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31 outubro 2018

A intolerância que eu desconhecia em mim - Adriana Machado



A INTOLERÂNCIA QUE EU DESCONHECIA EM MIM


Mais uma vez, percebemos como a vida é sábia.

Somente quando somos testados pelas alegrias e adversidades, somente quando os nossos interesses são glorificados ou colocados em “perigo” é que deixamos emergir para a superfície de nossas ações aquilo que ainda trazemos em nossos corações, aquilo que ainda nos acompanha como parte de nossa essência.

Enquanto vivemos uma existência sem tormentos, enquanto vivenciamos um mar de tranquilidade antes as circunstâncias que nos rodeiam, não temos noção das mazelas que carregamos nas profundezas de nossa alma, tampouco a nossa capacidade de fazer o bem.

Mas, não é para isso que viemos aqui neste planeta escola? Não é para nos conhecermos e nos lapidarmos, para nos conhecermos e nos aprimorarmos?

A espiritualidade há muito tem nos avisado que passaríamos por momentos de aprendizado; que deveríamos nos preparar para enfrentar os nossos temores mais íntimos; que também nos escandalizaríamos com as nossas boas e não tão boas ações e pensamentos, porque as máscaras iriam cair e que nos enxergaríamos por inteiro.

O momento chegou. O momento de turbulência está aí para quem quiser admitir!

O nosso povo está dividido, realmente, dividido. Uns mais exaltados, outros mais comedidos, mas o que conta é o que flagramos em nossos corações.

Pense com honestidade, sem buscar justificativas: o que está acontecendo aí dentro do seu Eu? Quais os sentimentos que estão borbulhando, que estão se fazendo presentes a cada experiência boa e não tão boa que vivencia? Elas o incomodam? Se sim, o que fará a respeito?

Percebo muitas em mim! Me surpreendo com algumas que antes eu mesma afirmava (ou até condenava) ser inconcebível para um ser cristão! Elas estão aqui e o que faço? Tenho de me envergonhar por tê-las? Não.

Como não?

Não tenho de me envergonhar porque elas são aquilo que estou, mas não significa que eu as aceitarei em meu ser. Se eu as estou abominando em mim, posso simplesmente trabalhá-las pacificamente para transmutá-las. Diante de tantas lutas externas que assolam o nosso país, não preciso criar outra batalha dentro de mim para me lapidar. Posso fazer isso no silêncio de minha vontade, na minha vontade de querer mudar.

Mas, além das circunstâncias, o que fez ressurgir e alimentar tais sentimentos em cada um de nós?

Eu acredito que o maior impulsionador de nossos sentimentos exacerbados é o nosso medo!

Estamos com medo! Medo desta instabilidade, medo da violência, medo do nosso presente, medo de vermos que, efetivamente, a nossa vida está na mão de outras pessoas que poderão, através de suas concepções (diferentes das nossas), moldar um futuro que nos parece aterrorizador. O brasileiro tomou consciência de seu papel como cidadão e que a escolha do coletivo fará diferença para a condução de sua vida.

O engraçado é que esse papel nunca fugiu deste contexto. Pela nossa ignorância cívica, não dávamos o devido valor ao nosso voto e, por isso, sempre estivemos à mercê de qualquer decisão mal direcionada de nossos governantes, podendo-nos trazer o caos e a decadência. Somos parte da mesma moeda, onde um for, o outro lado vai também!

No entanto, somente agora, ante as adversidades vivenciadas pela nação, o povo aprendeu que não podemos nos alienar ou nos isentar de nossas responsabilidades.

Percebam que, em nenhum momento, estou apontando quem está certo ou errado. Estou, ao contrário, me referindo a todos os brasileiros, sem exceção, que, em razão de tantas dificuldades, temem por um futuro sombrio e, por isso, usam da intolerância como um escudo de proteção.

O medo nos afasta de quem pode nos ajudar. O medo nos leva a acreditar que o caos impera. O medo nos leva a agir com violência verbal ou física contra aqueles que acreditamos que concretizarão o que mais tememos. O medo nos faz enxergar um inimigo a cada esquina.

Voltemo-nos para o Cristo. Voltemo-nos para quem realmente nos ampara a cada momento e ajamos conforme Ele ensinou[1]: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.”

Nesta passagem bíblica, Ele nos dizia que precisamos fazer a nossa parte. Não podemos cruzar os braços, mas, agirmos sim, seguindo os Seus ensinamentos no império da paz, do consolo e da compreensão.

Voltemo-nos para o nosso Ser. Busquemos compreender o medo que nos assola para que a nossa fé seja mais forte do que ele. Abandonemos a intolerância e façamos as pazes com os que pensam diferentes de nós, porque a intenção deles não é o nosso prejuízo, mas sim concretizar o que entendem ser o certo e impedir que vivenciemos as dificuldades que eles enxergam para o futuro de todos.

Assim, com esse novo entendimento, mataremos de fome o medo que nos inunda e incomoda e fortaleceremos a nossa fé na Providência Divina que nos fará compreender que, se todos estão fazendo a sua parte, não importa quem chegará no Podium, nada fugirá ao que o nosso povo, agora, necessita para o seu aprendizado coletivo.

[1] Matheus, 7:7-8


30 outubro 2018

Prospera no trabalho - Raul Teixeira



PROSPERA NO TRABALHO


Com toda a certeza, o ser humano estranha, ainda agora, o fato de ter que trabalhar para atender as necessidades da vida material.

Muitos, visivelmente agastados, questionam-se, tanto quanto indagam a terceiros, sobre quem tem a autoria do trabalho.

Um pouco de atenção, contudo,levar-nos- á e aos questionadores, bem como aos que demonstram ojeriza ao trabalho, à compreensão de que o trabalho é uma das bem-aventuradas leis de Deus, ainda que muitos mantenham sua indisposição a qualquer tipo de ocupação útil. Foi o Criador da Vida, sem embargo, o criador do trabalho.

Recordemo-nos de que o Cristo afirmou que o Pai Celestial trabalhava sempre, e que Ele trabalhava também.

Assim, longe de ser um ato lamentável ou algo doloroso, é o trabalho uma das grandes oportunidades para que a criatura humana se desenvolva e se aproxime do Senhor dos Mundos. Temos na Terra diferentes modos de realizar trabalho.

