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28 fevereiro 2013

Procura-se um Amigo - Momento Espírita


PROCURA-SE UM AMIGO

No mural de avisos da empresa, alguém colocou um papel digitado em letras grandes, que dizia:

Procura-se um amigo.

Não precisa ser homem, basta ser humano, ter sentimento, ter coração. Precisa saber falar e saber calar no momento certo; sobretudo, saber ouvir.

Deve gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas.

Deve sentir amor, um grande amor por alguém, ou sentir falta de não tê-lo.

Deve amar o próximo e respeitar a dor alheia. Deve guardar segredo sem sacrifício.

Não precisa ser puro, nem totalmente impuro, porém, não deve ser vulgar.

Deve ter um ideal e sentir medo de perdê-lo; se for assim, deve perceber o grande vazio que isso deixa.

Precisa ter qualidades humanas; sua principal meta deve ser a de ser amigo; deve sentir piedade pelas pessoas tristes e compreender a solidão.

Que ele goste de crianças e lastime as que não puderam nascer e as que não puderam viver. Que goste dos mesmos gostos; que se emocione quando chamado de amigo; que saiba conversar sobre coisas simples e de recordações da infância.

Precisa-se de um amigo para se contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos sonhos, das realizações e da realidade.

Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água, de beira de estrada, do cheiro da chuva e de se deitar no capim orvalhado.

Precisa-se de um amigo que diga que a vida vale a pena, não porque é bela, mas porque já se tem um amigo.

Precisa-se de um amigo para não se chorar, para não se viver debruçado no passado.

Precisa-se de um amigo que nos bata no ombro, sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo. Precisa-se de um amigo que creia em nós.

Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.

* * *


Há, no mundo moderno, muita falta de amizade. O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

Contudo, não se pode viver sem amigos. Eles são a aragem branda no deserto das dificuldades.

São eles que nos oferecem o coração que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida.

Sustentam-nos na fraqueza e nos libertam nos momentos de dor.

Quando a discórdia nos atinge, são eles que estendem os recursos da amizade leal, confortando-nos a alma.

Discretos, os amigos se apagam para que brilhem aqueles a quem se afeiçoam.

* * *


A amizade é o sentimento que imanta as almas umas às outras, gerando alegria e bem-estar.

É suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção.

Portadora de paz e alegria, a amizade é presença fundamental nos amores de profundidade.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, os laços da união não se rompem se existe amizade.

E, quando os impulsos sexuais do amor passam, a amizade fica, porque as suas raízes se encontram firmadas no afeto seguro, nas terras da alma.

Redação do Momento Espírita, com base em texto homônimo, de autor desconhecido, do livro Momentos de luz, ed. Kuarup e no livro Momentos de Esperança, cap. 9, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo PereiraFranco, ed. Leal. 

27 fevereiro 2013

A Caridade Começa em Casa - Wilson Focassio


A CARIDADE COMEÇA EM CASA

É muito frequente se ouvir a máxima A CARIDADE COMEÇA EM CASA e é sobre isso que nos permitimos refletir.

Quando alguma afirmação é feita há de se analisar sob que prisma deve ser vista. Muitas pessoas ociosas usam tão sábia frase para se enclausurar em suas casas achando que o simples fato de estarem dando assistência material á sua família já cumprem totalmente a proposta evangélica. Puro engano. Precisamos estabelecer o que uma casa e o que é um lar. Enquanto o primeiro é um reduto de alvenaria que nos abriga das intempéries, o segundo é o núcleo familiar, aquele interior que poderá ser ou não bem estruturado.

Compreendemos que o nosso lar é a fonte onde vamos saciar nossa sede e nos prepararmos para investir na luta fora de casa para levantarmos os fracos e oprimidos que jazem caídos nos cantos da vida material e moral. Vemos na formação dos lares hoje em dia muitas falhas, onde os pais estão apenas preocupados com a caminhada universitária de seus filhos sem a preocupação de dar-lhes respaldo educativo. É mister salientar que a formação do homem acontece no lar e é ai que ele vai buscar ser um bom filho, bom pai e pessoa útil para a humanidade. Na escola ele buscará informações a fim de incorporar à educação recebida de seus pais ou tutores.

Há uma inversão de interpretação e muitos pais desavisados transferem para a escola a EDUCAÇÃO propriamente dita de seus filhos. Coisa que escola alguma realizará. Faculdade ou escola é lugar para se buscar informações e não elemento educativo. Muitos jovens estão se desencaminhando porque aceitam as sugestões dos pais quando lhes falam: “Podem ter a vida que quiserem, contanto que tragam o diploma da faculdade”. Erro puro com a humanidade e com as leis Divinas.

A grande verdade em que o egoísmo do homem ainda grita forte no peito de cada um. O jovem passa a ver os pais e a sociedade muito distantes. Outra frase que acomoda o homem é aquela que diz “Não faça aos outros os que não queres que os outros te façam”. Isto em um convite para a inércia que foi logo combatida por Jesus quando a retificou dizendo “Faça aos outros aquilo que quereis que os outros te façam”. Vejam que existe profunda modificação conceitual.

