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30 setembro 2011

Teose Mental - Miramez


Teose Mental

A pureza dos pensamentos é, pois, condição de moralidade da criatura. A alma vestida dos fluidos da carne passa por duras provações, como lições que edificam no coração o bem sem exigências. O que chamamos de teose mental é a purificação da mente no que tange às idéias. Bem formadas, elas imantam todos os sentidos de energia divina, capazes de alegrar o Espírito em todas as investidas para o amor, condicionando vibrações no centro da vida onde pode ser gerada a fraternidade pura.

É necessário que busques nas leituras educativas o esclarecimento para que leves aos ambientes em que, pelas portas do sono, fores trabalhar no mundo espiritual, disposições positivas e comportamento sério, no que se refere à vida pura.

Ao levantares, não deixes que os teus pensamentos assimilem a maioria das idéias-forma que vêm a tua cabeça, carregada do pessimismo que, por vezes, entram no intervalo dos teus pensamentos como sendo tuas. Trabalha selecionando, como selecionas o que vais comer, beber e vestir. Esse esforço deve ser diário, para que a tua vida seja cheia de bons resultados, constituindo teu o dever de trabalhar no teu mundo interno, em busca da perfeição espiritual. Acompanha os grandes personagens que a história universal registra, almas que deixaram um rastro de luz para nos ajudar a carregar a nossa cruz, no calvário da própria vida.

Somos atacados por pensamentos inferiores, que se movimentam na psicosfera da Terra, pelos encarnados e desencarnados ainda sob a influência das paixões inferiores, nas vinte e quatro horas do dia. Jesus foi o ponto alto do mestrado, no que diz respeito à libertação das criaturas. Observa Seus ensinamentos em espírito e verdade, e passarás a preocupar-te contigo mesmo, sem que o egoísmo te faça escravo do materialismo convencional e portador do orgulho, bem como aos corações que desconhecem a verdade.

A tua vida feliz depende de ti: procura descobrir as tuas forças, que quanto mais usá-las no bem comum, mais elas gerarão no mundo da tua intimidade. A teose mental é uma realidade no espiritualista que deseja melhorar porque, queiramos ou não, a marcha de despertamento é uma realidade na nossa vida; no entanto, poderemos acelerá-la com o nosso próprio esforço individual, juntando experiências e acumulando luzes no celeiro da nossa vida.

Quando descobrires o teu horizonte de vida, quando assistires o sol da verdade nascer em ti, luzes e mais luzes aparecerão a te convidar para a felicidade que, se não existe ainda na Terra, já começou a aparecer pelo menos na mente dos de boa vontade. Eis a esperança do bom trabalhador no serviço da caridade, pela força do amor no coração. Sê um bom lutador, mas, começa dentro de ti mesmo, descobrindo as tuas potencialidades que, por vezes, dormem na tua intimidade, esperando o toque de luz, que o Senhor despertou na tua consciência.

Estamos em uma época, onde as duas humanidades se encontram para comemorar o dia da verdade, lançando mãos ao arado, sem olharem para trás. A tua mente gera pensamentos, que deves estudar de onde eles partem e como nascem. O teu esforço é valioso nesse sentido, e mesmo que os pensamentos surjam sem a tua participação no princípio, não deixes a boca anunciá-los para que não caias em novas tentações; concentra-te no bem e ama, que as forças superiores que dirigem e organizam todas as coisas te ajudarão em todos os momentos de aflições.

Deus nunca Se esquece dos Seus filhos, em qualquer condição em que estejam. E quem ajuda a si mesmo, recebe duas assistências: de Deus e dos próprios esforços: as duas, conjugadas, geram mais luz para a defesa de todos os interesses elevados. Os horizontes da vida deverão ser alargados pela disposição de todos nós, para a grandiosidade da vida imortal.

Começa hoje mesmo este trabalho de luz. Vê o que as tuas mãos, os teus pés e a tua cabeça estão fazendo. Remove, pela vontade, as idéias negativas, selecionando para o ninho da tua mente, a verdadeira harmonia de vibrações, que no amanhã ficará mais fácil a aquisição da tua felicidade, em se sentindo e vivendo o amor.


Pelo Espírito Miramez
Psicografia de João Nunes Maia
Artigo extraído do livro "Horizontes da Vida" - 2ª Edição - Ano 1991
Editora Espírita Cristã Fonte Viva


29 setembro 2011

Novo Método de Cura - Kelvin Van Dine


NOVO MÉTODO DE CURA

Um problema existe na sustentação do equilíbrio e da paz que nos pede reflexão. É o problema da melhoria. Para que isso aconteça na vida física, desde os egípcios, estamos na Terra aperfeiçoando a medicina.

A história da ciência de curar é um dos mais belos capítulos da história humana. Sacrifícios, abnegações, heroísmos, experiências. Tudo se tem feito para sanar enfermidades e extinguir aleijões, diminuir provas e arredar calamidades orgânicas.

Laboratórios de farmácias, hospitais e refúgios foram convocados à luta. E qualquer doente que nos seja querido, se cai de cama, obtém nossas vigílias e recursos para que se recupere tão de pronto quanto possível.

Isso quanto ao corpo. E no que concerne ao espírito?

A criatura que adoece das vísceras adoece também dos mecanismos mentais. Há viciações de conduta como há degenerescências do fígado. E se providenciamos remédio para as ocorrências hepáticas, porque espancamos* a mente do companheiro colhido em perturbação espiritual?

Se temos anestesia para extirpar uma formação cancerosa, porque não usar o esquecimento para acabar com um processo obsessivo que se agravou pelas adições de orgulho ou vaidade, inveja ou revolta com que foi acrescido?

Porque não tratar o ofensor como um doente, mais necessitado de carinho que de censura?

Se um amigo aparece espiritualmente deformado, seja nas aparências de azedume ou descaridade, auxiliemo-lo para o justo reequilíbrio.

Comecemos, de imediato, com a providência aplicada aos enfermos: fazê-los sentirem-se melhores. Ninguém dá fogo líquido ao portador de uma úlcera gástrica. Nunca reajustaremos o coração de ninguém a labaredas de crítica.
Esclareçamos as situações difíceis, corrijamos erros e estabeleçamos a verdade, mas sem exceder os limites da bondade humana e da responsabilidade de viver, como o cirurgião que restaura o órgão lesado sem destruí-lo a golpes de bisturi.

Que o erro existe, existe. Mas experimentemos um novo método de cura do erro. Façamos a criatura errada sentir-se melhor.

* No original: "esbordoamos"

Kelvin Van Dine
Washington, In: D.C., EUA, 9 Junho 1965.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Do livro "Entre Irmãos de Outras Terras" Médiuns: Francisco C. Xavier e Waldo Vieira

28 setembro 2011

Espírito Desencarnado não é Santo - Alamar Régis Carvalho


Espírito Desencarnado não é Santo

O grande problema de uma doutrina são os equívocos praticados por alguns dos seus profitentes. A Doutrina Espírita também é vítima disto, pelo que fazem alguns espíritas que, apesar da boa vontade que estão investidos no movimento e até mesmo da honestidade de propósitos, não se dão muito ao trabalho de entender bem os postulados doutrinários, a base fundamental da doutrina, na sua essência, e terminam prejudicando o entendimento do Espiritismo.

É exatamente por causa desses conhecimentos apenas superficiais da doutrina que ainda há muita prática igrejeira em nosso movimento, com todos os ingredientes do espírito de igreja, com as proibições, as obrigações, as censuras, as rezações excessivas, os rituais, as perseguições e todas essas coisas.

Analisemos aqui a questão da concepção dos espíritos pelos espíritas. Antes que eu faça a minha abordagem, vale relermos “O Livro dos Espíritos”, em seu livro segundo, que fala do “Mundo Espírita ou dos Espíritos”, da natureza dos espíritos de um modo geral, da influência deles em nossas vidas, etc.

É muito comum ouvirmos pessoas dizerem:

- “Esta coisa tem que ser assim, porque o Espírito tal disse que tem que ser assim, no livro tal”.

- “A nossa instituição vai ter que trabalhar desta forma, porque o mentor da casa disse que tem que ser desta forma”.

- “Fulano está errado e não deve ser levado a sério, porque o espírito tal, no livro tal, coloca a coisa de uma maneira diferente”.

- “Isto não é Espiritismo!!!!”.

Expressões como estas são ouvidas a todo momento no meio espírita. Daí resultam aquilo que chamo de “Espiritismos à moda da casa”, quando vários dirigentes, em diversas localidades, fazem do Espiritismo o que bem entendem, embora laborando na doutrina com honestidade e dedicação.

A grande confusão que existe é a concepção dos Espíritos, quando muitos os vêem como verdadeiros santos, donos absolutos da verdade, conhecedores de todas as coisas, perfeitos e infalíveis como se fossem o próprio Deus.

É preciso que todos nós espíritas entendamos bem aquilo que a obra básica da doutrina nos ensina, que diz que os espíritos desencarnados são exatamente os espíritos dos homens que viveram encarnados na Terra.

Se uma pessoa não foi espírita, quando encarnada, não vira espírita imediatamente à sua desencarnação. Poderá, depois de algum tempo, aceitar as idéias espíritas; do mesmo jeito que poderia aceitá-las, como muitos passam a aceitar, quando estão encarnados. Mas poderá também não querer aceitar.

