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30 abril 2015

Se eu tivesse uma segunda chance - Momento Espírita



SE TIVESSE UMA SEGUNDA CHANCE


Uma mulher que já havia perdido a luta contra o câncer, nos seus últimos momentos da existência escreveu um desabafo que poderíamos intitular: Se eu tivesse uma segunda chance.

Diz mais ou menos assim:

Se eu tivesse minha vida para viver novamente eu falaria menos e ouviria mais. Eu convidaria os amigos para o jantar, mesmo que o carpete estivesse sujo e o sofá desbotado.

Eu comeria pipoca na sala de estar com as crianças e me preocuparia menos com a sujeira, quando alguém pensasse em acender a lareira.

Eu tiraria um tempo para ouvir meu avô contar-me sobre sua juventude e jamais insistiria para que as crianças fechassem as janelas do carro no verão, por causa do meu cabelo, que havia acabado de arrumar.

Eu acenderia aquela vela em forma de rosa, antes dela se desmanchar. Eu me sentaria no chão com meus filhos, sem me preocupar com a roupa. Eu choraria menos assistindo televisão e viveria mais intensamente a minha vida.

Eu iria para cama quando estivesse doente, ao invés de agir como se o mundo fosse acabar, caso eu não saísse naquele dia.

Ao invés de ficar reclamando durante os nove meses de gravidez, eu aproveitaria cada momento pensando em como a vida que se desenvolvia dentro de mim era um milagre de Deus.

Quando os meus filhos me beijassem e abraçassem espontaneamente, eu jamais diria: " Mais tarde! Agora vamos lavar as mãos para jantar."

Haveria mais "Te amo"... Mais "Me desculpe", mas, principalmente, se tivesse a minha existência prolongada, eu iria aproveitar cada minuto... Vivê-lo intensamente... E nunca desperdiçá-lo.

Mas isso tudo, era se eu tivesse uma segunda chance...


* * *


Aquela mulher não teve sua existência prolongada para refazer o caminho e repensar valores, mas você ainda tem tempo.

Pense na importância de cada minuto e o utilize para construir a sua felicidade e a felicidade daqueles que você ama.

Conquiste novos amigos, dê atenção aos já conquistados e conviva mais com os filhos e demais familiares.

Adquira o hábito da leitura saudável e busque aprender um pouco mais sobre as Leis que regem a vida espiritual, que é para onde você irá mais cedo ou mais tarde.

Viva intensamente cada momento de sua existência, mas com moderação. Preste atenção no que as pessoas lhe dizem e cuide bem da sua saúde.

Doe um pouco do seu tempo aos velhos abandonados nos asilos.

Dê afeto a uma criança órfã.

Distribua alegria aos que caminham tristes e sós.

Renove as esperanças de alguém.

Não dê tanta importância às aparências exteriores, nem ao que pensam de você.

E lembre-se de que o que realmente importa é estar bem com a própria consciência.


* * *


O dia que amanhece é uma chance a mais que o Criador lhe concede para que você construa a sua felicidade.

Cada hora desse dia é oportunidade renovada a cada sessenta segundos.

Cada minuto que passa é sempre tempo de pensar ou repensar posturas, atitudes, valores.

Considerando tudo isso, entendamos muito bem que Deus não nos oferece apenas uma segunda chance, mas muitas chances num só dia. Para ser mais exato, vinte e quatro horas de oportunidades por dia, sessenta minutos de chances por hora e sessenta segundos por minuto.

E sabemos que, para uma tomada de decisão, não precisamos mais que um décimo de segundo.

Pensemos nisso!




Redação do Momento Espírita com base em texto recebido de autoria desconhecida.
Disponível no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.

29 abril 2015

"Causa e Efeito" - Uma Lei, muitas Histórias e Dolorosos Prantos - Jorge Hessen

 
 (by Michael Goh)

“CAUSA E EFEITO” – UMA LEI, MUITAS HISTÓRIAS E DOLOROSOS PRANTOS

O Airbus A320, da companhia aérea Germanwings, que caiu no sudeste dos Alpes franceses durante um voo entre Barcelona, na Espanha, e Düsseldorf, na Alemanha, com 144 passageiros e seis tripulantes a bordo, provocou uma sobressalto psíquico da comunidade internacional. Segundo o The Weather Channel francês, as condições meteorológicas eram boas no momento do acidente. Todavia, o copiloto Andreas Lubitz, de 27 anos, que sofria de transtorno de ansiedade generalizada (TAG), segundo informou o jornal francês “Le Parisien”, derrubou o avião deliberadamente.

Todos os fatos dantescos precisam ter uma explicação lógica e coerente, até porque nos Estatutos do Criador não há espaços para injustiças e categoricamente o acaso é mera ficção, ainda mesmo quando os fatos desnorteantes se nos afigurem incompreensíveis. Não obstante, a insana atitude suicida de Andreas Lubitz, obviamente estamos diante de um evidente acontecimento de resgate coletivo. Dessa forma, o ressarcimento dos débitos pretéritos, o resgate de nossas ações opostas ao bem e ao amor pode e deve acontecer de diversas formas, até mesmo coletivamente.

A rigor, as transgressões coletivas às Leis de Deus devem ser expiadas coletivamente pelos mesmos personagens que juntos as violaram, e os mentores estão sempre trabalhando, ajudando a todos nós, reunindo-nos em grupos de forma a favorecer a correção de rumo, amparando-nos e nos fortalecendo para darmos conta daquilo a que nos propomos, além de nos equilibrarem para podermos auxiliar o outro com nossos pensamentos positivos.

Dores que burilam almas

O objetivo das diversas dores é “fazer-nos avançar mais depressa” (1). Os desastres coletivos, se observarmos sob o ponto de vista espiritual, fundamentando nossa reflexão nos princípios da Doutrina Espírita, têm finalidades saneadoras que extraem densas sobrecargas das mentes culpadas e significam a concretização da justiça integral, pois a Justiça Divina, para o reequilíbrio do homem, recorre a processos depuradores e liberativos, de que não podemos escapar. Pois a função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os sólidos caminhos amorosos do equilíbrio.