Enquanto a primeira sugere não fazer, a outra leva o homem a redenção de ser por a campo buscando realizar o melhor possível para que tudo reverta a seu benefício. O não faça da primeira frase é um bom convite ao ostracismo e a irresponsabilidade. O núcleo familiar é algo sério e não pode ficar à deriva como um barco sem condutor. Cabe aos pais, realizar reuniões semanais com sua família a fim de trocarem informações e buscar mais identificação um com os outros. Tais reuniões devem ser as mais formais possíveis, onde cada pessoa da família poderá expressar livremente aquilo que pensa, principalmente sobre as impressões pessoais uns dos outros.

Assim o filho teria zona franca para levar aos seus pais seus descontentamentos e vice-versa.

Wilson Focassio 

26 fevereiro 2013

Solidão - Emmanuel


SOLIDÃO 

"O presidente, porém, disse: - mas, que mal fez ele? E eles mais  clamavam, dizendo: - seja crucificado." - (Mateus, 27:23)

A medida que te elevas, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentas a solidão dos cimos e incomensurável tristeza te  constringe a alma sensível. 

Onde se encontram os que sorriram contigo no parque primaveril da
primeira mocidade? Onde pousam os corações que te buscavam o aconchego nas horas de fantasia? Onde se acolhem quantos te partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras ri dentes do início?

Certo, ficaram...

Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contacto da menor chama de luz que se lhes descortine à frente.

Em torno de ti, a claridade, mas também o silêncio...

Dentro de ti, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não  seres compreendido...

Tua voz grita sem eco e o teu anseio se alonga em vão.

Entretanto, se realmente sobes, que ouvidos te poderiam escutar a  grande distância e que coração faminto de calor do vale se  abalançaria a entender, de pronto, os teus ideais de altura?

Choras, indagas e sofres...

Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso?

A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida.

A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza.

A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o Sol que  alimenta o mundo inteiro brilha sozinho.

Não te canses de aprender a ciência da elevação.

Lembra-te do Senhor, que escalou o Calvário, de cruz aos ombros feridos. Ninguém o seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça.

Recorda-te dele e segue...

Não relaciones os bens que já espalhaste.

Confia no Infinito Bem que te aguarda.

Não esperes pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento. 

E não olvides que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as  criaturas, o Divino Amigo dos Homens não somente viveu, lutou e  sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado.

Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier
Livro: Fonte Viva

25 fevereiro 2013

Compromisso com a Fé - Joanna de Ângelis


COMPROMISSO COM A FÉ


 Qualquer compromisso que se assume impõe deveres que devem ser atendidos, a fim de conseguir-se a desincumbência feliz.

 Se te comprometes com a área da cultura sob qualquer aspecto, enfrentas programas e horários, disciplina e atenção, para alcançares a meta pretendida.

 Se buscas trabalho e desenvolvimento econômico, arrostas obrigações sucessivas, obediência, ação constante, e através dessa conduta chegarás aos objetivos que anelas.

 Se te comprometes com a edificação da família, muitos imperativos se te fazem indispensáveis atender, de forma que o lar se transforme em realidade feliz.

 Se aceitas o compromisso social, tens que te submeter a inúmeras condições inadiáveis, para atingires os efeitos ditosos.

 Compromisso é vínculo de responsabilidade entre o indivíduo e o objetivo buscado.

 Ninguém se pode evadir, sem tombar na irresponsabilidade.

 Medem-se a maturidade e a responsabilidade moral do ser através da maneira como ele se desincumbe dos compromissos que assume.

 O profissional liberal que enfrenta dificuldades, para o desempenho dos compromissos, luta e afadiga-se para bem os atender, mantendo-se consciente e tranqüilo.

 O operário que aceita o compromisso do trabalho, sejam quais forem as circunstâncias e os desafios, permanece na atividade abraçada até sua conclusão.

 Compromisso é luta; é desempenho de dever.

 O prazer sempre decorre da honorabilidade com que cada qual se desincumbe da ação.

 Em relação à fé religiosa, a questão é semelhante.

 Quem se apresenta no campo espiritual buscando a iluminação, não tem condição de impor requisitos, mas, aceitá-los conforme são e devem ser seguidos.

 Não se trata de um mercado de valores comezinhos, que devem ser leiloados e postos para a disputa dos interesses subalternos.

 O compromisso com a fé religiosa é de alta relevância, pois se trata de ensejar a libertação do indivíduo, dos vícios e delitos a que se condicionou, e que o atormentam.

 São graves os quesitos da Fé religiosa.

 Mesmo em se tratando de preservar a liberdade do candidato à fé, ela não modifica os programas que devem ser considerados e aplicados na transformação moral íntima.

 Estabelecida a dieta moral, o necessitado de diretriz esforça-se para aplicar, incorporar as lições hauridas no seu cotidiano. Nenhuma modernidade altera as leis da vida, que são imutáveis.

 Desse modo, o compromisso com a fé não permite ao indivíduo adaptar a linha direcional da doutrina que busca aos seus hábitos perniciosos e às suas debilidades morais.

 O Espiritismo apóia-se moralmente nas lições de Jesus, sendo a sua, a mesma moral vivida e ensinada pelo Mestre.

 Adaptar essa moral às licenças atuais, aos escapismos éticos em moda, às concessões sentimentais de cada um, constitui grave desconsideração ao excelente conteúdo que viceja no pensamento espírita.

 Indispensável que o compromisso com a fé espírita mantenha-se inalterado, sem a incorporação dos modismos perniciosos e perturbadores do momento, assim ensejando a transformação moral para melhor de todos quantos o aceitem em caráter de elevação.