Se uma pessoa, enquanto encarnada, viveu advogado aqui, praticando a advocacia como sua vocação e profissão, depois que desencarna não terá tendência para ser “espírito de cura”, já que não teve qualquer afinidade com a medicina ou a enfermagem. Continuará gostando do direito, das leis, dos “data venia”, do “vamos fazer uma juntada aos autos do processo”, do “transitado e julgado” etc.

Se um espírito foi padre ou freira, quando encarnado, amante da sua venerável igreja católica, não vai deixar de amar a sua igreja, depois que morre, por mais que tome consciência da sua condição de desencarnado, entenda a possibilidade da comunicação mediúnica, passe a usar um médium para se comunicar, crie simpatia pelo Espiritismo e resolva até escrever livros, exercendo o seu amor pela educação, pelo ensinar e pela aplicação dos seus conhecimentos de um modo geral.

Só que tentará passar para as pessoas, mesmo espíritas, orientações conforme a sua cultura adquirida que, queiramos ou não, trás o ranço católico. É natural que não vá passar idéias inquisitoriais, recomendações a determinadas formalidades, rituais ou qualquer procedimento católico que ele não aceita, do mesmo jeito que nos dias atuais já conseguimos identificar padres que, mesmo encarnados, não aceitam determinados dogmas e procedimentos que a sua igreja impõe. Antigamente o padre que se atrevesse a pelo menos insinuar que não aceitava pelo menos um dogma da igreja, era queimado sumariamente. Hoje a coisa está mais livre.

Nós temos um problema muito sério, no movimento espírita, no campo da moralidade, por exemplo, problema esse que gera outros para as pessoas.

Geralmente os Espíritos que são mais conhecidos no movimento espírita, que escrevem livros, que enviam mensagens através dos mais famosos médiuns, são pessoas que desencarnaram nas décadas de dez, de vinte, de trinta... mais ou menos.

Raramente nos vemos um espírito escrever algum livro pelo Divaldo, por exemplo, ou por outro médium, que tenha desencarnado na década de setenta. Falo desses espíritos que são considerados modelos doutrinários pelo movimento, não espíritos como aqueles da Editora Petit, embora respeitáveis.

Acompanhem o meu raciocínio:

Uma pessoa que viveu até a década de vinte, por exemplo, tendo desencarnado com 70 anos, mais ou menos, certamente deve ter nascido por volta do ano de 1850.

Que tipo de cultura ele adquiriu no período da sua vida como encarnado, acerca do que seria moral, da relação homem mulher, dos direitos do homem e dos direitos da mulher, etc, vivendo no período de 1850 a 1920?

Conceber a mulher como um ser inferior ao homem, que deveria se limitar aos afazeres domésticos, jamais a sair também para trabalhar fora, em igualdade de condições, era uma concepção machista desse espírito?

Claro que não. É machista hoje, nos nossos dias, mas no tempo dele era absolutamente normal, era o que era moral.

Discutia-se abertamente as questões sobre o sexo nas escolas? Nem pensar! Seria considerada a maior imoralidade.

Hoje o assunto é abordado, naturalmente, não apenas nas escolas, como também na televisão, onde até órgãos sexuais masculinos e femininos, em látex, são mostrados para crianças pegarem, vêem como funcionam, com câmeras mostrando em close, e ninguém mais se escandaliza com isto, a não ser mentes altamente poluídas e retrógradas que ainda existem nos dias atuais.

Mas o espírito em questão veria a coisa com essa naturalidade de hoje? Claro que não, veria como imoralidade conforme a cultura da sua época.

Mas aí há um outro questionamento que, de fato, tem fundamento:

Os espíritos, depois de desencarnados, continuam o curso das suas vidas normalmente, continuam os seus aprendizados, as suas buscas, pesquisas e aperfeiçoamento das suas idéias.

Nem todos.

Aqui na Terra, algumas pessoas concluem as suas graduações, nos diversos cursos superiores, e param por aí. São muitos os médicos que se formam, entram numa das vertentes das especialidades e ficam acomodados naquele conhecimento, sem se preocuparem com Mestrado, Doutorado, Pós Graduação em geral, participação em Congressos, Seminários, assinaturas de revistas e periódicos, porém trabalhando honestamente, lidando com dedicação, amor e respeito aos seus pacientes, no entanto estacionaram os seus conhecimentos.

Conheço oftalmologista formado há mais de 40 anos, que nunca fez qualquer pós graduação muito menos participou de congresso algum.

No Direito, nas diversas Engenharias e em todos os outros segmentos ocorrem a mesma coisa.

Você vai encontrar, entre os espíritos encarnados, alguns que, embora desencarnados na década de 20, continuaram a acompanhar o processo evolutivo, inclusive do plano encarnado e falam como se estivessem vivendo aqui hoje.

A Joanna de Ângelis, por exemplo, é um espírito que desencarnou em 1823, mas fala tranqüilamente sobre Carl Gustav Jung, que nasceu em 1875 e desencarnou em 1961, com um detalhe: Ela viveu no Brasil e ele na Suíça.

Mas tem outro detalhe que precisamos considerar: Ela foi freira, em várias das suas encarnações, inclusive na última, e como freira foi uma mulher extremamente digna, honesta e moralmente elevada.

Por estar em Paz com a sua consciência, já que o postulado espírita, que ela também passou a admirar, diz que A Lei de Deus está escrita na nossa consciência, ela obviamente deve conceber a sua vida como freira absolutamente correta e os conceitos obtidos no seio católico como sendo morais.

Continua freira, o que é absolutamente normal. Tanto que quando se apresenta a algum médium vidente, está sempre com a vestimenta de freira.

Outro aspecto que deve ser considerado:

O fato de um espírito desencarnado entender que ele pode se comunicar com o mundo material através de um médium, possibilidade que vem sendo dita pelo Espiritismo há muito tempo, não quer dizer que ele aceite o Espiritismo, se não aceitava enquanto encarnado.

Tenho mais um exemplo a citar:

Com o médium José Medrado, trabalham vários espíritos, com destaque para aqueles que gostam de pintar quadros.

Acontece que no meio deles, tem um que é padre e que não aceita o Espiritismo.

Veja só que coisa mais interessante: Se o Medrado participar de algum evento de pintura mediúnica em alguma instituição espírita, esse espírito se recusa a comparecer e, obviamente, não pinta nada. Mas se o evento acontece em um clube ou qualquer lugar neutro, já que é comum o citado médium realizar esse tipo de trabalho em ambientes não espíritas, olha ele lá, já querendo lugar na fila.

Vá explicar uma coisa dessa.

Segundo relata Medrado, trata-se de um espírito dócil, bom e carinhoso, mas pensa desse jeito e exige que todo mundo respeite o seu modo de ser, o que é um direito que ele tem.

Deixa de ser bom por causa disto?

Se você quiser me qualificar como alguns dirigentes me qualificam, pela minha absoluta independência de pensamento, que qualifique, mas eu, sinceramente, não leio obra espírita nenhuma, seja do espírito que for, já com a idéia preconcebida de que tudo o que vou ler ali é a verdade absoluta, que não deve ser discutida e nem questionada.

Se eu questiono até o Evangelho, que foi colocado no mundo como a “Boa Nova” do Cristo, como aquele caso da parábola da figueira, que eu não engulo de jeito nenhum, porque o meu bom senso convida-me e perguntar a mim mesmo:

“Será que o episódio aconteceu exatamente daquele jeito como foi relatado pelo evangelista?”.


Pense você, raciocine você e veja se tem sentido Jesus, com toda aquela excelência que ele foi, ter vontade de comer figo, encontrar uma figueira que não tinha nenhum fruto para lhe satisfazer, numa época em que não era tempo de figos, de repente se aborrecer daquele jeito e amaldiçoar a pobre da árvore e ainda jogar-lhe uma praga!!! Tem cabimento, uma coisa dessa?

Aí aparece um monte de gente para fazer palestras, dando as mais diversificadas interpretações para aquilo, pra coisa ficar “bonitinha”. Ora, tenha a santa paciência.

Para concluir é bom que todos entendamos que ninguém vira santo depois que desencarna, ninguém vira sábio, adquire todos os conhecimentos, fica dono de verdade absoluta e muito menos deve ser aceito em todos os seus conceitos e opiniões sem a devida análise o mais criteriosa possível.

Aproveito aqui para dizer às pessoas amigas que costumam me convidar para fazer palestras em algumas cidades. Se vocês me convidarem, como muitos convidam, para participar de reuniões mediúnicas, digam antes à direção da casa que o Alamar costuma gostar de conversar com os espíritos, gosta de questionar e de esclarecer todas as colocações feitas que não ficam bem claras. Comigo não tem esse negócio de silêncio absoluto e apenas ficar ouvindo, ouvindo, ouvindo e dizendo amém para o que espírito fala não.

É bom que se saiba, também, que muitos conceitos impostos por muitos espíritas, com base no que disse o espírito A ou B, principalmente no campo da moralidade, devem ser considerados como opiniões pessoais deles, e nem sempre devem ser absorvidos como a verdade absoluta. Principalmente quando entramos mais fundo na questão e identificamos um pouco da “cabeça” do médium na mensagem.

Ihhhhh! Aí já é uma outra matéria, que demandariam algumas páginas a mais.

A excelência do Espiritismo só se desperta onde existem espíritas lúcidos, sensatos e coerentes. Fora disso, o que encontramos é apenas prática de religião espírita.

Amém.

Alamar Régis Carvalho (São Paulo–SP)
Alamar é orador espírita, Analista de Sistemas e Escritor em São Paulo, SP
e-mail: alamarregis@redevisao.net
Site: Rede Visão

27 setembro 2011

A Escola das Almas - Neio Lúcio


A ESCOLA DAS ALMAS

Congregados, em torno do Cristo, os domésticos de Simão ouviram a voz suave e persuasiva do Mestre, comentando os sagrados textos.

