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31 março 2018

E Deus criou a mulher - Divaldo P.Franco

(imagem meramente ilustrativa)


E DEUS CRIOU A MULHER


Ao largo da História, exceção ao período matriarcal, a mulher veio sofrendo discriminação em face do domínio machista, de alguma forma inspirado no Velho Testamento, quando afirma que a mesma foi produzida numa costela arrancada de Adão.

Concluiu-se, erradamente, que a sua existência era consequência inevitável da dependência do homem.

A partir de então passou-se a acreditar que a mulher não tinha alma, tornando-a somente instrumento para a reprodução e o prazer masculino.

Mesmo o Apóstolo Paulo, rico de conhecimentos humanistas e teológicos, não se pôde furtar de ser severo com o sexo feminino, discriminando-o de maneira rigorosa, confundindo hábitos sociais com impositivos espirituais.

No século XIX, quando as luzes do conhecimento já haviam estabelecido os direitos humanos, até hoje desrespeitados, tecelãs de New York resolveram protestar contra o excesso de horas de trabalho que lhes havia sido imposto, para que fosse diminuído. Esse gesto de justiça compreensível custou-lhes uma reação inesperada. Foram empurradas pela polícia a um barracão de madeira que logo foi incendiado, matando-as a todas impiedosamente.

Surgiram, então, as reações de algumas verdadeiras heroínas, que se puseram a proclamar os direitos que lhes eram negados. Iniciou-se nos Estados Unidos da América do Norte os pleitos em favor do voto feminino, assim como da sua candidatura a postos governamentais.

As lutas foram contínuas e começaram a surgir as primeiras e aparentemente insignificantes vitórias, porém, de alto valor. Foram iniciados os primeiros encontros internacionais femininos e destacou-se a figura de Clara Zetkin, a grande feminista e socialista alemã, que logrou realizar uma verdadeira revolução em torno dos direitos da mulher.

Esses encontros dedicados à mulher, no dia 8 de março, reúnem na atualidade quase todos os países do mundo, estudando-se novos métodos de valorização e sentido dignificante.

A partir dos anos 60 do século passado, a libertação da mulher tornou-se uma realidade, embora ainda permaneçam injustiças lamentáveis, quais a diferença de salários.

Nada obstante às grandiosas vitórias, pôde-se observar, nestes dias, a banalização do sexo, o feminismo desordenado, que vem adicionando aos valores habituais muitos dos vícios que antes pertenciam apenas aos homens.

De alguma forma, segmentos feministas reivindicam igualdade de conduta aos homens sempre concedidas, dando lugar a uma verdadeira masculinidade da mulher, com total desprezo pelos valores ético-morais que a devem caracterizar.

Em consequência, a família e o lar em desagregação tornam-se responsáveis por muitos bolsões de violência e de vulgaridade da
Ao largo da História, exceção ao período matriarcal, a mulher veio sofrendo discriminação em face do domínio machista, de alguma forma inspirado no Velho Testamento, quando afirma que a mesma foi produzida numa costela arrancada de Adão.

Concluiu-se, erradamente, que a sua existência era consequência inevitável da dependência do homem.

A partir de então passou-se a acreditar que a mulher não tinha alma, tornando-a somente instrumento para a reprodução e o prazer masculino.

Mesmo o Apóstolo Paulo, rico de conhecimentos humanistas e teológicos, não se pôde furtar de ser severo com o sexo feminino, discriminando-o de maneira rigorosa, confundindo hábitos sociais com impositivos espirituais.

No século XIX, quando as luzes do conhecimento já haviam estabelecido os direitos humanos, até hoje desrespeitados, tecelãs de New York resolveram protestar contra o excesso de horas de trabalho que lhes havia sido imposto, para que fosse diminuído. Esse gesto de justiça compreensível custou-lhes uma reação inesperada. Foram empurradas pela polícia a um barracão de madeira que logo foi incendiado, matando-as a todas impiedosamente.

Surgiram, então, as reações de algumas verdadeiras heroínas, que se puseram a proclamar os direitos que lhes eram negados. Iniciou-se nos Estados Unidos da América do Norte os pleitos em favor do voto feminino, assim como da sua candidatura a postos governamentais.

As lutas foram contínuas e começaram a surgir as primeiras e aparentemente insignificantes vitórias, porém, de alto valor. Foram iniciados os primeiros encontros internacionais femininos e destacou-se a figura de Clara Zetkin, a grande feminista e socialista alemã, que logrou realizar uma verdadeira revolução em torno dos direitos da mulher.

Esses encontros dedicados à mulher, no dia 8 de março, reúnem na atualidade quase todos os países do mundo, estudando-se novos métodos de valorização e sentido dignificante.

A partir dos anos 60 do século passado, a libertação da mulher tornou-se uma realidade, embora ainda permaneçam injustiças lamentáveis, quais a diferença de salários.

Nada obstante às grandiosas vitórias, pôde-se observar, nestes dias, a banalização do sexo, o feminismo desordenado, que vem adicionando aos valores habituais muitos dos vícios que antes pertenciam apenas aos homens.

De alguma forma, segmentos feministas reivindicam igualdade de conduta aos homens sempre concedidas, dando lugar a uma verdadeira masculinidade da mulher, com total desprezo pelos valores ético-morais que a devem caracterizar.

Em consequência, a família e o lar em desagregação tornam-se responsáveis por muitos bolsões de violência e de vulgaridade da mulher.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 8.3.2018.


30 março 2018

Determinismo - Nilton Moreira

DETERMINISMO



Antes da concepção, enquanto estamos no estado de erraticidade, isto é, vivendo no mundo espiritual, o espírito que somos enquanto aguarda o momento de voltar ao plano físico, o que acontece a partir do nascimento de uma criança, pois que através da união sexual é preparado o corpo material, onde são combinadas as características do homem e da mulher, cuja atividade não é responsável pela elaboração do espírito que virá habitar no referido corpo, somos convidados a planejar nossa nova vida aqui na Terra, isto com a ajuda dos benfeitores elevados, muito bem explicado no filme e livro Nosso Lar.

Escolhemos por exemplo o local onde nasceremos. Cidade, família, tudo no sentido de possibilitar que resgatemos ou proporcionemos que outrem resgate as dívidas para conosco contraídas em vidas anteriores. Nisso reside a Justiça Divina, e se completa a máxima muito usada, “o que aqui se faz aqui se paga”.

Por outro lado, não são verdadeiras as afirmativas “eu não pedi para nascer” ou “nasci na família errada”, pois tudo é devidamente preparado para que cheguemos ao mundo com condições de colocar em prática o que nos comprometemos lá no plano espiritual, usando para tanto de nosso livre arbítrio, que nos oportuniza seguir o caminho certo ou errado.

