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31 agosto 2020

Gosto, Dever e Necessidade - Orson Peter Carrara




GOSTO, DEVER E NECESSIDADE


A necessidade se impôs primeiro, talvez o gosto veio em seguida e o dever acabou se desenvolvendo por si mesmo, face a imperativos inadiáveis que se apresentam.

Sim, o trabalho. Exigiu-se trabalhos variados por necessidade inclusive de sobrevivência e proteção. Essa necessidade desenvolveu o gosto e este mostrou o dever.

Os sábios desígnios da Providência conduzem a evolução humana com sabedoria, fazendo-nos gradativamente sentir, descobrir e viver, para finalmente encantar-se com a solidariedade que envolve tudo e todos.

Há uma finalidade na arte de viver. Essa arte vai sendo gradativamente assimilada. Para uns antes, para outros depois, mas todos integrados, ainda que de forma parcial ou nos variados estágios de aprendizado e amadurecimento com que se apresentam os comportamentos humanos. Fatalmente seremos levados a assimilar o que é a Vida, seus objetivos, e especialmente a grandeza da obra da Criação.

Não é por acaso os embates em que nos envolvemos nos relacionamentos, nos desafios da profissão e da ciência, ou mesmo no educandário familiar e seus conflitos. Tudo isso visa amadurecer a mentalidade humana, moral e intelectualmente, para então alcançarmos o perfeito entendimento de nossa condição como filhos do Ser Supremo, quando estaremos integrados na solidariedade plena que é Lei da Vida, solicitando-nos estender mutuamente mãos e sentimentos para equilibrar a sociedade.

O que vivemos atualmente é resultante da indiferença, da omissão e especialmente do egoísmo que nos permitimos, distanciados ainda ou imaturos no entendimento do que é viver e trabalhar pelo próprio desenvolvimento e simultaneamente pelo bem do próximo. Almas amadurecidas empenham-se no bem coletivo, disciplinam a si mesmas e se tornam referência onde atuam. Nós, imaturos ainda, aí estamos a provocar toda série de dificuldades, criando obstáculos, adotando tolices dispensáveis, adiando providências para o próprio bem e especialmente nos deixando seduzir por paixões variadas e interesses marcados pelo egoísmo.

O trabalho, pois, remunerado ou não, é por necessidade (de sobrevivência ou de tantas outras classificações e que desenvolvem a inteligência e a moralidade, beneficiando amplamente a convivência social), por gosto (quando aprendemos a amar o que fazemos ou nos dedicamos com desprendimento a atividades que nos deem satisfação, nos variados campos da existência) ou por dever (quando sentimos que há uma lei de solidariedade que nos pede estendermos nosso tempo, nossa experiência, nosso saber, nossas habilidades, nossos recursos em favor de uma vida social equilibrada).

Pensemos, pois, leitor (a) na importância de nosso trabalho, de nosso conhecimento, de nossa habilidade, de nossa experiência. Quantos benefícios já distribuídos, quantos méritos que no tempo trarão inúmeras alegrias (se é que já não trouxeram). Todos as temos. Basta pensar de que forma fazer isso frutificar em favor uns dos outros. É a consciência da solidariedade.

Por necessidade, por gosto, por dever, trabalhemos! O trabalho é lei da vida. Tudo trabalha e isso mantém a ordem e o equilíbrio. Fruto da Lei do Progresso e da Lei de Conservação, o trabalho convoca cada um de nós onde estamos.

A presente abordagem foi inspirada no subtítulo O Ponto de Vista, constante do Capítulo II – Meu Reino não é deste mundo – de Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo.


Autror: Orson Peter Carrara

30 agosto 2020

Benefícios do sacrifício - Marcus Vinicius de Azevedo Braga



BENEFÍCIOS DO SACRIFÍCIO


O Evangelho Segundo o Espiritismo, no seu capítulo V, fala-nos, entre outros assuntos, do verdadeiro sacrifício aos olhos de Deus. Capítulo interessante e atual, dado que a vida nos exige sacrifícios e por vezes buscamos estes, sem saber bem o porquê.

Em um primeiro momento, apresenta-se a questão de se é possível reduzir o rigor das provas, dado que estas são instrumentos de nossa evolução. A conclusão é simples, dados que a Lei é de amor e sim, podemos e devemos abreviar a dor de nosso próximo, abreviar as suas provas voluntariamente, pois esse amor nos impulsiona a ser melhores e a evolução se faz em conjunto, nesse nosso planetinha azul.

Ao contrário da visão do Carma adotada em algumas religiões, não devemos deixar nossos irmãos sofrerem para “pagar”, pois a divindade quer que nós aprendamos a amar e não que soframos indistintamente, como um Deus sádico, a exemplo do Olimpo greco-romano.

A dor deve nos empurrar para o amor, e o amor pode sim colaborar para reduzir a dor, na busca da luz, em um contexto de interdependência, de espíritos encarnados em um planeta de provas expiações, na luta da evolução.

De forma simétrica, apresenta-se a questão: é possível então aumentar as suas provas voluntariamente? Ou seja, posso aumentar a minha dor e assim evoluir mais rápido?

O evangelho é claro nesse ponto…e o bom senso também! Produzir dor por produzir pouco contribui com a instauração do reino dos céus em nossos corações. Em muitas facetas se apresenta esse sacrifício voluntário, em roupagens modernas que escondem sentimentos adversos.

As práticas de se prometer coisas para a divindade em troca de bênçãos, como nos sacrifícios muito famosos em festas religiosas, nas famosas promessas, ilustram bem esse sentimento de imolação, como passagem para a felicidade. São os terroristas que esperam o reino de cachoeiras de mel…Uma forma de sacrifício egoísta e de barganha!

Tem-se ainda, de forma reprovável, práticas nesse sentido, adotadas por vezes por celebridades, no campo da automutilação. Com cortes e marcas, as dores corporais buscam substituir sofrimentos emocionais, em uma punição de si mesmo, prima da comiseração, em uma mescla de carência, culpa e remorso. Uma forma de sacrifício focado em si, na troca de suas dores sentimentais por dores corporais.

Esses exemplos atuais nos mostram que o nosso sacrifício ainda está atrelado a uma ideia de egoísmo. O disposto no Evangelho Segundo o Espiritismo indica que o aumento da dor sem reverter para o benefício coletivo é sim egoísmo e que as provações voluntárias somente tem valor quando agregar bem ao próximo.

O sacrifício, o acréscimo de sofrimento por escolha, só tem valor aos olhos de Deus quando significa doação para o bem geral. E para isso, na maioria das vezes, necessitamos de dores muito menores do que imaginamos!

Devemos ficar atentos as motivações que se escondem por detrás dos grandes espetáculos de dor e sofrimento, enxergando o valor do pequeno esforço cotidiano que produz o bem, sem pompa e cerimônia, sem heróis de papel.

Deus nos criou para aprendermos a amar… Para rompermos as nossas imperfeições, por vezes somos impulsionados pelo aguilhão da dor, para a senda da evolução. Mas, o grande sacrifício se impõe na conduta reta no cotidiano, por vezes longe de holofotes e luzes…

O fim da evolução é o amor, força divina por excelência, que nos faz mais próximos do homem que queremos ser, nos faz melhores nas batalhas de cada dia e para isso, precisamos entender a função da dor no contexto da justiça divina e do aperfeiçoamento do espírito.