Quando a palavra divina terminou a formosa preleção, a sogra de Pedro indagou, inquieta: — Senhor, afinal de contas, que vem a ser a nossa vida no lar? Contemplou-a Ele, significativamente, demonstrando a expectativa de mais amplos esclarecimentos, e a matrona acrescentou: — Iniciamos a tarefa entre flores para encontrarmos depois pesada colheita de espinhos.
No começo é a promessa de paz e compreensão; entretanto, logo após, surgem pedras e dissabores...

Reparando que a senhora galiléia se sensibilizara até às lágrimas, deu-se pressa Jesus em responder: — O lar é a escola das almas, o templo onde a sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao grande entendimento da Humanidade.

E, sorrindo, perguntou: — Que fazes inicialmente à lentilha, antes de servi-las à refeição? A interpelada respondeu, titubeante: — Naturalmente, Senhor, cabe-me levá-las ao fogo para que se façam suficientemente cozidas.
Depois, devo temperá-las, tornando-as agradáveis ao sabor.

— Pretenderias, também, porventura, servir pão cru à mesa? — De modo algum — tornou a velha humilde —; antes de entregá-lo ao consumo caseiro, compete-me guardá-lo ao calor do forno.
Sem essa medida...

O Divino Amigo então considerou: — Há também um banquete festivo, na vida celestial, onde nossos sentimentos devem servir à glória do Pai.
O lar, na maioria das vezes, é o cadinho santo ou o forno preparador.
O que nos parece aflição ou sofrimento dentro dele é recurso espiritual.
O coração acordado para a Vontade do Senhor retira as mais luminosas bênçãos de suas lutas renovadoras, porque, somente aí, de encontro uns com os outros, examinando aspirações e tendências que não são nossas, observando defeitos alheios e suportando-os, aprendemos a desfazer as próprias imperfeições.
Nunca notou a rapidez da existência de um homem? A vida carnal é idêntica à flor da erva.
Pela manhã emite perfume, à noite, desaparece...
O lar é um curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna.
Sofrimentos e conflitos naturais, em seu círculo, são lições.

A sogra de Simão escutou, atenciosa, e ponderou: — Senhor, há criaturas, porém, que lutam e sofrem; no entanto, jamais aprendem.

O Cristo pousou na interlocultora os olhos muito lúcidos e tornou a indagar: — Que fazes das lentilhas endurecidas que não cedem à ação do fogo? — Ah! sem dúvida, atiro-as ao monturo, porque feririam a boca do comensal descuidado e confiante.

— Ocorre o mesmo — terminou o Mestre — com a alma rebelde às sugestões edificantes do lar.

A luta comum mantém a fervura benéfica; todavia, quando chega a morte, a grande selecionadora do alimento espiritual para os celeiros de Nosso Pai, os corações que não cederam ao calor santificante, mantendo-se na mesma dureza, dentro da qual foram conduzidos ao forno bendito da carne, serão lançados fora, a fim de permanecerem, por tempo indeterminado, na condição de adubo, entre os detritos da Natureza.

Pelo Espírito Neio Lúcio
Do livro: Jesus no Lar
Médium: Francisco Cândido Xavier

26 setembro 2011

Amar, Não Sofrer - Hammed


AMAR, NÃO SOFRER

"Perguntais se é permitido abrandar as vossas próprias provas: essa questão leva a esta:
- é permitido àquele que se afoga procurar se salvar? Àquele que tem um espinho cravado, de o retirar?..." "... contentai-vos com as provas que Deus vos envia, e não aumenteis sua carga, às vezes tão pesada..." (Cap.V, item 26.)

Sofremos porque ainda não aprendemos a amar, afinal, a lei divina nos incentiva ao amor, como sendo a única forma capaz de promover o nosso crescimento espiritual.

Os métodos reais da evolução só acontecem em nós quando entramos no fluxo educativo do amor.
Sofrer por sofrer não tem significado algum, pois a dor tem como função resgatar as almas para as faixas nobres da vida, por onde transitam os que amam em plenitude.

Temos acumulado inúmeras experiências nas névoas dos séculos, em estâncias onde nossas almas estagiaram, e aprendido invariavelmente que somente repararíamos nossos desacertos e equívocos perante a vida através do binômio "dor-castigo".

Nas tradições da mitologia pagã, aprendemos com os deuses toda uma postura marcada pela dor. A princípio os duelos de Osísis, Set e Horus, do antigo Egito. Mais além, assimilamos "formas-pensamentos" das desavenças e vinganças entre Netuno e Júpiter no Olímpio, a morada dos deuses da Grécia.

Por outro lado, não foi somente entre as religiões idólatras que incorporamos essas formas de convicção, mas também nos conceitos do Velho Testamento, onde exercitamos toda uma forma de pensar, na exaltação da dor como um dos processos divinos para punir todos aqueles que se encontravam em falta.

A palavra "talião" significa "tal", do latim "talis", definida como a "Lei de Talião", ou seja, "Olho por olho, dente por dente". Significa que as criaturas deveriam ter como castigo a dor, "tal qual" fizeram os outros sentirem, sem se levar em conta que a idéia de que se tinha do poder divino era caracterizada por atributos profundamente punitivos.

Jó afirmava: "e Deus na sua ira lhes repartirá as dores", no Gênesis, em se referindo aos castigos da mulher: "multiplicarei os teus trabalhos e em meio da dor darás à luz a filhos", são algumas dentre muitas assertivas que nos levaram a formar crença profundas de que somente o sofrimento era capaz de sublimar as almas, ou reparar negligências, abusos e crimes.

No "Sermão do Monte", Jesus Cristo se refere à Lei de Talião revogando-a completamente: "Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais o mal; mas, se alguém te bater na face direita, apresenta-lhe também a outra". Longa foi a estiagem dos métodos corretivos pela dor, contudo o Mestre instalou na Terra o processo da educação pelo amor.

Apesar de Jesus ter invalidado a Lei do "tal crime, tal castigo", ela ainda prevalece para todos os seres humanos que não encontraram no amor uma forma de "viver" e "pensar".

Realmente, durante muito tempo, a dor terá função dentro dos imperativos da vida, estimulando as pessoas às mudanças e às renovações, por não aceitarem que o amor muda e renova e, portanto, utiliza-se dos "cilícios mentais", como meios de suplícios e tormentos, para se auto-punirem, pondo assim em prática toda sua ideologia de "exaltação à falta/punição".

Crenças não são simplesmente credos, máximas ou estímulos religiosos, mas também princípios orientadores de fé e de idéias, que nos proporcionam direção na vida. São verdadeiras forças que poderão limitar ou ampliar a criação do bem em nossa existência.

Mudar para o amor como método de crescimento, reformulando idéias e reestruturando os valores antigos é sairmos da posição de vítimas, mártires ou pobres coitados, facilitando a sintonização com as correntes sutís e amoráveis dos espíritos nobres que subiram na escala do Universo, amando.

Podemos, sim, "sutilizar" nossas energias carmicas, amando, ou "desgastá-las" penosamente, se continuarmos a reafirmar nossas crenças punitivas do passado.

Reforçar o "espinho cravado" ou não retirá-lo é opção nossa.

Lembremo-nos, porém, de que idéias arraigadas e adotadas seriamente por nós tendem a motivar-lhes a própria concretização.

Pelo Espírito Hammed
Do livro: Renovando Atitudes
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
Editora Boa Nova

25 setembro 2011

Controle Sexual - Emmanuel


CONTROLE SEXUAL
"Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem, passo a passo, à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição." Do item 4, do Cap. V, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis, e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias, à frente da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, enquanto que o segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, estudantes das leis do destino à luz da imortalidade.

O primeiro grupo se mantém fixado à poligamia, às vezes desenfreada, e só, muito pouco a pouco, despertará para as noções da responsabilidade no plano do sexo, através de experiências múltiplas na fieira das reencarnações.

O segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, diante de nós mesmos, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção.

Falar de governo e administração, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifestações poligâmicas, seria exigir do silvícola encargos tão-somente atribuíveis ao professor universitário, razão por que será justo deter-se alguém nesse ou naquele estudo alusivo à educação sexual apenas com aqueles que se mostrem suscetíveis de entender as reflexões exatas, nesse particular.

Estabelecida a ressalva, perguntemos a nós mesmos se nos seria lícito abandonar, no mundo, os compromissos de natureza afetiva, assumidos diante uns dos outros.

Assim nos externamos para considerar que a ligação sexual entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranqüilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência "a dois", e, muito comumente, os "dois" se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes.

Urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos não venha a romper a segurança daquele ou daquela que tomamos sob nossa assistência e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo, em que nos arraigamos através da afinidade.

Não se trata, em nossas definições, do chamado "vínculo indissolvível" criado por leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesados pelo comportamento de parceiros escolhidos para a vivência sexual e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem à outra ligação ou a outras ligações subseqüentes, procurando companhia ao nível de sua confiança e respeitabilidade; reportamo-nos ao impositivo da lealdade que deve ser respondida com lealdade, seja qual for o tipo de união em que os parceiros se comuniquem sexualmente um com o outro, sustentando o equilíbrio recíproco.

Considerado o exposto, os participantes da comunhão afetiva, conscientes dos deveres que assumem, precisam examinar até que ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade.

