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31 agosto 2016

A Reencarnação pode ser Provada? - Gabriel Delanne


 A REENCARNAÇÃO PODE SER PROVADA?

O autor começa por dizer que, na Inglaterra, a maioria dos espiritistas recusam acreditar na reencarnação, porque os médiuns, em transe, declaram não que a reencarnação é certamente um mito, mas que não têm nenhuma noção a respeito. Além disso, os homens acham a morada da Terra tão triste, que não têm vontade de voltar para ela. Enfim, a maioria dos espiritistas guardam reservas e acham que ainda não há provas suficientes.

“Eu era do número destes últimos – continua ele – e rejeitava aquele ponto de doutrina com tanto mais energia, quanto, durante muito tempo, os Espíritos que se manifestavam por minha mediunidade lhe eram francamente opostos.

Mas, há uns três anos, um grupo de Espíritos, em nosso Centro, que é particular, proclama que a reencarnação não é uma teoria, mas um fato.

Quando recobrei os sentidos, na primeira vez, e me fizeram saber o que eu tinha dito, protestei, vivamente, contra a escolha de mim, adversário decidido, para defender tal teoria. Eles voltavam, entretanto, com tal insistência, que acabei por lhes perguntar:

– Podeis prová-lo?

Responderam:

– Deixe-nos, primeiro, mostrar quem nós somos e, quando tiverem suficiente confiança em nós, terminaremos nossa obra.

Deram, então, tais provas de identidade e de conhecimento do passado, do presente e, em certos casos, do futuro; prestaram aos membros deste pequeno Centro tais serviços, que uma plena confiança lhes foi outorgada.

Prometeram eles, então, pôr-nos em relação com pessoas que havíamos conhecido em precedente existência e mostrar-nos cenas de nossa vida passada, que reconheceríamos. Uma tarde, descreveram-nos uma senhora, dizendo-me que eu a encontraria dentro em pouco. Dez dias mais tarde, fui a uma praia de banhos, onde nunca tinha ido, e tomei um apartamento por correspondência.

À minha chegada, disse a hoteleira que havia na casa uma senhora que esperava minha chegada; era estranha no lugar e viera dois dias antes ocupar um apartamento. Declarara que tinha muitas vezes sonhos, nos quais via pessoas que devia encontrar em seguida. Assim – acrescentou – espero esta semana M. W., que não conheço. Não sei onde, nem quando, mas sei que isto sucederá.

Uma prova bem mais surpreendente foi dada a outro membro do círculo. Uma senhora foi apresentada a um senhor e logo sua memória lhe retraçou uma outra existência, na qual ela o tinha conhecido. O reconhecimento foi recíproco, porque ele sorriu e disse:

– A senhora se lembra de mim. Se é assim, que cada um de nós escreva, à parte, o nome que tivemos.

Foi o que fizeram; depois trocaram as folhas de papel onde tinham inscrito os nomes. Eram idênticos. Se não há aí uma prova, que me forneçam outra explicação.

Poderia citar, ainda, outros casos, mas prefiro ficar naquele. Por que os Espíritos que demonstraram dizer a verdade em todos os outros pontos, nos haviam de enganar nesse?”


Gabriel Delanne 
Do livro “A Reencarnação”
Relatos de casos que fizeram parte dos estudos de Delanne sobre a Reencarnação

30 agosto 2016

Tudo é fraude? - Zêus Wantuil

 
TUDO É FRAUDE?


Em geral, os sacerdotes católicos, quer em livros, quer em palestras ou artigos de imprensa, jamais deixam de citar o jesuíta C.M. de Heredia, a fim de se fortalecerem em suas investidas contra o Espiritismo. Mas, afinal, que fez este famoso padre? Nada mais, nada menos do que reproduzir com o auxílio da arte da prestidigitação vários fenômenos espíritas, inclusive os de materialização, sem contudo imitá-los em inúmeros pormenores observados, confirmados e relatados pelos estudiosos.

Era o padre Heredia filho de uma família mexicana muito relacionada com os melhores artistas que passavam pelo México, os quais davam funções no seu próprio lar o O menino Heredia aprendeu truques e manobras assombrosas, e veio a ser discípulo do famoso prestidigitador Hermann, iniciando-se nas mais notáveis exibições da arte dos ilusionistas, a ponto - diz o padre Negromonte - de fazer "maravilhas de mágicas e truques".

Formado assim na arte da prestidigitação, o padre Heredia dela se serviu para "demonstrar" (?) que os fenômenos espíritas são igualmente fraudes, truques, farsas e nada mais, realizando diante de grandes auditórios, fraudulentamente, algumas das manifestações mediúnicas.

Entretanto, bem sabem os Heredias que até mesmo os prestidigitadores de primeira plana não conseguem reproduzir, dentro de certas condições, os fenômenos que os médiuns oferecem.

Jacob, Bellachini, Bosco, Kellar, Jeffrey, Rikba e tantos outros ilusionistas de fama mundial, mil vezes mais hábeis que o padre Heredia, assistiram a sessões mediúnicas e comprovaram a realidade dos fenômenos que se lhes apresentaram, bem como a impossibilidade de muitos deles serem obtidos pela prestidigitação.

Jacob, do Teatro Robert Houdin, declarou pela imprensa, em 1881:

“Afirmo que os fenômenos mediúnicos são absolutamente verdadeiros e de ordem intelectual. Os Srs. Robin e Robert Houdin, ensaiando imitar estes fatos, jamais puderam apresentar ao público senão infantis e grotescas paródias destes fenômenos; e apenas os cabeçudos e os iqnorantes podem considerar a coisa de outra forma."

O célebre prestidigitador inglês Kellar escreveu o que se segue:

"Quanto às manifestações que vi, declaro que sou incapaz de explicar qual a força inteligente que age, força inteiramente distante dos truques e das escamoteações. Após haver examinado rigorosamente, e de todas as maneiras, essas extraordinárias experiências, afirmo que nelas nada há que se assemelhe a prestidigitação, qualquer que esta seja. Os truques habituais aos prestidigitadores eram impossíveis no aposento onde estávamos."

Bellachini, prestidigitador da corte de Berlim, após ter estudado a mediunidade física de Slade, em sessões à luz do dia e à noite, deixou registado este seu testemunho:

“Nada encontrei, até mesmo nos casos de pouca monta, que fosse produzido por intermédio da prestidigitação e com aparelhos mecânicos; e nenhuma explicação dessas experiências, nas circunstâncias e nas condições em que foram realizadas, pode incluir-se entre as coisas da prestidigitação; é impossível.”

Ladislas Rykba, prestidigitador polonês muito conhecido, e que se empenhava em reproduzir todos os fenômenos conseguidos com a mediunidade de Eusápia Paladino, assistiu, afinal, a uma sessão com a referida médium italiana. Esta experiência, realizada em 1893, na cidade de Varsóvia, levou Rykba a publicamente declarar:

“Certifico, pela presente, que tendo assistido, na casa do Dr. Ochorowicz, a uma sessão com Eusápia Paladino, tudo submetendo a rigoroso controle, não notei o menor ardil nem qualquer trapaça da parte da Sra. Paladino. Vi coisas espantosas, as quais me vejo obrigado a considerar como verdadeiros fenômenos mediúnicos."

