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31 julho 2018

Anarquia - Divaldo P.Franco



ANARQUIA


A anarquia é uma teoria política que rejeita a existência de um governo, conforme os melhores dicionaristas. Trata-se de uma ideologia que não é a favor de nenhum tipo de hierarquia ou dominação imposta.

O anarquista é alguém rebelde, de reações primárias, que somente se atribui direitos, permitindo-se desrespeitar as leis e os direitos dos demais. Portador de violência, compraz-se em desarticular tudo quanto se realiza em ordem e disciplina, estimulando outros portadores do mesmo distúrbio moral à agressividade e à destruição.

No dia 14 de julho recente, a França e o mundo recordaram a Revolução de 1789, iniciada com a queda da Bastilha, em Paris, que abriu para a humanidade entre outros valores, as liberdades democráticas, a queda do poder divino dos reis, o absolutismo do clero e das classes denominadas aristocráticas. É verdade que, mais tarde, em razão de alguns psicopatas, derrapou para os alarmantes dias do Terror.

O ideal dos filósofos revolucionários facultou a libertação de muitos povos que foram estimulados a tirar das costas o fardo da opressão...

Evocada com emoção e aplaudida pelo povo que acompanhou as celebrações promovidas pelas autoridades, no dia seguinte, com a vitória da França no campeonato mundial de football, os anarquistas, que não se puderam manifestar anteriormente com as forças da sua destruição, transformaram Paris em um caos, com a agressividade e a violência, arrebentando e incendiando casas comerciais, bancas de jornais, monumentos públicos, quais bárbaros sedentos de sangue e alucinados.

Foi um espetáculo dantesco e indigno de uma sociedade culta e civilizada, levando a graves e sérios prejuízos pessoas honestas e trabalhadoras, assim como ameaçando de agressão física a qualquer indivíduo que se lhes opusessem.

Infelizmente, espetáculos dessa natureza repetem-se amiúde, demonstrando o estágio primário em que muitas pessoas ainda se encontram.

Por esta razão, Allan Kardec denominou a Terra como um planeta de provas e expiações, a caminho de mundo de regeneração.

Indispensável que todos os cidadãos compreendam que os direitos humanos são invioláveis e numa sociedade democrática todos têm o direito de viver com dignidade, sendo respeitados e compreendidos, nada justificando as explosões e os distúrbios dessa minoria desequilibrada que lhe pesa na economia moral.

Para esses desordeiros, o júbilo assim como a perda, constituem motivo para que arrebentem as amarras do equilíbrio e deem expansão à selvageria neles em ebulição.

À educação compete domesticar o lobo que ainda existe na alma humana, pacificando-a e contribuindo para a felicidade do ser primitivo, assim como a de todos os demais em conjunto.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 26.7.2018

30 julho 2018

Sofrimentos e doenças são heranças de nós mesmos - Jorge Hessen




SOFRIMENTOS E DOENÇAS SÃO HERANÇAS DE NÓS MESMOS



Os sofrimentos e as doenças compõem a lista das provas e das vicissitudes da vida terrena e são inerentes à grosseria da natureza material da Terra e à imperfeição moral do homem. Nos orbes mais avançados, física ou moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades da Terra.

Sob o ponto de vista espírita, analisamos as doenças usualmente como espelhos dos distúrbios psicossomáticos. Tanto a medicina quanto a psicologia estão percebendo que não existe separação na inter-relação da mente e do corpo que transitam nos múltiplos contextos da vida social, familiar, profissional e pessoal. Ademais, há, sem dúvida, distintas ocasiões em que as “enfermidades” do corpo são convocadas para “curar” as ulcerações da “alma”.

“Mens sana in corpore sano”, ou seja, “mente sã num corpo são” é uma referência atribuída ao poeta romano Juvenal. A intenção do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações ingênuas, ao passo que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Podemos proferir que a frase de Juvenal é uma afirmação de que somente uma mente sadia pode produzir ou sustentar um corpo saudável.

É verdade! As células do nosso organismo se alimentam do mesmo teor das nossas vontades, pensamentos e desejos. Tudo que se passa na mente se passa no corpo. As doenças nascem não só do descuido com o corpo, mas principalmente da negligência sobre a nossa forma de pensar. A invasão microbiana comumente está vinculada a causas espirituais que fragilizam a imunidade biológica; assim sendo, as doenças nascem da mente desorganizada. E dentre os causadores de doenças estão a raiva, a mágoa, as frustrações, o rancor, a inveja, o sentimento de culpa.

Nossas imperfeições morais provocam naturalmente os sofrimentos e as moléstias do corpo físico. As emoções malsãs atingem imediatamente o corpo físico, que serve como um dreno por onde escoam essas potências negativas. Muitas vezes os acúmulos de emoções não escoam, não fluem; ficam presos ao corpo físico e se manifestam em algum órgão em forma de grave doença.

Somos livres para fazermos o que quisermos, mas também somos os responsáveis pelos atos que originam consequências naturais. Recebemos da vida aquilo que à vida oferecemos. Colhemos o que plantamos, pois os nossos males morais são provocados por nós mesmos; daí compete somente a nós modificá-los, a fim de que a doença não se instale em nossa vida como teste compulsório contra os desvios de conduta.

Os mecanismos de causa e efeito não têm caráter punitivo, mas educativo. Enquanto permanecermos na imperfeição moral o sofrimento e as doenças serão reflexos naturais das nossas livres escolhas, convidando-nos para as obrigações de esforços do aperfeiçoamento espiritual a fim de refazermo-nos conosco mesmos.

Em resumo, ainda que sob o tacão das provas e expiações, somos e sempre seremos herdeiros de nós mesmos, pois encontramo-nos em processo de crescimento interior na busca da auto iluminação, que é o destino do qual nenhum de nós consegue escapar.