Mas acima de tudo temos de considerar que existe algo muito importante que é o determinismo, situação pela qual não podemos fugir de realizar e que portando está acima do livre arbítrio. O determinismo também é algo planejado por nós antes do nascer, e em algum momento da vida na Terra nos depararemos com ele e teremos de cumprir.

A característica marcante no determinismo é que sempre será algo de bom, não vindo, portanto em nosso prejuízo, ao contrário, por exemplo, de resgates, provações, missões, expiações, ele é algo que de maneira geral traz benesse, e se soubermos aproveitar, alavancará nosso progresso nesta reencarnação. Pode muitas vezes a princípio nos parecer algo estranho ou ruim, mas em verdade logo ali veremos que não o é.

Portanto, o viver não é tão simples como parece, e precisamos estar atentos ao que nos acontece para que possamos tomar decisões sensatas e aproveitar o máximo do determinismo que se apresenta, para que a partir dele sigamos caminhos salutares que possam ensejar uma evolução na trajetória de nossa vida. O determinismo pode estar numa profissão que nos chega, numa companhia para convivermos ou em outros acontecimentos marcantes.

Estejamos alerta e confiemos sempre nos desígnios do Criador.


Nilton Moreira
Fonte: Espirit Book

29 março 2018

O SUS, as terapias alternativas,o “passe”, as remunerações e o “dai de graça” - Jorge Hessen




O SUS, AS TERAPIAS ALTERNATIVAS, O "PASSE", AS RENUMERAÇÕES E O "DAI DE GRAÇA"


O Ministério da Saúde promulgou a admissão de determinadas “terapias alternativas” ao Sistema Único de Saúde (SUS), dentre as quais a terapia por imposição de mãos (seria o Reiki oriundo do vitalismo, criado em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui? Ou seria apenas a imposição de mãos sem apelo “religioso” e configurando apenas transfusão magnética tal como ocorre nas casas espíritas? Seria os dois?

Além da tal imposição de mãos, o SUS também vai bancar tratamentos alternativos como apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, ozonioterapia e terapia de florais. Esses procedimentos são chamados de Práticas Integrativas e Complementares (Pics), pois utilizam recursos terapêuticos baseados em tradições populares, voltados para “curar” e prevenir algumas supostas doenças.

Sobre as tais “imposições das mãos”, será que é fator alvissareiro, será que poderá abrir as portas laicas e as mentes para a realidade inquestionável da força do chamado “passe espírita” ou melhor do passe gerido pelos Espíritos? Ou será que uma prática tão sublime será banalizada?

O que podemos ponderar sobre tal complexo assunto?

Uma questão subjacente que deve ser abordada com muito cuidado é justamente o gerenciamento dos agentes dessas “terapias alternativas”, isto é, como escolher e nomear esses “profissionais”? Não se pode perder de vista que tais terapias serão aplicadas por “especialistas” contratados, portanto serão “profissionais” devidamente assalariados para tal função! Diante disso, considerando que haja passista espírita entre os terapeutas, respeitando os preceitos cristãos, recomendamos o alerta -“dai de graça o que de graça recebestes.” [1]

Sobre esse assunto já li sugestões charmosas e outras um tanto quanto absurdas. Uma delas seria a possibilidade dos centros espíritas oferecerem os serviços de passes gratuitamente nas unidades do SUS. Mas, há os incautos que insinuam a destinação do eventual salário aos profissionais para as instituições beneficentes e/ou espíritas. Ora isto seria um abjeto comércio dos dons mediúnicos. Recordemos que todo serviço espiritual gratuito é padrão da legítima prática espírita.

Ante esse panorama que está sendo construído na área de saúde pública, certamente haverá “espíritas” que desculparão a própria consciência nutrindo o subterfúgio de que aplicar passe e ser remunerado pelo SUS não é comerciar a caridade do passe. Possivelmente haverá esvaziamento da voluntária doação gratuita do passe nas casas espíritas, pois os passistas “desempregados” estarão disputando vagas no SUS. E se forem contratados, na melhor das hipóteses, estarão cansados à noite para a tarefa espírita. Ou, ainda, na pior das hipóteses, poderão disputar parte do valor que deverá ser revertido a eles próprios que também têm dificuldade financeira.

Sabemos que há alguns hospitais que ainda não consentem a aplicação de passes quando confrades espíritas visitam os enfermos nas enfermarias. Talvez proíbam por prevenção ideológica ou preconceito médico e ou religioso. Seguramente, diante dessa nova norma do governo, creio que essa oposição poderá ser atenuada. Ou por outro lado, talvez o empecilho aumente, pois, considerando que o serviço será remunerado (pelo SUS), não será fácil convencer que “passistas” profissionais não terão a ideia brilhante de entrar na justiça do trabalho pedindo vínculo empregatício com os hospitais que permitirem o gesto “caridoso”. Tudo é possível. O tema é complexo e vai muito além do que talvez estejamos avistando.

Quem sabe a ação constituída pela chamada liderança espírita junto ao governo seja oportuna nesta circunstância. Afinal de contas o atual governo está bradando por terapêuticas alternativas pelo SUS. Diante de tal desafio, será que o espírita terá capacidade de aprovisionar, de graça, e com preparação organizada dos passistas a fim de formalizar as normas oficiais de procedimento sob o princípio do voluntariado perante os hospitais?


Referência:

[1] Mateus, 10:8

Jorge Hessen 

28 março 2018

Graça e Reencarnação - Joanna de Ângelis



GRAÇA E REENCARNAÇÃO


Toda vez em que se aborda o tema da reencarnação, os mais ferrenhos estudiosos dos Evangelhos, que se detêm na forma da mensagem antes que no seu conteúdo, opõem à necessidade do nascer de novo na carne, a que se referiu Jesus, a concessão da "graça", como mecanismo de salvação, em decorrência da divina misericórdia do Pai.

A salvação pela graça, sem dúvida, constitui uma dádiva arbitrária, que viola as leis do equilíbrio universal, a uns beneficiando, em detrimento de outros, em flagrante injustiça por parte do Soberano Criador.

Igualmente, o conceito apresentado, em referência ao "ao sangue de Cristo" salvando as criaturas, deve ser entendido como a lição preciosa que o Mestre nos deu, demonstrando que, mesmo Ele, sendo puro, não se furtou ao holocausto da própria vida, num extremo ato de amor, a fim de que nos não evadamos à doação plena e total, quando chegado o momento do sacrifício pessoal.

Ensejar-se a um endividado revel a oportunidade de resgatar os débitos, constitui-lhe uma graça.

Conceder-se, ao trânsfuga do dever, o ensejo de reabilitação, torna-se para ele uma graça imerecida.

Facultar-se, ao enfermo, recursos de renovação e saúde é-lhe uma graça auspiciosa.

Proporcionar-lhe, ao delinqüente, o afastamento da sociedade, a reeducação e o retorno à comunidade, torna-se-lhe uma graça bendita.