O trabalho de iluminação intelectual, que impõe vontade e disciplina, regularidade e disposição para realizá-lo.

O trabalho de renovação do universo cultural, que exige amadurecimento e sensibilidade, a fim de que a alma se assenhoreia desses valores.

O trabalho na gleba terrena, onde se desatam as folhas verdes e os grãos, que precisam de quem conheça o ofício de adubar, de podar e de regar, para que não se mutile o vegetal.

O trabalho de lavrar a madeira ou o ferro, com ancinhos e formões, serrotes e martelos, com forjas, bigornas e tornos, o que exige prudência e imaginação, para que se leve a cabo a empreitada.

O trabalho de projetar, calcular e construir a morada humana, por meio da criatividade da arquitetura, da lucidez do cálculo e da força muscular, o que somente se consegue após longos anos de bancos escolares e de experiências com as várias combinações e traçados dos materiais.

O trabalho realizado no mundo, portanto, apresenta-se como recurso indispensável para que se possa conquistar tanto os valores da teoria quanto os dotes experimentais.

Não foi sem sentido que os nobres Mensageiros da humanidade ensinaram que toda ocupação útil é trabalho.

Pobre de quem somente vê o trabalho como fonte de ganhos e de lucros pecuniários.

Triste de quem não consegue ver no trabalho, que ilumina a mente e faz crescer a alma ou que fortifica a musculatura e honra a existência, a forma feliz de o homem conseguir prestar serviço ao semelhante, o que redunda em favor de si mesmo.

É por esses motivos que nos devemos lançar no aprimoramento da alma e do corpo, por meio do trabalho, quer dizer, de toda e qualquer ação de utilidade que venhamos a desenvolver na Terra.

Adotemos, pois, os bons costumes de gostar de ler, de estudar, de tocar um instrumento, de desenvolver ciências e artes, ao mesmo tempo que nos cabe forjar luz na mente e no coração, a fim de que o Cristo passe a pulsar em nossas atitudes, fale com nossas palavras e brilhe na luz projetada dos nossos raciocínios e sentimentos.

Seja qual for a luta a enfrentar na Terra, não deveremos deixar de desenvolver, em nós e em redor de nós, o hábito por demais salutar de servir por meio do trabalho que possamos realizar.

Trabalho sempre, eis a nossa meta para que nos acerquemos sempre mais do nosso Pai Criador.

Guilherme March
Psicografia de Raul Teixeira, em 21.5.2009, no Instituto Espírita Bezerra de Menezes, em Niterói, RJ.

29 outubro 2018

Suicídio Inconsciente - Rafael Paes de Campos



SUICÍDIO INCONSCIENTE


É sempre muito difícil quando precisamos escrever sobre suicídio.

As estatísticas em nosso país crescem vertiginosamente. Dados estatísticos apontam que do ano de 2000 ao ano de 2015, os suicídios cresceram 65% entre pessoas com idade entre 10 e 14 anos, e 45% em pessoas de 15 a 19 anos.

Mais assustador ainda é falar em números reais. No nosso país, em média, 32 pessoas tiram a própria vida por dia, sendo essa a segunda maior causa de mortes entre jovens dos 15 aos 29 anos de idade, principalmente entre mulheres dos 15 aos 19 anos.

Entretanto, esse tema já foi trabalhado em artigos anteriores e, por isso, hoje trabalharemos um assunto pouco abordado, mas não menos importante: o Suicídio Inconsciente.

Mas, em que consiste o suicídio inconsciente ou, como também é chamado, suicídio indireto? É o ato de aniquilarmos, lenta e progressivamente, nosso corpo material. Como? De diversas formas.

Viver irritado é uma de suas formas, haja vista que tal estado é causador de problemas circulatórios; fazer uso indiscriminado e não seguindo orientações médicas de calmantes, buscando uma tranquilidade artificial; usar alucinógenos através de drogas, lícitas ou ilícitas, buscando uma euforia de caráter ilusório; vícios mentais, que de tanto pensarem negativo, desenvolvem doenças psicossomáticas; os maledicentes que passam a vida se envenenando com a maldade que eles julgam erroneamente estar em seu próximo; aqueles que alimentam rebeldia e constante inconformidade com a vida e seus caminhos; os que são demasiadamente apegados à pessoas ou bens materiais, que passam a vida toda pensando em ter, cuidar, não perder, entre outros sentimentos e; por fim, os excessos de diversos tipos: alimentação pouco ou nada saudável, tabagismo, bebida alcoólica em excesso, sexo sem responsabilidade e desregrado. Aqui fica a exclamação. Muitos de nós fazemos uma ou mais dessas coisas que usei como exemplo.

O mais conhecido caso de suicídio inconsciente é do Espírito André Luiz, que descreveu suas experiências e sua surpresa por ser considerado suicida, no Livro Nosso Lar. Segue trecho do livro onde ele demonstra que assim o acusavam sem que ele tivesse consciência de que havia atentado contra sua própria vida:

- Que buscais, infeliz! Aonde vais, suicida?

Tais objurgatórias, incessantemente repetidas, perturbavam-me o coração. Infeliz, sim; mas, suicida? – nunca! Essas increpações, a meu ver, não eram procedentes. Eu havia deixado o corpo físico a contragosto. Recordava meu porfiado duelo com a morte. Ainda julgava ouvir os últimos pareceres médicos, enunciados na Casa de Saúde; lembrava a assistência desvelada que tivera, os curativos dolorosos que experimentara nos dias longos que se seguiram à delicada operação dos intestinos. Sentia, no curso dessas reminiscências, o contato com o termômetro, o pique desagradável da agulha de injeções e, por fim, a última cena que precedera o grande sono: minha esposa ainda jovem e os três filhos contemplando-me, no terror da eterna separação. Depois, o despertar na paisagem úmida e escura e a grande caminhada que parecia sem fim (LIVRO NOSSO LAR).

Olvidava-se André Luiz dos excessos alimentares e de bebidas alcoólicas que cometera ao longo de sua vida, levando-o a destruição de todo seu aparelho gástrico e levando-lhe à condição de suicida inconsciente.

