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30 novembro 2014

Tempo e Renovação - Joanna de Ângelis



TEMPO DE RENOVAÇÃO
Vive-se a hora angustiante das buscas intérminas que atendem às paixões imediatistas, mas não resolvem as questões profundas do ser espiritual.

O homem e a mulher modernos atiram-se na desvairada correria do prazer, como se as únicas finalidades existenciais fossem as sensações que exaurem em detrimento das emoções dignificadoras que renovam e fortalecem o caráter, facultando tranquilidade e alegria de viver.

Em consequência, predominam a insatisfação, os comportamentos alienantes, o mau humor sistemático, as fugas psicológicas da realidade, a solidão, em lamentáveis mergulhos interiores de desencanto e de frustração.

Multiplicam-se as denominações religiosas, especialmente no Cristianismo, sem que os indivíduos se estabilizem emocionalmente, influenciados pelos veículos de comunicação de massa que oferecem as fantasias e as quimeras de fácil aquisição, resultando em comprometimentos espirituais de alta gravidade.

Preocupados com os lucros financeiros muitos pastores de almas, ao invés de as conduzirem às reflexões interiores, derrapam no mercado da simonia, vendendo a salvação a preços módicos, sem o menor pudor pela responsabilidade que assumem enganando a ingenuidade daqueles que preferem o reino dos céus na Terra, olvidando-se dos valores espirituais de alta significação.

Desse modo, aumentam as estatísticas de criaturas vinculadas às religiões sem o sentimento de religiosidade, umas em lamentável fanatismo, outras apenas formalmente, enquanto mantêm a conduta materialista, distanciando-se cada vez mais da fraternidade e da solidariedade que devem caracterizar os sentimentos de vinculação com a fé.

O grande rebanho humano, embora esclarecido nos programas de tecnologia e de algumas doutrinas científicas, permanece sem rumo e sem crença real em torno da sua imortalidade e dos objetivos essenciais significativos.

A morte se lhe apresenta como a tragédia do cotidiano que deve ser evitada a qualquer esforço e preço, como se a indumentária carnal estivesse elaborada para a eternidade...

As ilusões e fantasias que se divulgam a respeito da vida-além-do-corpo atemorizam grande número de ingênuos e produzem risos de zombaria nos mais cépticos, dando a impressão de que o mundo espiritual pode ser manipulado pela astúcia e prepotência daqueles que se apresentam como intermediários das informações imortalistas.

Iludidos, em si mesmos, cercam-se de incautos que lhes prestam culto de servilismo doentio, assumindo postura ridícula de condutores de outros, olvidados do ensinamento de Jesus a respeito dos cegos que conduzem cegos e ambos tombam nos abismos...

Há, sem dúvida, expressiva fome da verdade e buscas honestas que nem sempre são bem-sucedidas, provocando desencanto e amargura.

De um lado a predominância materialista e de outro as informações sem fundamento a respeito do ser espiritual.

Para atender a essa expressiva necessidade, urgente e significativa, chegou à Terra o Espiritismo, conforme Jesus o prometera antes de se despedir dos Seus discípulos...

Portador de saudáveis notícias do mundo espiritual que é causai e de onde procedem todas as criaturas antes da sua viagem carnal, o Espiritismo apresenta um programa seguro de esclarecimento e de paz, fundamentando-o na análise daqueles que vadearam o Letes mitológico e aportaram na Realidade...

Demonstrando a necessidade da autoconsciência, esclarece que a vida física é uma experiência educacional no processo de iluminação interior sempre crescente.

As dificuldades existenciais fazem parte do cardápio evolutivo, efeito natural dos comportamentos doentios ou grosseiros das experiências passadas, nas quais houve comprometimento de natureza moral, seja prejudicando o próximo ou a si mesmo cada qual se prejudicando.

Na sua condição de ensementador, o Espírito é o ceifador daquilo que produz, sendo sempre convidado a retornar pelos campos da ação executada, a fim de reunir os bons e os maus frutos que ficaram aguardando-o.

Desse modo, o conhecimento espírita propicia a renovação do indivíduo, que vem tardando a sua recuperação moral, facultando-lhe entender as leis que regem a vida e às quais se deve submeter, porquanto elevam e dignificam os seres humanos.

A primeira característica daquele que se propõe à renovação é a irrestrita confiança em Deus, que se exterioriza em forma de tranquilidade em relação a todos os acontecimentos existenciais, entregue à diretriz superior e feliz pela oportunidade de elevação espiritual.

Ante a adversidade não se entrega à blasfêmia nem ao desespero, porque compreende que o oceano agitado é constituído pelas mesmas águas que lhe dão calmaria, sendo a ocorrência afugente o resultado dos ventos tempestuosos das ações perturbadoras.

Convidado à construção do Bem onde quer que se encontre, agradece a oportunidade, tornando-se partícipe da equipe operosa da fraternidade, ao mesmo tempo empenhando-se em produzir o melhor que lhe esteja ao alcance, porque sabe que todo processo de iluminação é feito por meio do esforço pessoal e da entrega a Deus.

Naturalmente, como as demais pessoas, momentos surgem em que o estresse, o desânimo, a aflição surpreendem-no. Mas, isso é natural, porquanto é constituído da mesma estrutura que caracteriza todas as criaturas, não se permitindo, porém, permanecer nesses desvios de comportamento que após superados mais o fortalecem para os futuros cometimentos.

Nesse indivíduo em renovação, os sentimentos superiores expressam-se em forma de paciência em relação aos demais, de autoconfiança, e porque consciente da transitoriedade da existência física empenha-se em aproveitar ao máximo o tempo de que dispõe para o encontro consigo mesmo e, naturalmente, com Deus.

Aquele que conquista a tranquilidade defluente da fé religiosa edificante e saudável vive em harmonia com tudo e com todos, não se alienando da sociedade a pretexto de encontrar a plenitude, tampouco mergulha na efervescência das futilidades sob a justificativa de estar participando da vida mundana. Vive no mundo, mas não é do mundo, perdido nas suas falsas apresentações.

Toma decisões seguras e, quando, por acaso, equivoca-se, refaz o caminho e tenta novamente tantas vezes quantas se façam necessárias ao aprendizado que persegue.

Tais características programam a mulher e o homem de bem, cuja existência é perfeitamente de acordo com as convicções que mantêm no íntimo.

A pessoa que se alimenta de tranquilidade é estável e harmoniosa, sempre afável e útil, pois que aprendeu com Jesus a viver solidária com o Universo.

Muitas vezes é frágil na aparência, mas resistente nas ações e perseverante nos objetivos abraçados.

Nunca desiste dos objetivos a que se dedica, mesmo quando tudo, aparentemente, encontra-se em postura contrária.

O seu é um entusiasmo sereno e vigoroso que a ajuda a manter o mesmo clima de alegria, seja nos momentos de triunfo ou naqueles de sofrimento. O importante é não deixar de porfiar, aguardando o instante próprio para dar prosseguimento ao programa a que se dedica.

Encontrou em Jesus a segurança que antes lhe faltava e, por isso mesmo, reconhece que esse é o seu momento de renovação interior e de aquisição da felicidade real.

Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Livro: Liberta-te do Mal


29 novembro 2014

A Verdade de Cada Um - Humberto Pazian

A VERDADE DE CADA UM

Havia um lugar, muito belo e tranqüilo, onde a natureza se mostrava sempre exuberante e generosa. Os frutos, de todas as qualidades, pendiam dos galhos que, graciosamente, se ofereciam a quem desejasse apanhá-los.

