiências de quase-morte são indícios de que o velho modelo teórico vigente nos meios academistas é incompleto. [1]

Para o psiquiatra da Universidade da Virgínia (EUA) Edward Kelly, a ciência vem ignorando um princípio científico básico, o da “falseabilidade ou refutabilidade”, ou seja, todo cientista sério deveria estar sempre procurando um vácuo na sua tese – e não o contrário. Para Kelly, a mediunidade pode ser um desses vácuos, por isso é plausível desvendar o mistério da consciência, que instiga filósofos e cientistas há milênios. [2]

Os pesquisadores clássicos acreditam que parte do problema está em considerar mente e cérebro uma coisa só. Porém, Edward Kelly propõe que o cérebro seja encarado como um aparelho de TV. A consciência seriam seus programas. Um defeito na TV (cérebro) pode alterar a qualidade da imagem, mas não o conteúdo dos programas (consciência). Ou seja, sem a TV, não podemos enxergar nosso seriado favorito, mas o seriado existe mesmo assim. Só não pode ser assistido. Funcionaria de um jeito parecido com a consciência: dependemos do cérebro para percebê-la, mas ela não está, segundo a proposta, encarcerada dentro do aparelho (cérebro). [3]

Essa realidade garantiria sobrevida da consciência além do corpo, abrindo a possibilidade de explicar a ideia de que a consciência segue vagando por aí após a morte e pode se comunicar com outras consciências, vivas, encarnadas ou não. [4] Kelly propõe que os cientistas tradicionais questionem suas convicções e prestem mais atenção em fenômenos hoje ignorados, como a mediunidade.

Por quanto tempo filósofos, cientistas e religiosos têm ponderado o que acontece após a morte? Existe vida após a morte, ou nós simplesmente desaparecemos no grande desconhecido? Embora corpos individuais estejam destinados à autodestruição, o sentimento vivo, a consciência, o “quem sou eu?” – É uma fonte de baixa voltagem de energia operando no cérebro. Mas essa energia não desaparece com a morte. Um dos mais seguros axiomas da ciência é que a energia nunca morre; ela pode ser criada mas não destruída”. [5]

Não existiríamos sem a consciência. Aliás, nada poderia existir sem consciência. Pesquisadores recordam que a morte não existe em um mundo sem espaço atemporal. Não há distinção entre passado, presente e futuro. É apenas uma ilusão teimosamente persistente. A imortalidade não significa uma existência perpétua no tempo sem fim, mas reside fora de tempo completamente. [6] Articulam alguns acadêmicos que a consciência é um produto da atividade cerebral, que surge para dar coerência às nossas ações no mundo. O cérebro toma a decisão por conta própria e ainda convence seu “titular” que o responsável foi ele. Assim sendo, somos um só: o que é cérebro também é mente. A sensação de que existe um eu que habita e controla o corpo é apenas o resultado da atividade cerebral que nos ilude. Então não há nenhum “espírito” na máquina cerebral.

Será mesmo? É óbvio que as muitas deduções dos múltiplos experimentos da neurociência reducionista são ardis da ficção. “A mente tem a dinâmica de um mosaico de luzes que se projetam pela consciência, que se contrai ou expande diante do que nos emociona.” [7] Desse Universo abstrato “emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores.” [8]

Há estudos consistentes que comprovam a total impossibilidade de se medir com precisão o tempo entre o estímulo cerebral e o ato em si, o que, aliás, já derruba todas as precipitadas teses materialistas. A consciência e a inteligência não são um curto-circuito nem o subproduto casual do intercâmbio de quaisquer neurônios. Enquanto a ciência demorar-se abraçada à matéria e não alcançar a dimensão do que não pode palpar, ver e ouvir, ficará ainda extremamente distante de tanger as imediações da verdade que investiga.

O atributo essencial do ser humano é sem dúvida a inteligência, mas a causa da inteligência não reside no cérebro humano, mas sim no ser espiritual que sobrevive ao corpo físico e pode se comunicar com o homem encarnado. Graças ao Espiritismo, no seu aspecto filosófico e experimental, está sendo possível construir a sólida ponte sobre o abismo que separa matéria e espírito. Os mortos podem ser ouvidos. Todo brado de coroados “nobeis” de ciência alça a sua voz para nos expressar a morte da matéria.

Já é tempo de nos instruir ante os ensinos da ciência pós-mecanicista dos séculos passados e de nos livrarmos da camisa de força que o materialismo do século XIX infligiu aos nossos julgamentos filosóficos. Neurocientistas, “químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.”. [9]


Jorge Hessen

Referências bibliográficas:


[2] Idem
[3] Idem
[4] Idem
[6] Idem
[7] Facure Nubor Orlando. Operações Mentais e como o Cérebro Aprende, disponível no Site http:// www.geocities.com/Nubor_Facure acesso em 22/03/2013
[8] Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espirito André Luiz, RJ: Ed.. FEB, 1997, cap. 4
[9] Xavier, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, “prefácio” do Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1999.
 

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