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31 janeiro 2019

Qual a medida de nossa crueldade... para conosco? - Adriana Machado



QUAL A MEDIDA DE NOSSA CRUELDADE...PARA CONOSCO?


Quantas vezes voltamos o nosso olhar para trás para agradecer pelas nossas conquistas?

Quantas vezes olhamos para o nosso presente e nos parabenizamos por tudo o que já passamos e ultrapassamos nesta vida?

Por vezes, somos cruéis. Fixamo-nos naquilo que não conseguimos alcançar e não enxergamos todo o caminho trilhado para chegarmos onde estamos, para obtermos toda a experiência que nos fez ser quem somos hoje.

Porque essa postura tão dura conosco? Jesus disse certa vez:

“Onde estão aqueles teus acusadores?” (João 8:10).

Após a resposta da adúltera de que todos tinham ido, ele completou:

“Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.” (João 8:11).

Jesus não estava somente se referindo a todos aqueles que antes a estavam criticando, julgando e condenando, quando afirmou “quem não tem pecado que atire a primeira pedra”. Ele também incluía entre os acusadores alguém muito mais importante que aqueles antes mencionados... Ele se referia à nossa própria consciência.

Se a mulher, que diziam ser adúltera, não se perdoasse pelo seu erro, acabaria se condenando, não se sentindo capaz de se libertar de seus enganos pela culpa que carregaria.

Até que percebesse o seu “pecado”, até que percebesse que não é perfeita e que pode demorar um pouco para adquirir a compreensão para não mais se equivocar, a prisão dessa mulher adúltera (e de todos nós) seria sem grades, mas muito eficaz.

Quando nos incomodamos com as nossas ações, estamos no princípio de uma caminhada mais consciente e tudo fazemos para aplicar as mudanças que nos levarão a não ficarmos mais atormentados. Não posso afirmar que faremos tudo certo desde o começo, mas se tentamos fazer aquilo que achamos certo desde o princípio, compreenderemos que, não nos parabenizar pelo esforço aplicado, é desumano e cruel.

Pensem comigo, em qual fase empreendemos mais esforço: no percurso da maratona ou na linha de chegada? Se não valorizarmos todo o percurso da corrida, todas as dores sentidas, mas superadas, não compreenderemos o verdadeiro valor da chegada. Infelizmente, é o que fazemos, na maioria das vezes, no nosso caminhar.

Li a seguinte frase de um autor desconhecido:

“Eu me lembro dos dias em que orei por coisas que tenho hoje.”

Esse pensamento me fez pensar muito.

Como esquecer que fiz tanto esforço, deixei de realizar tantos outros desejos para chegar onde cheguei? E, qual é a minha reação diante da vitória?

Estamos tão empenhados em angariar conquistas que não percebemos que não estamos vivenciando nenhuma delas. É como se ganhássemos uma corrida e nem parássemos para pegar a medalha. Já partiríamos para outra corrida e sem o descanso devido.

Chega um momento em que nosso corpo se esgota e não conseguimos mais correr. Nossa mente embaralha, nossas emoções e sentimentos se exacerbam e, sem considerar nossos exageros que provocaram esse colapso, colocamos a culpa em um outro alguém por não darmos mais conta das corridas programadas.

Pergunto, então, sobre quem jogamos a nossa responsabilidade? Cada pessoa é uma pessoa, mas posso afirmar que o nosso principal alvo é Deus. É Ele quem não nos ama o suficiente para nos dar aquilo que muito desejamos; é Ele que nos pune ao seu bel-prazer e sem motivos.

Esquecemos que se nem nós, pais imperfeitos, damos tudo para os nossos filhos, imagina Deus que tudo sabe. Se você vir que a postura adotada por seu filho com o seu carro é um pulo para o desastre, você iria apoiá-lo? Possivelmente, retiraria dele o carro que emprestou e diria para que ele tomasse cuidado e consciência de seus erros no trânsito. Assim é Deus, só devolverá o carro quando perceber que você entendeu o recado dado.

Nossas conquistas não são somente a vitória merecedora de medalha, mas sim todo o esforço, tempo e dedicação que empreendemos para chegarmos lá. Aí, perceberemos que a medalha já é merecida pelo primeiro passo que dermos rumo à linha de chegada. E Deus? Ele nos dará todas as oportunidades e tempo que forem necessários para a concretização de nossa meta.

Por tudo isso, necessitamos valorizar cada etapa já ultrapassada porque muito oramos para ali chegar, mas se já é momento para dali partirmos, que jamais esqueçamos que não chegaríamos a lugar nenhum sem o primeiro passo desta grande caminhada.




30 janeiro 2019

A Lei cuida de todos - Momento Espírito



A LEI CUIDA DE TODOS


Em uma apreciação rasa das ocorrências do mundo, talvez pareça que as injustiças imperam.

Entretanto, a ordem cósmica é perfeita e ninguém consegue burlar seus imperativos.

Não há como negar que os homens erram, em sua imperfeição.

Às vezes utilizam a liberdade de modo infeliz e causam dores na vida do próximo.

Mas absolutamente ninguém se furta de assumir as consequências de todos os seus atos.

Ações dignas se convertem em bênçãos e luzes.

Desafios vencidos, com coragem e dignidade, abrem portas para fases mais ricas da existência imortal.

O mesmo se dá com relação aos equívocos, apenas com outra conotação.

Tudo o que se faz, diz e pensa, tem consequências.

A influência que se exerce no mundo vincula o porvir.

Quem incentiva o vício, semeia a dor ou dilapida os tesouros da vida, prepara dias de angústia para si próprio.

Contrariamente ao que por vezes se pensa, o propósito da Lei Divina não é punir.

Ela objetiva educar, corrigir e levar o faltoso à reparação.

A dor, como resultado do equívoco, é apanágio de quem se nega a retificar o que fez.

Isso não implica que o ato de reparar, embora não tenha necessariamente uma conotação dolorosa, seja fácil.

Tudo depende da gravidade dos desdobramentos do ato praticado.

Imagine-se que um homem induz outro a desenvolver determinado vício ou a adotar certa conduta leviana.

O primeiro vincula-se aos reflexos de seu agir inconsequente.

O segundo pode ter estrutura moral mais frágil e se complicar de modo grave.

Talvez ponha a perder o equilíbrio de sua família e a própria saúde.

Quem o induziu ao despenhadeiro terá de auxiliá-lo na caminhada de retorno.

Assim, convém prestar muita atenção na influência que se exerce sobre o semelhante.

Nunca se sabe o quanto os próprios atos, exemplos e palavras podem ser impactantes.

Quem se faz instrumento do mal lança algo em direção ao futuro.

O único modo de impedir o retorno, na forma de aflições, é se dispor rapidamente à reparação.

Uma vez consciente do equívoco, impõe-se assumir corajosamente as consequências.

Providências nobres, voltadas à reconstrução da harmonia, constituem o amor que cobre a multidão de pecados, no dizer evangélico.

Tendo em mente a perfeição da ordem cósmica, não há razão para se angustiar com as aparentes injustiças do mundo.

Certamente convém agir para que elas sejam minoradas e o mal gradualmente se extinga.

Contudo, tal pode se dar em regime de tranquilidade e confiança em Deus.

Afinal, se cada um é livre para fazer o que deseja, a lei cuida de todos.

Pense nisso.



Por Redação do Momento Espírita


29 janeiro 2019

Recurso Educativo da Dor - Orson Peter Carrara



RECURSO EDUCATIVO DA DOR


As dores físicas, morais, as tragédias e sofrimentos e aflições em geral conclamam a, no mínimo, duas posturas: a) despertar em nós a compaixão diante do sofrimento alheio, convidando à disposição de auxiliar; b) fazer com que vejamos as consequências da negligência ou do mal a quem delibera se entregar a ele. Especialmente para que igualmente não nos deixemos levar pela correnteza dos equívocos deliberados.

A Lei Divina não é omissa e todos seremos chamados à corrigenda, mais cedo ou mais tarde, face aos destrambelhos que nos permitimos, sem pensar ou refletir nas consequências. Por isso a dor é educativa e em muitos casos poderia ser evitada. Construímos a dor com nossos destemperos emocionais, com nossa vaidade ou arrogância, com nossa rebeldia ou desobediência à Lei de Amor que deve reger nossos relacionamentos.

Por isso a dor que nos causa a criança paralítica, o cego de nascença, o tumor que se exterioriza, mas também o abandono, a fome e mesmo a miséria moral ou a perturbação mental, são imagens das consequências de ontem refletindo-se hoje. Ou mesmo efeito imediato do hoje.

Nossas ações que lesam o próximo, prejudicam a vida e sua ordem, ou lesam a nós mesmos trarão inevitáveis consequências no futuro, nunca como castigo, mas sempre como alto recurso educativo. É a didática da vida. Melhor que não façamos o que fizeram, os que agora sofrem as consequências. Para que não ocorra conosco o mesmo, ou pior, como conhecido ensino já à disposição do conhecimento humano.

Algumas tempestades que nos atingem são meros frutos de nossas ações, nem sempre do passado, muitas vezes do presente mesmo, por isso o cuidado em viver com dignidade e decência, respeitando a vida e seus desdobramentos em todos os sentidos.

O “Vigiai e Orai” Daquele que é a luz do mundo, da sabedoria de quem indica por experiência e por maturidade, mas também por amor que orienta, deve ser nosso corrimão para seguir. Do contrário, somos sugados pelas ilusões, adentrando perigosos caminhos de sedução e equívocos, sempre geradores de lágrimas, aflições e dor, que não necessariamente tenhamos que passar. Aprendizado é antes de tudo, disciplina.

Por Orson Peter Carrara

28 janeiro 2019

Mitologia, Kardec e Maria – uma reflexão sobre natureza biológica de Jesus - Jorge Hessen



MITOLOGIA, KARDEC E MARIA - UMA REFLEXÃO SOBRE NATUREZA BIOLÓGICA DE JESUS


Os evangelhos de Lucas e Mateus descrevem que Maria manteve-se “virgem” e que Jesus hipoteticamente fora concebido pelo “Espírito Santo”, ou seja, a concepção de Maria acontecera de forma “sobrenatural”, sem a participação do esposo, conquanto já fosse recém-casada com José à época.

A crença na virgindade de Maria e a suposta “fecundação divina” nada mais é senão uma “fotocópia” rudimentar, diríamos, uma imitação burlesca, dos mitos pagãos organizados pelas castas sacerdotais ancestrais. A explicação desses pormenores históricos é indispensável ao espírita, para preservar-lhe contra as deturpações místicas impostas por longos anos pela tradicional instituição “unificadora” do Brasil. Até porque pesquisas e estudos sobre a fábula mitológica, bem como da História das Religiões, comprovam de maneira categórica a origem da alegoria do nascimento virginal.

Indubitavelmente o Evangelho sofreu a influência da mitologia grega. Por isso, devemos separar o mito helênico do que é ensinamento moral. A rigor, foi exatamente por isso que Allan Kardec, ao publicar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, transcreveu tão somente o ensino moral de Jesus.

Historicamente, a “virgindade” de Maria embrenhou-se de tal forma no imaginário coletivo dos cristãos que se incorporou ao seu nome. É verdade! A “virgem Maria” transformou o filho Jesus em vulto mitológico, e nada melhor para exaltar o “homem-deus” do que situá-lo como filho de uma “virgem”. Por falar nisso, Allan Kardec fez oportuno ensaio comparativo a respeito das teorias do pecado original e da virgindade de Maria, situando a mãe de Jesus como virgem, não do ponto de vista biológico, mas sob o enfoque espiritual. [1]

Em conformidade com determinadas narrativas do Evangelho, Maria teria recebido a visita lendária de um “anjo” de nome Gabriel, o qual anunciou à jovem sua “fecundação” através da intervenção do “Espírito Santo”. Ora, a Doutrina Espírita nos convida a desenvolver uma fé raciocinada, analisando sensatamente as narrativas do Evangelho. Ante os dilemas interpretativos dos conceitos literais escritos pelos apóstolos, o Codificador advertiu que a religião deve caminhar em consonância com a ciência, de modo que a primeira não ignore a última, e vice-versa.

Cá para nós, qual seria a desonra de Maria sobre a maternidade segundo as leis biológicas? Teria ela traído José e se “corrompido moralmente” conforme já ouvimos de alguns? O que pensar da oblata suprema de Jesus no Calvário se seu corpo fosse um sortilégio “quintessenciado”? Seria uma representação ridícula! Será que dá para conceber o Cristo (MODELO) imune de dor, em face do seu corpo ser energeticamente “sutilizado”, enquanto os primeiros cristãos mergulhados na carne seriam devorados pelas feras nas arenas romanas?

Não paira nenhuma dúvida de que Maria foi um Espírito muito elevado moralmente, razão pela qual recebeu a missão sublime de gestar o “MODELO e Guia” da humanidade. Porém, Jesus foi ridiculamente transformado numa figura mitológica e, sendo um “ídolo deificado”, não poderia ter nascido do “pecado original” das tradições adâmicas. O fato de Jesus ter sido concebido de forma “milagrosa” contradiz as vias naturais de reprodução humana, e para a Doutrina dos Espíritos esta é uma questão de elevadíssima importância, uma vez que a fecundação biológica é uma decorrência das Leis Naturais.

Em resumo, reafirmamos que a fecundação de Maria se deu por vias decididamente normais, através da respeitosa comunhão sexual com seu esposo, tal como ocorre entre todos os casais equilibrados da Terra. Em face disso, Kardec apresenta Jesus como o MODELO mais perfeito para a evolução humana; logo, o seu corpo deveria ter a mesma constituição biológica daqueles aos quais ele deveria servir de MODELO, e seu testemunho basear-se na subordinação às leis naturais.

Ah!, dizem que a ciência pode gerar um humano através da fertilização in vitro ou outros métodos não uterinos. Ora, ainda que o perispirito de Jesus seja o mais puro da Terra, Ele não derrogaria as leis de reprodução. Portanto, Jesus não poderia aparentar estar biologicamente encarnado, senão o período da manjedoura até a cruz teria sido um simulacro de um ilusionista amador ou uma caricata encenação teatral.

Sob o ponto de vista da lógica kardeciana, a humanização de Jesus torna os cristãos mais esperançosos na autotransformação moral, pois leva seus seguidores a serem mais disciplinados e conscienciosos. Do contrário, a “deificação de Jesus” faz do “MODELO e Guia” uma entidade inalcançável, e assim torna suas lições inexecutáveis, pois são atos próprios à vida de um “extraterrestre” ou do próprio “Deus” (para os místicos).

A concordância com o “Jesus mitológico” abre precedentes para outros entendimentos igualmente lendários a respeito da vida e do legado do Mestre de Nazaré, mas infelizmente, apesar de serem ideias extravagantes, acabam sendo admitidas como verdadeiras a partir da aceitação de premissas ingênuas.

Como analisamos, o Espiritismo alerta para uma visão da natureza biológica de Jesus, desmistifica a virgindade de Maria, mostrando sua grandeza maternal. A legítima literatura espírita juntamente com os ensinamentos recebidos dos espíritos superiores (durante a Codificação) garante que Deus jamais quebraria a harmonia das leis da natureza. Por que haveria Jesus de desrespeitar a lei de reprodução biológica.

Jorge Hessen


Referência bibliográfica:

[1] KARDEC, Allan. Revista Espírita, janeiro de 1862, Brasília: Ed. Edicel, 2002

27 janeiro 2019

Os Assexuais: A Total falta de Desejo Sexual - Fernando Rossit



OS ASSEXUAIS: A TOTAL FALTA DE DESEJO SEXUAL


Comer um bolo é bem melhor. Isso mesmo: este é o símbolo dos chamados ASSEXUAIS – pessoas que não têm interesse em fazer sexo.

“É uma forma de viver a sexualidade caracterizada pelo desinteresse sexual, que pode vir acompanhada ou não do desinteresse amoroso”, explica a pedagoga brasileira Elisabete Regina de Oliveira, autora do doutorado “Minha Vida de Ameba”, defendido em maio de 2015. Durante quatro anos, ela estudou a vida de 40 assexuais, de 15 a 59 anos, e hoje é figura central quando se trata do tema no Brasil.

Você imagina viver sem vontade alguma de fazer sexo? Pois existe muita gente que leva a vida muito bem dessa maneira. E eles não são celibatários nem puritanos. São assexuais, pessoas que nasceram sem o desejo de manter relações sexuais e, em alguns casos, nem amorosas.

Se existem muitas pessoas fazendo sexo sem amor, por que não é possível existir amor sem sexo?

Apesar da lógica da citação, viver sem sexo não é algo muito bem compreendido pela sociedade.

“Um assexual não é alguém que entrou em um relacionamento e o sexo não era bom”, afirma. Para eles, o coito é uma forma de agressão ao próprio corpo. Muitos, no entanto, fazem sexo, porque gostam de alguém e querem agradar essa pessoa.

Outros acabam buscando relacionamentos como uma forma de aliviar as cobranças sociais por uma vida como manda o figurino: namoro, casamento, filhos, férias na Disney. Um dos entrevistados de Elisabete até cogitou virar padre para, assim, se livrar das perguntas da família e das suspeitas de que era gay. No fim, acabou se casando com uma colega da faculdade. “Quando eu o entrevistei, ele já estava havia seis anos sem fazer sexo com a mulher”, conta a pedagoga.

NÃO É UMA DOENÇA

Em uma sociedade sexonormativa e hipersexualizada, é estranho, quase inaceitável, acreditar que a ausência de desejo sexual não seja causada por uma patologia ou trauma. Mas para a médica psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, fundadora e coordenadora geral do Prosex (Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo), a falta de libido pode, sim, ser constitucional da pessoa e nem sempre está relacionada a algum problema físico, como a baixa hormonal – normalmente apontada como uma das principais causas do desinteresse sexual.

“As pessoas que não fazem sexo e não se preocupam ou sofrem por causa disso podem viver a vida delas e não precisam de qualquer intervenção, pois não são passíveis de serem diagnosticadas nem de serem tratadas”, afirma Carmita.

1 A CADA 100 PESSOAS É ASSEXUAL

Duas pesquisas indicam que essa condição atinge 1% da população mundial. Uma feita na década 40 pelo biólogo Alfred Kinsey, ao criar a Escala de Kinsey, que visa medir o comportamento sexual das pessoas. Na época, 1% dos entrevistados apontaram que não tinham desejo sexual.

Qual seria a causa espiritual da ASSEXUALIDADE?

Realmente estamos longe de compreendermos a sexualidade, como nos diz Emmamuel em seu livro “Vida e Sexo”. Quando pensamos em comportamento sexual já ligamos o assunto à prática sexual, ao coito.

No entanto, os Espíritos, em O Livro dos Espíritos”, como também em diversas mensagens e livros psicografados, nos esclarecem que o conceito de normalidade e de anormalidade não se aplica à sexualidade, excetuados nos casos comprovadamente patológicos.

O sexo do ser humano é definido pelos órgãos sexuais. A sexualidade tem sua raiz no Espírito ou alma. Basicamente, do ponto de vista morfológico, existem dois sexos: masculino e feminino. Mas isso não acontece com a sexualidade.

“Como cada um é cada um” (individualidade), e como a sexualidade se radica nas entranhas da alma, podemos admitir a existência de 7 bilhões de sexualidades na Terra – número correspondente à sua população. Dessa forma, impossível querer comparar uma pessoa com a outra, muito embora existam similaridades no comportamento sexual.

A Ciência já está revendo os conceitos de heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade, justamente por esta razão: não há como restringir a sexualidade das pessoas em grupos com padrões definidos de comportamento.

Certa feita, uma jornalista procurou Chico Xavier para uma entrevista em Uberaba. Cética, começou a julgar o médium, em pensamento, antes da entrevista. Ao aproximar-se de Chico, o médium tomou a palavra de disse: – Não sou homossexual como você está pensando. Eu apenas não sinto desejo sexual.

Essa é uma grande confusão que as pessoas fazem: confundir a falta de desejo sexual com homossexualidade. Isso é ignorância e preconceito.

Os Espíritos não tem sexo porque não tem corpo físico como o nosso, considerando que o sexo é definido pelas genitálias. No entanto, possuem sexualidade. Fiquem atentos para a questão nº 200 de “O Livro dos Espíritos”:

Questão nº 200 Os Espíritos têm sexo?

– Não como o entendeis, porque o sexo depende do organismo físico. Existe entre eles amor e simpatia, mas fundados na identidade dos sentimentos.

“Existe entre eles amor e simpatia, mas fundados na identidade dos sentimentos.”

Pois é: amor e simpatia entre as pessoas é pura manifestação da sexualidade. No entanto, na época da Codificação Espírita, este termo e seu significado ainda não existiam, pois sua criação é recente.

Freud se referia à sexualidade como uma manifestação intrínseca, inerente ao ser humano.

Ele tem razão: Nem tudo é sexo, mas tudo pode ser sexualidade.


Fernando Rossit

Fontes:

UOL O Livro dos Espíritos, Kardec Vida e Sexo, Emmanuel


26 janeiro 2019

Amor aos animais - Divaldo P.Franco



AMOR AOS ANIMAIS


Em um governo do passado, um dos seus ministros conduziu, oportunamente, um cão ao veterinário em carro oficial. Surpreendido por um repórter, este advertiu-o sobre a irregularidade que estava cometendo, e o mesmo respondeu enfático: Os cães também são gente!

Acredito, pessoalmente, que o Sr. Ministro quis dizer que os animais também merecem o tratamento dado às criaturas humanas.

De imediato, foi ironizado e tornou-se motivo de troça.

Se ainda estiver reencarnado, ele poderá esclarecer que os animais estão sendo mais bem tratados do que os seres humanos.

O amor aos animais demonstra uma grande conquista pela sociedade, em razão do respeito à vida em todas as suas expressões.

Os animais merecem as mais carinhosas expressões de ternura e cuidados na condição em que estagiam.

Francisco, o Santo de Assis, assim o fez, inclusive ao então terrível lobo de Gúbio. Entretanto, forçoso é considerar, como ocorre em todas as ideias que se transformam em tendência, isto é, se fazem voga, que nelas surgem comportamentos extravagantes.

Os animais, quando domesticados, tornam-se excelentes companheiros de pessoas enfermas, solitárias, portadoras de conflitos, inclusive depressão, autismo, síndrome de Down e outros problemas.

A solidão também requer muito o amor dos animais, tornando-os verdadeiros amigos e companheiros.

No entanto, em uma civilização na qual a miséria moral é muito grande, dela decorrendo a miséria socioeconômica, os excessos nos cuidados aos animais tornam-se uma afronta ao sofrimento dos invisíveis, que se tornam desagradáveis, desprezados e, não raro, perseguidos.

É compreensível que, através do amor, que deve viger entre as criaturas, este se expanda aos animais, aos vegetais, à natureza que nos mantém vivos e, ingratamente, a destruímos.

Substituir o afeto de um ser humano pelo de um animal é lamentável, porque os dois não são incompatíveis. Pode-se amar o gênero humano e também o animal, com o mesmo calor emocional e cuidado.

Algumas pessoas, sofridas e solitárias, referem-se que preferem amar aos inocentes animais do que aos indivíduos conscientes, que traem, magoam e são indiferentes aos seus padecimentos.

Não me parece feliz a troca afetiva, porque o instinto de preservação da vida também se encontra nos animais e, graças ao instinto, em algumas vezes sucedem graves acontecimentos entre esses e os seus cuidadores.

É inegável que tentar transformar um animal em um ser humano, por mais se cuide de trabalhar esse requisito, jamais se conseguirá. Entretanto, o amor que lhe seja dedicado é um passo gigantesco na afetividade que um dia será dirigida às criaturas humanas.

A evolução é inevitável e a força do amor invencível.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 29 de novembro de 2018.


25 janeiro 2019

FAKE NEWS – O que o Espiritismo tem a ver com isso? - Geraldo Campetti Sobrinho




FAKE NEWS - O QUE O ESPIRITISMO TEM A VER COM ISSO?


Agora é moda. Ou seria modismo?!…

O novo é inovador, transformador. Assim é a Boa-Nova, a mensagem do Evangelho de Jesus, oportuna. O Espiritismo também é sempre atual em seu conteúdo.

Ao contrário, o modismo vem e passa, alardeia e some, confunde e desaparece… É comum surgir uma ou outra “novidade” que pretende revolucionar o mundo, como se a roda fosse descoberta a cada momento!

As informações são veiculadas a mancheias e surgem de inúmeros lugares e de replicadores, sem que se saiba ao certo a fonte original. Muito menos se consegue verificar a originalidade ou fidelidade da informação: verdadeira ou falsa?

Um princípio básico do jornalismo é que a fonte deve ser inúmeras vezes checada, conferida, antes de a matéria ser publicada, para se ter certeza de sua origem e autenticidade.

Hoje se fala tudo sobre qualquer coisa, sem nenhum compromisso com o conteúdo, fatos e pessoas. Interessa mais o furo, ser o primeiro a disseminar a novidade. A pressa em compartilhar, postar, divulgar é impressionante e lamentável.

Já ouviram falar em fake news, as tais notícias falsas? Agora, todo mundo está falando sobre isso, no Brasil e no mundo inteiro. Se você não sabe o que é, fique antenado, pois isso é a febre contagiante dos tempos líquidos em que vivemos.

Fala-se o que não se deve, espalha-se o que não se poderia. Notícias falsas, informações incompletas, dados manipulados, meias-verdades, polêmicas, tendenciosidades, extremismos, formação de opiniões…

O que está por detrás da divulgação de mensagens ou notícias falsas? Enganar, iludir, apenas se divertir?!…

*

O Evangelho de Jesus e o Espiritismo têm algo a ver com tudo isso?

Nada melhor que os próprios autores responderem. O que parece novo, não é tão novo assim. Isso porque falsas notícias, inverdades sempre existiram. É que agora, com o poder de impulsão pelas redes sociais, tudo parece ser instantâneo, em tempo real, e a acessibilidade às informações está cada vez mais fácil na sociedade pós-moderna da informação, da ciência e da tecnologia em que estamos imersos.

O cuidado com o trato das fake news não é de agora. Jesus e o Espiritismo já nos apontam como nos comportar diante de tais situações. Vamos conferir algumas expressões que alertam sobre o assunto:

1) Não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantaram no mundo (João, Epístola I, cap. 4: 1).

2) A boca fala do que está cheio o coração (Lucas, 12: 34).

3) Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. Conhecê-los-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos (Mateus, 7:15 a 20.)

4) Tende cuidado para que alguém não vos seduza; porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e seduzirão a muitos. Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; e porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim se salvará. Então, se alguém vos disser: “O Cristo está aqui, ou está ali”, não acrediteis absolutamente; porquanto falsos cristos e falsos profetas se levantarão e farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos (Mateus, 24:4, 5, 11 a 13, 23 e 24; Marcos, 13:5, 6, 21 e 22.)

5) Deve-se publicar tudo o que os Espíritos dizem? (Allan Kardec, RE, nov. 1859)

6) Antes de falar qualquer coisa, passe pelos três crivos, ou pelas três peneiras: se é bom, verdadeiro e útil (Atribuído a Sócrates).

7) Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja, aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazei-a passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea (Erasto. LM, cap. 20, it. 230).

*

É natural nos questionarmos sobre qual deve ser nossa postura diante das informações possivelmente falsas.

Recomendável que o discernimento oriente nossas ações. Assim, oportuno lembrar que, perante as possíveis fake news, devemos:

a) ser cautelosos quanto a novidades e notícias bombásticas;

b) adotar a dúvida, como segurança informacional, sem julgamentos;

c) levantar rigorosamente a fonte da informação;

d) avaliar se o conteúdo é verdadeiro, bom, útil e pertinente; e

e) evitar retransmitir conteúdos duvidosos ou suspeitos por quaisquer meios nas redes sociais: Facebook, Twitter, WhatsApp, e-mail, textos, palestras, conversas, dentre outros.

Lembremo-nos de que somos divulgadores, influenciamos e somos influenciados o tempo todo na vida. E, consequentemente, somos responsáveis pelos nossos pensamentos, palavras e ações onde estivermos e aonde formos.

Pensemos no bem! Falemos sobre o bem! Ajamos no bem! Assim, o mundo será melhor para todos nós. Fonte: FEBNet


 Geraldo Campetti Sobrinho
Fonte: FEBNet

Referências:

DEVE-SE publicar tudo o que dizem os Espíritos? Revista Espírita, nov. 1859. Disponível em: http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/deve-se-publicar-tudo-quanto-dizem-os-espiritos/>. Acesso em: 14 dez. 2017.

KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131. ed. 8. imp. (Ed. Histórica). Brasília: FEB, 2017. Cap. 21, it. 1-3.

O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 81. ed. 5. imp. Brasília: FEB, 2016. (Ed. Histórica). Cap. 20, it. 230.


24 janeiro 2019

Animismo, Mistificação ou Excesso de Rigor? - Sidney Fernandes




ANIMISMO, MISTIFICAÇÃO OU EXCESSO DE RIGOR?


Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Creio oportuno enfatizar aqui que em verdade não há fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas. “Diversidade dos Carismas”, de Hermínio Miranda


Uma das perguntas mais recorrentes no programa Pinga-Fogo, que eu e Simonetti apresentávamos, era a busca por notícias de parentes desencarnados. Ele sempre usava o velho argumento, aliás, vindo de Chico Xavier, de que o telefone toca de lá para cá, isto é, a espiritualidade coordena esse intercâmbio.


Num dos últimos programas de que Richard participou, em dado momento ele deu um testemunho inédito, e disse que seus parentes mais próximos nunca se comunicaram, provavelmente pelo excesso de rigor que ele sempre teve, patrulhando e filtrando as mensagens de além-túmulo, a fim de garantir sua autenticidade, no que ele estava coberto de razões. Finalizou a resposta dizendo:

— Meus pais nunca se comunicaram, provavelmente porque eu sempre fui muito crítico…


Confesso, caro leitor, que sempre comunguei com os mesmos cuidados de Simonetti e reconheço excesso de rigor em minhas análises. Mesmo assim, tenho que agradecer aos céus por ter permitido que eu recebesse incontestável comunicação psicográfica, e, em outra ocasião, durante o sono, abençoada visita do meu amado e saudoso Vô Joaquim, esta citada em meu livro Reencontro, com o título A Volta do Vô Joaquim.


Essa rijeza de julgamento sempre teve como inquestionável fundamento a frase de Erasto, contida em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, que afirmou:

—Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.

André Luiz, o sempre atento repórter dos céus, referiu-se a esse assunto de forma, como sempre, magistral. Das dezessete páginas do capítulo 9, Mediunidade, do livro No Mundo Maior, vou trazer algumas linhas, pertinentes ao tema de que estamos tratando, tentando evitar demasiadas transcrições, remetendo o leitor interessado e estudioso à sua integral leitura.

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A tese animista é respeitável — começa André —, e nasceu para coibir os prováveis abusos da imaginação. Vem sendo, entretanto, usada cruelmente pela maioria dos trabalhadores encarnados, que não aceitam os servidores medianímicos que hão de crescer e de aperfeiçoar-se com o tempo e com o esforço, pois nenhuma árvore nasce produzindo e qualquer atividade nobre requer burilamento. A mediunidade tem, pois, sua evolução, seu campo, sua rota.


A maior parte das pessoas parece desconhecer ou finge ignorar essas realidades, e desclassificam o aparelho mediúnico, se ele não exibe absoluta harmonia com os desencarnados, em seus aspectos mental, perispiritual e fisiológico.


Esses médiuns iniciantes servirão com a matéria mental que lhes é própria, com naturais imprecisões, se forem submetidos à investigação terrestre. Com o tempo, à custa de trabalho incessante, poderão evoluir, até se tornarem verdadeiras pontes benfeitoras para entendimentos construtivos. Essa realidade, no entanto, é impossível de se alcançar de vez, pois toda obra impõe começo.


A elevação de nossas qualidades receptivas — continua André Luiz, destacando a importância da mediunidade — é necessária para alcançarmos a necessária sintonia com os mananciais da vida superior. Não que o intercâmbio com os desencarnados tenha o condão de transformar homens em anjos, de um dia para o outro, mas, pode ajudá-los a se tornarem criaturas melhores.

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Em seguida, o mentor Calderaro destacou alguns obstáculos do excesso de rigor com que nós, homens, revestimos o intercâmbio com os espíritos, elegendo a tese animista.

— Os recursos de comunicação ao meu alcance ainda não são de molde a inspirar confiança dos companheiros encarnados — preveniu nobre espírito, interessado em transmitir mensagem, impulsionado por sincero e sadio desejo de praticar o bem.


— Permanece a mesma suspeita de animismo e de mistificação inconsciente… — aduziu.

Mesmo sem dispor de aparelhamento mais adequado para a transmissão, num admirável esforço, o espírito buscou superar a natural barreira entre a esfera espiritual e o campo de matéria densa. Das oito pessoas que recebiam os raios de força positiva do comunicante, três não absorviam as suas emissões mentais e se mantinham impermeáveis ao serviço benemérito daquela hora.


Duas lamentavam-se por haver perdido esperada atração cinematográfica, levada ao ar no horário da reunião mediúnica. A terceira recordava-se de suas ocupações domésticas, que julgava inadiáveis, e haviam sido abandonadas para que sua presença naquele recinto fosse possível. De todos os médiuns, apenas Eulália demonstrava receptividade e boa disposição para servir.


Depois de momentos de expectativa, a mão da médium começou a escrever com caracteres irregulares, em clara demonstração do natural conflito existente entre os dois cosmos. E surgiu um apelo fraternal de amor aos enfermos. Da mensagem ainda constavam convites para trabalhadores abnegados e o acompanhamento permanente da espiritualidade aos socorristas dos doentes. A comunicação se encerrou com o exemplo do divino Médico, com a lembrança de que passou sua vida, na Terra, fazendo o bem.


Os participantes da reunião concordaram que a mensagem era edificante na essência, mas não indicava claros sinais de autenticidade. Quem se dispusesse a tratar daquele importante assunto, deveria ter utilizado nomenclatura mais adequada e teria evitado linguajar tão simples e coloquial.

Mais uma vez a desconfiança e o excesso de rigor dos componentes daquele invigilante grupo enveredou para a tese animista — comunicação do espírito do próprio médium — e de mistificação inconsciente — embuste —, como tábua de salvação.

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Não perceberam os encarnados daquele agrupamento mediúnico que se esqueceram de examinar as próprias limitações culturais? Que a única médium ali presente, em relativas condições para dar passividade ao comunicante, preciosa e sincera, embora rica de amor e de boa vontade, ainda não dispunha de plenas condições de ligar-se a ele por todos os seus centros perispirituais, nem de comungar-lhe as ideias e conhecimentos?

Não estariam ocorrendo, na maioria dos nossos centros de comunicação mediúnica, os mesmos percalços? Se a resposta for positiva, talvez tenhamos que concluir que ainda nos faltam a tolerância da bandeira de Allan Kardec e o cultivo de um mínimo clima ameno de compreensão. É possível que muitos irmãos estejam repousando na ilusão e se afastando da verdade, do esforço e do bem.

Estamos, efetivamente, no trato da mediunidade, amando e perdoando sempre, sob a inspiração dos bons espíritos?

Nossa alma somente conquistará a continuidade evolutiva, por intermédio de nossa tolerância e de nossa autoeducação, com fé vigorosa e reveladora, como lâmpada indispensável ao aprimoramento moral e de elevação sublime — finalizaria o assunto André Luiz.

Animismo, mistificação ou excesso de rigor?

Fiquemos com as judiciosas palavras de André Luiz, contidas no capítulo 23 — Animismo — de Mecanismos da Mediunidade:

Convenhamos, pois, que a tarefa espírita é chamada, de maneira particular, a contribuir no aperfeiçoamento dos impulsos mentais, favorecendo a solução de todos os problemas suscitados pelo animismo.

Através dela, são eles endereçados à esfera iluminativa da educação e do amor, para que os sensitivos, estagnados nessa classe de acontecimentos, sejam devidamente amparados nos desajustes de que se vejam portadores, impedindo-se-lhes o mergulho nas sombras da perturbação e recuperando-se-lhes a atividade para a sementeira da luz.

Espera-se do verdadeiro espírita — presumivelmente representante do cristianismo redivivo —, profundo respeito pelo fenômeno mediúnico e por seus protagonistas, tanto do lado de cá, como do lado de lá, dos desencarnados.

Rotular como fraude autênticos fenômenos, ainda que anímicos, é, no mínimo, faltar com a caridade e incorrer em leviandade de julgamento. Acima de tudo, o praticante espírita deverá revestir suas atitudes de cuidados com as criaturas que se iniciam nos serviços da mediunidade, antes de categorizá-los à conta de mistificadores ou fraudadores.

Trabalho, sem jamais faltar a solidariedade e a tolerância. Paciência e carinho, sempre!


Sidney Fernandes
 Fonte: Rede Amigo Espiríta


Fontes consultadas: No Mundo Maior, André Luiz, Diversidade dos Carismas, Hermínio Miranda e Mecanismos da Mediunidade, André Luiz
 

Colaboraram com este artigo: Mauro Sebastião Pompílio, Fábio Eduardo da Silva, Luiz Aldo Tezani, Edo Mariani, Edmir Garcia, José Mauro Progiante, Aylton Paiva e Cássio Leonardo Carrara.


23 janeiro 2019

Entidades - Wilson Moreno



ENTIDADES



Sobre a mesma questão das entidades.

Quando vc está dando comida, cigarros, charutos, bebidas alcoólicas para essas entidades vc esta contribuindo para manter esses espíritos apegados a matéria.

Perguntamos.

Como que esses espíritos vão evoluir e se espiritualizar mantendo seus pensamentos apegados as coisas materiais?

Não tem como, quando essas entidades incorporam num médium e pedem cachaça, vinho, cigarros, charutos, comida e vc dar para elas essas coisas vc esta mantendo esses espíritos presos ao plano terreno.

Eles precisam se espiritualizar e se desapegar das coisas materiais, eles precisam se desmaterializar e vc dando para eles o que eles pedem como comida, bebidas e fumo vc esta contribuindo para manter essas entidades materializadas.

Para podermos evoluir precisamos nos moralizarmos e nos espiritualizarmos e praticar sempre o bem, as Virtudes, a Justiça e se elevar moralmente.

Como que eu vou evoluir espiritualmente mantendo meus pensamentos e sentimentos apegados a essas praticas mediúnicas de beber, fumar, fazer despachos com resto de comidas e animais mortos?

Como que eu vou me elevar espiritualmente e moralmente sacrificando animais para as entidades?


Na umbanda não existe sacrifícios de animais mais na quimbanda e magia existem essas praticas primitivas e sangrentas.

Os animais merecem o nosso respeito e amor somente espíritos obsessores é que pedem sacrifícios de pobres animais.

Reparem que essas praticas vão manter essas entidades que são espíritos desencarnados presos as sensações terrenas de baixas vibrações psíquicas.

Precisamos nos desapegar dessas praticas e nos espiritualizarmos.

Um espírito de luz não fala palavrões e nem pedem oferendas e bebidas e fumo, os espíritos de luz só pregam o bem, a caridade pura, as virtudes, a elevação moral, a pureza dos pensamentos, o desapego das coisas materiais.

Portanto, quando vc esta dando para essas entidades o que elas pedem como comida, cigarros, charutos, bebidas alcoólicas vc esta contribuindo para manter elas presas as coisas terrenas.

E vc mantêm perto de vc espíritos inferiores ainda com desejos e vícios matérias e esses espíritos podem te obsedar e te perturbar psiquicamente, cuidado.

Obsessão.

Só fica obsedado quem tem maus pensamentos, vícios, maus desejos e maus hábitos ou pensamentos de fraquezas.

Vamos atrair os espíritos obsessores e perturbadores pela sintonia dos pensamentos.

Uma pessoa de pensamentos fortes, positivos e nobres que procura se melhorar moralmente e pratica boas ações é correta e honesta consegue repelir os espíritos obsessores.

Não havendo sintonia mental os maus espíritos não conseguem se aproximar de nós.

Tudo no mundo espiritual é sintonia dos pensamentos.

O Bem tem sintonia com o Bem.

O mal tem sintonia com o mal.

Amuletos, velas, talismã, sinais cabalísticos, exorcismos, roupas brancas, imagens nada disso funciona para afastar os maus espíritos.

Tudo reside em nossos pensamentos, sentimentos e conduta moral.

Uma pessoa com maus pensamentos ou pensamentos de fraquezas, com vícios, com maus desejos e maus hábitos e de vontade fraca será sempre um alvo fácil para os espíritos perturbadores e inferiores do mundo espiritual.

Cuidado com seus pensamentos de fraquezas.

Nós somos o que pensamos e fazemos e colhemos o que plantamos.

Não existem milagres e nem proteções divinas, a proteção espiritual quem faz é a própria pessoa pelos seus pensamentos e conduta moral.

