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31 dezembro 2017

“Alzheimer” – delongado e gradual processo de desencarnação - Jorge Hessen



“ALZHEIMER” – DELONGADO E GRADUAL PROCESSO DE DESENCARNAÇÃO



Antigamente a doença de Alzheimer era vulgarmente conhecida como “caduquice” e tratada como um estado de demência progressiva. Caracterizada pela perda contínua das aptidões do indivíduo, como extermínio da memória, dificuldade na linguagem e no pensamento, ela afeta progressivamente as funções corticais do indivíduo, ocorrendo atrofia do cérebro e, por isso mesmo, as funções cognitivas e motoras são deterioradas irreversivelmente.

Embora ainda não tenha cura, o uso de medicamentos como Rivastigmina, Galantamina ou Donepezila, junto com terapia ocupacional (estímulos), podem auxiliar no controle dos sintomas e retardar a sua progressão, melhorando a qualidade de vida do paciente.

A “Alzheimer” é mais comum em idosos. No estágio inicial (leve) podem surgir sintomas como: dificuldade para lembrar os acontecimentos mais recentes (a lembrança de situações antigas permanece normal), dificuldade para achar o caminho de casa, não saber o dia da semana, repetir as mesmas perguntas. Na fase moderada, a pessoa apresenta incapacidade de fazer a higiene pessoal, anda sujo, tem dificuldade para ler e escrever, alterações do sono, troca do dia pela noite.

Na etapa avançada o doente não consegue memorizar nenhuma informação atual e nem antiga, não reconhece os familiares, os amigos e locais conhecidos, nem as coisas do ambiente (agnosia), perdem a coordenação para os mais simples movimentos úteis, como vestir uma roupa (apraxia).

Allan Kardec não fez referência à enfermidade, todavia cremos que o Espírito do enfermo permanece em estado parcial de “desdobramento”, pela impossibilidade de utilizar-se do cérebro que está em definhamento. São pessoas comprometidas com graves crimes morais de existências passadas. Certamente a rigidez de caráter (intolerância), a culpa, os processos obsessivos de subjugação, a depressão, o ódio e a mágoa realimentados a longo prazo podem ser matrizes admissíveis para a ocorrência do mal de Alzheimer.

Naturalmente, o empenho da família em moléstias desse tipo é de elevada importância, tanto em relação à melhoria da qualidade de vida do paciente quanto do ponto de vista das demandas espirituais, pois seguramente o grupo familiar está coligado às “contas do destino criadas pelo mesmo”, por isso o imperativo da reparação.

O tratamento espiritual é de essencial importância, inclusive para a família, pois os parentes sofrem muito com o gradual alheamento do ser querido, que passa por um processo lento, espesso, dolorido de perda de intercâmbio cognitivo com os familiares e amigos. É como um delongado e gradual “processo de desencarnação”.

As presumíveis causas espirituais, como processos obsessivos e atitudes de intransigência moral, entre outras conforme mencionamos acima, recomendam a necessidade de ininterrupta diligência de esclarecimento espiritual, com leitura diária de páginas evangélico-doutrinárias e frequência, se possível semanal, à casa espírita para tratamento com passes e águas fluidificadas.

Nessas penosas conjunturas os familiares e ou cuidadores têm a chance de desenvolver suas potencialidades espirituais como a resignação, a tolerância, a aceitação, a vigilância irrestrita ao enfermo, a renúncia, a submissão, o amor, que inequivocamente são tesouros morais adquiridos pelos que se dedicarem aos portadores da doença de Alzheimer.

Jorge Hessen

30 dezembro 2017

Parto e Cesariana no Palco - Suely Caldas Schubert



PARTO E CESARIANA NO PLANO ESPIRITUAL


Muitas vezes, embora os ensinamentos que a Doutrina Espírita nos oferece, chegamos a pensar que o Mundo Espiritual é algo etéreo, fluido, sem nenhuma constituição material. Esse pensamento advém dos conceitos errôneos, desta e de outras vidas, que trazemos de outras religiões a respeito do “céu”.

Vejamos alguns trechos sobre “parto” na espiritualidade:

Ao fazer um atendimento, juntamente com Oscar, a uma senhora desencarnada, que tentava libertar-se dos liames perispirituais, sem conseguir, debatendo-se muito angustiada, Miranda deu-se conta de que ela desencarnara em adiantado estado de gestação, mantendo junto a si a presença do Espírito-feto, que se encontrava adormecido após a morte orgânica, todavia imantado ao corpo da mãe. Inseguro quanto ao que deveria fazer solicitou a ajuda do mentor que, ao constatar o quadro sugeriu que deveriam primeiramente adormecer a gestante, para depois realizarem o parto (Transição Planetária, Manoel P. de Miranda).

A cena que se seguiu bem que poderia ser denominada de “parto espiritual”. Com a palavra o amigo Miranda: Dr. Charles pediu a Ana que atendesse ao filhinho, enquanto ele aplicava recursos especiais na área do chacra coronário do pequenino, diluindo a energia densa que se foi alterando, mudando de tonalidade e de formato até diluir-se como um fio que se esgarça, sendo separadas totalmente as fibras de energia que os uniam.

Nesse comenos, observamos que a gestante movimentou-se, embora adormecida, e expeliu uma espessa massa informe, como se fora o parto. Logo nos demos conta que se tratava da condensação mental de ambos, filho e genitora, acumulada no útero, em cujo claustro desenvolvia-se a gestação. A partir desse momento, o seu sono tornou-se tranquilo, sendo encaminhado por Ana pra uma das áreas especiais e dali seria levado para uma comunidade infantil. Vários aspectos desse caso merecem algumas reflexões.

Pessoalmente sempre me comoveram as desencarnações violentas e traumáticas de mulheres em gestação. Ficava a conjecturar qual seria o atendimento à gestante e ao Espírito a ela ligado, no processo reencarnatório que não chegara a termo. Perguntava-me como ficariam esses Espíritos, passando por essa experiência dolorosa. Sentiriam a própria morte e daquela que lhe seria mãe? E em relação a esta, por sua vez passaria igualmente por esse mesmo processo? Como se daria o desligamento entre ambos?