Muitos desses “acertos de contas” são demonstrados pelos Espíritos, em diversas obras da literatura espírita. André Luiz narra um desastre aéreo, em que o piloto, confuso pelo denso nevoeiro, não conseguiu evitar o choque da grande aeronave, espatifando-se contra a montanha. Neste caso, um instrutor espiritual comenta que “as vítimas certamente cometeram faltas em outras épocas, atirando irmãos indefesos da parte superior de torres altíssimas para que seus corpos se espatifassem no chão; suicidas que lançaram-se de altos picos ou edifícios, que por enquanto só encontraram recursos em tão angustiante episódio para transformarem a própria situação”. (2)

Como entender a magnanimidade da Bondade de Deus e o ensinamento do Cristo ante as mortes coletivas, ocorridas em l961, naquele sinistro incêndio do “Gran Circus Norte-Americano”, em Niterói? Como compreender os óbitos registrados no terremoto que atingiu a cidade histórica de Bam, no Irã, no final de 2003? Como explicar o acidente com o Boeing da Flash Airlines, que ocorreu no Egito, provocando a morte de 148 pessoas que estavam a bordo daquela aeronave, em 3 de janeiro de 2004? Qual o significado dos que foram tragados pelas águas da Tsunami, tragédia cujas dimensões deixaram o mundo inteiro consternado? O que pensar ainda sobre o naufrágio do Titanic, transatlântico que transportava cerca de 2.200 pessoas? O que dizer das quase 3.000 vítimas decorrentes do ataque às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, a 11 de setembro de 2001? Como interpretar tais episódios e ante os destinos humanos?

Na consternação o homem adquire experiência

Para as tragédias coletivas, somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras, que explicam, esclarecem e, por via de consequência, consolam os corações humanos perante os ressaibos amargosos dessas situações. O fato é que nós criamos a culpa, e nós mesmos formatamos os processos para extinguir os efeitos. Ante as situações trágicas da Terra, o ser humano adquire mais experiência e mais energias iluminativas no cérebro e no coração para defender-se e valorizar cada instante de sua vida. Com as verdades reveladas pelo Espiritismo, compreende-se hoje a justiça das provações, entendendo-as como sendo uma amortização de débitos de vidas pregressas.

Autores espirituais explicam que indivíduos envolvidos em crimes violentos, no passado e também no presente, a lei os traz de volta, por terem descuidado da ética evangélica. Retornam e se agrupam em determinado tempo e local, sofrendo mortes acidentais de várias naturezas, inclusive nas calamidades naturais. Assim, antes de reencarnarmos, sob o peso de débitos coletivos, somos informados, na espiritualidade, dos riscos a que estamos sujeitos e das formas pelas quais podemos quitar a dívida. Porém, o fato por si só não é determinístico, até porque vai depender de circunstâncias várias em nossas vidas a sua consumação, uma vez que a lei cármica admite flexibilidade, quando o amor rege a vida e “o amor cobre uma multidão de pecados.” (3)

Nossos registros históricos pelas vias reencarnatórias muitas vezes acusam o nosso envolvimento em tristes episódios, nos quais causamos dor e sofrimento ao nosso próximo. Muitas vezes, em nome do Cristo, ateamos fogo às pessoas nos campos, nas embarcações e nas cidades, num processo cego de perseguição aos “infiéis”. Com o tempo, ante os açoites da consciência, deparando com o remorso, rogamos o retorno à Terra pelo renascimento físico, com prévia programação, para a desencarnação coletiva, em dolorosas experiências de incêndios, afogamentos e outras tantas situações traumáticas para aliviar o tormento que nos comprime a mente.

Ao reencarnarmos, atraídos por uma força magnética (sintonia vibratória), consequente dos crimes praticados coletivamente, reunimo-nos circunstancialmente e, por meio de situações drásticas, colhemos o mesmo mal que perpetramos contra nossas vítimas indefesas de antanho. Portanto, as faltas coletivamente cometidas pelas pessoas (que retornam à vida física) são expiadas solidariamente, em razão dos vínculos espirituais entre elas existentes. Destarte, explica Emmanuel: “na provação coletiva verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais – doloroso acaso – às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais.” (4)

Fatalidade ou evento do destino?

Embora muitos acidentes nos comovam profundamente, seriam as tragédias suficientes para o resgate de crimes cruéis praticados no pretérito remoto? Estamos convencidos de que não, muito embora as situações – como essa 24 de março de 2015 (queda do Airbus A320) – nos levam a questionar, como por exemplo: Por que esses acontecimentos funestos que despertam tanta compaixão? Seria uma Fatalidade? Coisa do destino? Que conceitos estão nos desenhos semânticos dessas palavras?

Para o espírita, “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte” (5), pois como disseram os Espíritos a Kardec: “quando é chegado o momento de retorno para o Plano Espiritual, nada “te livrará”, e frequentemente o Espírito também sabe o gênero de morte por que partirá da terra”, “pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência”. (6) 

Mais ainda: “Graças à Lei de Ação e Reação e ao Livre-Arbítrio, o homem pode evitar acontecimentos que deveriam realizar-se, como também permitir outros que não estavam previstos”. (7) A fatalidade só existe como algo temporário, frente à nossa condição de imortais, com a finalidade de “retomada de rumo”. Fatalidade e destino inflexível não se coadunam com os preceitos kardequianos. 

Quem crê ser “vítima da fatalidade” culpa somente o mundo exterior pelos seus erros e se recusa a admitir a conexão que existe entre eles.

Provas escolhidas

O homem comum, nos seus interesses mesquinhos, não considera a dor senão como resgate e pagamento, desconhecendo o gozo de padecer por cooperar, sinceramente, na edificação do Reino do Cristo. Para aquele que se compraz na caminhada pelos atalhos do mal, a própria Lei se incumbirá de trazê-lo de retorno às vias do bem. O passado muitas vezes determina o presente, que por sua vez determina o futuro. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” (8), disse o Mestre. Porém, cabe uma ressalva: nem todo sofrimento é expiação. No item 9, cap. V, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec assinala: “Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento porque se passa neste mundo seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, frequentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento”.(9) São claras as palavras do Codificador.

Não estão corretos aqueles que generalizam e afirmam que todo sofrimento é resultado de erros praticados no passado. O desenvolvimento das potencialidades, a subida evolutiva requer trabalho, esforço, superar desafios. Nesse caso é a provação, e não a expiação, ou seja, são as tarefas a que o Espírito se submete, a seu próprio pedido, com vistas ao seu progresso, à conquista de um futuro melhor.

