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30 junho 2012

Religião Cósmica do Amor - Joanna de Ângelis


RELIGIÃO CÓSMICA DO AMOR

Toda crença religiosa que se firma no amor é digna de respeito e de carinho.

O objetivo essencial da fé religiosa é dignificar a criatura humana, tornando-a melhor moralmente e preparando-a para desenvolver os valores espirituais que lhe dormem no íntimo.

Em razão do mergulho na matéria, o espírito aturde-se e quase sempre olvida os compromissos assumidos na espiritualidade, deixando-se comandar pelas manifestações do instinto que o ajudaram nos períodos remotos da evolução, mas que foram suplantados pelo discernimento e pela consciência, permanecendo somente aqueles que preservam a vida e dão sentido existencial.

Na neblina carnal, no entanto, a predominância da matéria, como é compreensível, dificulta o discernimento a respeito da finalidade da reencarnação, facultando que os sentidos físicos se direcionem para o prazer, para o gozo, para a satisfação das necessidades biológicas.

A consciência, entretanto, trabalha pela eleição do significado existencial, do equilíbrio emocional, do bem-estar espiritual, alargando os horizontes da percepção para as conquistas relevantes e significativas que acompanharão o ser após o seu inevitável decesso tumular.

Por esses motivos dentre outros, a necessidade de uma religião que se expresse em lógica e praticidade, destituída dos aparatos e das fantasias, dos interesses sórdidos do comportamento material, faz-se imprescindível para enriquecer os seres humanos de beleza e de harmonia. Isto porque, a conquista da lógica, no longo roteiro evolutivo, impõe a necessidade de compreender-se tudo quanto se deseja vivenciar, a fim de constatar-se a sua resistência diante da razão em quaisquer circunstâncias.

Assim sendo, não há mais lugar para qualquer tipo de crença religiosa que se apresente com manifestações totalitárias, eliminando a capacidade do crente de pesquisar, de aceitar ou não os seus postulados, sendo-lhe exigido crer sem entender. É certo que ainda surgem segmentos religiosos fundamentados no fanatismo, geradores de lutas e de intolerância, tintando impor-se pela força dos seus dirigentes políticos ou de outra espécie, mas não pela sua estrutura racional e profunda.

Naturalmente, ante o impacto do progresso, aqueles que lhes aderem ao comportamento logo desenvolvem o senso da razão e os abandonam, isso quando não lhes permanecem vinculados pelos frutos apodrecidos dos interesses materiais que lhes rendem prestígio, poder e recursos econômicos.

Do livro: Entrega-te a Deus
Espírito de Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo Pereira Franco

29 junho 2012

Intolerância e Fanatismo - Joanna de Ângelis


INTOLERÂNCIA E FANATISMO

Mesmo nos espíritos gentis remanescem algumas presenças das imperfeições que podem ser modificadas pelo processo de transformação dos sentimentos anestesiantes e perversos em outros de essência superior.

A intolerância e o fanatismo, não poucas vezes, surgem e impõem-se arbitrariamente dando lugar a estados de sofrimento que poderiam ser evitados.

Ambos são heranças persistentes dos estágios primários, responsáveis pelo processo da evolução.
A intolerância cresce como erva daninha há no jardim das atividades humanas, como necessidade de impor-se com as suas maneiras de ser e de compreender, derrapando, quase sempre, em tormentoso fanatismo.

Filho do egocentrismo não ultrapassado, o fanatismo é herança odienta que atormenta e atormenta-se, em razão de desejar que todos se submetam à sua vontade, à sua dominação.

Naturalmente, é expressão da prepotência animal que permanece gerando dificuldades nos relacionamentos e impedimentos no esforço de autoiluminação.

Não apenas na conduta religiosa encontram-se esses dois malfeitores que sabem disfarçar-se, permanecendo como vírus cruel ceifando as possibilidades de crescimento.

O intolerante assim como o fanático somente vêem o que lhes apraz, aquilo que consideram real e, portadores de narcisismo, mantêm a presunção pessoal de que, pelo fato de aceitarem essa conduta, todas as demais pessoas estão equivocadas quando pensam de maneira diferente.

Embora as pessoas possuam equilibrada formação moral e sejam portadores também de outros sentimentos nobres, quando lhes são vítimas, esses enfermos companheiros emocionais podem comprometer os valores da gentileza e da bondade, quando estejam contrariados.

A intolerância é mazela da alma que torna irritadiça a pessoa que a sofre, impulsionando-a à tomada de atitudes duras e insensíveis quanto aos resultados.

O fanático, por sua vez, abraçando o comportamento que lhe parece real e superior, também se torna indiferente aos efeitos que advenham para aqueles que se movimentam em área diversa da sua.

Desse modo, autofascinados, querem salvar os demais, impondo as suas idéias, e, quando não aceitas, não se compadecem dos males que infligem, disfarçados em mecanismos salvadores.

A história está abundante desses indivíduos que cometeram crimes hediondos, ora em nome da fé religiosa, noutros momentos em nome de comportamentos políticos, culturais, desportivos, artísticos e de variada denominação.

Acreditam-se honestos e fiéis aos sentimentos que os animam e esforçam-se para mudar a estrutura da sociedade, tornando-se inimigos do amor e da compaixão, geradores de sofrimentos e amarguras.

O intolerante desenvolve uma cultura capaz de gerar doença e destruição à sua volta, invariavelmente vinculado a outros da mesma estirpe, e o fanático entrega-se de tal forma à maneira de crer, que somente se felicita quando sucumbem aqueles que pensam ser-lhes opositores, quando, em realidade, os adversários são eles próprios.

A compreensão e o respeito pelo próximo são os opostos desses infelizes comportamentos que se tornam comuns entre as criaturas humanas.

Ninguém tem o direito de engessar as mentes e os sentimentos alheios nas suas fórmulas, exigindo que se pense conforme lhes é imposto.

O tempo da fé cega vai distante, e a partir do momento que o homem e a mulher adquiriram a capacidade do livre-arbítrio, utilizando-se dos tesouros da sua consciência e do seu conhecimento, têm o direito de comportar-se conforme lhes aprouver, desde que a sua decisão não traga embaraços aos demais.

Vive-se hoje um período de descobertas e de constatações, igualmente de contestações dos velhos paradigmas que se encontram ultrapassados, e a liberdade de consciência, como de conduta, é uma conquista que honra a civilização.

Já ao há como retroceder nessa área, e toda idéia que se pretenda impor sem o valioso contributo da lógica e da razão tende a perder o vigor, após o enganoso período de vitória, desaparecendo na voragem do tempo.

Ninguém pode deter o curso do progresso e da liberdade.

Todos os governantes que representam os interesses alheios que o intentaram foram consumidos pelo suceder dos dias e quase todos aqueles que lhes padeceram as injunções penosas puderam fruir depois deles os benefícios dos seus ideais, que permaneceram temporariamente esmagados.
A intolerância é carrasco de quem a cultiva, e o fanatismo que se lhe une é o filho bastardo e perigoso que se movimenta favorecendo a ignorância e o predomínio da força.

Quando se é portador de ideais de enobrecimento, possui-se a visão clara da realidade e as suas propostas são oferecidas como forma de desenvolver o progresso, de libertar as consciências do obscurantismo, ampliando os horizontes da compreensão humana em torno da vida, do belo, da harmonia.

O idealista legítimo possui a compreensão de que o êxito do seu empreendimento é conseguido a grande esforço, mediante as demonstrações de sua legitimidade pelo exemplo de equilíbrio de que se faz portador.

Quando impõe, por qualquer razão, a sua forma de ser e de compreender, gera conflito e, nesse caso, cria oposição inevitável.

Sempre haverá, sem dúvida, opositores no mundo às idéias novas, porque esses que assim se comportam estão satisfeitos no estágio em que estacionam, e ante os novos desafios tornam-se-lhes naturais inimigos, o que é compreensível. Mas serão vencidos pela força esmagadora dos fatos que se impõem, passado o período de luta e de zombaria que sempre ocorre.

Não há, pois, razão, nunca, para manterem-se atitudes de intolerância e de fanatismo, porque a vida é feita de bênçãos, de equilíbrio e de beleza.

Quaisquer atividades que se apresentem de maneira diversa estão fadadas ao esquecimento, à desintegração.

A força do bem e do amor, inata nas propostas de desenvolvimento intelecto-moral das criaturas humanas, constitui o dínamo gerador de novas energias para facultar a sua fixação nas mentes e nos corações ao serem informados, passando a cultivá-las com abnegação e entusiasmo.

Esse poder que possuem o bem e o amor é imponderável, porque de natureza transcendental, manifestando-se de forma suave e nobre por toda parte.

Enquanto a intolerância e o fanatismo geram guerras, a gentileza e a liberdade produzem paz, facultando alegria.

Espírito de Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo Pereira Franco
Do livro: Entrega-te a Deus

28 junho 2012

Analfabetos do Sentir - Hammed


ANALFABETOS DO SENTIR

O conceito de vício não é somente o uso de tóxicos, de álcool, de produtos farmacológicos, de nicotina, ou a prática de jogos de azar. Ele também compreende as atitudes destrutivas: as de julgar, de seduzir, de culpar, de gastar, de mentir, de martirizar-se, de exibir-se, etc.

Uma criatura que se encontra sob a dependência de quaisquer substâncias, de pessoas, de situações e de comportamentos pode ser considerada viciada.

Analfabetos do sentir são aqueles que não sabem exprimir, por palavras, gestos ou atitudes, suas emoções, vivendo num mar de conflitos por não identificarem corretamente seus sentimentos e emoções, e torná-los distintos.

O analfabeto do sentir pode entrar pelas portas da viciação como meio de fuga das tensões torturantes, julgando com isso tornar mais suportável a pressão existente em seu mundo íntimo desorganizado. É inabilitado para discernir ou avaliar claramente as sensações ou impressões internas, terá grande probabilidade de adquirir, algum tipo de vício ou dependência.

Somos o que sentimos. Sofremos porque não vivemos de acordo com nossos sentimentos e emoções, mas porque seguimos convenções fundamentadas em regras partidárias e normas sociais que discriminam características sexuais, étnicas, culturais e religiosas.