Sacrifícios só trazem benefícios se forem direcionados ao nosso próximo… A doutrina dos espíritos é clara em nos explicar esse mecanismo, do primado do amor! Não busquemos evolução onde pode morar a estagnação!

Marcus Vinicius de Azevedo Braga
Fonte: Agenda Espírita Brasil

29 agosto 2020

Preconceitos alienantes - Jorge Hessen


PRECONCEITOS ALIENANTES

 
A absurda morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, assassinado recentemente durante uma abordagem violenta de um policial branco nos Estados Unidos, desencadeou uma onda de protestos antirracistas e acendeu um debate de proporções internacionais. Do outro lado do mundo o nigeriano Samuel Lawrance , um engenheiro bem-sucedido que vive em Tóquio há mais de 15 anos, carrega uma história de quem enfrentou a escola japonesa, a universidade e o preconceito para conquistar um espaço. Afirma que há um racismo "passivo-agressivo" na sociedade japonesa. [1]

É impressionante que, em pleno século 21, nos encontremos com pessoas “irracionais” que ainda alimentam seus preconceitos nos pastos das discriminações raciais. O ponto de partida costuma ser o estereótipo, segundo a psicologia social, ou seja, uma ideia, conceito ou modelo que se estabelece como padrão. É cultivado quando uma imagem de determinadas pessoas, coisas ou situações são preconcebidas, definindo e limitando pessoas ou grupos de pessoas na sociedade.

A beleza da vida está no fato de todos sermos iguais em essência e desiguais, em virtudes e filhos de um mesmo PAI. Compete-nos, pois, abrir o coração e a mente para harmonizar esse mundo novo de vivências altruístas e alteritárias. Com a Mensagem de Jesus compreendemos que na Terra há uma só raça: a raça humana.

Caucasianos, africanos, indianos, árabes, judeus, asiáticos, não são de diferentes raças, são apenas de diferentes etnias, no esplêndido reino dos seres racionais. Na reencarnação desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza, o princípio da fraternidade universal também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade. [2]

O Espiritismo é uma doutrina libertária e não compactua, sob quaisquer pretextos, com nenhuma ideologia que vise à discriminação étnica entre os grupos sociais. Nos grandes debates de cunho sociológico, antropológico, filosófico, psicológico etc., o Espiritismo provocará a maior revolução histórica no pensamento humano, conforme está inscrito nas questões 798 e 799 de O Livro dos Espíritos, sobretudo quando a Doutrina dos Espíritos ocupar o lugar que lhe é devido na cultura e conhecimento humanos, pois seus preceitos morais advertirão os homens da urgente solidariedade que os há de unir como irmãos, apontando, por sua vez, que o progresso intelecto-moral na vida de todos os Espíritos é lei universal e tendo por modelo Jesus, que, ante os olhos do homem, é o maior modelo da perfeição que um Espírito pode alcançar. (3)

Referências bibliográficas:


[2] Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2002, pág. 31

[3] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2003, parte 3ª, q. 798 e 799, cap. VIII item VI - Influência do Espiritismo no Progresso.

28 agosto 2020

Não estrague seu dia - Momento Espírita

 
NÃO ESTRAGUE O SEU DIA

 
Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?

Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente variando de indivíduo para indivíduo.

Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.

Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.

E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males. E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.

De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir.

Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas.

Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.

Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso.

Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes.

Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

Não estrague o seu dia.

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito Bem.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 38, do livro Agenda Cristã, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Disponível no CD Momento Espírita v. 6 e no livro Momento Espírita v. 2, ed. FEP.

27 agosto 2020

Meu filho se envolveu com drogas - Nilton Moreira

MEU FILHO SE ENVOLVEU COM DROGAS

Uma das piores constatações é quando um filho se envolve com drogas. Perde-se o chão, pois sabemos que possivelmente ele já está em contato com esta triste realidade há algum tempo.

Normalmente o envolvimento com as drogas começa na pré-adolescência dependendo do ambiente que está vivendo e dos exemplos que lhes estão passando.

Os espíritos amigos nos informam nas reuniões mediúnicas onde são trazidos para atendimento drogados que já partiram que muitos já reencarnam com a tendência ao vício. Os pais tem a responsabilidade de conduzirem os filhos com dedicação, alertando-lhes para o mundo que vão enfrentar nos primeiros anos de vida quando começam a querer ter uma liberdade no se conduzirem.

Antes do nascimento do filho os pais são levados durante o sono até a espiritualidade onde em contato com os benfeitores recebem a incumbência de cuidar daqueles que terão sob sua responsabilidade. Alguns falham na tarefa!

É comum os pais por negligência querer delegar a incumbência do educar aos professores, o que não é correto, pois estes educadores muito embora preparados e com boa vontade, são impotentes para orientar a todos os alunos, e mesmo não tem obrigação, e, portanto quando os filhos enveredam para o mau caminho que sempre estará presente a droga, nunca será culpa dos professores.

Um dos fatores primordiais no envolvimento com drogas é a tendência que o filho tem para se direcionar ao lado errado, mas se é tratado com carinho em casa, com a dedicação dos pais e principalmente com exemplo, esta tendência se esmorece e o período de contato passa. Mas se for ao contrário, tendo principalmente o ambiente que vive comprometido com o desamor e falta de moral, certamente não tem como escapar de ser um usuário, que ao longo do tempo poderá desembocar num atuante traficante.

O ambiente do prostíbulo é muito propício ao uso de drogas ilícitas, pois nestes locais o álcool e o tabagismo já estão presentes, sendo reforçado pelo comercio do corpo. Ora, o pior dos deslizes na vida é a venda do corpo para ser utilizado como prazer. É a degradação do ser humano, pois a pessoa que se submete a isso abre mão de viver uma vida digna, evitando executar um trabalho decente e ser vista com outros olhos pela sociedade.

O drogado vai sempre estar acompanhado por uma quantidade de espíritos que na época que estavam vivos eram usuários e continuam na espiritualidade sentindo a necessidade, e isto fortifica o desejo pela droga.

É importante darmos o exemplo dos bons costumes e boas condutas a nossos filhos, incentivando-os na prática de esportes, religiosidade e valorização pessoal para que não encontrem ambiente propício ao mal.

Mas se a droga visitar o ambiente familiar, recorramos à prece pedindo socorro aos benfeitores amigos para que nos auxiliem, e façamos ao mesmo tempo uma reflexão do que está errado e devemos mudar na família.

Nilton Moreira
Coluna Semanal - Estrada Iluminada
Fonte: Espirit Book

26 agosto 2020

Com os joelhos desconjuntados - Manoel Philomeno de Miranda



COM OS JOELHOS DESCONJUNTADOS


O serviço do Bem não pode cessar, seja qual for a justificativa.

Comprometidos com a Causa do Cristo, nada nos deve constituir motivo de impedimento para prosseguir atendendo ao programa elaborado.

Os benfeitores espirituais organizadores das atividades imortalistas que a todos dizem respeito estabelecem os roteiros de ação com as minudências indispensáveis, incluindo a cooperação da equipe reencarnada.

Certamente surgem imprevistos de vária ordem que têm o objetivo de perturbar ou mesmo impedir a realização dos compromissos firmados. Indispensável que a vigilância do membro do grupo permaneça alerta, a fim de não ser afastado do labor, ou mesmo quando se faça presente, em razão da sua indisciplina, não ser utilizado, em razão de não se encontrar nas condições necessárias ao êxito do cometimento.

As atividades mediúnicas movimentam-se em ambas as faixas da existência, física e espiritual.