A finalidade da Suprema Lei

Dentro do princípio de Causa e Efeito, quem, em conjunto com outras pessoas, agrediu o próximo, não teria que ressarcir o débito em conjunto? É esse o chamado “carma coletivo”. (10) Toda ação que praticamos, boa ou má, recebemos de volta como reação. Nosso passado determina nosso presente, não existindo, pois, favoritismos, predestinações ou arbítrios divinos. A doutrina espírita não prega o fatalismo e nem o conformismo cego diante das tragédias da vida, mesmo das chamadas tragédias coletivas. O que o Espiritismo ensina é que a lei é uma só: para cada ação que praticamos, colheremos a reação.

O importante aos que ficam por aqui, na Terra, para que tenham o avanço espiritual devido, é não falir pela lamentação, pela revolta, pois “as grandes provas são quase sempre um indício de um fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus”.(11)

Diante do exposto, asseguramos que a função da dor é expandir horizontes, para verdadeiramente divisarmos os reais logradouros harmônicos do equilíbrio. Por isto, diante dos compromissos “cármicos”, em expiações coletivas ou individuais, lembremo-nos sempre de que a finalidade da Lei de Deus é a perfeição do Espírito, e que estamos a cada dia caminhando nessa destinação, onde o nosso esforço pessoal e a busca da paz estarão agindo a nosso favor, minimizando ao máximo o peso das dívidas do passado.

Jorge Hessen
 

Referências bibliográficas:

[1]Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 1979, questão 737
[2]Xavier, Francisco Cândido. Ação e Reação, Cap. XVIII, RJ: Ed FEB, 2005
[3]I Pedro 4:8
[4]Xavier, Francisco Cândido. O Consolado, RJ: Ed FEB, 2002, questão 250
[5]Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 1979, questão 851 a 867
[6]Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 1979, questão 851 a 867
[7]Idem
[8]JOÃO. 18:11
[9]Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, item 9, cap. V
[10]A palavra karma é oriunda da raiz sânscrita “kri”, cujo significado é ação. Karma é portanto, Lei de Causa e Efeito, ou ainda, de acordo com a terceira lei de Newton, conhecida como o “princípio da ação-e-reação”, que diz: “a toda ação corresponde uma reação, com mesma intensidade, mesma direção, mas de sentido contrário”. E o Cristo, ao recolocar a orelha do centurião romano, decepada pela espada de Pedro, sentenciou: “Pedro, embainha tua espada, pois quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Podemos notar, aí, dois enunciados da mesma Lei de Ação e Reação: um, de maneira científica e, outro, de modo místico. O vulgo diz : “Quem semeia vento, colhe tempestade”.
[11]Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 1989, Cap.14,


28 abril 2015

Silêncio para ouvir Deus - Joanna de Ângelis


SILÊNCIO PARA OUVIR DEUS

Em todos os tempos, os emissários de Deus recomendaram o silêncio profundo, a fim de que se possa ouvir-Lhe a voz e senti-lO mais intimamente.

Os ruídos e tumultos desviam o pensamento que se deve fixar no elevado objetivo de comunhão com a Divindade, para poder-se haurir energias vitalizadoras capazes de sustentar o Espírito nos embates inevitáveis do processo de evolução.

Quando se mergulha no mundo íntimo, encontram-se as mensagens sublimes da sabedoria, aquelas que constituem o alimento básico de sustentação da vida e, sem as quais, os objetivos essenciais da existência cedem lugar aos prazeres trêfegos e enganosos.

Os distúrbios externos, produzidos pela balbúrdia, desviam a mente para os tormentos exteriores, que tornam a marcha física insuportável, quando se constata a fragilidade das suas construções emocionais.

Em tentativa de atender a todas as excentricidades do vozerio do mundo, a mente desloca-se da meta essencial e perde o foco que lhe constitui o objetivo fundamental.

Quando o Espírito se encontra atordoado pela balbúrdia, o discernimento faz-se confuso e os componentes mentais e emocionais deslocam-se da atenção que deve ser concedida ao essencial, em benefício das aquisições secundárias, sempre incapazes de acalmar o coração.

Algumas vezes, alcança-se o topo do triunfo, meta muito buscada, a fama ligeira, a posição de destaque no grupo social, o riso bajulador e mentiroso, sob o pesado tributo dos conflitos internos que permanecem vorazes e desconhecidos, sempre em agitação.

Deus necessita do silêncio humano, a fim de fazer-se ouvido por quem deseje manter contato com a Sua Paternidade.

A Sua mensagem sempre tem sido transmitida após a transposição dos abismos externos e dos tumultos das paixões desarvoradas, permanecendo no ar, aguardando ser captada.

No imenso silêncio do monte Sinai, a Sua voz transmitiu a Moisés as regras de ouro do Decálogo, mas não deixou de prosseguir enviando novas instruções para a conquista da harmonia, da plenitude.

Na antiguidade oriental, a Sua palavra fazia-se ouvir através dos sensitivos de vária denominação, conclamando à paz, à vitória sobre os impositivos exteriores predominantes no ser.

Nas furnas e nas cavernas, nas paisagens ermas desvelava-se, oferecendo o conhecimento da verdade que deveria ser assimilado, lentamente, através dos tempos.

Mesmo Jesus, após atender as multidões que se sucediam esfaimadas de pão, de paz, de luz, buscava o refúgio da solidão para, em silêncio, poder ouvi-lO no santuário íntimo.

Robustecido pelas poderosas energias da comunhão com o Pai, volvia ao tumulto e desespero das massas insaciáveis, a fim de diminuir-lhes as dores e a loucura que tomava conta do imenso rebanho.

Simultaneamente, porém, proclamou que o Reino dos Céus encontra-se no coração, no intimo do ser.

*

Nestes dias agitados, faz-se necessário que se busque o silêncio para renovar-se as paisagens íntimas e ouvi-lO atentamente, pacificando-se.

À semelhança das ondas que permitem a comunicação terrestre, imprescindível que haja conexão para serem captadas. Estão carregadas de mensagens de todo jaez, mas, sem a sintonia apropriada, nada transmitem, parecendo não existir.

Habitua-te ao silêncio que faz muito bem.

Não temas a viagem interior, o encontro contigo mesmo, nas regiões profundas dos arcanos espirituais.

Necessitas ouvir-te para bem te conheceres e traçares os caminhos por onde deverás seguir com segurança e otimismo.

Observarás que és um enigma para ti mesmo, que te encontras oculto sob sucessivas camadas de disfarces que te impedem apresentar a autenticidade.

De essência divina, possuis o conhecimento e és dotado de sabedoria que aguardam o momento de desvelar-se.

Reflexiona, portanto, quanto possas, a fim de libertar-te das algemas que te escravizam à aparência, sem conceder-te o conforto do autoaprimoramento.