Jorge Hessen

29 julho 2018

Fake news e responsabilidade cristã - Artur Valadares



FAKE NEWS E RESPONSABILIDADE CRISTÃ


São muitos os “falsos profetas” que se protegem no anonimato dos recursos tecnológicos

Um fenômeno singular e preocupante que tem marcado a era digital e altamente conectada em que vivemos é, sem dúvida, o das chamadas fake news, isto é, a divulgação e a disseminação pelas mídias e redes sociais de notícias falsas de toda espécie.

Segundo reportagem do jornal Estado de Minas, de janeiro de 2018: “Um levantamento realizado pelo Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai) da Universidade de São Paulo (USP) revela que essa ameaça é bem maior do que se imaginava. Somente nas redes sociais, 12 milhões de brasileiros compartilham informações inverídicas, as chamadas fake news.”[1]

Outra reportagem, desta vez da Folha de S. Paulo, de março de 2018, evidencia ainda mais a dimensão do problema ao relatar os resultados de uma pesquisa realizada pelo renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology), que concluiu: “Notícias falsas, as chamadas fake news, espalham-se pelas redes sociais de forma mais rápida, mais fácil e mais ampla do que as notícias reais. O motor da mentira não é composto só por robôs. São as próprias pessoas que, levadas por sentimentos de surpresa, repulsa e medo, compartilham as fake news de forma abundante.”[2]

Diante desse cenário e dos momentos pelos quais a civilização terrestre passa atualmente, é quase inevitável a associação com uma das falas de Jesus em seu conhecido Sermão Profético, em que, desvelando os séculos futuros, o Divino Mestre nos revelava algumas das características do processo de transição planetária, ora em curso na Terra: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.”[3]

De fato, quantos não têm sido os “falsos profetas” que se aproveitam do anonimato que os recursos tecnológicos lhes proporcionam para semear a mancheias a falsidade, buscando atender a seus interesses mesquinhos – muitas vezes criminosos –, em detrimento da ética e da paz, da ordem e da harmonia social? Quantas calúnias, difamações e maledicências, sempre tão prejudiciais, não têm tido aí a sua origem? Por outro lado, quantos não têm sido aqueles que, invigilantes e imprudentes, têm contribuído para que essa problemática se amplie, divulgando e compartilhando conteúdos falsos e duvidosos em suas mídias e redes sociais? E, pior, quantos destes não pertencem às fileiras espíritas e cristãs?

Como consequência, acaba por estabelecer-se na sociedade um ambiente de crescente desconfiança, insegurança e medo, onde se proliferam os antagonismos, as dissidências, a revolta, o ódio, enfim, o egoísmo com todas as suas consequências lamentáveis para a vida social, especialmente nos momentos de crise. Abalam-se, assim, as relações entre os indivíduos, que passam muitas vezes a enxergar seu semelhante como um inimigo em potencial, com algum interesse oculto em prejudicar-lhe. A mesma lógica se aplica às instituições. Com isso, muitos acabam por colocar-se na defensiva em relação aos demais, isolando-se cada vez mais no cárcere do próprio egoísmo. Da “abundância da iniquidade”, o amor e a caridade de muitos termina por “esfriar”, exatamente como descrito pelo Cristo, há dois mil anos, e como reforçado por Fénelon, em O Livro dos Espíritos:

“O choque, que o homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta, por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que com os outros.”[4]

Naturalmente, as repercussões negativas desse crescente egoísmo logo se fazem sentir na sociedade como um todo, e mesmo na família, conforme sintetizado por Pascal em O Evangelho Segundo o Espiritismo:

“O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito.”[5]

No que diz respeito a nós, espíritas, de maneira mais específica, podemos identificar um sem-número de mensagens e alertas falsamente atribuídos a lideranças, expositores, médiuns e Espíritos reconhecidos em nosso meio sendo compartilhados sem qualquer análise ou critério, em total contradição com o espírito de ponderação, lógica e bom senso apresentado pelo Codificador. Mais do que isso, menosprezando muitas vezes a fé raciocinada e a própria caridade cristã, que deveriam ser os elementos norteadores de cada uma de nossas ações.

Quantos males, desse modo, não têm nascido dessa postura invigilante e imprudente que, distanciada do senso de responsabilidade e da sensatez, não medita no alcance e nas consequências de suas ações? Males que afetam a nós mesmos e à sociedade, como também à própria Doutrina Espírita, tantas vezes associada ao sensacionalismo e à superstição em mensagens inverídicas que acabam por deturpá-la e diminuí-la perante muitos.

Por esse motivo, alerta-nos o benfeitor Emmanuel categoricamente:

“Falsos discursos enganaram indivíduos, famílias e nações. Acreditaram alguns em promessas vãs, outros em teorias falaciosas, outros, ainda, em perspectivas de liberdade sem obrigações. E raças, agrupamentos e criaturas, identificando a ilusão, atritam-se, mutuamente, procurando a paternidade das culpas.

“Muito sangue e muita lágrima tem custado a criação do verbo humano. Impossível, por agora, computar esse preço doloroso ou determinar quanto tempo se fará necessário ao resgate preciso.”[6]

É imprescindível, portanto, que nós, espíritas e cristãos, repensemos nossa postura diante desse quadro, a fim de que não nos contemos também entre esses falsos profetas que contribuem para a manutenção desse estado de coisas. É preciso que meditemos em qual tem sido a influência que temos causado naqueles que nos cercam, no tipo de emoções, pensamentos e ideias que temos semeado em seus corações e mentes.

Sejamos, antes, profetas da paz, da alegria e da esperança. Da educação, da verdade e do bem. Enfim, profetas de um novo tempo, de uma nova sociedade, em que a fraternidade, a caridade e o cumprimento do dever sejam realmente as bases das relações entre indivíduos e nações. Os verdadeiros profetas, que, conforme definem os Espíritos Superiores, são homens de bem[7], comprometidos com o bem coletivo e com as Leis do Criador.

Nesse sentido, vale aqui recordar os três crivos de Sócrates resgatados por Irmão X em um de seus textos[8]: verdade, bondade e utilidade. Parafraseando o grande filósofo: “se o que intentamos passar adiante não é nem verdadeiro, nem bom e nem útil”, por que então fazê-lo? Se o conteúdo que iremos compartilhar não estimulará aqueles que o receberem a ser melhores, mais comprometidos com a verdade, com o bem e com o serviço aos semelhantes, por que então repassá-lo?

Busquemos, assim, analisar cuidadosamente cada notícia, mensagem ou informação que nos chega antes de passá-la adiante. Verifiquemos, antes de tudo, a sua procedência, se é verdadeira e confiável. Procuremos identificar a fonte original que a veiculou e a data em que isso se deu ou a obra de onde foi retirada. Em se tratando do discurso ou da fala de alguma autoridade política, civil ou religiosa, busquemos averiguar se realmente foi dita pelo indivíduo ao qual é atribuída. No caso específico de mensagens ou discursos atribuídos a Espíritos ou personalidades reconhecidas em nosso movimento espírita, além de verificar a sua origem, analisemos também o seu conteúdo doutrinário, a sua clareza, a sua coerência, a sua fidelidade aos princípios básicos da Doutrina Espírita e do Evangelho. Desconfiemos daquelas com algum caráter de misticismo, superstição ou sensacionalismo, ou daquelas que incitam a revolta, a violência e a desesperação, uma vez que o Espiritismo não se coaduna com tais características.

Somente agindo com cuidado estaremos minimamente precavidos para passar adiante um determinado conteúdo com mais segurança, contribuindo para a criação e a manutenção de uma ambiência social mais harmônica e, por conseguinte, para a atuação do Cristo e dos seus Mensageiros no mundo e em nosso próprio lar.

Estejamos, pois, vigilantes e despertos para a grave responsabilidade que temos por tudo aquilo que veiculamos diariamente através das nossas mídias e redes sociais, e mesmo em nossas conversas casuais, atentos às importantes advertências de Emmanuel para todos nós:

“Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?

“Um pouco de fermento leveda a massa toda. Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.

“Acautela-te, pois, com o alimento invisível que forneces às vidas que te rodeiam.”[9]

Artur Valadares
Fonte: O Clarim


Referências:

1. Portal Jornal Estado de Minas. 12 milhões de brasileiros compartilham fake news, diz pesquisa. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/01/02/interna_politica,928147/12-milhoes-de-brasileiros-compartilham-fake-news-diz-pesquisa.shtml

2. Portal Folha de S. Paulo. Fake news apelam e viralizam mais do que notícias reais, mostra estudo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/03/fake-news-apelam-e-viralizam-mais-do-que-noticias-reais-mostra-estudo.shtml

3. Mateus, 24:11,12.

4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Q. 917.

5. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 11, it. 12.

6. XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Cap. 165.

7. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Q. 624.

8. XAVIER, Francisco Cândido. Aulas da Vida. Pelo Espírito Irmão X. Cap. 28.

9. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Cap. 108.

28 julho 2018

Pontos Vulneráveis - Joanna de Ângelis



PONTOS VULNERÁVEIS


Nas tuas fraquezas estão os pontos vulneráveis, que deves revestir de forças. Os pontos vulneráveis representam a resistência de toda maquinaria, a segurança de cada indivíduo.

Inevitavelmente, as tentações se te acercam, ferindo-te a vulnerabilidade no fulcro das tuas deficiências.

Se te agradam as sensações mais fortes, sempre as defrontarás, atraentes, envolvendo-te e atormentando-te.

Se te espicaçam o interesse – a ganância e a cobiça – respirarás no clima dos onzenários.

Se te interessam a maledicência e a impiedade, sempre descobrirás imperfeições e deslizes alheios que aos outros passam despercebidos.

Se preferes a ociosidade e o comodismo, encontrarás justificativas para a preguiça e o repouso exagerado.

Se te afeiçoas à enfermidade, anotarás distúrbios e deficiências orgânicas, onde os outros defrontam recursos para exercitar o equilíbrio e a disciplina.

Cada Espírito é colocado onde lhe cumpre progredir, vinculado aos recursos de que necessita para superar-se e reparar os compromissos infelizes do passado.

A reencarnação traz o aprendiz de volta à experiência malograda, a fim de que se fixem os valores positivos que deve investir na mudança do quadro de provações que lhe dizem respeito.

Tendências e aptidões, boas ou más, ressumam do pretérito espiritual a fim de serem aprimoradas, tornando-se valiosas conquistas que impulsionam ao progresso e à paz.

A tua segurança interior depende da tua inclinação e preferência, cabendo-te a tarefa de renovar as forças e vigiar as fraquezas que se transformam, com o tempo, em equilíbrio e vigor.

No que delinquiste, trazes a “marca” íntima.

Conforme te comprometeste, renasces, com a “matriz” de registro.

De acordo com o erro, volves aos sítios familiares onde deves repará-lo.

Assim também ocorre em relação às ações enobrecidas.

Elas te induzem ao crescimento espiritual com superação das próprias forças, na grande arrancada do Espírito.

Não te permitas concessões desconcertantes nem prazeres que anestesiam a razão e perturbam o sentimento.

Enfrenta as fraquezas, conscientiza-te dos teus pontos vulneráveis e constatarás quão fácil te será vencer as tentações e superar as más inclinações que te atormentam.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Do livro Alerta 
Psicografado pelo médium e orador Divaldo Franco



27 julho 2018

A Fraqueza dos Bons - Vania Mugnato de Vasconcelos



A FRAQUEZA DOS BONS


Filmes de ação, comumente, têm heróis que apanham, são ingênuos, pouco se defendem, quase morrem para, então, no último momento vencerem os que tripudiaram sobre eles. Este é o estereótipo da bondade hollywoodiana.

Tal modelo faz questionar as razões pelas quais a ficção idealiza este tipo de herói que não mostra força e poder até tudo estar do pior jeito e o sacrifício para alcançar a vitória seja muito maior. Talvez seja assim porque “a arte imita a vida” (Aristóteles, filósofo grego, 384 a.C. à 322 a.C.).

A vida, realmente, mostra que muitos “homens bons”, que não fazem o mal, são fracos por não agirem, corajosamente, preferindo o imediatismo à construção do futuro, por terem um instinto de autopreservação individualista mais intenso que o de solidariedade ao que é coletivo.

O que enfraquece os “homens bons” é que a bondade inativa não luta para superar as dificuldades, acomodando-se às piores situações. Afinal, a bondade verdadeira é inclinada a pensar no todo e sabe que o que é bem feito a ela retornará, não precisando ser egoísta. A bondade é calma, mas não é tola, não se permite enganar – ela trabalha.

Aliás, o Espiritismo tem duas assertivas que fazem refletir sobre essa questão:

Em O Livro dos Espíritos, questão 642, o codificador Allan Kardec pergunta: “Será suficiente não se fazer o mal para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura?”. A resposta, proveniente do mundo espiritual, diz “Não; é preciso fazer o bem no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer”.

Na mesma obra, questão 932, Allan Kardec questiona: “Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?” A resposta indica a responsabilidade dos bons pelo atual estado que vivemos – dizem os espíritos: “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

É preciso mudar a crença! Muitas pessoas boas ainda se sentem fracas, agem timidamente, pensam que basta não fazer o mal, não reconhecem sua força, falta-lhes vontade para a luta. O planeta está à deriva de atitudes, há mais comodismo que esforço por um mundo melhor; na prática tornamo-nos materialistas, faltando-nos o verdadeiro mergulho na bondade que semeará um melhor amanhã para todos.

Vania Mugnato de Vasconcelos


26 julho 2018

Não encontro Deus! – Orson Peter Carrara



NÃO ENCONTRO DEUS!


Essa afirmação é comum entre os que se decepcionam, se desesperam, os que não encontram respostas para os difíceis quadros do planeta e da vida individual e coletiva, também os que severamente se frustram com os quadros da hipocrisia e do egoísmo ou vaidade, ganância ou prepotência, que geram dores, angústias e sofrimentos sem conta. Não é preciso recordar a história humana em seus quadrantes mais sofridos, desde os primórdios da humanidade aos contínuos quadros das guerras, inclusive religiosas, até os pavorosos eventos de corrupção, mentira ou manipulações, não restritos às esferas do poder e suas ilusões.

Afinal, mata-se em nome de Deus; escondemo-nos em aparências para agir na obscuridade, mutilamos, corrompemos, traímos, roubamos – inclusive a paz alheia – e ainda nos maltratamos ou nos desprezamos, usando máscaras de hipocrisia, inclusive em nome da fé.

Visão pessimista? Não, infelizmente ainda nossa realidade humana. As lutas e a falsa compreensão do que é a vida e seus objetivos, colocam-nos em situações que exigem decisões nem sempre sábias ou generosas, que deveriam ser o norte do comportamento individual. Convenhamos, todavia, que faltam-nos ainda a sabedoria e a bondade, em sua feição real.

Daí as reações de desespero, dúvida, angústias, decepções e seus lamentáveis desdobramentos. Entre eles, a incredulidade, ou a ausência da fé.

Diante de enfermidades cruéis, fome, abandonos, solidão ou da desolação e as consideradas injustiças, com tantos extremos em todos os sentidos, a pergunta é inevitável: “Onde está Deus? Que permite tudo isso! Procuro-o, mas não O encontro!”

O que ocorre é que nossa visão é tão limitada, tão escassa, tão pequena e medíocre nossa maturidade que não conseguimos ver além das aparências.

Todavia, Deus está em toda sua magnífica obra. A começar por nós mesmos, seres simultaneamente iguais e desiguais num gigantesco processo de aprendizado. O desequilíbrio que se verifica nas situações é obra humana, hoje ou anteriormente como causa. A obra de Deus está na perfeição, ordem e equilíbrio do próprio universo, nas flores, na água, no sol, nas crianças, no ar que respiramos e na luz da consciência. E está principalmente na justiça misericordiosa. Há causas anteriores que nos escapam, que geraram os imensos desconfortos que infelicitam a vida humana hoje. E, por força de igualdade e justiça, mas principalmente bondade, com que Deus trata todos os filhos, vemos e vivemos os reflexos que afetam nossas vidas e a sociedade como um todo.

Mas a grandeza, a bondade, presença do Criador está em tudo. Basta contemplar os céus durante o dia ou as estrelas à noite. É preciso ir além das aparências sofríveis para entender uma ordem que rege a vida. Basta observar as flores ou os animais, a variedade de tudo que nos cerca e envolve, ou a gestação humana, o nascimento e mesmo a morte, para entender que há um poder sábio que tudo preside, com bondade, imenso amor e justiça.

A grandeza do mar e seus conteúdos, ou o infinito do Universo, a diversidade em tudo ou a incrível capacidade e criatividade humanas, o sentimento inato que guardamos de um Ser Supremo, a lógica na voz, no sentimento e na ação de benfeitores variados que aportaram no planeta em diferentes épocas – o maior Deles, o Cristo – conspiram convidando-nos a pensar mais a respeito e especialmente buscar Deus dentro de nós, na maravilha em construção que constitui cada ser. A própria preciosidade da vida e seus desdobramentos já indicam a presença e providência de uma inteligência acima de nossas mediocridades.

Deus está conosco, não distante! Aprendamos a agradecer pela vida e a Deus pelo que somos, com quem vivemos, pelas oportunidades, desafios e aprendizados e mesmo pelas adversidades, pois são elas que nos aproximam de Deus. A gratidão despertará a alegria de viver e libertará desses estados de ânimo, de desconsolo e decepção, para elevar-nos à esperança e ao trabalho útil do próprio crescimento, que redunda em favor de muitos. Avante, pois! Destemidos, prossigamos! Por que a dúvida? A vida conspira a nosso favor! E não se resume ao que vemos e vivemos aqui. Deus está em tudo, inclusive dentro de nós!

Orson Peter Carrara

25 julho 2018

Recomposição Espiritual - Emmanuel



RECOMPOSIÇÃO ESPIRITUAL



Há quem nos pergunte por que motivo nascem crianças nos recintos de assistência a companheiros em tratamento de moléstias mentais.

E responderemos com ligeira mostra do assunto.

No Mais Além, certo amigo acreditou poder superar o desafio das facilidades humanas e pediu vantagens de berço no Plano Físico, a fim de cumprir elevada missão.

Ressurgiu, para logo, na linhagem de pais generosos que lhe ficharam o nome, de imediato, na posse de avantajados recursos materiais.

Desenvolveu-se em refúgio respeitável e opulento.

Encontrou grupo familiar que estendeu apoio e compreensão.

Favorecido por educadores abnegados, senhoreou ingredientes dos mais valiosos para a formação da própria cultura.

Entretanto, em plena maioridade na experiência humana, por mais advertido fosse pelos princípios da fé que esposara, decidiu-se pelo abuso.

Traçou infeliz caminho a si próprio.

Sulcou de sofrimento o coração dos pais, feriu companheiros, desbaratou os próprios bens, suscitou a infelicidade de vastos agrupamentos domésticos, criou dificuldades e sombras e, por fim, precipitando-se em desregramentos sem nome, desencarnou em lamentável posição de criminalidade.

De regresso ao Mundo Espiritual, reconheceu amigos, recordou afeições, clareou o pensamento, reformulou pereceres, recompôs idéias e aceitou a culpa que lhe danificava a consciência.

Por mais se lhe dispensasse consolação, mais lhe doía o arrependimento.

Por mais se lhe prestassem favores, mais profundamente sentia o remorso que lhe arruinava todas as forças.

E isso, porque a apreciação de todos os fatos em si procedia dele próprio, no autojuízo a que todos nos submetemos tão mais intensamente quanto maior o discernimento que venhamos a desfrutar.

Decorrido algum tempo de revisão e reajuste, ei-lo com o novo requerimento de que se supunha necessitado.

Rogava, agora, às autoridades superiores, difícil reencarnação em ambiente obscuro e indefinível, em que quaisquer vantagens maciças lhe fossem sonegadas.

Foi assim que o vimos renascer, em espaço do Plano Físico totalmente consagrado ao tratamento de nossos irmãos alienados mentais, recanto esse do qual estamos a vê-lo emergindo muito pouco a pouco, em seus recursos espirituais, de modo a facear em futuro próximo o grave trabalho de reconquista de que se sente sequioso, de maneira a reinstalar-se por dentro da própria alma, no respeito a si Mesmo.

Como, pois, é fácil de entender, somos livres na escolha, mas nos resultados de nossas escolhas, quaisquer que sejam, de um modo ou de outro, com a nossa própria adesão voluntária à execução da Lei, a Lei sempre se cumprirá. 


Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Caminhos de Volta
Médium: Francisco Cândido Xavier

24 julho 2018

Ao médium consciente - André Luiz





AO MÉDIUM CONSCIENTE

 
Se a incorporação consciente é o campo de atividade que o Senhor te confia, na prática mediúnica, encontras, em verdade, a perseverança como sendo o maior imperativo de apoio e a dúvida sem proveito, por perigo maior. 

Convence-te, porém, de que o serviço paciente, a pouco e pouco, dirimirá, em definitivo, todas as tuas vacilações. 

Sê persistente no dever a cumprir e dias virão, nos quais distinguirá, em ti, de forma irretorquível, a legitimidade do fenômeno através de provas simples e várias: 

1. Manifestações por teu intermédio de personalidade que desconheces, identificadas por outros participantes da sessão. 

2. Comunicações de familiares e amigos por tuas faculdades, ofertando-te valores irrecusáveis de identidade. 

3. Ocorrências de sensação íntima na abordagem inicial desse ou daquele manifestante que, para surpresa tua, interrompe o transe, afasta-se e se comunica incontinenti por 
outro médium, na mesma reunião, revelando as mesmas idéias e o mesmo tom emocional que experimentavas, momentos antes. 

4. Diferenciação imediata dos teus estados psicológicos antes e após a sessão, quando se verificam intercorrências de tensão e desafogo semelhantes às da atmosfera carregada de forças. 

5. O teu próprio reajuste físico e moral, à medida que te consagras com pontualidade e devotamento às tarefas de cooperação com os Benfeitores espirituais e de assistência 
aos sofredores desencarnados. 

6. Elevação do teu índice de lucidez mental, depois de certo tempo de trabalho, em que se te rearticulam e alimpam as energias do espírito, pelo exercício constante do pensamento aplicado às boas obras. 

7. Manifestas claras vantagens espirituais hauridas mecanicamente por parentes e companheiros, cuja autoria não podes reivindicar. 

8. Reação do reconforto e regozijo dos enfermos melhoramentos ou recuperados que nem de longe conseguirias atribuir a ti próprio. 

9. Renovação a melhoria incontestáveis dos ambientes sociais e domésticos em que transitas, indiretamente beneficiados por teu concurso à desobsessão. 

10. Cobertura de confiança e alegria que fornecerás aos companheiros de equipes medianímicas diversas, por funcionares qual agente irradiante de fé renovadora e nobre estímulo no amparo geral aos seareiros do bem. 

Analisa as tuas indagações. 

Existe muita preguiça mascarada de dúvida, existindo até mesmo o médium cuja mediunidade todos reconhecem, prezam e valorizam, menos ele...


Pelo Espírito André Luiz
Do livro: Opinião Espírita
Médium: Francisco Cândido Xavier


23 julho 2018

Dias Amargos - Momento Espírita


 DIAS AMARGOS


Quando as notícias a respeito da violência nos chegam, nos sobressaltamos.Quando as notícias a respeito da violência nos chegam, nos sobressaltamos.

Pensamos, por vezes, que não existe lugar em que nos possamos sentir totalmente seguros.

Uma mãe vai buscar a criança na escola e, enquanto a acomoda no assento de trás do carro, alguém a surpreende, dando-lhe voz de assalto.

A reação imediata é angustiante, pois ela pensa unicamente na segurança do filho e como retirá-lo da situação de perigo.

Deixamos nossos filhos na porta da escola, os vemos adentrar o local. Imaginamos que, enquanto estiverem ali, estarão seguros.

No entanto, as chamadas balas perdidas os encontram nos bancos escolares, enquanto atentos buscam iluminar seus intelectos.

Vamos às compras, andamos pelo shopping quando um arrastão nos surpreende. E tudo é tão rápido que ficamos sem ação.

Por vezes, nos esquecemos até de eventual tentativa de nos ocultarmos, de nos protegermos, em algum lugar.

Violência cotidiana. Violência no trânsito onde a impaciência, a agressividade parecem ser a tônica de quem se encontra ao volante.

A impressão que se tem é de que estamos numa grande disputa para ver quem pode mais, quem chegará antes ao seu destino, quem conseguirá ultrapassar o outro.

Tudo isso nos torna desconfiados, amargurados, de tal sorte que, às vezes, a simples proximidade de alguém ao nosso lado, nos causa sobressalto.

Uma mensagem que chegue, de repente, no celular, nos acelera os batimentos cardíacos porque imaginamos se algo aconteceu a um dos nossos amados.

Deixamo-nos intoxicar pelo panorama ruim, pelas notícias de intranquilidade.

Sim, há muita maldade na Terra.

No entanto, de igual forma, existem muitos fatos positivos, muita gente se importando com o outro, muita gente investindo tempo e recursos para o bem-estar do seu semelhante.

De um modo geral, estamos demasiadamente focados nas notícias tristes e desumanas.

Em decorrência, alimentamos pensamentos negativos e acabamos contribuindo energeticamente para fortalecer a onda de violência e terror.

Seria importante que redirecionássemos o nosso foco. Que deixássemos de nos interessar tanto pelas notícias trágicas e buscássemos saber das coisas positivas que acontecem no mundo.Quando as notícias a respeito da violência nos chegam, nos sobressaltamos.

Pensamos, por vezes, que não existe lugar em que nos possamos sentir totalmente seguros.

Uma mãe vai buscar a criança na escola e, enquanto a acomoda no assento de trás do carro, alguém a surpreende, dando-lhe voz de assalto.

A reação imediata é angustiante, pois ela pensa unicamente na segurança do filho e como retirá-lo da situação de perigo.

Deixamos nossos filhos na porta da escola, os vemos adentrar o local. Imaginamos que, enquanto estiverem ali, estarão seguros.

No entanto, as chamadas balas perdidas os encontram nos bancos escolares, enquanto atentos buscam iluminar seus intelectos.

Vamos às compras, andamos pelo shopping quando um arrastão nos surpreende. E tudo é tão rápido que ficamos sem ação.

Por vezes, nos esquecemos até de eventual tentativa de nos ocultarmos, de nos protegermos, em algum lugar.

Violência cotidiana. Violência no trânsito onde a impaciência, a agressividade parecem ser a tônica de quem se encontra ao volante.

A impressão que se tem é de que estamos numa grande disputa para ver quem pode mais, quem chegará antes ao seu destino, quem conseguirá ultrapassar o outro.

Tudo isso nos torna desconfiados, amargurados, de tal sorte que, às vezes, a simples proximidade de alguém ao nosso lado, nos causa sobressalto.

Uma mensagem que chegue, de repente, no celular, nos acelera os batimentos cardíacos porque imaginamos se algo aconteceu a um dos nossos amados.

Deixamo-nos intoxicar pelo panorama ruim, pelas notícias de intranquilidade.

Sim, há muita maldade na Terra.

No entanto, de igual forma, existem muitos fatos positivos, muita gente se importando com o outro, muita gente investindo tempo e recursos para o bem-estar do seu semelhante.

De um modo geral, estamos demasiadamente focados nas notícias tristes e desumanas.

Em decorrência, alimentamos pensamentos negativos e acabamos contribuindo energeticamente para fortalecer a onda de violência e terror.

Seria importante que redirecionássemos o nosso foco. Que deixássemos de nos interessar tanto pelas notícias trágicas e buscássemos saber das coisas positivas que acontecem no mundo.

Seria importante que, sabendo de mortes violentas, de maldades e crimes expressivos, não comentássemos; que os lamentássemos intimamente e orássemos pelas vítimas e por seus agressores.Quando as notícias a respeito da violência nos chegam, nos sobressaltamos.

Pensamos, por vezes, que não existe lugar em que nos possamos sentir totalmente seguros.

Uma mãe vai buscar a criança na escola e, enquanto a acomoda no assento de trás do carro, alguém a surpreende, dando-lhe voz de assalto.

A reação imediata é angustiante, pois ela pensa unicamente na segurança do filho e como retirá-lo da situação de perigo. Deixamos nossos filhos na porta da escola, os vemos adentrar o local. Imaginamos que, enquanto estiverem ali, estarão seguros.

No entanto, as chamadas balas perdidas os encontram nos bancos escolares, enquanto atentos buscam iluminar seus intelectos.

Vamos às compras, andamos pelo shopping quando um arrastão nos surpreende. E tudo é tão rápido que ficamos sem ação.

Por vezes, nos esquecemos até de eventual tentativa de nos ocultarmos, de nos protegermos, em algum lugar.

Violência cotidiana. Violência no trânsito onde a impaciência, a agressividade parecem ser a tônica de quem se encontra ao volante.

A impressão que se tem é de que estamos numa grande disputa para ver quem pode mais, quem chegará antes ao seu destino, quem conseguirá ultrapassar o outro.

Tudo isso nos torna desconfiados, amargurados, de tal sorte que, às vezes, a simples proximidade de alguém ao nosso lado, nos causa sobressalto.

Uma mensagem que chegue, de repente, no celular, nos acelera os batimentos cardíacos porque imaginamos se algo aconteceu a um dos nossos amados.

Deixamo-nos intoxicar pelo panorama ruim, pelas notícias de intranquilidade.

Sim, há muita maldade na Terra.

No entanto, de igual forma, existem muitos fatos positivos, muita gente se importando com o outro, muita gente investindo tempo e recursos para o bem-estar do seu semelhante.

De um modo geral, estamos demasiadamente focados nas notícias tristes e desumanas.

Em decorrência, alimentamos pensamentos negativos e acabamos contribuindo energeticamente para fortalecer a onda de violência e terror.

Seria importante que redirecionássemos o nosso foco. Que deixássemos de nos interessar tanto pelas notícias trágicas e buscássemos saber das coisas positivas que acontecem no mundo.

Seria importante que, sabendo de mortes violentas, de maldades e crimes expressivos, não comentássemos; que os lamentássemos intimamente e orássemos pelas vítimas e por seus agressores.

Que a nossa contribuição fosse positiva. As pessoas são suficientemente infelizes pelas tragédias que padecem, não precisam ter o panorama das suas dores espalhadas e repetidas de todas as formas.Quando as notícias a respeito da violência nos chegam, nos sobressaltamos.

Pensamos, por vezes, que não existe lugar em que nos possamos sentir totalmente seguros.

Uma mãe vai buscar a criança na escola e, enquanto a acomoda no assento de trás do carro, alguém a surpreende, dando-lhe voz de assalto.

A reação imediata é angustiante, pois ela pensa unicamente na segurança do filho e como retirá-lo da situação de perigo.

Deixamos nossos filhos na porta da escola, os vemos adentrar o local. Imaginamos que, enquanto estiverem ali, estarão seguros.

No entanto, as chamadas balas perdidas os encontram nos bancos escolares, enquanto atentos buscam iluminar seus intelectos.

Vamos às compras, andamos pelo shopping quando um arrastão nos surpreende. E tudo é tão rápido que ficamos sem ação.

Por vezes, nos esquecemos até de eventual tentativa de nos ocultarmos, de nos protegermos, em algum lugar.

Violência cotidiana. Violência no trânsito onde a impaciência, a agressividade parecem ser a tônica de quem se encontra ao volante. A impressão que se tem é de que estamos numa grande disputa para ver quem pode mais, quem chegará antes ao seu destino, quem conseguirá ultrapassar o outro.

Tudo isso nos torna desconfiados, amargurados, de tal sorte que, às vezes, a simples proximidade de alguém ao nosso lado, nos causa sobressalto.

Uma mensagem que chegue, de repente, no celular, nos acelera os batimentos cardíacos porque imaginamos se algo aconteceu a um dos nossos amados.

Deixamo-nos intoxicar pelo panorama ruim, pelas notícias de intranquilidade.

Sim, há muita maldade na Terra.

No entanto, de igual forma, existem muitos fatos positivos, muita gente se importando com o outro, muita gente investindo tempo e recursos para o bem-estar do seu semelhante.

De um modo geral, estamos demasiadamente focados nas notícias tristes e desumanas.

Em decorrência, alimentamos pensamentos negativos e acabamos contribuindo energeticamente para fortalecer a onda de violência e terror.

Seria importante que redirecionássemos o nosso foco. Que deixássemos de nos interessar tanto pelas notícias trágicas e buscássemos saber das coisas positivas que acontecem no mundo.

Seria importante que, sabendo de mortes violentas, de maldades e crimes expressivos, não comentássemos; que os lamentássemos intimamente e orássemos pelas vítimas e por seus agressores.

Que a nossa contribuição fosse positiva. As pessoas são suficientemente infelizes pelas tragédias que padecem, não precisam ter o panorama das suas dores espalhadas e repetidas de todas as formas.

Pensemos: se fôssemos nós os envolvidos no problema, gostaríamos que os comentários se somassem e se multiplicassem?

Não seria melhor que alguém se aproximasse e nos transmitisse boas energias, um abraço, um aperto de mão?

Por isso, usemos a lente do bem, e busquemos fatos positivos na leitura da vida que nos cerca.

Sejamos luz, no mundo momentaneamente escuro.

Sejamos esperança para as almas amarguradas pela desilusão.

Com certeza, os dias amargos passarão!

Contribuamos para que isso se dê o mais rápido possível!


Redação do Momento Espírita

22 julho 2018

O que precisamos para sermos felizes? - Adriana Machado




O QUE PRECISAMOS PARA SERMOS FELIZES?


Eu acredito que não é tolice gastar uma ou duas páginas escrevendo sobre esse tema, porque, hoje, a maioria de nós não sabe a sua própria receita para ser feliz. A maioria de nós está usando a receita alheia para buscar alcançar uma felicidade que, a cada dia, percebemos que é efêmera e não se sustentará como meio eficaz para permanecermos felizes quando a alcançarmos... logo, logo, estaremos buscando outro meio para sentirmo-nos bem.

Por isso, faça essa pergunta para você e, agindo, aguarde o tempo necessário para ouvir ou enxergar a resposta da vida. Eu comecei lá no início deste artigo dizendo que não sabemos qual a nossa própria receita para sermos felizes e, se assim é, está na hora de procurarmos descobrir. Esta receita é particular, subjetiva, mas também é baseada em uma base coletiva que poderá ser colocada aqui.

Há dois mil anos, Jesus dizia que não veio modificar as leis e os profetas, mas dar-lhes cumprimento naquilo que é e que foi trazido. Ele veio nos descortinar a lei maior e que deveria estar em nossos corações e na prática de nossas escolhas: “Amar a Deus sobre todas as pessoas, seres ou coisas e ao seu próximo, como a ti mesmo”. Ele estava nos dando a receita para a nossa felicidade infinita. Ela nos traz uma regra de comportamento que adentrará em nosso ser tão profundamente que não deixará espaço para tristezas ou desilusões.

“Amar a Deus sobre tudo e todos” é entender que somos eternamente amados; que a nossa criação teve um propósito; e que Ele, que É Tudo e sabe Tudo, não errou conosco.