Seja sempre forte nos pensamentos e na vontade e pratique sempre o bem e dessa forma os maus espíritos não vão conseguir se aproximar.


Wilson Moreno

22 janeiro 2019

Sabedoria em poucos parágrafos - Orson Peter Carrara



SABEDORIA EM POUCOS PARÁGRAFOS


Ela é muito conhecida, lida constantemente, poucas vezes comentada, impressa e distribuída em pequenos impressos e presença sempre marcante nas instituições. Trata-se do pequeno texto intitulado Confia Sempre, de Meimei.

Seus compactos parágrafos e suas poucas linhas trazem imensa sabedoria, que nem sempre prestamos atenção ou nos damos conta do quanto significam.
Convido o leitor reler outra vez. Transcrevo-a na íntegra:

Confia sempre
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e batalha. Esforça-te no bem e espera com paciência. Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve.

Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com aflição ou ameaçando-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia

Agora que a relemos com olhos de mais atenção, podemos notar a sabedoria de sua composição, a síntese de um verdadeiro programa de aprimoramento e de construção da própria paz, face às adversidades do caminho. Observemos atentamente, convido, cada parágrafo. Meditemos sobre conteúdo de cada linha, cada frase, seu sentido motivador, confortador e encontraremos em cada linha, em cada palavra, um amor imenso traduzindo o sentimento da autora em favor de uma pessoa que esteja aflita, em desespero, que procura resposta, que precisa se apoiar e busca ajuda. Ou mesmo para quem esteja equilibrado, sabendo encontrar os próprios caminhos com o estímulo da confiança.

E a fantástica conclusão, convidando-os a não esquecer de que “amanhã será outro dia”, como a afirmar ao nosso raciocínio que a aflição ou a preocupação de hoje se transformará com o correr das horas, apresentando outro panorama no dia de amanhã, para que não nos permitamos abater com os obstáculos e dificuldades que possam desesperar, desequilibrar ou atormentar o dia de hoje.

A confiança na conspiração da vida a nosso favor é uma grande conquista, uma virtude de excelência, que precisamos cultivar, conquistar. Com ela a vida fluirá abundante!

Se o compacto texto te fez bem, espalhe-o também, comentando seu conteúdo para despertar um sentido de vida e coragem, de paciência e resignação ativa que reergue corações abatidos e fortalece ações para o bem e a paz que todos desejamos. Confiar! Prosseguir! Amanhã será outro dia.

Por Orson Peter Carrara

21 janeiro 2019

Ontem inimigos, hoje marido e mulher - Richard Simonetti



ONTEM INIMIGOS, HOJE MARIDO E MULHER


O ditado popular “O homem propõe e Deus dispõe” pode ser aplicado a penosos processos obsessivos, sustentados por recíproca animosidade.

Ainda que os obstinados adversários pretendam loucamente continuar a se agredir um ao outro, tais vendetas contrariam os princípios de harmonia que sustentam o Universo.

O ódio é a negação do Amor, lei suprema de Deus.

Infalivelmente, sempre chega o momento de mudar.

As bênçãos do tempo acabam por esgotar o fel de seus corações. Exaustos de tantos rancores, sedentos de paz, os “duelistas” acabam por desejar ardentemente uma trégua, uma possibilidade de renovar seus caminhos.

E um dia, após longo sono, ei-los reencarnados nas experiências em comum, ligados agora por laços de consanguinidade.

Ontem inimigos, hoje irmãos.

Ontem verdugo e vítima, hoje pai e filho.

Ontem obsessor e obsidiado, hoje marido e mulher.

Assim a Justiça Divina exige a reparação.

Assim a Divina Misericórdia promove a reconciliação.

Assim a Sabedoria do Eterno transforma o ódio em amor.

É uma metamorfose difícil, sofrida, porquanto, embora as bênçãos do esquecimento e os elos familiares, eles conservam, inconscientemente, indelével ressentimento.

Daí a ausência de afinidade, a dificuldade de relacionamento, a mágoa indefinível, a animosidade e, não raro, a aversão que experimentam entre si.

Para os mais esclarecidos isso tudo é motivo de aflitivos padecimentos, em duras experiências que somente à custa de abnegação e sacrifício poderão vencer.

É como se enxergasse nele um velho perseguidor disfarçado, uma ameaça.

-A convivência com minha mãe é complicada.

Nutro por ela sentimentos contraditórios de amor filial e rancor figadal que revolve minhas entranhas.

-Brigamos eu e meu irmão como gato e cachorro. Quando adolescentes era até natural.

Agora que somos adultos é inexplicável. Ao menor desentendimento sinto-me possuído de ódio por ele, tentado a ofendê-lo e agredi-lo.

-Até hoje não sei como casei com minha mulher. Uma atração física irresistível talvez, mas foi só. Passado o fogo da paixão, resta invencível animosidade. Simplesmente não nos entendemos.

Vivemos às turras, com intermináveis cobranças.

Uma situação insustentável.

-Amo extremadamente meu filho mais novo.

Quanto ao mais velho, não há nenhuma afinidade entre nós. Ele me desrespeita e eu não consigo ser carinhosa com ele. Há momentos em que me parece um estranho. É recíproco. Ele simplesmente me ignora.

Parece sadismo de Deus promover esses “desencontros” no lar para que as pessoas vivam a brigar.

Tais problemas, entretanto, relacionam se muito mais com a ausência de compreensão, tolerância e respeito no presente e muito menos à presença de inimigos do passado.

Embora se trate de uma situação desconfortável e complicada, é preciso lutar pelo pleno aproveitamento da experiência. Não podemos perder a oportunidade de corrigir os desvios de ontem, habilitando-nos a transitar amanhã com maior conforto e segurança pelos caminhos da Vida.

Imperioso não esquecer, em relação aos nossos desafetos do pretérito, transvestidos possivelmente em familiares de convivência difícil, que as lições serão repetidas tantas vezes quantas forem necessárias, até aprendermos todos que somos irmãos.


Richard Simonetti