Agraciar-se, porém, o agressor esquecendo-lhe a vítima é um ato de injustiça.

Liberar-se o algoz, sem facultar o mesmo a quem lhe padeceu a perversidade, faz-se uma forma de estimular o crime.

O amor e a justiça cooperam em favor da reabilitação do devedor, que libera a consciência da engrenagem do erro, encontrando a felicidade anelada.

O amor verdadeiro não beneficia uns, olvidando outros.

"Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá" - disse Jesus. Isto equivale a afirmar que todos se salvarão mediante as conquistas realizadas durante as sucessivas existências.

A reencarnação é a graça que o Pai concede aos que se comprazem no erro e na delinqüência, a fim de desfrutarem a salvação, essa conquista que nos cumpre lograr a esforço próprio e com sacrifício pessoal.

A vida é única, no seu processo de crescimento e perfeição, em que o berço e o túmulo representam portas de entrada e de saída para cada existência física.

A carne nasce, morre e renasce inúmeras vezes, inclusive numa mesma existência corporal, mas a vida não cessa nunca.

Utiliza-te, portanto, da concessão feliz dos renascimentos físicos, a fim de cresceres em direção ao bem e à liberdade que o Mestre te acena, enquanto te aguarda, reabilitando-te dos erros cometidos, evitando incidir em outros e edificando-te no bem para o bem de todos.

Livro: Oferenda - pelo espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

27 março 2018

Melancolia - Orson Peter Carrara

(Melancolia by Mabahe)

MELANCOLIA


A vaga tristeza que se apodera do coração, quase que de maneira imperceptível, levando a pessoa a considerar amarga a existência, chama-se melancolia. Se não combatida no íntimo pode desencadear estados de angústia profunda e depressão.

Este abatimento se revela, muitas vezes, através de pequenos contratempos do cotidiano, coisas simples e corriqueiras que assumem cores mais escuras que a realidade. Ouvir uma reprimenda, tirar notas baixas na escola, desentender-se com um familiar…

Qualquer motivo acaba desencadeando esse estado de melancolia, que, diga-se passagem, precisamos combater. Uma das maneiras de enfrentar a melancolia é identificar o agente causador e, o mais rápido possível, atacar a raiz do problema, solucionando-o.

Isso nos faz lembrar a história de “…um professor muito estimado pela espontaneidade e alegria que dele emanava. Todos o procuravam quando passavam por dificuldade.

Quando ele via alguém com um semblante tristonho a caminho de sua sala, ele pegava um papel e uma caneta e pergunta: ´Qual é o problema?´ A medida que a pessoa ia falando ele ia anotando todas as queixas: notas baixas, briga com o melhor amigo, derrota no esporte, um resfriado…

Em grande parte, as situações eram coisas simples e de fácil solução, se buscada com seriedade. Normalmente, as pessoas que iam conversar com ele, ao olhar as muletas que ficavam escoradas na sua escrivaninha e que denunciavam a paralisia do jovem mestre, sentiam-se envergonhadas por entristecer-se por tão pouco.”

A melancolia pode ser estimulada por uma mágoa, um pneu furado, uma dificuldade amorosa, um dia vazio, um bolso vazio, um estômago vazio, um coração vazio…

Mentalmente, pode-se puxar um papel e escrever exatamente o que provoca esse estado de infelicidade e trabalhar por eliminá-lo. Algumas coisas são imodificáveis, outras não, identificá-las é que diferencia o homem sereno do homem melancólico.

Aos primeiros sinais de melancolia pode-se utilizar antídotos: sair da rotina e fazer algo diferente, que desejava há muito tempo, mas nunca tiver oportunidade de fazer; dedicar-se a dar alegria a alguém, sem exigir absolutamente nada em troca; adquirir novos conhecimentos, leituras, amizades; buscar na memória momentos da vida em que sentiu extrema felicidade…

A melancolia está diretamente ligada ao estado de espírito da solidão e do ócio. Então, a solução é não ser solitário, nem ser ocioso. Se formos ociosos, não sejamos solitários. Se formos solitários, que não sejamos ociosos.

Todos temos algo a desempenhar, seja junto à família ou a coletividade. A felicidade, presente e futura, depende do cumprimento dessa tarefa, com alegria, sempre.

Nota do autor: adaptação de texto original de Luís Roberto Scholl, de Santo Ângelo-RS.

Por Orson Carrara

26 março 2018

As condições do espírito reencarnante - Luiz Sérgio



AS CONDIÇÕES DO ESPÍRITO REENCARNANTE


Tenho observado muitos irmãos que regressam ao corpo de carne, ensejando-me anotar a diversidade de condições de cada um deles. Pode-se agrupar os espíritos reencarnantes em:

1) os que não conseguem entender a reencarnação e a ela são levados compulsoriamente (nesse caso estão contidos alguns recalcitrantes);

2) espíritos que sabem de sua necessidade de reencarnar, mas não têm possibilidade de planejar nenhuma condição que lhes seja útil no que diz respeito à sua evolução (são os grandes sofredores);

3) aqueles que já estão em caminho evolutivo e conseguem, através do conhecimento, estabelecer um plano digno de ascensão espiritual (são os que já encetaram seu aprimoramento);

4) espíritos de avançado estágio evolutivo que encarnam na terra para auxiliar irmãos que lhes são afins, porque não desejam continuar o progresso deixando-os para trás;

5) há ainda a encarnação de espíritos superiores; esta não tive oportunidade de saber como é planejada.

Como podem observar, essa divisão feita por mim abrange de forma geral o processo reencarnatório. Considerando-se que em cada item há uma enorme diversidade de condições e cada indivíduo é um caso à parte (já me referi a isso), todos poderão imaginar quão grande é a maneira pela qual um espírito consegue encarnar.

Muito em particular, quero explicar que, pelas perguntas que faço aos mentores, pude saber que dificilmente um espírito que já consegue planejar seu nascimento falha, e os que vêm para auxiliar seus afins nunca falham. Sei também que entre os que acabei de mencionar, todos têm seus nascimentos garantidos.

Dentre os compulsórios e sofredores, muitos arriscam ter interrompido o desenvolvimento do corpo ainda em fase uterina.

Os sofredores são os irmãos que têm muitas causas amargas cujas conseqüências devem arcar e não têm compreensão suficiente para se prepararem resignadamente para encetar a caminhada do resgate de maneira inteligente.

Os reencarnantes de forma compulsória, na sua maioria, nem percebem que reencarnam. Algumas vezes, lutam desesperadamente para continuarem desencarnados. São eles os que formam os grupos errantes, tão temidos, porque são malfeitores. 

São os grandes conservadores das trevas. Grupos e mais grupos ainda assim permanecem e são comumente denominados “as forças do mal”. Quando são recolhidos, imediatamente voltam à carne, é a melhor maneira de se poder abrandar esses espíritos.


