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28 fevereiro 2018

O amor que tenho é o que dou - Hammed



O AMOR QUE TENHO É O QUE DOU



“...No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior...”

Somente se dá aquilo que se possui. Como, pois, exigir amor de alguém que ainda não sabe amar? Como requisitar respeito e consideração de criaturas que não atingiram o ponto delicado do sentimento que é o amor?

Quem dá afeto recolhe a felicidade de ver multiplicado aquilo que deu, mas somente damos de conformidade com aquilo de que podemos dispor no ato da doação. Há diversidades de evolução no planeta. Homens mal saídos da primitividade campeiam na sociedade moderna, ensaiando os primeiros passos do instinto natural para a sensibilidade amorosa. Eis aqui uma breve relação de sintomas comportamentais que aparecem nas criaturas, confundindo o amor que liberta e deseja o bem da outra pessoa com a atração egoísta que toma posse e simplesmente deseja:

Há indivíduos que, para conquistar os outros e convencê-los de suas habilidades e valores, contam vantagens, persuadindo também a si mesmo, pois acreditam que para amar é preciso apresentar credenciais e louros, satisfazendo assim as expectativas daqueles que podem aceitá-lo ou recusá-lo.

Há criaturas que tentam amar comprando pessoas, omitindo e negando suas necessidades e metas existências, abandonando tudo que lhes é mais caro e íntimo e depois, por terem aberto mão de todos os seus gostos e desejos, perdem o sentido de suas próprias vidas, terminando desastrosamente seus relacionamentos.

Alguns delegam o controle de si mesmos aos outros, cometendo assim, em 'nome do amor', o desatino de renunciar ao próprio senso de dignidade, componente vital à felicidade. Não é de surpreender que vivam vazios e torturados, pois tornaram-se “um nada” ao permitirem que isso acontecesse.

Outros tantos usam da mentira, encobrindo realidades e escondendo conflitos. Convictos de que têm de ser perfeitos para ser amados, temem a verdade pelas supostas fraquezas que ela possa lhes expor diante dos outros. Acabam fracassados afetivamente por falta de honestidade e sinceridade.

Certas criaturas afirmam categoricamente que amam, mas tratam o ser amado como propriedade particular. Por não confiarem em si mesmas, geram crenças cegas de que precisam cuidar e proteger, quando na realidade sufocam e manipulam criando um convívio insuportável e desgastante.

Uma das características mais tristes dos que dizem saber amar é a atitude submissa dos que nunca dizem “não”, convencidos de que, sempre sendo passivos em tudo, receberão carinho e estima. Esse tipo de comportamento leva as pessoas a concordar sempre com qualquer coisa e em qualquer momento, trazendo-lhes desconsideração e uma vida insatisfatória.

Requisitar dos outros o que eles ainda não podem dar é desrespeitar suas limitações emocionais, mentais e espirituais, ou seja, sua idade evolutiva.

Forçar pais, filhos, amigos e cônjuge a preencher o teu vazio interior com amor que não dás a ti mesmo, por esqueceres teus próprios recursos e possibilidades, é insensato de tua parte.

É dando que se recebe; portanto cabe a ti mesmo administrar tuas carências afetivas e fazer por ti o que gostarias que os outros te fizessem. Não peças amor e afeto; antes de tudo, dá a ti mesmo e em seguida aos outros, sem mesmo cobrar taxas de gratidão e reconhecimento. Importante é que sigas os passos de Jesus na doação do amor abundante, sem jamais exigí-lo de ninguém e sem jamais esquecer que és responsável pelos teus sentimentos.

Quanto aos outros, sejam eles quem forem, responderão por si mesmos conforme o seu livre arbítrio e amadurecimento espiritual.


Do espírito Hammed
Pelo médium Francisco do Espírito Santo Neto
Fonte: Livro Renovando Atitudes - págs 117, 118, e 119 


27 fevereiro 2018

Momento Espírita - Joanna de Ângelis



MOMENTO ESPÍRITA


"Vivemos, pensamos e operamos - eis o que é positivo. E que morremos, não é menos certo.

"Mas, deixando a Terra, para onde vamos? Que seremos após a morte? Estaremos melhor ou pior? Existiremos ou não? Ser ou não ser, tal a alternativa. Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada: Viveremos eternamente ou tudo se aniquila de vez? É uma tese, essa, que se impõe.

"Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz. Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada; dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará!"

os conceitos acima pertencem a Allan Kardec, que os expressa no Capítulo I de "O Céu e o Inferno" donde os tomamos.

Todo homem que raciocina meditará, vez que outra, ao menos, nesta concisa sentença: "Vivemos, pensamos e operamos... E que morreremos, não é menos certo."

Assim fazendo, concluirá que duas alternativas se lhe apresentam: vida ou nada.

Buscando, através dos acontecimentos históricos, somente a vida lhe responderá a qualquer indagação.

A intuição lhe fala da vida.

Os fatos lhe atestam a vida.

A razão lhe confirma a vida.

A vida além-da-morte é, indubitavelmente, o coroamento do desgaste celular, no insondável do processo químico no sub-solo.

Cientificado dessa vida, faz-se mister preparar-se para enfrentá-la.

Sábios, pensadores, santos e cientistas, explicando-a, viveram de tal modo que atestaram a certeza de a encontrarem após.

Indispensável, portanto, cingir-se de valor para reservar no painel mental momentos espíritas de meditação, e na vivência diária momentos espíritas de ação.

Tito, que lamentava o dia como perdido, por falta de uma ação nobre, não trepidou em destruir Jerusalém.

Carlos Magno, lutando sob a inspiração da Cruz, deixou-se arrastar por crueldade criminosa.