Do solo, todo alimento que se pode imaginar, nascia, crescia e se reproduzia em abundância. O Sol, com seus mornos raios dourados, todas as manhãs, percorria campos e vales, montes e extensas planícies, germinando a terra e renovando a vida em toda a natureza. Ao final de cada dia, antes de esvair-se, certificava-se de a que a Lua, a senhora da noite, já estava por vir para, na luz tranqüila que irradiava, pudesse a vida, descansar e sonhar...

Essa é a imagem que os povos antigos nos legaram do que entenderam como “paraíso” ou “éden”; o lugar perfeito criado por Deus para servir de morada aos primeiros seres humanos: Adão e Eva. Divergindo um pouco nos nomes e em alguns fatos e pormenores, muitos povos trazem nas suas origens um paraíso, que se tornou “perdido” devido ao erro de seus habitantes em não respeitar as Leis Divinas.

Os espíritas, também têm sua versão desta história. Num passado bem remoto, em um planeta muito maior que o nosso, existia uma civilização evoluída. A ciência desse mundo havia se desenvolvido à alta compreensão da vida. A filosofia e a Arte manifestavam-se com primor e, nesse mundo, encontravam tudo o que necessitavam para viverem felizes.

Mas tudo isso não foi o bastante, muito abusaram da intelectualidade, da sensualidade e do poder. Buscaram outros prazeres e objetivos que não aqueles que o Espírito e a boa moral conduziam. Houve então a degradação; do paraíso em que viviam, seus Espíritos desceram a planos e planetas inferiores na escala evolutiva. Esses seres, encarnados em mundos primitivos, tiraram do “suor de seus corpos” o sustento para suas vidas. Entre esses mundos... a Terra.

Talvez, essa seja a concepção espírita dos “Anjos decaídos”, “dos astronautas que vieram do céu”, dos “Deuses mitológicos”ou ainda, explique a grande sabedoria de alguns povos da antigüidade. Faz sentido, e é importante que se reflita sobre isso, pois do passado tiramos importantes lições para o presente e futuro.

E por falar nisso, observem com atenção a ciência de nosso mundo como está evoluindo. Observem a filosofia e as artes, vejam a facilidade que o homem está encontrando para extrair do planeta seu sustento, cada vez com menos esforço. Observem a inteligência das crianças, a longevidade que a vida humana tem alcançado e a velocidade com que as mudanças tecnológicas têm surgido e modificado nossas vidas e, o mais importante, não deixem de notar a quanto andam os valores morais e espirituais. Será que têm evoluído na mesma intensidade? Tem, o homem, dedicado o tempo e a atenção devida a essa parte tão importante do seu ser?

Talvez a idéia de “paraíso” esteja um pouco distante da nossa realidade mas, não me furto aqui a oportunidade de deixar uma questão para sua reflexão: Será que a história se repetirá? 

Humberto Pazian
  

28 novembro 2014

Tudo Passa - Enéas Martim Canhadas



TUDO PASSA

Se você consultar o dicionário na palavra ciclo, vai surpreender-se. Pelo menos aconteceu comigo. Tantos os significados dessa pequena palavra de apenas cinco letras. A partir daí, comecei a pensar o quanto vivemos no dia-a-dia muitos ciclos. A inspiração e a expiração, completa um ciclo que nos mantém vivos. A noite seguida de um novo dia, também completa outro ciclo. A semana é um ciclo. O ano é um ciclo, e hoje sabemos com precisão que há tantos anos diferentes quantos são os planetas da nossa galáxia e também dos corpos celestes existentes no Universo. A seqüência de quatro luas dentro de um mês também perfaz outro ciclo. Os nove meses de uma gestação dando à luz um novo ser, também constitui um ciclo e assim por diante. Há significados próprios para esta palavra em quase todas as áreas de conhecimento. 

Que lições podemos tirar dessa compreensão, e que correlações podemos fazer com a Doutrina Espírita? 

A primeira lição é que tudo passa, mas ao mesmo tempo tudo volta. Na verdade, tudo continua perenemente. Os ciclos se repetem, no entanto nunca no mesmo tempo. O ciclo anterior seja qual for, aconteceu no passado. Conta-se que um professor perguntou aos seus alunos se o pêndulo do relógio estava indo ou vindo. Depois de muita discussão, o professor explicou que o pêndulo marcava a passagem do tempo e por isso, ele estava sempre indo. Não podemos discordar completamente desse professor, uma vez que o presente é apenas um momento, e o mais é passado. 

A segunda lição é que não nos é possível viver a mesma experiência da mesma maneira. Os ciclos indicam o progresso das coisas, porque na medida em que eles se repetem são outras pessoas, outros aprendizados, outras idéias, outras experiências, novos tempos, etc. Nunca entramos no mesmo rio. Na sabedoria Chinesa, todo ano a primavera se repete como uma das estações, mas as flores são sempre novas, outras. 

A terceira lição nos mostra que os ciclos indicam apenas o fim de uma fase. Aliás como o círculo não tem começo e não tem fim, quando uma fase termina a outra já começou. Portanto, não é o fim de tudo, é o recomeço perene. A idéia do círculo, quer dizer ciclo, simboliza a perfeição, exatamente por não ter nem começo e nem fim. No I Ching, o Livro das Mutações, o penúltimo hexagrama de número 63, significa “após a conclusão” e o último, de número 64, significa “antes da conclusão”, o que nos transmite a idéia de que a vida é circular. 

A quarta lição nos ensina que os ciclos são grandes e também pequenos movimentos, como já vimos acima nos vários exemplos. São longos períodos e também breves espaços de tempo. Não importa o tamanho do ciclo. A significação de um ciclo de experiências, portanto de vida, não se mede por uma métrica emocional ou física como uma trena. A grandeza e importância dos ciclos, mede-se pela intensidade dos sentimentos. É esta intensidade que marca o valor das experiências a que nos propomos passar na atual encarnação e é o que realmente nos modifica e permanece como progresso conseguido. 

A quinta lição que podemos aprender a partir do conceito de ciclo é que a reencarnação, constitui também um ciclo. Desta maneira aprendemos que as encarnações sucessivas são um fenômeno natural, de modo que a própria evolução é um processo natural, o que comprova a sabedoria Divina e a plena validade das leis naturais como obra de um Criador Supremo. 

Depois das lições extraídas, uma outra questão fundamental surge no que se refere a como estas verdades nos tocam e o quanto evocam as nossas responsabilidades. Por quê é importante fazer bem as coisas dentro de um ciclo e por quê isto nos torna responsáveis? 

Primeiramente é necessário compreender que vivendo bem a experiência de um ciclo, é que nos tornamos aptos para viver ainda melhor o próximo, isto é, aproveitando e aprendendo com o que vivemos na fase anterior. Se vivermos de maneira inconseqüente será equivalente a não o termos vivido, pois nenhum aprendizado poderemos acumular de uma vivência assim. A consciência nos leva à segunda compreensão.
Precisamente a consciência da nossa existência dentro de um determinado ciclo é o que nos dá a ciência da experiência e de nós mesmos. Aliás, quando não há consciência, não há vida. Estar vivo é estar consciente. O ser humano é o único capaz de ter consciência bastante ampla de que está vivendo as experiências da sua vida. Por isso, podemos problematizar, isto é, podemos nos propor problemas, metas e desafios, um futuro enfim, e usar a sabedoria do passado. Se o ciclo não nos trouxer uma consciência do que fazemos, de nada nos valerá para o próximo. 