O grande prestidigitador Remy, após 29 anos de estudos, pôde afirmar:

“Parece impossível dizer que tudo, no espitismo, seja fraudulento ou imaginado.”

Não desejando alongar esta lista, permita-se nos citar ainda o testemunho do prestidigitador inglês Jeffrey, membro importante de quatro sociedades de ilusionistas e de mágicos, duas em Glasgow e duas em Londres. Eis o que ele escreveu em 1922: “A princípio, fui chamado, por sacerdotes e por amigos, a. estudar o espiritismo, a fim de desvendar onde e como se processava a fraude. Sou feliz em dizer que todas as investigações nessa época provaram que o espiritismo é real.

“Alguns dos fenômenos mais notáveis de que fui testemunha em matéria de materialização, vozes, fotografias do Invisível, me forçam a dizer que é absolutamente impossível ao maior ilusionista, ventríloquo ou falsificador de qualquer marca, reproduzir essas experiências, por muito hábeis que sejam em suas artes."

À vista de tudo isto, podemos dizer com Lombroso (Hypnotisme et Spiritisme, 1909):

"Eu próprio vi fatos reais; daí ser inútil que Tyndall me venha dizer que há muitos falsos. Sei que se falsifica café com chicória, glandes, figos secos. Mas, como já bebi do verdadeiro café, não tenho outro remédio que o de crer firmemente na existência deste. O mesmo posso dizer com relação aos fantasmas."

O clero em geral


Em entrevista concedida ao "Diário Carioca” de 25 de Agosto, um adversário do Espiritismo parece dar a entender a quem o leu que todos os estudiosos católicos acreditam que nos fenômenos mediúnicos nada mais há senão fraude, especialmente os fenômenos físicos. O entrevistado quis ultrapassar os seus mestres, ir além da chinela, pois, segundo os padres Pascoal Lacroix e Bueno de Sequeira, "apenas Paul Heusé (jornalista francês) se recusa a admitir fenômenos reais de metapsíquica objetiva", rejeitando-os a todos, embora aceite os subjetivos.

O próprio padre Heredia, talvez preparando, para o futuro, a defesa da Igreja, não se esqueceu de declarar: “Não pretendo que todos os fenômenos sejam fraudulentos." Outro jesuíta, Lucien Roure, um dos mais ardorosos negadores do Espiritismo, também adotou o mesmo parecer do seu colega mexicano, ao dizer:

“Já se disse repetidamente que os fatos estranhos, desconcertantes, do espiritismo e do psiquismo, sob todas as suas formas, são em tal número, certificados por testemunhas de tal modo sérias, que, não admiti-los, seria renunciar a toda a certeza histórica. Atribuir todos esses fatos a uma colossal mistificação, desprezar todos eles com os vocábulos fraude ou alucinação, não é um processo que a razão possa aprovar. Tal é, na verdade, nosso sentimento."

O padre Mainage, da Ordem dos Irmãos Pregadores, conhecido por seus sermões contra o Espiritismo, refutados no livro de Henri Regnault - "Les Vivants et les Morts", escreveu igualmente:

“Confesso, simplesmente, e sem esperar o veredicto da ciência, confesso acreditar na objetividade dos fenômenos espíritas. Há mesas que giram e que falam. A escritura mediúnica não é invenção de imaginações em delírio. Nem todas as aparições são o resultado de alucinações falsas, nem todas as materializações obtidas pelo Dr. Geley são puras quimeras." Alertando os católicos, o padre jesuíta Herbert Thurston, membro da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, escreveu:

“A meu ver, a opinião segundo a qual todos os fenômenos ocultos físicos devam atribuir-se à impostura, não só é inverídica como também perigosa para a sã apologética. É este o resultado a que nos levou também a nossa investigação científica."

E o Monsenhor Dr. Emílio José Salim, da Pontifícia Universidade Católica de S. Paulo, certamente bem conhecido dos católicos, igualmente afirmou:

“A realidade objetiva dos fenômenos espiritistas, em geral, não pode, hoje, ser "razoavelmente contestada. A despeito das inúmeras e constantes fraudes e mistificações descobertas nas manipulações até de afamados médiuns e em muitas manifestações pretensamente espíritas, parece arbitrário e altamente anticientífico atribuir todos os fenômenos a truques e embustes de espertalhões.”

As materializações


O entrevistado a que nos referimos, também descrê inteiramente das materializações (fenômeno físico da mediunidade) e pensa que as moldagens de parafina, feitas por Espíritos, só foram obtidas por um médium e assim mesmo fraudulentamente.

É um direito que lhe assiste, mas cabe-nos fazer certas retificações.

As mãos (e até rostos e pés) materializadas de Espíritos, com as quais se obtém os moldes em parafina fundida, as chamadas ‘luvas de parafina’, foram conseguidas por vários médiuns e em épocas diferentes, inclusive aqui no Brasil. Altas personalidades do mundo científico de vários países, como os Doutores Venzano, Von Bergen, Chazarain, Nichols, Grandon, Osty, Morselli, Bottazzi, Crookes, Geley, Denton, A. de Gramont, Potocki, etc., certificaram-se da inegável realidade desse fenômeno espírita, em condições experimentais que excluíam toda a possibilidade de fraude.

Leia o nosso adversário a obra “L’Ectoplasmie et la Clairvoyance”, Paris, 1924, da autoria do Dr. Geley, e aí encontrará o depoimento de ilustres técnicos de moldagem, que afirmaram terem sido as luvas obtidas de “mãos vivas”, mas de uma maneira impossível por meios normais, destacando-se eles a extraordinária nitidez dos detalhes anatômicos impressos na fina camada de parafina.

Leia igualmente a obra de Gabriel Delanne – “Les apparitions matérialisées des vivants et des morts” (2 vols), e bem assim a do Dr. Raoul Montandon – “Formes Matérialisées”, a fim de não papagaiar o velho e já ridículo refrão de que tudo é fraude.


Zêus Wantuil
Reformador (FEB) Outubro 1958

29 agosto 2016

O Espírita e o Mundo Atual - J.Herculano Pires




O ESPÍRITA E O MUNDO ATUAL


A Terra está passando por um período crítico de crescimento. Nosso pequenino mundo, fechado em concepções mesquinhas e acanhados limites, amadurece para o infinito. Suas fronteiras se abrem em todas as direções. Estamos às vésperas de uma Nova Terra e um Novo Céu, segundo as expressões do Apocalipse. O Espiritismo veio para ajudar a Terra nessa transição.

Procuremos, pois, compreender a nossa responsabilidade de espíritas, em todos os setores da vida contemporânea. Não somos espíritas por acaso, nem porque precisamos do auxílio dos Espíritos para a solução dos nossos problemas terrenos. Somos espíritas porque assumimos na vida espiritual graves responsabilidades para esta hora do mundo. Ajudemo-nos a nós mesmos, ampliando a nossa compreensão do sentido e da natureza do Espiritismo, de sua importante missão na Terra. E ajudemos o Espiritismo a cumpri-la.