Pois é, meus queridos leitores. Todos os dias nós cometemos os mais variados excessos. Todos os dias nós tomamos atitudes que vão minando a saúde de nosso corpo físico antes da hora. Principalmente nos dias atuais, onde nos estressamos demais, trabalhamos demais, queremos demais, fingimos demais, somos fúteis demais, nos preocupamos demais com o que os outros vão pensar, bebemos em excesso dando a desculpa de que trabalhamos demais na semana e merecemos, fumamos em excesso porque alivia nosso estresse. Para tudo temos desculpas... E em tudo, nos matamos um pouco.

Infelizmente, as consequências de tal “tipo” de suicídio está descrita no Livro dos Espíritos, das questões 943 a 957 e já foram abordadas oportunamente em artigo anterior.

Entretanto, o suicídio involuntário, sabendo-se de seus “instrumentos”, pode ser evitado por nós. Como? Reforma íntima, oração e vigília! Todos podemos nos tornar pessoas melhores, todos podemos cuidar mais de nosso corpo físico, todos podemos fazer mais por nós mesmos... Basta que tenhamos força de vontade!

Vamos tentar?


Rafaela Paes de Campos


28 outubro 2018

Bullying: como lidar com o agressor? - Eugênia Pickina



BULLYING: COMO LIDAR COM O AGRESSOR?


"Educar mal um homem é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade" - Voltaire

Vez por outra as crianças (e os adolescentes) brigam em razão de inúmeros desentendimentos. São brigas episódicas e que têm simplesmente um fim. Isso não tem nada a ver com o bullying.

Bullying, presente nas escolas em todo o mundo, é praga social que afeta inúmeras crianças e adolescentes e que, infelizmente, a partir da década de 1970, aumentou drasticamente, segundo demonstrativos de estudos científicos diversos.

Na infância e nos anos iniciais do ensino médio, eu fui vítima do bullying. Por causa dele, achei a escola um lugar horrível e inseguro. O que me salvou foi a minha natural introversão e o meu amor aos estudos.

Na sala de aula, no pátio da escola, especialmente durante o recreio, eu e mais duas meninas – as três recém-chegadas à essa escola –, por sofrer o sadismo de um grupo de colegas, compreendemos que se engana quem acredita que o bullyingé monopólio de meninos! Meninas (e na infância e na adolescência) podem ser cruéis, maldosas, e sem fazer uso de força física, isto é, elas ofendem usando a agressão verbal, manifestando de modo repetido atitudes grosseiras (são traços inequívocos de espíritos atrasados): indiferença, exclusão, caçoada, apelidos, ameaças…

O agressor tem fragilidade? Logicamente. Contudo, a ideia de fazer o outro ser humano sofrer é sempre inaceitável. Por isso, no geral, o autor do bullying revela já precocemente mau-caráter, impulsividade, baixa autoestima, falta de empatia, um nítido sentimento de inferioridade. Além disso, na maioria das vezes, o agressor costuma promover a violência na escola com base também em antivalores que traz de sua vivência doméstica.

Bullying é prática abusiva. O agressor, então, devidamente identificado pelas autoridades educacionais, necessita de cuidado e correção. O ideal é que ele faça, por exemplo, pequenos trabalhos comunitários dentro da própria escola – auxiliar na biblioteca, na enfermaria ou na cantina, porque o mero castigo não educa, não gera mudança, não ajuda aquele que pratica violência reiterada contra colegas a entender a gravidade dos seus atos e suas consequências. E isso poderá ser feito durante o recreio ou intervalo, e para dar oportunidade ao agressor incorporar um novo tipo de conduta, ou seja, a atitude que manifesta respeito pela dignidade alheia.

Ato violento, o bullying é realidade mundial que merece atenção e cuidado por parte das famílias e das escolas, pois geram danos contra terceiros (as vítimas do bullying). No caso de agressores menores, os pais são também responsáveis, pois há para eles o dever de supervisionar os filhos.

Aos pais que têm uma criança que está a sofrer o bullying no ambiente escolar, e a escola, por sua vez, assume uma posição omissa, um aviso: procurem assistência jurídica, pois os atos configurados como bullying atingem diretamente os direitos fundamentais da pessoa humana (previstos na Constituição Brasileira e no Estatuto da Criança e do Adolescente) e têm, por isso, o devido amparo legal.

Rubem Alves, que foi vítima de bullying na escola, tem razão quando contou que “o bullying é a forma escolar de tortura”.

Notinhas:

Bullying é definido como a violência que ocorre entre crianças e adolescentes, de forma intencional, repetitiva e sem motivação aparente, demarcada pelo desequilíbrio de poder entre agressor e vítima em alguma instância.

Prática abusiva proibida, o bullying (intimidação frequente, seja física ou psicológica) é um dos principais problemas de disciplina na escola. Uma dificuldade em combater essa prática é que muitos dos agressores (e até alguns pais de alunos e professores) acreditam estar apenas “brincando” com as vítimas.

Na literatura científica, o bullying manifesta três características principais: o comportamento agressivo e de intenção negativa, a repetição sistemática e a desigualdade tanto física quanto psíquica dos envolvidos.

Xingar, gozar, humilhar, zombar, isolar são atitudes agressivas e manifestações do bullying.

De acordo com a ONU, a maioria dos casos de bullying é devido à aparência física, etnia ou orientação sexual.

No Brasil, dados do IBGE afirmam que a quantidade de jovens vítimas de bullying subiu para 47% no ano de 2016.


Eugênia Pickina


27 outubro 2018

Direito e dever de votar - Divaldo P.Franco



DIREITO E DEVER DE VOTAR



Uma das expressões mais elevadas da vivência democrática é o momento do direito e do dever de tornar-se eleito ou eleger-se os cidadãos que devem administrar a sociedade na qual o indivíduo se encontra.

A conquista da democracia de um povo resulta do seu amadurecimento moral, social e espiritual.

Superando os instintos agressivos que permanecem no processo antropológico da evolução, a cidadania, em decorrência da liberdade de pensamento e de ação, faculta o dever, assim como o direito de escolher os líderes que devem comandar os destinos da comunidade.