Livro Novas Mensagens, cap. 25, Espírito Luiz Sérgio – Psicografia de Alayde de Assunção e Silva.

25 março 2018

Porta da Regeneração - Nilton Moreira



PORTA DA REGENERAÇÃO


O homem foi feito a semelhança de Deus, isto quer dizer que o Pai almeja que cheguemos à perfeição máxima possível, nos assemelhando em bondade e tantos outros adjetivos que certamente conseguiremos através das vidas futuras. Mas quando nos referimos ao homem, entenda-se humanidade e neste particular está inserida a mulher.

Mulher esta guerreira que tem a capacidade de ser o portal da regeneração do mundo. Sem a Mulher nada seríamos, nem teríamos nascido! O poeta com muita propriedade a exaltou afirmando: “dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda..., mulher, mulher, na escola em que você foi ensinada, jamais tirei um dez, sou forte, mas não chego aos seus pés”.

Onde a mulher ocupa espaço acontece sempre o progresso com humanização, seja na vida pública ou em qualquer outra atividade. Já nos primeiros educandários nos deparamos com Elas, como orientadoras, professoras, cuidadoras, nos preparando para o futuro, nos mostrando os primeiros caminhos, complementando normalmente a iniciação recebida no lar.

Só a Mulher é detentora de um amor sem limites e fonte inesgotável de afeto, gerando equilíbrio e demonstrando sempre tato peculiar, pois ao mesmo tempo em que possa seu coração estar entristecido, vai buscar vigor para expandir serenidade, calma e decisão, pois possui no íntimo o instinto maternal. Ser mulher é doar-se de energias, fluindo como mãe, companheira ou amiga, benefícios neutralizadores de adversidades.

Nesta semana muito se fala sobre Elas. Registremos nossa homenagem a todas pela significação em nossas vidas e em especial a uma mulher que possibilitou a vinda ao Planeta do homem mais perfeito que por aqui esteve. Maria, mãe do Mestre Jesus, esta que tanto sofreu e teve de ver seu filho jovem ainda retornar ao Plano Espiritual violentamente. Maria, figura Angelical que pelo amor imenso que detém, continua na espiritualidade trabalhando no auxílio da caridade, pois que o trabalho de ajuda ao próximo nunca se esgota.

Neste momento, buscando a força em Maria, vibremos por todas as mulheres que ainda hoje sofrem opressões na Terra, principalmente aquelas que veem seus filhos passando pelas provações do mundo, rogando amparo para que todas possam ser socorridas pelo Criador.

Paz a todos.


Nilton Moreira
Coluna Semanal - Vida Além da Vida 

24 março 2018

As lições esquecidas - Espírito Lúcius



AS LIÇÕES ESQUECIDAS


“Em vão os homens têm lido as Sagradas Escrituras buscando vaticínios, revelações ou a solução de mistérios da fé como alguém que, olhando para o céu, procura pela luz, mas é incapaz de reconhecer a claridade do Sol.

Em inumeráveis passagens evangélicas encontram-se dispostas as orientações do Cristo acerca da estrada reta, do caminho da iluminação, das condições para a conquista da chamada Salvação.

Os capítulos e versículos das Escrituras nos oferecem verdadeiro manancial de passagens bíblicas nas quais a palavra lúcida do Divino Mestre assegura o roteiro da salvação a qualquer um que tiver olhos de ver e ouvidos de ouvir.

No entanto, ainda assim, boa parte da Humanidade cristã tem-se debruçado sobre estas frases sem lhes identificar a luz meridiana a fluir de cada sílaba, procurando decorar-lhes o fraseado sem entender-lhes a essência. Por tal estrabismo, ingênuo em algumas circunstâncias, mas deliberado na maioria dos casos, poucos têm-se valido de exortações tão lúcidas j quanto de alertas tão oportunos. Então, interesses de ordem material interferem nas pregações, nas interpretações, nos entremeios morais para desnaturar a autenticidade da mensagem cristã, sempre visando a conquista do reino do mundo em detrimento do acesso ao Reino de Deus.

A passagem evangélica desta noite não deixaria margem a nenhum equívoco, não fosse a malícia dos homens a reduzir o conceito mais nobre à sua expressão pecuniária mais sórdida. Observemos o extremo cuidado e zelo do Celeste Amigo ao informar como fazer para que, no momento da separação das almas, a seleção se fizesse por critérios muito claros.

Tive fome e me deste de comer – compartilhar o alimento que se possua.

Tive sede e me deste de beber – dividir o cantil com a necessidade de outrem.

Tive necessidade de alojamento e me alojaste – acolher o desamparado no momento do desamparo, abrindo o campo do egoísmo e o oásis do lar para um sofredor em uma condição de carência transitória.

Estive nu e me vestiste – compartilhar a roupa que se possua com alguém que se viu desprotegido na própria carne em um momento de desdita qualquer.

Estive doente e me visitaste – atenção com o sofrimento alheio na hora difícil da dor e do isolamento.

Estive na prisão e vieste me ver – compaixão diante de quem cometeu um delito, ao invés de julgamento e aversão pela criatura faltosa.

Se observarem com clareza, todas estas atitudes não envolvem o dinheiro.

Não encontramos Jesus dizendo:

Tive fome e compraste um lanche para mim, tive sede e me pagaste um refresco; tive necessidade de alojamento e me alugaste um hotel; estive nu e me compraste uma roupa; estive doente e me pagaste o remédio; estive preso e contrataste um defensor para me tirar da cadeia.

O dinheiro parece não fazer nenhuma diferença na exortação da caridade a que o Cristo se refere. Ao contrário, tudo está ligado a uma postura de doação do Espírito diante da dificuldade de seus semelhantes, combatendo o vilão que se chama Egoísmo. O egoísta faz de tudo para resumir a caridade a alguns trocados, porque lhe é mais fácil abrir o bolso do que ceder de seu tempo, de sua atenção, de seu conforto, de seu luxo, de sua abundância, de seu refugio. É mais simples ao ególatra tomar uma ínfima parte de seu patrimônio para se desculpar dizendo que já fez a sua parte.

Então, dizemos para nós mesmos que praticamos a caridade e que, por causa disso, merecemos as bênçãos do Céu. No entanto, nada mais fizemos que dar coisas para não darmos de nós.

O esforço de Jesus nesse sentido é incisivo.

Trata de nos ensinar que a salvação depende de nos ofertarmos em tudo o que fizermos pelos outros. Mais proveito obtém para si mesmo aquele que já aprendeu a dividir o prato de comida que tem diante de si com um faminto que o busca pessoalmente do que aquele que, com seus milhões, financia um grande programa de abastecimento através da doação de cestas de alimento a pessoas que ele nunca viu nem haverá de ver.

Há pessoas cuja caridade consiste no árduo esforço de assinar uma folha de cheque.