O mundo atual está cheio de problemas e conflitos. O crescimento da população, o desenvolvimento econômico, o progresso cientifico, o aprimoramento técnico, e a profunda modificação das concepções da vida e do homem, colocam-nos diante de uma situação de assustadora instabilidade. As velhas religiões sentem-se abaladas até o mais fundo dos seus alicerces. Ameaçam ruir, ao impacto do avanço cientifico e da propagação do ceticismo. Descrentes dos velhos dogmas, os homens se voltam para a febre dos instintos, numa inútil tentativa de regressar à irresponsabilidade animal.

O espírita não escapa a essa explosão do instinto. Mas o Espiritismo não é uma velha religião nem uma concepção superada. É uma doutrina nova, que apareceu precisamente para alicerçar o futuro. Suas bases não são dogmáticas, mas cientificas, experimentais. Sua estrutura não é teológica, mas filosófica, apoiada na lógica mais rigorosa. Sua finalidade religiosa não se define pelas promessas e as ameaças da Teologia, mas pela consciência da liberdade humana e da responsabilidade espiritual de cada indivíduo, sujeita ao controle natural da lei de causa e efeito. O espírita não tem o direito de tremer e apavorar-se, nem de fugir aos seus deveres e entregar-se aos instintos. Seu dever é um só: lutar pela implantação do Reino de Deus na Terra.

Mas como lutar? Este livrinho procurou indicar, aos espíritas, várias maneiras de proceder nas circunstâncias da vida e em face dos múltiplos problemas da hora presente. Não se trata de oferecer um manual, com regras uniformes e rígidas, mas de apresentar o esboço de um roteiro, com base na experiência pessoal dos autores e na inspiração dos Espíritos que os auxiliaram a escrever estas páginas. A luta do espírita é incessante. As suas frentes de batalha começam no seu próprio íntimo e vão até os extremos limites do mundo exterior. Mas o espírita não está só, pois conta com o auxílio constante dos Espíritos do Senhor, que presidem à propagação e ao desenvolvimento do Espiritismo na Terra.

A maioria dos espíritas chegaram ao Espiritismo tangidos pela dor, pelo sofrimento físico ou moral, pela angústia de problemas e situações insolúveis. Mas, uma vez integrados na Doutrina, não podem e não devem continuar com as preocupações pessoais que motivaram a sua transformação conceptual. O Espiritismo lhes abriu a mente para uma compreensão inteiramente nova da realidade.

É necessário que todos os espíritas procurem alimentar cada vez mais essa nova compreensão da vida e do mundo, através do estudo e da meditação. É necessário também que aprendam a usar a poderosa arma da prece, tão desmoralizada pelo automatismo habitual a que as religiões formalistas a relegaram.

A prece é a mais poderosa arma de que o espírita dispõe, como ensinou Kardec, como o proclamou Léon Denis e como o acentuou Miguel Vives. A prece verdadeira, brotada do íntimo, como a fonte límpida brota das entranhas da terra, é de um poder não calculado pelo homem. O espírita deve utilizar-se constantemente da prece. Ela lhe acalmará o coração inquieto e aclarará os caminhos do mundo. A própria ciência materialista está hoje provando o poder do pensamento e a sua capacidade de transmissão ao infinito. O pensamento empregado na prece leva ainda a carga emotiva dos mais puros e profundos sentimentos. O espírita já não pode duvidar do poder da prece, pregado pelo Espiritismo. Quando alguns "mestres" ocultistas ou espíritas desavisados chamarem a prece de muleta, o espírita convicto deve lembrar que o Cristo também a usava e também a ensinou. Abençoada muleta é essa, que o próprio Mestre dos Mestres não jogou à margem do caminho, em sua luminosa passagem pela Terra!

O espírita sabe que a morte não existe, que a dor não é uma vingança dos deuses ou um castigo de Deus, mas uma força de equilíbrio e uma lei de educação, como explicou Léon Denis. Sabe que a vida terrena é apenas um período de provas e expiações, em que o espírito imortal se aprimora, com vistas à vida verdadeira, que é a espiritual. Os problemas angustiantes do mundo atual não podem perturbá-lo. Ele está amparado, não numa fortaleza perecível, mas na segurança dinâmica da compreensão, do apercebimento constante da realidade viva que o rodeia e de que ele mesmo é parte integrante. As mudanças incessantes das coisas, que nos revelam a instabilidade do mundo, já não podem assustar o espírita, que conhece a lei de evolução. Como pode ele inquietar-se ou angustiar-se, diante do mundo atual?

O Espiritismo lhe ensina e demonstra que este mundo em que agora nos encontramos, longe de nos ameaçar com morte e destruição, acena-nos com ressurreição e vida nova. O espírita tem de enfrentar o mundo atual com a confiança que o Espiritismo lhe dá, essa confiança racional em Deus e nas suas leis admiráveis, que regem as constelações atômicas no seio da matéria e as constelações astrais no seio do infinito. O espírita não teme, porque conhece o processo da vida, em seus múltiplos aspectos, e sabe que o mal é um fenômeno relativo, que caracteriza os mundos inferiores. Sobre a sua cabeça rodam diariamente os mundos superiores, que o esperam na distância e que os próprios materialistas hoje procuram atingir com os seus foguetes e as suas sondas espaciais. Não são, portanto, mundos utópicos, ilusórios, mas realidades concretas do Universo visível.

Confiante em Deus, inteligência suprema do Universo e causa primária de todas as coisas, - poder supremo e indefinível, a que as religiões dogmáticas deram a aparência errônea da própria criatura humana, - o espírita não tem o que temer, desde que procure seguir os princípios sublimes da sua Doutrina. Deus é amor, escreveu o apóstolo João. Deus é a fonte do Bem e da Beleza, como afirmava Platão. Deus é aquela necessidade lógica a que se referia Descartes, que não podemos tirar do Universo sem que o Universo se desfaça. O espírita sabe que não tem apenas crenças, pois possui conhecimentos. E quem conhece não teme, pois só o desconhecido nos apavora.

O mundo atual é o campo de batalha do espírita. Mas é também a sua oficina, aquela oficina em que ele forja um mundo novo. Dia a dia ele deve bater a bigorna do futuro. A cada dia que passa, um pouco do trabalho estará feito. O espírita é o construtor do seu próprio futuro do mundo. Se o espírita recuar, se temer, se vacilar, pode comprometer a grande obra. Nada lhe deve perturbar o trabalho, na turbulenta mas promissora oficina do mundo atual.

Concluindo:


  • O espírita é o consciente construtor de uma nova forma de vida humana na Terra e de vida espiritual no Espaço; 
  •  sua responsabilidade é proporcional ao seu conhecimento da realidade, que a Nova Revelação lhe deu; seu dever de enfrentar as dificuldades atuais, e transformá-las em novas oportunidades de progresso, não pode ser esquecido um momento sequer; 

       Espíritas, cumpramos o nosso dever!



Autor: José Herculano Pires 
Inspirado por: Miguel Vives 
Livro: O Tesouro dos Espíritas
Capitulo VI

28 agosto 2016

A morte e/ou desencarnação doem? - Jorge Hessen

 
A MORTE E/OU DESENCARNAÇÃO DOEM?