Mais uma compreensão advém da consciência que nos faz responsáveis pelos ciclos que vivemos, uma vez que, desse fato decorre tanto a angústia pelo futuro que virá, como também nos faz preocupados conosco mesmo e também com os outros. Esses sentimentos criam em nós a consciência ética e o dever moral, ou como nos ensina o Evangelho Segundo Espiritismo, cria uma coragem moral. 

As transformações que conseguimos realizar num ciclo de experiências, vai atomizar, isto é, reorganizar as moléculas de energia em novas combinações, e assim estaremos melhor providos no próximo ciclo de vida. Desta forma dá-se a evolução, através de um perene processo de reciclagem e reorganização de energias. Movimentar as energias ao viver um ciclo, naturalmente faz com que estejamos mobilizando forças para um novo ciclo que virá, naturalmente. 

A compreensão da vida em ciclos de evolução nos mostra que não se trata de uma vivência linear, isto é, as experiências não acontecem uma atrás da outra. É com o movimento circular que vamos ascendendo, isto é, subindo na compreensão da vida pelas experiências vividas. É a chamada espiral da vida. Etmologicamente a palavra ex + peri + ciência compõe a palavra experiência que podemos traduzir por trazer para fora (ex) a ciência, isto é, o conhecimento das coisas que estão à nossa volta (peri). Não existe a possibilidade de voltar para trás, porque quando estamos circulando, de certa forma, sempre estamos andando para frente. A idéia de frente e atrás, apenas existe quando pensamos de maneira linear. 

O conhecimento do tempo que existe dentro de nós, isto é, do tempo emocional, aquele tempo que parece passar muito rápido quando estamos muito envolvidos com um acontecimento, e que parece andar muito devagar quando estamos enfastiados de algo, dá-nos a noção da consciência que temos das coisas e como esta consciência nos afeta. Nesta vida e neste plano, nos situamos pelo tempo cronológico e pelo espaço que ocupamos. No Plano Espiritual nos situamos pela consciência. Assim sendo, viver as experiências com a consciência de que são ciclos de vida, é um treino para viver, futuramente, numa outra dimensão, onde o tempo cronológico deixa de existir para dar lugar à eternidade da existência. 


Enéas Martim Canhadas
Fonte: Portal do Espírito

 

27 novembro 2014

Em Busca de Conforto e Esclarecimento Espírita - Rita Foelker



EM BUSCA DE CONFORTO E ESCLARECIMENTO ESPÍRITA

Como você se sentiu na primeira vez em que esteve na casa espírita: acolhido, deslocado, retraído, confiante, confuso, esclarecido...? 

A Doutrina Espírita, através dos livros, da Internet, da TV, dos médiuns afamados e de outros meios, vem sendo cada vez mais popularizada. Os temas da mediunidade, da reencarnação e da vida espiritual ocasionam um interesse crescente nas mais diferentes faixas da população. Como os centros espíritas estão se adaptando a esta nova realidade, considerando que eles são a grande porta de entrada para a aprendizagem e vivência espíritas? 

Fico pensando no público que procura uma casa pela primeira vez: que tipo de informação recebe? Qual orientação lhe é dada? Os cursos e atividades para as quais é convidado preenchem sua verdadeira necessidade? 

É fato notório que as casas espíritas nem sempre são a imagem fiel da visão espírita da vida. Muitas estão ultrapassadas, tanto nos recursos pedagógicos quanto nas relações humanas. Pararam no tempo. Qualquer pessoa pode adentrar uma casa destas e sair com uma impressão completamente errada do Espiritismo. 

Existem muitos centros que parecem existir exclusivamente para si mesmos. Se não mudam, seria preferível que se denominassem "grupos espíritas" fechados e, não, entidades de portas abertas. Há escassez de informações; nenhuma reunião específica para quem está iniciando, exceto um "evangelho e passe" anacrônico e distante da realidade; pessoas sem treino para o atendimento fraterno que vai introduzir a criatura na rotina da casa, identificando as atividades cuja participação mais lhe convenha. 

Há também um certo discurso que prega a "simplicidade" mas que, de fato, despreza todos os confortos e melhoramentos proporcionados pelo progresso (uma das leis divinas que a própria doutrina ensina!), que não significam luxo, mas facilidade e eficiência, desde recursos audiovisuais, salas apropriadas e um bom equipamento de som, até a metodologia de estudo atualizada, facilidade de comunicação, diminuição da burocracia em benefício do dinamismo, treinamento para as relações humanas, um setor ativo de venda e empréstimo de livros e vídeos, etc. Falando de maneira bastante genérica (pois há exceções incrivelmente boas), a falta de entendimento da própria função da Doutrina em nossas vidas, decorrente, em parte, da falta de aprofundamento nos estudos e de uma abordagem mais prática dos temas, faz com que nos tornemos espíritas e continuemos agindo como pessoas crédulas, sem reflexão e sem transformação íntima significativa. Por quê? Porque inexiste mudança de mentalidade. Ir ao centro, receber o passe, fazer sopa para os pobres e ler obras de André Luiz não fazem de nós, espíritas. 

O que diferencia o espírita é a mudança consciente de atitude, é a renovação interior, e se não nos renovamos e não nos sentimos renovados, se não estamos vendo a vida e os acontecimentos de forma diferente, é porque não assumimos as conseqüências da visão filosófica do Espiritismo em nosso dia-a-dia. É porque ainda pensamos como o "homem velho". 

Entendo que a formação de uma consciência espírita é responsabilidade de todos que a compreendem e estão prontos para viver o tipo de vida a que ela nos convida, também, no que diz respeito à maneira de administrar a casa espírita. A maior divulgação do Espiritismo é a dos exemplos de vida. E se vivermos aquilo que ensinamos, estaremos levando a pensar, estaremos favorecendo a conscientização de qualquer pessoa de nossas relações. 

Se você participa de uma casa espírita e tem idéias para melhorar o trabalho ali realizado, não se omita. Ofereça sugestões, compartilhe o que sabe. O centro espírita não é uma estrutura rígida, onde nos conformamos às regras ou saímos. Ao menos em tese, ele deveria ser um lugar onde as pessoas se querem bem, se respeitam, colaboram e aprendem sobre si mesmas e sobre as leis da vida. 

Rita Foelker

26 novembro 2014

Abortos e Infanticídios - Bebês Encularralados no Circo da Morte

 

ABORTOS E INFANTICÍDIOS – BEBÊS ENCURRALADOS NO CIRCO DA MORTE

No artigo “Aborto após o nascimento: por que a criança deveria viver?”, publicado em 23 de fevereiro de 2014, no Journal of Medical Ethics, os autores Alberto Giubilini e Francesca Minerva, acadêmicos em Melbourne, Austrália, argumentam que “o que chamamos de aborto após o nascimento (o assassinato de um recém-nascido) deveria ser permitido em todos os casos em que o aborto também o é, inclusive naqueles em que a criança não é deficiente.” Em vez do termo infanticídio, universalmente utilizado para descrever o procedimento, eles adotaram a expressão “aborto após o nascimento.[1]

Uma tendência observada por ativistas pró-vida junto aos estudantes universitários nos EUA, “é a crescente aceitação do “aborto pós-nascimento”, ou seja, matar a criança depois de seu nascimento, afirmam líderes pró-vida ao “The Fix College”. Os campi onde ativistas locais e membros da equipe dos “Criados Iguais” encontraram estudantes com esta opinião incluem Purdue, da Universidade de Minnesota e a Universidade Central da Florida.” [2]

Ao comentar qualquer coisa sobre o hediondo crime de infanticídio ou aborto sempre esbarraremos com histórias monstruosas, abomináveis e desonrosas. Gerald Warner, no Scotland on Sunday, assegura que “o lugar mais perigoso do mundo para uma criança na Escócia é o útero da mãe. Em 2010, a mortalidade infantil levou 218 crianças escocesas à morte. O aborto, 12.826″. [3]

Recentemente a grande mídia noticiou que as autoridades policiais desmontaram um grande esquema de clínicas clandestinas de aborto no Rio de Janeiro. Foram presas dezenas de pessoas que tiveram mandados de prisão expedidos pela justiça, na operação batizada de “Herodes”. As clínicas eram execrandos feirões do aborto. Seus proprietários estão milionários. Em média, tais matadouros faturavam cerca de R$ 300 mil por mês. Não é para menos, pois se cobrava R$ 1.000,00 para uma curetagem, R$ 2.000,00 para a sucção e R$ 2.500,00 para destroçar o bebê através do vácuo.