 Somente assim, todo aquele que abrace a fé, que luz na Doutrina Espírita, terá condições para vencer estes difíceis dias em paz de consciência, mesmo que sob chuvas de incompreensões e desafios constantes do mal, dos vícios e dos perturbadores.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Do livro: Momentos Enriquecedores
Médium: Divaldo Pereira Franco - Salvador, BA: LEAL, 1994

24 fevereiro 2013

Dolorida Ocorrência - Orson Peter Carrara

  
DOLORIDA OCORRÊNCIA

Agora que a poeira assentou, dirijo-me aos leitores que me perguntaram sobre o lamentável e duro episódio de Santa Maria-RS. Também, como qualquer ser humano, comovi-me às lágrimas diante do episódio tão comovente e cortante ao coração.

As especulações foram muitas, as notícias fartamente exploradas, muita bobagem foi dita tentando explicar o acontecimento. O fato é que vários fatores, e nem é preciso repetir aqui, desencadearam a tragédia. E não adianta agora procurar culpados, é um fato consumado. Deixemos que o tempo responda às nossas dúvidas doídas.

O que é importante nesse momento é a vibração amiga em favor dos pais, cortados pela dor que não podemos imaginar. A prece em favor deles é, aliás, nosso dever, para que sintam ao menos o conforto da solidariedade.

Não temos condições de fechar a questão, pois nos faltam informações que fogem à alçada de simples mortais e limitada condição humana. Por mais que tentemos explicar, sempre faltará um componente cuja origem desconhecemos. Aliás, todos desconhecemos a história de cada vítima, de cada família, de cada jovem que ali sucumbiu. E não me refiro à história presente, mas à bagagem trazida de outras experiências.

As razões, pois, são muitas. Estão presentes no episódio quadros de provas (degraus de crescimento para pais e filhos), de consequências do passado (também para pais e filhos) e necessidade de aprendizados (igualmente para todos os envolvidos), que não temos como definir quais especificamente, nem para quem.

É muita leviandade declarar que todas as vítimas estão pagando erros do passado. Claro que há casos assim, mas como definir? Muitos deles podem inclusive ter solicitado passarem por tais situações para algum aprendizado que não temos como alcançar. E muitas vezes alguns casos foram para despertar familiares, a sociedade, e há casos em que não havia tais necessidades citadas, mas foram vividas por circunstâncias que nos escapam completamente.

Como, pois, querer explicar fechando a questão? Não temos acesso às razões de Deus, que são sábias, justas e misericordiosas. Aliás, a misericórdia de Deus está sempre presente em qualquer situação, socorrendo os filhos. Estes, normalmente, em casos assim, nada sentem, porque são amplamente amparados por equipes espirituais especificamente preparadas para essa finalidade.

Deus permite tais casos para nos despertar dessa letargia de insensibilidade, para promover o progresso moral que surge espontâneo na solidariedade e igualmente impacta a sociedade com providências normalmente esquecidas pela leviandade humana, de cidadãos ou autoridades.

O que nos deve nortear o pensamento e a emoção é pensar na Bondade de Deus, que nunca abandona seus filhos. As vítimas e suas famílias estão amparados, apesar do momento muito doloroso. Confiar, pois, aguardar o tempo, sem guardarmos revolta. E ao mesmo tempo nos lembrarmos carinhosamente de todos eles, já acolhidos bondosamente em estâncias superiores de socorro.

Se algo podemos fazer, isso sim, é manter atenção aos locais que frequentamos ou dirigimos, como funcionários ou proprietários, para sempre pensar na questão da segurança pessoal daqueles que ali frequentam, pois o episódio igualmente nos mostra isso.

Em linhas gerais, notemos que o episódio provocou impacto material e moral em toda a sociedade brasileira. É a sabedoria de Deus que permite tais fatos, nunca por capricho ou abandono, mas como lições necessárias ao nosso crescimento. O impacto maior fica por conta da quantidade de vítimas, mas o corpo nada mais é que uma veste. O espírito é o ser principal e que sobrevive à morte do corpo. Há razões que podemos especular, mas nunca poderemos fechar questão pois nos faltam itens históricos que não temos acesso. Então, respeitemos a ocorrência, tirando as lições que nos cabem. Estamos todos aprendendo.

Todos voltarão um dia à pátria de origem. Todo dia tem gente voltando ou chegando. Aprendamos a enxergar além das aparências e unamos os pensamentos em prece em favor de todos os envolvidos nesse triste episódio da história brasileira, que, embora muito dolorido no presente, deixa lições vivas para todos, para um futuro de felicidade e harmonia. E não nos deixemos impressionar por especulações em fundamento.





23 fevereiro 2013

Modo de Sentir - Emmanuel


MODO DE SENTIR

"Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir". - Paulo (Efésios, 4:23)
 
Há muitos séculos o homem raciocina, obediente a regras quase inalteradas, comparando fatores externos segundo velhos processos de observação;  rege a vida física com grandes mudanças no setor das operações orgânicas fundamentais e maneja a palavra como quem usa os elementos indispensáveis a determinada construção de pedra terra e cal.

Nos círculos da natureza externa, em si, as modificações em qualquer  aspecto são mínimas, exceção feita ao progresso avançado nas  técnicas da ciência e da indústria.

No sentimento, porém, as alterações são profundas.

Nos povos realmente educados, ninguém se compraz com a escravidão dos semelhantes, ninguém joga impunemente com a vida do próximo, e ninguém aplaude a crueldade sistemática e deliberada, quanto antigamente.

Através do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a mente  em todos os climas do Planeta.

O lar e a escola, o templo e o hospital, as instituições de previdência
e beneficência são filhos da sensibilidade e não do cálculo.

Um trabalhador poderá demonstrar altas características de inteligência  e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço,  será sempre um aparelho consciente de repetição, tanto quanto  o estômago é máquina de digerir, há milênios.

Só pela renovação íntima, progride a alma no rumo da vida aperfeiçoada.

Antes do Cristo, milhares de homens e mulheres morreram na cruz,entretanto, o madeiro do Mestre converteu-se em luz inextinguívelpela qualidade de sentimento com que o crucificado se entregou aosacrifício, influenciando a maneira de sentir das nações e dos séculos.

Crescer em bondade e entendimento é estender a visão e santificaros objetivos na experiência comum.

Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo,  que o Amor é o caminho para a Vida Abundante. Vives sitiado pela dor, pela aflição, pela sombra ou pela enfermidade? Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás  o Propósito Divino da Vida, atuando em todos os lugares,  com justiça e misericórdia, sabedoria e entendimento.
 
Emmanuel 
Psicografia de Chico Xavier
Livro: Fonte Viva

22 fevereiro 2013

Dar Amor - Elisabeth Kübler-Ross


DAR AMOR

O panorama do mundo, no momento em que se inicia o terceiro milênio não é maravilhoso.

Há milhões de pessoas que estão passando fome. As guerras continuam devastadoras. Os homens disputam pedaços de terra, que chamam de territórios, como se fossem viver para sempre em cima deles. E cada pedacinho fica manchado com o sangue de muitas vítimas.
 
Há milhões de pessoas sem um teto.

Milhões que sofrem de Aids.

Milhões que sofreram violência, de crianças a adultos e velhos.

Milhões de pessoas que padecem de invalidez, seja por terem nascido com a deficiência ou por terem sido vítimas de enfermidades, acidentes ou combates.

Todos os dias, em todo o mundo, mais alguém está clamando por compreensão e compaixão.

Este é o mundo que recebemos do milênio passado. O mundo que construímos.

Agora compete-nos construir o mundo renovado do terceiro milênio.

Escutemos o som das vozes de todos os que padecem. Escutemos como se fosse música, uma linda música.

Abramos os nossos corações para todos os que estão precisando e aprendamos que as maiores bênçãos vêm sempre do ajudar aos outros.

Acima de pontos de vista econômicos, de crença religiosa, de cor da pele, aprendamos que todos somos filhos do mesmo pai e nos encontramos na mesma escola: a terra.

Por isso o auxílio mútuo é dever de todos. Podemos não resolver os problemas do mundo, mas resolveremos o problema de alguém.

Não podemos resolver o problema da Aids, mas podemos colaborar valorosamente nas campanhas de esclarecimento às novas gerações.

Não podemos diminuir as dores de todos os pacientes, mas podemos colaborar conseguindo a medicação precisa para um deles, ao menos.

Com certeza, não podemos devolver mobilidade a membros paralisados. Mas podemos nos tornar mãos e pernas, auxiliando sempre aqueles que precisam.

Podemos não resolver o problema da fome no mundo, mas podemos muito bem providenciar para que quem esteja mais próximo de nós, não morra à mingua, providenciando-lhe o alimento ou o salário justo.

É muito importante aprender a gostar de tudo o que fizemos.

Podemos ser pobres, e sentirmo-nos sozinhos. Podemos morar em um local não muito agradável, mesmo assim, ainda poderemos colocar flores nos corações e alegrar-nos com a vida.

Tudo é suportável quando há amor, único sentimento que viverá para sempre.

***

O amor é a virtude por excelência, seja na Terra, seja noutras moradas do Senhor.

O equilíbrio do amor desfaz toda a discriminação, quando se trata de efetuar a marcha para Deus.

Exercitando o amor conjugal, filial, paternal ou fraternal busquemos refletir, mesmo que seja à distância, o amor do nosso Pai, que a todos busca pelos caminhos da evolução.

Vivamos e amemos, de forma equilibrada, sentindo as excelsas vibrações que vertem de Deus sobre as necessidades do mundo.

Autor: Fonte: A Roda da Vida de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Sextante, 1998, cap. 40 e Vereda Familiar, ed. Fráter Livros Espíritas, cap. 2

21 fevereiro 2013

Somos Todos Médiuns? - Victor Rebelo


SOMOS TODOS MÉDIUNS?

Acredito, pelas minhas pesquisas e experiências, que o intercâmbio mediúnico não ocorre com a frequência que imaginamos. Em geral, o que chamamos de mediunidade é somente a nossa sensibilidade parapsíquica, ou seja, a nossa percepção do mundo espiritual, dos espíritos e das relações energéticas que estabelecemos com as coisas, ambientes e pessoas.

Vou explicar melhor. Todos somos sensíveis às energias que nos rodeiam, assim como somos sensíveis aos pensamentos e emoções que muitos espíritos nos direcionam. Podemos, por exemplo, sentir a presença de um espírito desequilibrado e termos, como reação, uma sensação desagradável, inexplicável... uma dor de cabeça, um enjoo... ou sentirmos irritação, angústia. Esse processo, geralmente, é inconsciente. Claro que essas reações podem ser de origem puramente fisiológica ou anímica. Cada caso é um caso, não podemos generalizar...

Portanto, o simples fato de sermos influenciados ou percebermos, consciente ou inconscientemente, um espírito, não significa que sejamos médiuns. Todos temos a capacidade de perceber o mundo espiritual, em maior ou menor grau, mas nem todos temos as condições necessárias para sermos intermediários dos espíritos.

Clarividência, por exemplo, é a capacidade de perceber, através de imagens, o mundo espiritual ou os espíritos, assim como a nossa própria aura. Isso não quer dizer que estejamos sendo veículos de um espírito. É um processo anímico, pois é a pessoa que vê, não sendo necessária a participação de um ser desencarnado. A clarividência pode, inclusive, ser despertada com técnicas específicas, de forma equilibrada e controlada.

O mesmo vale para a inspiração. Posso ser inspirado por um espírito benfeitor, mas isso não quer dizer que eu seja médium, que eu tenha condições de servir como intermediário em uma comunicação mediúnica.

A confusão toda existe porque Kardec, no século XIX, classificou todo tipo de sensibilidade extrassensorial como sendo mediunidade. Afirmou que todos somos médiuns, uns em maior, outros em menor grau. Mas enfatizou como médiuns somente aqueles que possuíam a mediunidade de forma ostensiva.

Mediunidade não significa, necessariamente, que a pessoa que a possua seja um espírito evoluído. Existem pessoas que são bastante sensíveis aos espíritos mais evoluídos por viverem de forma mais consciente. São pessoas emocionalmente mais equilibradas. Isso é uma conquista do espírito, resultado do eterno processo de autoconhecimento.

Na verdade, não importa como classificamos a mediunidade, se de acordo com a metodologia kardequiana ou não. O importante é sermos médiuns da paz na Terra!

Autor: Victor Rebelo

20 fevereiro 2013

O Amor no Lar - Thereza de Brito


O AMOR NO LAR

Torna-se difícil fazer os corações do mundo entender com exatidão o que realmente constitui o amor, no campo da atuação doméstica.


Há muitos que se estorcegam na tentativa de encontrar o amor e lançam-se às paixões tormentosas, impondo e ferindo, equivocados na paixão possessiva.

Inúmeros falam do amor, mergulhando na fossa do desejo de domínio inferior, que pouco ou nada tem que ver com a sublime virtude.

No lar, vezes sem conta, o arremedo do amor espalha irresponsabilidade por meio da desconsideração entre cônjuges, da má condução da prole ou do excesso de dons materiais que obstrui os canais da percepção do Espírito.

O amor, como ainda é encontrado no clima doméstico, mantém-se aturdido pelo ciúme e pelo egoísmo que desestruturam e congelam as relações, pela desconfiança e pelo fel que passam a porejar entre os seus elementos.

No comportamento de filhos e irmãos, o amor, quando mal entendido, há gerado a absurda competição, tangendo o círculo das vaidades que se aconselham com o orgulho soez.

Quando o amor verdadeiro adentra o lar, ilumina a família e torna-se possível a materialização da boa vontade, do espírito de cooperação, do entusiasmo com vitória do outro, da participação das lutas comuns.
O amor, entronizado no coração dos que amam, não padece de interesses mesquinhos, renuncia quando sabe que, assim, poderá melhor auxiliar.

O amor superior, no seio doméstico, sabe calar para apaziguar infrutíferas querelas ou consegue falar para esclarecer e enlevar, construir e abençoar.

Só no amor, como o apresentou Jesus, os rebentos receberão dos pais a orientação para a vida, como segurança e fidelidade ao vero bem.

E, com esse mesmo amor, na pauta familiar, os filhos se aperceberão que seus genitores são importantes vigilantes do criador, cuidando dos próprios irmãos, convertidos, temporariamente, em filhos da carne, a fim de que todos sejam alinhados nas hostes renovadoras por todos desejadas.

É no reduto doméstico, onde são permitidas tantas liberalidades, mas nem sempre a verdadeira liberdade, que se acha a escola sublime, capaz de estruturar os caracteres diversos, com as lições vividas de ação elevada, desde que o amor a tudo possa conduzir.

A partir desses exercícios de amor e dessa busca feliz, a alma do grupo familiar se distenderá a fim de que consiga estender os braços, com altruísmo, para abraçar junto a si a família maior que Deus nos concede para o convívio social.



Obra: Vereda Família
Médium: Raul Teixeira 
Espírito de Thereza de Brito

19 fevereiro 2013

Vício - Hammed


VÍCIO

O vício pode ser um “erro de cálculo” na procura de paz e serenidade, porque todos queremos ser felizes e ninguém, conscientemente, busca de propósito viver com desprazer, aflição e infelicidade.

Precisamos revisar nossas concepções sobre os vícios.


Não podemos entendê-los como uma problemática que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios.


Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.


Hábitos preferidos se formam através do tempo e se sedimentam com repetidas manobras mentais.


O que funcionou muito bem em situações importantes de nossa vida, mantendo nossa ansiedade controlada e sob domínio, provavelmente será reproduzido em outras ocasiões.


Por exemplo:se na fase infantil descobrimos que, “quando chorávamos, logo em seguida mamávamos”, essa atitude mental poderá ser perpetuada através de um hábito inconsciente que julgamos irresistível.