Merece acrescentar que entidades perversas, habilitadas nos expedientes do mal, movimentam-se com afinco para interromper ou desestruturar o esforço que tem significado edificante e profundo.

Sempre ativas, provocam situações graves e geram perturbações envolvendo os membros humanos das reuniões mediúnicas, tornando-os indispostos para a sua luminosa execução.

Enfermidades inesperadas, visitas não programadas, confusões domésticas e afetivas entre influências doentias são, invariavelmente, recursos de que se utilizam para indispor aqueles que fazem parte dos magnos trabalhos com os quais estão comprometidos.

Mente clara e sentimentos calmos fazem parte da contribuição indispensável de cada cooperador, assim propiciando campo especial para as comunicações e terapias próprias e socorristas.

Busque-se observar se o fenômeno desafiador se manifesta com frequência nos dias reservados e constatar-se-á como é bem planejada a dificuldade, produzindo indisposição ou insatisfação durante as operações iluminativas.

Sem dúvida, os Espíritos que se comprazem nas lamentáveis obsessões e geram problemas são muito hábeis e agem conscientemente, utilizando-se dos pontos vulneráveis dos servidores, que são atacados e induzidos a pensamentos nefastos.

A reunião mediúnica é a porta de acesso à comunicação com os desencarnados, portanto, de alta importância nas programações do Espiritismo. Ao mesmo tempo é a caridade de iluminação, produzindo terapêuticas preventivas e curadoras naqueles que a constituem.

Admoestamos os voluntários e responsáveis pelos trabalhos mediúnicos para que se não descurem das responsabilidades especiais, respirando o clima psíquico que os precede, de forma que a psicosfera ambiental os facilite.

Em qualquer atividade, sempre se tem a preocupação de a programar, cuidar dos procedimentos que lhe dizem respeito, a fim de que o seu desempenho seja rigorosamente dentro dos parâmetros estabelecidos.

Aos médiuns cabe o dever de cuidar das paisagens mentais, evitando quanto possível intoxicações emocionais com os painéis habituais da insensatez e infantilidade.

O médium não o é apenas durante as reuniões, mas por todo o tempo, pois que é uma faculdade orgânica, funcionando em todos os momentos e sintonizando com as imagens interiores que lhe são habituais.

O resultado que se recolhe, quando há disciplina e harmonia entre os seus membros encarnados, é decorrência dessa perfeita identificação com o esforço dos benfeitores espirituais que elaboram a programação, e dos reencarnados que lhe são coprodutores. Nas ocasiões em que o companheiro se encontre açodado pela interferência inferior, não deve desanimar nem buscar evitar a sua participação. Se isto acontecer e surgir a tentação para omitir-se, por considerar-se não estar em condições de auxiliar, deve-se ter cuidado porque pode ser o início de perigosa responsabilidade, conduzindo a futuro abandono do compromisso e até mesmo a transtorno obsessivo.

Quando tal ocorrer, e isso se dará diversas vezes, deve-se direcionar o pensamento ao Senhor Jesus e orar com sinceridade, solicitando amparo ao guia espiritual, a fim de ser auxiliado para conseguir a mudança mental, assim como o prazer de servir.

A assiduidade é fundamental ao bom êxito das atividades espirituais e ao exercício correto da mediunidade, mantendo-se a cooperação em favor do próximo, de modo a ser responsável pela sessão mediúnica séria.

Evitem-se a crítica negativa, os comentários desnecessários e desairosos, tendo-se em vista que os mentores lamentam as ocorrências censuráveis, mas compreendem que estão trabalhando com pessoas em diferentes estágios de evolução, portanto, ainda imperfeitas.

Será mediante o auxílio recíproco que haverá o progresso, constituindo-se bênção superior da vida, com que os céus socorrem a Terra aflita e necessitada.

Desse modo, mesmo que se esteja com os joelhos desconjuntados, como afirmava o Apóstolo Paulo, o serviço de amor nas reuniões mediúnicas tem prioridade, invitando o médium a que sirva, insista e invista no dever que lhe diz respeito.

A mediunidade constitui bênção do processo da evolução, facultando a aquisição desse sentido superior, mediante o qual o Mundo Espiritual se comunicará com mais facilidade com a esfera física.

Manoel Philomeno de Miranda
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 30 de dezembro de 2019, no Centro Espírita Caminho da Redenção, Salvador, Bahia.

25 agosto 2020

Exortação Hodierna - Joanna de Ângelis


EXORTAÇÃO HODIERNA


Todos pensam que tu és a doçura do cordeiro, no entanto, és a maior tempestade que desceu dos Céus à Terra para mudar a estrutura do amor no mundo.

Todos pensam e falam na tua humildade e olvidam que és o guerreiro poderoso que, em vez de servir aos homens, lutas pelo Senhor dos homens.

Todos te exaltam a renúncia, esquecendo-se da tua ambição maior que é a conquista do Reino de Deus.

Vestiste a túnica rasgada dos pobres para demonstrar-lhes a indumentária da luz dos bem-aventurados.

Deram-te rações suínas, porque te alimentavas do manjar de Deus.

Atiraram-te pedras, porque estavas como rei, coroado de espinhos, em nome do Rei Solar.

Gargalhavam da tua fragilidade e todos passaram, menos tu, poderoso Senhor.

O mundo não te compreendeu, durante, nem depois do teu ministério de renovação, mas isto não é importante, porque hoje a civilização tecnológica vem ajoelhar-se diante dos teus despojos que transformaste em raios de estrela, na grande noite dos homens e mulheres solitários.

Depois que passaste e te perderam o endereço, compõem hinos e louvam a tua mensagem. E tu, pai Francisco, choras na tumba em que teu corpo está mergulhado, compadecido das ilusões que tomam conta do mundo.

Aqui estamos, também, de joelhos destroçados pelas caminhadas infinitas, sem rumo, que somente tu nos podes dar.

Compadece-te de nossa alucinação e vem de novo cantar em nossos ouvidos entorpecidos pelas melodias barulhentas a tua doce canção da ternura aureolada de misericórdia.

Tu nos assinalaste desde aquele dia e, por mais fugíssemos de ti, nunca nos desvinculamos do teu olhar doce e da tua voz canora, pastoreando nossas almas.

O mundo converteu-se em um grande hospital de almas, e sentimos necessidade da paz dos campos, de um novo encontro em São Damiano, para arrancar dos escombros a tua cruz e dela ouvirmos o teu chamado: constrói a minha igreja que está caída. Estamos procurando construí-la, agora, na rocha dos corações, com alicerces profundos, no abismo das almas, para que não venha a ruir outra vez.

O teu embaixador Allan Kardec foi escolhido dentre os teus para nos ajudar na restauração, colocando Jesus Cristo no píncaro de nossas mais profundas aspirações.

Pai Francisco, ouve o clamor das multidões desesperadas e o riso louco das paixões desenfreadas!

Domício Nero cantava enquanto Roma ardia. E Jesus pediu aos Seus discípulos que apagassem as chamas com sangue no circo e acendessem as chamas nos corpos que ardiam para que a noite desaparecesse.

Novamente a loucura incendeia as Romas terrestres, e os teus discípulos derramam lágrimas para apagar as labaredas consumptoras das paixões que ardem, ou se transformam em archotes vivos para aquecerem aqueles que se enregelaram na loucura do prazer colocando-te na retaguarda.