As indagações ficavam sem respostas, porém, muitas suposições ocorriam aos estudiosos dessa área, todos buscando as explicações sempre elucidativas da Doutrina Espírita e dentro da lógica notável a que nos habituamos. Ao mesmo tempo aguardávamos as orientações dos benfeitores espirituais, sempre trazendo elucidações avançadas, adiante do tempo.

Eis que o próprio Manoel Philomeno de Miranda traz a lume uma excelente obra, “Painéis da Obsessão” (1983), de sua autoria espiritual, em que relata um fato extraordinário, que eu denominei de “cesariana realizada no plano espiritual”. Devido exatamente a esse caso, escrevi um artigo com esse título, publicado na revista “O médium” de Juiz de Fora, no bimestre de março/abril de 1985.

Embora existam diferenças entre as duas ocorrências, a da gestante desencarnada pelo tsunami (Transição Planetária) e a que está no livro citado acima, existem pontos semelhantes que, sobretudo, atestam a misericórdia divina que atende a todas as criaturas, conforme seus méritos, suas necessidades, ao arbítrio das Leis Divinas. Para que os leitores e leitoras se instruam com o caso em pauta, transcrevo aqui os pontos principais, conforme meu artigo.

O autor narra, pois, no livro “Painéis da Obsessão”, acima citado, no capitulo 16, a desencarnação de uma senhora em adiantado estado de gravidez, em um desastre provocado por obsessores. A cena é chocante como chocante são os acontecimentos do passado que culminaram na sua morte e na morte do filhinho na presente reencarnação. Miranda relata o atendimento e o socorro espiritual que receberam.

Embora não fosse possível evitar ou desviar o curso da trama dos obsessores, em razão dos débitos passados e do comportamento do presente, mãe e filho tiveram a proteção espiritual que fizeram por merecer. A gestante, sem se dar conta do desastre, após ser liberada juntamente como filhinho dos liames carnais, passou a sentir dores sendo, então, conduzida para o centro cirúrgico de um hospital na esfera extrafísica. Adormecida foi submetida a uma “cesariana”, tal qual conhecemos na Terra e o recém-nascido foi colocado no leito ao seu lado.

Surpreso, Miranda recebe a explicação do fato por meio da palavra de um de seus instrutores na referida obra, o Dr. Lustoza, que esclarece: (…) em muitos casos de gestantes acidentadas, em avançados meses de gravidez, em que ocorre, também, a desencarnação do feto, é de hábito nosso, quando as circunstâncias assim nos permitem, proceder como se não houvesse sucedido nenhuma interrupção da vida física.

Em primeiro lugar, porque o Espírito, em tais circunstâncias, quase sempre já se encontra absorvido pelo corpo que foi interpenetrado e modelado pelo perispírito, no processo de reencarnação, merecendo ser deslindado por cirurgia mui especial para poupar-lhe choques profundos e aflições várias, o que não se daria se permanecesse atado aos despojos materiais, aguardando a consumpção deles.

É muito penoso este período para o ser reencarnante, que pelo processo da natural diminuição da forma e perda parcial da lucidez, é colhido por um acidente deste porte e não tem crédito para a libertação mais cuidadosa. Quando isto se dá, os envolvidos são, quase sempre, irmãos calcetas, inveterados na sandice e na impiedade que sofrem, a partir de então, demoradamente, as consequências das torpezas que os arrojam a esses lôbregos sítios de tormentos demorados.

No caso em tela, o pequenino se desenvolverá como se a reencarnação se houvera completado, crescendo normalmente, participando das atividades compatíveis aos seus vários períodos em Institutos próprios, que os amigos conhecem. Outros esclarecimentos são prestados pelo Dr. Lustoza, mas convém encerrar por aqui, com as palavras de Miranda, em uma reflexão pessoal: Vivendo ainda muito próximos dos interesses humanos e considerando ser a vida física uma cópia imperfeita da espiritual, compreender-se-á que, nesta última se encontram todos os elementos da primeira, embora a recíproca não seja verdadeira. (Painéis da Obsessão) Essa frase de Philomeno de Miranda sintetiza perfeitamente a premissa básica de todos os temas concernentes à conduta do ser humano, da sua vida prática, especialmente no âmbito material, tratados à luz do Espiritismo. Que fique bem claro: tudo o que existe na Terra, como obra do homem, é uma cópia imperfeita do que existe no mundo espiritual.

Portanto, a ciência, por mais avançada e por maiores conquistas que apresente nada mais expressa do que a realidade preexistente na esfera espiritual, o mesmo sucede em relação a invenções, descobertas, progresso da medicina, ideias “novas” que surgem etc.

Suely Caldas Schubert

29 dezembro 2017

Depressão pós-parte - Rejane Szereda




DEPRESSÃO PÓS-PARTO


A Depressão pós-parto é uma forma de depressão que afeta mulheres após nascimento do bebê. Cerca de 60% das mães passam por uma forte melancolia após o parto.

No Brasil estima-se que 40% desenvolvem depressão sendo que 10% apresentem a sua forma mais severa.

Os sintomas do estado depressivo na mulher variam na maneira e na intensidade com que se manifestam, pois, dependem do tipo de personalidade que possua.

A depressão pós-parto, segundo a medicina, tem como causas fatores biológicos, psicológicos e sociais e que podem se agravar, caso a mãe já apresente algum quadro depressivo antes do parto.

As grandes alterações hormonais durante a gravidez e a diminuição após o parto são segundo a medicina a um dos principais fatores para o aparecimento da depressão.
Existe também o risco de psicose pós-parto, estimado entre 2-4 casos a cada 1000 partos.

Muito mais grave que a depressão, na psicose a mulher perde o contato com a realidade, podendo apresentar alucinação, delírios, fala desorganizada, humor instável, medo patológico e comportamentos violentos contra si, contra o bebê e contra os outros.

É um processo muito grave que requer orientação urgente do médico especializado, sendo que em alguns casos se faz necessária à internação.

A mulher sente-se apática, abandona os hábitos de higiene e cuidados pessoais. Pode ter insônia, apresenta ideias de perseguição...

Estando neste quadro, mães negligenciam cuidados com seus bebês, os abandonam e em alguns casos, chegam a tirar a vida de seus bebês.

Mas, como explicar que uma gravidez tão desejada, que um bebê que era tão esperado, de repente se torne alguém indesejável para aquela mulher que tanto sonhava em ser mãe?
Isso a medicina não pode explicar...