“Amar ao próximo como a nós mesmos”, é compreendermos que podemos dar tudo ao outro, porque não sairemos perdendo em nada. Esse tudo é o que já podemos repartir, pois, antes de dar, tivemos de acolher em nós mesmos o que construímos, para conseguirmos repartir o que é verdadeiramente nosso.

Se não tivermos essa compreensão, continuaremos sentindo que nada nos pertence, que não adianta repartirmos o que pouco parece que temos e que Deus não se importa nada conosco. Nossa felicidade não será completa, não porque não temos todas as ferramentas para esse fim, mas sim porque as temos e não sabemos como usá-las.

Na prática do nosso viver, é que as enxergaremos em nós e, assim, poderemos lubrificá-las e amolá-las para que sirvam a sua função de ferramentas perfeitamente utilizáveis para o reequilíbrio do nosso ser (espírito/matéria).

Para sermos felizes, precisamos amar a vida com tudo o que ela nos oferece sem rancor ou mágoa de quem quer que seja. Não se surpreendam em saber que um desses alvos dos nossos sentimentos menos gratificantes pode ser o nosso Eu por não compreendermos que podemos errar, por não compreendermos que ainda temos muito a aprender e, portanto, nos massacramos em punições e revoltas.

Quando é assim, além de nós mesmos, Deus está inserido neste alvo porque Ele está em nós e, como resultado, a nossa dor será infinitamente mais desoladora.

Se a vida está tranquila, sejamos gratos. Se a vida nos parece difícil ou tumultuada, sem esperança ou desoladora, sejamos gratos ainda mais, confiantes que podemos superar esse turbilhão e que não estaremos nunca sozinhos para tal enfrentamento. Deus está conosco. Jesus também está. Seus mensageiros nos acompanham e nos dão fôlego para sermos fortes e seguirmos em frente. Se acreditarmos nisso, tudo o que compõe a nossa receita pessoal de felicidade será conquistada ou simplesmente adaptada para um melhor viver.

21 julho 2018

Os gêmeos ante o afeto e a hostilidade na família - Jorge Hessen



OS GÊMEOS ANTE O AFETO E A HOSTILIDADE NA FAMÍLIA


A gestação de um novo filho na família é a possibilidade do reencontro de seres de vivências passadas no contexto do lar. Reencontro que se inicia no programa pré-existencial reencarnatório, planejado nos departamentos do além-túmulo. Nessa conjuntura há uma união tão intensa entre pais e reencarnante que o nascituro sabe, antes mesmo de renascer, se será acolhido ou rejeitado.

No caso de filhos gêmeos, são situações especiais que sempre despertam a atenção, tanto de cientistas como de espiritualistas. Várias teorias já foram sugeridas a fim de explicar os mecanismos determinantes da gemelaridade. Fatores ambientais e genéticos foram descritos como predisponentes a essa circunstância obstétrica. Todavia existem causas mais transcendes.

Analisemos uma programação para dois ou mais Espíritos reencarnarem na mesma família, considerando o risco de impedimento de gestação no porvir, considerando a vinda de um de cada vez, nesta hipótese, pode ser que a espiritualidade apresse a vinda de mais de um espírito unidos simultaneamente.

Suponhamos uma reprodução assistida mediante fertilização in vitro convencional ou injeção intracitoplasmática de espermatozóides. Ninguém consegue garantir que tais procedimentos possam ser reproduzidos com sucesso em longos intervalos. Ora, se existe a probabilidade de imediata gestação de mais de uma criança, deve-se valer da oportunidade, a fim de favorecer a reencarnação simultânea dos espíritos. Nesses casos, cremos que os técnicos reencarnacionistas do além-tumba agem de modo a antecipar o renascimento de dois ou mais Espíritos, considerando a incerteza de uma segunda gravidez; daí sobrevêm os gêmeos implantados em laboratórios.

Na verdade, a gravidez de gêmeos proporciona a chance de espíritos simpáticos reencarnarem juntos por identidade de sentimentos, além de servir como oportunidade de reconciliação de seres rivais. Frequentemente os gêmeos são espíritos que foram unidos em várias reencarnações. São amigos e possuem muita afinidade; entretanto, há exceções, nalguns casos em que os irmãos revelam a aversão mútua.

Os gêmeos podem ser espíritos afins ligados não só por seus laços de sangue, mas por uma extensa história de convivência espiritual como encarnados ou desencarnados, para uma convivência compulsória. Obviamente a matriz da afinidade entre dois irmãos, sobretudo se gêmeos, advém de Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de sentimentos e se sentem felizes por estarem juntos.

Mas se os gêmeos podem ter semelhança de caráter, podem também serem antipáticos, pois cada um é um mundo à parte, cada qual com os seus pendores. Portanto, não é de regra que sejam simpáticos os Espíritos dos gêmeos. Acontece que Espíritos adversários entendam de lutar juntos no palco da vida.

Assim, podem ser Espíritos inimigos que se reencontram na formação biológica, visando que se processe o perdão com mais eficiência, fato que não correu com os gêmeos Esaú e Jacó, netos de Abraão, que exibiam forte antagonismo recíproco, possivelmente também fruto de graves conflitos em vidas passadas que não ficaram resolvidos enquanto reencarnados.

Por essas razões devemos aprimorar, sem esmorecimento, as relações diretas e indiretas com os pais, irmãos, tios, primos e demais parentes nas lutas do mundo, a fim de que a vida não venha a nos cobrar novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas.

A estrutura familiar tem suas matrizes na esfera espiritual. Em seus vínculos, juntam-se todos aqueles que se comprometeram no além a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva.

A família é uma reunião espiritual no tempo, e por isso mesmo o lar é um santuário. Muitas vezes, mormente na Terra, vários de seus componentes se afastam da sintonia com os mais altos objetivos da vida.

Preponderam na família os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras. Todavia, como se observa hoje em dia, no clã familiar acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, que devem ser transformados em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro. Até porque, quando a família é ameaçada pela desunião doméstica, por qualquer razão, a sociedade perde a direção da harmonia e da paz.


Jorge Hessen