Clóvis, após a batalha de Tolbiac, na qual impiedosamente aniquilou os alamanos, empunhando o cetro de rei franco, e dizendo-se cristão, prosseguiu, cruel, mesmo quando a velhice e a fé deveriam tê-lo modificado...

É indispensável transformar-se.

O bloco de gelo é água que mudou de estado e requisita temperatura adequada para manter-se.

A porcelana é barro cozido que não voltará à condição primitiva.

Um sofreu modificação aparente.

Outro se transformou realmente.

Este, o gelo, é estático; aquele, o barro, experimentou a dinâmica do calor.

O crente parado enregela-se, mas se derrete ante o ardor do testemunho.

O consciente do dever, através da crença, é atuante, lutador.

Para o crente morrer e repousar são a mesma coisa.

Para o consciente morrer é viver, crescendo em ação sem fim.

O momento espírita é o instante de exame quanto à conduta íntima - programa de felicidade.

O momento espírita é o ensejo de renovação espiritual - sanitarismo psíquico.

O momento espírita é treino, pré-vida - exercício para a vida diária e a vida eterna.

À hora da dor faze o teu momento espírita.

Chamado pelo desespero ou abandonado pela solidariedade, realiza o teu momento espírita.

Instado ao desequilíbrio, exercita o momento espírita.

De momento em momento chegarás à conduta espírita, à vida espírita, qual moribundo que vê a sua hora ampliada pela saúde, longe de toda dor, sendo mais ditoso do que sempre o foi com o coração prenhe de júbilos.


Texto extraído do Livro Espírito e Vida, espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco

26 fevereiro 2018

Massacre na Flórida - Jorge Hessen



MASSACRE NA FLÓRIDA



Um atentado no dia 14 de fevereiro (quarta-feira de cinzas) na escola pública Marjory Stoneman Douglas High School em Parkland, sul da Flórida trouxe novamente à pauta o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos. O acusado pelo assassinato de 17 pessoas, entre estudantes e professores, é o ex-aluno Nikolas de Jesus Cruz, de 19 anos, que havia sido expulso no ano passado.

Segundo a organização Everytown for Gun Safety, que defende o controle de armas nos Estados Unidos, o tiroteio já entrou para as estatísticas como o 18º massacre em escolas americanas em 2018. Nikolas usou um rifle AR-15, e além de matar as 17 pessoas, feriu outras 14, que foram conduzidas em estado grave para a Broward Health North, e outras para o Centro Médico Broward.

Neste ano de eleições no Brasil observamos um quadro político moralmente corrompido, em face dos inimagináveis desvios do erário público. O país tem sido governado por pessoas ambiciosas e escroques impetuosos. Temos acompanhado com certa apreensão a crescente popularidade de um “pré-candidato” à presidência que, apesar de não ter o estigma de uma trajetória política comprometedora, todavia vem anunciando desenvolver uma política de armamento da população.

Não duvidamos da honestidade de tal pré-candidato, contudo seu discurso é preocupante e suas promessas de governo têm sido aterradoras. Conquanto possa estar imbuído de boas intenções, cremos que o seu discurso “messiânico” para transformação social sob o látego do revide, da animosidade e da retaliação é cabalmente contraditório e desfavorável à paz ente os brasileiros.

A criminalidade tem as suas raízes, dentre outras, na desigualdade social, no elevado índice de desemprego, na urbanização desordenada e, destacadamente, no descrédito à classe política hipócrita, corrupta e na difusão incontrolada da arma de fogo, sobretudo clandestina, situações essas que contribuem de forma decisiva para o avanço do caos social, do tráfico de drogas, dos assaltos, dos roubos, dos sequestros e por fim dos homicídios.

Muitos vivem sob o temor da doença das “balas perdidas”. O investimento de recursos em armamentos é inútil, perigoso e desnecessário. As leis e a ordem impostas à sociedade como resposta à exigência coletiva são aceitáveis e compreensíveis, mas muito melhor será quando os homens se desarmarem e os cidadãos respeitarem seus direitos, sobretudo o mais fundamental, como o direito à vida. Neste contexto a aplicação do ensinamento espírita em seu esboço científico, filosófico e ético-moral será o instrumento por excelência decisivo para a paz entre os homens.



Jorge Hessen
Fonte: A Luz na Mente
 

25 fevereiro 2018

O custo do sucesso - Ralph Marston



O CUSTO DO SUCESSO


Se o sucesso não tivesse um custo, todo mundo seria um sucesso.

Se as conquistas não tivessem um custo, todos seríamos conquistadores.

Se a felicidade não exigisse dedicação, ela perderia o sentido.

Temos a tendência de pensar em grandes conquistas levando em conta apenas o resultado final. Mas geralmente isso é só uma gota.

A conquista mesmo está no fazer, no esforço, na dedicação, no custo exigido.

Ter uma vida de sucessos não significa acumular troféus e prêmios. Mas sim estar disposto a comprometer-se com o custo que esse sucesso exige.

Ser um sucesso exige esforço, dedicação, disciplina, foco, paixão, e muitas outras qualidades. E todas estas exigências devem ser exercitadas em todos os momentos. No preço que você paga está o valor que você procura.

Seja ético - A vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos. Pisar nos outros para subir desperta o desejo de vingança.

Estude sempre e muito - A glória pertence aquele que tem um trabalho especial para oferecer.

Acredite sempre no amor - Não fomos feitos para a solidão. Se você está sofrendo por amor, ou está com a pessoa errada ou amando de uma forma ruim para você. Caso tenha se separado, curta a dor, mas se abra para outro amor.

Seja grato a quem participa das suas conquistas - O verdadeiro campeão sabe que as vitórias são alimentadas pelo trabalho em equipe. Agradecer e a melhor maneira de deixar todos motivados.