Nesta cripta em que teus despojos permanecem, o mundo civilizado ajoelha-se dominado pela tecnologia e atormentado pelo amor.

Oh! Doce pai Francisco, ergue-nos para cantar contigo, nas estradas do mundo a melodia da esperança e da paz, como tu fizeste!

A tua servidora humílima de sempre.

Joanna de Ângelis
(Dolce amore di vita mia!) Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, em maio de 2018, na cripta de São Francisco, em Assis, Itália.

24 agosto 2020

Cegos condutores de Cegos - Antonio Carlos Navarro


CEGOS CONDUTORES DE CEGOS


Facilmente observável que o ser humano copia comportamentos, assimilando e espelhando ideias e modismos dos mais diversos.

As diversas mídias, utilizando de personalidades bem-sucedidas em seus campos de atuação profissional, impactam, profundamente, em nossas vidas, como se refere a Benfeitora Espiritual Joanna de Ângelis:

“A alucinação midiática, a serviço do mercantilismo de tudo, vem, a pouco e pouco, dessacralizando o ser humano, que perde o sentido existencial, tombando no vazio agônico de si mesmo.

Numa cultura eminentemente utilitarista e imediatista, o tempo-sem-tempo favorece a fuga da autoconsciência do indivíduo para o consumismo tão arbitrário quão perverso, no qual o culto da personalidade tem primazia, desde a utilização dos recursos de implantes e programas de aperfeiçoamento das formas, com tratamentos especializados e de alto custo, até os sacrifícios cirúrgicos modificando a estrutura da organização somática.”.
(1)

Por desconhecer nossa própria natureza, facilmente, deixamo-nos levar por pensamentos e condutas os mais esdrúxulos.

O Benfeitor Espiritual Emmanuel opina:

“Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios da afinidade.

Assim também na vida comum, a alma entra em ressonância com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe assemelham.

Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos.

Estamos, invariavelmente, atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos.

O desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia que consumimos, segundo a nossa vontade.”
(2)

A Doutrina Espírita, antes de Emmanuel, na Questão 467 em “O Livro dos Espíritos”, esclarece-nos que, além da influência dos pensamentos dos encarnados, também estamos sujeitos às ideias dos desencarnados:

“Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal? – Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.” (3)

Torna-se evidente que necessitamos educar nossos desejos e pensamentos, para que possamos ter uma vida mental menos sujeita ao que é prejudicial aos nossos espíritos, e a receita para essa condição nos foi dada por Nosso Senhor Jesus Cristo:

Vigiai e orai.” (4)

Por vigilância entenda-se o acompanhamento em tempo real do que se passa em nossa mente, substituindo pensamentos e vontades em desalinho com a moral exarada do Evangelho, por pensamentos construtivos e vinculados à Lei de Amor, e por orar a elevação do padrão vibratório de nossos espíritos.

Conhecedor de nossas almas, o Senhor nos avisou sobre a consequência de escolhermos mal a quem seguimos:

“Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” (5)

Sempre estaremos entregues ao nosso livre arbítrio, mas por conta de nossa infantilidade espiritual não entendemos Sua palavra esclarecedora:

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (6)

Como temos preferido o mundo, com suas personalidades dos mais variados matizes e sem um mínimo de análise moral, a Doutrina Espírita reaviva a condição máxima do Senhor Jesus para espelharmos em nossos comportamentos:

“Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? – Jesus.” (7)

Diante desta resposta comenta Allan Kardec:

“Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da Lei do Senhor, porque, sendo Ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito divino o animava.”

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Referências Bibliográficas:

(1) Mensagem psicográfica intitulada Vazio Existencial, ditada a Divaldo Pereira Franco;
(2) Pensamento e Vida, Emmanuel e Francisco C. Xavier, cap. 8;
(3) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 467;
(4) Mateus, 26:41;
(5) Mateus, 15:14;
(6) João, 8:12;
(7) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 625.


23 agosto 2020

A convivência familiar na pandemia - Wellington Balbo

 
A CONVIVÊNCIA FAMILIAR NA PANDEMIA

A impermanência das situações existenciais necessita estar em nossas reflexões.

Por quê?

Simples, porque as mudanças são uma realidade tão palpável quanto a morte.

De um momento para o outro, por exemplo, podemos ter as nossas rotinas capturadas pelos mais variados motivos.

E o ano de 2020 escancarou esta verdade.

Por conta da pandemia do COVID 19 tivemos que rever hábitos e, de maneira abrupta, modificar nossas rotinas.

Quem saía muito de casa para atividades profissionais, religiosas, familiares e de entretenimento tiveram que, necessariamente, romper com esses hábitos e... passar mais tempo em família.

Pois bem... passar mais tempo em casa equivale a dizer que teremos uma maior convivência com familiares.

Uma maior convivência pode significar mais dificuldades nos relacionamentos. Aliás, recebi vários emails e mensagens de pessoas queixando-se que o isolamento social expôs os problemas familiares, antes camuflados pela correria do dia a dia.

Minha reação foi sempre a mesma:

Boa notícia, pois agora tivemos a oportunidade de enxergar coisas que estavam encobertas e, então, modificá-las, visando uma melhor qualidade de vida em família e o estreitar desses laços, colocados, aliás, pelos Espíritos como uma lei natural.

E diante de tão grave tema – A convivência em família – rico e que se desdobra em variados pontos a abordar, levantarei, até pelo espaço, um dos tópicos que considero importante:

O perdão, ou melhor, o excesso de perdão.

Proponho o oposto: não perdoar, principalmente nesses tempos de pandemia e convivência mais estreita.

Como assim? É de espantar, não é mesmo?

O ideal é viver mais leve, utilizando-se da compreensão.

A equação é esta:

Compreender mais e ofender-se menos é igual a zero perdão.

Há um déficit de realidade que necessita ser trabalhado para que não fiquemos, a todo tempo, sentindo-nos ofendidos pelas pisadas na bola do outro e que, certamente, até pela maior proximidade, ocorrerão ainda mais.

Então, faz-se, fundamental, entendermos o local onde estamos.

E onde estamos? No planeta Terra, mundo de provas e expiações, habitado por Espíritos ainda muito limitados, que buscam por meio das provas reencarnatórias evoluir .

Portanto, nesses tempos de maior convivência em família, vale cultivar um pouco mais de leveza, menos cobrança e mais foco no que realmente importa:

Esforçar-se para ter uma convivência saudável em família, pois este núcleo é fundamental ao nosso progresso moral.

Wellington Balbo
Fonte: Rede Amigo Espírita

22 agosto 2020

Pandemia com clausura - Nilton Moreira


PANDEMIA COM CLAUSURA

Quando chegamos ao Planeta Terra encontramos dificuldades no convívio com pessoas que vamos encontrando pelo caminho. Interessante que não adianta nos mudarmos de bairro, cidade e até de estado, que vamos nos deparar com entraves, e isto acontece porque nossos resgates de outras vidas estão neste Planeta.

Quantas vezes passamos a viver com determinada pessoa que dizemos ter sido “amor à primeira vista”, quando na realidade e deveríamos dizer “há várias vistas”, pois certamente nestes encontros que se dão muitas vezes em locais dos mais surpreendentes, já existia uma história de muitas existências vivenciada por ambos os espíritos.

Também devemos levar em conta que as dificuldades nos relacionamentos tanto no âmbito familiar como nos demais são difíceis, pois que pela misericórdia Divina esquecemos o que aconteceu em vidas passadas, pois certamente nos deparamos com pessoas que tivemos desde pequenas até grandes desavenças.

Por isso é que sempre afirmamos que devemos procurar resolver as contendas nesta vida, pois do contrário vamos ficar vinculados à pessoa que nos prejudicou. Se não conseguirmos resolver as desavenças, pelo menos devemos perdoar a quem nos ofendeu, pois assim a estaremos liberando de ter de em uma próxima vida nos reencontrar para reparar o dano que nos causou.

Deus permite que esqueçamos o acontecido em vidas passadas, pois do contrário seria impossível nos acertamos, já que a maioria de nós tem dificuldade ainda na prática do perdão.

Mas embora haja o esquecimento momentâneo o espírito que somos sabe o que aconteceu e recebe através de intuições ou no desprendimento do corpo físico pelo sono informações a respeito dos resgates que tem de realizar, mas quando acordamos passamos ter um raciocínio diferenciado e muitas vezes as revelações contidas no sonho, ou nas intuições diárias não são seguidas.

Nos dias de hoje onde vivemos atarefados e sempre dependentes de agendas de muitos dias adiante, não temos tempo de viver condizentemente o presente e isso deixa nossa mente bloqueada para análises informativa que recebemos da Espiritualidade Maior. Aquele conceito de que “o sono é bom conselheiro” na maioria das vezes não se concretiza, pois acordamos pela manhã, sem agradecer a Deus pelo novo dia e mergulhamos num mar de compromissos e correria.

É primordial que ao acordarmos lembremos primeiramente de agradecer ao Criador a oportunidade do dia e depois refletir sobre nossas intuições, para finalmente reiniciarmos nossos compromissos. Isso requer disciplina, perseverança e acordar mais cedo.

É bom que tenhamos em mente que nunca estamos abandonados neste Planeta e que nossa trajetória aqui envolve muitas pessoas encarnadas e desencarnadas, estas que nos amparam, nos auxiliam, mas é necessário que estejamos receptivos, mantendo sempre o pensamento perseverado no bem.

Agora em meio a pandemia com clausura, é bom que tiremos momentos para refletir sobre o rumo de nossas vidas e mudanças a serem feitas. Muita paz amigos.

Nilton Moreira
Coluna Semanal - Esrada Iluminada
Fonte: Espirit Book

21 agosto 2020

Fenômenos Mediúnicos, Metapsíquicos e Parapsicológicos - Marta Antunes de Moura



FENÔMENOS MEDIÚNICOS, METAPSÍQUICOS E PARAPSICOLÓGICOS


Os fenômenos psíquicos (do grego psyché: alma, espírito) são estudados pelo Espiritismo, pela Metapsíquica e pela Parapsicologia, tendo em comum as ações do agente ou Espírito, ser humano sensível e inteligente, autor das manifestações.

A Doutrina Espíritaconsidera que há dois tipos as manifestações psíquicas: a mediunidade e os fenômenos de emancipação da alma (ou anímicos).

Para Allan Kardec, tais fenômenos são considerados naturais. Os primeiros são intermediados pelos médiuns, isto é, “(…) toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um privilégio exclusivo. (…).”1 Mediunidade é a faculdade psíquica que os médiuns possuem, manifestada de forma mais ou menos intensa, e por meio de uma variedade significativa de tipos (videntes, psicógrafos, audientes, musicistas, de intuição, de cura, etc.).

A Metapsíquica ou Metapsiquismo indica, segundo interpretação da Psicologia, “um corpo de doutrinas, sem base no método científico, que se funda na aceitação da realidade dos espíritos, fenômenos espiritistas, criptestesia, etc. (…).”2

A Metapsíquica foi fundada por Charles Robert Richet (1850-1935), médico francês e Prêmio Nobel de Medicina em 1913, como conclusão dos seus estudos com médiuns e, sobretudo, com pacientes gravemente obsidiados, portadores de distúrbios mentais, conforme consta de sua obra Tratado de Metapsíquica. Richet definiu a Metapsíquica como “(…) ciência que tem por objeto a produção de fenômenos mecânicos ou psicológicos devidos a forças que parecem ser inteligentes ou a poderes desconhecidos, latentes na inteligência humana.”3

Parapsicologia, surgida no século vinte, “(…) é uma disciplina científica que investiga os fenômenos que, existindo na Natureza, são inabituais na contigência humana (…).”4 Em razão da complexidade do assunto, há duas escolas que interpretam diferentemente as manifestações parapsicológicas:

A norte Americana de Joseph Banks Rhine, de maior aceitação, que procura explicar os fenômenos como sendo de origem psicológica; e a russa de Vassiliev, que os procura explicar como sendo de origem fisiológica.5

A Parapsicologia é também conhecida como Pesquisa Psi. A Parapsicologia (do grego para = além de + psique = alma, espírito, mente, essência + logos = estudo, ciência), significa, literalmente, o estudo do que está além da psique, viabilizado por individuos popularmente conhecidos como “sensitivos” ou “psíquicos”.

Enquanto faculdade psíquica, a mediunidade acompanha a evolução intelectual e moral do Espírito, e se manifesta em qualquer plano de vida, no físico e no espiritual. Allan Kardec classificou a mediunidade de acordo com a natureza dos efeitos produzidos durante a manifestação dos Espíritos: físicos e inteligentes (ou intelectuais). “Dá-se o nome de manifestações físicas às que se traduzem por efeitos sensíveis, tais como ruídos, movimentos e deslocamento de corpos sólidos. (…).”6 A mediunidade de efeitos inteligentes ou intelectuais exige maior elaboração mental por parte do médium, que sempre age como um intérprete das ideias transmitidas pelos Espíritos.

Charles Richet classificou os fenômenos metapsíquicos em duas categorias: Metapsíquica Subjetivae Metapsíquica Objetiva, tendo como referência, respectivamente, a mediunidade de efeitos físicos e a de efeitos inteligentes, da proposta espírita de Allan Kardec.

Metapsíquica Subjetiva abrange os fenômenos telecinéticos, palavra derivada de telecinesia (do grego, tele e kinese = mover à distância), significa capacidade de mover um objeto com a força psíquica (mental), sem contatos físicos, a longa ou curta distância.7 

A Metapsíquica Objetiva refere-se a uma classe de fenômenos denominados criptestesia, termo criado por Richet para especificar o conhecimento que algumas pessoas obtêm de acontecimentos ou fatos, presentes e futuros, por intermédio da percepção paranormal, isto é, sem ação dos órgãos dos sentidos. Para o cientista francês do passado, a telecinesia é possível porque o indivíduo mobiliza, de forma inconsciente, energias fisiológicas (fluido vital) que impregnam um determinado objeto, movendo-o. A telecinese seria, então, uma exteriorização do psiquismo inconsciente.

A Parapsicologia estuda, nos dias atuais, os fenômenos psíquicos de acordo a seguinte classificação proposta por Rhine:

Fenômenos psicocinéticos, PK(psychokinesis) ou TK (telekinesis), assim caracterizados por ações diretas do sensitivo no meio ambiente. São fenômenos psicocinéticos (PK): 

a) telepatia — transmissão mental de pensamentos e emoções; 

b) clarividência—visualização mental de coisas, acontecimentos, cenas e pessoas do mundo físico, através de um corpo opaco ou à distância (seria a dupla vista da classificação espírita); 

c) clariaudiência — percepção de sons, ruídos, frases, músicas, vozes, etc., provenientes do plano físico e do extrafísico, não percebidos pelas demais pessoas; 

d) precognição— previsão de acontecimentos futuros; 

e) retrocognição — relatos de acontecimentos ocorridos no passado, desconhecidos do sensitivo; 

f) psicocinesia— ação mental sobre objetos materiais, localizados no plano físico, movimentando-os ou produzindo os efeitos, inclusive alteração de forma.

Fenômenos extrassensoriais (PES: percepção extrassensorial) divididos, por sua vez, em: Psi-Gama (telepatia, clarividência, clariaudiência, xenoglosia, etc.), Psi-Kapa(levitação e/ou transportes de objetos e pessoas) e Psi-teta, que são os fenômenos mediúnicos, propriamente ditos.


Texto de Marta Antunes de Moura (http://www.febnet.org.br

Referências:


1. Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Cap. XIV, it. 159, pág. 257.

2. Álvaro Cabral e Eva Nick. Dicionário Técnico de Psicologia, pág.194.

3.  Metapsíquica, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Metaps%C3%AD . Acesso em 12/07/2013

4. João Teixeira de Paula. Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica, Espiritismo. Vol. III., pág. 8.

5. Ibid., pág. 8/9.

6. Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Pt.2, cap. II, it. 60, pág. 97.

7. João Teixeira de Paula. Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica, Espiritismo. Vol. III, pág. 127.

20 agosto 2020

Perseverança - Divaldo P. Franco


PERSEVERANÇA


A perseverança é uma virtude pouco levada em conta.

Na realização de qualquer objetivo existencial, ela é chamada a exercer a sua função ante os inevitáveis desafios que se encontram pela frente.

Todos os empreendedores das diversas realizações tiveram a sua ajuda para que alcançassem a meta a que se propunham.

O homem e a mulher de bem, invariavelmente, apoiam os seus ideais nessa fonte maravilhosa de resistência, que lhes permite continuar o labor nas horas mais difíceis, persistirem quando todos os fatores conduzem ao desânimo e à desistência.

O eminente mestre Pestalozzi, no seu educandário em Yverdon, na Suíça, estabeleceu que o êxito da educação era também resultado de três fatores fundamentais: Trabalho, Solidariedade e Perseverança.

Por seu intermédio, as realizações mais graves e desafiadoras exigem a coragem do prosseguimento com entusiasmo, a fim que seja possível alcançar a vitória. O cansaço, o tédio, assim como outros fatores que fazem parte do dia a dia do trabalho, são inimigos cruéis dos ideais de engrandecimento da criatura humana, levando-a à interrupção do empenho e malogrando na sua continuidade.

A perseverança é a força interna que levanta o valor moral e torna-se essencial para ver-se a plenitude do objetivo buscado.

Conta-se que Thomas Edison, enquanto trabalhava na criação da lâmpada elétrica, tentou o êxito setecentas vezes sem resultado positivo. Insistindo mais uma vez, ouviu do seu auxiliar:

Senhor, eu vou desistir, porque já tentamos inúmeras vezes sem alcançarmos a vitória.

Ao que ele respondeu, jovial: Agora é que vale a pena prosseguir, porque já sabemos setecentas formas que não deram certo.

E prosseguiu, conseguindo iluminar o mundo.

Igualmente, afirma-se que Walt Disney, produtor cinematográfico e empresário, quando estava nas suas grandes realizações, teve a ideia de construir um parque de diversão nos pântanos de Orlando, na Flórida. Era um imenso e caro desafio. Para tanto, recorreu à ajuda de muitos bancos que tentaram dissuadi-lo do empreendimento, que seria uma loucura, negando-se a conceder-lhe empréstimos vultosos. Ele não perdeu a coragem e, com perseverança, continuou e terminou vencendo. Hoje os seus inúmeros parques nos Estados Unidos e em outros países são os mais rendosos do mundo e belos para crianças e adultos.

Somos todos idealistas e sonhadores, mas necessitamos perseverar...

Ante os desafios da atualidade, pandemias virais e morais, descontroles do comportamento social, torna-se-nos indispensável a coragem da perseverança para mantermos os sentimentos éticos de dignidade e disputarmos a conquista da felicidade, que nos pareçam utópicos ante os pessimistas de ocasião.

Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 23.7.2020

19 agosto 2020

Tormentos na mediunidade - Manoel Philomeno de Miranda


TORMENTOS NA MEDIUNIDADE

A faculdade mediúnica, embora seja de natureza orgânica, tem as suas raízes profundas no ser espiritual, como tudo que constitui a criatura humana.

Sendo uma expressão do sexto sentido, os valores ético-morais de cada Espírito respondem pelas ocorrências nessa delicada área que lhe faculta o desenvolvimento intelecto-moral. Não é, pois, de se estranhar, que a sua eclosão em qualquer período da existência humana se caracterize por alguns naturais distúrbios, tanto de natureza física, emocional, como psíquica.

Apresentando-se como oportunidade redentora do ser em dívidas perante os Divinos Códigos, pode expressar-se em caráter múltiplo de expiação, quando portadora de possessão, ou de provação, abençoado campo de experiências iluminativas. Igualmente, quando bem educada à luz do Espiritismo, o que podemos denominar como mediunidade com Jesus a serviço do bem, ergue o ser às culminâncias da alegria, da plenitude, ao mediunato, que o não exime de experimentar sofrimentos e perseguições dos Espíritos inferiores, que transforma em bênçãos de inestimável significado.

Não raro, apresenta-se como distúrbio de natureza variada, desde as manifestações de diversidade de humor, até, quase que simultaneamente, como alteração profunda de comportamento.

Invariavelmente expressa-se como enfermidades complexas, de natureza diversificada e sem facilidade de diagnóstico, em razão das alterações em que se apresenta. Entretanto, o seu vigor é mais angustiante nos fenômenos psicológicos, como consequência dos neuropeptídios acionados pelas suas energias desconexas...

Os comportamentos infelizes de existências passadas mesclam-se com as necessidades evolutivas do presente e dão lugar a conflitos diversos, em razão dos conteúdos morais de que se fazem portadores os Espíritos que são atraídos mediante as aspirações de cada qual.

Instabilidade emocional, personificações múltiplas, anelos frustrados, incertezas acerca das próprias necessidades são o cotidiano dos iniciantes no exercício mediúnico ou naqueles que somente lhes sofrem as imposições e lhes desconhecem a existência.

Sempre a mediunidade esteve cercada de superstições e práticas não compatíveis com o seu significado.

Mesmo na atualidade, em que os fenômenos paranormais têm merecido estudos e considerações de diversas doutrinas científicas, constatando-lhes a possibilidade, em razão dos complementos morais que exige, tem sido vista pelos indivíduos comuns como castigo de Deus ou desequilíbrio psiquiátrico.

À semelhança da inteligência e da memória, assim como de todas outras faculdades humanas, aguarda cuidados especiais, para bem atender a finalidade para a qual é destinada.

Exercício meticuloso e sério, reflexão constante, análise cuidadosa das suas manifestações, estudo pessoal do sistema nervoso e das reações emocionais constituem métodos eficazes para o seu êxito.

Simultaneamente, o ideal de servir que deve caracterizar o médium, conforme as diretrizes estabelecidas por Allan Kardec, é fundamental para o seu mister, quais sejam: a abnegação, a ausência de estrelismo, a gratuidade e a doçura do coração, tornando-se ímãs de atração aos Espíritos bons, que passarão a administrar as suas manifestações.

Se desejas candidatar-te ao exercício da mediunidade com Jesus, não te permitas as vacuidades humanas nem as suas perturbadoras concessões.

Considera o alto grau de responsabilidade que te é concedido e alegra-te, pela oportunidade feliz de servir.

Informações destituídas de significado tornaram a mediunidade algo dependente de superstições, mitos quando não de graves danos para aquele que a pratica.

Grandioso portal para demonstrar a imortalidade do Espírito é veículo de incomparáveis alegrias, dando sentido e significado à existência física.

Graças aos seus valiosos recursos faculta a vivência espiritual de maneira incomun, por favorecer a compreensão de todas as ocorrências que aturdem ou felicitam o ser humano.

Ademais dos benefícios proporcionados aos seus portadores, que devem sempre aceitar para si os conteúdos de que se reveste, enseja a iluminação das consciências obnubiladas que atravessaram os portais da desencarnação em profundo estado de perturbação, tendo prolongadas suas dores mesmo após a decomposição das estruturas orgânicas.

À medida que se expandam as informações corretas a respeito da mediunidade e a sua prática se torne habitual, desaparecerão os tormentos, pois que, afinal, nenhuma responsabilidade tem a percepção encarregada de exteriorizar as captações de que se faz objeto.

Em razão dessa sensibilidade, as obsessões tornam-se comuns naqueles que são iniciantes no exercício da faculdade ou não a praticam pelo fato de gerar sintonia com os Espíritos que transitam em idêntico padrão vibratório.

Essa ocorrência é observada igualmente em outras funções existenciais, como o comportamento, as aspirações e necessidades.

A cuidadosa observação das ocorrências mediúnicas e da conduta psicológica faculta o discernimento necessário para a educação tanto das emoções como dos fenômenos.

O espiritismo nela encontrou o veículo hábil e fiel para estabelecer os seus alicerces, confirmando a especial fenomenologia apresentada por Jesus, demitizando-a do miraculoso e fantasista, ao mesmo tempo permitindo que todo aquele que se integre ao espírito do bem, logre realizações equivalentes.

Quem se lhe dedique honestamente, não teme os sofrimentos que somente ocorrem por fazerem parte da ficha evolutiva, para superar os testemunhos do conhecimento e o estímulo à caridade a que se pode dedicar.

Convidando sempre à vigilância, eis que rutila como uma estrela na alma devotada ao amor, sendo portal que faculta penetrar na senda que leva a Jesus.

Resguarda, portanto, as tuas forças mediúnicas da vileza dos Espíritos insensatos e perversos, tornando-te instrumento do amor de Deus a todos e a tudo. Mesmo assaltado, uma vez que outra, pelos ardilosos e infelizes adversários da Luz, recupera-te, recobrando a alegria, agradecido pela oportunidade de socorrer e autoiluminar-te.

Abençoa a tua mediunidade com o respeito e a dedicação que merece de todos que anelam pela plenitude da existência.

Manoel Philomeno de Miranda
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 11 de junho de 2018, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

18 agosto 2020

Influências espirituais - Joanna de Ângelis


INFLUÊNCIAS ESPIRITUAIS


Mente a mente processa-se o intercâmbio entre os Espíritos envoltos na indumentária carnal e os dela desvestidos.

Sempre uma está influenciando outra mente. Não há isolamento de natureza mental entre os seres humanos, assim como de vibração entre todos os seres vivos.

O inter-relacionamento mental é intenso, porque emana da divina mente que mantém a vida no Universo.

Tratando-se de uma verdadeira guerra moral, na qual o planeta Terra se encontra, a potência do Bem experimenta a agressão do Mal, em incessante batalha.

Mentes interessadas multimilenarmente na derrocada do Amor não suportam contemplar o progresso da sociedade e a harmonia emocional entre as criaturas humanas.

Desde remotos períodos do processo evolutivo que os inferiores, sem esforçar-se para superar as manifestações brutais, hão resolvido lutar contra aqueles que, passo a passo, galgaram os degraus do progresso.

Os emissários da Verdade sempre apareceram e trouxeram as diretrizes de segurança austeras para as modificações das estruturas grotescas se modificarem e foram, invariavelmente agredidos, por tentarem modificar o status quo vigente.

Massacrados em hediondas perseguições, ofereceram-se como cobaias que deveriam servir de exemplo e de modelo aos pósteros...

Nesse ínterim, veio Jesus!...

Antes dEle as guerras sanguinolentas e devastadoras dizimaram povos e nações, reduzindo-os a pó, não ficando pedra sobre pedra que o ódio não derrubasse, a fim de atemorizarem os que viriam depois, olvidados da sua transitoriedade material.

Logo renasceram em outras civilizações, que também se deixaram consumir pelos vândalos e opressores, os quais igualmente sucumbiram ao peso da morte, antes de serem traídos ou, por sua vez perseguidos...

Os Céus ofereceram a beleza, por meio da Literatura, da Arte, das construções magníficas, de modo a sensibilizar, no entanto, os rebeldes, tornados vencedores inclementes, a tudo destruíram ou buscaram apagar da memória dos tempos.

A tudo sempre submeteram suas paixões asselvajadas e transformaram em escombros e sombras do passado glorioso de um momento.

Depois de Jesus, o Excelso Pacificador, as guerras continuaram mais ferozes e aniquiladoras, usando Seu nome ou não, a nada respeitando, somente deixando desolação e tristeza...

As areias dos desertos e as águas dos mares e oceanos, nas sucessivas mudanças do orbe, cobriram algumas dessas civilizações, que lentamente foram descobertas, e a História hoje se debruça sobre suas lições sem colher aprendizados que modifiquem o comportamento dos tempos a esse respeito.

Com o advento do Consolador, no século XIX, a caridade distendeu o seu manto sobre a Humanidade, convidando ao amor e à solidariedade, únicas maneiras de sobreviverem ao caos e facultarem a plenitude a todos. Entretanto, mais de cento e sessenta anos depois houve pequena e insignificante mudança nos painéis da sociedade.

O ser humano é belicoso, graças ao instinto de conservação da vida. Mas a razão que o ergue ao altar da sublimação tem por objetivo alterar-lhe a conduta combativa para labores criativos e não destrutivos.

Aparentemente, a vitória tem sido da ignorância e da impiedade. Realmente, contudo, hoje brotam já em toda parte do planeta as plântulas da afeição e da solidariedade humana, contrapondo-se à perversidade e ao cinismo cruel dos maus.

* * *

Não te gerem conflitos os tormentos que trazes de experiências malogradas, agora quando te voltas para a edificação da Verdade na Terra.

Não te permitas autopunições diante de alguma falência na execução do programa do Bem.

Insiste, pois, certamente não é fácil. Mas, se quiseres, lograrás.

A libertação dos hábitos arraigados agradáveis, porém, dissipadores, é um desafio para almas sinceras.

Eleva o padrão mental no momento em que te vejas sitiado pelas tristezas, arrependimentos ou íntimas revoltas pelo fracasso de alguma tentativa. Persiste e repete a luta sem temor.

Vencerás!

Tens a mensagem de superação às ideias deprimentes e os valiosos tesouros do teu esforço. Acende a luz da alegria no teu espaço mental em sombras e conta com os teus mentores espirituais que te amam e estão envolvidos com o teu progresso espiritual.

Acende a luz da alegria no teu espaço mental em sombras e conta com os teus mentores espirituais que te amam e estão envolvidos com o teu progresso espiritual.

Tens o direito de errar, embora não o devas. Considera, porém, que as tuas dificuldades íntimas abrem campo vibratório para que a tua mente seja golpeada por outras mentes que te detestam. E porque são insistentes, sutis, insaciáveis, logram dominar-te, dando-te a impressão de serem tais ocorrências más geradas pela tua própria natureza, de forma que não te sintas ou não queiras a ajuda de outrem, nem encarnado ou desencarnado, porque o ego nesses momentos desvaira.

Reage e recompõe-te, alma querida, certa do triunfo da tua imortalidade.

Até Jesus experimentou a incidência da perseguição dos maus, influenciados pelos Espíritos aliciadores de obsessões inomináveis.

Na aparência, eles triunfaram na tarde da Crucificação.

Sem ela, no entanto, não teria ocorrido a Ressurreição gloriosa e com essa a permanente mensagem de amor do abandonado na Cruz, na sintonia poderosa do Triunfador.

Reconquista o terreno que ficou eivado pelos cardos e pedrouços.

Volta a ele e semeia a luz para que se transforme numa escada ascensional de vitória.

És o que te permitas mentalmente, ainda mais nestes dias calamitosos, em que tudo conspira em favor do pessimismo, da revolta, da insegurança.

Testemunha o teu valor em processo de redenção e segue com júbilo, arrebanhando os receosos que se encontram pela senda.

Considera o teu amanhã da Vida, acionado pela Divina Mente.

Entrega-te, e não te permitas mais titubear.

* * *

A noite, que perturbava, ilumina-se suavemente deste amanhecer de bênçãos.

O dia logo esplenderá!

Segue adiante para desfrutares da claridade libertadora.

- Eu sou a luz do Mundo! – afirmou Jesus.

Sê a claridade que dEle procede e não mais trevas na tua mente nem no teu coração.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 8 de abril de 2020, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia

17 agosto 2020

A Vida é Grande Retribuidora - Oceander Veschi


 A VIDA É GRANDE RETRIBUIDORA


Quando desejar se conectar com as forças Divinas mais abençoadas, lembre-se sempre de filtrar o que se passa no seu pensamento, na sua fala, no que escreve, e no que guarda dentro de seu coração.

Dizem os benfeitores espirituais que as forças superiores tentam nos alcançar o tempo todo, mas encontram enormes barreiras quando estamos magoados com alguém, ou planejando fazer uma vingança…Também quando respondemos com ironia e desprezo.

Quando escrevemos algo agressivo nas redes sociais e não conseguimos perceber que nos contaminamos….

Quer ver então quando ficamos incomodados com a felicidade de alguém….puxa, isso é altamente bloqueador. Ficamos literalmente impedidos de receber qualquer tipo de ajuda vinda dos Céus.

E se tem uma coisa que me deixa contente é ter este canal aqui, pra contar pra todos vocês isto. Eu aprendi isso tudo, e vejo que é exatamente assim na prática.

Encontro diversas pessoas por dia, sejam os amigos ou pacientes. Converso com muita gente, ando muito por aí, e posso lhes afirmar com toda convicção de que sofremos muito na vida por nunca alguém ter dito isso pra gente.

E quando surge quem nos dê esta valiosa informação, passamos a vigiar mais nossas ações, nossas aspirações mentais, e nos tornamos seres melhores.

Deixamos os velhos hábitos infelizes, e damos lugar a um novo padrão de pensamento. Nos tornamos mais gentis e preocupados em não perturbar quem quer que seja, e isso nos coloca em elevado grau de sintonia positiva.

Nossa saúde melhora, surgem mais amigos disponíveis, e os velhos amigos percebem em nós uma mudança positiva.

Informamos pra nós mesmos que somos capazes de ser melhores.

E isso não tem preço. É empolgante, a gente quer melhorar mais e mais, dia a dia.

Seja gentil com as pessoas. Valorize suas qualidades, diga isso a elas, sorria mais, seja mais otimista.

Trate as pessoas da forma que você gosta que lhe tratem, considere-as, não as oprima com reprimendas constrangedoras.

Não lhes faça perguntas desagradáveis ou irônicas.

Ajude, quando você perceber que pode e consegue.

Oculte críticas destrutivas.

E prepare-se: sua vida vai mudar.

Pra muito melhor.



Oceander Veschi

16 agosto 2020

Cuidemos do nosso habitat planetário - Jorge Hessen

CUIDEMOS DE NOSSO HABITAT PLANETÁRIO


Inobstante não tenha sido esta a primeira vez na história, certamente não será a derradeira, em que a vida da população jaz ameaçada por devastadora pandemia. Há uma estreita analogia entre ação humana no orbe e o advento de patologias pandêmicas, considerando a desrespeitosa indiferença pelo habitat (meio ambiente).

O formato de perseguir riqueza e poder sem se importar com as consequências, levou o planeta “à beira do abismo”. É urgente revigorarmos o orbe no campo da responsabilidade individual, desacelerando o bestial consumismo, onde se tem priorizado mais o ter (transitório) do que o ser (permanente). É mister ajuizarmos que o planeta é compartilhado e cada um tem que fazer a sua parte para mantê-lo em boas condições de habitabilidade.

Cada governante deve adotar políticas para o bem comum. Os empresários podem coadunar a busca natural pelo lucro com a justiça social. Dá para pensar em distribuir esses ganhos entre os que movem a organização, que são as pessoas. É preciso buscar um acordo, uma boa convivência planetária. Um conglomerado de líderes e governantes nacionais que se reúnam pelo bem do planeta, deixando de priorizar somente o lucro e o poder para o reinado do materialismo.

O planeta está seriamente enfermo, jaz em avançado e abatido estágio de imoralidades, por isso é necessária a intervenção da Providência Divina para que a ruína moral não avassale mais intensamente a harmonia do todo reinante perante a beleza natural.

O ecossistema, como um todo, tem trabalhado com hercúleo esforço para se desatrelar do guante deletério daqueles que abusam dos recursos naturais. Os laboratórios donde deveriam nascer os recursos para o bem estar e saúde da população têm sido núcleos calamitosos de manejos técnicos para desenvolvimento de mortíferas substâncias biológicas em nome da guerra.

Allan Kardec, nos trouxe oportunas reflexões, através dos espíritos, sobre as relações entre os seres vivos e o habitat e o quanto um depende do outro. O homem começa a perceber, hoje, em face dos alardes sobre o avanço da degradação do planeta, que não há como haver uma produção ilimitada deles na biosfera, que é finita e limitada.

Em uma sociedade de consumo, como a nossa, nenhum de nós se contenta apenas com o necessário. Cada um de nós é responsável por tudo isso que está aí. O meio ambiente somos nós, o meio que nos cerca e as relações que estabelecemos com ele. A boa convivência planetária transcende ao gueto da fauna, flora e preservação. É muito mais que isso.

Na verdade, quando o planeta adoece, nosso projeto evolutivo fica comprometido. Não é possível esperar a chegada do mundo de regeneração indiferentes à tanta degradação. Pelos mecanismos da reencarnação, se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água potável, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável, sem os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa, deveremos agir agora, sem perda de tempo.

Cremos que após a atual pandemia, advirão outros paradigmas comportamentais da humanidade, considerando que as novas gerações que estão chegando têm o firme compromisso de estabilizar o equilíbrio na dinâmica da vida planetária, considerando o momento de regeneração.