O fenômeno da morte e/ou desencarnação constitui uma fatalidade da qual nenhum ser humano consegue escapar. A morte sobrevindo a cada instante nas células, que igualmente se revigoram, chega o momento em que a desoxigenação encefálica se incumbe de interromper as funções do tronco cerebral, obstruindo a ocorrência biológica da vida carnal.

No processo da morte pesquisadores afirmam que genes permanecem vivos nos defuntos. Asseguram que alguns genes humanos estão ativos por pelo menos 12 horas após a morte biológica. A descoberta deixa para a academia a definição de “morte física” mais emblemática. Cada vez fica mais claro que desencarnar e ou “morrer” é um longo processo, que começa bem antes da data da certidão de óbito e termina muito depois dela.

A certeza da vida além-túmulo não elimina as inquietações humanas quanto à morte e/ou desencarnação. Há muitos que temem não precisamente a vida futura, mas o momento da extinção do corpo. Será ele traumático? Em verdade a morte e/ou desencarnação não são iguais para todos, visto que ilimitados são os comportamentos adotados pelos encarnados.

Apesar de utilizarmos como sinônimos os termos morte e desencarnação, a rigor estes são fenômenos distintos. De fato, é rara a coincidência temporal das durações de ambos os processos. É muito mais frequente o processo de morte propriamente dita ser concluído muito antes da desencarnação.

A desencarnação para alguns poucos pode ser rápida, proporcionando uma certa liberdade, até mesmo antes da extinção corporal. Comumente, a separação da alma é feita gradativamente , pois o Espírito se desprende vagarosamente dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas.

Porém, observando-se a tranquilidade de alguns moribundos e as comoções assombrosas de outros, pode-se de antemão ajuizar que as impressões experimentadas durante a morte e/ou desencarnação nem sempre são iguais.

Para as pessoas espiritualizadas a desencarnação se completa antes da morte, ou seja, tendo o corpo ainda vida orgânica, o Espírito já penetra na vida espiritual, ficando apenas ligado à matéria por elo tão tênue que se desata suavemente com o derradeiro pulsar do coração. Porém, para os algemados aos apelos carnais os laços materiais são vigorosos e quando a morte se aproxima o desprendimento demanda contínuos esforços. As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes e outras vezes se agarra ao cadáver, do qual uma força irresistível o arrebata com violência, molécula por molécula.

No livro “Voltei”, Irmão Jacob (Espírito) descreve na condição de testemunha sobre tais situações, explicando que quando foi “cortado” o chamado “cordão prateado” entre o corpo e seu perispírito durante o seu velório, o impacto que ele (Jacob) sentiu foi tão intenso que achou que “estava morrendo por segunda vez”. E logo após esse processo de rompimento do “cordão prateado”, a deterioração do cadáver se acentuou significativamente, conta o autor.

Os religiosos ingênuos que creem poder comprar o ingresso no “reino celestial” à custa de dinheiro (dízimos), serão surpreendidos e ficarão decepcionados com realidade do além-túmulo que os aguarda. Da mesma forma os suicidas, considerando inclusive as atenuantes e agravantes do suicídio, depararão com imensa frustração por não lograrem matar a própria vida e sofrerão enormemente os efeitos inevitáveis da suprema rebeldia às leis do Criador. Nas mortes violentas, tais como nos acidentes, o desprendimento inicia após a morte biológica, e sua consumação não ocorre instantaneamente. O Espírito fica preso ao corpo aturdido, não compreende seu estado, permanecendo na ilusão de que vive materialmente por período mais ou menos longo, conforme seu nível de consciência espiritual.

Na maioria das vezes, tendemos a ignorar o fato de nossa mortalidade, e é somente quando um amigo próximo ou parente querido está morrendo que, intuitivamente, reconhecemos nosso próprio e inevitável roteiro em direção à morte. Há milhares de anos esse assunto tem sido uma questão central para o debate teológico e filosófico, mais do que para a exploração científica e objetiva; entretanto, como observamos acima, a ciência começou a ampliar a compreensão sobre o que acontece quando morremos, tanto no aspecto genético do cadáver quão do aspecto psicológico da alma enquanto mente humana.


Jorge Hessen


27 agosto 2016

Não há morte - Joanna de Ângelis


NÃO HÁ MORTE

Depois que partiram do círculo carnal aqueles a quem amas, tens a impressão de que a vida perdeu a sua finalidade. Joanna de Ângelis As horas ficam vazias, enquanto uma angústia que te dilacera e uma surda desesperação que te mina as energias se fazem a constante dos teus momentos de demorada agonia.

Estiveram ao teu lado como bênçãos de Deus, clareando o teu mundo de venturas com o lume da tua presença e não pensaste, não te permitiste acreditar na possibilidade de que eles te pudessem preceder na viagem de retorno.

Cessados os primeiros instantes do impacto que a realidade te impôs, recapitulas as horas de júbilo enquanto o pranto verte incessante, sem conforta-te, como se as lágrimas carregassem ácido que te requeima desde a fonte do sentimento à comporta dos olhos, não diminuindo a ardência da saudade. . .

Antes da situação, o futuro se te desdobra sombrio, ameaçador, e interrogas como será possível prosseguir sem eles.

O teu coração pulsa destroçado e a tua dor moral se transforma em punhalada física, a revolver a lâmina que te macera em largo prazo.

Temes não suportar tão cruel sentimento. Conseguirás porém superá-lo. Muito justas, sim, tuas saudades e sofrimentos.

Não, porém, a ponto de levar-te ao desequilíbrio, à morte da esperança, à revolta. . .

Os seres a quem amas e que morreram, não se consumiram na voragem do aniquilamento. Eles sobreviveram.

A vida seria um engodo, se se destruísse ante o sopro desagregador da morte que passa.

A vida se manifesta, se desenvolve em infinitos matizes e incontáveis expressões. A forma se modifica e se estrutura, se agrega e se decompõe passando de uma para outra expressão vibratória sem que a energia que a vitaliza dependa das circunstâncias transitórias em que se exterioriza.

Não estão portanto, mortos, no sentido de destruídos, os que transitaram ao teu lado e se transferiram de domicílio. Prosseguem vivendo aqueles a quem amas.

Aguarda um pouco, enquanto, orando, a prece te luarize a alma e os envolvas no rumo por onde seguem.

Não te imponhas mentalmente com altas doses de mágoas, com interrogações pressionantes, arrojando na direção deles os petardos vigorosos da tua incontida aflição.

Esforça-te por encontrar a resignação.

O amor vence, quando verdadeiro, qualquer distância e é ponte entre abismos, encurtando caminhos.

Da mesma forma que anelas por volver a senti-los, a falar-lhes, a ouvir-lhes, eles também o desejam.

Necessitam, porém, evoluir, quanto tu próprio.

Se te prendes a eles demoradamente ou os encarcera no egoísmo, desejando continuar uma etapa que hora se encerrou, não os fruirás, porque estarão na retaguarda.

Libertando-os, eles prosseguirão contigo, preparar-te-ão o reencontro, aguarda-te-ão...

Faze-te, a teu turno, digno deles, da sua confiança, e unge-te de amor com que enriqueças outras vidas em memórias deles, por afeição a eles.

Não penseis mais em termos de “adeus” e, sim, em expressões de “até logo mais”.

***

Todos os homens na terra são chamados a esse testemunho, o da temporária despedida. Considera, portanto, a imperiosa necessidade de pensar nessa injunção e deixa que a reflexão sobre a morte faça parte do teu programa de assuntos mentais, com que te armarás, desde já para o retorno, ou para enfrentar em paz a partida dos teus amores. . .

Quanto àqueles que viste partir, de quem sofres saudades infinitas e impreenchíveis vazios no sentimento, entrega-os a Deus, confiando-os e confiando-te ao Pai, na certeza de que, se souberes abrir a alma à esperança e a fé, conseguirás senti-los, ouvi-los, deles haurindo a confortadora energia com que te fortalecerás até o instante da união sem dor, sem sombra, sem separação pelos caminhos do tempo sem fim, no amanhã ditoso.


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco


26 agosto 2016

Vício de Roubar - depoimento de um desencarnado - Richard Simonetti




VÍCIO DE ROUBAR - DEPOIMENTO DE UM DESENCARNADO


“Há muito luto contra o vício de roubar. Pertences alheios fascinam-me. Já fui pobre, rico e não venci o vício. Na pobreza dou sempre desculpas de que me falta tudo. Porém, encarnado rico, roubei, apoderei-me de bens de minha mãe, irmãos, organizei quadrilha e muito roubei. Ainda bem que distribuí muita esmola e ajudei a muitos, porém, não anulei minhas faltas. Minha vida tem sido assim, roubo, sofro, arrependo, faço propósito de corrigir-me, volto à carne e tudo recomeça. No corpo se esquece muito das orientações e ensinamentos. Vou pedir, e espero conseguir, reencarnar sem os dois braços físicos. Sei que não provarei que estou curado do vício se não puder fazê-lo. Mas acredito se ficar uma encarnação sem as mãos, darei valor a elas, para o uso do bem. ” (Depoimento de um desencarnado) “Se vossa mão ou vosso pé é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os longe de vós; melhor será para vós que entreis na vida tendo um só pé ou uma só mão, do que terdes dois e serdes lançados no fogo eterno. – Se vosso olho vos é objeto de escândalo (tropeço), arrancai-o e lançai-o longe de vós; melhor para vós será que entreis na vida tendo um só olho, do que terdes dois e serdes precipitados no fogo do inferno. ”

Segundo a expressão evangélica, “entrar na vida”, equivale ao nascer de novo, ou reencarnar.

O espírito poderá reencarnar com limitações físicas e mentais que inibem suas tendências inferiores e impõem o resgate de seus débitos, a fim de que se liberte do “inferno” da consciência culpada.

Isso não significa que cairemos numa fogueira onde as almas ardem em sofrimento perene, sem jamais se consumirem.

As chamas do inferno simbolizam os tormentos da “consciência culpada”, na Terra ou no além, é ela que nos precipitarão ao “fogo do inferno. ”

Essas labaredas ardentes chamam-se angústia, insatisfação, tristeza, desequilíbrio, enfermidade, que nos perturbam em face de nossos desvios do passado ou do presente.

As afirmativas de Jesus são exageradas ou enérgicas para que o indivíduo comprometido com o mal se redima.

É como alguns termos que usamos hoje:

Comer o fígado de alguém - significa grande raiva.

Derramar rios de lágrimas - significa chorar muito.

Coração de pedra - significa grande insensibilidade, etc.

Todos temos débitos do passado que justificam quaisquer limitações. Portanto, elas se manifestam em maior ou menor intensidade, segundo programas instituídos por Deus, guardando compatibilidade com necessidades e nossa capacidade de enfrentar desafios.


Richard Simonetti


25 agosto 2016

Foi uma fatalidade... - Antônio Carlos Navarro

Credit: Sergey Gorshechnikov

 FOI UMA FATALIDADE...

A expressão que dá título a este ensaio é muito utilizada no cotidiano, para justificar acontecimentos que não temos explicações plausíveis.

Deixa a impressão de que foi a vontade de Deus, e que não temos alternativa senão a de nos acomodarmos aos Seus desígnios, vivendo como marionetes, sem termos participação ativa nos acontecimentos da vida.

A vida tem um propósito, que é o de dar ao espírito condições de atingir a perfeição, conforme nos esclarece o Consolador Prometido por Nosso Senhor Jesus Cristo (1):

“Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos? – A Lei de Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é uma expiação; para outros é uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, devem sofrer todas as tribulações da existência corporal: é a expiação. A encarnação tem também um outro objetivo: dar ao Espírito condições de cumprir sua parte na obra da criação…” (2)

Para o ser consciente de suas condições e possibilidades de progresso, condicionado ao merecimento, a participação no planejamento de sua futura existência física é, segundo os Benfeitores Espirituais, condição comum às criaturas:

“Na espiritualidade, antes de começar uma nova existência corporal, o Espírito tem consciência e previsão das coisas que acontecerão durante sua vida? – Ele mesmo escolhe o gênero de provas que quer passar. Nisso consiste seu livre-arbítrio.” (3) Porém, para que não restassem dúvidas a respeito, ao estudar a Lei de Liberdade, Allan Kardec, o eminente codificador da Doutrina Espírita, questionou

“Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o sentido que se dá a essa palavra, ou seja, todos os acontecimentos são predeterminados? Nesse caso, como fica o livre-arbítrio? – A fatalidade existe apenas na escolha que o Espírito fez ao encarnar e suportar esta ou aquela prova. E da escolha resulta uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição que ele próprio escolheu e em que se acha. Falo das provas de natureza física, porque, quanto às de natureza moral e às tentações, o Espírito, ao conservar seu livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor para ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode vir em sua ajuda, mas não pode influir de modo a dominar sua vontade. Um Espírito mau, ao lhe mostrar de forma exagerada um perigo físico, pode abalá-lo e assustá-lo. Porém, a vontade do Espírito encarnado está constantemente livre para decidir.” (3)

O esquecimento do que foi proposto pelo próprio espírito é justificado:

“A cada nova existência o homem tem mais inteligência e pode melhor distinguir o bem do mal. Onde estaria o mérito, ao se lembrar de todo o passado? Quando o Espírito volta à sua vida primitiva (a vida espírita), toda sua vida passada se desenrola diante dele; vê as faltas que cometeu e que são a causa de seu sofrimento e o que poderia impedi-lo de cometê-las. Compreende que a posição que lhe foi dada foi justa e procura então uma nova existência em que poderia reparar aquela que acabou. Escolhe provas parecidas com as que passou ou as lutas que acredita serem úteis para o seu adiantamento, e pede a Espíritos Superiores para ajudá-lo nessa nova tarefa que empreende, porque sabe que o Espírito que lhe será dado por guia nessa nova existência procurará fazê-lo reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das que cometeu.” (4)

Não podemos negligenciar o uso da inteligência para entendimento racional das circunstâncias. As prevenções, cuidados e planejamentos são atribuições nossas na vida física, e se nos deixarmos levar pela precipitação e ansiedade estaremos expostos a acontecimentos decorrentes que nem sempre teríamos necessidades de vivenciar.