Justo ponderar quanto a isso, porquanto, em muitas ocorréncias dessa espécie, não é somente aquele ou aquela que se revelam desleais, aos próprios compromissos, o culpado pela ruptura na ligação afetiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que, por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos abraçados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a insegurança, no campo do afeto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis.


Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Vida e Sexo
Médium:Francisco Cândido Xavier

24 setembro 2011

Perda Irreparável - Irmão X


A PERDA IRREPARÁVEL

A frente dos candidatos à nova experiência na carne, o instrutor espiritual esclarecia, paternalmente :

– Não percam a tranqüilidade em momento algum, na reconstrução do destino. Em plena atividade terrestre, é imprescindível valorizar a corrigenda. O erro não pode constituir motivo para o desânimo absoluto. O desengano vale por advertência da vida e, com a certeza do Infinito Bem, que neutraliza todo mal, após aproveitar-lhe a cooperação em forma de sofrimento, o espírito pode alcançar culminâncias sublimes. O Pai somente concede a retificação aos filhos que já se apropriaram do entendimento. Usem, pois, a compreensão legítima, em face de qualquer provação mais difícil. A queda verdadeiramente perigosa é aquela que nos comprazemos, entorpecidos e estacionários. Reerguer-se, por recuperar a estrada perdida, será sempre ação meritória da alma, que o Tesouro Celeste premiará com o descortino de oportunidades santificantes. A serenidade deve presidir aos mínimos impulsos de vocês na tarefa próxima. Sem as fontes da ponderação individual, o rio da paz jamais fertilizará os continentes da obra combativa. É indispensável, por isso, recordar o caráter precário de toda posse na ordem material. O tempo, que é fixador da glória dos valores eternos, é corrosivo de todas as organizações passageiras, na Terra e noutros mundos. Todas as formas, com base na substância variável, perecerão no que se refere à máscara transitória, dentro dos jogos da expressão.

Conservando-se atentos aos imperativos de marcha pacífica, não se esqueçam, sobretudo, de que todo o equipamento de recursos humanos é substituível. Todos os quadros que vocês integrarão se destinam ao processo educativo da alma. Em breve, estarão soterrados nos séculos, como todos os espetáculos de que participamos nas paisagens que se foram...

A lei de substituição funciona diariamente para nós todos.

Cada testemunho incompleto, cada lição imperfeita, serão repetidos tantas vezes quantas forem necessárias.

A própria Natureza, na Crosta do Mundo, instruí-los-á sobre o vaivém das situações e das coisas.

Primavera e inverno renovam-se para a comunidade dos seres terrestres, nos diversos reinos, há milhares de anos. As influências lunares se rearticulam, de semana a semana, difundindo o magnetismo diferente da luz polarizada. Nos círculos planetários, infância, juventude e velhice dos corpos funcionam igualmente para todos.

Qual ocorre na zona das formas temporárias, prepondera a substituição na ordem espiritual.

Quem não dispõe de parentes consangüíneos, com boa vontade encontrará família maior nos laços humanos. Se vocês não puderem suportar o clima de uma bigorna, encontrarão acesso à carpintaria e, em qualquer casa de ação edificante, desde que se inspirem no ideal de servir, serão aquinhoados com as possibilidades de realizar intensivamente, na sementeira e na seara do bem.

Nas artes e nas ciências, receberão todos vocês a benção de aprender e reaprender, de experimentar e recapitular incessantemente.

Nas circunstâncias, aparentemente mais duras, ninguém entregue o espírito ao desespero. Tal qual a alvorada que faz a luz resplandecer além das trevas, a oportunidade de reajustamento, reabilitação e ascensão brilhará sempre sobre os abismos nos quais nos precipitemos, desavisados e incautos... Guardem a paz inalterável, porquanto, ao longo do problema esclarecido e do caminho trilhado pelos seres mortais, tudo será reformado e substituído...

O orientador mostrou diferente brilho nos olhos e acrescentou:

– Há, porém, no decurso de nossas atividades uma perda irreparável. Com exceção dos valores prevalecentes na jornada evolutiva, é esse prejuízo a medida que define a distância entre o bom e o mau, entre o rico e o pobre, entre o ignorante e o sábio, entre o demônio e o santo. Semelhante lacuna é impreenchível. Deus dispôs a Lei de tal modo que nem mesmo a justiça dEle consegue remediá-la, em benefício dos homens ou dos anjos. Ante a expectação dos ouvintes, o instrutor esclareceu:

– Trata-se da perda do dia de serviço útil, que representa ônus definitivo, por distanciar-nos de todos os companheiros que se eximem a essa falha.

E enquanto os aprendizes se entreolhavam, admirados, o mentor paternal concluiu:

– Ajudando-nos na preservação da paz, Jesus: recomendou-nos: “contemplai os lírios do campo!”

Entretanto, para que não zombemos do profundo valor das horas, foi Ele mesmo quem nos advertiu: “caminhai enquanto tendes luz!”


Pelo Espírito Irmão X
Do livro: Luz Acima
Médium:Francisco Cândido Xavier

23 setembro 2011

Mediunidade e Espiritismo


MEDIUNIDADE E ESPIRITISMO

Roguemos a bênção de Jesus em nosso favor.

Assuntos existem, no âmbito de nossa construção doutrinária, que nunca serão comentados em excesso.

Reportamo-nos aqui ao tema «Espiritismo e Mediunidade», para alinhar algumas anotações que consideramos indispensáveis à segurança de nossas diretrizes.

Mediunidade é atributo peculiar ao psiquismo de todas as criaturas.

Espiritismo é um corpo de princípios morais, objetivando a libertarão da alma humana para a Vida Maior.

Médium, em boa sinonímia, segundo cremos, quer dizer «meio».

Médium, em razão disso, dentro de nossas fileiras, significa intermediário, medianeiro, intérprete.

Médiuns, por isso, existiram em todos os tempos. Na antiguidade remota, eram adivinhos e pitonisas que, frequentemente, pagavam com a vida o conhecimento inabitual de que se faziam portadores.

Na Idade Medieval, eram santos e santas, quando se afinavam à craveira religiosa da época, ou, então, feiticeiros e bruxas, recomendados à. fogueira ou à forca, quando se não ajustavam aos preconceitos do tempo em que nasceram.

Hoje, possuímo-los em todos os tons, em dilatadas expressões polimórficas.

Médiuns psicógrafos, clarividentes, clariaudientes, curadores, poliglotas, psicofônicos, materializadores, intuitivos...

Médiuns de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais...

No próprio Evangelho, em cujas raízes divinas o Espiritismo jaz naturalmente mergulhado, vamos encontrar um perfeito escalonamento de valores, definições e atividades mediúnicas.

Vemos a mediunidade, absolutamente sublimada, em nossa Mãe Santíssima, quando registra a visitação das entidades angélicas.

Reconhecemos a clariaudiência avançada em José da Galiléia, quando recolhe dos mensageiros do Plano Superior comentários e noticias acerca da gloriosa missão de Jesus.

Simão, Pedro era médium da sombra, quando se adaptava à influência perturbadora de que muitas vezes se sentiu objeto, e era médium da luz, quando partilhava a claridade divina em sua vida mental.

O mesmo Simão Pedro, Tiago e João foram médiuns materializadores no Tabor, favorecendo a aparição tangível de grandes instrutores da mais elevada hierarquia.

João, o grande evangelista, foi médium, na mais sublime acepção da palavra, quando anotou as visões do Apocalipse.

Os companheiros do Senhor, na dia inolvidável do Pentecostes, foram médiuns de efeitos físicos, médiuns poliglotas e psicofônicos da mais nobre expressão.

Saulo de Tarso foi notável médium de clarividência e clariaudiência, às portas de Damasco, ao ensejo de seu encontro pessoal com o Divino Mestre.

Todavia, não será lícito esquecer que os possessos, os doentes mentais e os obsidiados de todos os matizes, que enxameavam a estrada do Cristo de Deus, quando de sua passagem direta entre os homens, eram também médiuns.

Precisamos, assim, na atualidade, encarecer a diferença, a fim de que não venhamos a guardar injustificável assombro, diante de fenômenos que não condizem com o imperativo de nossa formação moral.

Médiuns existem, tanto aí quanto aqui, nas esferas de serviço em que nos situamos.
Médiuns permanecem em toda a parte, porque mediunidade é meio de manifestação do Espírito em seus diversos degraus de evolução.

Por esse motivo, o grande problema dos trabalhadores mediúnicos é aquele da sustentação de boas companhias espirituais, em caráter permanente.

Mal se descerram faculdades psíquicas ou percepções mentais um tanto mais avançadas em alguém, corre na direção desse alguém a malta dos desencarnados que não plantaram o bem e que, por isso, não podem recolher o bem, de imediato, nas leiras da vida.

Mal surge um médium promissor e mil ameaças se lhe agigantam no caminho, porque o vampirismo vive atuante, qual gafanhoto faminto devorando a erva tenra.

Eis porque um fulcro de fenômenos medianímicos é motivo para vasta meditação de nossa parte, competindo-nos a obrigação de prestar-lhe incessante socorro, pois, em verdade, são muito raras as criaturas encarnadas ou desencarnadas que logram manter contacto permanente com a orientação superior, de vez que, se é fácil acomodar-nos no convívio das Inteligências ambientadas nas zonas inferiores, é muito difícil acompanhar os servos da verdade e do amor que, em procurando a comunhão com o Cristo, se confiam, intrépidos e humildes, ao apostolado da Grande Renúncia.