A multiplicidade das vozes que gritam em torno de ti, impedem-te a conscientização dos valores que dignificam a existência.

Quando te habitues ao silêncio, sentir-te-ás luarizado pelas claridades sublimes do amor de Deus e ser-te-á muito fácil a travessia pelas estradas perigosas dos relacionamentos humanos.

Compreenderás que a paz defluente da autoconquista, nada consegue abalar.

Com segurança e serenidade agirás em qualquer circunstância, feliz ou tormentosa, sem desespero, com admirável harmonia.

Torna o silêncio uma necessidade terapêutica, abençoando-te a jornada, ao mesmo tempo em que te propicia alegria de viver.

Desfrutarás de contínua alegria, sem galhofas nem vulgaridades, em situação de bem-estar natural.

São Francisco de Assis buscava o acume dos montes e as cavernas para, em silêncio, ouvir Deus.

Mas, não somente ele.

Todos aqueles que aspiram a plenitude atendem aos deveres do mundo e refugiam-se no silêncio para os colóquios com Deus.

*

A exaustão que te toma o corpo e a mente, o vazio existencial que te visita com frequência, a apatia que te surpreende, a ansiedade que te aturde, são frutos espúrios da turbulência que te atinge.

Busca o silêncio e alcança-o.

Acalma-te e isola-te da multidão, uma e outra vez, e viaja calmamente no rumo do ser que és, e descobrirás tesouros imprevisíveis aguardando-te no interior.

Criado o hábito de incursionar, banhar-te-ás nas claridades refulgentes da palavra de Deus falando-te ao coração.

Não postergues a luminosa experiência, iniciando-a quanto antes.


Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

27 abril 2015

Nota de Irmão - André Luiz


NOTA DE IRMÃO


Diz você, meu amigo, que não se encontra habilitado para as tarefas do bem, à vista das imperfeições que carrega.

Entretanto, ponderemos, se você:

– não experimenta empecilhos orgânicos;
– se não suporta conflitos íntimos;
– se vive isento de tentações;
– se respira em clima de paz inalterável;
– se você não tem familiares problemas;
– se não sofre obstáculos no lar;
– se não vê desajustes em seu grupo social;
– se não encontra companheiros difíceis
– não conheceu algum dia a solidão de perto;
– se caminha no mundo sem qualquer inquietação;
– se não enfrentou crises em seu campo individual;
– se nunca enxergou ao seu lado a presença do desânimo ou da aflição;
– não precisa esforçar-se para conservar seus amigos;
– se não conhece adversários na tarefa que a vida lhe confiou;
– se trabalha sem críticos que lhe façam observações e lhe desafiem o espírito a discussões e distonias em serviço;
– se não experimenta contratempos e desgostos que, de quando a quando, lhe impulsionem o coração a renovações necessárias…

Se você desconhece algo desta lista de provas, então estará fora do seu nível de evolução.

Isso ocorre porque, na Terra, é justamente em Problemas e Lutas que obteremos as Vitórias da Alma.

Lembre-se: – A criatura humana realmente não entenderia a voz de uma estrela.

E sem que a criatura humana ouça o verbo e receba a cooperação de quem lhe compartilhe as experiências, o esforço da evolução para cada um de nós, no clima do mundo, se faria impossível.


Pelo Espírito André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Diálogo dos Vivos
Lição nº 18. Página 112

25 abril 2015

No Tempo Oportuno - Irmão José


NO TEMPO OPORTUNO

“Porque as ideias são como as sementes: não podem germinar antes da estação própria e a não ser em terreno preparado.” - O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XXIV, ítem 10

Inútil o esforço de se tentar convencer quem não esteja preparado para assimilar os ensinos espíritas.

O amadurecimento espiritual, quase sempre, nada tem a ver com a cultura da inteligência; existem almas de instrução rudimentar, do ponto de vista moral, muito mais evolvidas que os homens que colecionam títulos acadêmicos...

A pronta aceitação da Doutrina por parte das criaturas tem a ver com o seu lastro espiritual de vidas pregressas e com a afinidade espontânea que revelem para com os seus postulados.

A muitos, é imprescindível convir, falta o desenvolvimento da percepção que lhes possibilita se identificarem com a Verdade.

O Espiritismo, pois, não será uma doutrina de massificação, como pretendem ser as religiões que mais se apegam à letra do que ao espírito do Evangelho. Os que, ao longo de suas experiências reencarnatórias, despertarem, caminharão naturalmente ao seu encontro, dele se tornando adeptos por livre e espontânea vontade.

Se, por vezes, sementes germinam rápido, levarão um período de tempo mais extenso a fim de produzirem os frutos que delas se esperam.

O Espiritismo é uma doutrina de encontro pessoal com a Verdade, e não uma filosofia que se imponha coletivamente, com pretensões de hegemonia religiosa.

Contam-se em mais de um bilhão os cristãos em todo o mundo, mas são poucos os que, nestes já vinte e um séculos, assimilaram o espírito do Cristianismo e lograram realizar o Reino de Deus em si mesmos.

Como nos advertiu o Senhor, não se deve colocar a candeia sob o alqueire; todavia, se são raros os que lhe atendem o alvitre divino na propagação da Fé, mais raros ainda são os que se mostram capazes de lhe fitar a luz, sem se deixarem deslumbrar por ela!...


Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Livro: Pedi e Obtereis
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier

24 abril 2015

Jamais Desistir - Maisa Baria


JAMAIS DESISTIR

Quando as coisas não saem como queremos e nos decepcionamos diante de certas situações, não devemos deixar que a frustração tome o lugar de nosso alegria, nem nos paralise diante do ocorrido, fazendo-nos perder a fé na vida e nas pessoas.

Se permitirmos que o desânimo adentre nossos corações e nos fecharmos em nós mesmos acabamos por nos isolar. O medo de que tal fato volte a se repetir e novo sofrimento aconteça nos coloca em posição de defesa, no entanto esse isolamento ao invés de nos proteger nos trará solidão, tristeza e dor, pois ao eliminarmos os riscos de uma possível frustração também nos privamos de novas oportunidades que talvez nos levassem a um caminho mais alegre e feliz, descartando assim toda e qualquer possibilidade de um futuro mais feliz.