Espera-se que com a operação “Herodes” seja definitivamente desmantelada a quadrilha de malfeitores e “médicos” cruéis. Tal quadrilha realizava diariamente dezenas de assassinatos de bebês no Rio de Janeiro. Dentre os verdugos aprisionados estão alguns “médicos” idosos, reincidentes no crime e inexplicavelmente com o registro profissional regularizado, a exemplo do Dr. “A.G”, de 88 anos (isso mesmo, quase 100 anos de idade); a médica A.M.G.B, de 65 anos, que já tinha sido indiciada em 2001 por 6352 abortos em São João de Meriti, na Baixada Fluminense; o carniceiro Dr. B.G.S, de 80 anos, conhecido como “Doutor Aborto”; Dr. C.E.S.P, conhecido como ‘Paulista’, de 43 anos; Dr. G.L.S, de 72 anos e Dr. E.S.F, de 64 anos.

Os arautos da legalização do aborto evocam as péssimas condições em que são realizados os procedimentos nas clínicas clandestinas. Porém, em que pese o argumento, não nos enganemos, imaginando que o aborto oficial irá resolver a questão do assassinato das crianças no útero; ao contrário, o aumentará bastante! E o pior, continuará a ser praticado em segredo e não controlado, pois a clandestinidade é cúmplice do anonimato e não exige explicações das mulheres que esconderão da sociedade o monstruoso delito do aborto praticado.

Com exceção da gestação que coloque em risco a vida da gestante, quaisquer outras justificativas são inadmissíveis para uma mulher decidir pelo aborto. Se compreendesse as implicações sinistras que estão reservadas para ela, certamente refletiria milhões vezes antes de extinguir um ser indefeso do próprio ventre. Analisemos o inusitado e repugnante comportamento de Rowena Shrimpton, uma britânica de 49 anos que afiança ser apaixonada pelo marido, Roger, com quem está casada há 28 anos. Até aí nada de mais; todavia ela revelou ao jornal Daily Mail que engravidou aos 21 e aos 30 anos e nas duas gravidezes deliberou fazer o aborto para não compartilhar o marido com ninguém, nem mesmo com um filho.[4]

Sob essa insana inquietação, Shrimpton pressupunha que a gestação poderia deformar seu corpo e danificar sua aparência, o que poderia diminuir o “amor” (desejo) de Roger. Presentemente, com 49 anos, Rowena revela que nunca pensa nos bebês eliminados no próprio ventre ou até mesmo como eles seriam atualmente se não tivesse abortado. Seu único receio hoje, pasmem! é que Roger, seu idolatrado esposo, desencarne antes dela, pois acredita que não conseguirá viver sem sua “cara metade”. Só podemos concluir que Rowena Shrimpton é uma psicopata e carece de tratamento psiquiátrico.

Um aborto praticado sob as justificativas de Rowena, mesmo diante de regulamentos humanos (o aborto é permitido na Inglaterra), é um crime ante os estatutos de Deus. O grande mestre Chico Xavier ressalta: “os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam”. [5] Se os tribunais do mundo condenam, em sua maioria, a prática do aborto, “as Leis Divinas, por seu turno, atuam inflexivelmente sobre os que alucinadamente o provocam. Fixam essas leis no tribunal das próprias consciências culpadas tenebrosos processos de resgate que podem conduzir ao câncer e à loucura, agora ou mais tarde. (…)”. [6]

Os inveterados defensores dessa prática defendem o direito da mulher sobre o seu próprio corpo, como argumento para a descriminalização do aborto. Contudo, para os preceitos espíritas, o corpo do embrião não é o da mulher, visto que ela abriga, durante a gravidez, um outro corpo que não é, de forma alguma, a extensão do seu. O nascituro não é um objeto qualquer semelhante a máquina de carne, que pode ser desligada de acordo com interesses circunstanciais, porém um ser humano com direito à proteção, no lugar mais fantástico e sublime que Deus criou: o templo da vida, ou seja, o útero materno.

Não nos enganemos, a medicina que executa o aborto nos países que já legalizaram o assassínio do bebê no ventre materno é uma medicina criminosa. Não há lei humana que atenue essa situação ante a Lei de Deus. Parece que no Brasil a taxa de interrupção de gravidez supera a taxa de nascimento. Essa situação tem estimulado grupos dispostos a legalizar o aborto no Brasil, torná-lo fácil, acessível, higiênico, juridicamente “correto”. Contudo, ainda que isso possa vir a ocorrer, JAMAIS esqueçamos que o aborto ilegal ou legalizado SEMPRE será um CRIME perante as Leis Divinas!

Óbvio que não lançamos os anátemas da condenação desapiedada àquelas que estão submergidas no corredor escuro do aborto já perpetrado, até para que não caiam na vala profunda da desesperança. Expressamos ideias cujo escopo é iluminá-las com o fanal do esclarecimento para que enxerguem mais adiante a opção do Trabalho e do Amor, sobretudo nas adoções de filhos rejeitados que atualmente amontoam nos orfanatos. “É preciso também saber que a lei de causa e efeito não é uma estrada de mão única. É uma lei que admite reparações, que oferece oportunidades ilimitadas para que todos possam expiar seus enganos! [7] Errar é aprender, destarte, ao invés de se fixarem no remorso inócuo, precisam aproveitar a experiência como uma boa oportunidade para discernimento futuro.


Jorge Hessen

Referências bibliográficas:


2 Disponível em http://www.thecollegefix.com/post/19896 acesso 31/10/14
5 Xavier, Francisco Cândido. Leis de Amor, ditado pelo Espírito Emmanuel, SP: Ed FEESP, 1963.
6 Peralva, Martins.O Pensamento de Emmanuel.Cap. I Rio de Janeiro: Editora FEB, 1978
7 De Lima, Cleunice Orlandi. A Quem Já Abortou – artigo – disponível em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/aborto/a-quem-ja-abortou.html acesso 20/10/14



25 novembro 2014

Perdas da não Participação - Orson Peter Carrara



PERDAS DA NÃO PARTICIPAÇÃO

Quer encontrar um espírita desanimado, sem motivação, cumprindo muitas vezes como que uma obrigação, até enfadonha, sua ida semanal ao centro?

Quer encontrar um espírita sem entusiasmo, que não consegue vibrar de alegria pelo conteúdo da Doutrina Espírita?

Quer encontrar um espírita sem qualquer reação quando uma notícia, sobre um evento ou acontecimento do movimento espírita, é anunciada de público?

Quer encontrar um espírita que sem estímulos para comparecer a uma palestra, participar de um evento ou de presença insegura quando convidado?

É simples. Encontraremos esse comportamento em todas as Casas Espíritas. E é fácil de detectar esse personagem entre os freqüentadores de nossas instituições: é aquele espírita que não participa de nada. Que vive isolado em “seu centro”, indo mesmo como que a uma obrigação quase forçada. Ele não acha graça de nada. Tudo que lhe for transmitido pouco efeito surtirá em seu íntimo.