A estratégia psíquica passa a ser: “quando tenho um problema, preciso comer algo para resolvê-lo”.


O que a princípio foi uma descoberta compensadora e benéfica, mais tarde pode ser um mecanismo desnecessário, tornando-se um impulso neurótico e desagradável em nosso dia-a-dia.


Existem diversos casos de obesidade que surgiram no clima de lares onde a mãe era super exigente, perfeccionista e dominadora, forçando constantemente a criança a se alimentar, não levando em conta as suas necessidades naturais.


Pela insistência materna, ela desenvolve o hábito de comer exageradamente, prejudicando o desenvolvimento do senso interior, que lhe dá a medida de quando começar e de quando parar de comer.


A bulimia, cria para seus dependentes uma barreira que os separa da realidade e funciona como uma falsa proteção e segurança, pois eles constroem seu mundo de explicações falsas por não perceberem os fatos verdadeiros.


Por outro lado, alguns podem argumentar sobre a ação dos distúrbios glandulares ou genéticos, mas, mesmo assim, a causa fundamental dos problemas se encontra no psiquismo humano que, em realidade, é quem comanda todo o cosmo orgânico.


Geralmente a obesidade nasce da falta de coragem para enfrentar novas experiências; é a compensação que a “criança carente”, existente no adulto, encontra para sentir-se protegida.


Paralelamente, encontramos também na dependência da comida, um vício alicerçado no “medo de viver”.


O temor das provas e dos perigos naturais da vida, pode nos levar a uma suposta fuga.


No caso das drogas, os indivíduos com dependência química são criaturas de caráter oscilante, que não desenvolveram a autonomia; vivem envolvidos em uma aura energética de indecisão e imobilização, por consequência da própria reação emocional em desajuste.


Protelam as coisas para um dia que, talvez, nunca chegará.

Fixam-se ao consumo cada vez maior de narcóticos, enquanto desenvolvem atitudes emocionais que os levam à subjugação a pessoas e situações.


Os dependentes negam seu medo e se escondem à beira do caminho.


Não são inúteis deliberadamente,mas se utilizam, sem perceber, do desânimo que sentem, para fugirem à decisão de “arregaçar as mangas” e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na vida.


Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no presente e dizem que vão viver de outra no futuro.


Os vícios ou hábitos destrutivos são, em síntese, métodos defensivos que as pessoas assumem, como uma forma inadequada de promover segurança e proteção.


Assim considerando e a fim de nos aprofundar no assunto, para saber lidar melhor com as chamadas viciações humanas, devemos perguntar a nós mesmos:


- Como organizamos nossa personalidade?
- Como eram as crenças dos adultos com os quais convivemos na infância?
- Que tipo de atos permitimos ou proibimos entrar nesse processo?
- Quais as linhas de conduta que nos foram fechadas, ou quais os modelos de vida que priorizamos em nossa organização mental?


Somente aí, avaliando demoradamente os antecedentes de nossa vida, é que estaremos promovendo uma auto-análise proveitosa, para identificarmos nossos padrões de pensamentos deficitários, diferenciando aqueles que nos são úteis, daqueles que não nos servem mais.


Dessa forma, libertamo-nos das compulsões desgastantes e dos hábitos infelizes.
 

Espírito de Hammed
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto

18 fevereiro 2013

Tragédias Coletivas - Por Que Acontecem? - Aparecida


TRAGÉDIAS COLETIVAS
POR QUE ACONTECEM?

Casos como da imagem acima, onde desencarnaram quase três centenas de jovens, deixam-nos profundamente tristes e inconformados. Por que Deus permite isso? Muitos perguntam em lágrimas. Para nós, simples mortais, é difícil entender uma tragédia coletiva, mas, tudo na Lei de Deus tem um propósito maior e, no caso dos desencarnes coletivos, o nome é Renegeração da Humanidade. Pelo que observamos, enquanto vivemos, a evolução é sempre lenta, então, Deus, de vez em quando acelera essa evolução, trocando Espíritos de menor conhecimento por Espíritos mais instruídos, e, assim, vamos evoluindo até chegarmos ao Plano Iluminado Maior, onde habita Deus e não precisaremos mais reencarnar, a não ser para cumprir missões de ajuda humanitária.

Para melhor entendermos a questão das expiações coletivas, esclarece o Espírito Clélia Duplantier, em Obras Póstumas, que é preciso ver o homem sob três aspectos: o indivíduo, o membro da família e, finalmente, o cidadão. Sob cada um desses aspectos ele pode ser criminoso ou virtuoso. Em razão disso, existem as faltas do indivíduo, as da família e as da nação. Cada uma dessas faltas, qualquer que seja o aspecto, pode ser reparada pela aplicação da mesma lei.

A reparação dos erros praticados por uma família ou por um certo número de pessoas é também solidária, isto é, os mesmos espíritos que erraram juntos reúnem-se para reparar suas faltas. A lei de ação e reação, nesse caso, que age sobre o indivíduo, é a mesma que age sobre a família, a nação, as raças, enfim, o conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Tal reparação se dá porque a alma, quando retorna ao Mundo Espiritual, conscientizada da responsabilidade própria, faz o levantamento dos seus débitos passados e, por isso mesmo, roga os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.

Segundo Emmanuel, nós “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança.

É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida”.