É natural nos sentimos mais frágeis após uma decepção, mas é preciso se fortalecer diante do acontecido, transformando essa experiência em um degrau para o nosso crescimento e ascensão e não em um obstáculo para a nossa queda. Delimitar o tamanho dessa situação e ter consciência de sua real extensão é saber até onde essa dor pode ir e não permitir que ela se alastre mais do que deveria. Não é possível evitar a dor, mas é nossa a escolha que delimita o tamanho que esse sofrimento terá. Dilatar a extensão dessa dor não irá mudar o que já foi nem tornar mais fácil lidar com esse sentimento, ao contrário quando ampliamos o sofrimento e o alimentamos com nossa mágoa e ressentimento, apenas condenamos a nós mesmos a um sofrimento maior do que o necessário.

A decepção vem ao nosso encontro toda vez que amplificamos as nossas expectativas diante da realidade. Diariamente a vida nos dá sinais do que está acontecendo ao nosso redor, mas na maioria das vezes preferimos fechar os nossos olhos e acreditar na nossa própria versão de realidade. Não é raro acontecer que em muitas das vezes que nos frustramos se olharmos de volta no tempo poderemos identificar situações onde a vida já nos apontava que algo não estava bem, já havia sinais de que as coisas não eram exatamente do jeito que imaginávamos, mas por escolha nossa, preferimos nos fechar dentro do nosso mundo e acreditar que tudo estava perfeito, ou ainda que tudo iria se ajeitar.

Não há nada de errado em acreditar que com o tempo tudo vai melhorar, na verdade esse é o correto, acreditar, confiar que amanhã as coisas serão melhores. Só não podemos esquecer que a melhoria só vem com o trabalho, com o esforço de cada um, com a luta diária para que a melhora aconteça, para que as coisas se modifiquem e encontrem o lugar certo. Se a vida te sinaliza que algo não vai bem, cruzar os braços e dizer para si mesmo que vai melhorar não surtirá efeito, você se decepcionará duplamente, primeiro porque quando o véu da verdade cair você vai descobrir que o mundo que sonhou não existia e a segundo porque ficará frustrado com uma melhora que nunca aconteceu.

Se nos pequenos detalhes de sua vida, você é capaz de perceber que existe desarmonia, trabalhe para harmonizar isso, não se iluda de que tudo vai bem. Não se iludir é a única forma de não se frustrar. Acredite na vida, confie que a vida trabalha para te oferecer o melhor e justamente por isso te alerta para te dar a chance de tentar colocar tudo em seu lugar.

No entanto vale ressaltar que nem tudo está em nossas mãos, não temos poder sobre aquilo que depende do outro, de seus sentimentos, atitudes e boa vontade. Portanto se você fizer o seu melhor e ainda assim o outro te decepcionar, não se culpe por isso, aceite que existem coisas que simplesmente não dependem de você. E é justamente com esse tipo de situação que devemos aprender a transcender e superar. Usar a frustração e a decepção como alavanca para o nosso crescimento, como uma etapa que nos ensinou e que, apesar de dolorosa, também nos fortaleceu.

Não permita que a frustração de hoje te assombre amanhã. Use-a como experiência a seu favor se tornando mais atento aos sinais que a vida lhe envia. Confie na vida e abra-se para o novo de forma mais plena, reconhecendo as novas oportunidades que te são oferecidas para superar o passado e ser feliz no futuro. 


Maisa Baria

23 abril 2015

Reencarnar, pra quê ? - Zíbia Gasparetto



REENCARNAR, PARA QUÊ?

Assim como as pessoas têm muito medo de morrer porque não sabem o que irão encontrar na outra dimensão, os espíritos que estão vivendo no astral têm medo de reencarnar.

Esquecer o passado e mergulhar no mar encalpelado do mundo, enfrentar seus próprios limites e os desafios de seu crescimento é assustador.

Controlar as emoções, ordenar a mente, experimentar as próprias idéias e enfrentar os resultados requer coragem, persistência. Ficar entregue ao próprio discernimento, tomar decisões, ser responsável pelo próprio destino atemoriza.

Para o espírito, reencarnar é como vestir um escafandro e mergulhar nas profundezas do oceano. O corpo de carne tem um metabolismo lento, muito diferente da vida astral, onde tudo é mais dinâmico e rápido. Lá, a força do pensamento materializa rapidamente os objetivos, de acordo com a capacidade de cada um, criando e movimentando os elementos.

Aqui, na Terra, nossos projetos levam muito mais tempo para se tornar realidade. Para construirmos um edifício levamos muitos meses, enquanto lá eles o fazem em algumas horas..

- Como?! Há prédios no astral? – alguns vão perguntar.

Há prédios, ruas , cidades, tudo. O que chamamos de astral são os mundos das outras dimensões do universo.

Cada um deles gravita em determinada faixa de ondas, possui um magnetismo próprio e, para os que vivem lá, tudo é tão sólido quanto para nós é nosso mundo.

Não os podemos ver porque nossos olhos enxergam apenas em limitada faixa de percepção, o que não os impede de continuar existindo. A limitação é nossa. Os micróbios existem, mas só os podemos ver se tivermos um microscópio.

- Se eles têm medo, porque reencarnam?

Para reeducar o emocional.

No astral as emoções são muito mais fortes e profundas. A tristeza, o remorso, o arrependimento, a frustração, a mágoa, tornam-se insuportáveis e chega um momento em que, cansado de suportá-las, o espírito aceita nascer na Terra.

Para ele, o esquecimento será uma bênção. O magnetismo lento permitirá que ele medite mais, experimente, reflita, conheça-se melhor e amadureça.

Reencarnar na Terra é começar de novo. Todas as lembranças do passado são guardadas no inconsciente temporariamente e, embora possam influenciar intuitivamente o espírito reencarnado, ele estará em sintonia com o cérebro do novo corpo, que como um filme virgem vai registrar as novas experiências. Não é genial?

A vida, mágica e divina, vai tecer os acontecimentos, juntar pessoas, de acordo com as necessidades daquele espírito, e criar estímulos a que ele se torne mais consciente, liberte-se dos antigos padrões de crença que o levaram ao sofrimento. Se ele aproveitar, voltará ao astral mais lúcido e feliz.

A vida é um eterno agora, e nós continuaremos sendo o que fizermos de nós, seja onde for que passemos a viver. Enfrentar nossas dificuldades desde já, fazer nosso melhor, é construir nossa paz. 

Zíbia Gasparetto

22 abril 2015

S.O.S - André Luiz

 
S.O.S

A existência é comparável ao firmamento que nem sempre surge anilado.

Dias sobrevêm nos quais as nuvens da prova se entrechocam de improviso, estabelecendo o aguaceiro das lágrimas.