A VISÃO DO ESPIRITISMO SOBRE A DEPRESSÃO PÓS-PARTO Somente o Espiritismo, através dos ensinamentos da reencarnação, tem a resposta satisfatória para esclarecer este problema, que denota um profundo envolvimento no passado entre a mãe e o filho.

Podemos constatar em atendimentos espirituais, que no seu passado próximo ou remoto, estas duas criaturas já vivenciaram emoções desequilibrada.

Normalmente, pais e filhos reencarnam com um grande propósito de ajustes de contas.

Quis a Sabedoria Divina, que o filho de hoje e que antes pode ter sido grande desafeto, fosse colocado dentro do mesmo lar, como uma forma de se perdoarem e aprenderem a se amar.

Mas, o ser humano que antes de tudo é um ser espiritual, traz gravado no seu inconsciente, todas as lembranças das vidas passadas, e ao entrar em contato com seu antigo inimigo, a mãe tende a afastar-se do bebê, não o aceitando, sentindo por este repulsa e até mesmo tendo vontade de tirar a vida do ser indefeso, pois, muitas vezes sente ódio inexplicável...

A explicação é que num passado remoto esta criatura, hoje seu bebezinho pode ter sido alguém que muito a prejudicou.

Embora não lembre na maioria das vezes das cenas das vidas passadas, a lembrança vem em formas de sentimentos.

No caso da psicose, muitas vezes as imagens chocantes da vida em que toda desarmonia ocorreu podem vir à mente.

A mãe incorporada da personalidade em que foi vítima, agora tende a revidar, tirando algumas vezes a vida do seu bebê...

Mas, como tudo na Justiça e Sabedoria Divina tem um porque, ali estão reunidos os desafetos, onde o grande amor de mãe pode tudo superar... e todo um passado pode agora ser mudado...

“Às vezes, é uma prova que o Espírito do filho escolheu ou uma expiação, se aconteceu ter sido mau pai ou mãe perversa ou mau filho, noutra existência.” (Livro dos Espíritos, perg. 891).

Quando a mulher não puder oferecer a seu filho o amor e cuidado que ele precisa , este também entrará em depressão.

Portanto, até que se restabeleça o equilíbrio da mãe, é importante que alguém assuma a tarefa para que o bebê possa sentir-se amado e acolhido, pois, sem amor não desenvolverá a capacidade de amar.

Através do espiritismo compreenderemos o porquê de vivenciarmos determinadas situações, que parecem não ter explicação.

A mãe que tem depressão pós-parto, deve entender e esforçar-se para cumprir o seu papel, pois, está passando por uma grande prova, a maior delas... ”a maternidade”, onde deixamos de lado nossa vida, para atendermos os nossos filhos e aprender a amá-los incondicionalmente.

Rejane Szereda

28 dezembro 2017

Será que há espíritos de “crianças” nos domínios do além tumba? - Jorge Hessen




(by Sandra Kuck - March Daffodil)



SERÁ QUE HÁ ESPÍRITOS DE "CRIANÇAS" NOS DOMÍNIOS DO ALÉM TUMBA?


Um objeto de estudo instigante, cuja explicação devemos ao Espiritismo, diz respeito à situação da “criança” no além após a sua morte. Será que há “crianças” no além? E o “bebê”, como será a sua forma perispiritual quando desencarna? Será que o seu períspirito retoma a forma “adulta” ou por quanto tempo permanece “bebê” e ou “criança” no Além-túmulo? Há muitas interrogações sobre o que ocorre com as “crianças” recém-desencarnadas. Como “ela” se adapta no Mundo dos Espíritos? Sim, são inúmeras dúvidas.

Cremos que “crianças” no além são imediatamente recolhidas por familiares ou mentores, que lhes darão ampla assistência. Se são Espíritos com ótima bagagem moral, retomam a personalidade anterior. Se são de mediana evolução, acreditamos que conservam a condição infantil, que será superada com o decorrer do tempo, como sucede com as “crianças” na Terra. Podem, também, retornar à reencarnação.

Porém, pasme, segundo um famoso escritor espírita, “não há uma única manifestação mediúnica de criança nas obras de Allan Kardec”. Portanto, afirma que não existem “Espíritos crianças”, pois o período de infância, adolescência, maturidade e envelhecimento, é uma condição do corpo físico, que obedece a esse processo orgânico de maturação, próprio dos nativos do planeta Terra.

Será? É urgente contar ao notório e equivocado confrade que o Codificador publicou comunicação do Espírito de uma criança na Revista Espírita de 1859. E ainda registrou a manifestação do Espírito do menino Marcel, conforme publicado na obra “O Céu e o Inferno”, cap. 8, parte II. Aliás, antes de Kardec, encontramos personagens históricos que mencionam os espíritos de “crianças” no além. A exemplo de Swedenborg, que descreve “crianças” sendo bem recebidas no além nas instituições onde adolescem e são cuidadas por jovens mulheres. Há distintos precursores do Espiritismo que fazem alusões às “crianças” no além, a saber: Louis Alphonse Cahagnet, na França e Andrew Jackson Davis, nos EUA.

André Luiz apresenta no cap. X do livro “Entre a Terra e o Céu” acurados painéis de crianças desencarnadas. Cairbar Schutel apresenta as “crianças” no além tumba no seu livro “A Vida no Outro Mundo”; Frederico Figner (Irmão Jacob) faz menções a “crianças” no além, conforme agenda no livro “Voltei”. Informações confirmadas por Yvonne Pereira em “Cânticos do Coração, Vol II”e George Vale Owen, na obra “A vida Além do véu”, dentre outros.

Na questão 381 de O Livro dos Espíritos, o Codificador questiona aos Espíritos se na morte da criança, o ser readquire imediatamente o seu antecedente vigor. Os Benfeitores aclaram o tema afirmando que o Espírito não readquire a anterior lucidez, senão quando se tenha completamente separado do envoltório físico. E nas questões 197, 198, 199, 346 e 347, da mesma obra básica é explicado que o Espírito da “criança” não é infantil, e sim reencarnação de Espírito que teve outras existências na Terra ou em outros orbes. Especificamente na questão “199-a”, os Espíritos inquiridos por Kardec sobre o destino espiritual da criança que morre bebezinho, anotaram que o Espírito “recomeça outra existência”.