O Benfeitor Espiritual André Luiz nos esclarece:

“Incorporando a responsabilidade, a consciência vibra desperta e, pela consciência desperta, os princípios de ação e reação funcionam, exatos, dentro do próprio ser, assegurando-se a liberdade de escolha e impondo-lhe, mecanicamente os resultados respectivos, tanto na esfera física quanto no Mundo Espiritual. (5)

Alguns acontecimentos que estão previstos são inevitáveis em função de necessidades espirituais maiores, outros poderão ser evitados com o simples uso da reflexão, do bom senso e da oração, conforme asseverou o Senhor Jesus, e sempre será infrutífero buscar identificar uma e outra coisa na tentativa de melhor proveito das situações. O melhor é vivermos confiantes na justiça divina, fazendo a nossa parte, porque, na Sua perfeição, Deus está fazendo a Dele, afinal de contas “não cai uma folha de árvore sem que Ele o saiba”.

Pensemos nisso.


Antônio Carlos Navarro


Referências:

1) João 14:26;
2) O Livro dos Espíritos, questão 132;
3) O Livro dos Espíritos, questão 258;
4) O Livro dos Espíritos, questão 393;
5) Evolução em Dois Mundos, cap. 11 – Existência da alma.


24 agosto 2016

O suicídio: violência que prolonga a separação - Frederico Menezes

 
O SUICÍDIO: VIOLÊNCIA QUE PROLONGA A SEPARAÇÃO

Tanto pelos depoimentos de quem atentou contra a própria vida e retomou das portas do mundo espiritual (caso de pessoas que foram dadas como mortas), quanto os daqueles que, em estado de transe, descrevem suas encarnações anteriores em que praticam algum suicídio, a noticia é uma só: o ato suicida é uma agressão ao equilíbrio da Lei e, ao invés de resolver os problemas de quem sobre, os prolonga, acrescentados por dolorosos conflitos de consciência. Enquanto os que vivenciam a “quase morte”contra sua vontade, ou seja em acidentes não provocados ou por enfermidades, passam por momentos de paz e sentimentos poderosos de felicidade num ambiente com certa radiosidade, reencontrando, inclusive, parentes e amigos, estimulando-lhes a querer permanecer envoltos naquela luz amorosa, aqueles que tentaram o suicídio veem-se em uma atmosfera de tormenta, angustia e opressão. Não há luminosidade, um sentimento de solidão e medo caracteriza a experiência de quase morte. Quando retoma ao corpo, reflete melhor sobre o fato e a vida, terminando por reconhecer que o suicídio é a pior saída que se tem. Aliás, nem é saída.

Nos depoimentos relacionados à reencarnação, o fato se repete. Quem se viu tirando a própria vida descreve um turbilhão de sofrimentos, uma sensação profunda de vergonha e culpa. O suicida verifica que tentou fugir da vida e caiu na própria vida, em condições bem mais complexas.

Estes depoimentos que são verificados por pesquisadores nos quatro cantos do planeta, também são confirmados nas reuniões mediúnicas que ocorrem nas instituições espíritas, reuniões de amparo e socorro espiritual.

Os espíritos suicidas apresentam-se em condições deploráveis, isto após muito tempo de agonias sem conta, na realidade imediata à vida física.

Claro que a Misericórdia de Deus funciona aliviando circunstâncias e prodigalizando recursos para que os que vivem este martírio possam se reerguer perante a própria consciência e reiniciar a jornada no rumo de luz. E é ponto claro: não conseguem encontrar ou pelo menos perceber os entes queridos desencarnados que sofrem com seu gesto lamentável e o estado em que se encontram.

O interessante é que o Espiritismo explica e demonstra que esse estado doloroso não é uma punição Divina. Deus não tem nossas falhas de caráter. É um fenômeno natural. São leis da natureza que violentadas no gesto suicida desarmonizam-se. O corpo espiritual, energético, suscetível a campos magnéticos, (como tudo que constitui o universo), tem natureza vibratória, ou seja, suas moléculas tem um ritmo vibratório. O gesto suicida desarticula este ritmo, agride a estrutura magnética e, em consequência, gera sofrimento que é o efeito de toda desarmonia. Além do mais, a consciência é o local onde o senso divino (as leis de Deus) está estabelecido. Aí sim, é o aspecto moral.

Aprendemos com os Espíritos Superiores que ao reencarnamos trazemos uma determinada cota de energia vital, propiciadora do período de tempo que passamos reencarnados. Isto não seria feito aleatoriamente. É de acordo com a necessidade de cada um de nós. São mobilizados recursos imensos para que o espírito mergulhe numa existência física. Ora, a agressão provocada pelo suicídio, rompe ligações magnéticas que prendem a alma ao corpo porém o fluido vital, que não se esgota no cumprimento de sua finalidade, segue com o ser para o mundo espiritual, intensificando, inclusive, as sensações físicas inerentes à vida carnal. Este assunto comporta outras abordagens mais profundas, não sendo o objetivo desse nosso volume. Pretendemos abordar a questão em livro específico.

O certo é que o suicídio é um complicador que prende o ser a um estado deplorável, provocando inclusive, futuras experiências na carne muito mais incômodas e sofridas. Óbvio que cada caso tem, perante as leis da vida, seus méritos e deméritos, atenuantes e agravantes, por isto, as reações ao suicídio ganham impacto e nuances em suas dores, muito pessoais, diríamos assim. Além de todo sofrimento que gera, o suicídio retarda, e muito, segundo temos verificado em comunicações mediúnicas, nosso reencontro com os amados. Eles estão em outra dimensão e o suicida está emparedado em vibrações de baixa potência, realimentado pelos dramas de consciência.

De Frederico Menezes
 Fonte: A outra vez em que eu morri. 


23 agosto 2016

Parábola da mãe impaciente - Momento Espírita


PARÁBOLA DA MÃE IMPACIENTE

A manhã corria tranquila, amenizada por uma brisa suave que balançava de leve as flores do jardim.

O céu azul era recortado pelo voo rápido das andorinhas.

Apesar de todo esse esplendor e encanto, a jovem mãe sentia-se impaciente e nervosa.

Correndo entre as árvores do quintal, o seu filhinho brincava descuidado.

Em dado momento, o garoto aproximou-se de um pequeno poço que ficava junto a uma frondosa mangueira.

Não havia perigo algum. No entanto, a mãe viu e irritou-se, porque estava impaciente.

Acercou-se do filho, ergueu a mão e lhe deu uma forte palmada.

Surpreendido pelo castigo que lhe parecia injusto, o menino ficou bastante irritado.

Voltando-se para a mãe, disse com ar zangado:

Você bateu em mim! Não gosto mais de você.

Ela ficou surpresa e arrependida diante da reação do garoto.

Ele, com a fisionomia amuada, afastou-se, encaminhando-se para o fundo do quintal.