Tais apontamentos foram feitos ao final do capítulo intitulado “Desencarnações Coletivas”, no livro Chico Xavier Pede Licença, quando o benfeitor espiritual responde porque Deus permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios.

TERREMOTOS

Imaginemos guerreiros do passado que destruíram cidades, arrasaram lares, matando mulheres e crianças sob os escombros de suas casas, fazendo milhares de vítimas. É lógico que os espíritos desses guerreiros, ao reencarnarem na Terra em novos corpos, atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, se reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.

ACIDENTES DE AVIÃO

O espírito André Luiz, no capítulo 18 do Livro Ação e Reação, psicografado por Chico Xavier, esclarece que piratas que afundaram e saquearam criminosamente embarcações indefesas no dorso do mar, ceifando inúmeras vidas, agora encarnados em outros corpos, morrem coletivamente nos acidentes aviatórios.

TRAGÉDIA DO CIRCO

No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, em comovedora tragédia num circo, a justiça da lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em diversas posições da idade física para a dolorosa expiação, conforme relata o Espírito Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, no livro Crônicas de Além Túmulo. Os que morreram no século XX no circo de Niterói foram os mesmos que, no ano de 177 de nossa era, queimaram cerca de mil crianças e mulheres cristãs numa arena de um circo na Gália, região da França, na época do Império Romano.

OUTRAS CAUSAS

Ainda na mensagem “Desencarnações Coletivas”, o benfeitor espiritual Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz ele: “Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.

Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.

Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.

Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”.

Diz Allan Kardec, nos comentários da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo à morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”. E finalmente, segundo esclareceram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, “os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”.

Enquanto acreditamos que o tempo nos pertence, muitas vezes, caímos presas de cipoais de sombra, mas, quando compreendemos que o tempo é de Deus, o nosso retorno à paz se concretiza em abençoada recuperação de nós mesmos para o amor que tudo regenera e tudo santifica.

Fontes: Aparecida - Francisco Cândido Xavier; Livro: "Comandos do Amor", por Espíritos diversos, pelo Médium Francisco Cândido Xavier

17 fevereiro 2013

Lágrimas - Hammed


LÁGRIMAS
 
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino dos céus é para eles.”(ESE - Capítulo 5 item 1.)
Lágrimas são emoções materializadas que romperam as barreiras do corpo físico. Em realidade, representam os excessos de energia que necessitamos extravasar.
Nem sempre são as mesmas fontes que determinam as lágrimas, pois variadas são as nascentes geradoras que as expelem através dos olhos.
Lágrimas nascidas do amor materno são vistas quase que corriqueiramente nos olhos das mães apaixonadas pelos filhos.
Lágrimas de alegria marejam nos olhos dos enamorados, pelas emoções com que traçam planos de felicidade no amor.
Lágrimas geradas pela dor de quem vê o ente querido partir nos braços da morte física, entre as esperanças de reencontrá-lo logo mais, na vida eterna.
Lágrimas de amigos que apertam mãos nas realizações e uniões prósperas são sempre nascentes puras de emotividade sadia oriundas do coração.
Há, porém, lágrimas criadas pelos centros de desequilíbrio, que mais se assemelham a gotas de fel, pois, quando jorram, con­gestionam os olhos, tornando-os de aspecto agressivo, de cor carmim, entre energias danosas que embrutecem a vida.
Lágrimas de inveja e revolta que brotam nos olhares dos orgulhosos e despeitados, quando identificam criaturas que ven­cem obstáculos, alcançando metas e exaltando as realizações dito­sas que se propuseram edificar.
Lágrimas de angústia e desconforto que umedecem as pálpebras dos inconformados e rebeldes, os quais, por não res­peitarem a si mesmos e aos outros, sofrem como conseqüência todos os tipos de desencontros nos caminhos onde transitam desesperados.
Lágrimas de pavor e devassidão, em uma análise mais profunda, são tóxicos destilados pela fisionomia dos corruptos, que lesam velhos, crianças e famílias inteiras na busca desenfrea­da de ouro e poder.
Lágrimas dissimuladas que gotejam da face dos hipócritas e sedutores, os quais, por fraudarem emoções, acreditam sair ile­sos perante as leis naturais da vida.
Conta-se que lágrimas espessas rolaram dos olhos dos ladrões crucificados entre o Senhor Jesus, no’Gólgota.
As gotas de lágrima do mau ladrão fecundaram, no ter­reno dos sentimentos, as raízes da reflexão e do discernimento, que permitiram entender o porque dos corações rígidos e inflexí­veis. A humanidade aprendeu que há hora de plantar e tempo de ceifar e que nem todos estão ainda aptos a compreender a essên­cia espiritual, nascendo, portanto, dessa percepção o “perdão incondicional”.
Mas dos olhos do bom ladrão deslizaram as lágrimas dos que já admitiram seus próprios erros, vitalizando o solo abundantemente e fazendo germinar as sementes poderosas que permitem às consciências em culpa usar sempre “amor incon­dicional” para si mesmas e para os outros, como forma de restaurar sua vida para melhor.
Isso fez com que os seres humanos se aproximassem cada vez mais do patamar da reparação e do enorme poder de transfor­mação que existem neles mesmos, reformulando e reorganizando gradativamente suas vidas. Estabeleceu-se assim, na Terra, o “arrependimento” - sentimento verdadeiro de remorso pelas faltas cometidas e que serve para renovação de conceitos e atitudes.
No teu mergulho interior, pondera tuas lágrimas, analisa-as e certifica-te dos sentimentos que lhes deram origem.
Que sejam sadias tuas fontes geradoras de emoções e que esse líquido cristalino que escorre sobre tuas faces te levem ao encontro da paz interior, entre alicerces de uma vida plena.