No entanto, antes do reinício de nova existência física, tais Espíritos são recolhidos em Instituições apropriadas. Há apresentações psicográficas citando escolas, parques, colônias e instituições diversas consagradas ao acolhimento e amparo às “crianças” desencarnadas. E ademais, ao reencarnar o Espírito entorpece a consciência e somente finalizará o processo reencarnatório a partir dos sete anos aproximadamente, quando se remata a reencarnação. Por isso, se a criança desencarnar no meio do processo reencarnatório, ou seja, entre os 3 anos e 4 anos, o Espírito possivelmente possa retomar imediatamente a forma adulta precedente.

Também devemos considerar o seguinte: se a “criança” desencarnada possui grande experiência no campo intelecto e moral, readquire rapidamente os valores parciais da memória, logo após a desencarnação, conseguindo, por isso, ordenar conceitos e anotações de acordo com a maturação intelectual alcançada com seus empenhos.

O mesmo não sucede com “criança” desencarnada que ainda não possui condição moral elevada. Em tal estágio, o desenvolvimento no além-túmulo é idêntico ao que se processa no plano físico, quando o Espírito é constrangido a aprender pausadamente as lições da vida e avançar gradualmente, segundo as injunções do tempo.

Morre o corpo infantil (em qualquer faixa etária), e sobrevive o Espírito imortal e eterno, com toda uma bagagem de aquisições intelectuais e morais advindas das múltiplas experiências reencarnatórias, e que integram a sua individualidade.

Recordemos que a almas ainda prisioneiras no automatismo inconsciente acham-se relativamente longe do autogoverno. Em face disso, permanecem transportados pela Natureza, à maneira de bebês no colo materno. É por esse motivo que não se pode prescindir de períodos de recuperação para quem desencarna na fase infantil. Porquanto, precisarão continuar aprendendo, estudando e recebendo esclarecimentos espirituais adaptados à sua idade e compreensão, e serão separadas por faixas de idade e entendimento, tal como ocorre aqui na Terra.

Nas fontes que examinamos, não encontramos informações de Espíritos de “crianças” nas regiões “umbralinas” – ainda bem!

Temos muito que aprender com os Espíritos.

Jorge Hessen


27 dezembro 2017

Na lavoura mediúnica - Joanna de Ângelis



NA LAVOURA MEDIÚNICA


Na lavoura da mediunidade, o trabalho de aprimoramento moral do homem é de capital importância.

Terreno em desprezo, dá vitória à erva daninha.

Solo sem trato é prejuízo na economia da agricultura.

Cada médium revela, na aplicação das forças psíquicas, o estado da própria evolução.

Em razão disso, a grande variedade de médiuns é decorrência da larga faixa moral em que transitam os homens.

Aprimoram-se o caráter moral e os valores culturais do servidor e defrontaremos resultados superiores, no serviço mediúnico.

A faculdade medianímica, como outra qualquer, é neutra, em si mesma.

A direção que se lhe dá torna-a dignificada como perniciosa.

Variando de intensidade, de indivíduo para indivíduo, tem as suas raízes no Espírito, onde se fixam as necessidades evolutivas do ser.

Inata, desenvolve-se por criteriosos processos de educação e disciplina, dirigidos para os valores morais, mediante o exercício a que se deve submeter.

A mediunidade é inerente ao homem como o cociente intelectual, aguardando correspondente aprimoramento.

Possui-se mediunidade ou não se dispõe de mais amplos recursos medianímicos.

Se és médium, desatrela-te dos impedimentos de qualquer natureza, que te retenham no pórtico da lavoura mediúnica.

Se experimentas os sintomas que caracterizam a faculdade abençoada, não tergiverses ante o labor a ser atendido.

Libera-te das injunções da dúvida e submete-te a um programa disciplinante de aformoseamento moral e educação mediúnica.

Estuda a Doutrina Espírita e estuda-te.

Excita a vivência evangélica e pauta as idéias e aspirações na diretriz cristã.

Confia no tempo e não te atormentes pelos efeitos apressados.

Sintoniza com o Bem, a fim de que os Espíritos Nobres se afeiçoem ao teu esforço.

Afervora-te à vida interior, cultivando a reflexão e a prece de modo que te possas abstrair, quando necessário, da turbulência e da perturbação, sem alarde, mantendo equilíbrio psíquico.

Trabalha, na mediunidade e pelo bem de todos quanto possas, tornando-te medianeiro constante da esperança e da paz, do otimismo e da saúde a próprio e a benefício de todos.

Defrontarás dificuldades na lavoura mediúnica.

Se, porém, venceres aqueles problemas que se encontram em ti mesmo, superarás os outros, que se te afigurarão de menor gravidade e significado.

Pelo espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
Livro: Alerta

26 dezembro 2017

Desafios e dificuldades - Waldenir Aparecido Cuin



DESAFIOS E DIFICULDADES

“Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte… Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.” (Meimei / Francisco Cândido Xavier)

Não há dúvida de que a vida é um roteiro repleto de intensos desafios e de muitas dificuldades. Aliás, nisso é que estão realmente as grandes oportunidades que nos impulsionam e nos fazem crescer.

Vivendo tranquilamente, sem quaisquer preocupações, temos nossa vida acomodada e, por consequência, a estagnação neutraliza os nossos sonhos de prosperidade.

Dificuldades e desafios são propostas de evolução. Superá-los significa movimentar iniciativas, boa vontade, ideal e determinação, abrindo novas perspectivas de sucessos e conquistas.

Assim, ao invés de reclamarmos dos obstáculos e barreiras que se levantam diante de nós, antes, aprendamos a agradecê-los, pois que sempre se caracterizam como lições vivas e caminhos de aprendizado.

Nossa família se apresenta recheada de problemas, que nos remetem a grandes e infindáveis preocupações. Não lamentemos os fatos, mas sim busquemos nas sábias leis superiores da vida um acréscimo de forças, pois cada etapa vencida nos conduz a um patamar mais sólido de confiança e credibilidade nos dias do futuro.

O campo profissional surge diante dos nossos olhos, trazendo consigo enigmas de difícil trato. Vasculhemos nossa potencialidade à caça de recursos de superação, que todos carregamos na intimidade, e, uma vez encontrando as soluções que os problemas exigem, nos tornaremos criaturas mais amadurecidas e aptas a enfrentar as lutas que sempre existirão.