É que ele limita-se apenas a ir ao Centro. Não sente as vibrações e as alegrias do movimento, e mesmo o conteúdo extraordinário que a Doutrina contém, justamente porque não a vive. 

Ora, o Espiritismo não está unicamente numa Casa Espírita. O Espiritismo produz a energia e a dinâmica de seu movimento. E é a participação no movimento, constatando pessoalmente as alegrias da fraternidade, o entusiasmo da participação, a integração dos grupos, que sentiremos o que a Doutrina Espírita é capaz de fazer.

Claro que poderemos conhecer o Espiritismo simplesmente através do estudo e mesmo isoladamente, mas sempre haverá prejuízo neste isolamento. É exatamente na participação e integração com outros grupos, com a experiência de outros companheiros, que nos deixaremos contagiar pelo entusiasmo, pela alegria, pela fraternidade.

Quando isolados, na rotina das atividades de uma Casa Espírita, por melhor que ela seja, não conseguiremos sentir os efeitos da participação conjunta. É que essa participação conjunta, na integração entre as casas, é que produz a energia que faz a dinâmica do movimento espírita.

Quem a experimenta, entusiasma-se. Quem a sente, tem vontade de trabalhar mais. Quem a vive, motiva-se a conhecer mais. Quem a busca, aprende mais.

Por isso, meu amigo leitor, integre-se ao movimento. Tenha sim sua atividade na casa espírita onde se vincula, mas experimente viver o movimento. Participe mais, esteja presente também em outras casas. Leve sua experiência, colha a experiência delas.

E mais, não vá sozinho. Convide seus companheiros. Participem juntos. E você verá a rotina transformada em entusiasmo. Sabe por que?

Porque você vai trazer experiências novas. Vai conhecer novas dinâmicas. Poderá avaliar o que será bom, ou que será ruim, para aplicação na instituição a que se vincula. E tudo isso com uma grande vantagem: participando do movimento, você estabelece um referencial para si mesmo, como espírita, e para a casa que está vinculado. As experiências boas serão aproveitadas, as ruins descartadas ou evitadas.

Este referencial permite contínuo aperfeiçoamento das atividades em que participa. Se você lidera um grupo, poderá usá-las. Se você apenas participa, poderá sugerir. Se sua sugestão for aceita, ótimo, pois você trouxe progresso para o grupo. Se a sugestão não for ouvida, tudo bem também. Você fez sua parte e nem por isso sairá perdendo, porque o entusiasmo de sua participação continuará e os demais companheiros terão seu tempo de despertamento.

Agora, raciocine comigo. Visualize os grupos que conhece. Quais são os que apresentam dinamismo em suas atividades? São os que se isolam ou os que estão continuamente participando do movimento?

É só observar com calma e você mesmo terá sua conclusão para perceber as vantagens da integração entre os espíritas e os grupos espíritas.

Mas, voltando ao início do artigo, é só pensar que o comodismo e a rotina matam o entusiasmo. E como seres humanos, estamos sujeitos à rotina e ao comodismo, que nos permitimos viver na vida pessoal e na vida das instituições a que nos vinculamos, “matando” as instituições com nossas posturas. 


Orson Peter Carrara


24 novembro 2014

Fenômenos e Nós - André Luiz


FENÔMENOS E NÓS


O homem quer ver para crer.

Aspira à construção da fé. E para isso exige fenômenos.

Entretanto, é um espírito imortal a exprimir-se através de uma caixa de fenômenos e não percebe.

O cérebro é a maravilha que o abriga.

Na cúpula craniana tem a cabine da vontade, controlando bilhões de células a lhe cumprirem as ordens.

Como se ajustam lobos, sulcos, e giros, como funcionam meninges, veias e líquidos para que governe as próprias sensações não cogita para viver.

De que modo se comportam os neurônios para que possa pensar é problema de que não se preocupa, quando reflete.

Domina a linguagem sem pensar o esforço que lhe reclama das áreas corticais que lhe presidem a fala.

Enxerga dando trabalho aos nervos ópticos sem cogitar disso.

Ouve, por intermédio de complicados engenhos, mas não pondera quanto ao que essa preciosidade lhe custa.

Mobiliza tubos, artérias, alambiques, aparelhos, canais e depósitos variados para beber e comer, assimilar os recursos da vida e desvencilhar-se das gangas residuais da alimentação, todavia, às vezes atravessa uma existência secular sem a menor consideração por semelhantes prodígios.

Comumente reclama provas da sobrevivência da lama depois da morte, mas, até hoje, embora conjeture, não sabe exatamente como é que veio à vida.

Ninguém nega que fenômenos servem para acordar a mente, contudo, é imperioso reconhecer que as criaturas humanas, na experiência diária, comunicam-se umas com as outras, através de montanhas deles sem a mínima comoção.

Eis os motivos pelos quais os espíritos superiores, conscientes da responsabilidade que abraçam colocarão sempre os fenômenos em última plana no esquema das manifestações com que nos visitam.

Assim procedem porque a curiosidade inerte ou deslumbrada não substitui o serviço e o serviço é a única via que nos faculta crescimento e elevação, compelindo-nos a estudar para progredir e a evoluir para sublimar.



Pelo Espírito André Luiz
Do livro: Opinião Espírita
Médium: Francisco Cândido Xavier

23 novembro 2014

Mudança de Sexo - Joanna de Ângelis


MUDANÇA DE SEXO

A constituição do ser orgânico é decorrência das suas necessidades evolutivas, que são trabalhadas pelo perispírito na condição de modelo organizador biológico.

Trazendo impressos os mecanismos da evolução nos tecidos sutis da sua estrutura íntima, plasma, a partir do momento da concepção, o corpo, no qual o Espírito se movimentará durante a vilegiatura humana, a fim de aprimorar o caráter e resgatar os compromissos negativos que ficaram na retaguarda.

Trabalhando nos códigos genéticos do DNA, aciona as moléculas fornecedoras das células que programarão a forma, enquanto o Espírito se encarrega de produzir os fenômenos emocionais e as faculdades psíquicas.

Assim sendo, é herdeiro de si mesmo, promovendo os meios de crescer interiormente através das experiências que ocorram numa como noutra polaridade sexual.

Em se considerando as graves finalidades do aparelho genésico, na sua função reprodutora, ele é repositório de hormônios especiais, que trabalham conjuntamente com os outros das demais glândulas de secreção endócrina, de forma que o equilíbrio físico, emocional e intelectual se expresse naturalmente, sem traumas ou disfunções que decorrem dos problemas que ficaram por solucionar.

A libido impulsiona o indivíduo para a realização criativa e produtiva, quando se expressa com moderação, sendo natural decorrência ancestral do instinto por cuja faixa o ser transitou durante largo período e cujas marcas permanecem dominadoras.

A qualquer distonia de sua parte, logo surgem distúrbios neuróticos e comportamentais que afetam perturbadoramente o processo reencarnatório a ela fortemente vinculado.

Essa poderosa energia motora exige cuidadosa canalização, a fim de produzir fenômenos harmônicos, que estimulem à ordem, à realização dignificadora, porquanto, assim não sendo, a sua força irrompe como caudal desordenado que passa deixando escombros.

O uso adequado da função sexual - sintonia entre a psicologia e a fisiologia da polaridade - proporciona bem-estar e facilita o crescimento espiritual, sem gerar amarras com a retaguarda do instinto, assim como, também com as Entidades perversas e viciadas que a ela se vinculam.

