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31 julho 2016

A ciência do esforço de auto superação - Jorge Hessen



A CIÊNCIA DO ESFORÇO DE AUTO SUPERAÇÃO


Não obstante todo nosso avanço no conhecimento científico, sociológico e filosófico, o que sabemos sobre pessoas portadoras de limitações físicas é insipiente e, ainda hoje, apinhado de vieses e preconceitos teóricos. A sociedade, tendo expectativas distorcidas quanto aos “deficientes físicos”, trata-os, quase sempre, como “coitadinhos” e dignos de comiseração. Porém, é imperioso proporcionar ao portador de limitação física uma participação ativa no processo sócio-político-histórico-cultural da sociedade, e os resultados admiráveis ocorrerão.

Observemos alguns grandes exemplos de auto superação:

Anaya Eliick, uma menina americana de sete anos que nasceu sem as mãos venceu um concurso de caligrafia nos Estados Unidos. Natural de Chesapeake, no Estado da Virgínia, Anaya não usa próteses e apoia o lápis nos braços para escrever. Foi a vencedora entre 50 outros alunos que participaram do concurso nacional de caligrafia e levou para casa o prêmio na categoria “necessidades especiais”, que contempla estudantes com alguma deficiência física ou cognitiva.

Jessica Cox, outra americana, nascida sem os braços, por conta de uma enfermidade congênita, vem ganhando popularidade nos Estados Unidos como exemplo de superação. Ela se tornou a primeira pessoa a conduzir uma aeronave somente com os pés e conseguiu um brevê de piloto. Cox não se entrega aos limites físicos e não se prende ao “não posso”; costuma dizer ante os desafios “ainda não consegui”. Sob esse raciocínio, acredita que quando na limitação física não se pode fazer algo, pode-se buscar meios de superação a fim de vencer, quebrar limites, expandir, ampliar horizontes, levando a barreira limite para mais distante do ponto anterior.

A jovem Flávia Cristiane Fuga e Silva, brasileira, de 26 anos, portadora de paralisia cerebral, recebeu sua carteira de advogada, após cinco anos de faculdade e três exames da OAB-SP. Flávia praticamente não fala e se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas. Foi aprovada no exame 133 da Ordem dos Advogados do Brasil/SP, realizado em agosto de 2007, em que 84,1% dos 17.871 candidatos foram reprovados. É uma façanha estupenda, sem dúvida. Segundo o presidente da OAB, em São José dos Campos, Luiz Carlos Pêgas, “a aprovação de Flávia foi um marco. A OAB, em São Paulo, sempre defendeu os fisicamente limitados, mas não tinha advogados com paralisia cerebral.

Mais um extraordinário exemplo é Alisson Fernandes dos Santos, que defendeu dissertação de mestrado na Universidade Federal do Paraná UFPR, auxiliado por um intérprete. Com problema congênito que lhe causou surdez profunda bilateral, ele se comunica apenas via leitura labial. Alisson concluiu o mestrado aos 32 anos. Formado em farmácia e bioquímica, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), acabou de receber o título de mestre em ciências farmacêuticas com ênfase em análises clínicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e é o primeiro aluno surdo a receber o título na instituição.

O orador e notório escritor espírita Jerônimo Mendonça foi um excelso modelo de auto superação em face dos limites físicos de que era portador. Completamente paralítico por mais de três décadas, sem mover nem o pescoço, cego por mais de vinte anos, com artrite reumatóide que lhe produzia dores agudas no peito e em todo o corpo, era carregado por mãos amigas pelo Brasil afora para proferir palestras. Acamado no leito ortopédico, depois de perder o movimento das pernas, dos braços e a visão, Jerônimo criou uma gráfica, escreveu 5 livros, gravou 2 LP’s (discos de vinil) e em 1983 fundou algumas instituições espíritas. Era amigo de Roberto Carlos, amizade que induziu o “Rei” a colaborar materialmente para que Jerônimo fundasse a mais importante obra assistencial de sua vida, o Lar Espírita Pouso do Amanhecer, em Ituiutaba, Minas Gerais, que atendia desde então 200 crianças carentes diariamente.

Como não citar Antônio Francisco Lisboa, “o aleijadinho”, vítima de uma hanseníase deformante, e que não o impediu de insculpir diante da Igreja do Santuário do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/MG, 66 estátuas da via Crucis, em cedro-rosa e 12 estátuas dos profetas, em pedra-sabão, entre outras obras-primas do barroco brasileiro.

Os preceitos espíritas nos remetem a entender que somos sempre herdeiros de nós mesmos, motivo pelo qual é importante que nos esforcemos, a fim de irmos mais além dos limites e crescermos emocionalmente, amadurecendo conceitos e reflexões, aspirações e programas reencarnatórios, a cuja materialização nos submetemos. Em face disso, e por força das leis que governam os destinos, cada criatura, seja “normal” ou “deficiente física”, está ou estará em luta consigo mesma, a seu modo, consoante seu quadro provacional, adquirindo a ciência do esforço, e dentro da grade dos sentidos fisiológicos e/ou espirituais, cada qual receberá gloriosas recompensas noutras oportunidades de trabalho, para que em todas as ocasiões possa exemplificar os valores da auto superação


Jorge Hessen



30 julho 2016

Jesus e Humildade - Emmanuel



JESUS E HUMILDADE


Estudando a humildade, vejamos como se comportava Jesus no exercício da sublime virtude.

Decerto, no tempo em que ao mundo deveria surgir a mensagem da Boa-Nova, poderia permanecer na glória celeste e fazer-se representar entre os homens pela pessoa de mensageiros angélicos, mas preferiu descer, Ele mesmo, ao chão da Terra, e experimentar-lhe as vicissitudes.

Indubitavelmente, contava com poder bastante para anular a sentença de Herodes que mandava decepar a cabeça dos recém-natos de sua condição, com o fim de impedir-lhe a presença; entretanto, afastou-se prudentemente para longínquo rincão, até que a descabida exigência fosse necessariamente proscrita.

Dispunha de vastos recursos para se impor em Jerusalém, ao pé dos doutores que lhe negavam autoridade no ensino das novas revelações; contudo, retirou-se sem mágoa em demanda de remota província, a valer-se dos homens rudes que lhe acolhiam a palavra consoladora.

Possuía suficiente virtude para humilhar a filha de Magdala, dominada pela força das sombras; no entanto, silenciou a própria grandeza moral para chamá-la docemente ao reajuste da vida.

Atento à própria dignidade, era justo mandasse os discípulos ao encontro dos sofredores para consolá-los na angústia e sarar-lhes a ulceração; todavia, não renunciou ao privilégio de seguir, Ele mesmo, em cada canto de estrada, a fim de ofertar-lhes alívio e esperança, fortaleza e renovação.

Certo, detinha elementos para desfazer-se de Judas, o aprendiz insensato; porém, apesar de tudo, conservou-o até o último dia da luta, entre aqueles que mais amava.

Com uma simples palavra, poderia confundir os juizes que o rebaixavam perante Barrabás, autor de crimes confessos; contudo, abraçou a cruz da morte, rogando perdão para os próprios carrascos.