Raios de angústia varrem o céu da esperança, granizos de sofrimento apedrejam os sonhos, rajadas de calúnia açoitam a alma, enxurrada carreando maledicência invade o caminho anunciando subversão.

Multiplicam-se os problemas, traçando os testes do destino em que nos verificará o aproveitamento dos valores que o mundo nos oferece.

Entretanto, a facilitação de cada problema solicita Três Atitudes essencialmente distintas, tendendo ao mesmo fim.

Silêncio diante do caos.
Oração à frente do desafio.
Serviço perante o mal.

Se a Discórdia ameaça, façamos silêncio.

Se a Tentação aparece, entenebrecendo a estrada, recorramos à oração.

Se a Ofensa nos injuria, refugiemo-nos no serviço.

Toda Perturbação pode ser limitada pelo silêncio até que se lhe extinga o núcleo de sombra.

Toda Impropriedade mental desaparece se lhe antepomos a luz da oração.

Todo Desequilíbrio engenhado pelas forças das trevas é suscetível de se regenerar pela energia benéfica do serviço.

O trânsito da vida possui também sinalização peculiar.

Silêncio – previne contra o perigo.
Oração – prepara a passagem livre.
Serviço – garante a marcha correta.

Em qualquer Obstáculo, valer-se desse trio de Paz, Discernimento e Realização, é assegurar a própria felicidade.

S.O.S é hoje o sinal de todas as nações para configurar as súplicas de socorro e, na esfera de todas as criaturas, existe outro S.O.S, irmanando Silêncio, Oração e Serviço, como sendo a síntese de todas as respostas.

Pelo Espírito André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Senda para Deus. Lição nº 03. Página 19
 

21 abril 2015

Os cinco itens para elevar nosso pensamento

 


OS CINCO ITENS PARA ELEVAR NOSSO PENSAMENTO

1 - A vida é bela

Se nós observamos a paisagem, ela é encantadora. Nas muitas vezes que estamos com os óculos da melancolia, vêmo-la de uma forma triste e depressiva, mas não é a paisagem; quando estamos alegres, um poço de lama pútrida apresenta-se-nos como uma oportunidade de transformar o jardim; quando estamos tristes, a fonte cantante parece um olho que verte lágrimas de dor. A paisagem é a mesma; nossa disposição de fitá-la é que torna essa paisagem luminescente ou sombria. Então, quando colocamos o santo óleo do amor no coração e as lentes transparentes da alegria, a vida é sempre bela.

2 - Eu nasci para amar

Todos nós nascemos para amar. Ocorre que em nosso trânsito evolutivo nosso egotismo leva-nos a querer ser amados e negociamos o amor. O amor para nós só tem sentido se houver uma resposta, e então isso não é amor. O amor é como perfume, ele exterioriza. É claro que em nosso sentido de humanidade gostaríamos de receber a resposta, mas não é tão importante, porque as pessoas que recebem respostas afetivas nem sempre são plenas, tornam-se caprichosas e cada vez querem mais. Então, quando do nós amamos, sempre a vida responde, porque o ato de amar é uma forma de ser feliz. A vida é uma canção de serviço: todo aquele que não vive para servir ainda não aprendeu a viver.

3 - Eu vivo para servir

O Rotary tem um pensamento extraordinário: aquele que não vive para servir, não serve para viver. A mim, apesar da beleza, me parece um tanto pessimista; eu o substituiria: aquele que não vive para servir, não merece viver. Então, eu diria, ainda, que não aprendeu a viver, porque a gente aprende a viver quando se torna útil, quando a gente sabe que a vida tem um sentido, que a vida tem um significado.

4 - O mal que me fazem não me faz mal, o mal que me faz mal é o mal que eu faço, porque me torna um ser mau

Invariavelmente nós valorizamos mais o mal do que o bem. Há uma bela história de psicologia: Um professor foi dar uma aula de avaliação comportamental e chegando na classe estendeu sobre o quadro de giz um imenso lençol alvo; depois tomou de um pincel e na ponta do lençol colocou pequena mancha, e perguntou aos alunos: que vêem? Todos, em uníssono: uma mancha! Ninguém viu o lençol. A mancha era mil vezes menor que o lençol; é a tendência para ver desenfocada a realidade. Ninguém sequer diz: vejo o lençol com uma mancha. É nosso atavismo ver o lado negativo. Por quê? Por causa dos nossos instintos primários.

Os três instintos básicos da vida são: alimentação, repouso e nutrição; por causa deles os animais matam; por causa deles nós também matamos e por esse instinto de ver sempre a supremacia sobre o mais fraco nós adquirimos uma tendência negativista, porque armazenamos mais idéias negativas que positivas e graças a isso nós nos perdemos ante a realidade. Na hora que aprendermos a servir, nós superaremos todos esses condicionamentos, e se não recebermos respostas é porque nosso serviço não foi tão profundo que mudasse a estrutura daquele ou do lugar a que estaremos servindo.

Em realidade, quando alguém não gosta da gente, o problema não é nosso, é da pessoa. Se alguém fala mal de nós, há de ter um fator de desequilíbrio de quem fala: há inveja, há competição, há insensatez, o desejo de superar, ou simplesmente uma alma atormentada. Então, se alguém não gosta de nós, o problema é da pessoa.

Mas quando nós não gostamos de alguém o problema é nosso. Porque nós é que não estamos bem, nós é que estamos doentes, daí o mal que me fazem não me faz mal, porque a vibração negativa só encontra apoio quando há consonância; se eu me mantiver acima da faixa vibratória daquele que não gosta de mim, não há um plugue para a fixação da tomada do meu sentimento, então, seu mal não me atinge; mas se eu reagir e descer ao mesmo nível, então aí o mal me faz mal. Agora, o mal pior não é aquele que nos fazem, é o que nós fazemos, porque nos torna pessoas más; daí, nós devemos encetar todo esforço para nunca retribuir o mal com o mal.

Quando alguém nos persiga, calunie e até minta, acusando-nos por coisas que jamais passaram por nossa mente, porque as mentes são muito férteis e há um ângulo da psicologia, no capítulo das patologias, a mentira, a pessoa sempre mente e quando percebe que seu objetivo não logrou, a pessoa cria coisas que não existem, mas na mente dele acontecem; é o transtorno psicológico: ele vê o que existe dentro de si; nós não devemos reagir, devemos agir, deixar que o tempo responda, porque a pessoa também vai amadurecer, vai viver, vai aprender com a vida e merece amor, porque amar a quem nos ama é muito fácil, amar a quem nos hostiliza ou não simpatiza conosco, esse é o grande desafio.