Em algumas culturas antigas e atuais, esse ministério tem sido exercido por personalidades de alto valor moral e abnegação, sem o interesse imediato de salário e comodidades absurdas que, normalmente, enriquecem aqueles que lutam ferozmente por alcançar os postos de responsabilidade.

Muito distantes do sentimento de amor à pátria e ao povo, sempre exausto e vencido pelas injustiças sociais, muitos modernos candidatos pensam exclusivamente nos interesses dos seus partidos e do enriquecimento pessoal.

Neste momento, a sociedade brasileira experimenta um tremendo desafio de significado histórico, porque definirá os rumos do futuro.

Enquanto o mundo estertora e a nacionalidade brasileira também experimenta dificuldades terríveis, o seu povo está convidado a definir o que será melhor para todos.

Os debates entre os candidatos multiplicam-se e as paixões lamentáveis geram inquietação como ameaças de parte a parte, gerando intrigas perversas e divisões infelizes entre as pessoas, sem o menor respeito pela liberdade de consciência que, neste momento, deve viger em todos.

Trata-se de uma ocasião que exige serenidade e discernimento, a fim de que sejam examinados os programas de governo de cada candidato, sem a perda de tempo dedicado a ofensas e mentiras calamitosas com as quais se influenciam os eleitores, na maioria deles, pouco politizados para esse fim.

Deixando-se dominar pelo que parece mais forte e que oferece mais facilidades morais irresponsavelmente, esses indivíduos definirão nas urnas o êxito, nem sempre do melhor, porém daquele que teve mais audácia, ofereceu absurdas concessões e zombou da faculdade de pensar das massas.

Neste momento, são utilizados recursos espúrios para uns mancharem a reputação dos outros, difamações que não podem ser investigadas e averiguadas e os ódios semeados desempenham os seus papéis em agressões morais e físicas asselvajadas, que deslustram a liberdade de conduta.

Na conjuntura que se encontra estabelecida hoje no Brasil, torna-se necessário que se atue com coragem e paz de espírito.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 18 de outubro de 2018.


26 outubro 2018

Brasil está falhando em sua Missão - Hugo Lapa



BRASIL ESTÁ FALHANDO EM SUA MISSÃO


Amigos, em contato agora com uma mensagem vinda do Alto, os amigos espirituais me pediram para repassar essa mensagem aqui a todos. Eles pediram total atenção ao que será dito abaixo:

Sim, o Brasil está se desviando de sua missão de ser o “coração do mundo, a pátria do evangelho” por causa das brigas políticas que estamos observando nos últimos anos.

O Brasil não tem vocação para ser uma pátria relacionada à política. Nossa missão cósmica é outra: precisamos ser os divulgadores do evangelho de Jesus, do Espiritismo e da prática da caridade. A missão da “terra brasilis”, desde os primórdios, não tem nada a ver com política. O Brasil está aos poucos se desviando de seu real propósito e dando valor a decisões políticas, partidos, debates sobre futilidades, etc, etc. A religião começa a ser utilizada para manipulação política. Nossas ações sociais, solidárias e espirituais vão sendo relegadas a segundo plano e vai prevalecendo as disputas, as ofensas, os deboches e o ódio político e ideológico contra quem pensa diferente.

O Brasil foi projetado pela espiritualidade superior para ser um povo acolhedor, de sincretismo, de tolerância a todos os credos, a todas as posições e todo tipo de pessoas… e a conduzir toda uma massa de espíritos ao evangelho do Cristo junto com o Espiritismo e com a caridade. Muitos espíritos missionários encarnaram aqui para cumprir a tarefa de impulsionar o Brasil a ser a coração do mundo, a pátria do evangelho, algo que vai aos poucos se perdendo, se esvaindo em questões muito menores, se perdendo no ódio, na indiferença, nas brigas políticas e nas disputas por poder. Há mais de 10 anos estávamos cumprindo bem nossa missão, mas nos últimos anos acabamos nos desviando… e estamos mais e mais distantes de nosso real objetivo.

Se continuarmos por esse caminho de brigas, de revoltas, de ódio, de desrespeito as diferenças políticas e ideológicas, vamos não apenas falhar em nossa missão como também viver uma era de caos, de barbárie, de muita pobreza, muito desemprego, muito sofrimento e muita desesperança daqui para frente nos próximos anos. Os espíritos dizem que ainda dá tempo de reverter isso, mas precisamos agora, nesse momento, parar de brigar por política, respeitar o próximo e redirecionar o leme do nossa navegação para um porto seguro e tranquilo de ensino e prática do Evangelho do Cristo, do ensino do Espiritismo, da mediunidade voltada ao bem… e de ações sociais, de caridade e práticas solidárias a todos.

A escolha é de cada um… de um lado o caos e a barbárie ao seguir por este caminho… do outro lado, a paz do porto seguro no evangelho, no espiritismo e na caridade.

O que você escolhe?


Hugo Lapa


25 outubro 2018

Vade retro obsessor ou baldios “descarregos”? - Jorge Hessen





VADE RETRO OBSESSOR OU BALDIOS "DESCARREGOS"?



De A a Z ou seja de “Abaddon” da mitologia cristã a “Zulu Bangu” da mitologia africana há mais de 200 codinomes para designar os “demônios”. Entretanto, sabemos que os “demônios”, como são caracterizados pela teologia decrépita, não são criaturas reais. Conforme o senso comum, a expressão “demônios” significa seres essencialmente perversos e seriam, como todas as coisas, criação de Deus. Ora, Deus que é soberanamente justo e bom não poderia ter criado Espíritos predispostos ao mal para toda a eternidade.

O Espiritismo nos faz distinguir a natureza e a origem desses “demônios”, a partir do princípio de que todos os seres humanos foram criados simples e ignorantes, portanto, imperfeitos, sem conhecimentos e sem consciência do bem e do mal. Pela Lei de evolução todos nós, sem qualquer exceção, conseguiremos alcançar a relativa perfeição e gradualmente desenvolveremos virtudes, a fim de avançarmos na hierarquia espiritual até alcançarmos a plena felicidade na “angelitude”.