Cada um é uma obra-prima de Deus; por mais que se criem leis, elas não conseguem regulamentar os seres únicos que somos. Os padrões da sociedade nunca conseguem abranger o âmago do ser, porque este foge dos parâmetros que o cercam tentando limita-lo.

A criatura analfabeta do sentir, em princípio não tem a menor idéia de como identificar e começar a lidar com seus sentimentos e emoções. Solicitar a ela que diferencie as suas muitas emoções é como pedir a uma criança de poucos meses de idade que não seja birrenta ou chorosa.

Raiva, tristeza, ansiedade, angústia, solidão, cansaço, medo, vergonha, carinho ou amor não lhe dão a impressão de ser sensações diversificadas; para ela todas se apresentam confusamente misturadas.

Nossos sentimentos e emoções são tudo o que temos para perceber a luz da vida. Não experimentá-los nem expressa-los seria o mesmo que destruirmos o elo com nosso âmago; seria vivermos em constante ilusão, distanciados do verdadeiro significado da vida.

Sentimentos e emoções não são errados ou impróprios; são apenas energias emocionais, e não traços de personalidade. Não precisamos nos culpar por experimentá-los.

Admitir medo ou raiva diante de fatos é perfeitamente compreensível, porque a energia da raiva nos proporciona um estado de alerta, para que possamos nos defender de algo ou de alguém, enquanto o medo é um mediador favorável diante de situações de risco.

Sentimentos e emoções nos guiam e nos fornecem indicações importantes para nossa vida de relação. Se não sentimos, não analisamos os pensamentos que os acompanham e não sabemos o que nosso imo está tentando nos mostrar.

Sentimentos indica a faculdade inata de perceber as impressões afetivas ou de identificar fenômenos relativos à afetividade. Emoção quer dizer movimento para fora ou comoção que emerge em face de um possível estado interno.

As emoções afloram dos chacras ligados diretamente aos plexos nervosos das áreas inferiores do corpo humano, enquanto os sentimentos provêm dos chacras situados nas regiões superiores.

Podemos identificar sentimentos e emoções em níveis diversos de intensidade, de acordo com nosso grau de evolução, conceituando cada um com nomenclaturas diversificadas. A propósito, fazem parte da mesma família do impulso da raiva: o melindre, a irritação, a mágoa, o ódio, a violência, a crueldade, bem como a bravura, o arrebatamento, o entusiasmo, a persistência, a determinação, a coragem.

Precisamos começar a desenvolver nossa própria educação do sentimento, aprendendo o que e como sentir.

Tornamo-nos emocionalmente educados quando nos permitimos sentir todas as sensações energéticas que partem do nosso universo interno, livres de julgamentos precipitados e de qualquer condenação, pois os sentimentos são bússolas que nos norteiam os caminhos da vida.

Assim como o vício e o analfabetismo do sentir andam de mãos dadas, da mesma forma se potencializam mutuamente a sanidade mental e a educação emocional.

Para que possamos adquirir um coração apaziguado e uma mente tranqüila, devemos aprimorar nossa leitura interna, compreendendo o que os sentimentos querem nos dizer e utilizando-os apropriadamente para cada fato ou situação – devemos aprender a escuta-los adequadamente.

O valor real de um sentimento ou emoção pode ser aferido pela constância, determinação e hábitos que revelamos para interpretá-los.

Um Modo de Entender – Uma Nova Forma de Viver
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
Espírito Hammed

27 junho 2012

A Culpa fica para Sempre - Momento Espírita


A Culpa fica para Sempre

Uma campanha de utilidade pública nacional trouxe o seguinte slogan: O efeito do álcool passa. A culpa fica para sempre.

O movimento busca uma vez mais a conscientização da população, a respeito dos efeitos terríveis do álcool associado à direção de motorizados.

Estima-se que morram mais de duzentas pessoas por dia em nosso país, por acidentes de trânsito. A grande maioria associada ao consumo de alcoólicos e outras drogas.

Desejando alguns momentos de suposto prazer, por vezes arriscamos comprometer toda nossa encarnação e, ainda - tão grave quanto - a prejudicar a vida de outros, que sofrerão os efeitos de nossos atos impensados.

Será que vale a pena correr esses riscos? Será que não estamos subvalorizando a nossa e a vida dos outros, quando dizemos: Não vai dar em nada?

Quantas almas são, hoje, escravas de um sentimento de culpa destruidor, em função desse descaso, que normalmente não é um fato isolado, mas um costume constante em tantas pessoas.

A culpa nos faz adoecer, nos faz estagnar e, depois de muito tempo em sofrimento profundo, faz-nos enxergar por entre as inúmeras lágrimas, que não valeu a pena.

Não é possível voltar no tempo e desfazer o que fizemos.

A vida nos dará novas chances, sim, de curar o que dilaceramos no outro, mas serão caminhos longos e duros. Por que escolhê-los?

Será que esses prazeres momentâneos da vida valem todo o risco que corremos? Qualquer mente um pouco esclarecida dirá que não, não vale a pena.

Assim, por que não podemos nos tornar um pouco mais conscientes?

Por que se deixar levar com tanta facilidade por emoções frívolas, que passam tão rápido?

Alta velocidade, perigos, fortes emoções - será que valem a pena?

Não propomos uma vida sisuda, sem cor, enfadonha - de forma alguma.

É possível ser alegre, vivaz, divertir-se, sem precisar correr riscos, sem prejudicar o corpo, sem ser uma ameaça constante à sociedade.

Por isso, pensemos muito antes de nos arriscarmos. Ouçamos outras opiniões. Não deixemos que a excitação nos conduza com tanta facilidade, anulando totalmente a razão.

Somos seres inteligentes, lembremos disso, antes de agirmos como completos celerados.

Pensemos nas consequências possíveis de cada um de nossos atos, evitando chorar as muitas lágrimas do arrependimento tardio.

* * *

A tendência para o bem é inata no ser humano, face à sua procedência Divina. O entorpecimento carnal, às vezes, bloqueia a faculdade de direcionamento que a consciência proporciona.

A pessoa lúcida, como consequência, age com prudência, confiando nos resultados que advirão, sem preocupar-se com o imediatismo, sabendo que a semente de luz sempre se converte em claridade.

A responsabilidade, advinda da consciência, promove o ser ao estágio de lucidez, que o leva a aspirar pelas cumeadas da evolução que passa a buscar, com acendrado devotamento.


Redação do Momento Espírita com pensamentos do cap. 16, do livro Momentos de consciência, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.


26 junho 2012

A Dor do Abandono - Momento Espírita


A Dor do Abandono

Era uma manhã de sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura.

De quem se trata? Quase ninguém sabe.

Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas.

Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.

Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo do asilo, onde aquela mulher havia passado boa parte da sua vida, a moça responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações.

Eram anotações sobre a dor...

Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos...

Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafado em algumas frases:

Onde andarão meus filhos?

Aquelas crianças ridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão?

Estarão tão ocupadas, talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe?

Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão...

Se ao menos eu pudesse andar... Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão.

Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...

Os dias passam... e com eles a esperança se vai...

No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei...

Mas, agora... como esquecer que fui esquecida?

Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia?

Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo.

Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima...

Queria saber dos meus filhos... dos meus netos...

Será que ao menos se lembram de mim?

A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim.

Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim...

É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria...

Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... que eu vivo... que eu sinto...

Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso. E esse alguém voltou para provar isso, mesmo depois de ter sido crucificado e sepultado...

E essa é a única esperança que me resta...

Sinto que a minha hora está chegando...

Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse.

E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam...

Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado...

***

A data assinalada ao final da última anotação, foi a data em que aquela mãe, esquecida e só, partiu para outra realidade.

Talvez tenha seguido para aquele jardim dos seus sonhos, onde jovens afetuosos e gentis a conduzem pelos caminhos floridos, como filhos dedicados, diferentes daqueles que um dia ela embalou nos braços, enquanto estava na terra.




Equipe de Redação do
Momento Espírita

25 junho 2012

Calúnia - A.Ferreira


CALÚNIA

Na noite de 8 de março de 1956, tivemos nossa atenção voltada para o triste relato do Espírito A. Ferreira que, ocupando os recursos psicofônicos do médium, nos ofertou significativa lição com respeito à calúnia, conforme as suas experiências.

De todas as potências do corpo humano, a língua será talvez aquela que mais nos reclama a vigilância.

Por ela, começa a glória da cultura nos cinco continentes, mas, através dela, igualmente principiam todas as guerras que atormentam o mundo.

Por ela, irradia-se o mel de nossa ternura, mas também, através dela, derrama-nos o fel da cólera.

Muitas vezes é fonte que refresca e muitas outras é fogo que consome.

Em muitas ocasiões, é ferramenta que educa e, em muitas circunstâncias, é lamina portadora da destruição ou da morte.

Sou uma das vítimas da língua, não conforme acontece na existência humana, em que os caluniados caem na Terra para se erguerem no Céu, em sublime triunfo, mas, segundo os padrões da vida real, em que os caluniadores que triunfaram entre os homens experimentam, além, do sepulcro, a extrema derrota do espírito.

Determinam nossos amigos espirituais vos ofereça minha história.

Contá-la-ei, sintetizando tanto quanto possível, para não fatigar-vos a atenção.

Há quase trinta anos, nossa família, chefiada por pequeno comerciante, no varejo do Rio, era serena e feliz.

Em casa, éramos quatro pessoas.

Nossos pais, Afrânio e o servidor que vos fala.

Entre meu irmão e eu, contudo, surgiam antagonismos irreconciliáveis.

Afrânio era a bondade.

Eu era a maldade oculta.

Meu irmão era a brandura, eu era a crueldade...

Nele aparecia a luz da franqueza aberta.

Escondia-se em mim a mentira torpe.

Afrânio era a virtude, eu era o vício contumaz.

Na época em que figuro o principio de meu relato, meu irmão desposara Celina, uma jovem reta e generosa que lhe aguardava o primeiro filhinho.

Quanto a mim, entregue às libações da irresponsabilidade, encontrara na jovem Marcela, tão leviana quanto eu mesmo, uma companheira ideal para o meu clima de aventura.

Entretanto, tão logo a vi, aguardando uma criança, sob minha responsabilidade direta, abandonei-a, desapiedado, embora lhe vigiasse os menores movimentos.

Foi assim que, em nublada manhã de junho, observei um automóvel a procurar-lhe o refúgio.

Coloquei-me de atalaia, reparando o homem de fronte descoberta que lhe buscava a moradia e reconheci meu próprio mano.

Surpreso e estarrecido, dei curso aos maus sentimentos que geraram, em minhas idéias, a infâmia que passou a dominar-me a cabeça.

Encontrara, enfim - concluí malicioso -, a brecha por onde solapar-lhe a reputação, e afastei-me apressado.

Joguei e beberiquei, voltando à noite para o santuário doméstico, onde encontrei aflitiva ocorrência.

Afrânio, em se ausentando de nossa pequena loja para depositar num banco a expressiva importância de cinqüenta contos de réis - fruto de nossas economias de dois anos, para a realização do nosso velho plano de casa própria -, perdera a soma aludida, sem conseguir justificar-se.

Ouvi-lhe as alegações inquietantes, simulando preocupação, mas, dando largas aos meus projetos delituosos, arquitetei a mentira que deveria arruiná-lo.

Chamei meu pai a íntimo entendimento e envenenei-o pelos ouvidos.

Com a minha palavra fácil, teci a calúnia que serviu para impor ao meu irmão irremediável infortúnio, contando a meu pai que o vira, em companhia de mulher menos respeitável, perdendo toda a nossa fortuna numa casa de jogo, e acrescentei que observara o quadro lamentável com os meus próprios olhos.

Minha mãe e Celina, a reduzida distância, sem que eu lhes reparasse a presença, anotaram-me a punhalada verbal, e todos os nossos, dando crédito ao meu verbo delinqüente, passaram da confiança ao menosprezo, dispensando ao acusado o tratamento cruel que lhe desmantelou a existência.

Por seis dias Afrânio, desesperado, procurou debalde o dinheiro.

E, ao fim desse tempo, incapaz de resistir ao escárnio de que era vítima, preferiu o suicídio à vergonha, ingerindo o veneno que lhe roubou a vida física.

A desgraça penetrou-nos a luta diária.

Todos, menos eu, que me regozijava com a escura vingança, renderam-se à tensão e ao desespero.

Inquirida Marcela por meu pai, viemos, porém, a saber, que Afrânio lhe visitara o abrigo por solicitação dela mesma, que se achava em extrema penúria.

Nosso espanto, contudo, não ficou aí, porque findos três dias após os funerais, um chofer humilde procurou-nos, discreto, para entregar uma bolsa que trazia os documentos de Afrânio, acompanhados pelos cinqüenta contos, bolsa essa que meu irmão perdera inadvertidamente no carro que o servira.

Minha cunhada, num parto prematuro, faleceu em nossa casa.

Minha mãe, prostrada no leito, não mais se levantou e, findos três meses, após a morte dela, ralado por infinito desgosto, meu pai acompanhava-lhe os passos ao cemitério do Caju.

Achava-me, então, sozinho.

Tinha dinheiro e busquei a vida fácil, mas o remorso passara a residir em minha consciência, atormentando-me o coração.

Alcoolizava-me para esquecer, mas, entontecida a cabeça, passava a ver, junto de mim, a sombra de meus pais e a sombra de Celina, perguntando-me, agoniados:

- Caim, que fizeste de teu irmão?

A loucura que me espreitava dominou-me por fim...

Conduzido ao casarão da Praia Vermelha, ali gastei quanto possuía para, depois de um ano de suplício moral e irremediável tormento físico, abandonar os meus ossos exaustos na terra, em cujo seio, debalde, imploro consolação, porque o sofrimento e a vergonha sitiaram-me a vida, destruindo-me a paz.

Tenho amargado, através de todos os processos imagináveis, as conseqüências do meu crime.

Tenho sido um fantasma, desprezado em toda parte, sorvendo o fel e o fogo do arrependimento tardio.

Somente agora, ouvindo as lições do Evangelho, consegui acender em minhalma leves fagulhas de esperança...

E à maneira do mendigo que bate à porta do reconforto e do alívio, encontro presentemente um novo caminho para a reencarnação, que, muito breve, me oferecerá a bênção sagrada do esquecimento.

Entretanto, não sei quando poderei encontrar, de novo, meu pai e minha mãe, meu irmão e minha cunhada, credores em meu destino, para resgatar, diante deles, o debito imenso que contraí.

Por enquanto, serei apenas internado na carne para considerar os problemas que eu mesmo criei, em prejuízo de minha alma...

Brevemente, voltarei ao campo dos homens, mas reaparecerei, entre eles, sem a graça da família a fim de valorizar o santuário doméstico, e renascerei mudo para aprender a falar.

Que Deus nos abençoe.

Pelo Espírito A. Ferreira
Do livro: Vozes do Grande Além
Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

24 junho 2012

Amor - Emmanuel


A M O R

O amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas.

Brilha em tudo e em tudo palpita na mesma vibração de sabedoria e beleza.

É fundamento da vida e justiça de toda a Lei.

Surge, sublime, no equilíbrio dos mundos erguidos à glória da imensidade, quanto nas flores anônimas esquecidas no campo.

Nele fulgura, generosa, a alma de todas as grandes religiões que aparecem, no curso das civilizações, por sistemas de fé à procura da comunhão com a Bondade Celeste, e nele se enraíza todo o impulso de solidariedade entre os homens.

Plasma divino com que Deus envolve tudo o que é criado, o amar é o hábito dEle mesmo, penetrando o Universo.

Vemo-lo, assim, como silenciosa esperança do Céu, aguardando a evolução de todos os princípios e respeitando a decisão de todas as consciências.

Mercê de semelhante bênção, cada ser é acalentado no degrau da vida em que se encontra.

O verme é amado pelo Senhor, que lhe concede milhares e milhares de séculos para levantar-se da viscosidade do abismo, tanto quanto o anjo que O representa junto do verme.

A seiva que nutre a rosa é a mesma que alimenta o espinho dilacerante.

Na árvore em que se aninha o pássaro indefeso, pode acolher-se a serpente com as suas armas de morte.

No espaço de uma penitenciária, respira, com a mesma segurança, o criminoso que lhe padece as grades do sofrimento e o correto administrador que lhe garante a ordem.

O amor, repetimos, é o reflexo de Deus, Nosso Pai, que se compadece de todos e que ninguém violenta, embora, em razão do mesmo amor infinito com que nos ama, determine estejamos sempre sob a lei da responsabilidade que se manifesta para cada consciência, de acordo com as suas próprias obras.

E, mando-nos, permite o Senhor perlustrarmos sem prazo o caminho de ascensão para Ele, concedendo-nos, quando impensadamente nos consagramos ao mal, a própria eternidade para reconciliar-nos com o Bem, que é Sua Regra Imutável.

Herdeiros dEle que somos, raios de Sua Inteligência Infinita e sendo Ele mesmo o Amor Eterno de Toda a Criação, em tudo e em toda parte, é da legislação por Ele estatuída que cada espírito reflita livremente aquilo que mais ame, transformando-se, aqui e ali, na luz ou na treva, na alegria ou na dor a que empenhe o coração.

Eis por que Jesus, o Modelo Divino, enviado por Ele à Terra para clarear-nos a senda, em cada passo de seu Ministério tomou o amor ao Pai por inspiração de toda a vida, amando sem a preocupação de ser amado e auxiliando sem qualquer idéia de recompensa.

Descendo `a esfera dos homens por amor, humilhando-se por amor, ajudando e sofrendo por amor, passa no mundo, de sentimento erguido ao Pai Excelso, refletindo-lhe a vontade sábia e misericordiosa.

E, para que a vida e o pensamento de todos nós lhe retratem as pegadas de luz, legou-nos, em nome de Deus, a sua fórmula inesquecível: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Emmanuel
Do livro "Pensamento e Vida"
Médium: Francisco C. Xavier

23 junho 2012

O Espírita e o Trabalho em Grupo - Wellington Balbo


O Espírita e o Trabalho em Grupo

Pesquisas demonstram que atualmente os jovens que adentram o mercado de trabalho estão muito preocupados em trabalhar em grupo.

Fácil então deduzir que o trabalho em grupo é uma tendência a se enraizar cada vez mais, não apenas no circulo profissional, como também em todas as outras esferas de atuação do ser humano. Estamos mais sociáveis, caro leitor, autêntico sinal de progresso. Embora a convivência muitas vezes seja complicada, fruto de nossa intemperança, é real que estamos mais dispostos a aceitá-la.

E esse interesse de trabalhar em grupo se acopla perfeitamente ao que pensam as empresas e devem pensar demais instituições; todas querem talentos dispostos a ter bons relacionamentos interpessoais. E é justamente o que pede o mundo contemporâneo: muitas cabeças pensando, se encontrando e desencontrando a fim de entrar em comum acordo e atingir os objetivos com excelência.

Perguntará o leitor onde quero chegar com essa conversa. Pois sim, quero adaptá-la ao cotidiano do Centro Espírita, mais precisamente enfocando escritores e expositores.

Se o trabalho de psicografia é a dobradinha entre desencarnado e encarnado a render bênçãos inefáveis, natural que exista também a dobradinha encarnado e encarnado a render essas mesmas bênçãos.

Salutar será que expositores e escritores espíritas abordem assuntos concernentes a Doutrina Espírita, em parceria. Sim, por que não? Artigos escritos em parceria, palestras proferidas em parceria, livros trabalhados em parceria ou até mesmo em grupo, trazendo as luzes da codificação analisadas sob inúmeras óticas, sem é óbvio se perder em desvios doutrinários. Os benefícios serão imensos, o grupo ou a dupla unida em nobres ideais de popularização do espiritismo trarão ao leitor uma maior riqueza de informações, além de promover a união e aproximação dos envolvidos, podendo inclusive contagiar mais e mais pessoas a estudar, pesquisar e conhecer a real finalidade do espiritismo.

Porque é fato, caro leitor, o esforço individual é válido, porém, a união de esforços, o trabalho em grupo por propagar determinada idéia tem poder avassalador de comover e conquistar.

E o mundo com o apoio da própria espiritualidade nos convida à união, afinal, a alguns anos esse intercâmbio seria bem mais complicado, hoje com o advento da tecnologia não há barreiras para a aproximação das pessoas. As opiniões são trocadas e a interação consumada em prazo segundos.

Bem o sabemos que já existem muitos escritores e oradores trabalhando em conjunto, contudo, será benéfico a todo movimento espírita se essa prática se popularizar ainda mais.

Em 2005 tive a grata surpresa de escrever em parceria com o amigo Orson Peter Carrara alguns artigos em comemoração aos cento e quarenta anos de o livro “O Céu e o Inferno”, artigos que foram gentilmente publicados pelo Jornal Verdade e Luz da USE Ribeirão Preto, experiência impar, de grande utilidade porque nos locomoveu a pensar em parceria, a analisar um outro foco da questão, enfim, a procurar soluções coerentes doutrinariamente falando e que agradassem a ambos. Com isso ganhamos nós ao exercitar o raciocínio, utilizar a flexibilidade e aprender a se adaptar ao universo do outro. Sei que o amigo de Matão vem repetindo a experiência com mais escritores.

Tomara então que se proliferem nos Centros Espíritas e também na imprensa espírita a prática de se trabalhar mais intensamente em grupo, com toda certeza o movimento espírita terá muito a ganhar com essa adesão dos trabalhadores.

Pensemos nisso.

22 junho 2012

Nossas Culpas - Momento Espírita



Nossas Culpas


Dentre os aprendizados que Jesus nos oferece, é marcante a lição que Ele propicia àqueles que, em praça pública, desejavam apedrejar a mulher surpreendida em adultério.

A turba, ao defrontrar-se com o Mestre Galileu, provoca-O maldosamente, questionando a respeito do que fazer: seguir a lei mosaica, apedrejando-a ou afrontar a lei, liberando a mulher.

Jesus, profundo conhecedor da natureza humana, afirma que poderiam apedrejá-la aqueles que não tivessem erros na alma.

E, aos poucos, primeiro os mais velhos, em seguida os mais novos, todos se retiraram da praça, narram os Evangelhos.

* * *

Assim somos nós. Carregamos na alma o peso dos erros e do mau agir a que ainda nos afeiçoamos.

Em uma única frase, ensina-nos Jesus que devemos perdoar os erros alheios, necessitados que também somos de perdão.

Entendemos, então, como se faz devida a compreensão para com nossos erros e para com os erros alheios.

Assim, se nos percebemos em erro, se agimos de maneira reprochável, entendamos tais momentos como oportunidades de reflexão e de aprendizagem.

A culpa, decorrente do erro, deve tomar nossa casa mental o tempo suficiente para a reflexão a respeito da atitude equivocada.

Logo depois, deve ser substituída pelo arrependimento e pela ação reparadora, na busca de experienciar o acerto.

Jamais devemos nos permitir que a culpa ganhe espaços maiores que o devido, em nossa casa mental e emocional.

Ao agasalhá-la em nossa intimidade por período demasiado, facilmente se transformará em processo doentio, levando-nos à depressão e complexos mecanismos de culpa e autopunição.

Portanto, seja qual for a gravidade ou peso de nossa atitude, entendamos serem naturais os tropeços no caminhar.

Mas, natural também deverá ser a vontade firme de acertar o passo, refazer-se do erro cometido, buscando o acerto.

Nem a atitude preocupante e complacente de conformar-se ou acostumar-se com o erro, nem tampouco os exageros da culpa excessiva.

* * *

Perante nossos erros, vistamo-nos de humildade e coragem para refazer os caminhos, do ponto em que nos equivocamos e assim escrever nova história.

Maria de Magdala, a equivocada, após encontrar Jesus, encheu-se de coragem para não mais errar.

Reformulou sua vida, seguiu a Jesus e, mesmo depois da sua morte, prosseguiu vivendo os princípios que Ele ensinara.

Simão Pedro, tendo negado ao amigo querido por três vezes, teve coragem de encarar o erro para acertar logo mais, atendendo a todos em Seu nome, pregando Seu Evangelho até seus últimos dias.

Sejamos também capazes de, perante os erros, enchermo-nos de coragem para, enfrentando a nós mesmos, corrigir o passo, tendo Jesus como referência e sustento em todos os dias de nossa vida.


Redação do Momento Espírita

21 junho 2012

Se Eu Morrer Antes de Você - Chico Xavier


Se Eu Morrer Antes de Você

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue com
Deus por Ele haver me levado.

Se não quiser chorar, não chore.

Se não conseguir chorar, não se preocupe.

Se tiver vontade de rir, ria.

Se alguns amigos contarem algum fato a
meu respeito, ouça e acrescente sua versão.

Se me elogiarem demais, corrija o exagero.

Se me criticarem demais, defenda-me.

Se me quiserem fazer um santo, só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo, mas
estava longe de ser o santo que me pintam.

Se me quiserem fazer um demônio, mostre que
eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas
que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.

Espero estar com Ele o suficiente para continuar
sendo útil a você, lá onde estiver.

E se tiver vontade de escrever alguma coisa

sobre mim, diga apenas uma frase:
"Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis
mais perto de Deus!"

Aí, então derrame uma lágrima.

Eu não estarei presente para enxugá-la, mas
não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.

E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de
minha nova tarefa no céu.

Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha
na direção de Deus.

Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.

E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí,
sem nenhum véu a separar a gente,vamos viver,
em Deus, a amizade que aqui nos preparou
para Ele.

Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos como quem
sabe que vai morrer um dia, e que morramos
como quem soube viver direito.

Amizade só faz sentido se traz o céu para
mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo
o seu começo. Mas, se eu morrer antes de
você, acho que não vou estranhar o céu..
Ser seu amigo... já é um pedaço dele..."

Chico Xavier

Obs.: Peguei esta mensagem no site www.mensagemespirita.com.br, mas procurando na internet, não achei nada que confirme que esta mensagem é realmente de Chico Xavier.

20 junho 2012

A Maior Mensagem - Irmão X


A MAIOR MENSAGEM

Muita gente boa poderá supor na Terra que o homem, atravessando as águas escuras do Aqueronte, encontrará na outra margem o poço maravilhoso da Sabedoria: um homem de bons costumes, que andasse aí na Terra vendendo pastéis, depois dos banhos prodigiosos da Morte voltaria aos cenários da vida sentenciando em todos os problemas que ensandecem o cérebro da Humanidade.

Mas, não é assim.

Cada indivíduo conserva, no Além, a posição evolutiva que o caracterizava na Terra. Cada entidade comunicante é, portanto, o homem desencarnado, ressalvando-se, todavia, a posição elevada dos Espíritos missionários que, de vez em quando pousam no mundo abnegadamente, sem lhe reparar a miséria e a estreita relatividade.

Arrebatados, assim, para o império das sombras, não estamos vagueando em paisagens lunares, ou no céu dos teólogos. O nosso mundo é de perfeita transição.

Já Raymond, na Inglaterra, com o apoio da autoridade científica de Sir Oliver Lodge, falou ao mundo terrestre das nossas paisagens bizarras, repletas de coisas semelhantes às coisas da nossa vida e das nossas atividades no Planeta. Seus arroubos descritivos não comoveram o espírito cristalizado da ciência oficial, e provocaram exclamações pejorativas de muitos filósofos espiritualistas.

De minha parte, porém, já não quero fazer passar os olhos curiosos dos meus leitores sob o Arco de Esopo, movimentando as minhas criações do Tonel de Diógenes. Agora, mais que nunca, reconheço que cada qual compreende como pode, aí no mundo, e não me animo a provocar o riso despreocupado dos meus semelhantes, desejando somente levar-lhes o coração para as questões nobres e úteis da Vida.

Para contar-lhes, assim, o que fiquei conhecendo daqui como a Maior Mensagem existente da Terra, devo dizer-lhes que, no casarão dos espaços onde nos encontramos agasalhados, existe o Grande Salão dos Invisíveis. É aí que nos reunimos, muitas vezes, em amável "tête-à-tête", reconfortando-nos após as lutas terrestres, e recebendo freqüentemente as opiniões esclarecidas dos mestres da espiritualidade. Aparelhos delicadíssimos, de uma radiotelefonia mais avançada, nos colocam em contato com entidades angélicas, tal como os políticos do Rio de Janeiro podem ouvir o governo de Tóquio trocando entre si as impressões de um movimento, sem se afastarem de suas cidades respectivas.

No dia a que me reporto, encontrávamo-nos ali, em animada palestra. Escritores franceses, ingleses, asiáticos e americanos, discutíamos os progressos da Terra. Não há mais aqui a barreira dos idiomas. Cada qual pode falar à vontade, porque o pensamento já é por si mesmo uma espécie de Volapuque universal.

- "O que mais me admira na atualidade do mundo - exclamava um dos companheiros - é a obra perfeita da Engenharia moderna. Na América do Norte cuida-se da captação da energia elétrica existente na força das ondas marítimas, dentro do mecanismo de poderosas turbinas e, talvez, antes que o homem penetre o segredo do aproveitamento das forças atômicas, para repousar as suas atividades na eletricidade atmosférica, já terá construído formidáveis usinas captadoras da energia dos ventos, à mais de duzentos metros de altura. A mecânica da aviação progride a cada minuto e o homem está prestes a adotar os mais avançados sistemas de locomoção aérea, com os futuros aparelhos de vôo individual."

- “Todavia - atalhou outro -, temos de considerar igualmente o elevado plano evolutivo das criaturas, nos laboratórios”. O alemão Todtenhaupt demonstrou a maneira de se transformar a caseína do leite em lã artificial. Os tecnologistas descobriram todos os meios de se copiar perfeitamente a Natureza, e os produtos sintéticos fazem, por toda parte, as comodidades da civilização. Os raios X devassaram a organização de todos os corpos, provando que todas as matérias, na crosta terrestre, são cristalinas facilitando o exame de suas disposições atômicas e moleculares. Essas revoluções, no campo imenso das indústrias modernas, hão de fatalmente determinar profundas modificações na vida atormentada dos homens.

Eu ouvia, interessado, esses argumentos, sem poder participar com veemência dos problemas debatidos, em virtude de trazer muito pouca bagagem do nosso pobre Brasil, com exceção das idéias políticas, quando outro amigo interveio:

- "Muito me têm preocupado as questões de Medicina e é com assombro que vejo a evolução dos processos terapêuticos no orbe terráqueo. Os hormônios, as vitaminas e as glândulas, tão desconhecidos ali, antigamente, são objeto de toda uma revolução científica. Ainda agora os hospitais de Moscou realizam, com êxito, as mais extraordinárias transfusões de sangue cadavérico. Os médicos moscovitas descobriram os recursos de conservar o sangue retirado de um cadáver, no instante imediato à morte, por mais de 20 ou 30 dias, aplicando-o com felicidade a outros organismos enfermos. Os processos de saneamento e de higiene não ficam aquém dessas conquistas. Há tempos saneou-se, na Itália, a região das Lagoas Pontinas e, onde havia pântanos e focos microbianos, florescem hoje cidades prestigiosas e progressistas."

E, nesse diapasão, todos os escritores desencarnados manifestaram seus pensamentos otimistas. Falou-se da física, da bacteriologia, dos processos pedagógicos, da industrialização, do nacional-socialismo de Hitler e dos princípios democráticos de Roosevelt.

Mas, quando a palestra atingia o fim de seu curso, uma voz, cuja origem não poderíamos determinar, exclamou em nosso meio com melancólica imponência:

- “Todas as conquistas e todas as comodidades da civilização terrestre da atualidade são questões secundárias nos ciclos eternos da Vida”... A mão invisível e poderosa que destruiu o orgulho impenitente de Babilônia e de Persépolis, que aniquilou os poderes de Roma e de Cartago, pode reduzir o mundo ocidental a um punhado de cinzas!. . .

"As plataformas políticas, os laboratórios científicos, os diplomas de novos conhecimentos, são segundos valores em todos os caminhos evolutivos, porque, sem o amor, que é a fraternidade universal, todas as portas da evolução estarão fechadas. . . Pode Einstein devassar novos segredos na teoria das relatividades; Segismund Freud poderá descobrir novas causas dos padecimentos humanos com a perseverança e a paciência de suas análises; a tecnologia pode modificar visceralmente a estrutura das indústrias do Planeta; Hitler, Mussolini, Roosevelt e Trotsky podem aventar novas sistematizações da política, renovando as concepções do Estado; mas a Maior Mensagem no mundo ainda é o Evangelho. Sem o amor de Jesus-Cristo, todos os povos estão condenados a morrer, com todo o peso de suas conquistas e de suas glórias, porque somente o Amor pode salvar o mundo que se aniquila.” Podereis todos vós descer à face escura - e triste da Terra, proclamando a vossa imortalidade, porém, nada fareis de útil se não entregardes ao espírito humano essa chave maravilhosa, para que se abram as portas imensas da Paz, no coração amargurado dos homens!...”“

Diante dessa voz suave e terrível, todos nós silenciáramos.

Ao longe, muito ao longe, por um esforço pronunciado de nossa ação, divisávamos a Terra longínqua...

Furacões destruidores pareciam envolver atmosferas -estavam enegrecidas, pejadas de nuvens de fumo e de poeira sangrenta. Um secreto pavor dominou nossas almas e guardamos, íntimo, aquela voz profética e ameaçadora “‘A mão invisível e poderosa que destruiu impenitente de Babilônia e de Persépolis, que aniquilou os poderes de Roma e de Cartago, pode reduzir o mundo ocidental a um punhado de cinzas”...


Pelo Espírito Humberto de Campos (Irmão X)
Do Livro: Crônicas do Além Túmulo
Médium: Francisco Cândido Xavier

19 junho 2012

Entes Amados - Emmanuel


ENTES AMADOS

Referimo-nos aos entes amados como sendo tesouros do coração. Erigem-se na existência, por bênçãos de Deus que nos enriquecem de tranqüilidade e reconforto. São eles pais ou filhos, parentes ou companheiros, irmãos ou amigos que nos entretecem a alegria de viver com o doce magnetismo da afinidade. Para eles voam os nossos melhores pensamentos de carinho e previdência, tolerância e compreensão. Às vezes, supomos encontrar neles as mais nobres criaturas da Terra e, no afã de testemunhar-lhes a confiança e ternura, proclamamos o intento de subtraí-los às dificuldades educativas do mundo, sob o pretexto de livrá-los de sofrimento e tentação. Decerto, semelhante empresa é atenciosamente seguida na Vida Maior pelos instrutores devotados que nos patrocinam a inspiração e a segurança.

A preocupação de prover as necessidades daqueles que estimamos não é tão-somente legítima, é indispensável. E tudo o que pudermos ofertar-lhes em abnegação redundará em sementeira de luz e amor a frutescer, um dia, em amparo e felicidade para nós mesmos.

Habitualmente, contudo, um problema aparece na lavoura afetiva a que nos consagramos: tranca-se-nos o afeto, em torno das pessoas que a vida nos confiou à dedicação e eis que elas, a pouco e pouco, se transformam em prisioneiras de nossas exigências, sem que venhamos a perceber.

Quando isso acontece, passamos instintivamente a entravar-lhes o passo e a influenciar-lhes, em demasia, o modo de ser. Daí nascem dificuldades e conflitos que é imprescindível saber evitar.

Cada um de nós traz consigo realizações inacabadas, objetivos por atingir, tarefas ou débitos diferentes que, na maioria das ocasiões, não nos permitem a comunhão imediata uns com os outros.

À vista disso, os que desejamos tanto a felicidade das criaturas que se nos fazem extremamente queridas, saibamos respeitar-lhes a independência – o dom da independência que a Lei Divina a todos nos conferiu.

Auxiliemos nosso entes amados a serem eles próprios, com as faculdades que lhes singularizam a alma. Devotemo-nos à construção da felicidade deles, com os mais entranhados sentimentos do coração, mesmo porque as Revelações Divinas nos conclamam incessantemente a amar-nos com entendimento recíproco, mas peçamos a Deus nos ajude a reconhecer-lhes a liberdade, a fim de que escolham os caminhos e experiências que lhes pareçam mais justos à jornada de progresso e elevação, sem que haja cativeiro na vida, nem para eles nem para nós.


Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Encontro Marcado
Médium: Francisco Cândido Xavier

18 junho 2012

Saibamos Pensar - Emmanuel


SAIBAMOS PENSAR


Se pretenderes receber a luz dos anjos para viver em paz entre os homens, observa como pensas, a fim de que a sombra de ontem não te anule a esperança de hoje.

Cada dia é frente movimentada na luta silenciosa, em que nos cabe entronizar na consciência aquela vitória espiritual sobre nós mesmos, capaz de assegurar-nos a suspirada penetração na Vida Celeste.

Hora a hora, aprendamos a pensar com o bem, pelo bem, junto do bem, através do bem e estendendo o bem, a fim de que venhamos a errar menos, diante das leis que nos regem.

Observando o irmão transviado, que a convenção apelida por malfeitor, mentaliza-lhe a recuperação que o integrará na comunidade das criaturas úteis e auxilia-o quanto possas.

Perante a irmã que se fez infeliz na conceituação dos outros, reflete no esforço que o seu valor feminino despendeu para ser nobre e digna e estende-lhe mão fraterna.

Ante o delinqüente que se transformou em réu da justiça, medita na batalha indefinível que o companheiro desventurado terá vivido em si próprio, antes de render-se à tentação e ampara-o com os recursos ao teu alcance.

Não cubras teus olhos com o crepe do pessimismo, nem envolvas réus no gelo da indiferença.

Aprende a pensar para o bem para que o bem te ensine a ver e a servir.

Onde o mundo situa o aviltamento e a corrupção, a falência e a queda, o pensamento reto descobre sonhos malogrados e aspirações desfeitas que a tempestade da ignorância e da penúria destruiu.

Não te confies às sugestões da tristeza e do desânimo, da crueldade e da maldição.

Passa auxiliando e sentirás no irmão da estrada a continuação de ti mesmo.

E, acendendo a luz da confiança e da bondade em torno dos próprios pés, guardarás a mente invulnerável à influência das trevas, convertendo o próprio espírito em vaso sagrado no qual o pensamento nobre, recolhido com limpidez e segurança, transformar-te-á a existência em estrela, brilhando na Terra em abençoada antecipação ao Reino de Deus.


Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Nós
Médium: Francisco Candido Xavier

17 junho 2012

Jesus Precisa de Nós - Alkíndar de Oliveira


JESUS PRECISA DE NÓS


Você já reparou como as crianças de hoje são muito inteligentes? Até poderíamos afirmar que sempre foi assim. As crianças, mesmo em gerações passadas, sempre demonstraram ter um espírito mais irrequieto, mais questionador e mais criativo do que o adulto. Mas, numa análise imparcial, não precisando nem mesmo termos percepção aguçada, iremos constatar – pela simples observação - que as crianças de hoje são muito mais inteligentes do que as crianças das gerações passadas.

Por que as crianças de hoje são muito mais inteligentes do que as crianças das gerações passadas? A resposta está no fato de que os espíritos que hoje estão reencarnando são espíritos especiais. Você, caro leitor amigo, pode até pensar:

Como o autor deste texto pode com segurança fazer tal afirmação? A base desta afirmação (além da simples observação do comportamento de uma criança, onde qualquer pessoa atenta constata essa mudança de rumo) é o esclarecimento de Joanna de Angelis em seu livro “Momentos de Harmonia” (editado em 1.991, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Editora Leal).

No capítulo 10 do citado livro diz Joanna de Angelis: “Ao invés de um cataclismo que ceife as vidas e aniquile a sociedade e a Terra, dá-se, neste momento, a renovação do Planeta, graças à qualidade dos Espíritos que começam a habitá-la, enriquecidos de títulos de enobrecimento e de interesse fraternal. “Os campeões da maldade, os mercenários a serviço do crime, os fomentadores da guerra e da hediondez, os traficantes de vidas e de drogas alucinantes, cederão espaço no orbe para os construtores do Bem e da Verdade em nome do Amor”.

Esta é uma das informações mais alentadoras que na atualidade poderíamos ter: “dá-se, neste momento, a renovação do Planeta, graças à qualidade dos Espíritos que começam a habitá-la”. Bem, já que Joanna de Angelis fez tal afirmação, nós podemos agora cruzar os braços, não é? Insistindo na pergunta: se um espírito iluminado, como o de nossa educadora Joanna de Angelis, afirma que os espíritos rebeldes, os espíritos inferiores, serão naturalmente substituídos por espíritos mais evoluídos, melhorando, sem catástrofes, a condição espiritual de nosso Planeta, cabe a nós, espíritas, fazer o quê? Cruzarmos os braços e deixarmos o tempo passar? Não. Cruzar os braços é omitirmo-nos nesse momento tão especial. A própria Joanna de Angelis, complementando seu texto acima, diz o que nos cabe fazer: “Até esse momento, cabe, aos verdadeiros obreiros do Senhor, a tarefa de auto-iluminação e constante investigação, que demonstre e confirme a excelência da vida, num comportamento ético pela verdade, que favorece com estímulos superiores a eclosão e a vigência do amor nos corações”.

De forma clara, Joanna de Angelis, passa aos verdadeiros espíritas a incumbência de preparar o ambiente a essas crianças que estão nascendo. Como?

Ela nos dá as dicas, conforme texto já exposto: “numa tarefa de auto-iluminação e constante investigação, que demonstre e confirme a excelência da vida” e acrescenta ainda “num comportamento ético pela verdade”. Se assim procedermos iremos favorecer “com estímulos superiores a eclosão e a vigência do amor nos 2 corações” (dos espíritos que estão reencarnando e nos corações dos “obreiros do Senhor”).

Através da nossa omissão nós podemos retardar a eclosão deste novo e maravilhoso mundo que se avizinha. Não basta nascerem Espíritos mais evoluídos.

É preciso que haja excelentes escolas e boa educação familiar para fazerem eclodir o amor que estes novos espíritos reencarnados trazem em seus corações. É um trabalho hercúleo, mas que precisa ter início. Se começarmos a agir, a espiritualidade nos ajudará.

Neste imenso trabalho que temos pela frente Jesus está, e sempre estará, nos ajudando. Mas, para cumprir com a sua programação para a Terra, Ele também precisa de nossa ajuda. Aliás, quem faz esta afirmação é Emmanuel, no livro “Fonte Viva” (psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB Editora), texto a seguir.


CRISTO E NÓS

Emmanuel


“E disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor!” (Atos, 9:10)


“Os homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens.

Ninguém acredite que o mundo se redima sem almas redimidas. O Mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braços humanos que o realizem e intensifiquem. Começou o apostolado, buscando o concurso de Pedro e André, formando, em seguida, uma assembleia de doze companheiros para atacar o serviço da regeneração planetária. E, desde o primeiro dia da Boa Nova, convida, insiste e apela, junto das almas, para que se convertam em instrumentos de sua Divina Vontade, dando-nos a perceber que a redenção procede do Alto, mas não se concretizará entre as criaturas sem a colaboração ativa dos corações de boa vontade.

Ainda mesmo quando surge, pessoalmente, buscando alguém para a sua lavoura de luz, qual aconteceu na conversão de Paulo, o Mestre não dispensa a cooperação dos servidores encarnados. Depois de visitar o doutor de Tarso, diretamente, procura Ananias, enviando-o a socorrer o novo discípulo.

Por que razão Jesus se preocupou em acompanhar o recém-convertido,

assistindo-o em pessoa? É que, se a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo, o Cristo não dispensa os homens na obra do soerguimento e sublimação do mundo.

‘Ide e pregai.’

‘Eis que vos mando.’

‘Resplandeça a vossa luz diante dos homens.’

‘A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros.’

Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importância por ele atribuída à contribuição humana.

Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre.

Onde estiver um seguidor do Evangelho aí se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra incessante do bem.

Cristianismo significa Cristo e nós.”


Alkíndar de Oliveira
e-mail:alkindar@terra.com.br

16 junho 2012

Autismo, Neurônios-espelho e Marcas Espirituais - Carlos Eduardo Sobreira Maciel


Autismo, Neurônios-espelho e Marcas Espirituais


Introdução:

Estamos há 150 anos buscando uma integração cérebro-mente –espírito e ao analisarmos a história das descobertas e avanços científicos percebemos que ela é permeada por acidentes e coincidências inacreditáveis, o que nos revela que não estamos sós nesta jornada.

No que se refere ao autismo, temos bons exemplos disto: dois homens em lugares distintos, numa mesma época, sem se comunicarem, dão o mesmo nome à doença e 50 anos depois as células doentes do autismo são descobertas acidentalmente…

I – História:

Na década de 40, dois médicos, o psiquiatra americano Leo Kanner e o pediatra austríaco Hans Asperger, descobriram o distúrbio de desenvolvimento que afeta milhares de crianças em todo o mundo. Foi uma descoberta isolada – nenhum dos dois sabia o que o outro pesquisava, e ambos deram o mesmo nome à síndrome: Autismo. Foi considerada uma “coincidência inacreditável”, mas fica claro que houve uma intervenção do plano espiritual ao nos convidar para dar mais atenção àquelas crianças e ampara-las no seu sofrimento.

A palavra autismo vem do grego autos, que significa “de si mesmo”. O nome é perfeito. O traço mais flagrante da doença é o isolamento do mundo exterior, com a conseqüente perda de interação social. Em vez de dedicar-se à exploração do mundo exterior, como acontece normalmente, a criança autista permanece dentro das fronteiras de seu próprio universo pessoal.

II – Conceito, quadro clínico e epidemiologia:

Segundo a OMS, o autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento anormal que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo funcionamento anormal em três áreas: interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo.

O comprometimento da interação social é observado na falta de empatia, na falta de resposta às emoções de outras pessoas e no retraimento social.

Já o comprometimento da comunicação é percebido na falta de uso social da linguagem, na falta de linguagem não-verbal, na pobreza de expressão verbal e no comprometimento em jogos de imitação.

O autista também apresenta um comportamento restrito e repetitivo, o que pode ser observado através de estereotipias motoras e preocupações estereotipadas com datas, horários e itinerários.

Podem também existir sintomas inespecíficos como fobias, auto-agressão, ataques de birra e distúrbios alimentares.

Há deficiência mental em cerca de ¾ dos casos, embora todos os níveis de Q.I. possam ocorrer em associação com o autismo. Às vezes há capacidade prodigiosa para funções como memorização, cálculo e música.

Segundo recentes publicações da Revista Brasileira de Psiquiatria, publicação da ABP, alguns autores sugerem que o diagnóstico já pode ser estabelecido por volta dos 18 meses de idade. Outras informações epidemiológicas mostram que há de 1a 5 casos em cada 10.000 crianças e que a doença ocorre em meninos 2 a 3 vezes mais do que em meninas.

III – Causas:

A maioria dos casos de autismo tem causa desconhecida. Alguns casos são presumivelmente decorrentes de alguma condição médica das quais infecções intra-uterinas (como a rubéola congênita), doenças genéticas (como a síndrome do x frágil) e ingestão de álcool durante a gravidez (provocando a síndrome fetal alcoólica) estão entre as mais comuns.

IV – Neurônios-espelho:

Descobertas científicas recentes apontam para um defeito nos neurônios-espelho como causa do autismo. Estes neurônios são um subconjunto de células que refletem no cérebro do observador os atos realizados por outro indivíduo (se eu pego um objeto, alguns neurônios são ativados em meu cérebro; se eu observo o indivíduo pegando o objeto, os mesmos neurônios são ativados em meu cérebro como se eu estivesse pegando o objeto).

Os neurônios-espelho foram descobertos, acidentalmente, no início da década de 90 por pesquisadores italianos da Universidade de Parma, que estudavam um determinado tipo de neurônio motor de macacos. Este neurônio disparava quando o macaquinho pegava uma fruta e para surpresa de todos, disparou também quando ele observou um dos pesquisadores pegar a fruta, como se ele mesmo estivesse pegando-a para comer.

Uma série de experimentos realizados posteriormente demonstrou a existência destes neurônios no cérebro humano. Portanto podemos dizer que através dos neurônios-espelho, nós podemos compreender “visceralmente” um ato observado. Nós sentimos a experiência vivida por outro em nossas mentes. Mas não é só esta a função destes neurônios.

Diversos estudos realizados nas Universidades da Califórnia e College de Londres e no centro de Pesquisa Jülich, na Alemanha, demonstraram as funções de reconhecimento de intenções dos atos, de emoções vividas por outra pessoa (então se uma pessoa te diz: “eu sei o que você está sentindo”, talvez ela não saiba o quanto esta frase é verdadeira) e o importante papel de aprendizado por imitação de novas habilidades, como a linguagem por exemplo.

A partir do final da década de 90, pesquisadores da Universidade da Califórnia se empenharam em determinar uma possível conexão entre neurônios-espelho e autismo, já que ficou demonstrada a associação entre essas células e empatia, percepção dos atos e intenções alheios e aprendizado da linguagem, funções deficientes nos autistas.

V – O sistema espelho “quebrado”:

E realmente, estudos realizados na Universidade de Saint Andrews, na Escócia, Universidade de tecnologia de Helsinque, na Finlândia, além dos estudos na Universidade da Califórnia, provaram que a atividade dos neurônios-espelho dos autistas é reduzida em diversas áreas cerebrais:

- No córtex cingulado anterior e insular, o que pode explicar a ausência de empatia;

- No córtex pré-motor, o que pode explicar a sua dificuldade de perceber atos alheios;

- E no giro angular, explicando problemas na linguagem.

VI – Marcas espirituais – patogênese remota:

Apesar dos avanços científicos, o autismo permanece um mistério, um desafio, um enigma que só se revelará mais claramente ao nosso entendimento a partir da introdução da realidade espiritual.

Já se sabe que disfunções neurológicas (como as disfunções dos neurônios-espelho) produzem repercussões de natureza autística, mas continuaremos com a pergunta maior: que causas produzem as disfunções neurológicas? Se a responsabilidade for atribuída aos genes, a pergunta se desloca e se reformula assim: que causas produzem desarranjos nos complexos encaixes genéticos?