Imperioso, assim, e que vivamos alertas, sem exigir dos médiuns favores que não nos podem dar e sem conferir-lhes privilégios que não podem receber, garantindo-se, desse modo, a estabilidade e a pureza de nossa Doutrina, porquanto o Espiritismo é como o Sol, que resplende para todos, e a Mediunidade é a ferramenta que cada criatura pode manobrar no campo da vida, na edificação da própria felicidade.

Quantas, porém, se utilizam de semelhante ferramenta para a aquisição de compromissos escusos com a delinquência?!...

Em razão disso, é indispensável compreender que Mediunidade é Mediunidade e Espiritismo é Espiritismo.

Ajustemo-nos, desse modo, aos princípios salvadores de nossa fé! E, na posição de instrumentos do progresso e do bem, com mais ou menos expressão de serviço nas atividades mediúnicas, diretas ou indiretas, conscientes ou inconscientes, procuremos, antes de tudo, a nossa efetiva integração com o Mestre Divino, para que não nos falte ao roteiro a necessária luz.

Do livro "Vozes do Grande Além"
Espiríto de Efigênio S. Vitor
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

22 setembro 2011

Jesus Está nas Ruas... - Francisco Spinelli


JESUS ESTÁ NAS RUAS...

Revivendo a pureza primitiva da Boa Nova, o Espiritismo traz Jesus de volta às praças e ruas movimentadas do mundo, a fim de conviver com os padecimentos ultrizes que vergastam as multidões atônitas da atualidade.

Sem quaisquer atavios, Sua presença comove e conquista os que anelam por paz e aguardam a mensagem da esperança.

Após as sucessivas desilusões pelas variadas províncias da fé e da intelectualidade, o homem jaz vencido pela prepotência dos artefatos bélicos, filhos inditosos do avanço tecnológico que, não obstante a contribuição valiosa que vem oferecendo ao progresso da civilização, não conseguiu lograr a meta de produzir a felicidade humana.

Nos báratros dos aturdimentos e do cepticismo vigentes, uma fé racional, sem qualquer dogma e alicerçada na força dos fatos experimentalmente comprovados, irrompe, conquistando mentes, corações e coletividades, enquanto coloca nas vielas da alma e nas avenidas do mundo o Pulcro Amigo em atitude de serviço ativo, edificante, consolador.

Jesus volveu, sim, às ruas do mundo, sem abandonar os lares onde se agasalham as aflições...

Sua voz penetrante dispensa os condicionamentos externos da indução psicológica inconsciente do passado, transformando-se em mecânica de auxílio urgente àqueles para quem viera anteriormente.

Repetindo as realizações das horas messiânicas, recebe e alberga no Seu sentimento afável e enérgico todos os que transitam sem rumo e os que já resvalaram pelas rampas da irresponsabilidade e do erro...

Ele espera que a acústica das almas, embora viciada pelos ruídos desconexos do momento, registre-Lhe a mensagem, deixando-a penetrar no imo dos teus sentimentos.

Não mais, exclusivamente, se encontra nos templos de fé, antes se apresenta em toda parte onde se faz necessitado, em que é esperado.

*

Se já travaste conhecimento com Jesus, mediante a Revelação Espírita, não te detenhas na inanição, nos receios injustificados, no rol das queixas, na urdidura de planos intermináveis. Leva-O às ruas da Terra, aos homens, nossos irmãos.

Retribui em sacrifício e abnegação, em alegria no trabalho e profícua ação, a honra de O conheceres.

Não postergues o ministério a pretexto algum, nem te escuses à tarefa sob justificativas desculpistas.

Urge que O apresentes aos outros e te apresses na construção do mundo melhor que já podes pressentir.

Se, todavia, ainda não te resolveste encontrá-Lo, aquieta-te, produzindo silêncio anterior, onde quer que estejas, e O ouvirás, defrontando-O próximo de ti e ansioso por estabelecer contato contigo.

Renovando-te, modificarás a psicosfera ambiental e auxiliarás o próximo que se localize mais próximo de ti.

Jesus está nas ruas, procurando auxiliar a criatura humana...

Já pensaste em que posição te encontras em relação a Ele?

Seja qual for, porém, a tua situação, não olvides que este é o teu momento de estar com Ele e não tens o direito de malbaratar o ensejo ou perder a oportunidade, porquanto, nas ruas da Terra atual, Ele seguirá adiante, contigo ou sem ti, mesmo que seja a sós...

Francisco Spinelli
De “Sementes de Vida Eterna”
De Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos

21 setembro 2011

Também Nós - Odilon Fernandes


TAMBÉM NÓS

"Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros..." - Tito, cap. 3 - v.3

Sem dúvida, o homem-velho ainda não jaz completamente desintegrado dentro de nós; ecos longínquos do que fomos, nos provocam, por vezes, sinistras recordações...

O ontem representa o campo de semeadura sobre o qual continuamos a colher o resultado da própria insensatez. Inútil tentar olvidar o passado de sombras.

Paulo alerta o jovem amigo para o perigo que representam as inclinações negativas das quais não conseguimos nos libertar totalmente.

A luta íntima do cristão supera todo o confronto de ordem exterior que o desafia.

Vigilância e compaixão - vigilância para que não voltemos a cair no abismo do qual mal temos saído; compaixão para com aqueles que ainda se comprazem no estado em que se encontram...

A lida com a mediunidade impõe ao medianeiro um problema que deve ser considerado: nele, muito mais facilmente os velhos esqueletos de seus antigos equívocos podem ressuscitar.

A mediunidade é uma condição de hipersensibilidade. Em contato com situações as mais diversas, o médium experimenta o reavivar de certos estados psicológicos e emocionais que supunhas superados. É um fenômeno de psicometria de que o medianeiro é o próprio objeto. Reminiscências inconscientes, provocadas por acontecimentos e pessoas, podem induzir o médium a repetir frustradas experiências.

A mediunidade faz com que o medianeiro lide mais de perto com o próprio passado do que qualquer outra pessoa. Em outras palavras, a mediunidade mal conduzida expõe mais à ação dos espíritos obsessores.

Os espíritos, quando lidam com o médium, não lidam com a sua mediunidade apenas - tanto os espíritos ditos benfeitores quanto os chamados perturbadores.

No ato de manipular a faculdade mediúnica, o espírito comunicante, que possui certo grau de consciência do fenômeno, manipula todo o sensório do medianeiro.

Admitir a própria fragilidade é um ato de se fortalecer.

Confessando-se um homem que emergia de um pretérito sombrio - e, no caso dele, o pretérito era o dia anterior ao de sua conversão -, Paulo montava sentinela às portas da alma, precavendo-se contra si mesmo.

A mediunidade estabelece, na mente do médium, livre trânsito entre o seu passado e o presente, sem necessidade que lembranças detalhadas das experiências vivenciadas por ele aconteçam.

Por tudo isso, o sensitivo sempre carece de maior vigilância, sobretudo, não consentindo que a mediunidade o leve a viver abstraído da própria realidade existencial.

Existem médiuns que somente vivem a vida dos espíritos que se comunicam por eles. Este é um grande equívoco que precisa ser corrigido.

O momento da mediunidade, se se estende por toda a vida do médium, não deve ocupá-lo ao ponto de não deixá-lo sentir-se integrado ao contexto sociocultural do Planeta, como se, ao lidar com o divino, humano ele não fosse.

De "No mundo da mediunidade"
De Carlos A. Baccelli
pelo espírito Odilon Fernandes

20 setembro 2011

Crueldade Inimaginável - Vianna de Carvalho


Crueldade Inimaginável

Quando se esperava que a cultura, a ética e a civilização alterassem o comportamento do ser humano, mais se constata, na atualidade, o seu imenso atraso moral, examinando-se-lhe a perversidade de que é portador, que se lhe demora coberta pelo verniz social que desaparece quando as paixões inferiores tomam-lhe conta do ego.

Mesmo nos dias atuais de cibernética e comunicação virtual, de satélites que pesquisam os espaços e daqueles que têm objetivos de espionagem, repetem-se as cenas detestáveis de horror que prosseguem assinalando a História.

Na África negra, as rivalidades tribais continuam corroendo-lhe a intimidade, assassinando centenas de milhares de vidas em guerras intermináveis, como as das etnias tutsies e hutus, que são o resultado de governança de ditadores desalmados que enriquecem demasiadamente ceifando as existências de todos aqueles que não compactuam com a sua tirania, algumas delas amparadas por civilizações progressistas de outros continentes, que os exploram com os seus armamentos e artefatos de destruição, bem como através do concurso da sua tecnologia e comércio de quinquilharias em nome da modernidade...

Por outro lado, povos infelizes como os curdos no Líbano, no Iraque e em outros países são dizimados sistematicamente, conforme ocorreu com as várias etnias que habitavam os Bálcãs nos lamentáveis dias da destruição da poderosa Yugoslávia, organizada ferozmente numa falsa união pelo ditador Tito...

A interminável luta e os variados atentados entre judeus e palestinos, ao lado das terríveis vinganças realizadas pelas organizações criminosas que tomam a bandeira das liberdades políticas, organizando o terrorismo de todo porte que destrói milhares de vítimas, cada vez mais deploravelmente, como vem acontecendo em todo o mundo e, em particular, no Afeganistão, na Índia, no Paquistão, nas Filipinas e em diversos outros territórios, como a Chechênia...

Nas prisões em que se encontram terroristas, como não há muito, no Iraque, depois em Guantánamo, ou na Turquia e em inúmeros países ditos civilizados, os métodos bárbaros para arrancar confissões, assim como nas selvas da Colômbia com os sequestrados pelo narcotráfico, estarrecem mesmo as pessoas denominadas de sangue frio.