Aí está a desnaturação do ensinamento cristão. Do alto das pregações religiosas, os representantes do culto viram a oportunidade de enganar os fiéis com a ideia de que a caridade era dar – dar para a igreja, para o templo, para o centro espírita, para os pobres. Tal pregação lhes garantiu o enriquecimento material e a conquista de poderes mundanos sem, no entanto, tornar melhores os fiéis que, ao se desfazerem de certa parte de seu patrimônio o fazem como alguém que está depositando em um fundo de investimento ao invés de se o fazerem pela bondade espontânea de seus corações. Geralmente, é a cobiça que tem motivado a maioria das atitudes caridosas, fundamentadas no sonho de um lugar melhor à custa das moedas espalhadas na Terra. Estaria, então, o Reino de Deus dependente dos cofres humanos? Teria sido essa a recomendação do Cristo? Os eleitos seriam os esbanjadores de dinheiro e não os demais? Claro que não. Essa foi a deturpação que os homens fizeram ao exortar seus irmãos a uma caridade de dar coisas, bens, comida, roupa, alojamento, como se a caridade ou o dar se esgotasse nele mesmo.

Nada disso está registrado no ensinamento evangélico.

A Caridade não é um objetivo que se esgota na assinatura de um papel valioso, na entrega de pratos repletos de alimento, na compra e distribuição de cobertores, dispensando os que fazem isso da obrigação de serem bons. Então, meus filhos, estejamos atentos ao entendimento da essência porque, em verdade, a Salvação existe, mas para aqueles que, entendendo a caridade como um meio, aceitam ser esculpidos por ela, dando coisas, comprando alimentos, roupas, remédios – se lhes é possível fazer isso com os recursos que possuam – mas, acima disso, tornando-se caridosos pela prática pessoal e direta do DAR-SE NAS COISAS.

Aquele que se limita a dar coisas, é o investidor que, ao tilintar das moedas, espera a aprovação de sua entrada no Paraíso.

Aquele que se dá, é o que, mesmo sem esperar o Paraíso, é convocado para nele penetrar pela força das preces que os infelizes elevam a Deus a seu benefício. Isso porque deu-se no pedaço de pão, no copo d’água, na roupa, no teto, na saúde, no tempo, compartilhando o próprio ser, solidário e fraterno, com aquele a quem faltava. Os que fizerem isso, esses encontrarão o Juízo Favorável na hora da separação das ovelhas e dos bodes.

Que Jesus nos perdoe a ignorância e a pouca vontade em seguirmos suas lições, mas que nos ajude a abrirmos os olhos para a compreensão de tais Verdades.”

Livro Herdeiros do Novo Mundo, cap. 37, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

23 março 2018

Doenças difíceis - Emmanuel



DOENÇAS DIFÍCEIS


Apropriavam-se da autoridade e comandavam o extermínio das cidades que se lhes rendiam sem restrições; passavam, quais ciclones pestilentos, incendiando sítios prósperos, aniquilando homens dignos, abatendo enfermos, desrespeitando mulheres, empalando fugitivos ou decepando os braços de crianças inermes; apareciam por empreiteiros da demolição e do sarcasmo, organizando o cativeiro de povos livres ou formando, em nome da prepotência, as inquisições políticas, nas quais o abuso do poder consagrava a felonia e a traição por bases de governança, a fim de que os quadrilheiros das trevas operassem, impunes; salientavam-se por mandantes dos choques de violência em que os fracos eram irremediavelmente impelidos à queda ou espoliados sem remissão...Entretanto, nas seges purpuradas e nos palácios faustosos em que transitavam sorridentes, na direção do sepulcro, repontavam, sem que eles mesmos percebessem, as maldições dos sacrificados, o choro das viúvas e dos órfãos, os gritos de horror dos perseguidos quando traspassados pelos últimos golpes, as chamas das fogueiras destruidoras, o sofrimento dos mutilados, as pragas dos feridos agonizantes largados à ventania da noite, o sangue dos campos recobertos de cadáveres insepultos, o frio das necrópoles encharcadas de pranto, o infortúnio dos lares vazios, o protesto das escolas arrasadas, a dor silenciosa dos templos derruídos, os adeuses e os soluços dos mortos.

E ao deixarem o corpo físico, muitas vezes com as honras tributadas aos grandes chefes, no próprio catafalco resplendente de lumes, de permeio com os cânticos e as orações, nos quais se lhe homenageavam os restos, passaram a escutar, terrificados e indefesos, o vozerio de condenação e a algazarra do desespero com que eram recebidos em novo nível de consciência. Atormentados, então, por muitas das vítimas que não lhes desculpavam a crueldade, humilhados e desditosos, suplicaram da Providência Divina a própria internação provisória em celas de esquecimento e renasceram em condições específicas de reeducação.

Torturadores, violentadores de toda ordem que promoveram aflições terríveis ao coração alheio desrespeitando os mais nobres princípios de respeito; malfeitores, assassinos, ladrões, violadores sexuais e criminosos morais. Eis que, graças ao amor de Deus, não viajaram para o fogo eterno inexistente. Retornam ao proscênio terrestre com a Misericórdia Paterna afim de aprenderem as lições do Nazareno e valorizarem a fraternidade e a consideração lídima que se deve ter com o próximo.

Ei-los, então, apresentando difíceis enfermidades, algumas de complexo diagnóstico. São os paralisados que devem refletir sobre o movimento que retiraram do próximo; perturbados pela consciência de culpa por causa da dor causada ao semelhante; dependentes para não malograrem a oportunidade da vida em sociedade.

E, em vez da revolta e do desperdício das horas na viagem carnal, afim do próprio burilamento, devem, todos eles, esforçar-se para crescer rumo ao amor e à verdade transformando urgentemente o próprio comportamento.

Para começar, deveriam olhar aos céus e dizer ao Criador: obrigado!
 

Emmanuel (espírito)
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Plantão de Paz
 

22 março 2018

Ao toque de “Morfeu” - Jane Maiolo



AO TOQUE DE "MORFEU"


"Por que estão dormindo?", perguntou-lhes. "Levantem-se e orem para que vocês não caiam em tentação!"

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

No limiar de uma Nova Era que se aproxima esses são questionamentos legítimos que o homem, que ensaia o despertar de um sono profundo, deveria buscar as respostas mais lúcidas e convincentes .

Eis que um novo dia raia para a Humanidade e grande percentagem de espíritos encarnados na Terra ainda se demoram nos “braços de Morfeu”. [1]

A angústia da transformação se avizinha, a sensação do cansaço é latente, a alma anseia por novos horizontes e a possibilidade da entrada e permanência numa vida futura mais feliz nos acena como a melhor proposta já aguardada por nós.

Atados à materialidade da vida hodierna permanecemos mergulhados nas sensações hipnóticas da consciência milenarmente anestesiada, ainda em busca de satisfação dos prazeres ilusórios, empanturrando a insaciedade do ego e projetando um futuro de fictícias glórias, na Terra!