A sua abstinência, quando a energia que exterioriza é trabalhada e transformada em força inspirativa e atuante pelos ideais de beleza, de cultura, de sacrifício pessoal, igualmente propicia equilíbrio e empatia, já que o importante é o direcionamento dos seus elementos psíquicos, que têm de ser movimentados incessantemente, porquanto para isso são produzidos.

Em decorrência, é de fundamental importância que o Espírito reencarnado se sinta perfeitamente identificado com a sua anatomia sexual, mantendo os estímulos psicológicos em consonância com a mesma.

Quando a ocorrência é diversa - função emocional diferente da forma física - encontra-se em reajustamento, que deverá ser disciplinado, evitando a permissão do uso indevido, que proporciona agravantes mais severos para o futuro.

Eis porque é de vital importância o respeito que os pais devem manter em relação ao sexo dos seus filhos, evitando interferir psíquicamente no processo da sua formação, quando o zigoto começa a definir a futura forma consoante o mapa cármico do reencarnante.

É natural que se tenha opção por essa ou aquela expressão sexual para o ser amado; no entanto, não deve ser tão preponderante que, em se apresentando diferente do que se deseja, o amor sofra efeitos negativos. Outrossim, a invigilância que pode originar-se na genitora optando e impondo o seu desejo sobre o ser em desenvolvimento, poderá contribuir para alterar a constituição molecular, atendendo-lhe psicocineticamente a aspiração. Não obstante, porque fora da programação evolutiva do Espírito, essa mudança pode trazer-lhe prejuízos emocionais e comportamentais.

A estrutura genética em elaboração do corpo é constituída por elementos poderosos embora sutis, que atendem aos planos energéticos que agem sobre ela.

Assim, a mente do reencarnante - conscientemente ou não - como o dos seus genitores, interferem expressivamente na constituição da sua anatomia, agindo diretamente nos genes e seus cromossomos, se a vontade atuante se fizer forte e constante. Essa ação psíquica pode alterar, na estrutura do DNA os pares de purinas e pirimidinas, modificando as disposições estabelecidas e em formação.

Tal ocorrência não é rara, antes é muito mais numerosa do que se tem detectado, particularmente nas vezes em que o Espírito imprime sinais que traz de existências transatas - suicídios, homicídios, acidentes - ou de condutas que se fixaram profundamente no cerne do ser, ressurgindo agora na forma nova.

Da mesma maneira, filhos com anatomia diferente da herança espiritual - em alguns casos como efeito da preferência dos seus pais, especialmente da mãe que a trabalhou psiquicamente mantendo a aspiração exagerada do que cultivou durante a gestação - apresentam transtornos de expressão e comportamento que devem ser corrigidos na infância, a fim de se não tornarem afligentes no período da adolescência, quando da definição dos órgãos e caracteres anexos do sexo.

A orientação cuidadosa e enriquecida de amor reestrutura o binômio forma-emoção, facultando a existência saudável, sem angústias nem desassossegos. 

De maneira mais grave poderá acontecer quando os estudiosos da engenharia genética, nos seus ensaios ambiciosos, pretendendo interferir nas vidas, reprogramarem através dos códigos genéticos do DNA, os sexos já em vias de formação, para que se alterem, mudando a anatomia e a função.

Nesses caso, permanecendo a programação espiritual, que passaria a sofrer ingerência externa, surgirão indivíduos com complexos problemas de conduta nessa área, desde que fortemente necessitados da experiência na polaridade primitiva que foi modificada. Encontrando-se noutra, que lhe não responde aos anseios dos sentimentos nem às necessidades psíquicas, desarticulam-se interiormente.

Existem já incontáveis ocorrências dessa natureza, que terminam em fugas terríveis para as drogas que geram dependência, que se desgastam e levam à consumpção, quando não se atiram aos suicídios desesperados para fugirem do conflito que os aturdem e dilaceram, acreditando não terem solução nem razão para continuarem vivendo.

A questão sexual é muito delicada e profunda, estando a exigir estudos sérios, sem as soluções da vulgaridade, apressadas e levianas, que pretendem resolver as situações conflitivas mediante sugestões para comportamentos insensatos, que violentam as estruturas morais do próprio ser, que passa então a experimentar distonia psíquica íntima ou desprezo por si mesmo, embora mantendo aparência de triunfo que se encontra distante de o haver conseguido.

No momento da concepção o perispírito é atraído por uma força incomparável, às células que se vão formando, nelas imprimindo automaticamente, por força da Lei de causa e efeito, o que é necessário à sua evolução, incluindo, sem dúvida, o sexo e suas funções relevantes.

A ingerência externa, alterando-lhe a formação somente trará inconvenientes, prejuízos e distonias morais.
A engenharia genética, à medida que penetrar nas origens da vida física, poderá oferecer uma contribuição valiosíssima, desde que não se imponha a vacuidade de interferir nos quadros superiores da realização e construção do ser humano.

O corpo produz o corpo, que é herdeiro de muitos caracteres ancestrais da família, que sofre as ocorrências ambientais, mas só o Espírito produz o caráter, as tendências, as qualidades morais, as realizações intelectuais, o destino ...

Eis porque, na vã tentativa de mudar-se o sexo, na formação embrionária ou noutro período qualquer da existência física, desafia-se a lei de harmonia vigente na Criação, o que provocará distúrbios sem nome na personalidade e na vida mental de quem lhe sofrer a ingerência.

Todo o corpo merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em desenvolvimento. No entanto, na área sexual, tendo-se em vista a finalidade reprodutora, o intercâmbio de hormônios poderosos quão relevantes, o ser é convidado a maior vigilância e disciplina. 

Educar o sexo mediante conveniente disciplina mental é o maior desafio para a felicidade, que todos enfrentam e devem vencer.

As amarras aos vícios sexuais vêm retendo milhões de homens e mulheres na retaguarda das paixões, reencarnando-se com difíceis e desafiadores problemas que aguardam dolorosas soluções. E porque se não querem sacrificar, a fim de equacioná-los, permanecem em situações penosas quanto aflitivas.

Todo abuso ao corpo e particularmente ao sexo perpetrado conscientemente, gera dano equivalente, que permanecerá aguardando correspondente solução por aquele que se infligiu a desordem, passando a sofrê-lo.

Diante, portanto, de qualquer dificuldade que se experimente, ou face às decisões graves que aguardam atitude decisória, sempre se poderá perguntar ao Amor como resolvê-las, e esse Amor que se manifesta em toda parte, sem os condimentos das paixões perturbadoras, responderá com sabedoria meridiana que, atendida com cuidado, proporcionará equilíbrio e paz, impulsionando o Espírito pelo rumo bem orientado, pelo qual atingirá a meta para cujo fim se encontra reencarnado.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis 
Médium: Divaldo P. Franco 
Obra:Dias Gloriosos - 2ª Ed. 1999 Ed. LEAL

22 novembro 2014

Casamento - Richard Simonetti

 

CASAMENTO


1 – O casamento é planejado no Além?

Geralmente a união matrimonial implica numa harmonização que envolve não apenas o casal, mas também os Espíritos que reencarnarão como filhos. Obviamente, é preciso planejar.

2 – Os próprios interessados o fazem?

Seria o ideal, já que tendemos a encarar com maior seriedade os compromissos que assumimos por iniciativa própria. Nem sempre, entretanto, os reencarnantes têm suficiente maturidade e discernimento para isso. O planejamento fica por conta de mentores espirituais.

3 – Eventual segundo casamento ou subseqüentes também obedecem a um planejamento?