Por fim, poderia condenar Saulo de Tarso, o implacável perseguidor, a penas soezes, pela intransigência perversa com que aniquilava a plantação do Evangelho nascente; mas buscou-o, em pessoa, às portas de Damasco, visitando-lhe o coração, por sabê-lo enganado na direção em que se movia.

Com Jesus, percebemos que a humildade nem sempre surge da pobreza ou da enfermidade que tanta vez somente significam lições regeneradoras, e sim que o talento celeste é atitude da alma que olvida a própria luz para levantar os que se arrastam nas trevas e que procura sacrificar a si própria, nos carreiros empedrados do Mundo, para que os outros aprendam, sem constrangimento ou barulho, a encontrar o caminho para as bênçãos do Céu.


Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Religião dos Espíritos
Médium: Francisco Cândido Xavier

29 julho 2016

Terrorismo - Joanna de Ângelis

 
TERRORISMO


Em face da predominância da natureza animal sobre a espiritual e do desbordar das paixões, o ser humano, em determinados estágios da evolução, mantém as heranças primevas, os instintos primários que sobrepujam os valiosos tesouros da inteligência, do discernimento, da razão, da consciência. São eles que dão campo ao desenvolvimento da perversidade que não trepida em matar, de forma que a sua truculência emocional prevaleça.

A ausência dos sentimentos que engrandecem o indivíduo, o desvio para as estruturas esquizofrênicas, liberam as forças hediondas do primitivismo que se impõe pela tirania, abraçando o fanatismo que o caracteriza como primário, possuindo, a partir de então, um objetivo estimulador para dar campo ao que lhe é característica de evolução em nível inferior do processo de cultura e de emoção.

Pode, não poucas vezes, desenvolver a inteligência, adquirir conhecimento tecnológico, abraçando causas que parecem nobres, mas que somente constituem fugas do conflito perturbador para exibir a turbulência interior, a odiosidade que preserva no íntimo em relação aos demais com quem convive ou não e, por extensão, contra toda a sociedade. Em razão da estrutura psicológica mórbida, possui graves desvios da libido, invariavelmente atormentado nas suas manifestações, com severos distúrbios das funções sexuais, ocultando o vazio existencial na exorbitância dos instintos agressivos nos quais se compraz.

Frio, emocionalmente, perverso, porque insano, não possuindo qualquer amor à vida, faz-se odiar, porque se sente incapaz de despertar qualquer sentimento de amor, desencadeando a erupção da selvageria interna, que o promove a uma situação de destaque, na qual transita rapidamente, porque detesta a vida e todas as suas conquistas.

Exilando-se em antros sórdidos onde se refugia, repetindo o inconsciente pessoal que busca esconder-se por sentir-se inferior, incapaz de despertar qualquer interesse digno dos seus coevos, o terrorista é um psicopata congênito, mesmo que se expresse como portador de equilíbrio que bem disfarça, em razão das peculiaridades de toda uma existência de simulação, na qual esteve assinalado pela covardia e desespero íntimo de saber-se não aceito, que é o ressumar do conflito de inferioridade.

Naturalmente, como decorrência da sua insânia, pode fomentar o surgimento de outros portadores dos mesmos sentimentos de perversidade, trabalhando a infância e a juventude — materiais humanos muito próprios - mediante os processos da lavagem cerebral, induzindo a ódios irracionais e necessidade de destruição, que se iniciam pela perda do sentido existencial, que somente possui significado até o momento de alcançar a sua meta destrutiva.

Incapaz de amar, porque se sente ancestralmente odiado, desenvolve perturbação do discernimento, por meio de cuja óptica os acontecimentos e as demais pessoas são todos adversários que devem desaparecer, quando também ele su-cumbirá.

A sua fidelidade tem uma existência precária e veloz, mantendo-se enquanto a serviço da loucura que desenvolve, apresentando-se sempre desconfiada e insegura, porque não possui resposta emocional equivalente, nunca se entregando a outrem, por mais que encontre receptividade e afeição.

O terrorista, qual ocorre com o ditador, o sicário, o vândalo, tem existência tumultuada, que é sempre encerrada por homicídio violento ou mediante o suicídio ominoso, inqualificável.

São também terroristas aqueles indivíduos que, não obstante desconhecidos, espalham o medo, aproveitando--se das situações aflitivas para os demais; aqueloutros que geram a insegurança de qualquer natureza; também os ricos que exorbitam no comércio, submetendo os grupos humanos sem recursos ao seu talante; esses vis caluniadores que promovem o ódio; todos aqueles que permitem extermínios, mediante assassinatos inconcebíveis; os assaltantes inconsequentes e maus, que espalham o pavor; os estupradores perversos, e não poucos indivíduos que, apesar de fazerem parte da sociedade, encontram-se enfermos em estado grave...

Caso se permitisse terapia própria, o terrorista desenvolveria o sentimento do amor nele existente, mas não cuidado, conseguindo ultrapassar o nível de hediondez para o da fraternidade, saindo da consciência de sono para outro patamar de lucidez, de despertamento.

Ainda, nesse caso, defronta-se um Self em manifestação primitiva, com todas as expressões de beleza soterradas no inconsciente pessoal, que se transferem de uma existência física para outra sob ódio incoercível, em razão de alguma injustiça ou calamidade vivenciada e não absorvida pela razão.

O amor que a Humanidade lhe ofereça será a terapia mais segura para diminuir-lhe a angústia. Ao invés do revide pelo ódio, que mais lhe aguça os instintos repressores, o amor alcança-o suavemente e deixa de lhe vitalizar o ressentimento contra a sociedade, que o torna herói de fancaria, insignificante, mas hediondo, atormentado e desditoso.



Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco
Livro Triunfo Pessoal, Capitulo 7: Disturbios Coletivos - Terrorismo

28 julho 2016

A importância do estudo - Manoel Philomeno de Miranda

 

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO


Muito já se falou sobre o apelo contido na abertura das Instruções dos Espíritos, Capítulo VI, item 5 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: Espíritas! Amai-vos, esse o primeiro ensinamento; instruí-vos, esse o segundo..., apelo este que vem antecedido por um vigoroso chamamento do Espírito Verdade: Escutai-me... O escutai-me reforça o instruí-vos, ações sem as quais não é possível a apreensão do conteúdo da Doutrina Espírita, nem de conhecimento algum, ficando a pessoa, que é desinteressada, totalmente insulada e mergulhada, por opção própria, na noite da ignorância.

A outra expressão imperativa do Espírito Verdade, “amai-vos”, coloca-se como primeiro mandamento, indissoluvelmente ligado ao “instruí-vos”, o segundo. Dizemos indissoluvelmente ligado porque o amor não dispensa instrumentos práticos para poder transformar-se em serviços, em doações conscientes e competentes a beneficio do próximo, da vida, do progresso.