O exemplo insano, entretanto, encontra-se presente na destruição em massa dos judeus e dos poloneses programada por Hitler, de um lado, e por Stalin, de outro, deixaram marcas inapagáveis na memória dos tempos, demonstrando que a barbárie independe de raça, cultura, nacionalidade ou situação econômica, encontrando-se no cerne do Espírito que, de um para outro momento, assume a sua brutalidade espalhando o terror e a desgraça sobre as permanentes vítimas inermes, que são os demais seres humanos.

Como se pode imaginar que, somente no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, em menos de cinco anos foram assassinadas maquinalmente um milhão e cem mil vítimas do ódio patológico dos nazistas, sem qualquer motivo, como se motivo houvesse para tão insólita calamidade!

Apenas 27 mil prisioneiros foram libertados pelos soviéticos no dia 27 de janeiro de 1945, entre os quais, aproximadamente 500 crianças, embora os criminosos houvessem de tudo feito para apagar as marcas hediondas dos seus crimes, incendiando barracões e depósitos, para logo fugirem à justiça...

A façanha bárbara começava quando as vítimas chegavam ao campo e eram iludidas, separadas dos seus familiares com a promessa de um novo encontro, já que seriam encaminhadas para outros lares, voltando a ver-se minutos antes do banho, quando eram obrigados a despir-se, a cortar todos os cabelos por hábeis companheiros infelizes que os precederam, humilhando-os e encaminhando-os para as câmaras de gás como se fossem ser higienizados...

A princípio, eram fotografados, fazia-se uma ficha, mas com a imensa quantidade que diariamente chegava ao campo de extermínio, passaram a ser numerados, perdendo a identidade, tatuados, para sempre coisificados e detestados...

As aberrantes experiências ditas científicas dirigidas pelo Dr. Mengele, com anões e gêmeos, atingindo o máximo da rudeza, realizando cirurgias sem qualquer anestesia ou assepsia, ou ainda infectando-os com doenças contagiosas, a fim de verificarem os resultados e as possibilidades de encontrarem terapêuticas, usando-os como cobaias humanas, extraindo-lhes a pele e arrebentando-lhes os ossos, prosseguem chocantes quando todos delas tomam conhecimento...

O envenenamento era produzido pelo ZyKlon B e grãos de terra de silício, por ser muito barato e anteriormente usado para exterminar ratos, era derramado em gás por vinte minutos, assassinando 1.500 vítimas, após o que eram abertos os tubos para a entrada de ar e a saída do tóxico, sendo amontoados os cadáveres e atirados aos fornos pelos sobreviventes, que seriam os próximos para a matança desenfreada.

A farsa, muito bem urdida, exterminava os que sobreviviam dos campos de trabalho forçado, pelo excesso de labor de oito horas com péssima alimentação e promiscuidade de todo gênero, como se fossem animálias de carga desprezíveis.

Dos lares ou dos guetos de onde eram arrancadas as famílias e atiradas em vagões de trens, sem vaso sanitário, totalmente fechados, em jornadas que chegavam a duas semanas, caracterizava a técnica da crueldade, porque um número expressivo já desencarnava por asfixia, por enfermidades contraídas durante o percurso, ou porque, já enfermos, não suportavam as condições desumanas a que eram submetidos.

No começo, o ódio em Auschwitz era contra os poloneses intelectuais e honoráveis, que repudiavam a invasão do seu país ocorrida em 1º de setembro de 1939 pelos alemães e no dia 27 do mesmo mês pelos russos, dividindo sua pátria entre as duas potências perversas e insanas.

Ao aderir aos aliados, a Rússia perdeu a Polônia para os alemães que, então, a transformaram no centro de sofrimentos e programações criminosas.

A cultura do ódio levou Hitler a dizer à sua Juventude nazista, que os jovens deveriam ser impiedosos, exterminando todos os judeus e poloneses, juventude que faria o mundo tremer pela sua crueldade, hipnotizando-o de maneira jamais vista na História...

* * *

...e Jesus que havia dito que todos nos amássemos, oferecendo-se em holocausto espontâneo para demonstrar a grandeza do Seu sentimento por todos nós, continuou velando pela sociedade enlouquecida, que vem retornando através da bênção da reencarnação ao mesmo proscênio dos seus horrorosos crimes, portadores de terríveis alienações mentais, deformações orgânicas, cegueira e paralisia, mudez e idiotia, obsidiados terrivelmente por algumas das suas vítimas extremosas, nos mesmos sítios onde cometeram as arbitrariedades...

O número espantoso dos criminosos que escaparam da justiça humana, de aproximadamente 7.000 que participaram dos horrores nesses campos, deles foram alcançados apenas 800, não conseguiram fugir à consciência nem às determinações dos Soberanos Códigos, ora expiando e sofrendo as conseqüências dos horrores impostos ao seu próximo.

Infelizmente ainda existem aqueles que negam as atrocidades que foram cometidas em centenares desses centros de horror, guetos ou campos de concentração, aferrados às suas paixões e ódios entre oriente e ocidente, que vem consumindo as nações desde os já longínquos dias das Cruzadas.

Raia, lentamente, a hora nova de uma diferente sociedade, na qual o amor do Cristo estará acima dessas hórridas conquistas de breve duração, que são consumidas pelo tempo e os seus sicários vencidos pela morte, ensejando a construção da sociedade melhor por intermédio das criaturas mansas e pacíficas, que se resolverão por seguir o Divino Pastor.

Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na noite de 31 de maio de 2011 em Auschwitz, Polônia, após a visita ao seu campo de extermínio e a conferência proferida no Palácio da Cultura para estudantes da Universidade da Terceira Idade.

19 setembro 2011

Crianças de uma Nova Era - Joanna de Ângelis


Crianças de uma Nova Era

Indiscutivelmente, vive-se na Terra o momento da grande transição planetária, na qual as ocorrências dolorosas, os desastres coletivos, as tragédias do cotidiano, as contínuas ondas de violência e os descalabros de toda ordem chamam a atenção de todos, apresentando momentos terríveis de aflição e de sofrimentos.

Os denominados sinais dos decantados fins dos tempos, estão presentes na civilização hodierna convidando os seres humanos às reflexões profundas, impondo-lhes a necessidade de mudança para melhor no comportamento moral e emocional.

Além das alterações que sucedem coletivamente na sociedade, outras, mais sutis, no entanto, não menos preocupantes, estão presentes nestes dias aguardando a atenção dos estudiosos: pais, psicólogos, educadores, sociólogos, religiosos e todas as pessoas interessadas na construção da sociedade feliz do futuro.

Acompanhando o inevitável processo das reencarnações, pode-se constatar facilmente a presença de uma nova geração de espíritos que se encontra no planeta em condições surpreendentes, fora do habitual. Aqui encontram-se, a fim de preparar a grande transição que vem tendo lugar lentamente, de modo a que o planeta mude de estágio evolutivo, conforme a assertiva de Jesus, na Sua memorável mensagem no Sermão profético, conforme narrativa de Marcos no capítulo XIII, versículos 1 a 32.

Facilmente podem-se identificar esses espíritos que constituem a geração nova, a que se refere Allan Kardec, em A Gênese, no item 27 do capítulo VIII, elucidando as emigrações e imigrações programadas para que ocorra a grande e inevitável mudança de evolução.

De igual maneira que os espíritos progridem, também os mundos, as suas moradas transitórias elevam-se, proporcionando os fatores mesológicos necessários ao seu desenvolvimento intelecto-moral.

A lei de destruição, bem pouco compreendida pelos seres humanos, é o mecanismo de que se utiliza a Divindade para a grande revolução que sempre ocorre, sendo através das alterações, às vezes, dolorosas para as criaturas, o meio eficaz para que se operem as grandes transformações morais e espirituais.

Observam-se, no planeta terrestre, na atualidade, mais do que noutros períodos, os sinais próprios dos acontecimentos previstos e programados, especialmente no que diz respeito aos valores éticos e morais, as convulsões sísmicas, as mudanças que se produzem em muitos países com alterações profundas no seu arcabouço econômico e financeiro, assim como nas guerras que desencadeiam para manter o predomínio, dando lugar ao seu declínio. Enquanto isso ocorre, outros, os denominados emergentes, crescem e desenvolvem-se, a fim de terem oportunidade de produzir novas culturas, nova civilização.

Simultaneamente, a onda de loucura e obsessão que assola a Terra faz parte da transição planetária, quando os espíritos que tentam obstaculizar o processo evolutivo são removidos para outros planos, de modo que as dores sejam diminuídas e o tempo menos prolongado.

* * *

O processo da evolução é inevitável e faz parte dos Divinos Planos a respeito da vida.
Desde que criado simples e ignorante, o princípio espiritual evolui através das sucessivas reencarnações, adquirindo complexidades e conhecimentos, que se expandem do íntimo, onde se encontra gravada a essência da qual procede: Deus!

Proporcionar, portanto, o desenvolvimento do Deus interno, é o objetivo sublime dos renascimentos corporais, por ensejar as oportunidades de aplicação dos valores antes adormecidos na conquista da plenitude.

É compreensível, portanto, que o ser angélico de hoje passou pela fieira dos renascimentos corporais, desde as fases mais primitivas até o estágio em que se encontra.

Os atuais guias da Humanidade estiveram nos primórdios da sua vida nas experiências primárias que lhes facultaram o desdobrar dos tesouros transcendentes da evolução.

De igual maneira, aqueles que hoje transitam em dificuldades espirituais e morais, através do burilamento logrado nas experiências reencarnatórias, alcançarão também a elevada posição dos anjos tutelares atuais. Não foi por outra razão que o Mestre de Nazaré elucidou com ênfase, que nenhuma das ovelhas que o Pai Lhe confiou se perderia, adindo, oportunamente, porém, que ninguém entraria no reino dos Céus sem pagar a dívida até o último centavo...

À medida que o espírito evolve, experiencia equívocos e êxitos, sendo convidado a reparar os erros e prosseguir na ação edificante.

A atualidade espiritual do planeta na fase de transição caracteriza-se por expressivo número daqueles que retornam, missionários do bem e da verdade, do conhecimento e da beleza, da tecnologia e da ciência, da fé religiosa e da caridade, a fim de apressarem o processo evolutivo, ao tempo em que outros, ainda aferrados ao mal despedem-se da oportunidade, igualmente renascendo para terem a sua última chance no lar terrestre que não têm sabido valorizar...

Certamente que retornarão, quando se recuperarem dos delitos praticados e da teimosia do orgulho e do egoísmo exacerbado, da soberba e das paixões primitivas, quais filhos pródigos de retorno ao regaço paterno...

Não seja de estranhar-se que, de igual maneira, nobres espíritos de outra esfera evolutiva igualmente estejam reencarnando-se na Terra, a fim de contribuírem em favor do seu processo de regeneração.

A grande maioria que está chegando chama a atenção por características muito especiais, sendo que, alguns deles apresentam-se com distúrbio de déficit de atenção (DDA) ou mesmo transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), gerando situações perturbadoras na área da conduta. O fenômeno, porém, tem por objetivo convidar os estudiosos do comportamento e da educação a uma análise mais profunda a respeito da ocorrência.

Há muitos especialistas, no entanto, que negam a possibilidade do TDAH, conservando o diagnóstico apenas na classificação DDA.

Todavia, aprofundadas investigações demonstram que o TDAH tem origem nos intrincados mecanismos da hereditariedade, da convivência familiar, necessitando de cuidados especiais.
Invariavelmente têm-se aplicado nos pacientes infantis drogas denominadas como da obediência, o que constitui grave responsabilidade pelos efeitos colaterais que podem ocasionar no seu futuro, especialmente a partir da adolescência.

Ideal será uma cuidadosa análise e aplicação da moderna psicopedagogia, especialmente baseada no amor e na paciência, no diálogo e na convivência com os pais, de maneira a transmitir-se afetividade e respeito, carinho e segurança psicológica ao paciente infantil.

Quando a criança dê-se conta de que é amada e compreendida, novos estímulos contribuirão para a diminuição da desatenção e da hiperatividade, ajustando-a aos programas de ação edificante e de construção da sociedade feliz.

* * *

Quando, no sermão profético, narrado pelo Evangelista Marcos, Jesus refere-se às grávidas e às que amamentarem nos dias terríveis do Senhor, elucida gentilmente sobre as atuais ocorrências familiares, as dificuldades de convivência doméstica, os desafios educadores no lar, os relacionamentos afetivos entre os parceiros...

Ao mesmo tempo, em relação aos problemas de radioatividade que possam ocorrer, conforme já tem sucedido, com a contaminação pelo estrôncio e outras substâncias destrutivas que dão lugar ao surgimento de anomalias de vária ordem, culminando com os tormentos cancerígenos, especialmente leucêmicos...

O momento é, portanto, muito grave, propondo graves reflexões e elevação de sentimentos, de modo a contribuir-se de maneira eficaz para que esse tormentoso período seja abreviado...

Joanna de Angelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 20 de abril de2011, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.

18 setembro 2011

Se - Marco Prisco


Se

Se alguém pretende magoá-lo, e você não aceita a ofensa, ele não o conseguirá, por mais o tente
.
Se outrem enunciou cruel calúnia para desmoralizá-lo, e ele mente, como é óbvio, você prosseguirá como antes.

Se alguma pessoa de temperamento áspero não simpatiza com você, e a sua é uma atitude de compreensão, de forma alguma você será afetado pelas suas vibrações negativas.

Se um amigo de largo tempo desertou da sua companhia, acusando-o injustamente, e você se encontra com a consciência tranquila, não prosseguirá a sós.

Se você foi acusado por perversidade ou inveja de alguém, e se permanece consciente da sua honorabilidade, nada mudará em sua vida.

Se você se vê a braços com inimigos ferrenhos, mas não revida o mal que lhe desejam, conseguirá expressiva vitória na sua marcha ascensional.

Se apupado e desrespeitado, você percebe que o fazem por despeito e sentimentos inferiores, não se detendo na torpe situação, você é um vencedor.

Se algumas criaturas demonstram desagrado ante a sua presença, e você consegue desculpá-las, a sua é a postura adequada.

* * *

Nunca tome para você as agressões dos outros, mesmo quando citado nominalmente.

A grande maioria dos indivíduos vê o seu próximo mediante a projeção dos próprios conflitos, e nem sequer dão-se conta da insensatez que os domina.

É fácil identificar nos outros ou transferir as próprias torpezas e insânias, raramente os tesouros das virtudes que escasseiam.

Mantenha-se em paz, não se considerando tão importante, que seja sempre motivo da agressão e da maldade dos outros.

Sempre haverá opositores e vítimas na sociedade.

Que você seja a tranquilidade de consciência a serviço do Bem libertador.

Se você assim proceder, o mal dos outros nunca lhe fará mal, mas o seu bem a todos fará muito bem.

Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
constante no livro Diretrizes para uma Vida Feliz.

17 setembro 2011

Com Estoicismo - Joanna de Ângelis


Com Estoicismo

O verdadeiro sentido psicológico da existência na Terra é o encontro com a consciência, através da mente esclarecida e do sentimento harmônico de paz.

Insistir-se no trabalho interno de perseverança da harmonia constitui o grande desafio existencial, especialmente considerando-se a azáfama tormentosa que conduz aos desvios dos objetivos saudáveis e relevantes.

Não raro, a inquietação deste momento decorrente da falta de reflexão faculta o surgimento de compromissos que não se encontram na pauta dos deveres pessoais, gerando situações complicadas para o futuro.

Detivesse-se o indivíduo em análise cuidadosa das próprias possibilidades, assim como das alternativas proporcionadas pela jornada humana, mais facilmente seria a eleição das condutas compatíveis com a sua evolução.

O tempo sem tempo da atualidade faz com que as pessoas atulhem a mente com preocupações secundárias e vazias de sentido, em detrimento dos legítimos significados existenciais.
A falsa necessidade de acompanhar todos os acontecimentos globais, participando da sementeira da futilidade e das tragédias do cotidiano, vem empurrando o ser humano para os abismos do stress, do medo, decorrentes da ansiedade por tudo desejar, assim, como do amortecimento dos interesses elevados em relação ao próximo e a si mesmo.

Na desenfreada correria na busca do exterior, o vazio interior instala-se, enquanto vergasta a emoção com os tormentos da angústia, da insatisfação, da perda dos objetivos pelos quais se deve lutar.

Há escassez de tempo e de tranquilidade para a autoanálise, para a avaliação das legítimas necessidades emocionais na viagem do autoconhecimento.

A inquietação, a insegurança que se avolumam sob vários aspectos, as ambições do ter e do poder, aturdem o indivíduo e levam-no ao desfalecimento e ao derrotismo, proporcionando-lhe o tombo infeliz na depressão.

Face a esses fatores de perturbação, a indiferença e o cansaço dão-se as mãos, e o automatismo das atividades rouba o colorido, defluente do prazer idealístico, enriquecedor.

O trabalho, antes estimulante e cheio de viço, proporcionando as emoções confortadoras, torna-se causticante, monótono, destituído de significação superior, abrindo espaço para a instalação do tédio, da amargura.

O pessimismo que consome os mais fracos, lentamente, contamina os menos resistentes e avança na direção dos fortes, na condição de morbo perigoso.

É necessário que te mantenhas em atitude estoica em relação a essas ocorrências, perseverando a coragem da fé e o entusiasmo na luta.

Inevitavelmente, a existência física é um aprendizado de longo e exaustivo curso, sob todos os aspectos considerados. Desse modo, os conflitos internos que ressumam do passado ou que se originam no presente, quando, periodicamente, pareçam dominar as tuas ações, diminuindo-te o ardor, o entusiasmo necessário à vitória, analisa-os com tranquilidade e dilui-os, um a um, com lógica e razão, sem irritação nem desequilíbrio de qualquer natureza.

Por outro lado, quando esse fenômeno ocorrer, desajustando-te, busca o reforço divino através da oração e mergulha o pensamento nas augustas fontes do Excelso Amor.

Se procederes desse modo, superarás as situações conflitivas e seguirás em paz.

* * *

Narra-se que Gerson, chanceler merovíngio, enunciou, oportunamente, que Deus, em nossa vida, olha mais para os advérbios que para os verbos.

É compreensível que assim seja, porque os verbos expressam ações, enquanto que os advérbios informam o modo como as ações são praticadas.

A Divindade considera mais o modo enobrecido com que as ações são praticadas do que elas, em si mesmas.

Não são poucas as ações dignas que se apresentam em expressões agressivas, em formas primitivas, perdendo em significado tudo quanto desejariam em realização.

Se alguém oferece um diamante atirando-o na face do outro, o gesto que fere e surpreende produz sentimento reacionário, mas se o envolve em tecido delicado ou o coloque em um invólucro bem elaborado, antes de ofertá-lo, produz alegria, entusiasmo, gratidão.