Quando os parceiros da vida conjugal se separam de forma irreversível, em virtude de conflitos insuperáveis, é justo que procurem recompor sua vida afetiva, buscando nova experiência. Se há seriedade na intenção e não mero exercício de promiscuidade sexual, tão freqüente nos dias atuais, os mentores espirituais podem ajudá-los nesse propósito, orientando nova união.

4 – Se ocorre uma seqüência de desacertos haverá sempre novos planejamentos?

Os mentores procuram ajudar-nos, mostrando caminhos, mas jamais são coniventes com nossos desatinos. A sucessão de uniões indica incapacidade de assumir compromissos e de conviver. Natural, nestes casos, que se afastem, retirando as escoras de sua proteção para que os tutelados aprendam com seus próprios erros.

5 – O ideal, portanto, seria "suportar" o cônjuge para merecer o apoio da espiritualidade?

Esse é, talvez, o maior equívoco. As pessoas "suportam" o cônjuge por amor aos filhos ou respeito à religião, esquecendo-se de que estão juntos para se harmonizarem, aprendendo a conviver fraternal-mente. Isso implica em mudar de pronome, no verbo da ação conjugal: da primeira pessoa do singular, eu posso, eu quero, eu faço¸ para a primeira do plural: nós podemos, nós queremos, nós fazemos. Cultivar o individualismo no casamento é condená-lo ao fracasso.

6 – Isso seria suficiente para sermos felizes no casamento?

Há algo mais. As pessoas estão esperando que o casamento dê certo para que sejam felizes, sem compreender que é preciso que sejam felizes para que o casamento dê certo. Um coração amargurado, um caráter impertinente, uma vocação para a agressividade, tudo isso azeda a existência e nos torna incapazes de conviver, particularmente no lar, onde não há o verniz social.

7 – E como ser feliz para que o casamento dê certo?

É preciso ter sempre presente que a felicidade não está subordinada à satisfação de nossos desejos diante da Vida, mas ao empenho por entender o que ela espera de nós. Não é necessário muito para isso. Basta observar a lição fundamental de Jesus: fazer ao semelhante o bem que desejamos que ele nos faça. Funciona admiravelmente quando se trata de harmonizar as pessoas, particularmente no lar.

8 – Sabemos que na espiritualidade tendemos a conviver com os Espíritos que marcaram nossa vida afetiva, envolvendo cônjuge, pais e filhos. Assim sendo, com quem ficará o homem que foi casado quatro ou cinco vezes?

Com ninguém. Provavelmente fará um estágio depurador no umbral, região de sofrimentos no mundo espiritual, um purgatório onde terá oportunidade de meditar sobre sua frivolidade.

Richard Simonetti
Do livro: Reencarnação: Tudo o que você precisa Saber

21 novembro 2014

Causas das Mortes Prematuras * Crianças no Mundo Espiritual - I.D.E de Juiz de Fora - MG



 
CAUSAS DAS MORTES PREMATURAS  *  CRIANÇAS NO MUNDO ESPIRITUAL

Como explicar a situação da criança, cuja vida material se interrompe? E por que esse fato ocorre? Duas indagações que surgem naturalmente ao nos depararmos com a morte na infância.

Allan Kardec [LE-qst 199] registra o pensamento dos Espíritos Superiores:

"A duração da vida da criança pode ser, para seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do tempo devido, e sua morte é freqüentemente uma prova ou uma expiação para os pais."

Observamos pelo exposto que a morte prematura está quase sempre vinculada a erro grave de existência pretérita: almas culpadas que transgrediram a Lei geral que vige os destinos da criatura e retornam à carne para recomporem a consciência ante o deslize. São, muitas vezes, ex-suicidas (conscientes ou inconscientes) que necessitam do contato com os fluidos materializados do planeta, para refazerem a sutil estrutura eletromagnética de seu corpo espiritual.

Lembram ainda os Benfeitores que os pais estão igualmente comprometidos com a Lei de Causa e Efeito e, na maioria das vezes, foram cúmplices ou causadores indiretos da falta que gerou o sofrimento de hoje.

Emmanuel [Criança no Além-prefácio] afirma:

"Porque a desencarnação de crianças, vidas tolidas em flor?

Muitos problemas observados exclusivamente do lado físico, assemelham-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade e do burilamento progressivo da alma, reconhecer-se-á que o Espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a ela em benefício próprio.

Nas realizações terrestres, é comum a vinculação temporária de alguém a determinado serviço por tempo previamente considerado.

Há quem renasça em limitado campo de ação para trabalho uniforme em decênios de presença pessoal e há quem se transfira dessa ou daquela tarefa para outra, no curso da existência, dependendo, para isso, de quotas marcadas de tempo. Encontramos amigos que efetuam longos cursos de formação profissional em lugares distantes do recanto em que nasceram e outros que se afastam, a prazo curto, da paisagem que lhes é própria, buscando as especializações de que se observam necessitados. E depois destes empreendimentos concluídos, através de viagens que variam de tipo, segundo as escolhas que façam, ei-las de regresso aos locais de trabalho em cuja estruturação se situam.

Esta é a imagem a que recorremos para que a desencarnação de crianças seja compreendida, no plano físico, em termos de imortalidade e reencarnação."

Casos, no entanto, existem que não estão inseridos no processo de Ação e Reação e configuram sim, ações meritórias de Espíritos missionários que renascem para viverem poucos anos em contato com a carne em função de tarefas espirituais. É o que afirma André Luiz:

"Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a expectativa apresentação que lhes era costumeira."

CRIANÇAS NO PLANO ESPIRITUAL

Com relação à posição espiritual dos Espíritos que desencarnam na infância, André Luiz informa-nos que todos eles são recolhidos em Instituições apropriadas, não se encontrando Espíritos de crianças nas regiões umbralinas.

Há inúmeras descrições espirituais de Escolas, parques, colônias e instituições diversas consagradas ao acolhimento e amparo às crianças que retornam do Planeta através da desencarnação.

Chico Xavier, analisando a situação espiritual e o grau de lucidez desses Espíritos diz:

"Os benfeitores espirituais habitualmente nos esclarecem que a criança desencarnada no Mais Além, recobra parcialmente valores da memória, quando na condição de Espírito, tenha já entesourado alta gama de conhecimentos superiores, com pouco tempo depois da desencarnação, conseguindo, por isso, formular conceitos e anotações de acordo com a maturidade intelectual adquirida com laborioso esforço.

O mesmo não acontece com o Espírito que ainda não adquiriu patrimônio de experiência mais dilatados, seja por estar nos primeiros degraus da evolução humana ou por essência de aplicação pessoal ao estudo e a observação dos acontecimentos.

Para o Espírito nesse estágio, o desenvolvimento na vida espiritual é semelhante ao que se verifica no plano físico em que o ser humano é compelido a aprender vagarosamente as lições da existência e adiantar-se gradativamente, conforme as exigências do tempo."

André Luiz [Entre a Terra e o Céu] vai pronunciar-se da mesma forma: "Acreditamos que o menino desencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto ... Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevado estágio evolutivo.

Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnaram, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno. Jazem conduzidos pela Natureza, à maneira de criancinhas no colo materno. É por esse motivo que não podemos prescindir de períodos de recuperação, para que se afasta do veículo físico, na fase infantil."