"Por que estão dormindo?", perguntou-lhes. "Levantem-se e orem para que vocês não caiam em tentação!" [2]

Essa talvez seja a admoestação mais oportuna para esse raiar do dia.

Os mais audaciosos responderiam: Dormimos porque o sono nos apraz. Os mais indolentes arguiriam: Dormimos porque não temos nada pra fazer. Os pusilânimes diriam: Dormimos porque o instante é caótico.

Dormimos todos, no entanto, não oramos.

As tentações nos seduzem facilmente e sucumbimos por falta de vigilância a fim domar as más inclinações e tendências repetíveis.

O Cristo, que deixou as altitudes divinais para se fazer carne; Que foi ignorado pelos judeus; Que foi ironizado por Pilatos, orou no Jardim das Oliveiras , enquanto se preparava para o instante apoteótico do sacrifício extremo, nos ensinou que frente aos nossos testemunhos de fé a oração e a sintonia com o Criador são imprescindíveis.

Por estarmos nos “braços de Morfeu” não abrangemos que é hora de despertar e orar a fim de haurirmos forças e entendimento espiritual para combater o bom combate.[3]

Em nossas metáforas ascendemos até o Monte das Oliveiras para orar junto com o Cristo, entretanto , tal qual fez Simão Pedro , abraçamos a postura daquele que carrega a espada escondida na túnica. Para que trazia Pedro uma espada na bainha? De qual defesa o Cristo careceria?

Semelhantes a crianças espirituais trazemos nossas armas para as nossas defesas. O Cristo não precisa de defesa. Necessita da nossa colaboração para tornar a Terra um mundo evangelizado.

Allan Kardec não precisa da nossa defesa, visto que O Espiritismo é transcendente. Carece dos nossos esforços para difundi-lo em toda a sua pujança e beleza.

O movimento espírita, reduto de atuação dos obreiros do Senhor, não necessita de nossa defesa. Precisa de nossa sã experiência no bem , enquanto representantes vivos da espiritualidade. Nós não necessitamos de defesa, carecemos de amor, tolerância e compreensão fraternal.

A crítica destrutiva, tão presente no movimento de unificação , tem impedido a espiritualização do ser. Ora encontramos dentro do mesmo movimento os cépticos e os crédulos.

Os cépticos contestam tudo, ironizam toda e qualquer intervenção do mundo espiritual no mundo físico, suprimindo em seu nascedouro as hipóteses de espiritualização do ser.

Os crentes ingênuos aceitam tudo sem utilização dos critérios do bom senso e da razão. Persuadem-se facilmente.

Ah, os “braços de Morfeu”!

Anunciaria o poeta “vai funda a tempestade no infinito, Ruge o ciclone túmido e feroz...Uiva a jaula dos tigres da procela— Eu sonho tua voz[4]

O Cristo adverte sobre a hora de despertar. “ Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, pela espada perecerão.”[5]

Estudar mais, trabalhar mais, cooperar mais e evangelizar-se mais.

Nossa Humanidade começa a dividir-se em dois grandes segmentos: os amigos da solução e os arautos do problema. Alguns promovem soluções brandas e pacíficas, outros concorrem para o alarde das tempestades e enigmas, desarmonizando e contaminando as mentes frágeis e imaturas.

Ainda assim é urgente darmos conta da nossa administração. Negligenciar o Evangelho é procrastinar a serenidade .

Contribuamos para que a paz que tanto almejamos comece em nós mesmos!.

Jesus nos desperta e nos aguarda pacientemente a fim de que atendamos o roteiro do trabalho a ser realizado na Terra..

Ah “Morfeu” … “ Que importa o vendaval, a noite, os euros, Os trovões predizendo o cataclismo...Se em ti pensando some-se o universo ,E em ti somente eu cismo...”[6]

Que importa as tempestades se sabemos quem somos, de onde viemos e para onde retornaremos, após a refrega da vida física.

Avante! O Cristo nos espera!


Notas e referências bibliográficas:

1- Morfeu (palavra grega cujo significado é "aquele que forma, que molda") é o deus grego dos sonhos.
2- Lucas -22:46
3- 2 Timóteo 4:7
4- Poema de Castro Alves - Durante um Temporal
5- Mateus 26:52
6- Idem 4


21 março 2018

Autoiluminação - Joanna de Ângelis



AUTOILUMINAÇÃO


O grave compromisso para aquisição da autoiluminação é um empreendimento de curso demorado, que exige ingentes esforços e culmina, vezes sem conto, em sacrifício pessoal dos interesses inferiores.

A decisão tomada para o mister impõe perseverança e coragem permanentes.

Hábitos profundamente arraigados, oriundos de existências passadas, caracterizados pelo egoísmo e toda a sua malha de cruéis tentáculos, conhecidos como as imperfeições morais, tornam-se repetitivos, e fazem-se necessários de erradicação total.

Somente quando o indivíduo identifica-se como ser imortal, é que se resolve pela alteração do comportamento e a eleição de diretrizes realmente legítimas para a conquista da felicidade.

Quando deambula pelas trilhas do materialismo, nenhum estímulo experimenta para a empresa autoiluminativa, por estar convencido da sua pouca utilidade, por verificar o triunfo do crime e da indiferença pelos valores éticos existenciais.

Conhecendo, porém, a realidade do Além-túmulo, compreende que, no prosseguir da vida após o decesso celular, as experiências e ações vivenciadas ressumarão em efeitos equivalentes. Conforme foi vivida a caminhada terrestre, assim prossegue além do corpo.

Já não dispondo das possibilidades orgânicas para fruir os prazeres a que se acostumou e nos quais se comprazia, as emoções superam as antigas sensações que são diferentes na sua estrutura e no seu conteúdo.

Defluentes da conduta permitida, verifica os prejuízos que se causou, ao constatar que foram perversas e desrespeitosas aos demais suas atitudes, então a culpa se lhe instala na consciência, que o aturde, envergonha e infelicita.

Sem dúvida, o Tribunal divino encontra-se instalado nos refolhos da consciência que analisa os acontecimentos e apresenta a outra face, a desconhecida, aquela que seria a correta, a desejável, não mais possível de a viver.

Desespero rude toma-lhe conta do ser e sente-se transtornado, em luta para livrar-se do conflito íntimo que o constringe e o desencanta.

Não raro, pode isso acontecer antes da desencarnação, por amadurecimento psicológico, e a existência perde o encantamento, as motivações para prosseguir, por efeito da angústia que se fixa nos painéis mentais e emocionais, multiplicando os tormentos íntimos.

Retidão moral é, pois, o caminho seguro para todo aquele que anela pelo futuro de harmonia pessoal, seja espiritualista, agnóstico ou ateu.