Além disso, sobre os famigerados “coisas-ruins”, o Codificador do Espiritismo nos ensina que eles [os “demônios”] são nossos irmãos , porém são Espíritos que ainda se encontram moralmente nas classes inferiores, todavia, chegará um dia em que se cansarão dos sofrimentos e compreenderão a necessidade de bancarem o bem.

Os “demônios” devem, portanto, ser entendidos como referentes aos Espíritos impuros, que frequentemente não são melhores que os designados por esse nome, mas com a diferença de serem os seus estados tão-somente transitórios. Na verdade eles são os Espíritos imperfeitos que resmungam contra as suas provações e por isso as sofrem por mais tempo, entretanto chegarão livremente à perfeição, quando se dispuserem a isso.

Se existissem “demônios”, eles seriam criação de Deus, ora, o Senhor da vida seria justo e bom se tivesse criado seres devotados eternamente ao mal e infelizes? Se há “demônios”, descreveram os Benfeitores do além a Allan Kardec, “eles habitam em teu mundo inferior e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo, um Deus mau e vingativo e crêem lhe serem agradáveis pelas abominações que cometem em seu nome”.[1]

O vocábulo demônio não implica na ideia de Espírito mau senão na sua acepção contemporânea, porque a terminologia grega Daimon, da qual se origina, significa, “Deus”, “poder divino”, “gênio”, “inteligência”, e se utiliza para indicar os seres incorpóreos, bons ou maus, sem distinção. Porém, há pessoas que acreditam no poder maléfico do “Príncipe das Trevas” e até o enaltecem em suas igrejas. Não me surpreenderia se fossem fechadas muitas igrejas se os seus dirigentes deixassem de acreditar em Satanás. (Pasme!)

Os antigos e modernos sacerdotes fizeram e fazem com os “demônios” o mesmo que com os “anjos”. Do mesmo modo que arquitetaram a imagem de seres perfeitos desde toda a eternidade, construíram igualmente os Espíritos inferiores por seres perpetuamente maus. Os partidários da “doutrina dos demônios” se apóiam nas cridas repreensões do Cristo. Chegou-se ao absurdo de criar o instituto do exorcismo para afugentamento de tais entidades.

Amparados no alarido beneditino “vade retro Satã! ”, os exorcistas exortam os espíritos demoníacos a saírem do corpo dos possessos, valendo-se igualmente da invocação do nome de Deus, de Cristo e todos os anjos. E ao final dos extenuantes berreiros e invocações, sempre sob o arrimo da “reza brava” e “água benta”, o resultado aparentemente surge de forma rápida, mas sem sustento duradouro.

Inexplicavelmente há instituições “espíritas” que promovem sessões de “desobsessão” (ou seria exorcismos?), que consideram mais “fortes” e com efeitos “imediatos”, conforme garantem seus realizadores, contudo lamentavelmente nesses estranhos “tratamentos espirituais” (ou descarrego?) são normatizados exclusivamente um procedimento coercivo, o “banimento” instantâneo e transitório do obsessor. Mas será que esse rápido afastamento espiritual é possível? Ora, é obvio que não, pois é impossível “rebentar, de um instante para outro, algemas [mentais] seculares forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum?”[3] Impossível, mesmo!

Os espíritas compreendem que os cognominados, “capetas”, “coisa-ruim”, “lúcifer”, “diabo”, “satanás”, “satã”, “cão”, “demo”, “besta” e outros “demônios” que reverberam na mente do povo, não são seres votados por Deus à prática do mal, e sim seres humanos desencarnados que se desequilibraram em atitudes infelizes perante a vida. “Na raiz do problema encontramos a necessidade de considerar os chamados “espíritos das trevas” [demônios] por irmãos verdadeiros, requisitando compreensão e auxílio, a fim de se remanejarem do desajuste para o reequilíbrio neles mesmos.” [2]


Jorge Luiz Hessen


Referência bibliográfica:

[1] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 131, RJ: Ed. FEB, 2001

[2] XAVIER Francisco Cândido. Caminhos de Volta, ditado por espíritos diversos, SP: edição GEEM, 1980

[3] XAVIER, F. C. Missionários da Luz, pelo Espírito André Luiz. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1970.

24 outubro 2018

Na Terra e no Além - Emmanuel



NA TERRA E NO ALÉM


Interessado em desfrutar vantagens transitórias no imediatismo da existência terrestre, quase sempre o homem aspira à galhardia de apresentação e a porte distinto, elegância e domínio, no quadro social em que se expressa; entretanto, conduzido à esfera superior, pela influência renovadora da morte, identifica as próprias deficiências, na tela dos compromissos inconfessáveis a que se junge, e implora da Providência Divina determinados favores na reencarnação, que envolvem, de perto, o suspirado aprimoramento para a Vida Maior.


É assim que:


- cientistas famosos, a emergirem da crueldade, rogam encarceramento na idiotia;


- políticos hábeis, que abusaram das coletividades a que deviam proteção e defesa, suplicam inibições cerebrais que os recolham a precioso ostracismo;


- administradores dos bens públicos que não hesitaram em esvaziar os cofres do povo, a favor da economia particular, solicitam raciocínio obtuso que lhes entrave a sagacidade para o furto aparentemente legal;


- criminosos que brandiram armas contra os semelhantes requisitam braços mutilados, assinando aflitivas sentenças contra si mesmos;


- suicidas que menosprezaram as concessões do Senhor, atendendo a deploráveis caprichos, recorrem a organismos quebrados ou violentados no berço, para repararem as faltas cometidas contra si mesmos;


- tribunos da desordem pedem os embaraços da gaguez;


- artistas que se aviltaram, arrastando emoções alheias às monstruosidades da sombra, invocam a internação na cegueira física;
 
- caluniadores eminentes, que não vacilaram no insulto ao próximo, requerem o martírio silencioso dos surdos-mudos;
 
- desportistas eméritos e bailarinos de prol, que envileceram os dons recebidos da natureza, exoram nervos doentes e glândulas deficitárias que os segreguem a distância de novas quedas morais;


- traidores que expuseram corações respeitáveis, no pelourinho da injúria, demandam a própria detenção no catre dos paralíticos;


- mulheres que desertaram da excelsa missão feminina, a se prostituírem na preguiça e na delinquência, solicitam moléstias ocultas que lhes impeçam a expansão do sentimento enfermiço, e expoentes da beleza e da graça que corromperam a perfeição corpórea, convertendo-a em motivo para transgressões lamentáveis, requestam longos estágios em quadros penfigosos que lhes desfigurem a forma, de modo a expiarem nas chagas da presença inquietante as culpas ominosas que lhes agoniam os pensamentos...