QUADRO XII - Morte Prematura – Possibilidades

- Assumir a forma da última existência

- Conservar a forma infantil que vai se desenvolvendo à semelhança do que ocorre na Terra

- Reencarnar pouco tempo depois do falecimento



Bibliografia:

1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec

2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

3) Entre a Terra e o Céu - André Luiz/Chico Xavier

4) Resgate e Amor - Tiaminho/Chico Xavier

5) Escola no Além - Claudia/Chico Xavier

6) Crianças no Além - Marcos/Chico Xavier


Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

20 novembro 2014

Tempo Mental - Joanna de Ângelis


TEMPO MENTAL

Na azáfama da vida moderna o aturdimento domina as criaturas humanas que procuram atender aos muitos compromissos, reais e imaginários, não lhes permitindo espaço mental para as reflexões saudáveis nem para as meditações de urgência indispensáveis a uma existência equilibrada.

A parafernália eletrônica facilitando a comunicação, especialmente na área da futilidade, com as exceções compreensíveis, inquieta os seus serventuários que se lhes transformam em escravos, telefonando para diálogos irrelevantes, enviando MSM/s, curiosamente olhando o FACEBOOK, o TWITTER, o ORKUT ou outros mecanismos de mexericos e novidades, entregando-se aos jogos de violência ou consultando os sites que lhes atendem aos específicos tormentos, em nome do falso progresso tecnológico.

Certamente, vivia-se bem sem muitos dos apetrechos modernos, alguns de extravagante significado, mais apresentados como status sociais e econômicos, em razão das suas grifes de luxo e de ilusão, do que pelo valor da utilidade, responsáveis pela estimulação da ansiedade, dos jogos de interesse pessoal, das vaidades e das competições doentias.

A falsa necessidade de se acompanhar ao vivo tudo o que se passa no Planeta, especialmente na área das tragédias e das intrigas entre celebridades, suas doenças, suas paixões, suas ascensões e quedas impulsiona os tipos comuns a viverem atrelados, a todo o momento, aos instrumentos que lhes sacia a sede de frivolidade como forma disfarçada de fuga psicológica da realidade, escondendo os conflitos perversos que os afligem.

O ser humano autodesconhece-se enquanto permanece atento aos acontecimentos exteriores que envolvem outras pessoas, cujas imagens são mecanismos de transferência das próprias aflições e insegurança, tornando-as como ídolos ou modelos, invejados uns, enquanto detestados outros, por parecerem inalcançáveis...

O desfile dos deuses da alta comunicação midiática é contínuo, alguns sendo substituídos por outros mais audaciosos ou mais bem-remunerados que, incapazes de gerenciar os valores e a existência, atiram-se ao desbordamento das paixões servis, porque vivem saturados de bajuladores e de prazeres incessantes que lhes anulam a capacidade emocional de se sentir bem.

Com rapidez vivenciam o triunfo e logo após desaparecem em silêncio sepulcral, sendo trazidos de volta aos holofotes da fama somente quando transformados em fantasmas inditosos, chamando a atenção por escândalos ou acontecimentos desditosos que os multiplicadores de opinião vendem com entusiasmo e comentários chulos, quando não escabrosos...

E certo que proliferam admiráveis expressões de elevação moral e de dignificação humana, nesse contexto, como não poderia ser diferente, no entanto, é a grande massa, aquela que é dirigida habilmente pelo mercado consumidor, que se deixa arrastar pelo fascínio da modernidade com graves prejuízos para a saúde física, emocional e mental.

Os diálogos pessoais, no momento, cedem lugar às comunicações eletrônicas, o prazer da convivência entre os amigos é transferido para as mensagens ligeiras, ortograficamente incorretas e atentatórias à boa linguagem. Diz-se que são os novos tempos e, sem dúvida, trata-se de um novo período no processo sociológico e psicológico da Humanidade, lamentavelmente com resultados bastantes afugentes para os seus áulicos.

A falta de comunhão fraternal, de conversação edificante, de estudos sociais abrangentes com objetivos libertadores caracteriza o crepúsculo desta civilização, em um claro-escuro de sentimentos, enquanto surge nova madrugada anunciando outros valores que estão esquecidos, mas que são de sabor e significado permanente.

Nesta panorâmica, em consequência, não se dispõe de tempo físico e muito menos de natureza mental para as aquisições duradouras, aquelas que elevam os seres humanos às esferas sublimes do pensamento e da realização espiritual.

Mesmo quando surge algum espaço físico, havendo oportunidade de tempo cronológico, não existe o de natureza psíquica, porque a mente se encontra abarrotada de idéias e propostas, compromissos e complexidades futuristas, inquietando as pessoas que não desejam ficar ultrapassadas no contexto do grupo social insaciável em que se encontram situadas.

É necessário, dizem, estar bem informadas, desde os lugares onde a drogadição e os demais vícios são permitidos, aos redutos de luxo ou de miséria para o prazer exaustivo, assim como para tomar conhecimento de todas as ocorrências nas diversas tribos, gangues, clubes elegantes e de alto preço, apesar dos sucessos que ocorrem nos seus interiores e, de quando em quando, se tornam motivos de escândalos na mídia...

O ser humano é constituído de equipamentos eletrônicos muito delicados, cujo manejo exige habilidade e experiência, a fim de não gerar desarmonia no seu funcionamento.

A mente, que se exterioriza através da câmera cerebral, tem necessidade de harmonia, a fim de processar todos os acontecimentos que lhe dizem respeito ou aqueles que têm lugar à sua volta, de maneira a bem administrar a máquina orgânica.

Em razão disso, o pensamento saudável é essencial para uma existência equilibrada, sendo veículo dos recursos que proporcionam bem ou mal-estar, de acordo com a onda vibratória em que se expressa.

O atropelamento das ideias, a falta de amadurecimento psicológico, a ausência da reflexão podem ser comparadas ao fenômeno alimentar, mediante o qual o indivíduo sobrecarrega o estômago na ânsia de comer bem, gerando graves distúrbios digestivos de imediato. O mesmo ocorre nas áreas mental e comportamental.

Impossibilitada a mente de decodificar todos os fatos e informações que chegam ao arquipélago cerebral, apresentam-se a ansiedade, a impaciência, gerando descontrole nas neurocomunicações com resultados perturbadores para o discernimento, a memória, as aspirações iluminativas, a saúde integral...

O ser humano necessita de silêncio mental, de espaço físico para a autoidentificação, para o autodescobrimento.

Esse interregno entre as atividades irá propiciar-lhe melhor discernimento em torno dos objetivos existenciais, facultando-lhe experienciar os prazeres não desgastantes dos sentidos físicos, mas a fruição da alegria íntima de viver e de poder pensar com liberdade e altruísmo.

Quando se age sem pensar, inevitavelmente se é convidado a retroceder nas ações intempestivas, refazendo o caminho conquistado.

O silêncio íntimo, que permite ouvir-se a voz da consciência, é de alta relevância para uma existência feliz, porque permite saber-se o que realmente se deseja produzir e como fazê-lo de maneira excelente.

A azáfama desequilibra, o excesso de ruídos, a multiplicidade de interesses desarmoniza, e o ser humano perde o endereço, o rumo da sua felicidade.

Preserva algum tempo mental para as tuas reflexões, não te deixando seduzir pelas vozes alteradas dos desconsertos emocionais tidos como festivos e promotores da alegria.

Resguarda-te na meditação diária, mesmo que seja por um espaço de tempo reduzido, mas de grande significado para o teu autocontrole, para as tuas decisões e realizações.

Não sobrecarregues as tuas paisagens mentais com as imagens violentas dos desejos infrenes e inferiores, com as imposições sociais e seus fetiches mentirosos, permitindo-te ser livre para pensar e para agir dentro dos padrões felicitadores da boa ética-moral que encontras nos ensinamentos de Jesus, que te aguarda após as refregas humanas...

Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Livro: Liberta-te do Mal