Eleve suas expectativas - Pessoas com sonhos grandes obtém energia para crescer. Os perdedores dizem: "Isso não é para nós". Os vencedores pensam em como realizar seu objetivo.

Curta muito a sua companhia - Casamento dá certo para quem não é dependente. Aprenda a viver feliz mesmo sem uma pessoa ao lado. Se não tiver com quem ir ao cinema, vá com a pessoa mais fascinante: você!

Tenha metas claras - A história da humanidade é cheia de vidas desperdiçadas. Amores que não geram relações enriquecedoras, talentos que não levam a carreiras de sucesso. Ter objetivos evita o desperdício de tempo, energia e dinheiro.

Cuide bem do seu corpo - Alimentação, sono e exercícios são fundamentais para uma vida saudável. Seu corpo é seu templo. Gostar da gente deixa as portas abertas para que os outros gostem de você também.

Amplie os relacionamentos profissionais - Os amigos são a melhor referência em crises e a melhor fonte de oportunidades na expansão. Ter bons contatos é essencial em momentos decisivos.

Seja simples - Retire de sua vida tudo o que lhe da trabalho e preocupação desnecessários. Crie espaço para desfrutar mais a viagem da vida.

Mulher, não imite o modelo masculino - Os homens fizeram sucesso a custa da solidão e da restrição aos sentimentos. O preço tem sido alto: infartos e suicídios. Sem duvidas, temos mais a aprender com as mulheres do que vocês conosco. Preserve a sensibilidade feminina – e mais natural e lucrativa.

Tenha um orientador - Viver e decidir na neblina sabendo que o resultado só será conhecido quando pouco restar a fazer. Procure alguém de confiança, de preferência mais experiente e bem sucedido, para lhe orientar nas indecisões.

Jogue fora o vicio da preocupação - Viver tenso e estressado está virando moda. Parece que ser competente e estar de bem com a vida são coisas incompatíveis. Bobagem! Defina suas metas, conquiste-as e deixe a neura para quem gosta dela!

O amor é um jogo cooperativo - Se vocês estão juntos, é para jogar no mesmo time. Ficar mostrando dificuldades do outro ou lembrando suas fraquezas para os amigos não tem graça.

Diga adeus a quem não merece - Alimentar relacionamentos que só trazem sofrimento e masoquismo atrapalha sua vida. Se você tiver um cônjuge que não esteja usando, empreste, venda, alugue, doe e deixe espaço livre para um novo amor.

Resolva - A pessoa do próximo milênio vai limpar de sua vida as situações e os problemas desnecessários. Saiba tomar decisões, mesmo as antipáticas. Você otimizara seu tempo e seu trabalho. A vida fluirá muito melhor.

Aceite o ritmo do amor - Assim como ninguém vai empolgadíssimo todos os dias para o trabalho, ninguém está sempre no auge da paixão. Cobrar de si e do outro viver nas nuvens é o começo de muita frustração.

Celebre as vitórias - Compartilhe o sucesso, mesmo pequenas conquistas, com pessoas queridas. Grite, chore, encha-se de energia para os desafios seguintes.

Perdoe - Se você quer continuar com uma pessoa, enterre o passado para viver feliz. Todo mundo erra, a gente também.

Arrisque - O amor não é para covardes. Quem fica a noite em casa sozinho só terá de decidir que pizza pedir. é o único risco que corre será o de engordar.

Tenha uma vida espiritual - Conversar com Deus é o máximo, especialmente para agradecer. Ore antes de dormir, comer, por tristeza, por felicidade, por qualquer motivo. Oração e meditação são forças de inspiração que elevam sua alma, fortalece seu espírito e aumenta sua fé.


Por Ralph Marston 

24 fevereiro 2018

A dor é o chamamento ao cultivo do amor - Jorge Hessen



A DOR É O CHAMAMENTO AO CULTIVO DO AMOR


”A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso“[1]Entendemos que a dor seja o medicamento que solicitamos na fronteira da experiência terrestre. Sim! Espíritos doentes e endividados que somos, imploramos, antes do berço, as dores e as provações capazes de propiciar-nos o regozijo da cura e a benção do resgate. Portanto, as dificuldades são benfeitoras do coração. Aceitemo-las no caminho, com o equilíbrio da resignação que tudo abrange para tudo auxiliar e expurgar, na marcha de nossa via crucis.

A dor , seja física ou espiritual, é sofrida por quem a provoca e que jamais bate em porta errada. Não há razão, em hipótese alguma, para atribuir a terceiros a culpa de nossas dores, pois que elas resultam das atitudes, dos procedimentos, das ações praticadas contra as leis divinas. Para aliviá-la existe a necessidade de assumirmos a responsabilidade de uma mudança comportamental, que sempre pode libertar-nos da dor, quando bem realizada segundo padrões éticos/morais cristãos.

“As provações da vida fazem adiantar quem as sofre, quando bem suportadas; elas apagam as faltas e purificam o espírito faltoso”.[2] Quando a dor chega, ninguém permanece indiferente, não importando suas causas. Por vezes, chega através da doença física, minando a saúde antes inabalável. De outras, é a dor da separação do ente amado que desencarna.

De toda forma, não importando por quais caminhos a dor nos visite, sempre é presença contundente, alterando-nos as paisagens emocionais. Ela sempre traz consigo seu caráter pedagógico, em um convite ao cultivo das virtudes que ainda não nos dispusemos a acionar. “As provas rudes são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus”.[3]

Há três categorias de dor: a dor-evolução, a dor-expiação e a dor-auxílio. A dor-evolução atua de fora para dentro, aprimorando o ser, e sem ela não haveria progresso. A dor-expiação vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a Justiça. Quanto à dor-auxílio, pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais frequentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte. [4]

O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitá­vel na Vida Espiritual. [5]

A oração habitual, o comportamento retificador, o descortino mental e o bem que se pode patrocinar ao próximo, retratam as atitudes inteligentes daqueles que almejam o bom aproveita­mento da dor no processo de evolução .