Quando Albert Schweitzer tomou conhecimento da propaganda convocando voluntários para atender a miséria negra das selvas africanas, sentiu-se tocado, e algo em sua alma falou-lhe que aquela seria a obra de sua vida, a sua entrega verdadeira a Jesus. Mas, antes de se engajar, ele refletiu procurando saber como poderia ser útil aos seus irmãos sofredores.

"O que possuía, de concreto, no momento, para ajudar?" perguntou-se. O maior cultor de Bach, do mundo civilizado, o organista exímio e filósofo laureado, homem totalmente aclimatado à polidez e às exigências intelectuais e culturais dos movimentos de vanguarda de seu tempo, chegava à conclusão de que nada era e nada tinha com que servir aos seus irmãos quase primitivos das selvas africanas.

Aí, ele decidiu preparar-se e foi estudar Medicina, especializando-se em doenças tropicais a fim de poder ajudar. Foi o Amor que o inspirou, dizendo-lhe: "Dá-me, Albert, instrumentos para que eu possa agir...". E foi assim que o cidadão cósmico que viria a ser, mais tarde, o detentor do Prêmio Nobel da Paz, após ter-se habilitado pelo estudo e pela experiência, rumou para as florestas fechadas do Congo, às margens do Rio Ogowe, na África Equatorial Francesa, para escrever uma epopéia de amor a Deus e aos homens, convertendo-se num dos homens-símbolos do Mundo Contemporâneo.

Na trilogia de Joanna de Ângelis, o estudo corresponde ao “Qualificar” que, juntamente com o “Espiritizar e o Humanizar” formam um triângulo equilátero definidor de responsabilidadespara o Centro Espírita. Viabilizar-se o estudo, encetar-se condições básicas para que ele se realize é responsabilidade do Centro Espírita; realizá-lo é tarefa do espírita.

Nesse sentido, estudar não é, apenas, proposta para absorção de valores externos, de informações apenas, mas um convite favorecedor do autodescobrimento através da reflexão atenta de todos os estímulos que recebemos, inclusive dos conteúdos psíquicos que emergem de nosso inconsciente, influenciando o comportamento pessoal. Justifica-se, assim, o chamamento da Benfeitora espiritual aos médiuns e a todos nós: Estuda a Doutrina Espírita e estuda-te.

Estudar, destarte, é palavra de ordem no dicionário da vida, pois o saber descortina, aos olhos deslumbrados do homem, o Mundo e a Criação Divina, suas leis, a beleza e harmonia que vigem em tudo, facultando-o integrar-se nesse todo e em si mesmo, de forma ajustada e consciente, felicitando e felicitando-se.

Recentemente, lemos, numa propaganda de determinada empresa comercial, a seguinte frase: "Aprender é ampliar o significado da vida." Efetivamente, o saber representa renovação, descobertas, possibilidades novas que se lançam de plataformas construídas a partir do que já foi adquirido, impondo-se como necessidade vital. Particularmente, a aprendizagem espírita é luz no caminho e nos meandros da alma humana, apontando as saídas libertadoras para o formoso mundo do Si. O saber espírita é tão importante para a prática mediúnica, que Allan Kardec inicia e conclui “O Livro dos Médiuns” com uma apologia ao estudo. Nas primeiras linhas da introdução ele escreve:

"Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios dessa ciência, e felizes nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o terem logrado evitá-los".

E no final do livro, na última página e último parágrafo, após advertir quanto aos cuidados que é preciso tomar para frustrar a ação dos Espíritos embusteiros, ele coloca, enfático:"...Estudai, antes de praticardes, porquanto é esse o único meio de não adquirirdes experiência à vossa própria custa".

Recorrendo a “O Livro dos Espíritos”, obtemos preciosos estímulos para valorização do estudo. Na questão 227, respondendo a indagação de como se instruem os Espíritos errantes, os Benfeitores da Humanidade informaram: "Estudam e procuram meios de elevar-se", reforçando essa proposta na questão 967, ao afirmarem que a felicidade dos bons Espíritos consiste em "conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúmes, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens" tendo o amor que os une e o bem que fazem como fonte de suprema felicidade.

Sintetizando essa proposta de harmonia e ventura espiritual, vemo-la apoiada em três condições essenciais: “o prazer do conhecimento”, que é o debruçar-se da inteligência sobre a Criação Divina a fim de compreendê-la e dela participar conscientemente, “a pureza”, que é vitória sobre as paixões materiais e o “amor”, que sustenta a vida e emula o ser a doar-se incondicionalmente.

Recorrendo a Emmanuel, destacamos esses lúcidos ensinamentos: "Já se disse que duas asas conduzirão o Espírito humano à presença de Deus - Amor e Sabedoria". Depois de referir-se ao amor, o Amigo Espiritual esclarece o papel da Sabedoria "que começa na aquisição do conhecimento, através do qual se recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso", concluindo que estudar e servir são rotas inevitáveis na obra da elevação, realçando que "o livro representa vigoroso imã de força atrativa, plasmando as emoções e concepções de que nascem os grandes movimentos da Humanidade...".

De Joanna de Ângelis, em Estudos Espíritas, tomamos de empréstimo estas abençoadas reflexões: Estudar o Espiritismo na sua limpidez cristalina e sabedoria incontestável é dever que não nos é lícito postergar, seja qual for a justificativa a que nos apoiemos.

Cada conceito necessariamente examinado reluz e clarifica o entendimento, facultando mais amplas percepções em torno da vida e dos seus fenômenos. Estudar, pois, é atitude essencial à vida. Estudar de todas as formas ao alcance: lendo, ouvindo, refletindo, meditando e interagindo com as pessoas, com a Natureza, consigo mesmo, aproveitando essa maravilhosa viagem da evolução, minuto a minuto, com a consciência atenta para reter o que Deus tem para nos oferta Harmonia Espiritual


Do livro: Consciência e Mediunidade
Projeto Manoel Philomeno de Miranda
Editora: LEAL


27 julho 2016

Nos momentos de desânimo… - Morel Felipe Wilkon


NOS MOMENTOS DO DESÂNIMO

Nos momentos de desânimo devemos nos segurar ao barco com todas as forças e esperar; depois da tempestade vem a bonança…

Você tem momentos difíceis? Horas em que dá vontade de largar tudo? Você tem dias em que acorda do avesso?

Todos temos momentos em que nos sentimos fragilizados, momentos em que gostaríamos de ganhar colo, fechar os olhos e ter bons sonhos. Ah, você não tem? Claro que tem, todo mundo tem!

E nos momentos de desânimo, como você reage? Coloca a culpa na vida, no destino, no marido, nos filhos, nos genes? Claro que isso não adianta nada, só complica ainda mais a situação. É bom que tenhamos consciência de nossas fraquezas, isso é inerente à condição humana, espíritos em evolução que somos. Ninguém é infalível, ninguém é super-homem (nem mulher maravilha).