A nossa situação financeira aparece crítica e precária, avolumando o rol dos nossos pesares. Aprendamos com a experiência que a Providência Divina a ninguém desampara e, de onde nem sequer esperamos, surgirão os recursos de que temos necessidade, desde que sigamos confiantes no cumprimento dos nossos deveres.

A nossa vida social, por enquanto, segue seu caminho carregada de preconceitos, injustiças e incompreensões.

Tenhamos a consciência de que vivemos num mundo ainda repleto de dor e sofrimentos, onde a tolerância ainda é uma conquista a ser adquirida, e não desanimemos, pois que a nossa serenidade e coragem haverão de modificar, para melhor, o panorama que nos cerca.

Ninguém, em momento algum, conseguiu vencer realmente na vida, na aquisição de valores reais, sem muitas lutas, sacrifícios, perseverança e intensa dedicação.

A vida fácil, despreocupada, vazia, nunca conduziu criatura alguma ao sucesso verdadeiro, aquele que atesta o crescimento interior, que patenteia a maturidade, que registra a derrota dos defeitos e das viciações, colocando em seus lugares as virtudes e a sublimação dos sentimentos.

Portanto, se estamos em meio às dificuldades e frente a imensos desafios, em realidade seguimos nossa vida dentro do roteiro da normalidade, tendo conosco as grandes oportunidades de sairmos da animalidade, que ainda nos mantém presos às dores e sofrimentos, para galgarmos a angelitude, que nos proporcionará, em dias vindouros, a felicidade e a paz que há tanto tempo procuramos.

Desafios e dificuldades são alavancas de progresso…

meditemos nisso.

Waldenir Aparecido Cuin

25 dezembro 2017

Reflexão de Natal - André Luiz



REFLEXÃO DE NATAL


Neste Natal, por algum momento, pacifica a tua alma para receber as vibrações de amor que te falam de um tempo excepcionalmente afortunado à Humanidade.

Distante de formalidades e comemorações exteriores, medita no significado real desta data e começa a trabalhar na renovação da forma que te é própria de saudar o Natal.

Esquece, por momentos, acepipes e licores, vestes e presentes, sons e ornamentos, e interiorizando-te, deixa que uma luz maior te banhe o entendimento te levando para um lugar à parte, distante de todas frivolidades, para falar de alegrias que realmente importam ao teu progresso espiritual.

Como te encontras, desde o último Natal?
Olhando em torno sentirás tristeza, por certo, porque o mundo prossegue envolto em sombras, malgrado todas as esperanças de um tempo mais íntegro, melhor.

Isso porque não bastam súplicas e desejos; necessário é trabalhar na edificação da paz almejada.

Renova, por esta razão, teu modo de apresentar-se à grande festa da Luz.

Envolve-te ricamente, porém nas vestes do amor e do bem; alimenta-te fartamente, mas de bom ânimo e coragem; bebe em abundância apenas do licor da alegria e da esperança; presenteia sem erro paz e harmonia ao teu próximo e roga para ti os mimos imorredouros do aperfeiçoamento, como lembrança preciosa e definitiva.

  • Paciência - para as dificuldades.
  • Tolerância - para as diferenças.
  • Benevolência - para os equívocos.
  • Misericórdia - para os erros.
  • Perdão - para as ofensas.
  • Prudência - para as ilusões.
  • Equilíbrio - para os desejos.
  • Sensatez - para as escolhas.
  • Sensibilidade - para os olhos.
  • Delicadeza - para as palavras.
  • Discernimento - para os ouvidos.
  • Resignação - para a escassez.
  • Responsabilidade - para a fartura.
  • Coragem - para as provas.
  • Fé - para as conquistas.
  • Amor - para todas as ocasiões.

Somente assim viveremos de Natal a Natal conforme a orientação cristã do Espiritismo, que nos recomenda raciocinar para compreender, amar para engrandecer e trabalhar para realizar".

Mensagem ditada por André Luiz em reunião do Instituto André Luiz, em 22/12/2002

24 dezembro 2017

Diante das dificuldades - Leocádio José Correia




DIANTE DAS DIFICULDADES


Tenha paciência, bom ânimo, não se desespere, a transformação para melhor está acontecendo.

Busque agir, trabalhe com diligência, procure vencer os obstáculos, as dificuldades, mantenha viva a resistência que fortalece o caráter e ilumina o caminho das provações terrenas.

Não se desespere, não demonstre insatisfação. O temor; a angústia; provêm da falta de autoconhecimento. Não há poder mais tranqüilizador do que estar alentado, fortalecido, pelo exercício da fé no Creador.

A tempestade do momento vai passar, procure viver a convicção de que há, em cada ser humano, a suficiente potencialidade, força, energia, para resolver qualquer problema no trânsito evolutivo do espírito.

A dúvida perturba, a incompreensão provoca dor, a aflição anula, o ódio avilta; é preciso, em qualquer situação contraditória, procurar compreender o significado do que está acontecendo, só assim se viverá as dificuldades como oportunidades de aperfeiçoamento, de crescimento espiritual.

Cuide do seu pensamento, não pronuncie palavras negativas, controle seus gestos, sua agressividade, cultive o bem, procure sempre a verdade; seja a dinâmica do amor, ampare aquele que mais precisa e sentirá, em sua vida, a luz abençoada da renovação.

Perdoe o companheiro de trânsito reencarnatório terreno, não se decepcione com a ingratidão, lembre-se de que o processo evolucionário se encarregará de corrigi-lo.

Em seu benefício, atente para algumas questões: não se queixe, não lastime, seja moderada, reservada, semeie a paz, seja honrada, retifique, corrija amando, demonstre coragem, restaure, repare, pense e faça reflexão meditação, sirva sem exigências, faça prece e vigiliatura permanente, obedeça com alegria, trabalhe com satisfação, respeite seu próximo, seja feliz a cada segundo da sua existência.

A felicidade significa harmonia, identidade entre o Creador e a creatura, portanto é equilíbrio de saúde física, mental, moral e espiritual, é vida plena e integral no bem.

Luz, entendimento, fé.