Há pessoas que acreditam no poder da oração, não se preocupando, porém, com a forma de expressar-se. Algumas fazem as suas preces mediante automatismos verbais, mentais, sem vinculação emocional com as palavras, nem mesmo com a unção de que o ato deve revestir-se.

Desse modo, os advérbios que enobrecem e dignificam tem por objetivo embelezar as ações.

É importante, sem dúvida, atuar-se realizando o trabalho do bem, sem quaisquer fronteiras impeditivas, responsáveis pelas paixões inferiores. A maneira como se deve realizá-lo, atribuindo qualificação emocional superior, constitui o melhor recurso para lograr-se o êxito em uma existência desafiadora.

O mundo está referto de idealistas que apresentam o seu pensamento, agindo dentro das suas formulações. Apesar disso, a qualidade secundária e perturbadora do mesmo tem facultado o surgimento de filosofias derrotistas e asselvajadas, de violência e de astúcia, de incredulidade em Deus, de erotismo e de drogadição, que assolam todo planeta, dando lugar a sofrimentos inenarráveis.

Torna-se inadiável uma revisão de comportamento íntimo em relação aos valores abraçados.
A releitura da conduta no tecido social soberbo e enganoso dos dias atuais torna-se de caráter urgente.

Quando a ciência ameniza a dor de um jaez, em vitória incontestável, o sofrimento ressurge com outras características e este século, que se propunha a tornar-se a Era de Ouro da humanidade, ainda prossegue envolto em brumas afligentes e expectativas danosas.

Que se tem feito da lição incomparável das bem-aventuranças, no que diz respeito à sua aplicação no dia-a-dia da existência terrena?

Qual a conduta cristã diferenciada daquelas outras extravagantes e doentias?

Certamente, o amor prossegue no seu messianato, porém calçado com sandálias de veludo, a fim de não chamar a atenção, enquanto a extravagância e a permissividade alardeiam em trombetas as suas mensagens infelizes, aplaudidas e aceitas.

Prossegue tu, porém, com estoicismo e valor, vivendo a crença que te libertou da ignorância do primarismo.

Não importa que sejas uma voz que clama no deserto. Logo mais, outras vozes unir-se-ão à tua e a canção da imortalidade será entoada em toda a Terra.

A vida seleciona sempre o melhor entre qualidade e quantidade.

Faze-te exemplo, mesmo que contestado ou não considerado pelos teus contemporâneos. Isso não é importante, mas significativa é a tua maneira de viver e ensinar pelos verbos e advérbios.

* * *

Jesus, embora sendo a Estrela Polar que veio à Terra apagar a escuridão da ignorância, não encontrou a merecida ressonância no Seu tempo, nem mesmo hoje, mas assinalou a Sua passagem de maneira iniludível, iniciando, estoico, a Era do Amor que, em breve, se há de instalar no mundo.
Faze, pois, como Ele e avança confiante no rumo da autoiluminação.

Joanna de Angelis

Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião de 2 de fevereiro de 2011, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

16 setembro 2011

Jornada Acima - Emmanuel


JORNADA ACIMA

“O Céu e o Inferno”

1a Parte, cap. VI, item 13

Ergue a flama da fé na imortalidade, e caminha!

Os que desertaram da confiança gritar-te-ão impropérios, entrincheirados na irresponsabilidade que lhes serve de esconderijo.

Demagogos do desânimo, dirão, apressados, que o mundo nunca se desvencilhará da lei de Caim; que os tigres da inteligência continuarão devorando os cordeiros do trabalho; que a mentira, na História, prosseguirá entronizando criminosos na galeria dos mártires; que a perfídia se anteporá,
indefinidamente, à virtude; que a mocidade é carne para canhões e prostíbulos; que as mães amamentam para o sepulcro; que as religiões são fábulas piedosas para consumo de analfabetos; que as tenazes da guerra te constringirão a cabeça, sufocando-te a voz no silêncio do horror...

Tentarão, decerto, envolver-te na nuvem do pessimismo, induzindo-te a esquecer o presente e o futuro, na taça de tranquilidade e prazer em que anestesiam o pensamento.

Contudo, reflete levemente e perceberás que os trânsfugas do dever, acolhidos à negação e infantilizados no medo, simplesmente desfrutam a paz dos entrevados e a alegria dos loucos.

*

Ora por eles, nossos irmãos que ainda não amadureceram o entendimento para a altura da vida, e segue adiante.

Na escuridão mais espessa, acende a chama da prece, e, onde todos se sentirem desalentados, fala, sem revolta, a palavra de esperança que desenregele os corações mumificados no desconsolo. Um gesto de bondade sobre a agonia de alguém que oscila, à beira do abismo, e uma gota de bálsamo espremida com amor numa ferida que sangra bastam, muitas vezes, para renovar multidões inteiras.

Sobretudo, nos mais aflitivos transes da provação, não percas a paciência.

Não consegues emendar os companheiros desarvorados, mas podes restaurar a ti mesmo.

Embora contemplando assaltos e violências, ruínas e escombros, avança jornada acima, apagando o mal e fazendo o bem.

Criatura alguma, na Terra, escapará da grandeza fatal da justiça e da morte; no entanto, sabemos todos que a justiça, por mais dura e terrível, é sempre a resposta da Lei às nossas próprias obras, e que a morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir.

De “Justiça Divina”
De Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Emmanuel

15 setembro 2011

Diante da Rebeldia - Emmanuel


DIANTE DA REBELDIA

Tema – Obediência e Rebeldia
(Ou Outro Olhar Sobre a Dor)

Quando o espírito de rebeldia se te aproxime do coração, segredando frases como estas: “não adianta fazer o bem” ou “não mereces sofrer”, aguça os ouvidos da própria alma para que possas recolher as grandes vozes inarticuladas da vida.

No alto, constelações que te habituaste a admirar, dizem-te ao pensamento: “antes que o teu raciocínio nos visse a luz, já obedecíamos ao Supremo Senhor para servir”, enquanto que a Terra te afirmará: “não és mais que um hóspede dos milhões que carrego há milênios”. Em torno de ti, a árvore falará: “esforço-me de janeiro a dezembro a fim de dar os meus frutos por alguns dias, em nome do Criador; entretanto, além disso, preciso tolerar o rigor ou a diferença das estações, aprendendo a memorizar”, e o animal te confessará: “vivo debaixo do teu arbítrio e fazes de mim o que desejas, por séculos e séculos, porque devo sofrer-te as ordens, sejam quais sejam, para que eu possa, um dia, sentir como sentes e pensar como pensas”.

Medita na tolerância maternal da Natureza que transforma o carvão em diamante, através de décadas e décadas de silêncio e traça caminhos na pedra usando a persistência da gota d’água. Contempla a peça de aço polido e reflete em que ela jamais seria o que é sem os golpes de fogo, que lhe ajustaram os elementos e, quando sacies a própria fome, dedica um instante de reconhecimento ao pão de que te serves, recordando que nunca lhe terias a bênção se a humildade não lhe caracterizasse a tarefa.

Não interpretes a disciplina por tirania e nem acuses a obediência de escravidão.
Trabalha e serve com alegria.
Oferece à paz de todos o concurso que a harmonia te pede.
Rebeldia é orgulho impondo cegueira ao coração.
Não há progresso sem esforço, vitória sem luta, aperfeiçoamento sem sacrifício, como não existe tranquilidade sem paciência.

Reflete na Infinita Bondade que preside o Universo, a cercar-nos de amor, em todas as direções, e reconheceremos que se transformações dolorosas, no campo da existência muita vez nos transfiguram em crisálidas agoniadas de aflição, ao impacto das provações necessárias, a dor é o instrumento invisível de que Deus se utiliza para converter-nos, a pouco e pouco, em falenas de luz.

Do livro "Encontro Marcado"
Espírito deEmmanuel
Médium: Francisco C. Xavier

14 setembro 2011

Entre Falsas Vozes - Emmanuel


ENTRE FALSAS VOZES


Se a Preguiça te pede: - “Descansa!” - Responde-lhe com mais um pouco de esforço no trabalho que espera por teu concurso.

Se a vaidade te afirma: “Ninguém existe maior que tu!” – Retribue com a humildade, reconhecendo que a Vontade do Senhor impera sobre a nossa e que não passamos de meros servidores da vida, entre os irmãos de luta, onde estivermos.

Se o Orgulho te diz: - “Não cedas!” – Aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.

Se o Ciúme exclama aos teus ouvidos: - “A posse é tua!” – Guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são glórias do céu extensivas a todos.

Se o Egoísmo te aconselha: - “Retém!” – Abre as tuas mãos e distribui o bem a todos os que te cercam.

Se a Revolta te assevera: - “Reage e reivindica os teus direitos!” – Espera a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais elevada abnegação.

Se a maldade te sugere: “Vinga-te!” – Considera que mais vale amparar sempre ao companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.

Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser. Surgem, cada dia, invariáveis, na forma da intriga ou da maledicência, da leviandade ou da indisciplina, induzindo-nos o coração a cerrar-se contra a nossa consciência.

Se aceitarmos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o Seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições de Divinas.

Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade ou da má fé que nos enrijecem o sentimento, e de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por Seus olhos e ouvindo os nossos irmãos por Seus ouvidos, estaremos realmente habilitados à posição de intérpretes do Seu Divino e Infinito amor, onde estivermos.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Servidores no Além
Médium: Francisco Cândido Xavier