5 - Há um sol brilhando dentro de mim

Há um sol que brilha dentro de nós: é a presença do amor, porque normalmente o sol brilha fora e nós, que estamos no meio, projetamos sombra; quando instalamos o sol do amor dentro de nós, na crença, na beleza, nós nos tomamos uma lâmpada que irradia em todas as direções. Conclusão:

Então, a vida é bela, como diz Joanna de Ângelis; eu nasci para amar, e a gente, quando nasce para amar, tem sempre que fazer alguma coisa para que o mundo se torne digno de ser amado. Eu nasci para servir; então, estamos aqui com um objetivo superior; o mal que me fazem não me faz mal, porque toda vez que alguém pensa em mim negativamente, isso deve constituir um estímulo para que eu avance na direção do bem; e o sol que brilha dentro de nós é a presença do amor.

Joanna de Ângelis
Fonte: Revista Visão Espírita, nº 17 - coluna Diálogo Franco ) . Paz e Luz

20 abril 2015

Você tem que ter para poder mudar - Andrew Martin


VOCÊ TEM QUE TER PARA PODER MUDAR

Para alcançar a vida que você quer você precisa em algum ponto assumir a responsabilidade pela vida que você tem.

O momento que nós aceitamos a verdade poderosa de que somos os criadores de nossas vidas é o momento em que começamos a criar conscientemente o que nós queremos.

A aceitação das coisas como elas são não tem que ser um processo longo.

Na verdade, quanto mais cedo nós começarmos a nos alinhar com a versão de vida que nós desejamos ver, mais cedo ela começará a se desenvolver.

Permanecer arraigado no foco daquilo que nós não queremos somente prolonga o período de tempo de persistência em nossa atual versão de realidade.

Entretanto, precisa haver um momento de reconhecimento das coisas como elas são agora.

Precisa haver uma aceitação da atual versão da realidade para ir além dela.

Só precisa ser um momento, mas ele precisa ocorrer.

Este momento de aceitação é a faísca de criação.

Este é o ímpeto que nos conduz para começarmos a criar o que nós verdadeiramente queremos.

É igual a ver uma erva daninha no jardim.

Nós a vemos, reconhecemos e arrancamos da terra.

Então nós voltamos a cultivar o que tínhamos a intenção de plantar.

Fazer de conta que a erva daninha não está ali permite que ela floresça.

Só porque uma erva daninha apareceu, não significa que nós fracassamos como jardineiros.

É a mesma coisa com nossas vidas. Quando surgem circunstâncias indesejadas, nós podemos vê-las como uma oportunidade para aprender sobre os nossos poderes de criação.

Nós podemos nos perguntar: “O que essas circunstâncias estão me ensinando? Onde está o meu poder nessa situação? Como eu atraí isso para mim?” e acima de tudo “Quais sentimentos me são apresentados nessa situação?”

Os sentimentos sempre são a chave para desvendar o que estamos experienciando.

Quando nós queremos cria uma vida melhor, nós sabemos que precisamos começar com uma focalização das coisas que estão em nossa vida atualmente que nos alinham com o sentir-se melhor.

Cultivar e estimular o que já está aqui e parece mais próximo do que nós desejamos expandirá as coisas que são sentidas como boas em nossas vidas.

Tudo começa internamente.

Tudo começa com as crenças, expectativas e histórias que nós mantemos como verdade.

Nós não podemos ter pensamentos negativos, impotentes e que não são bons girando em nossa mente e esperar criar alguma coisa que seja diferente.

Então aceite o que é, reconheça como é diferente do que você quer, encontre um meio de focalizar no bom que já existe e escolha alterar o foco para o desejado.

Ah! Uma última coisinha.

Não tenha medo de pedir ajuda.

Fique calado e peça, ou grite com toda potência de seus pulmões.

Simplesmente diga: “Eu aceito as coisas como elas estão e estou pronto para elas melhorarem. Por favor, me ajude a encontrar o meio de criar algo melhor”.

Peça e a ajuda virá, mas você não pode mudar até você ter.

Direitos Autorais:  Copyright©Andrew Martin. Todos os direitos reservados. Você pode copiar e redistribuir este material contanto que não o altere ou edite de forma alguma, o conteúdo permaneça completo e você inclua esta nota de copyright e o link: http://www.thelightedones.com. Tradução: Blog Sintese http://blogsintese.blogspot.com

19 abril 2015

Sintonia e Vibração - Jan Val Ellam


SINTONIA E VIBRAÇÃO

Imaginemos alguém que, com um perfume muito forte, permanece determinado tempo em ambiente fechado. A fragrância do seu perfume irá se espalhar pelo ambiente, que ficará impregnado, durante algum tempo, com o odor característico.

Da mesma forma, o resultado do que pensamos e sentimos, fica indelevelmente plasmado naqueles ambientes que mais costumamos frequentar.

Assim, os nossos lares, os ambientes de trabalho, os locais onde se realizam cultos religiosos e de outros tipos, ficam com suas atmosferas marcadas pelas formas-sentimento e formas-pensamento que comumente ali são expressadas.

Quem penetrar em um desses ambientes, inconscientemente ou não, se sentirá inclinado a sintonizar-se psiquicamente com as vibrações ali caracterizadas, sejam agradáveis ou desagradáveis.

Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça, inevitavelmente herdaremos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele prazeiroso ou não.

Da mesma forma que o perfume alheio nos invade a atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também nos invadem a organização íntima, nem que essa troca energética se processe - e também se conclua - em poucos segundos, tempo necessário para que as defesas energéticas da aura administrem a invasão energética.

Em resumo, estamos sempre marcando, com a "nossa fragrância espiritual", as pessoas e os ambientes com os quais convivemos e, ao mesmo tempo, recebendo a suas influências.

Quando e se, as nossas defesas espirituais estiverem em boa forma, assimilaremos apenas o que nos for positivo e rechaçaremos o que não for.

Esse processo é inconsciente, como também o é o da defesa orgânica que os anticorpos promovem em nosso corpo, sempre que necessário.

É tudo tão rápido que o cérebro físico-transitório não dá conta, apesar de ser ele que administra todo o processo, como também o faz, a nossa mente espiritual, quando o caso se relaciona com as vibrações de terceiros que nos invadem o espírito.