Ajudai-vos, assim, buscando no auxilio constante aos outros o pagamento facilitado das dívidas do pretérito, porquanto, amanhã, sereis na espiritualidade as consciências que hoje somos, abertas à Fiscalização da Verdade, com a obrigação de conhecer em nós mesmos a ulceração da treva e a carência da luz.




Pelo Espírito Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Religião dos Espíritos. Lição nº 26. Pagina 65
Reunião pública de 13/04/1959 - Questão nº 807
Perguntas e Respostas de O Livro dos Espíritos


23 outubro 2018

As adversidades nos mostrando quem somos



AS ADVERSIDADES NOS MOSTRANDO QUEM SOMOS


Engraçado como a vida é vista por nós. Ela pode nos incomodar sobremaneira quando vivenciamos os percalços da vida, ou pode ser o precioso diamante que não desejaremos vender jamais apesar dessas mesmas adversidades.

O que faz com que ela seja assim aos nossos olhos? Penso que a resposta está exatamente aí: nos nossos “olhos”!

A vida será exatamente aquilo que enxergarmos, como uma conquista de nosso esforço e entendimento. Poderemos vê-la como uma benção ou como uma provação intransponível se ainda não compreendemos que podemos enxergá-la além das próprias provas.

Claro que (podemos pensar), se já estamos conseguindo ver, apesar dos percalços, que a vida é boa, então, parece-nos que já não precisamos nos preocupar tanto, que já estamos crescendo. É verdade, mas pode não ser na proporção que estamos imaginando!

Para que tenhamos a certeza dessa conquista evolutiva, a vida precisa nos abrir a visão para que não nos iludamos conosco. Ela nos trará adversidades das mais necessárias, das mais sábias... aquelas que tocam nas nossas feridas que ainda estão por cicatrizar, para que não as esqueçamos de tratar e não deixemos de progredir em nossa caminhada, deixando resquícios para trás.

Explico melhor: se, em razão das experiências que estou tendo, acredito falsamente na depuração de minha alma, precisarei “daquela” experiência para que me veja como realmente sou. Então, por exemplo, percebo que estou muito paciente no meu trabalho. Para tudo o que vivencio lá, nada está me tirando do sério. Concluo, por consequência, que já compreendi a preciosidade das relações para com o próximo.

Mas, se essa não é a verdade ainda do meu Ser, a providência divina agirá para que eu possa me curar da miopia a que estou acometida.

Pelo curso do rio de nossa existência, seremos levados a vivenciar experiências que ainda não compreendemos, não suportamos enfrentá-las, para que percebamos que algumas situações do cotidiano não mais nos tirarão do sério, porém, ainda há muito a ser aprendido.

As adversidades são instrumentos maravilhosos de nossa lapidação interior, se, claro, desejarmos enxergá-las como tal. Somente quando começamos a entender a presença constante de Deus em tudo o que vivemos, em tudo o que está ao nosso redor, começaremos (só começaremos!) a não mais nos revoltarmos com tais experiências.

O normal é, quando nos vemos diante de algo que tememos, reagimos. E nossa reação imediata será com base no que realmente somos. Não há como ser diferente. No entanto, a partir desta reação instantânea, poderemos nos frear, raciocinar e não desejar seguir agindo com as mazelas do passado. Aí está o “espelho” que reflete quem somos. Estão aí os “óculos” que nos auxiliam a enxergar a nossa construção íntima, apesar da miopia que nos compromete a visão.

Da mesma forma que a criança não compreende o quanto é importante a vacinação para o seu futuro e suplica para os seus pais que não a deixem passar por aquele sofrimento, nós também agimos assim diante da agulha da experiência dolorosa, suplicando ao Pai que nos afaste daquele cálice. Mas, ao crescer, aquela criança percebe o amor maior de seus pais por ela, porque compreende o que seria de sua vida sem a imunidade que a vacina lhe trouxe. É assim que percebemos o amor maior de Deus por nós, porque compreendemos o que seria de nossa existência vivenciando e colhendo o que a nossa ignorância moral planta a cada experiência.

Por isso, não deixemos de valorizar quaisquer circunstâncias que nos chegam, porque estarão elas eivadas da sabedoria divina a nos ensinar o que precisamos deixar para trás e alimentar o que realmente importa para a nossa vivência nos patamares mais altos de nossa escala evolutiva.




22 outubro 2018

Rancor na visão espírita - Juliana Chagas



RANCOR NA VISÃO ESPÍRITA


O que podemos entender por rancor na visão espírita?

O rancor diz respeito a sentimentos negativos, emoções que não permitem que o rancoroso esqueça um acontecimento, uma situação, pela qual sentiu-se magoado, machucado. E ainda, o rancor não permite seguir em frente, “virar a página”.

Geralmente, o rancoroso está voltado a restabelecer o seu equilíbrio fazendo com que com o “culpado” pague pelo seu sofrimento. Por exemplo: filhos que possuem rancor por seu pai porque ele (pai) não ajudou a sua mãe. Com isso, o filho vai nutrindo cada vez mais rancor, fazendo com que este sentimento vire raiva, ódio.

Jesus nos disse:

“Amai os vossos inimigos e orais pelos que vos perseguem”.

A partir desta passagem, Allan Kardec, fala em O Evangelho Segundo o Espiritismo:

(….)“Amar aos inimigos é não lhes ter ódio, nem rancor ou desejo de vingança. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes a mão prestativa em caso de necessidade. É abster-nos, por atos e palavras de tudo o que possa prejudicá-los. É, enfim, pagar-lhes em tudo o mal com o bem, sem a intenção de humilhá-los”.