Não importa a crença que tenha ou a não crença que adote, pois que o importante é a consciência da própria vida.

O bem é conquista inalienável para o equilíbrio emocional e para a paz consigo próprio.

Não duvides da excelência da jornada terrestre saudável.

A vida prossegue além da morte, creia-se ou não. Na dúvida, permite-te a opção dos atos dignificantes que te farão bem em qualquer circunstância.

Quando alguém predispõe-se à autoiluminação, a sombra atemoriza-o, as condutas reprocháveis intentam manter-se e ele debate-se nas dificuldades e nos desafios das novas tentativas.

Resiste às induções nefastas.

Observa quanto alegre e renovado permaneces, quando não te permites necessidade de reparação, de arrependimento das ações praticadas.

Harmonias internas vibram no pensamento e somatizam-se no organismo.

A mente liberta-se das ideias turbulentas e alça-se a patamares mais elevados, que proporcionam a visão gloriosa do existir, enquanto viceja o bem-estar, que se transforma em amor a tudo e a todos.

Talvez tropeces e tombes nos velhos hábitos durante o processo libertador. É natural que aconteça. Logo após, recomeça, refaze a atitude e não desanimes.

Fatores existenciais e espirituais conspirarão contra a tua decisão de ascender aos páramos da luz.

Toda vez quando alguém se destaca no grupo social e torna-se visível, chama a atenção, desperta reações diversas, nem sempre favoráveis ao projeto de enobrecimento.

A tua é uma aquisição pessoal legítima que te premiará de ventura.

Não esmoreças, mesmo que acoimado por conflitos de vária ordem.

Ao experimentares o tentame iluminativo, notarás quanto necessário se te faz o prosseguimento.

A atualidade terrestre está assinalada pelos paradoxos da cultura, da tecnologia, mas também da violência, do medo, da exaltação do crime e do terrorismo.

Não estranhes esse temporário transcurso do processo evolutivo. Pelo contrário, experimenta a alegria de ser diferente pela transformação que estás operando em teu mundo interior.

A tua metamorfose não passará despercebida e servirá de encorajamento para que outros indivíduos que aspiram pelo bom e pelo belo sintam-se estimulados a adotar o teu exemplo.

O mal cansa, depaupera, crucifica aquele que se permite cultuá-lo.

Renasceste para triunfar.

Não te detenhas no pórtico da renovação moral. Avança e conquista-te.

Somente Ele, que superou todas as vicissitudes do mundo, poderia experimentar com serenidade a traição de um amigo, a negação de outro e o abandono de outros tantos, aceitando a crucificação...

...E apesar de todos os fatores negativos, perdoou-os e os elegeu para que prosseguissem, reabilitando-se e sacrificando-se em benefício da Humanidade.

Depois do Seu holocausto, não foram poucos aqueles que O imitaram e até hoje prosseguem no mister da autoiluminação.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 14 de janeiro de 2015, no Centro Espírita Caminho das Redenção, em Salvador, Bahia.

20 março 2018

A Luta Gloriosa - Indálicio Mendes




A LUTA GLORIOSA



Estudar a Doutrina Espírita não é dedicar-se à sua leitura com o mesmo estado de ânimo com que se lê um jornal ou uma revista mundana. Estudar é reter na memória o que se lê, é identificar-se de tal forma com o objeto do estudo, que se decida respeitar através da exemplificação os ensinamentos ali colhidos.

É muito fácil dizer-se: "Tenho lido muita coisa sobre o Espiritismo, conheço as obras de Fulano e Sicrano. São maravilhosas, lindas e edificantes". Na realidade, as obras espíritas são assim, mas de nada adiantarão se não forem assimiladas as suas lições, se os seus ensinamentos não se converterem para todos nós em norma de conduta, em roteiro para a nossa vida cotidiana.

Ninguém melhor do que nós sabe quanto isso é difícil, porque temos ainda a alma sobrecarregada de compromissos cármicos. Mas as dificuldades podem ser atacadas com persistência. Temos de insistir, dia-a-dia, na prática da Doutrina. Se não pudermos fazer tanto quanto precisamos, que façamos o que pudermos. O essencial é fazer alguma coisa, é não desanimar, não recuar. Para vinte desvios, trinta tentativas de reabilitação; para vinte quedas, outras tantas lutas pelo reerguimento.

O fato de reconhecermos a nossa incapacidade para avançar depressa não quer dizer que fiquemos parados. Façamos alguma coisa. Se não nos é possível andar um metro, procuremos avançar um centímetro. Iremos mais devagar, mas iremos. O essencial é não parar, ainda que reconheçamos a nossa fraqueza, a nossa falta de disposição para reagir contra os males que nos assaltam; ainda que não tenhamos energia para exemplificar sempre. Tanto seremos beneficiados pelo progresso que alcançarmos, como responsabilizados pelos erros que praticarmos.

De nós, exclusivamente, depende vencer ou ser derrotados. Poderemos ir vencendo aos poucos, mas também, se formos invigilantes e fracos, não evitaremos a destruição do resto de ânimo que tivermos para reagir. Por isto, não abandonemos nunca a Doutrina, que será um apoio para nós, um estímulo, um encorajamento, se nos resolvermos a fazer sempre algo para melhorar.

Entretanto, se nenhuma resistência realmente séria e tenaz opusermos a tudo quanto contribua para o nosso enfraquecimento moral, então de nada adiantará nossa aparente determinação.

Na Epístola aos Filipenses, disse Paulo, ao salientar a necessidade "de algum modo atingir a ressurreição dentre os mortos", pois que "mortos" somos todos quantos continuamos a viver sem a iluminação espiritual, somente possível com o progresso moral: "Não digo que eu já o tenha obtido, ou que seja já perfeito, mas vou prosseguindo para ver se também poderei alcançar aquilo para o que igualmente fui tomado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não julgo ter ainda alcançado, mas uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que ficam para trás, e, avançando para as que estão adiante, prossigo em direção ao alvo, para obter o prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus".

O Carma, que exprime fielmente a Lei de Causa e Efeito, porque é ela mesma, é a cruz que todos carregamos no dia-a-dia da vida terrena e espiritual. Irá ficando mais leve à medida que formos reduzindo a parte negativa da nossa personalidade moral e aumentando a parte positiva que nos levará à redenção. Irá ficando mais pesada, entretanto, à proporção que a nossa imprevidência, preguiça, displicência ou invigilância se for multiplicando sem que nos apercebamos do mal que a nós mesmos fazemos.

Persistamos todos na linha reta e íngreme, mais doce de seguir que os caminhos planos, mas tortuosos, de molde a podermos alcançar a porta estreita, pela qual muitos pretendem entrar, mas poucos o conseguem, porque a única condição para transpô-la está na exemplificação do bem, na recusa ao mal, na construção do "homem novo" que representará a ressurreição do nosso espírito e a morte definitiva do "homem velho".