Jorge Hessen


Referências bibliográficas:

[1] KARDEC , Allan . A Gênese, Cap. III, item 5, RJ: Ed. FEB 2001

[2] KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 10, RJ: Ed. FEB 2001

[3] Idem cap. XIV, item 09, RJ: Ed. FEB 2001

[4] XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação, ditado pelo Espírito André Luiz, cap. 19, RJ: Ed. FEB 1959

[5] Idem

23 fevereiro 2018

O esforço para não errar mais - Waldenir Aparecido Cuin



O ESFORÇO PARA NÃO ERRAR MAIS


“Vai, e não peques mais.” (Jesus – João, 8:11.)

Quando Jesus recebeu a mulher que havia sido flagrada em erro, trazida pela multidão enfurecida, inicialmente solicitou que manifestassem aqueles que nunca tivessem cometido qualquer falta, não tendo percebido qualquer movimento entre os acusadores, acolheu a criatura agredida, sentenciando: “se ninguém te condenou, eu também não o faço, vai e não peques mais”. Naquele exato momento, o Cristo transmitiu à humanidade um dos mais belos e notáveis ensinamentos: que não devemos julgar ninguém e que é preciso não reincidir nos erros cometidos.

Diante da atual situação evolutiva em que nos encontramos, ainda distanciados da verdadeira compreensão dos reais valores da vida, é natural que cometamos erros, que atuemos pelos caminhos da existência entre acertos e equívocos, mas, uma vez descobrindo que agimos de forma indevida, preciso será que a partir desse instante não venhamos a cometer os mesmos erros. A palavra evangélica apresenta essa proposta de maneira a nos incentivar a conhecer e fazer o que é correto.

É claro que não podemos pretender que na Terra vivamos totalmente dentro dos procedimentos desejados, pois que estamos em programa de aprendizado e experiências, no entanto, em circunstância alguma vamos receber o aval para continuarmos cometendo os mesmos enganos por muito tempo. Precisamos extrair de cada erro a lição que ele nos proporciona e seguir evitando praticá-lo novamente, para que não percamos tempo e oportunidades, retardando nosso avanço moral.

O zelo em observar o nosso próprio comportamento é medida urgente e sumamente necessária, pois que a nossa evolução espiritual não é tarefa alheia, mas estritamente de cada um.

Sócrates há muito tempo afirmou: “conhece-te a ti mesmo”. Sem dúvida não será possível coadunar o nosso comportamento e ações com os padrões evangélicos se não nos conhecermos intimamente. Assim, melhor será que façamos uma viagem pelo nosso interior, buscando o conhecimento íntimo, detectando os pontos vulneráveis.

Não deverá ser motivo de desesperação se, mesmo pretendendo não errar, ainda venhamos a cometer alguns enganos. Certamente eles serão menos que em outras épocas, quando a nossa vida seguia sem preocupações.

Obviamente não conseguiremos uma transformação imediata, mas não podemos adiar infinitamente o desejo de “matar o homem velho que mora dentro de nós para fazer nascer o homem novo”, conforme nos recomendou Paulo de Tarso.

E domar as más tendências, frear impulsos inferiores, conter sentimentos desequilibrados não é tarefa fácil, mas muito necessária e importante para obtermos o padrão ideal de vida na Terra e fora dela, pois que somos imortais e temos “muitas moradas na casa do Pai”.

O erro existe, logicamente será difícil acabar com ele, mas isso não deve ser motivo para acomodação e inércia. Antes, aprendamos com Jesus, vivendo sem condenações e julgamentos, mas evitemos, dentro do esforço máximo, prosseguir entre enganos e equívocos; isso, naturalmente, para o nosso próprio bem.

Sim, errar é humano, mas, prosseguir errando, não será atitude das mais acertadas.

Pensemos nisso.


Waldenir Aparecido Cuin


22 fevereiro 2018

O médium pode cobrar pela sua mediunidade? - Hugo Lapa



O MÉDIUM PODE COBRAR PELA SUA MEDIUNIDADE?


Uma pessoa fez essa pergunta aqui no grupo. Pode um médium, exercendo sua mediunidade, cobrar pelos atendimentos, livros, passes, curas ou outras atividades mediúnicas?

Sim… Poder ele pode. Não necessariamente o médium está rompendo as leis naturais caso ele cobre suas atividades. No entanto, é aconselhável que ele cobre? Essa resposta é não. Não é recomendável que qualquer médium cobre por livros, atendimentos, etc.

Mas por que o médium não deve cobrar? Simplesmente porque aquele trabalho não é dele. Por exemplo, um médium de cura que incorpora um espírito e este espírito faz todo o atendimento nas pessoas enquanto o médium fica inconsciente. Qual o mérito do médium nessa situação? Doar seu corpo e tempo para o trabalho. Mas o médium é dono do trabalho que fez? Não… o trabalho é todo dos espíritos; os espíritos realizaram todo o atendimento de cura enquanto o médium estava ausente. Nesse caso, é aconselhável que o médium cobre? Não… pois esse trabalho de cura não foi feito pelo próprio médium, mas sim pela equipe espiritual de cura. Por isso se diz que não é aconselhável que o médium cobre, porque o trabalho não pertence a ele, não veio dele, não foi elaborado por ele, não houve investimento da parte do médium para aprender aquele ofício, ao contrário: é um dom que lhe foi dado por Deus para se fazer o bem.

No entanto, vemos uma certa divisão no movimento espírita e espiritualista a esse respeito. Há uma parte dos médiuns que cobram e outra que não cobram. Por exemplo, Zíbia Gasparetto sempre lucrou com suas obras psicografadas pelos espíritos. Em tese, ela não poderia cobrar, mas isso não parece fazer diferença nenhuma para o grande público, que consome seus livros como se fosse água, sendo ela a médium que mais vende livros no Brasil. Robson Pinheiro, autor espiritualista conhecido e polêmico, é outro que cobra pelas suas obras mediúnicas. Robson Pinheiro montou até mesmo uma editora para publicar seus livros. Por outro lado, Chico Xavier nunca cobrou 1 centavo por todas as mais de 400 obras mediúnicas que escreveu ao longo de 70 anos de intenso trabalho psicográfico. Chico doou toda renda para obras de caridade. Em nossa visão, Chico agiu corretamente, por ter ajudado milhares de pessoas em seus projetos sociais e inspirado milhões de pessoas no bem e no caminho da evolução espiritual.

Eu não julgo, em hipótese alguma, um médium que deseja lucrar com sua mediunidade. Não creio que esse médium seja menos confiável ou esteja seguindo um caminho menos elevado apenas porque aufere lucros de sua atividade. No entanto, o caminho da mediunidade deve ser um caminho de renúncia pessoal, abnegação de qualquer tipo de interesse pessoal. Por isso, o ideal é o médium não cobrar…

Por outro lado, podemos questionar: e o sensitivo? O sensitivo ou o vidente pode cobrar pelos seus atendimentos? A resposta é sim. Mas por que o sensitivo pode e o médium não é aconselhável que ganhe com mediunidade? O vidente ou o sensitivo não usa em seus atendimentos o trabalho dos espíritos como o médium usa. Por exemplo, num trabalho de cirurgia espiritual, enquanto o médium incorpora um espírito e este faz todo o trabalho, o sensitivo se utiliza de sua própria percepção e sensibilidade para realizar um tratamento de cura. O sensitivo não é tomado por um espírito que faz o trabalho para ele… mas ele mesmo realiza todo o atendimento, de acordo com sua sensibilidade, seu conhecimento e as capacidades que ele desenvolveu em suas vidas passadas.

Quase todo sensitivo que atua nos dias de hoje desenvolveu seu dom com práticas místicas e espirituais aprendidas em suas vidas passadas. Essas práticas são consequência de um esforço dele mesmo, um trabalho interior que ele empreendeu a fim de despertar certas faculdades anímicas. O médium, por seu lado, não desenvolveu seu dom mediúnico em vidas passadas: é algo que lhe foi dado pela espiritualidade superior e que nenhum esforço ele precisou empreender em vidas passadas para obter suas faculdades, sejam de cura, de escrita automática, da psicofonia, etc. Por isso, o sensitivo pode, sem nenhum problema, cobrar seus atendimentos.

O ato de cobrar em si mesmo não pode ser considerado algo positivo ou negativo a priori. Há médiuns que cobram, mas não lucram. Esse é o exemplo de certos indivíduos que cobram os atendimentos, mas doam depois toda a renda para instituições de caridade. Chico Xavier também lucrava com seus livros, mas todo o dinheiro era revertido para os necessitados. Por outro lado, como dissemos inicialmente, o certo e o errado não podem ser estabelecidos tal como tábuas da lei de uma revelação superior que devem ser tomadas de forma literal e imutável. Os espíritos sempre deixam claro a importância de nossa intencionalidade em toda a nossa obra humana. A intenção é tudo no plano do espírito. Se o médium cobra, mas ele pensa primeira no bem estar das pessoas e em segundo plano no dinheiro, ele não está cometendo qualquer “pecado” e não está adquirindo karma negativo.

No entanto, o médium que não cobra, mas pensa primeiro em “encher seu ego” e depois, em segundo plano, considera o bem estar das pessoas, este, mesmo não cobrando, está adquirindo um karma negativo que poderá causar-lhe sofrimento futuro. Muitas vezes a moeda de troca não é o dinheiro, mas o ego: é aquele médium que gosta de ser adorado, gosta de aparecer, que gosta de se exibir, que aprecia ser estimado e visto como um “grande médium” da atualidade. Muitas vezes essa expectativa de retorno não financeira do orgulho e da vaidade mediúnica é mais grave do que o desejo pelo lucro material.


21 fevereiro 2018

Dores-Estímulos - Emmanuel



DORES-ESTÍMULOS


Não digas que toda a problemática do sofrimento se vincula exclusivamente ao resgate correspondente a erros cometidos.

A própria natureza nos ensina, em silêncio, ofertando-nos soluções claras e simples ao desafio.

A pedra burilada interpretaria o martelo como sendo um perseguidor, entretanto, o martelo nada mais faz que alçá-la ao apreço das multidões.

A árvore nobre identificaria o machado que a derrubou por instrumento de tortura, no entanto, o machado apenas requisitou-a para serviço respeitável na residência do homem.

Observa o aluno, muitas vezes, em ásperas regras de estudo, sem o que não conseguiria o título profissional que demanda.

Ponderemos tudo isso, acolhendo as disciplinas da estrada com serenidade e proveito.

Sem dor não teríamos avisos edificantes, e sem obstáculos ninguém adquire experiência.

Indiscutivelmente, existem os quadros de expiação que nós mesmos criamos e que nos cabe aceitar com gratidão e respeito em nosso próprio auxílio.

Importa considerar, porém, que a vida está matizada de dores – estímulos sem o concurso das quais não entenderíamos a própria vida.

A vista disso, na maioria das circunstâncias, a provação é exercício de resistência, tanto quanto a dificuldade é medida de fé.

Perante o sofrimento, não te abatas nem esmoreças, e sim procura a mensagem construtiva de que todo sofrimento é portador.

Nas horas de aguaceiro, mentaliza os frutos que virão.

Quando a noite envolva a paisagem, pensa nas maravilhas do alvorecer.


Psicografia de Emmanuel
Do livro: Encontro de Paz
Médium: Francisco Cândido Xavier


20 fevereiro 2018

Nem Anuladas, Nem Simplificadas - Orson Peter Carrara



NEM ANULADAS, NEM SIMPLIFICADAS


O dinâmico processo de viver, aprender, progredir e especialmente aprimorar-se no intelecto e na moralidade, estabeleceu valiosas experiências nos relacionamentos com terceiros e, claro, consigo mesmo, na individualidade. Afinal, o amadurecimento psicológico-emocional é fator preponderante para o equilíbrio diante dos gigantescos desafios de viver em harmonia. Especialmente se pensarmos na velha questão do auto encontro, pois que muitos de nós nos esmeramos em diversas atividades para além da própria intimidade, auxiliando muita gente, distribuindo conhecimento, e nos esquecemos de auxiliar a nós mesmos.

A maior tarefa é da auto educação, do auto aprimoramento. Somos pródigos no aconselhamento para terceiros e nos debatemos em aflições quando as adversidades nos atingem diretamente, esquecendo-nos de que o que falamos deveríamos usar primeiro em favor próprio, equilibrando as próprias emoções.

Dentre os fatores do dinamismo da vida está a transformação trazida pelo fenômeno biológico da morte. É um fenômeno natural, integrante desse processo todo, uma vez que somos mortais apenas no corpo, pois que imortais como seres inteligentes.

As conquistas e dificuldades continuam, pois. Ela, a morte, não anula, nem simplifica as dificuldades, uma vez que levamos o equilíbrio ou a desarmonia interior, conosco. Uma vida moral e emocionalmente equilibrada desde já resultará num espírito desencarnado também equilibrado. Uma mente, por sua vez, emocional e moralmente desequilibrada, levará para a vida espiritual um indivíduo desequilibrado, requerendo as mesmas providências que nos são exigidas continuamente durante a vida corpórea.

Tais reflexões são resultantes da leitura do capítulo 15 – Os inimigos desencarnados, constante do livro Tramas do Destino, edição FEB, na psicografia de Divaldo Franco e de autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Afirma o autor no citado capítulo:

“(...) Não sendo a morte outra coisa senão um instrumento da vida estuante em toda parte, a desencarnação não anula, nem simplifica as dificuldades. Cada um se desenovela dos liames físicos consoante a força vitalizadora de que se utilizava na sua sustentação. Transferem-se de uma para a outra posição da realidade espiritual os sentimentos cultivados, as aspirações irrealizadas, as fixações, os resíduos morais. (...) Cada um desencarna conforme se encontra reencarnado. Os conflitos não equacionados, como os ódios e os amores, prosseguem com maior volúpia. (...)”.

Por isso é importante o esforço desde já no equacionamento dos conflitos que ainda trazemos, nos distúrbios emocionais e psicológicos, arejando a mente com os recursos valiosos da alegria de viver, da confiança em Deus, da resignação ativa e do trabalho no bem. E isso pode começar com uma virtude sempre esquecida: a gratidão.

Sim, a gratidão, que é valioso ponto de apoio ou alavanca incomparável para início dessa trajetória de progresso. Aprendermos a agradecer. Há muitas razões para isso, basta parar para pensar um pouco...

Por isso, a valiosa informação no mesmo capítulo: “(...) O conhecimento da vida espiritual representa valiosa aquisição para a responsabilidade e a ascensão do indivíduo (...)”.

A ascensão e a responsabilidade individuais são conquistas da alma, determinadas pela Sabedoria Divina, por meio da Lei do Progresso.

Viver é, pois, prosseguir aprendendo. Muitos, diante dos desafios, desejam fugir da vida e dos desafios. Alguns se entregam ao equívoco do suicídio ou à perda do encantamento pelas maravilhas da vida e suas riquezas. Não adianta. A lei da vida é dinâmica e nos determina o progresso contínuo. Por isso, acionemos a poderosa alavanca da vontade, levantemo-nos de nossas fraquezas e sigamos adiante. A morte não muda o que somos, e como diz o autor espiritual na obra em referência, não anula nem simplifica as dificuldades. Essas deverão ser superadas com o contínuo aprendizado decorrente dos enfrentamentos inevitáveis da evolução.

Com a clareza do pensamento espírita, nossa gratidão à fabulosa e incomparável obra da Codificação Espírita, de Allan Kardec.

Orson Peter Carrara


19 fevereiro 2018

Escândalos - Momento Espírita



ESCÂNDALOS



Em determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma serem os escândalos necessários no mundo, mas Ai de quem os provoca.

No sentido vulgar do termo, escândalo significa evento ruidoso, que causa alvoroço ou estrépito.

Nessa linha, o problema residiria não no conteúdo da conduta, mas na sua repercussão.

Desde que uma ação má não gerasse alarde, não haveria maiores problemas.

Ocorre que esse sentido valoriza as aparências e a hipocrisia, em franco desacordo com as lições do Cristo.

Jesus afirmou, ao tratar do adultério, por exemplo, que o mero pensar com impureza já era condenável.

Que se dirá então de ações francamente nefastas, apenas cometidas na surdina?

Parece possível interpretar a palavra escândalo, na acepção evangélica, como tudo o que causa tropeço ou embaraço nos caminhos próprio ou alheio.

Tudo o que resulta dos vícios e imperfeições humanas, tudo o que viola os deveres de pureza e fraternidade, isso é um escândalo perante as Leis Divinas.

Mas qual a razão para os escândalos serem necessários?

O cerne da questão reside na evolução ainda incipiente dos habitantes da Terra, mormente no que diz respeito à moral.

O planeta, ainda por um tempo, será morada de Espíritos rebeldes às Leis Divinas.

Mais do que em decorrência das condições materiais da Terra, a vida aqui é difícil por conta dos nossos inúmeros vícios.

Violência, corrupção, promiscuidade, tudo isso gera infelicidade e transtornos.

Muitos são os escândalos produzidos diariamente pelos homens, em sua imperfeição

Salvo o caso das almas missionárias, os Espíritos radicados na Terra têm afinidade de sentimentos e valores, em maior e menor grau.

O contato recíproco de criaturas viciosas tem variados efeitos.

Ele provoca inevitável sofrimento pelo contínuo entrechoque de interesses.

É cansativo defender-se cotidianamente da maldade alheia e conviver com esperteza e deslealdade.

Esse contato também propicia o acertamento de dívidas cósmicas.

No longo processo de aprendizado da vida, o Espírito comete equívocos que precisa reparar.

Ele necessita acertar-se com sua consciência, a fim de habilitar-se para estágios superiores da vida imortal.

Também precisa adquirir paciência e generosidade e isso apenas se consegue perante criaturas falhas.

Afinal, os anjos não desafiam a paciência de ninguém e nem necessitam de favores ou clemência.

Finalmente, o contato com o vício faz com que os homens lentamente se desgostem dele.

O espetáculo das baixezas humanas é triste. Com o transcorrer do tempo faz surgir o ideal de vivências diferentes, plenas de pureza e compaixão.

Assim, nos estágios ainda inferiores da vida moral, o escândalo é infelizmente necessário.

Mas ai do escandaloso, pois responde por todo o mal que causa, ainda que deste surja indiretamente o bem.

Quando os homens se depurarem, o escândalo se tornará desnecessário e desaparecerá.

Eventuais acertos com a justiça cósmica se processarão na forma de efetivo trabalho no bem, a consubstanciar o amor que cobre a multidão de pecados, no dizer evangélico.

Assim, para alcançar a libertação de injunções dolorosas, cuide para não causar escândalo.

Se alguém lhe fizer o mal, saiba que o verdadeiro prejudicado é o escandaloso.

Ele desafia as Leis Divinas e desencadeia graves consequências na própria vida.

Quanto a você, perdoe e siga adiante.


Redação do Momento Espírita


18 fevereiro 2018

E se um dia o mundo acabar? - Octávio Caúmo Serrano



E SE UM DIA O MUNDO ACABAR?


Muitos se referem ao mundo como sendo o Universo, quando na verdade o nosso mundo é apenas este pequeno planeta. E como cada um tem sua própria humanidade, não acontecerá o mesmo nos diferentes mundos. A cada um segundo suas obras, sua destinação e sua era!

Mas se o nosso planeta acabar? O que vai acontecer conosco? Imaginemos que uma guerra nuclear destrua a vida na terra. Vamos todos morrer, evidentemente. Mas o que é morrer? Os espíritos dizem que é desencarnar, ou seja, morre o corpo, mas o espírito, eterno e imortal, continua vivendo. Não há força bélica que possa destruir as almas.

E o que vai ser de nós, espíritos, se a vida na Terra terminar? Ficaremos na erraticidade (o plano espiritual) aguardando transferência para outro planeta similar ao nosso, já que existem inúmeros, a fim de lá reencarnarmos e continuar nossa espiritualização. A ciência já os está descobrindo e dizendo até onde estão alguns deles. Nunca vamos desaparecer nem ficar órfãos de oportunidades de aprimoramento. Além disso, não nos esqueçamos de que também evoluímos no plano imaterial. Já diz o Livro dos Espíritos que o mundo material é secundário e nem precisaria existir (questão 86). Serve apenas para apressar nosso progresso.

E para o planeta quais seriam as consequências? Ficaria um tempo impróprio para a vida humana devido à radiação, águas poluídas, impossibilidade de nascer alimento, ar impróprio, como já aconteceu no início da sua criação. Mas com o tempo também se renovaria e ficaria adequado para receber novamente corpos similares aos nossos para a vida de espíritos em processo evolutivo. Jesus, o Governador da Terra, que a administra com tanto carinho e tudo oferece aos seus irmãos, ficaria certamente decepcionado com a ingratidão da humanidade terráquea porque, mesmo em se considerando que a tragédia seria da autoria de uns poucos fanáticos, traria consequências para todos os continentes.

Depois de mais de quatro bilhões de anos para chegar a este estágio, quando se prepara para progredir e ser um mundo de regeneração, voltaria à estaca zero; retrocederia aos tempos da formação quando a vida era impossível como a conhecemos na condição atual. Mas nós, seus atuais habitantes conservaríamos a nossa individualidade e o conhecimento que já acumulamos. Nada perderíamos do que conquistamos com nosso esforço. Seria como se mudássemos de um bairro, escola, emprego, cidade ou país; continuaríamos nós mesmos com tudo o que já aprendemos. Ou como se saíssemos de uma região que é alagada para a construção de uma represa e fôssemos transferidos para um novo local, onde ocuparíamos novas casas. O espírito nunca perde o que conquistou e não retrograda. Nesse sentido, já aprendemos com o Espiritismo no comentário da pergunta 194 a.

Há uma apreensão na espiritualidade quanto a esta possibilidade e os auxiliares de Jesus empenham-se em aconselhar os homens, inspirando-os a pensar de maneira menos egoística e mais fraterna, mostrando-lhes que se matam pelos supérfluos e se esquecem de crescer como almas. Pena que andemos meio surdos. Mas algo de bom já está acontecendo. Quando vemos depois de tanto tempo os Estados Unidos e Cuba entendendo-se, concluímos que já houve algum despertar.

O entendimento e a aceitação do que foi dito neste texto, dá-nos mais esperanças e leva-nos a uma serenidade que não poderíamos ter sem conhecer os desígnios de Deus em relação aos seus diletos filhos. Como podemos nos imaginar abandonados por um Pai misericordioso como esse que nos criou como a sua obra suprema?

Ninguém se aflija, pois o caos não existe e o fim de tudo representa o começo de algo. É um constante vir a ser. Depois da escuridão da noite só nos resta aguardar um novo amanhecer e contemplar a beleza dessa nova alvorada. Depois da tempestade vem a bonança. Quando o sol se deita e lua vem clarear-nos. Nunca estamos na escuridão; a menos que a nossa alma esteja em trevas.

Queremos crer que ainda reste um pouco de bom senso na nossa equivocada humanidade e ela já se deu conta de que é preciso rever valores para que o mundo tenha mais harmonia. Mas jamais percamos a fé.


Octávio Caúmo Serrano
Tribuna Espírita - janeiro fevereiro 2017


17 fevereiro 2018

Bancar as cobiças dos filhos? - Jorge Hessen



BANCAR AS COBIÇAS DOS FILHOS ?


Atualmente paira sobre as famílias modernas uma grave ameaça em torno da cultura do prazer. O instituto familiar necessita de grande choque de modelo e, sobretudo, de muito apoio religioso para alcançar seu equilíbrio moral. Infelizmente, muitos pais querem que os filhos tenham prazer sem responsabilidade.

O estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que a maioria das mães não resiste às solicitações dos filhos quando eles exigem a compra de brinquedos, roupas e doces. A rigor, muitas crianças tem noção sobre quais astúcias utilizar para persuadir seus pais a comprarem o que elas querem.

Muitas vezes, os rogos “ingênuos” aparecem em forma de pirraça, intimidação, choradeira, induzindo alguns pais à sujeição. Contudo, ceder a todas as vontades dos filhos (no caso das compras) pode não apenas desequilibrar o orçamento familiar e levar os pais a contrair dívidas, porém também pode contribuir para instalar nas crianças uma série de comportamentos inadequados e tornar os filhos manipuladores e menos tolerantes à frustração, prejudicando seu desenvolvimento e suas relações sociais presentes e futuras.

Concordamos que uma das estratégias para evitar contendas com os filhos durante as compras pode ser combinar regras sobre o que poderá ou não ser comprado antes do passeio. Para que essa solução seja eficiente, a mãe deve ser clara e firme na hora do acordo. Os filhos, quando crianças, registram em seu psiquismo todas as atitudes dos pais, tanto as boas quanto às más, manifestadas na intimidade do lar. Por esta razão, os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um diálogo franco com os filhos, sobretudo, amando-os, independentemente, de como se situam na escala evolutiva. Devemos transmitir segurança aos filhos através do afeto e do carinho constantes. Afinal, todo ser humano necessita ser amado, gostado, mesmo tendo consciência de seus defeitos, dificuldades e de suas reais diferenças.

A regra é clara, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, deste modo, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária. Um detalhe é muito importante: os espíritas sabem que a fase infantil, em sua primeira etapa (dos 0 aos 7 anos), é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com indiferença e ou insensibilidade.

Principalmente a mãe que “deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. Desde a infância, deve prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.”(1)

Para Emmanuel a mãe “não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo. Na hipótese de fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães incompreendidas entregar o fruto de seus labores a Deus, prescindindo de qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá apreciar os seus sacrifícios e abençoará as suas penas, no instituto sagrado da vida familiar.”(2)

Os filhos rebeldes são filhos de nossas próprias obras, em vidas anteriores, cuja Bondade de Deus, agora, concede a possibilidade de se unir a nós pelos laços da consanguinidade, dando-nos a estupenda chance de resgate, reparação e os serviços árduos da educação. Dessa forma, diante dos filhos insurgentes e indisciplináveis, impenetráveis a todos os processos educativos, “os pais depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação deles, é justo que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.”(3)

Os pais, após esgotar todos os recursos a bem dos filhos e depois da prática sincera de todos os processos amorosos e enérgicos pela sua formação espiritual, sem êxito algum, “devem entregá-los a Deus, de modo que sejam naturalmente trabalhados pelos processos tristes e violentos da educação do mundo. A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar, não obstante o serviço inestimável do afeto paternal, humano. Eis a razão pela qual, em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que os pais estejam revestidos de suprema resignação, reconhecendo no sofrimento que persegue os filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituído por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual.”.(4)

O Espiritismo não propõe soluções específicas, reprimindo ou regulamentando cada atitude, nem dita fórmulas mágicas de bom comportamento aos jovens. Prefere acatar, em toda sua amplitude, os dispositivos da lei divina, que asseguram, a todos, o direito de escolha (o livre-arbítrio) e a responsabilidade consequente de seus atos. Por todas essas razões, precisamos aprender a servir e perdoar; socorrer e ajudar os filhos entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se nos associam à existência e, se nos entregarmos realmente no combate à deserção do bem, reconheceremos os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.

Em últimas instancias quando os filhos são rebeldes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos, “os pais, depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa dos filhos, sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.”(5)

Jorge Hessen


Referências bibliográfica:

(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, per. 189

(2) Idem per. 189

(3) Idem per. 190

(4) Idem per. 191

(5) Idem per. 190