Ou seja, ser rancoroso não leva a lugar nenhum, só traz infelicidade, sofrimento, por isso, é preciso aprender a lidar com a raiva, com o ódio, com o insulto. Devemos sempre nos lembrar das palavras de Joanna de Ângelis:

“Quem guarda rancor, coleciona lixo moral e, consequentemente, termina enfermando. O mal que te façam, não deve merecer o teu sacrifício. Se alguém deseja ver-te infeliz, age de forma contrária, vivendo com alegria. Se outrem planeja perturbar-te, insiste na posição de harmonia. Se aquele que se tornou teu adversário trabalha pela tua desdita, continua em paz. Para quem procura infelicitar os outros, a maior dor é vê-los imperturbáveis. Sê inteligente e não te desgastes à toa.”

Para finalizar, pergunta-se: rancor pode ser espiritual?

“A raiva, o medo, o prazer, a dor, são emoções do ser encarnado, ou seja, do corpo físico. O rancor não é de origem espiritual. O perispírito está relacionado com o que você pensa e sente, Mas estes são sentimentos puros (não emoções). O ser humano, muitas vezes, abusa das emoções e ao se deparar com algo que não gosta, não se conforma”.

Como foi citado acima, o rancor não leve a lugar nenhum, somente alimenta o ódio, a raiva, o ressentimento. E ainda, faz a pessoa sentir-se mal e infeliz. Como eliminar o rancor?

  • Converse com o outro; desabafe;
  • Aceitação: procura aceitar o que aconteceu; desprenda-se do ódio, da raiva;
  • Paz interior;
  • Boas escolhas, segundo não podemos nos deixar levar por essas emoções.

“A pessoa deve se conscientizar de que ela é a causa desse comportamento”


Juliana Chagas


21 outubro 2018

As Fobias e a Reencarnação - Momento Espírita




AS FOBIAS E A REENCARNAÇÃO



Uma psicóloga norte-americana foi procurada para atender um adolescente, portador de problema singular.

Desde a infância, o garoto trazia uma fobia com relação ao bater das asas dos pássaros, mas foi na adolescência que o problema se intensificou e os pais buscaram a ajuda de um profissional.

Quando percebia um pássaro pousando, o movimento das asas lhe causava crises terríveis culminando em desmaio.

A psicóloga buscou, com todos os recursos de que dispunha, uma forma de ajudá-lo.

Provocou, por inúmeras vezes, a regressão de memória até ao útero materno e não conseguia descobrir as origens do desequilíbrio.

Materialista convicta, a profissional só admitia uma única existência e buscava a resposta a partir da vida no ventre materno. Mas, como os anos rolaram sem que pudesse resolver a questão, e porque o desafio se tornasse cada vez maior, numa das sessões de regressão resolveu deixar que o jovem fosse mais além.

Embora não acreditasse na teoria da preexistência do Espírito, foi nesse universo desconhecido que encontrou a origem do trauma.

O jovem, então com 21 anos, mergulhou no seu passado e se viu como soldado, lutando na Segunda Guerra Mundial. Descrevia seu drama com detalhes. Estava em meio a uma batalha, juntamente com os demais soldados, quando houve uma grande explosão e todos foram atingidos.

Ele também fora atingido pelos estilhaços da bomba mas não morrera de imediato, ficando apenas semiconsciente.

Após baixar a poeira, vieram os tratores e juntaram os inúmeros corpos em monturos, deixando-os para serem enterrados em covas coletivas mais tarde.

Nessa ocasião, ele, que estava agonizante mas não morto, fora arrastado para o monturo com os demais cadáveres, ficando sobre os demais.

E porque demorassem para soterrar os corpos, os abutres buscaram neles o seu alimento.

Quando os abutres sentavam sobre seu corpo, ele percebia o bater das asas e sentia suas carnes sendo dilaceradas com violência.

Essa cena se repetiu por muitas horas, até que a morte física se consumasse.

Embora rompidos os laços do corpo físico, aquele Espírito ficou impregnado das sensações horríveis dos últimos momentos, a ponto de trazer o desequilíbrio para a nova existência, em forma de fobia.

Não é preciso dizer que a doutora materialista rendeu-se aos fatos e mudou seu pensamento a respeito da vida.

* * *

Muitos medos e traumas cujas causas não estão na presente existência têm suas raízes em um passado mais ou menos distante, em existências anteriores.

O Espírito recebe um novo corpo em cada nova existência, mas traz consigo os problemas não resolvidos de outros tempos. Por esse motivo é importante que olhemos para as pessoas como Espíritos milenares, mesmo que estejam albergados temporariamente num corpo infantil.

Percebendo a vida sob esse ponto de vista, teremos mais e melhores possibilidades de ajudar as criaturas que trazem dificuldades, começando por nós mesmos.


Redação do Momento Espírita



20 outubro 2018

Amor de Outras Vidas - Fernando Rossit





AMOR DE OUTRAS VIDAS



Onde estará o meu amor?

Será que chama como eu?

Será que vela como eu?

Será que pergunta por mim?

Onde estará o meu amor?

(Chico César, compositor)


Não há dúvida que o amor começa e tem seu impulso na família e na consanguinidade. Dia virá que ele se estenderá para toda a humanidade: a grande família, a família universal. Ainda estamos muito longe do amor incondicional por todos os seres.

Por enquanto, amamos de verdade as pessoas mais próximas, aquelas com as quais convivemos.

O interesse comum, a convivência e a maneira de ser despertam em nós o amor que, se legítimo, poderá perdurar para sempre.

“Nestas experiências conjuntas, ambos os Espíritos foram passando por circunstâncias juntos, enfrentando desafios, superando obstáculos, atravessando todas as dificuldades, e envolveram-se em laços afetivos e amorosos um com o outro, brotando daí uma profunda identificação e um sentimento verdadeiro.” (1)

Mas como identificar se existem pessoas que muito amamos vivendo conosco no palco da vida terrestre?

Será que estão ao nosso lado, reencarnados?

Será que estão no Plano Espiritual?

Na verdade, o amor verdadeiro e incondicional por alguém poderá nos fornecer a resposta. Aquele amor que reside no fundo do nosso ser, dificilmente é resultado de uma única existência. Trata-se de lembranças de vidas anteriores, onde desenvolvemos a afetividade, a ligação.