Obra: Renovando Atitudes
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
Ditado pelo Espírito de Hammed

16 fevereiro 2013

Desbravando mistérios - Hammed

 
DESBRAVANDO MISTÉRIOS
 
“E não Jesus disse estas palavras: Eu vos rendo glória, meu Pai, Senhor do Céu e da Terra, por haverdes ocul­tado essas coisas aos sábios e aos prudentes, e por as haver revelado aos simples e aos pequenos.”(ESE - Capítulo 7, item 7.)
 
Vai considerar que, quando Jesus afirmou que Deus havia ocultado os mistérios aos sábios e aos prudentes e os tinha revelado aos simples e pequenos, em verdade observava que certos homens de cultura e intelectualidade achavam-se perfeitos eruditos, não pre­cisando de mais nada além do seu cabedal de instrução.
 
Por sua vez, orgulhosos porque retinham vários títulos, acre­ditavam-se superiores e melhores que os outros, fechando assim as comportas da alma às fontes inspirativas e intuitivas do plano espiritual.
 
Porém, os “pequenos e simples”, aos quais se reportava o Mestre, são aqueles outros que, devido à posição flexível em face da vida, descortinam novas idéias e conceitos, absorvendo desco­bertas e pesquisas de todo teor, selecionando as produtivas, para o seu próprio mundo mental. Por não serem ortodoxos, ou seja, con­servadores intransigentes, e sim afeiçoados à reflexão constante das leis eternas e ao exercício da fé raciocinada, reúnem melhores con­dições de observar a vida com os “olhos de ver”.
 
São conhecidos pela “maturidade evolutiva”, que é ava­liada levando-se em conta seus comportamentos nos mais varia­dos níveis de realização, entre diversos setores (físico, mental, emocional, social e espiritual) da existência humana.
 
Pelo modo como agem e como se comportam diante de pro­blemas e dificuldades, “os pequenos e os simples” têm uma noção exata de sua própria maturidade espiritual. Além disso, sentem uma sensação enorme de serenidade e paz pela capacidade, pela eficiên­cia e pelos atributos pessoais, e por se comportarem dentro do que esperavam de si mesmos.
 
Simples são os descomplicados, os que não se deixam en­volver por métodos extravagantes, supostamente científicos, e por critérios de análise rígida. Simples são os que sempre usam a lógica e o bom senso, que nascem da voz do coração.
 
São aqueles que não entronizam sua personalidade megalo­maníaca atrás de mesas douradas e que não penduram pergami­nhos para a demonstração pública de exaltação do próprio ego.
 
Os “sábios” a quem o Senhor se referia eram os domina­dores e controladores da mente humana, que desempenhavam pa­péis sociais, usando máscaras diversas segundo as situações convenientes. Estão a nossa volta: são criaturas sem originalidade e criatividade, porque não auscultam as vibrações uníssonas que des­cem do Mais Alto sobre as almas da Terra.
 
Não suportam a mais leve crítica - mesmo quando cons­trutiva - de seus atos, feitos, raciocínios e ideais; por isso, deixam de analisá-la para comprovar ou não sua validade. Por se consi­derarem “donos da verdade”, reagem e se irritam, esquecendo-se de que esses comentários poderiam, em alguns casos, proporcionar-lhes melhores reflexões com ampliação da consciência.
 
Vale considerar que esses “sábios” não se lançam em novas amizades e afeições, pois conservam atitudes preconceituosas de classe social, de cor, de religião e de outras tantas, amarrando-se aos exclusivismos egoísticos.
Não obstante, o Mestre Jesus se reportava às luzes dos céus, que agilizariam os simples a pensar com mais lucidez, a se expressar com maior naturalidade, para que pudessem desbravar os mistérios do amor e das verdades espirituais, transformando-se no futuro nos reais missionários das leis eternas.
 
“Simples” são os espontâneos, porque abandonaram a hipocrisia e aprenderam a se desligar quando preciso do mundo externo, a fim de deixar fluir amplamente no seu mundo interior as correntezas da luz; são todos aqueles que prestam atenção no “Deus em si” e entram em contato com Ele e consigo mesmo; são, enfim, aqueles que já se permitem escutar sua fonte interior de inspiração e, ao mesmo tempo, confiar nela plenamente.
 
Obra: Renovando Atitudes
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
Ditado pelo Espírito Hammed

15 fevereiro 2013

Vontade - Emmanuel


VONTADE

Comparemos a mente humana – espelho vivo da consciência lúcida – a um grande escritório, subdividido em diversas seções  de serviço.

Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o  Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o  Departamento da Imaginação, amealhando as  riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem  os investimentos da alma.

Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
 
A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.

A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.

Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.

A eletricidade é energia dinâmica.

O magnetismo é energia estática.

O pensamento é força eletromagnética.

Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.

A Vontade, contudo, é o impacto determinante.

Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.

O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.

Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.

Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.

Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.


Médium: Francisco Cândido Xavier
Pensamento e Vida
Pelo Espírito Emmanuel