Voltava-se, porém, a cada passo, para o lado em que se achava a mãe e insistia na mesma frase:

Não gosto mais de você!

Proferindo sempre a mesma queixa, chegou junto ao muro.

No terreno vizinho havia uma grande pedreira que, com sua face lisa, provocava um eco de rara perfeição.

Quando o menino bradou mais uma vez: Não gosto mais de você, o eco repetiu:

Não gosto mais de você!

Ao ouvir aquilo, que parecia reboar nas alturas, o garoto, que desconhecia a existência do eco, se assustou.

Correu para junto da mãe.

Mamãe! Lá no fundo do quintal, para o lado da pedreira, tem um gigante que grita: “Não gosto de você!”

A mãe, percebendo a verdade do acaso, tomou o filho pela mão e o convidou a ir até junto ao muro, onde se poderia ouvir o maravilhoso eco.

Ali chegando, pegou-o no colo e falou, com a serenidade que há pouco lhe faltara:

Grite bem alto para o gigante: “Eu gosto de você!”

Sem hesitar, levando as mãozinhas em concha, na altura da boca, ele fez vibrar a voz:

Eu gosto de você!

O eco rebateu: Eu gosto de você!

A jovem mãe explicou, com carinho:

Essa voz que você ouviu é a voz da vida.

A toda palavra de simpatia e bondade responde a vida com bondade e simpatia.

A todo gesto de violência e impaciência, recebemos de volta violência e impaciência.

Temos que agir bem, para que possamos receber o bem da vida.

Fez uma pausa e acrescentou, beijando o menino.

Hoje eu estava impaciente e por isso bati em você.

Mas eu gosto de você, meu filho, me desculpe.

O filho abraçou-a e murmurou:

Mamãe! Desculpe! Eu também gosto muito de você.

E o eco, que parecia nascer do coração da pedra, repetiu:

Mamãe! Desculpe! Eu também gosto muito de você.

* * *

Que as nossas palavras sejam sempre evocações à bondade e ao bem.

Que não sejam, porém, manifestações vazias e vãs.

Cuidemos para que nossos gestos sejam exemplificações seguras e constantes de cada uma das palavras que proferirmos.


Por Redação do Momento Espírita, com base no cap.Parábola da mãe impaciente, do livro Contos e lendas orientais, de Malba Tahan, ed. Nova Fronteira. Do site: http://www.momento.com.br

22 agosto 2016

O "sucesso dos Críticos - Inácio Ferreira



O “SUCESSO” DOS CRÍTICOS

Triste e lamentável que esse ou aquele companheiro de Ideal, para alcançar o que interpreta por “sucesso” no campo doutrinário tenha que recorrer a critica em torno do esforço alheio.

Irmãos e irmãs que, desconhecendo o próprio valor, ainda passível, claro, de desenvolvimento, buscam projeção tecendo maledicentes comentários sobre a produção literária de autores encarnados e desencarnados.

Sob o pretexto de defenderem a tão propalada pureza doutrinária, encomendam artigos de combate a terceiros, acovardados de oferecerem à própria cara a tapa, ou, então, numa explícita confissão de sua incapacidade intelectual para o fazerem por si mesmos.

Em meu tempo de espírito encarnado, eu também me deparei com semelhante mediocridade, quando, pretensos confrades, a fim de se abstraírem no anonimato em que viviam, careciam de malhar os artigos e livros que, para escrever, me requisitavam boa cota de tempo e consumo de fosfato.

Digo-lhes, no entanto, que nunca pude identificar em nenhum deles, nesses teóricos da Doutrina, a coragem, por exemplo, de se alistarem como voluntários numa Casa de Caridade para lavaram as sujas nádegas de pequerruchos órfãos e de pobres idosos abandonados pela família.

Nunca pude constatar, repito, em nenhum deles, o Evangelho do Cristo vivenciado na prática, posto que, quase sempre, efetuavam os seus comentários malsãos acomodados em suas poltronas giratórias, trancados em seus gabinetes, à distância daqueles que passam fome na periferia das cidades em que residem.

Nunca pude, verdadeiramente, avaliar-lhes o currículo moral, visto que, muitos deles, como relés “batedores de carteiras”, viviam de surrupiar o prestígio de confrades bem intencionados, na perseguição sistemática que lhes moviam através de sua boca caluniosa.

Habituei-me a eles e, por eles, desenvolvi certo sentimento de compaixão, por reconhecer-lhes a sistemática vocação para pigmeus do espírito, visto que, equivocadamente, sempre imaginaram que pudessem crescer à custa de amputar as pernas daqueles que sempre lhes inspiravam insuperável complexo de inferioridade.

Por isto, meu caro, não ligue maior importância ao que se disse e ao que se diz, ou, ainda, ao que se dirá, a respeito do trabalho que, em parceria, intentamos desenvolver sem o menor propósito de incomodar as consciências verdadeiramente tranquilas.

Somadas as nossas duas idades, eu e você, fora do corpo e no corpo, contamos com quase duzentos anos, e, portanto, não somos mais crianças capazes de se intimidarem com a história do “lobo mau”, que, mesmo depois de reencarnado, não desiste de devorar o “chapeuzinho vermelho”...

Esse pessoal, que se imagina “donos” da Doutrina, assalariados pelo não sei o quê e por quem não sei – e não quero saber! –, certamente, acredita que recuaremos ao seu simples bater de pé, quando, ao longo do tempo, já nos habituamos a trabalhar com a faca de afiadas baionetas espetada ao peito...

Se não os ignoramos aqui nestas linhas de hoje é porque sabemos que, furtivamente, às escondidas, eles nos leem, sistematicamente, todas as segundas-feiras, a fim de se ilustrarem em sua ignorância ou, então, para se perturbarem um tanto mais no sentimento de inveja, que, a pouco e pouco, os vêm consumindo pelas entranhas.

Coitados! Recomendamo-los em nossas orações, conforme eles mesmos vivem propalando, aos ferrenhos obsessores que nos perturbam, visto que até mesmo o direito de orarmos a Deus, nosso Pai de Infinita Misericórdia, eles nos retiraram.

Quanto a nós outros, meu caro, vamos para o teclado do computador porque, antes de você deixar a carcaça, temos o compromisso de continuar acordando os que estão dormindo, ou àqueles, que estando de olhos arregalados, sofrem com os inúmeros pesadelos que os acometem a qualquer hora do dia e da noite.

Antes, porém, de encerrarmos, recitemos a eles, aos nossos críticos contumazes, estrofes que o gênio de Castro Alves, de improviso, dedicou a uma dama que lhe havia desdenhado o convite para uma valsa:

“De nada vale o que tens

Que não me podes comprar;

Ainda que possuísses

Todas as pérolas do mar!

És fidalga? – Sou poeta!

Tens dinheiro? – Eu a completa

Riqueza no coração;

“Não troco uma estrofe minha

Por um colar de rainha

Nem por troféus de latão.”


Obs: Alguns historiadores atribuem a autoria dos versos de "Orgulhosa" ao poeta Trasíbulo Ferraz Moreira.

Inácio Ferreira
Psicografia Carlos A. Baccelli 
Uberaba – MG, 11 de junho de 2016.