Segundo a literatura médico-espírita e orientações mediúnicas recebidas no GEEP da Associação, o autismo como outros graves distúrbios mentais (psicoses por ex.) resulta de graves desvios de comportamento no passado, de choques frontais com as leis que regem o universo. Então, o que antecede à predisposição genética e às disfunções neurológicas são as graves faltas pretéritas.

Entre o passado de faltas e as presentes alterações genéticas, neurológicas e mentais do autismo encontramos uma ponte que liga estes dois momentos distintos. Esta ponte é o próprio processo de reencarnação. Aqui se encontra a formação do autismo. Há duas possibilidades ou vias de ligação:

-1a O reencarnante com profundas lesões perispirituais produzindo alterações neurológicas e a conseqüente formação do autismo.

-2a O reencarnante rejeita a reencarnação levando à formação do autismo.

Na 1a possibilidade, a consciência do reencarnante marcada pela culpa, acarretou severos danos no perispírito e conseqüentes lesões no SNC. Há uma incapacidade de organizar um corpo sadio na atual encarnação. Neste caso a entidade espiritual fica aprisionada no corpo deficiente, sem conseguir estabelecer comunicação. Esta possibilidade ou via de formação do autismo é defendida por alguns estudiosos que acreditam que certos autistas, constituem angustiantes tentativas de se entender com o mundo externo. Há casos de autistas que alcançaram certa melhora e relataram que muitas vezes entendiam o que as pessoas lhe diziam, mas não sabiam como responder verbalmente. Recorriam, por isto, aos gritos e ao agitar das mãos, único mecanismo de comunicação que dispunham.

Na outra possibilidade, via ou ponte de ligação entre passado de faltas e autismo, temos o indivíduo com a consciência marcada pela culpa, temendo colher os frutos em uma nova existência compulsória, rejeitando a reencarnação, provocando autismo. No livro “Loucura e obsessão”, de Manoel Philomeno de Miranda, temos a confirmação da hipótese de rejeição à reencarnação. Nos capítulos 7 e 18, o Dr. Bezerra de Menezes explica que o indivíduo com a consciência culpada é reconduzido à reencarnação e acaba buscando o encarceramento orgânico para fugir sem resgatar as graves faltas do passado. Trata-se de um vigoroso processo de auto-obsessão, por abandono consciente da vida. Conclui dizendo que muitos espíritos buscam na alienação mental, através do autismo, fugir às suas vítimas e apagar as lembranças que o atormentam.

VII - Marcas espirituais – os sintomas:

Considerando a possibilidade de rejeição à reencarnação podemos fazer uma nova leitura dos sintomas autísticos. Começando pelo isolamento, sinal de que o autista não admite invasões em seu mundo; como porém, a participação mínima do lado de cá da vida é inevitável, sua manifestação se reduz a alguns movimentos repetitivos como agitar as mãos, girar indefinidamente um prato ou a roda de um brinquedo, qualquer coisa enfim, que mantenha a mente ocupada com rotinas irrelevantes que o livrem do convívio entre as pessoas.

Uma explicação possível para o sintoma autista de girar sobre si mesmo, seria a produção de tonteira através da rotação, provocando um passageiro desdobramento entre perispírito e corpo físico, livrando a criança, momentaneamente, da prisão celular.

As crianças autistas muitas vezes manifestam rejeição a alguma parte do corpo, através de auto-agressão. Isso pode ser um sinal de rejeição à própria personalidade.

Quanto à relação ambígua consigo mesma, manifestada pela troca dos pronomes pessoais (referindo-se a si mesma como “tu” e ao outro como “eu”), podemos pensar na possibilidade de obsessão espiritual, já que com os desacertos do passado, muitos são os desafetos.

Uma análise mais profunda da disfunção da linguagem, pode ser feita a partir da hipótese proposta por Hermínio Miranda em seus livros “A alquimia da mente” e “Autismo, uma leitura espiritual”. Segundo o autor, normalmente ao reencarnar, o espírito se instala à direita do cérebro e por 2 ou 3 anos passa para o hemisfério esquerdo a programação da personalidade daquela encarnação. Neste período é formado o mecanismo da linguagem. No caso do autismo o espírito permanece –autísticamente- no lado direito, área não-verbal do cérebro, sem participar deste processo. É natural que este ser que vem compulsoriamente, sem interesses em envolver-se com as pessoas e o mundo, torne o seu sistema de comunicação com o ambiente, o mais rudimentar e precário possível. Encontramos informações que reforçam esta hipótese:

-1a sabe-se que o corpo caloso, estrutura que liga os dois hemisférios cerebrais, não desempenha durante os primeiros 2 ou 3 anos de vida, a função de separar faculdades dos dois hemisférios.

-2a a partir do segundo ou terceiro ano de vida é que o hemisfério esquerdo assume a linguagem.

-3a o autismo eclode até o terceiro ano de vida quando se percebe uma interrupção do desenvolvimento da linguagem.

Parece então que até os 2-3 anos as crianças vão se comunicando através dos 2 hemisférios, e a partir de então só se comunica quem tiver implantado no h.esquerdo esta função, o que não acontece com o autista.

VIII – Tratamentos:

O autismo é um quadro de extrema complexidade que exige abordagens multidisciplinares, visando a questão educacional e da socialização, assim como o tratamento médico.

O tratamento médico é realizado com medicamentos para reduzir sintomas como agitação e agressividade.

É importante dizer que pesquisas têm sido dirigidas no sentido de se encontrar medicamentos que estimulem a liberação de neurotransmissores específicos ou reproduzam os seus efeitos. Neurotransmissores que sejam responsáveis pelo funcionamento químico dos neurônios-espelho.

Do ponto de vista do espírito, por mais paradoxal que possa parecer, o remédio para o autismo é o próprio autismo como forma de drenagem perispiritual.

IX – Prognóstico:

Alguns pacientes autistas conseguem alcançar um certo nível de autonomia. A literatura mostra que alguns fatores estão ligados a um melhor prognóstico:

1- Significativa destreza verbal adquirida antes de instalada a doença.

2- Diagnóstico precoce e concentração de esforços tão cedo quanto possível. Tratamento e terapia devem ser iniciados quando a anormalidade é observada na criança pela 1a vez.

X – Conclusão:

Na certeza de que a diferença mais importante entre nós e nossos pacientes está em um pouco mais de boa vontade de nossa parte, e isto foi dito mais de uma vez pelo nossos mentores, cito mais uma vez o sr Hermínio Miranda para concluir este trabalho.

É necessário construir uma ponte para ligar o mundo externo ao mundo íntimo do paciente. É importante que não nos comportemos de forma autística, nos fechando nos nossos mundos de clichês, cheios de padrões, desinteressados em andar metade do caminho, na direção do paciente.

Uma possibilidade é tentar interpretar os seus sinais não-verbais. É bem verdade que não há muitas palavras no dicionário deles, mas a linguagem universal do amor também é não-verbal. Para se expressar através dela, há os gestos, a vibração sutil da emoção, da solidariedade, da paciência, da aceitação da pessoa como ela é, não como queremos que ela seja.

Se estivéssemos no lugar deles, como gostaríamos de ser tratados? É presumível que eles estejam fazendo tudo que lhes seja possível, dentro de suas limitações. Com um pouco de boa vontade de nossa parte, talvez concordem em tocar a mão que lhe estejamos oferecendo a fim de saltarem o abismo que nos separa!

XI – Referências bibliográficas:

1- Revista Scientific American

2- Revista Brasileira de Psiquiatria

3- CID 10

4- Autismo, uma leitura espiritual – Herminio Miranda

5- Alquimia da Mente – Herminio Miranda

6- Orientações mediúnicas, Grupo de Estudos de Espiritismo e Psiquiatria da AMEMG


Trabalho apresentado no MEDINESP, Congresso Médico-Espírita Nacional e Internacional, realizado em junho de 2007, São Paulo, SP. (Carlos Eduardo Sobreira Maciel – carlos.amemg@hotmail.com )


15 junho 2012

Enfermidades da Alma - Joanna de Ângelis


Enfermidades da Alma

Gravame de significado perigoso nos relacionamentos humanos é a intriga.

Perversa, é semelhante à erva daninha e traiçoeira que medra no jardim das amizades, gerando desconforto e agressividade.

A intriga é enfermidade da alma que se alastra perigosamente na sociedade, tornando-se terrível inimiga dos bons costumes.

O intrigante é sempre alguém infeliz e invejoso que projeta os seus conflitos onde se encontra, alegrando-se com os embaraços que proporciona no meio social.

À semelhança de cumpim sorrateiro, destrói sem ser vista, até o momento em que as resistências fragilizadas em suas vítimas, rompem-se, dando lugar ao caos, à destruição.

Muitas vezes, o insensato não faz ideia do poder mefítico da intriga, permitindo-se-lhe a manifestação verbal ou gráfica, pr falta de responsabilidade ou desvio de conduta psicológica.

Da simples referência a respeito de alguém ou de algum acontecimento adulterado pela imaginação enferma, surge a rede das informações infelizes que dilaceram as vidas que lhes são o alvo inditoso.

Ninguém, na Terra, encontra-se indene à difamação das pessoas espiritualmente enfermas, e, quando são atingidas pelas flechas das narrações deturpadas, permitem-se sucumbir, abandonando os propósitos superiores em que se fixavam, sem ânimo para o prosseguimento nos ideais abraçados.

Lamentavelmente a intriga consegue grassar com imensa facilidade em quase todos os agrupamentos sociais, religiosos, familiares, políticos, de todos os matizes, em razão da presença de alguns dos seus membros que se encontram em desarmonia interior.

Todo empenho deve ser aplicado para a vitória sobre a intriga.

Cabe àqueles que são devotados ao bem não darem ouvidos à intriga que se apresenta disfarçada de maledicência, de censura em relação a outrem ausente, aplicando o antídoto do silêncio nesse trombetear da maldade.

Cuidasse o intrigante do próprio comportamento e dar-se-ia conta do quanto necessita de corrigir, em si mesmo, ao invés de projetar no seu próximo o morbo infeccioso.

Toda censura com sinais de acusação é filha da crueldade que se converte em intriga.

São célebres as intrigas das cortes, nas quais os ociosos e inúteis, compraziam-se em tecer redes vigorosas que asfixiavam as melhores expressões do trabalho, que mesmo imperfeitas ou necessitadas de aprimoramento, produziam para o bem...

