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29 setembro 2006

Sê Alguém, Faze o Mesmo - Joanna de Ângelis

Quando estavas a ponto de desequilibrar-te, alguém, um amigo devotado, ofertou-te os elementos para a harmonia.

Quando te encontravas em plena rampa da loucura, alguém, um familiar gentil, constituiu-te apoio e segurança para a recuperação.

Quando sofrias a incompreensão de muitos, alguém, um estranho bondoso, fez-se-te instrumento de confiança, oferecendo-te fraternidade.

Quando, desanimado, padecias a injunção constritora do autocídio, alguém, um desconhecido afável, acenou-te oportunidade nova.

Quando tudo parecia conspirar contra os teus planos de progresso, alguém, um colega fiel, por quem tinhas apreço, tornou-se o fator da tua ascensão.

Quando a enfermidade te deperecia as forças e a solidão assenhoreava-se dos teus dias, alguém, um silencioso amor, surgiu e restabeleceu as tuas energias repletando de sol a tua noite íntima e de companhia a tua vida.

Há sempre alguém lidando, esperando, cooperando em favor de todos nós.

Desconhecido ou amigo, afeto ou familiar, transeunte ou companheiro, esse alguém é o símile do Samaritano bondoso se nobre, a que se refere a parábola evangélica.

Diligente, atento e amigo, ele chega e age, oferecendo recursos e doando-se com inusitada dedicação, a fim de reerguer o abatido e socorrer o tombado na via evolutiva.

Todas as criaturas já o defrontaram e dele receberam ajuda.

Ele chega, ampara, ama e vai-se adiante.

Não reclama, não faz um rol dos próprios atos bons.

Segue-lhe o exemplo.


Não digas que da vida recebeste somente o fruto amargo da desilusão ou encontraste apenas a ajuda negativa do desespero.

Não relacionem os males, os acidentes defrontados.

É certo que há almas em desequilíbrio, produzindo desaires. São a minoria ágil, movimentada.

Não tomes os maus exemplos para teus exemplos. Nem te fixes neles.

Indagado pelo farisaísmo doentio, que tentava surpreendê-Lo em equívoco, Jesus respondeu com ternura e energia ao astucioso inquiridor que fingia desconhecer quem era o seu próximo: - Sê como aquele que usou de misericórdia para com o infeliz. "Vai, tu, e faze o mesmo." Faze, também tu, o mesmo, sendo o alguém para quem esteja em rude prova na rota por onde segues.

Livro: Oferenda - Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo P. Franco

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