A mais gloriosa luta é a que sustentamos contra nós mesmos. A mais gloriosa e a mais difícil de vencer. 

Indalício Mendes
Livro: Rumos Doutrinários 

19 março 2018

Morreu, como? De “selfie” - Wellington Balbo



MORREU, COMO? DE "SELFIE"


O ser humano sempre gostou de ser fotografado e de fotografar, tanto que desde eras remotas retratos eram feitos a fim de materializar em desenhos alguns líderes, pessoas, emoções, natureza e momentos marcantes.

E por isso, por conta desta busca do ser humano em imortalizar alguns momentos, que a invenção da fotografia sempre esteve na pauta dos homens nas mais diferentes épocas da humanidade.

Narra a História que um físico francês chamado Joseph Nicéphore Niépce em 1826, século XIX, e pouco antes da codificação espírita, após anos de pesquisa, conseguiu desenvolver a fotografia da forma como a conhecemos atualmente. Desde então só evolução para as fotos até atingirmos ao formato digital e à possibilidade de, enfim, modificarmos, sem cirurgias plásticas, mas via photoshop, alguns pontos que nos desagradam.

Hoje, muito mais do que ontem, as fotografias ganharam um status enorme. Muito mais do que ser ou ter é preciso “parecer”. Parecer feliz, parecer bem casado, parecer sem rugas, parecer uma pessoa bem resolvida.

E para o “parecer” nada melhor do que as fotografias, porquanto “eternizam” uma coisa que parece, mas nem sempre é, ou seja, retrata o externo que, diga-se, pode ou não ser uma representação da realidade ou mera fantasia.

E nesta sociedade de “parecer” é que nos últimos anos uma nova modalidade de “morte” foi inaugurada.

Morte por selfie - Trata-se da morte por selfie. No ano de 2014 até 2016 foram mais de 120 mortes por selfie. Na maioria dos casos o desencarne ocorreu porque o indivíduo despencou de locais muito altos em busca de um ângulo favorável para a selfie. O raciocínio é bem simples: quanto mais ousada a foto mais seguidores nas redes sociais se consegue, quanto mais seguidores, mais “likes” ou, como queiram, curtidas.

Vive-se, portanto, um tempo em que a corrida pela fama, pelo reconhecimento e pelo “parecer”, são tão ou mais importantes que a própria existência, haja vista que muita gente expõe-se e coloca sua vida em risco para ter seu nome conhecido nas redes sociais.

Como explicar um fenômeno assim?

Seria uma pane no instinto de conservação que, segundo o Espiritismo, é fundamental para evitar um desencarne precoce? Ou, então, o secundário tomou o lugar do fundamental, ou seja, o “parecer” vem sendo mais procurado do que o ser?

A indagação sobre a pane no instinto de conservação não procede, pois somos adaptados de “fábrica” para que busquemos permanecer o maior tempo encarnados, a fim de cumprir com nossa programação reencarnatória.

A tese de que o secundário, por uma série de fatores, tomou o lugar do primordial é a mais indicada. Esquecemo-nos de que somos Espíritos em trânsito por este mundo e não meras fotografias. Mas o narcisismo ganhou espaço e com ele os seus desdobramentos.

Narcisismo - Segundo consta na mitologia grega, Narciso, filho do deus rio-Cefiso e da ninfa Liríope, era rapaz de singular beleza. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que teria vida longa, porém, que jamais contemplasse a própria beleza.

Certa vez, ao observar seu reflexo nas águas de um lago apaixonou-se pela sua imagem. Embevecido, ficou a observá-la até consumir-se. No lugar onde morreu Narciso nasceu uma flor e deram a ela seu nome.

A lenda de Narciso encerra grande mensagem. Utiliza-se o termo narcisismo para o indivíduo que tem interesse fora do comum por si mesmo.

Prima-se única e exclusivamente pela beleza física, pelo corpo escultural, pela paixão exacerbada por si mesmo.

Prima-se pelo secundário que, salientamos, também é importante, mas não é fundamental.

Quem se apaixona pelo corpo, pela fama e arrisca sua vida para ter alguns aplausos esqueceu-se do espírito, todavia, quem ama o espírito, jamais se esquece de seu corpo.

Muitos matam-se literalmente com essas selfies porque valorizam apenas aquele exato instante. O objetivo – conquistarem seguidores, aplausos, elogios.

Conheci um rapaz que era apaixonado por si mesmo, julgava-se imbatível na beleza física e frequentemente fazia essas selfies esquisitas. Sua cabeça estava apenas em malhação, academia, aparência...

Jamais cogitara em beneficiar seu intelecto com a leitura de um livro, tampouco em expandir laços de afeto dedicando-se a trabalhos voluntários, pensava apenas em ser mais bonito hoje do que fora ontem, para clicar e postar em redes sociais.

Certo dia, um acidente veio tirar-lhe o que em sua opinião tinha de mais precioso. Infelizmente, no acidente, o amigo ficara deformado, por mais intervenções cirúrgicas que lhe fizessem, nem sua potente máquina daria mais jeito. Sua aparência, então, que tanto amava, nunca mais seria a mesma.

O amigo amargou tempos difíceis, estava sentindo-se órfão, vazio, sem chão, tudo que mais apreciava tinha se esvaído, entregou-se à depressão e por pouco não atentou contra a própria vida.

Contudo, teve que “cair na real” e a custo da dor refazer e modernizar sua maneira de pensar, assim, começou a dedicar-se mais a valores imortais, modificou-se, melhorou, fez tratamento de beleza para a alma.

Hoje, valoriza mais o interior do que o exterior, a arrogância de outrora, a competição que empreendia com os colegas para saber quem era o mais belo, as fotos em lugares estranhos e perigosos deu lugar à humildade. Tornou-se assim, mais jovial, simpático, alegre...

Tudo a favor do esporte, dos exercícios e da beleza física, além, é claro as “selfies”. Nada contra imortalizar momentos em fotografias com o objetivo de guardar e um dia recordar os momentos felizes.

Porém, colocar a vida em risco é atentar contra o que temos de fundamental nesta existência: a oportunidade de vivermos bem, de evoluirmos em direção a Deus e avançarmos na escala espiritual.

Um dia teremos que entregar nossa máquina física ao Criador, portanto, melhor faremos se dedicarmos também tempo a atividades que falem à alma.

Leitura de páginas edificantes.

Dedicar-se à família e aos amigos.

Participar de trabalhos voluntários.

Meditar em torno de virtudes e limitações.

Evitar riscos desnecessários por conta de aplausos e seguidores.

Assim, preferindo os valores reais e imorredouros, jamais nos afogaremos por contemplar as águas turvas do egocentrismo ou despencaremos do alto de um narcisismo que poderá, sim, transportar-nos para o mundo dos Espíritos antes do tempo.

Pensemos nisto


Wellington Balbo