Só não podemos deixar a peteca cair, nem podemos esperar que os outros façam o que deve ser feito por nós. Mesmo nos momentos de desânimo, quando parece que estamos no meio de uma tempestade em pleno alto-mar, devemos nos segurar ao barco com todas as forças e esperar; depois da tempestade vem a bonança…

Não podemos ser dependentes de ajuda alheia, ou de pena, ou de algo que se possa confundir com amor. Nosso equilíbrio e bem-estar não podem jamais estar nas mãos de alguém que não seja de nós mesmos. Há pessoas que procuram não esperar muito dos outros para não correrem o risco de se decepcionarem (eu achava isso certo até bem pouco tempo atrás); outras, pelo contrário, entusiasmam-se exageradamente por qualquer pessoa interessante que surja em seu caminho, e depois culpam essa mesma pessoa pelo entusiasmo que nutriram…

As pessoas são exatamente isso; pessoas, e tanto precaver-se delas como entusiasmar-se demais são erros, é dar a outra pessoa um poder que ela não tem, que ninguém tem, só você: o poder de ir à luta e traçar o seu caminho. Se o desânimo bate de vez em quando, tudo bem, segure-se e toque o barco. Mas quando ele se torna frequente, será que não é hora de tratar de planejar as coisas e fazê-las? Quem é o responsável pelos seus sonhos e pela sua realização? Você! Então não espere que alguém realize o que você quer.

Os momentos de desânimo devem ser aproveitados para fortalecer a perseverança. Então não mude o rumo, se acha que ele está certo. Não se dê por vencido, não perca a confiança em você mesmo e no que você faz. Se a cada momento de desânimo você simplesmente abandonar tudo, aonde você vai chegar?

Se cair, levante; não fique se lamuriando ou esperando ajuda! E, acima de tudo, mantenha a vigilância sobre seus pensamentos! Toda e qualquer disciplina começa pelo pensamento. Controle seus pensamentos, mantenha-se vigilante sobre eles, não permita que o estado de desânimo tome conta de você. Esteja sempre consciente de que você, ninguém mais que você, é o responsável pelos seus pensamentos. Busque um bom pensamento e mantenha o foco sobre ele. As ferramentas que você precisa para esse trabalho estão dentro de você; confie na sua própria capacidade, assuma o controle da sua atitude e pare de esperar que as coisas simplesmente aconteçam. Vá à luta! 

 
Morel Felipe Wilkon 
 

26 julho 2016

Mudanças - Divaldo P.Franco

 

MUDANÇAS


Vive-se um momento que a todos nos convoca à união, ao trabalho solidário, à fraternidade, à paz, a fim de que sobrevivamos aos fatores dissolventes que se alastram por todos os lados. O ser humano periclita em seus conflitos e as suas fugas espetaculares são mais perversas e destrutivas do que as causas das suas atuais aflições. Violência e guerra, ausência quase total de valores éticos e alucinações, festas e prazeres exuberantes, quais na antiga Roma antes da ruína total. E as ameaças de horror multiplicam-se através dos crimes hediondos, da banalidade do estupro, individual e coletivo, dos esportes de altíssimo risco, dos empreendimentos sórdidos.

Há, sem dúvida, grandes realizações ao lado da miséria moral, econômica e social, falando a linguagem inigualável da solidariedade, mas parece que se demoram em bolsões que não alcançam as multidões esfaimadas sob o acúleo de diferentes necessidades. Certamente, somos diferentes, temos diversificados pensamentos, o que é muito saudável. Nada obstante, por que ao invés de lutarmos uns contra os outros por causa da nossa maneira de encarar as ocorrências, não valorizamos tudo quanto nos identifica e trabalhamos em harmonia? Recentemente as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) firmaram tratado de paz com o governo, após mais de cinquenta anos de lutas fratricidas e um saldo de mais de uma centena de milhar de assassinados de ambos os lados, raiando esperanças...

Nesse mesmo período, a Grã-Bretanha, através do seu plebiscito, resolveu sair do bloco europeu, gerando grande dificuldade nos países do continente e ao próprio ex-Império, em cujas terras, em alguma época, o Sol não desaparecia. Os fatos têm demonstrado através da História que a união é a única maneira de sobrevivência dos seres humanos assim como das nações. Recentemente o Papa Francisco propôs que, ao invés de pedir-se desculpas aos homossexuais, deveríamos pedir-lhes perdão. A proposta é válida para o nosso comportamento antifraterno. 


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 30.6.2016

25 julho 2016

Una legião! - Jane Maiolo




 UNA LEGIÃO!


Então Jesus lhe perguntou: "Qual é o seu nome? " "Meu nome é Legião", respondeu ele, "porque somos muitos." [1]

Variadas são as questões que envolvem o ser humano na busca do conhecimento de sua identidade real .

Quem somos? É uma incógnita que há séculos o homem tenta desvendar ou pelo menos saciar o desejo de se auto descobrir.

A Doutrina Espírita nos aponta caminhos, ensinando que somos espíritos e que já experimentamos muitos capítulos no limite do mundo físico, sob o guante da matéria grosseira e fora dele , nas infinitas paragens do plano espiritual.

O Espiritismo nos revela que somos compostos de três características dimensionais, a saber: o espírito, isto é, princípio inteligente que preside o pensamento , a inteligência e o senso moral; o perispírito, que se consubstancia no vínculo que conecta o princípio inteligente à estrutura física, invólucro de natureza fluídica , leve, imponderável e, por fim, o corpo carnal, ou invólucro fisiológico para as inter-relações com o universo tangível da vida material.

É bem verdade que somos uma individualidade , por conseguinte indivisíveis, contudo, que envergamos distintas personalidades, estagiando com diferentes nomes , sobrenomes, alcunhas etc. pelos quais diversos personagens nos reconhecem e nos identificam em cada etapa existencial.

Obviamente nossas personalidades sofreram e sofrem influências de natureza endógena (interna) e exógenas (externa). As influências endógenas (interna) são aquelas advindas da nossa realidade espiritual, ou seja, um patrimônio que nos escolta por eras incontáveis e se encontra armazenada na memória emocional, na herança genética, e nas múltiplas aprendizagens enquanto individualidade.

As influências exógenas (externa) são as que nos chegam no dia a dia pelas experiências pessoais, bem como pelas influências de potências mentais provenientes doutras pessoas encarnadas ou não.

Dotados de um amplo acervo mento espiritual permanecemos entre o enlevo do consciente e do inconsciente, manifestando-se em idas e vindas nas estruturas infinitas do nosso eu indivisível. Algumas vezes, visitamos determinadas regiões do inconsciente e daí entronizamos manifestos escombros tangendo para emoções sobrecarregadas, ambíguas, tensas.

Por vezes paralisamos os sentidos , permanecemos inermes e estertoramos na agonia íntima. Doutras vezes nos encontramos tão interligados com o eu real que olvidamos que somos seres imortais e que urge prosseguir na evolução para a aquisição dos valores transcendentes.

O aforismo grego "Conhece a ti mesmo"pode nos trazer grandes revelações e muitas surpresas, porquanto somos entes incompletos, ansiosos, múltiplos em desejos, emoções e sensações. Dessa forma, sem sombra de dúvidas existe uma legião inclusa em cada um de nós, todavia, o que almejarmos e vencermos em nós mesmos nas próximas experiências reencarnatórias definirá o lapso de tempo para nossa união definitiva com o Cristo.

Como observamos a receita para o autoconhecimento é antiga e Agostinho, ex-bispo de Hipona, nos oferece a fórmula para aquisição desse tesouro, vejamos: “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.” [2] Nessa indispensável busca para compreendermos quem somos é forçoso observarmos os convites do Evangelho , dispondo-nos a realizar novas descobertas a fim de ascendermos na hierarquia espiritual o EU aguardado pelo Divino Senhor.

Assim nada se faz de novo mas tudo se revela para aquele que deseja encontrar –se com o verdadeiro .

Perguntará o Senhor: Qual o seu nome? Que dirá?

Meditemos ainda hoje quem somos e o que podemos realizar em favor de nós mesmos.


Jane Maiolo. 



Nota da autora:


O termo "legião", ao tempo do Cristo, era uma referência aos soldados romanos que permaneciam em território palestino e assim subjugavam toda a nação judaica. Nas interpretações subsequentes ganhou o sentido de "muitos".

Referências Bibliográficas:

[1] Marcos 5:9

[2] Kardec, Allan. O livro dos espíritos, questão 919-a (mensagem de Santo Agostinho), RJ: Ed FEB, 2009


24 julho 2016

Abortamento espontâneo - Momento Espírita


ABORTAMENTO ESPONTÂNEO


Por que, para certas mulheres que desejam muito ser mães, ocorrem abortamentos espontâneos?

O que acontece, nesses casos, ao Espírito que se preparava para reencarnar naquele corpo que estava em formação?

Uma senhora narrou, ao jornal italiano L´aurora uma experiência muito interessante.

Ela estava grávida e feliz. Estava no quarto mês de gestação. Os exames preliminares lhe haviam anunciado o sexo da criança: seria um menino, e ela se apressara a começar chamá-lo de André.

Então, uma noite, ela sonhou que estava deitada em um leito de hospital, sem apresentar o ventre desenvolvido, próprio da gravidez.

Estranhou, pois não conseguia entender o que acontecera. Levantou-se e foi até a janela do quarto. Um jardim se descortinava abaixo e nele um garotinho lhe sorria e a saudava com sua mãozinha.

Ela o olhou e lhe disse:

Até breve, meu tesouro. O nosso é somente um até breve, não um adeus.

Despertando, poucas horas depois, Giovanna precisou ser encaminhada ao Hospital da localidade, sob ameaça de um abortamento.

A médica, auxiliada por sua equipe, se esforçou ao máximo, sem conseguir evitar o abortamento espontâneo.

Uma grande tristeza invadiu aquele coração materno, ansioso pelo nascimento de mais um filho.

Desalentada e triste, chorou até se esgotarem as lágrimas. E o sonho da noite anterior então teve sentido para si: seu filhinho viera se despedir. E ela se despedira dele.

Fora o anúncio da tristeza que estava a caminho e que invadiria aquele coração feminino.

Talvez, mais tarde, em um outro momento, ele pudesse retornar, em nova tentativa gestacional. Mesmo porque, conforme o sonho, fora uma despedida temporária.

* * *

Por que ocorrem abortos espontâneos? O Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, interessou-se pela delicada questão.

As respostas lúcidas dos Espíritos de luz se encontram em O livro dos Espíritos.

Em síntese, esclarecem os mensageiros celestes que, as mais das vezes, esses eventos espontâneos têm por causa as imperfeições da matéria.

Ou seja, as condições inadequadas do feto ou da gestante. De outras, o Espírito reencarnante, temeroso das lutas que terá que enfrentar na vida de logo mais, desiste da reencarnação, volta atrás em sua decisão.

Retirando-se o Espírito que presidia ao fenômeno reencarnatório, a criança não vinga, a gestação não chega a termo.

A gestação frustrada é dolorosa experiência para os pais e para o Espírito em processo reencarnatório.

Como não existe sofrimento sem causa anterior, chega a esses corações, como medida salutar para ajuste de débitos anteriores.

Para o Espírito que realizava a tentativa, sempre preciosa lição.

Retornará ao palco da vida terrena, após algum tempo, em novas circunstâncias.

* * *

Para quem aguarda o nascimento de um filho, se constitui em doloroso transe a frustração do processo da gestação.

De um modo geral, volta o mesmo Espírito, superadas as dificuldades, para a reencarnação.

Se forem inviáveis as condições para ser agasalhado no ventre que elege para sua mãe, engendra outras formas de chegar ao lar paterno.

É nessas circunstâncias que a adoção faz chegar a pais não biológicos o filho inestimável do coração.



Fonte: Redação  Momento Espírita
 

23 julho 2016

Premonição - Eurípedes Kühl

 
PREMONIÇÃO

Se fizermos ligeira pesquisa sobre “premonição” encontraremos casos de pessoas que, por exemplo, sonharam com determinada situação e ela aconteceu, ou que, certa vez, quando o telefone tocou, tiveram a certeza de que era o fulano e, no final, era realmente o fulano. A Doutrina Espírita considera esses casos como premonições? Como podemos diferenciar coincidências cotidianas de premonições verdadeiras?

Premonição – Consultando o dicionário vê-se que premonição é uma sensação, um sentimento, uma espécie de advertência de algo que irá (ou está para) acontecer, sem vestígios que o justificassem ou mesmo o indicassem.

Sem esforço e sem prejuízo do significado, pode-se afirmar que presciência, precognição, presságio, pressentimento, em linhas gerais, representam a mesma coisa.

Já pelo enfoque do Espiritismo, premonição seria a faculdade psíquica — espécie de mediunidade — que todos temos, em maior ou menor grau, a qual possibilita o conhecimento antecipado de fatos ou situações futuras.

A premonição ocorre em várias circunstâncias:

- pode representar um bom (ou mau) conselho de um Espírito desencarnado; obviamente, se bom, vem de um amigo; se mau, de inimigo, ou, às vezes, apenas de um zombador inconsequente, que se diverte com o medo ou euforia que provoca;

- antes de nascer, o indivíduo toma conhecimento do seu programa reencarnatório e aí, quando encarnado, conquanto brindado pela Bondade divina com o esquecimento do passado, à aproximação de fato marcante previsto naquele programa, visita-o ligeira impressão daquilo que está para acontecer;

- no sono, esse desdobramento proporciona emancipação parcial ao Espírito que, no plano espiritual, pode então se encontrar com Espíritos afins que lhe dão notícia de algo que está, de alguma forma, sendo engendrado em torno da sua existência, ou do seu círculo de parentesco ou amigos, ou no local em que reside e até mesmo relativamente ao plano terreno. Temos como exemplo dessa última hipótese as visões dos profetas, de todos os povos e em todos os tempos;

- relato o instigante caso de “premonição coletiva”, isto é, muitas pessoas tiveram a mesma visão antecipada de um acontecimento marcante na história da navegação marítima... Refiro-me, sim, ao navio “Titanic”.

Para ilustrar sonhos premonitórios, valho-me de um fragmento extraído do meu livro “Sonhos: viagens à alma”, (cap. 1 – Tipos de sonhos), editado em 2001, pela Butterfly Editora, SP/SP:

(...)

- premonitórios: de propósito, deixamos para encerrar este capítulo o fascinante e antiquíssimo “sonho humano” de interpretar os sonhos premonitórios, tidos desde sempre à conta de sobrenaturais.

O encantamento de que se revestem os sonhos premonitórios induz-nos a uma atitude de máximo respeito com os pensadores antigos, modernos e contemporâneos, que se debruçaram e se debruçam na investigação de como é que eles, os sonhos, podem acontecer.

Uma coisa é certa: a todos aqueles pesquisadores, exclusive os que são espíritas, acometem ardentes perguntas irrespondidas, dando causa a redobradas reflexões, teses e hipóteses, sem que o consenso seja alcançado.

Só para exemplificar, vejamos alguns:

Sonhos sobre tragédias – Existem sonhos que são mesmo impressionantes: noticiam tragédias com antecipação, com detalhes.

Titanic - Talvez o acontecimento trágico humano que mais predições teve foi o afundamento do navio “Titanic”, em 14.abril.1912, no qual morreram mais de mil e quinhentas pessoas:

- Um jornalista inglês, William Thomas Stead escreveu uma reportagem fictícia na década de 1880 sobre um grande navio de passageiros que afundara no meio do Oceano Atlântico. A reportagem foi publicada no “Pall Mall Gazette”. Em 1892, escreveu outro artigo citando uma imaginária colisão de um navio com um iceberg, no Atlântico. Em 1910, fez uma palestra, sempre citando a necessidade dos construtores de navios equipá-los com botes salva-vidas suficientes, do contrário, haveria tragédias. Na palestra, citou que ele próprio se via morrendo afogado nas águas geladas, vítima de um naufrágio. Stead, sabendo que a “Cia. White Star” estava construindo um transatlântico, que se chamaria “Titanic”, resolveu consultar vários videntes. Um deles (W. de Kerlor) sonhou que Stead faria uma viagem aos EUA e o via junto a mais de mil pessoas, afogando-se e pedindo socorro. Stead sequer pensava em viajar.

Mas acabou mesmo como náufrago do “Titanic”...

Em 26.abril.1912, isto é, doze dias após o naufrágio do “Titanic”, o Espírito Stead, pela mediunidade da Srª Coates, em Glanberg House, Escócia, comunicou-se. Sabia-se já desencarnado. Pedia preces pelos demais náufragos, aos quais ele próprio não podia ajudar, pois que ainda sentia dificuldades. Citou que a maioria dos náufragos, desconhecendo a vida após a morte, sofria terríveis angústias, aturdidos ante a situação inesperada. A seguir faz exortação evangélica, recomendando o não engrandecimento pelos bens terrenos. Informou que, a seu pedido, os músicos de bordo tocaram “Perto de Ti, meu Deus, mais perto de Ti!”. Narrou que tanta foi a emoção dos músicos executando aquele hino, que logo ouviram-se Espíritos cantando-o em voz melodiosa, espargindo, em profusão, eflúvios de luz suavíssima.

De fato, sobreviventes da tragédia do “Titanic” relataram que William T. Stead, ante a iminência da morte, nos terríveis momentos que precederam à morte inevitável, amparava e confortava seus companheiros de desdita. (Admirável).

A mensagem mediúnica de Stead foi publicada no “American Register”, por iniciativa do Sr. James Coates, marido da médium; - Morgan Robertson, autor nova-iorquino, em 1898, após ter entrado em transe, segundo declarou, escreveu e publicou um romance, a que deu o título Futilidade. No livro, descrevia que um navio, numa noite gélida de abril, com velocidade imprudente devido às brumas, com três mil passageiros, chocava-se com iceberg. Nome do navio: “Titan”...;

- Um negociante de Londres (J. Connon Midleton) sonhou, duas noites seguidas, que estava vendo os destroços do “Titanic” e os passageiros e tripulação nadando ao redor do navio. Cancelou a viagem que havia programado naquele transatlântico...;

- Anos após a tragédia do “Titanic”, pesquisadores concluíram que eram autênticas, pelo menos, dezenove premonições, através de sonhos, transes, visões e vozes.

Premonição e formas-pensamento – A psicosfera terrena (atmosfera astral da Terra) está e é, toda ela, permeada e entrecruzada de formas-pensamento, de Espíritos encarnados e desencarnados, e aí, algumas pessoas, uma ou outra vez, na vigília ou no sono, em uma ou outra sintonia, pode estar com seu canal psíquico (estado mental) receptivo e captar fragmentos do conteúdo de fatos ou situações futuras inevitáveis que já são do conhecimento de outros Espíritos — testemunhas ou os que engendram tais fatos ou situações. Quanto mais abertura mental, mais precisão na premonição (detalhes – quando, onde, com quem etc.).

Premonição e instinto – O instinto (sublime ferramenta de sobrevivência de todos os seres vivos) responde por grande número de pressentimentos; nesse caso, a forma absolutamente autônoma como o instinto opera torna totalmente imprevisível seu mecanismo, não sendo, pois, passível de ser “administrado” (processado, desenvolvido, aumentado).

Premonição e intuição – Já a intuição, que tanto maior será em razão da elevação moral, também justifica e contempla o conhecimento de fatos futuros, por situar o indivíduo em sintonia mais ou menos permanente com os Espíritos evoluídos responsáveis pela realização de tarefas neste planeta. Se me permitem, imagino que a intuição é a depuração máxima do instinto: quanto mais depuração moral, ocorrerá aumento intuitivo e decréscimo instintivo; assim, quanto mais virtuoso for o Espírito, maior será sua intuição e, inversamente, menor seu instinto.

Premonição e “dupla vista” – A “dupla vista” (o indivíduo, na vigília, ver com os olhos da alma fatos distantes ou futuros) pode também proporcionar pressentimentos. Voltando a falar dos profetas, parece-me que foi pela dupla vista de vários profetas que temos registros históricos de vários perigos que foram afastados ou, ao menos, minimizados. Como exemplo podemos citar a interpretação exata de incontáveis sonhos bíblicos: José – in Gênesis 41:15-30, 47-49, 54; Gideão – in Juízes 6:11, 7:13-22; Nabucodonosor II – in Daniel 2:1-9, 29-45; e 4:10-17; José, pai de Jesus – in Mateus 1:20-21; 2:13; 2:20. Quer-me parecer que a “dupla vista” é atributo de Espíritos evoluídos, sendo que Jesus é o exemplo máximo de Espíritos que a possuem, como, aliás, de todas as demais faculdades e dons morais.

Coincidências cotidianas – No exemplo citado (da pessoa “saber” antecipadamente quem está ao telefone que tilinta) nada objeta supor que isso acontece pelos mesmos insondáveis, conquanto frequentes, casos de telepatia (comunicação direta de duas mentes, sem intermediários). Uma coisa, porém, parece governar tais ocorrências: que os dois Espíritos sejam afins e estejam sintonizados numa mesma faixa vibratória.

*

Pode-se dizer que uma pessoa que tem premonições é médium? Qual é a definição de médium?

Não. Não pode. Médium, em linhas gerais, é um indivíduo que possui a faculdade mediúnica orgânica que o possibilita ser intermediário do plano espiritual com o terreno, comunicando-se com Espíritos desencarnados. Há casos, mais raros, de comunicação de Espíritos inter vivos, isto é, encarnados ambos: o médium e o locutor, o qual, nesse caso, onde estiver estará desdobrado pelo sono (dormindo), ou, no mínimo, em lassidão.

Por oportuno, registro que “mediunidade” é faculdade orgânica, variável de existência terrena para existência terrena, e constitui bênção divina, verdadeira ferramenta evolutiva para ser usada a benefício do próximo, jamais como usufruto de quem a tem; já “dom” é conquista individual, patrimônio inalienável, que demonstra mérito aquisitivo, fruto de não poucas vitórias ante toda sorte de dificuldades ou adversidades próprias do roteiro evolutivo terreno. Num e noutro caso, inexoravelmente prevalece o livre-arbítrio do detentor, episódico (da mediunidade) ou definitivo (do dom), para o uso que fizer disso... respondendo, porém, por tal opção, segundo a Lei de Ação e Reação.

Como o Espiritismo explica que algumas pessoas tenham a faculdade de prever acontecimentos futuros e outras não?

A premonição (previsão de acontecimentos futuros) é faculdade que apresenta “n” graus. As pessoas que a têm em alto nível se tornam marcantes. Mas, via de regra, todos temos essa faculdade, por isso é que aparentemente há quem não a possua...
V Pessoas que têm a faculdade da premonição também podem ter visões de Espíritos? Uma coisa está necessariamente relacionada à outra?

Sim, para a primeira pergunta; não, para a segunda.

No Espiritismo, como uma pessoa que tem a faculdade da premonição ou da clarividência aprende a conviver com essa faculdade?

Essa pessoa será a responsável única pelo emprego que fizer dessa faculdade. Explicam os Espíritos Superiores, relembrando Jesus, que deve ser dado de graça, tudo aquilo que de graça for recebido... O melhor emprego, evidentemente, será pautado pelo bom senso: muito tato, para não desandar a contar tudo o que pressente, evitando causar desconforto ou inaugurar preocupação em quem quer que seja; divulgar só aquilo que promova o bem, coletivo ou individual, ou que resulte em atitudes de precaução, de prudência, de vigilância.

Como uma pessoa pode ter a certeza de que ela é médium? Existem alguns sinais que indicam isso?

Obs.: Responderei essa pergunta, conquanto ela não se enquadre no estudo da premonição, até porque nada objeta que um médium eventualmente tenha alguma premonição, não necessariamente advinda de mediunidade.

Normalmente não se poderá e nem se deverá afirmar “a priori”, de imediato, que é médium aquele indivíduo que apresenta alguma anormalidade psíquica ou comportamental, ou que esteja sendo visitado por acontecimentos estranhos, inusitados, inexplicáveis.

Existem, sim, alguns sinais ou sintomas que podem, subjetivamente, serem indicativos — apenas indicativos — de eclosão da mediunidade.

Prudente, nesses casos, será aguardar a repetência ou continuidade dos sintomas e que esse indivíduo passe a frequentar um Centro Espírita, para ser orientado por espíritas estudiosos e prudentes, detentores de experiência mediúnica ou doutrinária, os quais analisarão o caso, sem emitir diagnósticos apressados, do tipo “é mediunidade a desenvolver!”. Aí, com observação fraternal e contínua, o próprio tempo definirá se realmente se trata de mediunidade ou se a pessoa deve ser encaminhada à Medicina terrena — outra grande bênção neste planeta. Só no primeiro caso, essa pessoa deverá ser matriculada em cursos de mediunidade, passar a assistir palestras doutrinárias, receber passes, engajar-se em alguma atividade filantrópica, para então, mais tarde, ser convidada a participar de grupo mediúnico.

Eurípedes Kühl
Ribeirão Preto, SP (Brasil)

22 julho 2016

Sobre cartas psicografadas - Hugo Lapa



SOBRE CARTAS PSICOGRAFADAS


Temos que sempre ver com bastante reserva os pedidos insistentes e a necessidade que alguns familiares têm de se comunicar com aqueles que já foram. É preciso entender que o espírito precisa ir tranquilo para o plano espiritual, pois agora ele está em outra fase. Ficar tentando essas comunicações pode prende-lo na vida que se passou. Não existe mais nada da vida física para esse espírito, agora ele vive em outra realidade.

Muitas vezes essas psicografias são feitas com uma boa intenção, de consolar as pessoas em desespero. Mas temos que sempre deixar claro que os familiares precisam extinguir o apego dentro de si, pois a morte não existe. Se acreditamos mesmo em vida após a morte, para que ficar esperando cartas do além?

É preciso que todos compreendam que a época de pedir psicografias de entes queridos já passou, pois no passado, quando o plano espiritual ainda não era muito conhecido do público, existia uma necessidade de comprovação do fenômeno. Mas agora as pessoas precisam começar a acreditar, a ter fé sem precisar de provas. Muitas vezes cartas como essa reforçam o apego aos entes queridos que já se foram, pois isso passa a ideia de que o espírito ainda é filho, pai, mãe, irmão, etc, quando não é mais… Essa foi a necessidade do passado, mas hoje as pessoas precisam começar a se desprender desse desejo por provas e passar a desenvolver mais a fé, a intuição e o coração, tendo convicção íntima de que a vida continua sem a necessidade de provas e o apego que isso gera e mantém.

O espírito é apenas espírito, e nada mais… Ele não é mais o filho de ninguém, não é mais pai de ninguém, não é mais irmão daqueles que recebem as psicografias e choram com elas… O espírito não tem mais parentesco, ele é um princípio inteligente livre e puro, cuja origem é Deus…

Esses papéis passageiros fazem sentido para nós, mas não mais faz sentido para o espírito, a não ser para os espíritos que ainda estão demasiadamente presos a Terra. Reforçar esses laços de apego pode prender o espírito no nível da crosta terrestre, e prejudica-lo por atrasar ou mesmo impedir a sua ascensão ao plano espiritual e ficar perdido e perambulando sem rumo aqui na Terra aprisionado a uma ou mais pessoas. Vamos praticar mais o desapego… Nossos filhos não são nossos filhos… eles são espíritos livres.


Autor: Hugo Lapa

21 julho 2016

“O” Homem e “a” Mulher ante a questão de Gênero após a morte - Jorge Hessen




“O” HOMEM E “A” MULHER ANTE A QUESTÃO DE GÊNERO APÓS A MORTE

O homem moderno é modelado dentro de uma cultura racista, patriarcal, misógina e homofóbica. O Evangelho é um convite perene à prática da fraternidade, do amor, da não-violência, especialmente diante dos dessemelhantes que compõem o universo minoritário de uma sociedade densamente machista. Não obstante seja avesso à ideia de grupos de “minorias” ou “maiorias” sociais, reconheço que os termos já estão consagrados pelo uso e ademais é inaceitável qualquer tipo de discriminação perante os “desiguais”.

A hercúlea luta contra o preconceito e a homofobia possui aspectos sádicos. Diversas vezes essa luta descomunal principia onde o ser humano deveria se sentir mais acolhido e resguardado: ou seja, o grupo familiar. Atualmente, nos EUA, por exemplo, há uma nova classe de moradores de rua (isso mesmo! Moradores de rua) que está crescendo em deplorável rapidez, formada por adolescentes homossexuais expulsos da família. Segundo cálculo do Centro de Progresso Americano, mais de 300 mil jovens tiveram de recorrer a abrigos públicos após serem mandados embora de casa (banidos) pelos próprios pais em face da sua orientação sexual.

Estudos realizados nos EUA indicam que a grande maioria desses jovens excluídos afastam-se de famílias conservadores e profundamente religiosas. Nesses contextos, compreender a homossexualidade como algo natural é intensamente mais difícil. Quase metade dos homossexuais norte-americanos afastam-se de casa pouco tempo depois de admitirem suas orientações sexuais perante a família – a maioria contra a própria vontade. [1] Ora, a homossexualidade é uma orientação sexual, assim como a heterossexualidade e bissexualidade (assexualidade pode ser considerada uma orientação também). São orientações naturais, não provindas de distúrbios ou quebras de personalidade, conforme assegura o Espirito Emmanuel em “Vida e Sexo”, no capítulo intitulado “homossexualidade”.

Recentemente , como se não bastasse o barbarismo cometido por Omar Mateen, um aliado do Estado Islâmico resultando na morte de 49 de pessoas, na boate Pulse, deixando outras 50 feridas, sabemos de muitas outras formas de aberrações praticadas contra homossexuais. Na verdade, o fundamentalismo religioso é a maior tragédia que existe no mundo. Não há como entender o ódio que culmina em atos de violência e tortura contra as pessoas em nome de Deus.

Após o episódio ocorrido na casa noturna Pulse em Orlando, Estados Unido, um pastor norte-americano disse que “não está triste por homossexuais terem sido mortos na boate. (…) a tragédia é que mais deles não tenham morrido. Eu gostaria que o governo os reunisse, colocasse todos contra uma parede, colocasse o pelotão de fuzilamento na frente deles e explodisse seus cérebros. ”[2] Outros grupos cristãos extremistas, como a Westboro Baptist Church, afirmaram que os frequentadores da Pulse estavam “no inferno” após os assassinatos. “A tragédia mesmo é que mais deles não tenham morrido. A tragédia é o Omar Mateen não ter terminado o trabalho – porque estas pessoas são predadores. Eles são abusadores. [3]

O assunto homossexualidade não foi pesquisado em profundidade pelo Codificador nas obras básicas. Em O Livro dos Espíritos, observamos, porém, que podemos reencarnar na categoria de homem, ou na condição de mulher. No mundo espiritual a questão do título de “ele” ou “ela” não faz muito sentido, porquanto os Espíritos não se tratam na condição de gênero.

Não há, portanto, reprodução de espíritos no além pelo processo de acasalamento sexual. Todavia, as genitálias existentes no corpo físico se justificam em razão das leis de manifestação biológica (carnal) objetivando adequar o processo reencarnatório pela reprodução biológica por meio da cópula sexual.

A prova masculina e ou feminina em múltiplas vidas, o predomínio em tal ou qual experiência estabelece que o Espírito conserve as características que nele ficou gravado, consequência da influência que o corpo físico transmite ao perispírito. Por conseguinte, o Espírito, em reencarnando, apresentará as particularidades do gênero que mais longamente viveu e apresentará na estrutura psicológica as inclinações afins a essas experiências pregressas.

Portanto, somos Espíritos de polaridade psicológica masculina ou feminina, consequência de contínuas reencarnações num ou noutro gênero. Tão-somente após sobrepujarmos nossas falhas anexas ao apego à matéria , ao sensualismo, ao egoísmo e ao orgulho é que os nossos atributos sexuais desaparecerão, automática e gradativamente, após a obtenção de “qualidades nobres inerentes à masculinidade e à feminilidade”. [4]

As provas diferentes que vivemos no corpo físico se distinguem pela transitoriedade. Tudo se transforma e, se bem acolhido como lição vantajosa, será agente de maior felicidade no futuro. O que importa realmente é o que fazemos de bom nas hostes da caridade em favor do semelhante e de nós próprios, como abrigamos e compreendemos as ações dos outros e não as nossas condições de gêneros.

Jorge Hessen


Referências:



[3] Idem

[4] Viera, Waldo e Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espirito André Luiz, cap. XII, RJ: Ed. FEB, 1999

20 julho 2016

A Vida Continua - Zíbia Gasparetto


A VIDA CONTINUA

Somos eternos! A morte é só uma mudança de estado. Depois dela, passamos a viver em outra dimensão. Porém, continuamos a ser os mesmos, com as mesmas ideias, afetos e sentimentos.

Aquela mãe controladora que sempre dizia o que você deveria fazer, aquele marido ciumento e mandão, aquele parente que não apreciava você – todos eles estão lá, na outra dimensão, iguaizinhos como eles eram no mundo terreno. Se as leis que regem os diferentes planos de vida não fossem tão rigorosas, talvez eles continuassem a perturbar sua vida, mesmo depois de mortos. E embora alguns acreditem nisso, não é tão fácil assim. Os mundos são separados por diferentes ondas de frequência, o suficiente para garantir o bem-estar de todos.

Também aqueles que você ama, os artistas que você admirava, o amigo que você não esquece – todos continuam mais vivos do que nunca, fazendo parte de uma sociedade organizada, onde podem desempenhar várias atividades: trabalhar, aprender, experimentar. Outros mundos existem neste universo infinito. Já pensou como a vida é extraordinária?

A vida precisa ser renovada. A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se modificam na estrutura dos que ficam.

E, sendo uma lei natural, ela é sempre um bem, muito embora não queiram aceitar isso. Nada é mais inútil e machuca mais do que a revolta.

Lembre-se de que nós não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável.

O inconformismo, a lamentação, a tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida.

Ele também sente a sensação de perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos de tristeza e dor dos que ficaram.

Se ele não consegue vencer esse momento difícil, volta ao lar que deixou e fica ali, misturando as lágrimas, sem força para seguir adiante, numa simbiose que aumenta a infelicidade de todos.

Pense nisso. Por mais que esteja sofrendo a separação, se alguém que você ama já partiu, liberte-o agora. Recolha-se a um local tranquilo, visualize essa pessoa em sua frente, abrace-a, diga-lhe tudo que seu coração sente. Fale do quanto a ama e do bem que lhe deseja.

Despeça-se dela com alegria, e quando recordá-la, veja-a feliz, refeita.

A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz.


Zíbia Gasparetto