É importante perceber que, uma simples troca de olhares, um aperto de mão, um abraço, uma relação sexual, por exemplo, são situações em que a troca energética acontece, independentemente de querermos ou não.

Quando a nossa resultante de defesa vibratória é positiva - normalmente assim o é nas pessoas que tem bom ânimo, não se deixam entristecer pelos fatos, são disciplinados no campo da oração e/ou meditação etc. - pouco nos invade a energia alheia, se isto for nos servir de transtorno ao nosso equilíbrio energético.

Ao contrário, se estivermos em baixa condição de defesa energética, tal qual um prato de alimento estragado que inapelavelmente irá causar 'estragos" no nosso organismo, a energia deletéria alheia nos desarmonizará durante pouco ou muito tempo, conforme for a nossa capacidade psíquica-espiritual em restabelecer o equilíbrio que nos caracteriza, seja ele de que nível for.

As crianças pequenas que sequer andam, normalmente tem energia passiva, e sofrem um bocado quando ficam "passando de braço em braço", recebendo verdadeiras descargas energéticas que normalmente lhes causam desequilíbrios de toda ordem.

Se os pais terrenos disso soubessem, outras seriam as suas posturas em relação a permitirem que seus filhos andem de "braço em braço".

Portanto, estamos a todo momento, trocando energia com as pessoas e com os ambientes que nos rodeiam.

O equilíbrio - leia-se, saúde espiritual - de cada um, é o único antídoto a impedir que as vibrações negativas, alheias à nossa organização espiritual, penetrem no nosso íntimo.

Saber conviver sem sintonizar com a energia de terceiros é postura que somente os mestres de si mesmos conseguem plasmar na difícil coexistência com os demais.

Ao contrário, se a toda hora temos a sensibilidade pessoal invadida por problemas e influências de outras pessoas e/ou situações, ficamos sempre à mercê dos "outros nos deixarem" ficar em paz.

Assim, a nossa paz íntima dependerá dos outros, jamais de nós próprios; o nosso controle será sempre refém do descontrole alheio; a nossa fragrância espiritual estará sempre mesclada com a dos outros; enfim, dificilmente conseguiremos ser donos de nossa própria vida.

Se pretendemos ser os arquitetos e atores da nossa própria caminhada evolutiva é mister que cuidemos do nosso equilíbrio espiritual, escolhendo quando e como sintonizar com as vibrações alheias, seja em uma conversa, em um convívio mais íntimo, numa palestra, enfim, numa simples leitura, como é o caso que ora ocorre, pois, até o que lemos pode nos ser motivo de enriquecimento ou de desarmonia interior, já que é vibração que nos penetra a alma.

Lembremo-nos de que: a soberania espiritual passa necessariamente pelo controle das emoções; a saúde do nosso corpo dependerá da qualidade do que nos alimentamos; o equilíbrio do nosso espírito depende e, em muito, do que nos permitimos sintonizar, através dos sentidos.

Afinal, se a massa e energia são aspectos de um mesmo padrão existencial, sintonia e vibração formam o elo entre toda a massa e energia que existe, independente das formas transitórias que venham a assumir.

Melhoremos a nossa vibração pessoal e eduquemos os nossos padrões de sintonia.

Isto feito, estaremos despertando no nosso íntimo, a grande herança que recebemos do Pai Celestial.

Jan Val Ellam

18 abril 2015

Estímulo e Fé - Bezerra de Menezes



ESTÍMULO DA FÉ

O Espiritismo é a grande luz que desce sobre a Humanidade.

É a grande luz que vem apontar o rumo de uma Nova Era às criaturas humanas.

Isto porque a sociedade é devedora.

O homem da Ciência e da tecnologia chega à porta da fé suplicando entrada.

O conhecimento intelectual não lhe permitiu a realização interior.

E que pese as conquistas externas, faltam-lhe os valores Éticos para aplica-as.

Uma onda de sofrimentos varre a Terra e o homem chora.

A morte a ameaça.

Em vão, ele se pergunta:-
- Que é a vida?

O conhecimento intelectual encaminha-o na conquista do macro e do microcosmo, porém não o libertou da consciência de culpa.

Por isso, filhos da alma, a necessidade de Jesus é impostergável.

Faz-se urgente a cristianização da Humanidade e das nações.

Vós haveis solicitado a permissão divina para renascer, semeando Esperança e Luz.

Vós rogastes a permissão de reencarnar para oferecer à Humanidade os requisitos para um Mundo Melhor...

E o mundo espiritual vos tem atendido.

Este é vosso momento de servir.

V Mantende vossa mente vinculada a Deus e vosso coração, sensível e amoroso, dirigido à solidariedade humana.

A luta é desafio.

Aquele que não experimenta desafio não progride.

Mede-se o valor de um lutador pelas dificuldades que experimenta.

Portanto, mirando a Jesus, a Seus apóstolos e àqueles que O seguiam, oferecendo-lhe a vida e renunciando-se a si mesmos, avançareis com valor.

Temos em Allan Kardec o protótipo do verdadeiro cristão, que não recusou a luta e se desgastou numa entrega total.

Assim, permanecei vigilante otimistas!

Confiando em Deus, não faltará nunca os recursos indispensáveis para vosso êxito.

Os Espíritos, vossos Amigos e Guias, estamos ao vosso lado, trabalhando para que tenhais forças para levar avante o compromisso abraçado.

Porém, não amanhã, senão agora.

Não mais tarde, senão neste momento!

Jesus confia em vós e espera o cumprimento de vossos deveres.

Em nome de nossos Amigos Espirituais dos diferentes países aqui presentes, traduzimos a confiança deles em vossas forças e em vossos sentimentos. Bom ânimo, filhos!

Quando a noite se apresenta mais escura, é necessário recordar que, acima das nuvens, brilham as estrelas.

Quando as trevas se fizerem mais fortes, à maia noite, o primeiro minuto, conquanto esteja assinalado pela escuridão, já é amanhecer.

Estamos no amanhecer da Nova Era.

Preparai o caminho daqueles que virão depois, e o de vós mesmos.

Rogamos a Deus que nos proteja, que nos ampare, com carinho paternal, vosso amigo dedicado de sempre,

Bezerra

Mensagem recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 18.08.1994, durante a Reunião do Conselho Espírita Internacional – CEI, realizada em Miami – EUA, de 11 a 21 de agosto de 1994, e gravada diretamente em espanhol, cujo texto foi revisto pelo médium. Publicada em “Reformador”, de Fevereiro/1995.