Pelo espírito Leocádio José Correia 
Extraído do livro “Na luta do cotidiano, A força do amor”
Mensagem psicografada pelo médium Maury Rodrigues da Cruz

23 dezembro 2017

Desapagando e Amando - Luiz Sérgio



DESAPAGANDO E AMANDO


Uma das coisas, que mais angustiaram meu coração e que tive muita dificuldade de lidar, desde que morri aí, para viver aqui, é a questão do desapego.

Embora os afetos verdadeiros do coração estejam definitivamente junto a nós é muito complicado para espíritos da minha condição desapegar e entender que já tivemos outras famílias. Outros pais, outros irmãos, amigos, namoradas, esposas, filhos e vai por aí.

A morte física e a realidade da vida espiritual é algo tão surpreendente, mas levamos muito tempo para desapegar e seguir em frente.

Nos primeiros anos da minha partida para cá havia uma necessidade diária de saber notícias da minha família.

Parecia faltar o ar, interessante isso.

É como a criança pequena que para andar necessita segurar nas mãos da mãe para não cair.
Conforme os anos vão passando a criança anda sozinha, e no meu caso, comecei a andar mais solto, mais tranquilo, a medida que fui tendo mais confiança em Deus e na vida.

Aprendi aqui que o amor verdadeiro dá segurança, é por isso que Jesus naquela celebre passagem das bodas de Canaã indaga aos que lhe procuravam a porta:
“Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? ”

Quanta dificuldade enfrentei para entender isso.

Na Terra, ficamos no estreito e restrito círculo da carne, nossa visão é limitada e acreditamos que as pessoas são de nossa propriedade.

O amor nascido do espírito, quando existe, existe e pronto, não acaba, não perece, ele permanece.

Aqui desse lado, as nossas potencialidades despontam gradativamente, quanto mais desapegado, mais lúcido fica o espírito.

Desapegar não é deixar de amar, mas acreditar no amor e nas leis naturais que regem à vida.

A cada dia que vivo a minha visão espiritual se dilata, mais e mais.

Minha família cresce a todo momento, porque é da vida que um dia tenhamos a consciência plena de que somos todos filhos de Deus.

É possível que algumas pessoas acreditem que eu deva permanecer como artigo exclusivo para consultas e mensagens particulares.

Amo minha família carnal e serei sempre agradecido a minha mãezinha pela oportunidade da penúltima reencarnação, penúltima, porque terei outras pela frente.

Mas hoje, por benção dos meus mentores já estive com outras mães que me receberam como filho em outras vidas.

Que coisa fantástica é a reencarnação!

Eu estive Luiz Sérgio na penúltima vida, mas sou um cidadão do universo.

Já tive tantos nomes e famílias, quanto os dias do ano.

Vamos aprendendo, aprendendo e aprendendo.

Tenho muito que agradecer a todos os espíritos que pacientemente vem me recebendo, me amparando, me ajudando a progredir, aí ou aqui.

Me faltam palavras para descrever o desabrochar das potencialidades espirituais aqui nesse mundo.

O mundo que encontrei não é mais o mesmo, porque eu não sou mais o mesmo.

Não vejo apenas pelos olhos, minha visão nasce da mente e se expande pelo períspirito.

Minha fala não é mais a mesma, posso adequá-la a necessidade de comunicação consoante o propósito.

Aprendi que o verbo que mais devemos conjugar é “servir”.

Que surpresa imensurável é descobrir que somos os construtores do nosso destino, e que sou eu quem dá ritmo ao meu caminhar.

Alguém pode dizer: “Esse Luiz Sérgio está viajando!”

É verdade, estou viajando sim, mas certo da responsabilidade que devemos ter com a benção da vida nas duas dimensões.

Vou lutando, a fim de me expandir para outros corações, que me esforço para amar.

Desapegar para amar mais conscientemente, essa a beleza paradoxal da vida.

O amor não segura, não prende, liberta!

Não pertencemos a ninguém, somos de Deus.


Por: Luiz Sérgio
Psicografia: Adeilson Salles

22 dezembro 2017

Cenário de Conflitos - Orson Peter Carrara,



CENÁRIO DE CONFLITOS


Há um paradoxo na vida humana. Habitando um planeta lindo, de paisagens exuberantes, desfrutando de benefícios imensos como a água, o ar e a chuva, a beleza incomparável da fauna e flora variadíssima, e mesmo com toda tecnologia que já conquistamos, ainda vivemos um cenário de conflitos. Dominado pela avareza, a ganância, as intrigas e seus desdobramentos.

Mesmo com o canto dos pássaros, o sorriso das crianças, as artes que nos encantam e todas as possibilidades ao nosso alcance pelos sentidos, e repito, com todo o conforto trazido pelos avanços da ciência em todos os ramos do conhecimento e pesquisa, ainda vivemos os bastidores da calúnia, do crime, da hipocrisia, dos desrespeitos variados que aí estão, sem qualquer necessidade de citá-los, pois que muito conhecidos e vividos e abundância.

Mas, o vigor da esperança também é força presente. Apesar de toda tempestade à volta, continuamos a lutar, a viver, a aprender, a conviver – esse um grande tesouro – guardados pela predestinação do planeta no futuro de ser um mundo feliz.

Isso parece uma ilusão? Compara-se a um engodo? Há perspectivas?

Claro que há, são perenes, permanentes, disponíveis.

Embora tenhamos guerras, miséria, fome, desespero, vingança, egoísmo, descrença, discórdia, mentira, crime, orgulho, preguiça e ódio, entre outras imperfeições morais que o leitor saberá acrescentar, há um caminho incomparável, sereno, roteiro seguro para o alcance da paz que desejamos viver coletivamente.

Ele, esse caminho, é dependente de nossa decisão de começar, agora mesmo, a buscar as lições do bem e a fazer algo em favor da felicidade de todos.

Ora, a afirmação que não é minha, nem o raciocínio, e contida num único parágrafo (o imediatamente acima), é roteiro de paz para o planeta, é o construtor da harmonia que tanto procuramos. Ela comporta um congresso de informações, onde depoimentos, casos, estudos e debates nos podem proporcionar ampliar a questão.

Afinal, podemos indagar sem receio: 

a) O que é exatamente buscar as lições do bem? 
b) O que é algo fazer em favor da felicidade de todos?

As respostas são difíceis ou ainda preferimos ignorar? Agora, nesse instante, como usar as duas opções? Quais as opções de busca do bem nesse momento, onde estamos? O que podemos fazer agora em favor da felicidade de todos? Quem são esses “todos”?

O planeta atual e seu cenário de conflitos apenas reflete nossa mediocridade moral – ainda nos deixamos seduzir por paixões exclusivistas, egoístas, sem pensar coletivamente – e somos donos da mudança desse quadro, bastando apenas a decisão de amar e respeitar o local onde vivemos, as pessoas com quem convivemos e agir em favor do bem geral.

Será tão difícil assim? Por que ainda não aprendemos? É egoísmo, é nossa imaturidade ou nossas ambições ainda são mesquinhas? Ou soma-se tudo isso?

Observemos, com parcial, imparcialidade, a conquista de um mundo feliz é consequência da aplicação do Evangelho, é seguir as lições do Mestre de Humanidade. Sem comodismo e com perseverança.


Autoria: Orson Peter Carrara

Nota do autor: vali-me das lições Morada terrestre e Mundo feliz, do livro Vivendo o Evangelho, volume I, de Antonio Baduy Filho.


21 dezembro 2017

Jesus e a marcha do embuste doutrinário - Jorge Hessen




JESUS E A MARCHA DO EMBUSTE DOUTRINÁRIO



É comum localizamos em nossas hostes doutrinárias alguns confrades agindo semelhantemente aos “crentes evangélicos” (da ala neopentecostal), talvez por “olho gordo”, exaltando inflamados o “nome” Jesus, a “imagem” do Crucificado, a “personalidade” do Messias, quase sempre sob argumentos desprovidos de coerência, comprovando desconhecimento dos códigos morais do Evangelho racionalmente explicados por Allan Kardec e os espíritos superiores.

Por causa do “cristianismo” arcaico, a figura de Jesus se caracteriza por debilitada representação simbólica e, como sabemos, todo símbolo que passa do tempo fica enferrujado, desgastado e perde a sua essência e sentido. É óbvio que reverenciamos o excelso valor de Jesus e O defendemos enquanto Verdade Maior; porém, sem se afastar um milímetro da lógica kardequiana.

Encontramos no MEB (Movimento Espírita Brasileiro) muitos “espíritas” de sacristia, como dizia Arnaldo Rocha. Ou seja, espíritas “rezadores” (artificiais e dissimulados), que muito reza (tagarelando) e não se cuida da própria honra.

Conhecemos embustes de oradores que falam apaixonadamente sobre Jesus (chegam a chorar de emoção), que discursam sobre o valor da monogamia, na união familiar, e todavia fazem andar a “fila” das esposas. Há ilustres palestrantes “espíritas” que insistem nos temas repetitivos, sempre sob a liderança dos agenciadores de seminários improdutivos. Nessa inadvertência, seguem algumas federativas (mal dirigidas) que insistentemente promovem congressos inócuos, pobres de conteúdo e onerosíssimos (não gratuitos) sempre destinados aos espíritas endinheirados.

Em tais eventos (congressos soberbos e inóxios) expõem-se temas evangélicos recorrentes, desgastados, abarrotados de trivialidades e lugares comuns, defendidos com afetação e tradicionalíssimas vozes veludíneas, banhadas de camuflada emoção e veiculadas por intocáveis palestrantes sacralizados, santificados e “insubstituíveis” ante os apelos idolátricos da frenética e delirante caravana de “espiritólicos”.

Aliás, não obstante “carismáticos”, há oradores endeusados que fazem das palestras proferidas e a fama obtida nos escombros reivindicatórios da extravagante multidão de “espiritólicos” uma execranda máquina de fazer dinheiro. Sim! São os confrades vendilhões do Espiritismo.

Neste cenário, ainda há espaço para identificarmos “espíritas oba-oba”, espalhafatosos, recheados de fraternidade de boteco, sorrisos maquinais, comportamentos que contrastam com a simplicidade cristã. Isso tudo sem aprofundarmos nas práticas de diretores de órgãos oficiais (federativas) que se esgrimam (mentalmente) pela caça do poder de direção do MEB, totalmente distantes do exemplo edificante da humildade. Tais líderes intransigentes traem a si, aos amigos, ao MEB e ao Espiritismo.

Certificamos que o caminho do MEB tem sido de duas vias: uma é ocupada pela chamada liderança oficial, dos espíritas autócratas, cheios de “não me toques”, repletos de salamaleques; a outra via é ocupada pelos espíritas “combativos” do bem, fieis a Kardec, lealdade essa que nada tem a ver com extremismo ou intolerância, mas compromisso com a verdade.

Os “combativos” fazem o trabalho de azorragar a “oficialidade”, de fustigar os eternos “donos” do MEB para não os deixar comodamente em “berço esplêndido” sob os narcóticos da ilusão. Os “combativos” de Kardec são, por isso, mal vistos e execrados permanentemente, tidos como desagregadores, mas são eles que agem com a coragem e virilidade necessárias para evitar a perda total de uma doutrina tão cara à humanidade.

Quando se trata da moral, Jesus é o grande exemplo. Quando se trata de conhecimento espírita, Kardec é a verdade. Não pode haver mais espaço para o estereótipo de um Jesus decrépito, idolatrado, da tradição arcaica, pois o Espiritismo fez avançar o conhecimento de modo que sem o ele Jesus permanece no estado da incompreensão e da superficialidade do simbolismo sectário.

Portanto, jamais pode haver espaço para um Espiritismo segundo o Evangelho, pois o este não pode explicar o Espiritismo; ao contrário, apenas o Espiritismo pode explicar o Evangelho, como me ensinou um atilado espírita de vanguarda.

O futuro do Espiritismo está fixado nesse quadro contemporâneo, das lutas entre os que defendem os princípios kardequianos e os fracos, que mais se importam com os aplausos da plateia, com os resultados que agradam à audiência e os transformam em famosos. A luz intensa da verdade os incomoda, daí a preocupação em defenderem-se para não perder o comando. Desfiguram o Espiritismo para se manterem na posse do “movimento espírita oficial”.

Cabe aos impávidos “combativos” do bem se contraporem a isso, mesmo sabendo que a luta é inglória sob o aspecto da capacidade de deter a marcha do embuste doutrinário. Mas como Jesus foi desfigurado e ainda se mantém deformado enquanto amor sem igual, o Espiritismo prosseguirá em sua desfiguração contínua, mas ao mesmo tempo se manterá firme e forte enquanto conhecimento fundamental para o despertamento da consciência humana.