Nada se edifica ou se faz sem o exercício, em cujo início os equívocos têm lugar.

As mais colossais realizações são resultado de pequenos ou incertos tentames.

O intrigante, porém, sempre ativo e vigilante, porque insidioso, logo se apropria da mínima falha que se observa em qualquer projeto para investir furibundo e devastador.

* * *

Jesus referiu-se com firmeza àquele que vê o argueiro no olho do próximo, embora a trave pesada que se encontra no seu.

Sê tu, no entanto, aquele que adota a complacência, que compreende o limite e a dificuldade do outro.

Fala, quando a tua boca possa cantar o bem de que está cheio o teu coração.

A palavra enunciada torna-te servo, enquanto que a silenciada faz-te dela senhor.

Não estás convidado para vigiar o próximo, mas para conviver e trabalhar com ele.

Tocado no sentimento pelo amor, usa a bondade nas tuas considerações em relação às demais pessoas com as quais convives ou não.

Faz-te a criatura gentil por quem todos anelam, estando sempre às ordens dos Mensageiros da luz para o serviço da fraternidade e da construção do bem no mundo.

A palavra é portadora de grande poder, tanto para estimular, conduzir à plenitude, assim como para gerar sofrimento, destruição e amargura...

Guerras terríveis, representando a inferioridade humana, surgiram de intrigas de pequeno porte, que se tornaram ameaças terríveis...

Tratados de paz e de união também são frutos do acordo pela parlamentação e pelos diálogos, pelas decisões de alto porte.

Tem, pois, cuidado com o que falas, a respeito do que ouves, vês ou participas. Serás responsável pelo efeito das expressões que externes, em razão do seu conteúdo.

Convidado a servir na Seara de Jesus, mantém-te vigilante em relação a esta enfermidade contagiante: a intriga!

Tentado, em algum momento, a acusar, a criar situações danosas, resiste e silencia, legando ao tempo a tarefa que te compete.

Isso não quer dizer conivência com o erro, mas interrupção da corrente prejudicial, mantida pela intriga. Antes, significa também a decisão de não vitalizar o mal, mantendo-te em paz, sustentado pela irrestrita confiança em Deus, na execução da tarefa abraçada, seja ela qual for.

A intriga apresenta-se de forma sutil ou atrevidamente, produzindo choques emocionais que se transformam em dores naqueles que lhes padecem a injunção cruenta.

* * *

Allan Kardec, o nobre mensageiro do Senhor, preocupado com o próprio e o comportamento dos indivíduos, buscando uma diretriz segura para evitar a intriga e outros desvios na convivência social, indagou aos Guias espirituais, conforme se lê na questão 886, de O Livro dos Espíritos:

-Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

E eles responderam com expressiva sabedoria:

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

Nessa resposta luminosa encontra-se todo um tratado de ética para o bem viver, ser feliz e contribuir para a alegria dos outros.

Joanna de Angelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco,na reunião mediúnica de 23 de janeiro de 2012,no Centro Espírita Caminho da Redenção,em Salvador,Bahia.

14 junho 2012

Silêncio Na Casa Espírita - Elisete Cusin Alcon


Silêncio Na Casa Espírita

Introdução:

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro.
Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.

Rubem Alves

Por que será que o silêncio é considerado tão importante na casa espírita?

Se vocês tivessem que ler um contrato muito longo, em um ambiente onde estivessem reunidas mais de cinqüenta pessoas conversando ao mesmo tempo, você teria condições de entender o contrato a ponto de assiná-lo e concordar com todas suas entrelinhas?

Provavelmente a sua resposta e a da grande maioria aqui presente seriam que NÃO. O barulho que com certeza provoca o desvio da atenção desperdiçaria o trabalho da leitura deste documento e, com certeza teríamos que recomeçar várias vezes para chegarmos a um nível mínimo de compreensão e, a cada vez que houvesse esse recomeço estaríamos gastando muito mais energia do que normalmente o faríamos em uma situação de concentração total ao conteúdo exposto.

Algo muito parecido com essa situação acontece em todas as reuniões assistenciais de um Centro Espírita, quando as pessoas não se preocupam que estão em um espaço que requer silêncio e oração e passam a conversar entre si.

Entendamos aqui SILÊNCIO como algo muito maior que o simples sentido literário da palavra, pois neste caso especificamente o SILÊNCIO é muito mais do que isso!

Permanecendo em silêncio, nos voltamos para nosso interior em um momento de reflexão, o que nos faz pensar no porque de estarmos aqui, nossas angústias, nossos problemas, nossas ansiedades e reais necessidades. Mas, maior do que toda essa interiorização é o descobrimento do tamanho da nossa FÉ, pois esse é um momento de entrega, onde naturalmente conversamos com DEUS, uma conversa informal de amigo para amigo.

É a partir dessa sintonia, que podemos tirar o máximo de proveito desse momento especial, onde as boas energias circulam a nossa volta como pequenas luzes representadas pelos nossos amigos espirituais que estão aqui disponíveis e contando com nossa colaboração para que tudo saia conforme determinação de nosso Deus em sua infinita bondade.

Silêncio e prece!!! Eis a fórmula que nos aproxima de Deus!! Quando entramos em prece, vamos nos distanciando das coisas negativas e passamos a absorver o que é bom, o que é positivo.

Sentimos um bem indefinível e, vamos sentindo a esperança brotar dentro de nós. Novas perspectivas, novos pontos de vista, novos caminhos. É como se a luz da esperança entrasse pelas arestas de nossa alma.

O ambiente da Casa Espírita é reflexo do entendimento de seus freqüentadores do quanto este local pode ser definido como um hospital de almas. É como se aqui e agora tivéssemos refletida no espaço uma verdadeira UTI, igual as nossas aqui da terra e, não é só isso, em cada ambiente desta nossa casa, companheiros da espiritualidade estão trabalhando. Este trabalho invisível aos olhos da carne, não acontece só hoje, neste dia em que nos reunimos para aprender um pouco mais sobre o Evangelho de Jesus; mas sim todos os dias, dia e noite, pois por aqui passam há todos instantes espíritos necessitados de auxílio, e nossa equipe espiritual, está agindo vinte e quatro horas por dia, por todos assistidos desta nossa casa e, neste elenco está cada um de vocês.

O sucesso deste auxílio depende em muitos aspectos da harmonia e energia que aqui se encontram e essa energia e harmonia, dependem em grande parte de todos nós que aqui estamos. Devemos estar em nossa Casa Espírita, como estaríamos em um hospital, de forma respeitosa, mantendo o silêncio e a oração.

Claro que tem momentos em que seja necessário falar, mas vamos falar em tom baixo e procurar ser o mais breve possível. Isso atribui-se aos assistidos e aos trabalhadores, afinal todos juntos sem exceção, formamos o elo forte e imprescindível dessa corrente que formamos junto com a espiritualidade.

Somos a alicerce que funda essa obra de assistência, amor e dedicação ao próximo e é dessa forma que encontraremos a harmonia com os trabalhadores espirituais e estaremos contribuindo humildemente com todos os trabalhos operados neste dia tão importante de nossa Casa.

Entendemos que muitas vezes é difícil manter-nos em silêncio e oração, afinal são tantos os motivos de distração: amigos que se reencontram, crianças que brincam calor excessivo e tantos outros fatores. Muitas vezes uma situação inconveniente é inevitável, mas vamos tentar fazer esse inevitável em ordem, pois não podemos esquecer que aqui e agora neste exato momento necessitados de toda espécie estão sendo tratados, nossos olhos físicos não vê, mas com certeza nosso coração pode sentir e dentre esses necessitados podemos estar nós mesmos ou aquele que está aí ao seu lado e sua atitude pode definitivamente influenciar na eficiência desse atendimento e sabe por quê? Porque cada um de nós aqui reunidos, podemos nos considerar um trabalhador da Casa Espírita, pois a caridade pode ser feita por qualquer um que deseje isso sinceramente. Basta que seu coração esteja repleto de amor e humildade, que você esteja predisposto a ajudar aquele que precisa e pode estar aí exatamente do seu lado. Deus nos dá todas as oportunidades, precisamos percebê-las.

A caridade pode ser feita em silêncio!! Com uma oração sincera, porque com certeza aquele irmãozinho que estiver necessitando, seja ele encarnado ou não, receberá as bênçãos de amor que ela emana. Uma oração tem poderes que na maioria das vezes não somos capazes de imaginar. Bendita seja essa ferramenta que não nos custa nada. Basta conversarmos com Deus, sem medo de errar, sem frases prontas, apenas sermos sinceros.

A caridade pode ser feita com o toque da tua mão, com um olhar, um sorriso, das formas mais simples. Basta querer, basta estar disposto.

Portanto queridos irmãos, aproveitem esse momento de espera pelo início de nossa reunião e ore!! Ore e ajude aquele companheiro que está fazendo barulho, ainda sem muito entendimento dos mecanismos da espiritualidade, conversando sobre os mais variados assuntos, para que assim ele possa se equilibrar e receber todas as boas energias que emanará desta prece.

Aproveita este momento e te reconcilie com a espiritualidade e acima de tudo com você mesmo. Embora sozinhos ainda sejamos um pequeno grão de areia, façamos a nossa parte incentivando aquele que não está fazendo a fazer.

Seja o exemplo, porque mais que palavras, o que ecoa são as atitudes. São elas que serão lembradas.

Sirvamos de exemplo para tudo.

Dessa forma, com silêncio, oração, bons exemplos, respeito, boa vontade que criaremos condições favoráveis para que nossos amigos espirituais já nos encontrem prontos, sem a necessidade de remover toda aquela carga negativa que trazemos de fora, devida às nossas aflições, desesperanças, medos. Vamos colaborar, pois assim nossa equipe assistencial concentrará todos os seus esforços diretamente sobre os nossos problemas e inquietações e, com certeza, alcançaremos todo o bem que pudermos e formos merecedores.

Viu como é ajudando que se é ajudado??

Façamos a nossa parte!!

Autoria: Elisete Cusin Alcon
UECPL - Palestra 02.03.2012
www.uecpontodeluz.com.br