21 agosto 2016

Provas e expiações no lar - Joanna de Ângelis

 
PROVAS E EXPIAÇÕES NO LAR

Sendo o planeta terrestre um mundo ainda relativamente primitivo de provas e expiações, é natural que, na maioria dos grupamentos familiares, apresentem-se os sofrimentos de vária ordem, convidando a reflexões e ao trabalho de iluminação interior.

Como a reencarnação tem por finalidade o desenvolvimento dos valores que dormem inatos no espírito, os equívocos e as mazelas que o acompanham como resultado das experiências infelizes do passado, apresentam-se como necessitados de retificação, expressando-se em forma de sofrimentos os mais diversos.

Podem manifestar-se em caráter expiatório, através dos processos mais graves das enfermidades degenerativas, na surdez, na cegueira, na mudez, na paralisia, nos distúrbios mentais irreversíveis, ou em forma de provações de que se fazem instrumento as doenças infecto-contagiosas, os acidentes, as dores morais, os distúrbios psicológicos, os transtornos de conduta, a solidão, os conflitos...

São poucas as famílias, nas quais a dor não se apresenta convidando ao amadurecimento espiritual e à compreensão mais profunda a respeito da superior finalidade existencial.

Muitas pessoas supõem que a existência terrestre é uma encantadora viagem ao país da ilusão, uma experiência enriquecida somente de prazeres e de gozos, sem recordar-se da sua transitoriedade, dos fenômenos que a todos se apresentam, diluindo as fantasias e convocando à realidade.

Desse modo, o sofrimento é o amigo silencioso que se infiltra no espírito, a fim de que o mesmo se eduque ou se reeduque, desenvolvendo-lhe os latentes sentimentos do amor, da compaixão e da caridade, a fim de enriquecer-se dos tesouros inalienáveis que conduzirá após o decesso tumular. São esses recursos que constituem propriedade real, porque acompanham aqueles que os possuem, enquanto todos os outros ficam transformados em lembranças na memória de quem os utilizou, passando de mãos na Terra.Constitui, portanto, dever dos pais, o esclarecimento aos filhos sobre as vicissitudes do caminho evolutivo.

As conversações edificantes em torno da Divina Justiça, dos compromissos morais que são assumidos pelos que se encontram reencarnados, as provas e os testemunhos que todos experimentam, são de alta significação moral e espiritual para a saudável formação da personalidade da prole.

Demonstrar que essas ocorrências são perfeitamente normais, nunca se tratando de punições estabelecidas por Deus, que se comprazeria em ver sofrer aqueles que se encontram desequipados de valores para os procedimentos corretos, é dever inadiável.

Quando, por acaso, na constelação familiar exista algum exemplo de expiação, deve-se torná-lo preciosa lição de vida, não apenas para o padecente, mas para todos os membros, que se deverão unir, a fim de atenuar os sofrimentos daquele que se encontra necessitado de ajuda. Essa providência desenvolve em todos a coragem e o respeito à vida, eliminando temores e diluindo ilusões em torno da matéria, principalmente quanto à sua fragilidade.

Tal comportamento serve de lição viva para aqueles que fazem parte da família, compreendendo que, a avezita tombada do ninho pelo infortúnio aparente, encontra-se no hospital da solidariedade, no qual receberá apoio e compreensão, a fim de recuperar-se da melhor maneira possível, para os futuros vôos que deverá alçar...

Não foi uma injunção casual que trouxe o ser amado com limites, tornando-o encarcerado numa prisão sem grades, mas acontecimentos que tiveram lugar em tempo próximo ou remoto, no qual os atuais familiares desempenharam papel importante. Ninguém renasce num grupo consangüíneo, em situação penosa, sem que existam razões preponderantes para o cometimento libertador.

Esse, que ora jaz no leito, em processo depurativo, liderou cometimentos infelizes, havendo atraído para a ação nefasta, essoutros que agora o recebem e devem auxiliá-lo na libertação.

Tudo se enquadra com perfeição nos processos iluminativos através das aflições.

Ninguém, portanto, que experimente qualquer tipo de dor sem uma causa anterior que o explique, que o justifique.

O lar, desse modo, é o santuário de união, no qual se retificam situações penosas e ações odientas.

Aquele familiar que, de certa forma, inspira animosidade, que se faz perverso, agressivo, em relação aos demais membros, solicita, sem o pedir, compaixão e misericórdia, por cuja aplicação os seus sentimentos doentios são minorados pelas vibrações emitidas pelos demais membros do clã. Ao invés da revolta e do desejo de desforço, que muitas vezes despertam nos demais, a caridade deve ser a reação, como bálsamo para quem a oferece e bênção em favor daquele a quem é dirigida.

Não poucas vezes, sob expiações as famílias desagregam-se, quando mais deveriam estruturar-se, em face da ignorância espiritual que representam essas ocorrências, que dão lugar a ódios e lutas penosas entre os seus membros.

Sob outro aspecto, à medida que as provações ocorrem em muitos lares, a revolta se aninha nos corações e o desapontamento invade o pensamento daqueles que as experimentam, quando deveriam meditar em torno do fato, procurando entender-lhe a razão, para melhor enfrentar a situação perturbadora.

A família é reduto de trabalho coletivo, no qual todos têm o dever de ajudar-se. Quem se encontra melhor informado, mais facilidade dispõe para contribuir em favor do esclarecimento daquele que ignora.

O lar, nem sempre se apresenta como um reino de júbilos, mas quase sempre como um campo de batalha no qual espíritos litigantes, adversários de"ontem ou amantes frustrados do passado, reencontramse para as transformações emocionais que se fazem necessárias sob a inspiração do amor.

Filhos ingratos e calcetas são antigas vítimas do desequilíbrio dos pais atuais, que os recebem, a fim de santificarem o relacionamento pela paciência e pela afabilidade, compreendendo-lhes as ofensas e as rebeldias em que se comprazem. Isto, porém, não justifica que os mesmos sejam cobradores impenitentes, porque não estão isentos também de culpa e de gravames.

É por isso que a lei da caridade deve viger em todas as situações difíceis.

Quando não se sabe como agir em relação aos graves desafios do ódio e da agressão, que se pergunteà caridade qual o melhor procedimento a aplicar.

Com essa disposição, a família consegue desempenhar o papel de lar, de escola, de oficina, de hospital, de santuário, onde os espíritos se recuperam, aprimorando o caráter e fortalecendo as energias para cometimentos ainda mais severos no futuro.

A conscientização dos filhos pelos pais devotados, em torno dos processos de dor e de angústia, de ocorrências infelizes e de insucessos de qualquer procedência, contribui valiosamente para a harmonia doméstica e a preparação das gerações novas em relação ao porvir.

Provas e expiações são programas estabelecidos pela lei de Causa e de Efeito, para o progresso do espírito, nunca se olvidando que o ser pequenino, assinalado por umas ou outras conjunturas penosas, é viajante antigo do carreiro evolutivo, agora em fase infantil, no rumo do futuro.

Joanna de Ângelis
Psicografia Divalo P.Franco
Obra: Constelação Familiar - Capituro 20