Jorge Hessen



20 dezembro 2017

Ninguém Nasce Destinado a Derrota - Divaldo P.Franco



NINGUÉM NASCE DESTINADO A DERROTA


Falso o conceito sobre os que “estão fadados ao mal “.

Equivocado o ensino de que a “sorte é responsável pelo destino de cada homem Absurda a teoria em torno dos que devem irremissivelmente “sofrer desgraças Lamentável a idéia que impele o ser a “fazer o que deve fazer” na contingencia do erro e da desdita.

Sem fundamento a asseveração da “fatalidade para o infortúnio O destino individual resulta dos atos de cada criatura. Por isso mesmo, a todo instante, sofre injunções positivas e negativas que lhe alteram a planificação. No determinismo das Leis, há opções que decorrem do comportamento do espírito em experiência evolutiva, dispondo e orientando sempre para as trilhas liberativas e felicitantes. Ninguém, portanto, em desvalimento, atirado à irrefragável derrota.

*

Querer ou não querer, esforçar-se ou não pelo triunfo pessoal, depende de cada aprendiz da vida.

Açulado, perseguido por fatores inditosos, arrojado a situações perniciosas, mesmo assim o homem é responsável pela sua acomodação tácita ou pelo empenho de superação das injunções, que devem funcionar como valiosas experiências para a fixação do dever nobre, do bem atuante nos painéis da sua mente encarnada.

*

Açodado por inspiração obsessiva ou compelido pela impulsividade malsã de companheiros aturdidos, a responsabilidade da decisão te pertence. Não transfiras culpas, escudando-te no destino, ou no propelimento da natureza íntima, ou nos fatores circunstanciais.

Reencarnação é oportunidade de soerguimento e não de desaire ou queda.

Acumpliciamento com o mal é afinidade para com ele.

Sintonia com o bem é sede de amor e ânsia de felicidade.

A ascensão ou a queda será decorrência do teu livre arbítrio, desde que, em todo momento, o Senhor te faculta recursos excelentes com que podes discernir, optar e agir...

*

Em situação que te pareça aziaga, ao invés da deserção do dever, da revolta precipitada, do desvario, recolhe sensatez, prudência, amadurecendo intimamente e interiormente modificando-te.

Lição é o prêmio da vida, como a experiência representa aquisição preciosa do esforço pessoal, intransferível.

De forma alguma desistas de lutar, de tentar em esforço de reabilitação, de repetir a tarefa até lograr a vitória.

Só há fatalidade para o bem sendo as determinações de provação e expiação, capítulos e ensaios redentores para os equivocados que se demoram nas experiências primárias da evolução.


Autoria: Divaldo Pereira Franco

19 dezembro 2017

Dor - Momento Espírita



DOR


Quem é que nunca sentiu dor? Pelo menos algum tipo de sofrimento todos nós já experimentamos.

Mas, como tem sido o nosso comportamento diante da dor?

Naquele dia, quando três cruzes foram erguidas no Calvário, três dores haveriam de ser sentidas.

Uma era a dor de Dimas, o chamado bom ladrão. A outra, do segundo malfeitor que estava do outro lado de Jesus. E a terceira, era a dor do Injustiçado.

Cada um, por sua vez, enfrentou a dor daquele momento com uma disposição íntima toda própria.

A dor do bom ladrão era a dor do arrependimento. Dor de quem aceita a cruz por saber merecê-la e não reclama por tê-la como suplício, uma vez que se considera merecedor de tal corrigenda.

Já a dor do outro era a dor da revolta, do orgulho ferido, de quem não aceita a cruz por achar-se vítima de uma sociedade a quem lança a culpa pelos seus desatinos.

Mas a dor do Cristo era a dor de quem sabia que o verdadeiro sofrimento estava no porvir. Era a dor do Incompreendido, Daquele que, por tanto amar, recebeu a cruz.

Jesus, em momento algum blasfemou contra a cruz que carregava sobre os ombros feridos. Sabia por antecipação, que Suas lições e Seus exemplos ficariam para a Eternidade.

O Mestre sabia que a lição da cruz seria importante para ensinar o Seu rebanho a enfrentar o sofrimento, ainda quando parecesse injusto.

Meu reino não é deste mundo.

A felicidade não é deste mundo.

Lembrando os ensinos do Mestre de Nazaré, perceberemos que Ele não nos prometeu venturas na Terra. O Reino de Deus, do qual Ele tanto falou, não alcançaremos aqui.

Ensinou também, que na Casa do Pai há muitas moradas e que Ele iria nos preparar o lugar.

Quis com isto dizer que outras moradas mais ditosas esperam por nós, após vencidas as etapas da vida na Terra.

A Terra, portanto, se assemelha a uma escola destinada a nos ensinar as primeiras lições. Tão logo estejamos preparados, outras escolas estarão à nossa disposição e assim, sucessivamente, até conquistarmos o diploma da perfeição relativa que nos cabe.

Três cruzes, três dores!

Quando a cruz se fizer sentir em nossos ombros já macerados pela dor, lembremo-nos Daquele que a suportou com serenidade no olhar, mesmo sabendo ser inocente.

Lembremos ainda que a estrada, por onde seguimos com os pés dilacerados pelas pedras, é a mesma que ontem trilhamos com o sorriso da irresponsabilidade e do desleixo.

Tenhamos sempre em mente que Deus é justo. Que não somos vítimas do acaso. E que se não encontramos a causa do sofrimento nesta existência, ela certamente estará oculta pelo véu do esquecimento mas, ainda assim, é uma conquista nossa.

* * *

Procuremos espalhar flores pelos caminhos que percorremos hoje.

Enquanto nos curvamos para juntar as pedras que espalhamos ontem, deixemos no solo as sementes das boas obras, que florescerão e frutificarão logo mais.

Assim, num amanhã feliz, sentiremos um suave perfume a nos invadir a alma. E veremos a estrada iluminada pelos nossos atos dignos.

E a cruz?

A cruz fará parte de um passado do qual nem faremos questão de lembrar.


Redação do Momento Espírita com base no cap. As três dores, do livro Em torno do Mestre, de Vinícius, ed. Feb.