Algumas pessoas alegam que o amor de suas vidas deve estar reencarnado em outro país ou mesmo estar desencarnado. É possível. Muitas vezes, após séculos juntos, nos desencontramos na grande viagem do progresso espiritual. Não pertencemos a ninguém e ninguém é dono de nós. É preciso estabelecer novos vínculos, criar novos amores. Mas, via de regra, esse afastamento, quando ocorre, é apenas temporário: poderemos nos reencontrar com os seres mais queridos em outras oportunidades, em outras vidas ou na Espiritualidade, após a desencarnação.

Quando acontece de duas almas que se amam estarem separadas, uma no plano físico e outra no plano espiritual, ambas devem exercitar o desapego e procurar outras pessoas para se relacionar.

Todos nós possuímos uma família espiritual que é sempre maior que a nossa restrita família consanguínea.

“Ela é composta por centenas de espíritos que tiveram milhares de experiências conosco em vidas passadas; são espíritos que nos conhecem há milênios, e todo esse arcabouço de experiências coletivas os liga por laços de amizade, carinho, amor, cooperação, compaixão…” (1)

Nessa abrangente família há aqueles espíritos que temos uma afeição mais profunda, deixando em nós o “sentimento” de que não podemos viver sem eles.

Os papeis que eles e nós desempenhamos nas diversas reencarnações são múltiplos: algumas vezes somos irmãos consanguíneos, outras vezes desempenhamos o papel de pais, tios, avós, cônjuges etc.

“A proximidade do parentesco físico não é definitiva para indicar o grau de afeição entre duas almas. Por exemplo, um filho pode amar mais a avó do que a própria mãe, pois seus laços espirituais podem ter sido mais estreitos em diversas vidas passadas. Um pai pode amar mais um filho do que o outro: embora muitos pais neguem essa diferença afetiva, sabemos que isso existe e é perfeitamente normal, já que um pai pode ter mais experiências amorosas pretéritas com um filho do que com o outro.” (1)

“Dessa forma, a família de almas é nossa família espiritual e vale muito mais do que nossa família física.

“Um bom exemplo é observar o comportamento afetivo das pessoas. Algumas podem gostar mais de um amigo do que de um parente próximo, como pai, mãe ou irmão. Esse amigo, apesar de não fazer parte de sua família consanguínea, pode ser um membro próximo de nossa família espiritual, e um amor muito grande pode estar presente na relação de ambos. Assim, a família espiritual transcende nossa família de sangue e demonstra a existência de laços muito maiores, mais sutis e imensamente mais antigos do que os laços consanguíneos.” (1)

Emmanuel, em seu livro “Vida e Sexo”, esclarece que muitas vezes é necessária uma inversão de papeis nas experiências afetivas, sobretudo quando o amor se torna obsessivo. Como a vida é equilíbrio, quando saímos do eixo ela promove situações para nos recolocar na trilha certa novamente.

Exemplo: dois espíritos que viveram muitas vidas como marido e mulher e desenvolveram um apego doentio um pelo outro. Numa próxima existência poderão reencarnar na condição de pai e filha ou mãe e filho para que se disciplinem e transformem o amor doentio em um amor puro, leve, verdadeiro. Emmanuel chama isso de “desvinculação”.

É preciso muita atenção nas nossas relações afetivas. Nunca diga: “não consigo viver sem ele(a)”. Isso é amor doentio. Quem ama de verdade deixa seu amor livre e fica feliz quando ele se realiza sem você por perto.

 “O amor real é calmo, sereno, não se deixa influenciar por sentimentos de controle, posse, ciúme e outras armadilhas inferiores. O amor verdadeiro deseja que o outro esteja bem, mesmo que ele não fique conosco. Ele é espontâneo, livre e há desprendimento; só o que importa é o bem estar do outro. Fazemos de tudo para que o outro seja feliz.” (2)

Fique claro: o amor verdadeiro é libertador e não acaba com a vida física. Continuamos a nos amar e esse amor carregamos para sempre.



Fernando Rossit


Bibliografia de apoio:

(1) Hugo Lapa, texto. (2) Vida e Sexo, Emmanuel/Chico Xavier


19 outubro 2018

Oportunidades - Antônio Carlos Navarro



OPORTUNIDADES


Há quem diga que na vida tudo é uma questão de oportunidade, e isso para qualquer coisa, o que não deixa de ter certa dose de razão, mas se é uma questão de oportunidade, também é uma questão de escolha e dedicação à ação.

Se o futuro está à frente, e o passado não volta, é só no momento presente que podemos fazer algo para nosso crescimento, em todos os sentidos, mas sobretudo no espiritual.

Sobre a questão da oportunidade que chega, recebemos uma opinião espiritual no C. E. Francisco Cândido Xavier de São José do Rio Preto – SP, via psicografia, e que transcrevemos abaixo, para nossas reflexões:

“Nas horas vazias do seu dia, lembre-se de esclarecer seu espírito.
Há muitas oportunidades que dificilmente voltam às nossas mãos.

Na vida de relacionamento exercite a benevolência.
Há, em nosso redor, muitas mentes em desalinho aguardando nossa bondade.
Nos momentos da acusação e imprecações impostos a nós outros, exercite o perdão que liberta.
Só o perdão é capaz de clarear-nos os caminhos da vida.

Nas oportunidades de auxiliar, não perca a benção concedida. Quantos ainda estão na condição de serem auxiliados!
Nós mesmos ainda alternamos esse estado de coisas.

Nos momentos convulsivos, apela para a prece.
Só a prece sincera pode equilibrar nosso juízo diante do alvoroço momentâneo.

Opte, diante do mundo que faze parte, pelo esforço na retidão.
Só a retidão dá a oportunidade da consciência tranquila.

Observa, minuto a minuto, as circunstâncias em que estamos envolvidos.

Tem muito do que não está sob nosso controle. É da vida, mas está sob nossas possibilidades postarmo-nos adequadamente se assim o quisermos e se isso buscarmos com afinco e a devida seriedade evangélica.

Muito do que nos envolve vem de fora, mas o que vem de dentro é o que deve predominar, porque a vida, nas suas múltiplas expressões, assim se faz para que nós, ilustres filhos do Altíssimo, nos desenvolvamos para e pela vida nos caminhos do amor sem fim.”

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro