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31 dezembro 2018

Vencendo a Depressão de Final de Ano - Espiritismo na Rede



VENCENDO A DEPRESSÃO DE FINAL DO ANO


A depressão atinge hoje quase 7% da população mundial, são mais de 350 milhões de pessoas no mundo que sofrem de depressão segundo com a Organização Mundial da Saúde.

Dados mostram que em países mais ricos, os jovens apresentam mais chances de desenvolver a doença, já entre os de média e baixa renda, o risco aumenta com a idade. Este transtorno mental é caracterizado pela OMS por alguns sintomas comuns, entre eles, tristeza persistente, perda de interesse, ausência de prazer, distúrbios do sono ou do apetite, cansaço fácil, entre outros sinais de alerta importantes.

Com a aproximação das comemorações de final do ano, muitas pessoas ao invés de se sentirem felizes, acabam se sentindo deprimidas, associando esta época de festas e excesso de compromissos a sentimentos de cobrança, nostalgia e saudade dos entes queridos.

De acordo com a Adriana Rizzo, voluntária a dezessete anos do CVV- Centro de Valorização da Vida há um aumento médio de 20% nas últimas semanas de dezembro em comparação com os demais períodos do ano. Visando sensibilizar as pessoas com o problema e tentar reverter esta situação, a entidade lançou o Movimento Conte Comigo. “Nosso objetivo é ajudar as pessoas a aliviar suas tensões interiores, ganhando um fôlego para continuar adiante e clareando as ideias para tomar as melhores decisões. Doamos atenção para quem necessita”, relata.

Para o médico psiquiatra e supervisor do Hospital das Clínicas, Dr. Teng Chei Tung, embora os estudos mais consistentes não apresentem um real aumento da taxa de depressão natalina pelo fato da depressão já existir antes do natal, neste período ela se torna mais intensa devido aos fatores psicossociais associados tais como a necessidade de ficar feliz, a lembrança dos conflitos familiares, das frustrações ocorridas durante o ano e a lembrança de outras festas natalinas depressivas.

O médico acrescenta: “Além do tratamento habitual com medicamentos e psicoterapia, precisaria englobar programas de apoio para evitar a solidão nesta fase do ano, com propostas de festas e atividades voltadas para os solitários”.

Além de uma série de sintomas físicos, existem também as razões espirituais que podem desencadear este transtorno. O Médico psiquiatra e comunicador da Rede Boa Nova de Rádio, Dr. João Lourenço explica que algumas vezes as pessoas trazem marcas no seu perispírito e muitas vezes lesões perispirituais causadas por monoideias ou comportamentos repetitivos e ao reencarnar pode ser que a pessoa se pré disponha a algum tipo de dificuldade, uma delas é a depressão.

Reflete Joana de Angelis pela psicografia do médium Divaldo Pereira Franco: “Em razão do largo processo da evolução, todos os seres conduzem reminiscências que necessitam ser trabalhadas incessantemente, liberando-se daquelas que se apresentam como melancolia, insegurança e receios infundados, desestabilizando-os. Ao mesmo tempo, estimulando-se a novas conquistas, enfrentando as dificuldades que o promovem quando vencidas, descobre todo o potencial de valores de que é portador e que necessitam ser despertados para as vivências enriquecedoras.”

Embora não se deva eximir a importância do tratamento médico nem mesmo psicológico, somar os recursos da prece e a conexão com Deus para tranqüilizar o coração e mudar a sintonia dos pensamentos pode ser de grande utilidade.

A partir de uma visão integral do ser recomenda Joana de Angelis: “O hábito saudável da boa leitura, da oração, em convivência e sintonia com o Psiquismo Divino, dos atos de beneficência e de amor, do relacionamento fraternal e da conversação edificante constituem psicoterapia profilática que deverá fazer parte da agenda diária de todas as pessoas”.

Recomenda o espírito Santo Agostinho no capítulo O Mal e o Remédio em O Evangelho Segundo o Espiritismo: “A fé é o remédio certo para o sofrimento. Ela aponta sempre os horizontes do infinito, ante os quais se esvaem os poucos dias de sombras do presente”.

Caso esteja vivenciando a depressão, não hesite em buscar ajuda, esse pode ser o primeiro passo para uma vida mais feliz.



30 dezembro 2018

Centro Espírita: ponto de luz na comunidade - Geraldo Campetti Sobrinho



CENTRO ESPÍRITA:
 PONTO DE LUZ NA VERDADE


Os estudos e reflexões sobre a importância do centro espírita para a comunidade na qual ele se insere apontam para cinco principais vertentes, assim expressas: templo; lar; oficina; hospital; e escola.

Templo

A casa espírita tem a primordial finalidade de abrigar e reunir aqueles que tencionam conectar-se com o Superior por meio da oração, que se constitui em instrumento de comunicação com Deus, nosso Pai. A prece proporciona a melhoria do homem, ensejando àquele que ora pensar em Deus, aproximar-se dele e pôr-se em comunicação com ele.

Lar


O centro espírita deve receber seus frequentadores e colaboradores como o lar acolhe a família. É a oportunidade da congregação para o fortalecimento dos laços de amor. Nem sempre encontraremos facilidades, pois o reencontro se dá, por vezes, entre adversários do passado. Porém, é nesse lar que precisamos nos esforçar para a formação da família espiritual.

Oficina


A oficina enseja o trabalho e a consequente aquisição de competências técnicas e humanas. Pelo serviço, somos capazes de desenvolver potencialidades e realizar feitos a serem creditados como mérito em nossa contabilidade espiritual, embora devamos trabalhar em benefício do semelhante desinteressadamente.

Hospital


Outro dia ouvi de uma amiga; “na Terra, todos somos doentes da alma”. A necessidade de corrigenda moral é grande, daí a abençoada oportunidade que Deus nos concede de enfrentarmos doenças variadas para que passemos pelo processo de higienização perispiritual. “A enfermidade jamais erra de endereço”, ensina Emmanuel. Seja física ou moral, todos necessitamos de cura para a conquista da saúde integral. O centro espírita funciona como um hospital na medida em que busca oferecer atendimento aos carentes, sem jamais competir com a medicina terrena. É o apoio espiritual, o atendimento fraterno, a fluidoterapia, a desobsessão…

Escola


Na vida, estamos sempre aprendendo e nunca deixaremos de aprender. Como escola de almas, a casa espírita é roteiro que esclarece nossas mentes para as realidades espirituais, por meio dos estudos individuais e em grupo. As palestras públicas, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (Esde), o Estudo Aprofundado (Eade), a Mediunidade: Estudo e Prática, a Evangelização da Criança e do Jovem, os estudos das obras básicas, da Coleção A vida no mundo Espiritual, da Série Psicológica Joanna de Ângelis, os cursos de capacitação a distância, são valiosos instrumentos de aprendizado que o centro espírita pode disponibilizar a seus frequentadores.

A FEB, no cumprimento de sua missão de promover o estudo, a prática e a difusão do Espiritismo, oferece os materiais para a implantação do Esde, Eade e da Mediunidade: Estudo e Prática nas instituições espíritas que desejarem, estimula a criação de grupos de estudos doutrinários e incentiva as atividades de evangelização infantojuvenil, compreendendo que o centro espírita é um ponto de luz na comunidade em que se insere e para a qual deve exercer a caridade material, moral e espiritual.


Geraldo Campetti Sobrinho
Fonte: FEBNet


29 dezembro 2018

Lei do Merecimento - Hugo Lapa



LEI DO MERECIMENTO


Tudo o que te acontece na vida atual, absolutamente tudo, sem exceção, está de acordo com a chamada lei do merecimento.

A Lei do Merecimento nos mostra que toda a nossa vida está exata e matematicamente da forma como nós a merecemos. Ela está em total e plena concordância com o que criamos em nosso passado, com aquilo que semeamos, com aquilo que fizemos, sentimos e pensamos.

Nada escapa da lei do merecimento. Uma pessoa que criou confusões no passado, vai receber confusão na vida atual para si mesma. Ela criou e agora vai ter isso de volta. Nada pode nos acontecer se nós não tivermos um merecimento em relação àquilo. Todas as experiências que vivemos são regidas por essa lei natural da vida.

Sem a lei do merecimento, onde estaria a justiça divina? Deus permitiria que algo nos ocorresse que não fosse do nosso merecimento? Se você perde muito dinheiro, é porque era para ser assim, de acordo com seu merecimento, de acordo com as experiências que seu espírito necessita para seu adiantamento, desenvolvimento e elevação espiritual.

Deus seria injusto, e consequentemente, não seria Deus… caso Ele permitisse que injustiças se abatessem sobre alguém. Se alguém não merece perder o dinheiro e Deus permite que isso ocorra… não haveria justiça, as leis de Deus seriam falhas, Deus não seria perfeito… e tudo seria um caos universal.

Se alguém discorda da lei do merecimento, deve começar a pensar como explicar que algo possa ocorrer a alguém que não merece. Deus permite então as injustiças? Mas como Deus pode permitir injustiças se Ele é plena e perfeita justiça?

A Lei do Merecimento é implacável, irresistível, inexorável e sempre… sempre se aplica.

Como se diz na Bíblia: 

“Deus dá a cada um segundo suas obras.”

“Quem vive pela espada, perece pela espada.” (Jesus)


Hugo Lapa


28 dezembro 2018

Presidiários - Maria Celeste



PRESIDIÁRIOS


Espírita, irmão!

Há quanto tempo não visitas um presídio?
É possível que até hoje não tenhas pensado nos reclusos…

No corpo, apenas sentimos a presença de um órgão, quando ele adoece. São silenciosas as vísceras que funcionam regularmente. 

Na vida moral, vezes e vezes, os problemas são igualmente assim: somente chegamos a senti-lo quando nos vergastam o próprio “eu”…

Rememoremos, portanto, a prova inexprimível daqueles irmãos que nos deixaram, compulsoriamente, o convívio. As suas culpas e as suas dores são também nossas.

Respirando anos-a-fio, circunscritos às grades da prisão, em atmosfera de onde, quase sempre, foram expulsos o perdão, a gentileza e a alegria, suportam eles a vida purgatorial da espiritualidade inferior, ainda na vida humana, ruminando o fel do abandono, a peçonha do desespero, o tóxico do vício, o veneno do rancor, o fogo da revolta e a bile da frustração.

Condenados, outros desvairam.
Enfermos, não raro, de corpo e alma, outros muitos padecem martírios simultâneos.

Esfumaram-se os sonhos…
Perverteram-se os ideais…
A fé cadaverizou-se…

Em grande maioria analfabetos, são incompreensíveis a viverem incompreendidos. Filhos da penúria, amargam a via-crucis de todas as necessidades.

Escravos da embriaguez, são como que dominados por fantasmas interiores que os embrutecem. Muitos deles, ainda longe do remorso e inteiramente cativos da ignorância, fizeram do crime a profissão; do sarcasmo, o idioma; da astúcia, a lei.

Combateram a sociedade, fugiram da família e trocaram de nome, dando origem a órfãos de pais distantes e a viúvas de esposos vivos.

Contidos à força, estremunhados na noite prolongada da impenitência, vivem anos que se assemelham a séculos, imprecando contra o destino forjado por eles próprios, na amortização dos débitos perante as leis divinas e humanas, duplamente encarcerados na carne e no cárcere.

Quantas jóias espirituais de rara beleza atolados em escrínios de lama?!

Até que todos os ergástulos sejam transfigurados em escolas e hospitais, conduzamos a eles – os grandes e infelizes prisioneiros de si mesmos – a consolação de uma visita, o estímulo de um sorriso, o júbilo de uma dádiva, a benção de uma prece.

Abrindo o coração ao sol do amor fraterno, auxiliemos os presidiários, diligenciando alcançar também a nossa própria liberdade espiritual, seguindo a lição do Senhor que nos ensinou, exemplificando:
- “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

Maria Celeste
Página recebida pelo médium Waldo Vieira, na reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 11/12/1961, em Uberaba, Minas). Mensagem extraída da revista “Reformador”, de dezembro de 1962.

27 dezembro 2018

Registra somente o bem - Miramez



REGISTRA SOMENTE O BEM


Temos audição para registrar o que ouvimos, mas conciliamos os irmãos a saberem ouvir, exercitando a condição de guardarem somente o bem e, se possível, como amor. Não registres o negativo, para que não venhas a sofrer as consequências do que escuta.

Amplia a tua tolerância para com os outros, sobretudo para com aqueles que ignoram a vida, que ainda não aprenderam a servir como tu e, pelas vias do Cristo, trabalha na caridade, ensinando esse amor no silêncio, porque, as trocas de luz, a natureza se encontra encarregada de fazê-las.

Sê indulgente para com o teu irmão, que a indulgência irá a tua procura, ambientando teu coração para o amor, na conjunção da vida imortal. Não temas os caminhos, sejam quais forem aqueles em que Deus te colocou, como abençoada oportunidade de adquirir experiências. Registra, contudo, somente o Bem, que porventura encontrares nos teus passos. Não deixes de ter complacência par com os teus irmãos, pois que, se eles não tiverem com os outros, deverão mais tarde aprender, pois todos somos filhos de Deus, com os mesmos deveres e direitos. O aprendizado pertence a todos.

Por que não ter moderação nas tuas lutas? Se a paciência te enriquece os valores, foi porque alguém muito especial a deu a ti por amor.

Cuidemos da nossa escrita, no escrínio de nós mesmos. Todavia, devemos saber escolher aquilo que vamos escrever no grande livro da vida, sendo que, de vez em quando passamos a ler essa escritura, revendo os nossos velhos feitos do passado, que nos elevam ou nos entristecem; dependendo do que escrevemos na consciência, pode ser motivo de muita alegria ou campo de amargura.

Usa a tua vontade em favor de ti mesmo, e se os teus exemplos forem enobrecidos, quantos companheiros poderão ajudar? Inúmeros! O que a palavra não conseguir fazer para o bem comum, o exemplo conseguirá, pois é considerado o todo-poderoso.

Usa a tolerância em preparo dos corações, para que o amor não se esqueça de crescer no mundo interno, deixando-te frutos de luz. Sê paciente no perdão, esquecendo-te das ofensas, para fixar a alegria nos que te ouvem; o bem é mais fácil de ser guardado no coração, porque agrada.

Procura, com todos os seus esforços, registrar o que eleva e entorpece a tua audição, no que concerne ao mal; neste exercício, Deus te ampara, para que possas ser filho da Luz.

Comunga com o amor, que esse amor te salvará de sofrimentos inúmeros e ainda te ensinará a buscar Deus com mais alegria e mais certeza. Passa pelos caminhos, anotando e sentindo a harmonia universal, pois é na harmonia que encontramos o Cristo, com os braços abertos, buscando-nos para o reino da glória.

Durante o dia, escutamos milhares de palavras; aprendamos, pois, a escolher, a selecionar as evangelizadas, para a nossa paz. Os sons harmonizados em Jesus têm a capacidade de nos confortar, fazendo da nossa mente uma fonte de luz de Deus.

Não podemos nos esquecer de tolerar os que desconhecem o amor, o perdão e a caridade porque, com o nosso exemplo, no amanhã, eles passarão a mudar de vida, por não existir outro caminho em que eles não encontrem o Mestre, como seu deu com Saulo, no caminho de Damasco.


Pelo Espírito Miramez
Obra: “Cura-te a ti mesmo”
Psicografia de João Nunes Maia



26 dezembro 2018

No caminho das mudanças - José de Freitas Nobre



NO CAMINHO DAS MUDANÇAS


Tudo, naturalmente, possui seu início e um dia chega ao seu fim. Esta é a lei que vigora no Universo para as coisas que são temporárias. A eternidade, representada em Deus, ou a imortalidade expressada na vontade do espírito, não fazem parte desta lei maior, apenas é efêmero aquilo que não possui consistência, beleza, pureza, autenticidade, virtude.

No mundo da política, na organização da sociedade, nos fatos da vida, bem sabemos, tudo é regido pela temporalidade. Há início, crescimento e fim. Esta é a lei. O que fica é o conhecimento dos fatos, a expressão de sabedoria pelo aprendizado, a argúcia em evitar escolhas infelizes, o ciclo do ensino para o espírito.

A vivência de muitas eras na política, nesta última vida na terra e em outras mais, fez-me consciente que nem tudo está perdido quando se está num limite de tolerância no embate das forças.

Já vi governos fracassados darem a volta por cima e ganharem novamente o respeito popular. Já observei governos honrados se despedaçarem ao longo tempo pela perda de credibilidade. Já presenciei homens bem intencionados não conseguirem materializar as suas promessas. Já vi de tudo um pouco.

A atual crise brasileira, apesar das suas proporções gigantescas, haverá de passar, é natural. Pode demorar um ano, dois ou até mais, sucumbirá um dia, no entanto.

As lições do caminho é que serão importantes de serem tiradas porque um embate de forças deixa marcas e consequências. A irresponsabilidade de quem por ventura exerça o poder será, cedo ou tarde, descoberta e eliminada. Quando, porém, se está no olho do furação imagina-se que aquilo dure uma “eternidade”.

Pois bem, vi outras crises no Brasil.

Vi golpes de Estado na era Vargas.

Vi golpes sucessivos da retomada democrática de 1946 até o último deles em 1964.

Todos eles trouxeram traumas. Sequelas que até hoje se ressentem em alguns aspectos da vida política e social brasileira.

A crise que aí está possui contornos diferentes. A hegemonia de um partido que se intitulava popular não poderia ser ancorada na descoberta generalizada de um ambiente de corrupção. Logo aquele partido que exigia o exemplo se transforma no principal protagonista do mal lavado.

O povo, com isso, sofre, porque representa a parte mais frágil do processo social e econômico. É logo ele que é chamado para pagar as contas do prejuízo causado em nome do Estado.

Ele que nada teve a ver passa a ser o objeto das consequências dos desmandos. Sim, é claro, ele votou nos que estão no poder, mas logicamente todos eles pensam no melhor. Desta vez, porém, errou.

O que fazer? Como sair da crise? Como estancar esta sangria?

Algo já está sendo feito: deixar que as instituições livres possam encontrar a razão de ser dos fatos e que, depois de apurados, encontradas provas de mau uso do dinheiro público seja feita a devida punição dos envolvidos.

Por outro lado, vê-se a falta de liderança onde se esperava o árbitro do desenvolvimento e da paz social.

Oportunistas, como de costume, ficam de plantão tentando obter vantagens do desgaste dos atores em questão.

O povo continua a sofrer neste ínterim.

Vou dizer algo que pode chocar, apesar das consequências desta minha opinião, optando do lado de cá da vida. É melhor tudo continuar como está.

Alguém, ou em coro, poderia afirmar: de onde vem este espírito governista? Que depoimento é este que nada ajuda? É mais uma invenção deste médium que não tem o que fazer?

Ora, o que defendo, aliás, o que se defende do lado de cá da vida é que não se deve retirar do povo a sua oportunidade de aprendizado. É neste momento de confusão, de sobrevivência política para muitos, que conhecemos a verdadeira face dos políticos de plantão. Conhece-se quem realmente cada um é.

Bem mais do que isso.

A indignação generalizada exigirá da classe política tomada de posições que, em dias de calmaria, jamais ocorreriam.

As mudanças institucionais ocorrerão pela pressão popular.

Tudo será repensado para que não haja convulsão social.

Tudo, portanto, representará sinal de ganho e aprendizado coletivo.

É lógico que há perdas neste processo, mas onde estará a lei da destruição aprendida pelos espíritas em seus compêndios? Para que serve ela? Por ventura, desejam um parto sem dor?

Tudo isto é necessário para que o conjunto social reflita e tome as decisões de mudança para se alcançar um patamar melhor na política, na economia, e na questão social.

Sejamos práticos. Por acaso, alguém acha que o mundo se transformará num estalar de dedos do Criador e que trauma algum haverá? Claro que não! É importante passar pela dor para não mais suportá-la. É assim que se aprende, todos sabem, no nível individual como no geral. É assim que os brasileiros aprenderão com tudo que aí está. Com perdas e ganhos, mas no final, certamente, com saldo positivo de mudanças.

Que cada um faça a sua parte.

Que cada comunidade promova os seus gestos de indignação e mudança.

Que sejamos construtores coletivos desta nova realidade.

É assim que o Brasil avançará no conjunto das nações.

Pagará seu preço, alto até, mas avançará. Mais firme e mais forte. Mais determinado e mais unido.

Que venham as mudanças e que Jesus nos abençoe nesta caminhada de encontro com o nosso destino de ser referência para o novo momento que passa a humanidade terrestre.

Firme com Jesus!



Freitas Nobre*


Texto recebido por Carlos Pereira em 15 de agosto de 2015.

*José de Freitas Nobre (Fortaleza, 24 de março de 1921 - São Paulo, 19 de novembro de 1990) foi um advogado, jornalista, professor e político brasileiro. Na década de 1970, foi eleito deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro, pelo Estado de São Paulo. Tornou-se líder do partido na Câmara de Deputados e foi um dos políticos que, da tribuna, mais se opôs à ditadura militar. Foi também líder espírita, diretor do Folha Espírita

25 dezembro 2018

Natal - Comemoração Espírita - Decio Pattini


Adorazione dei pastori, ca. 1849 
Petrus van Schendel (1806 - 1876)


NATAL – COMEMORAÇÃO ESPÍRITA



As antigas e primitivas civilizações viviam quase que exclusivamente da caça e da pesca para a sobrevivência. O instinto sobrepujava a razão e a vida em coletividade propiciava certamente grandes reuniões em torno da comida caçada, seja para festejar a vitória do homem sobre o animal, para saciar a fome ou pelo prazer de estarem juntos.

O progresso da humanidade pela utilização da inteligência proveu ao homem sua casa, sua roupa, suas armas, até a invenção das letras e o registro escrito das ideias, mas o senso de coletividade, da vida em sociedade descrito no Livro dos Espíritos(1) sempre existiram e todas as grandes ou pequenas reuniões sempre foram acompanhadas de farta alimentação, não raro para “informar” a condição social do grupo.

Este hábito milenar não mudou. Pequenas e singelas reuniões espíritas também são acompanhadas do tradicional chazinho, bolinho, bolachinha e outros humildes “inhos”, reflexo das fortes impressões secularmente marcadas em nosso espírito.

Daí, para entendermos a razão de comemorarmos o Natal com banquetes deslumbrantes, bebidas alcoólicas e demais desatinos não é necessário muito exercício de raciocínio.

O que nos interessa, portanto, após a compreensão desse fato, é desvinculação dele do verdadeiro sentido da data natalina. Já que não podemos fugir da convenção da existência do 25 de dezembro como sendo a comemoração do nascimento de Jesus; não podemos nos esconder no porão da casa para fugir ao consumismo comercial provocado pela euforia da troca de presentes, nós espíritas devemos nos envolver mais profundamente com seu significado maior, lembrando aos amigos e frequentadores das Casas Espíritas que Jesus, em nenhuma hipótese espera que comemoremos seu aniversário empanturrados de comida ou bêbados, pois Ele veio nos ensinar a viver em paz, a amar os semelhantes e a compreender Deus como Pai bondoso e sempre disposto a nos oferecer oportunidades de aprendizado através da reencarnação como forma de crescer espiritualmente e atingir as altas paragens espirituais, até sermos perfeitos(2).

Lembrar aos espíritas, que a data é propícia para as famílias que realizam reuniões de estudos do Evangelho no Lar, oferecerem neste dia aos demais familiares a oportunidade de comemorar o Natal sem os exageros conhecidos. Participar da vida social normalmente, participando até das conhecidas brincadeiras de amigo secreto, almoço confraternizável na empresa também faz parte do nosso dia-a-dia terreno, porém , tendo sempre em mente a condição espírita: o Natal é uma alusão ao nascimento do Cristo e em nenhuma hipótese os exageros devam fazer parte de nossa vida e o nosso exemplo junto aos não espíritas poderá ser uma útil fonte para reflexões.


Decio Pattini

Referência:

(1) O Livro dos Espíritos, A. Kardec – Q. 766 – 76ª Ed. – FEB

(2) O Livro dos Espíritos, A. Kardec – Q. 112/113 – 76ª Ed. – FEB

24 dezembro 2018

Sessões para os “curandeirismos” ilusórios - Jorge Hessen




SESSÕES PARA OS 'CURANDEIRISMOS" ILUSÓRIOS


Kardec não priorizou o estudo específico da mediunidade de “cura” nas obras da Codificação, a rigor, jamais tocou no assunto sobre “cirurgiões do além”. Em face disso, é inteiramente contraditório e lamentável a forma de como alguns centros espíritas propõem sessões de “cura especial” através da incorporação de “espíritos cirurgiões” por meio de alguns médiuns “especiais”.

Não ignoramos os efeitos relativamente atraentes contraídos por alguns incomuns médiuns de “cura”, contudo não entendemos como imprescindível e nem valorizamos esse tipo de mediunidade. As práticas mediúnicas fora das orientações de Kardec, são sempre espetacularizadas e não devem colonizar as instituições espíritas.

Em que pese terem despertados curiosidades de cientistas e estudiosos no Brasil e no exterior em face do uso de apetrechos cirúrgicos estranhos , alguns até mesmo enferrujados, doutrinariamente jamais identificamos nas mediunidades de José Arigó, Rubens Faria, Edson Queiroz, João de Deus e semelhados como “médiuns” imprescindíveis para propagação dos princípios espíritas, não obstante seja o Espiritismo capaz de explicar as intervenções de “médicos do além” nos fenômenos de “cirurgias espirituais”.Obviamente quando os médicos encarnados compreenderem o valor da mediunidade (em suas várias tipificações) e sobretudo da obrigatoriedade de mudança de comportamento moral do homem, a medicina terrena ampliará o seu poder terapêutico.

Não somos dos que aceitam ou deixem de aceitar um centro espírita sem “espíritos”, mas cremos que a legítima mediunidade transformadora, a da cura legítima e concreta, é a mediunidade da mudança de conduta, mediunidade do amor ao próximo, mediunidade da caridade, mediunidade da paciência, mediunidade da tolerância, mediunidade da benevolência, mediunidade da indulgência e mediunidade do perdão. Ou seja, uma instituição espírita também pode funcionar impecavelmente sem absoluta necessidade da mediunidade com “desencarnados”.

Um Centro espírita bem orientado não privilegia ou destaca os fenômenos mediúnicos ditos “ostensivos”, especialmente aqueles agrupamentos espíritas imprudentes que apenas oferecem tratamentos de “cura” espiritual ou físico . A legítima instituição espírita deve priorizar (acima de tudo e de todos) as reflexões pelos os estudos, especialmente do Evangelho e ponto!

Ah! Vociferam alguns, há muitos sofredores no mundo. Sim e daí? É óbvio que ninguém sofre os ressaibos das dores por prazer, mas a dor não provém de Deus, pois é apenas reflexo de quem erra e ponto! E quem não erra? Portanto, todos nós sofremos algum tipo de dor. Por isso, ofereçamos nas casas espíritas o Evangelho, eis aí o remédio para todas as dores.

Fazer uso da mediunidade sem o adequado entendimento dos seus perigos pode levar a distúrbios mentais. Não estamos recriminando a mediunidade, todavia refletindo-a melhor, propondo enxergar maiores finalidades através do intercâmbio com o além tumulo.

Ora, se a mediunidade está presente no cotidiano de cada um e se manifesta por diversas fontes e foi herdada nessa longa trajetória evolutiva que percorremos, ela deve ser aproveitada como potencial de transformação pessoal sem qualquer necessidade de apelos invocatórios e sistemáticos aos irmãos do além. Sim!! Nossa reforma íntima é o salvo-conduto para a espiritualidade e não a mediunidade ostensiva.

Recordemos que os Espíritos não estão à nossa disposição para promover curas de patologias que quase sempre são providências corretivas para nosso crescimento espiritual no buril expiatório.

Em resumo, os dirigentes de Centros espíritas deveriam promover as bases de estudos e reflexões sobre as propostas do Evangelho, em vez de prestigiarem sessões inócuas para os “curandeirismos” ilusórios.

Jorge Hessen



23 dezembro 2018

A responsabilidade de cada um - Momento Espírita



A RESPONSABILIDADE DE CADA UM


Fotos e vídeos de diferentes partes do mundo vêm mostrando imensos danos que o acúmulo de lixo tem causado na natureza.

Praias abarrotadas de resíduos plásticos, animais marinhos e aves mortos por terem ingerido grandes quantidades desses materiais, confundindo-os com alimentos.

Outros com os movimentos comprometidos, enrolados em redes de pesca, sacolas plásticas e resíduos descartados indevidamente.

Vemos tartarugas com canudos plásticos enterrados nas narinas, morrendo por asfixia... enfim, uma série de cenas que chocam e entristecem.

Campanhas alertam para não jogar esses materiais nas praias, nos rios, nas ruas.

Outras conclamam a deixarmos de utilizar materiais plásticos ou reduzir drasticamente sua utilização, e mesmo, reciclar, reutilizar, reaproveitar.

Há quem considere o plástico como vilão, no entanto, ele não é o vilão real. Os copos plásticos e os canudos, por exemplo, ajudaram a reduzir enormemente as contaminações hospitalares por conta de copos mal lavados e infectados, salvando assim inúmeras vidas.

O grande responsável pela poluição e pela morte de milhares de animais é, na verdade, o ser humano, que age de maneira descuidada.

Culpar canudos, potes, tampas e sacolas plásticas é uma forma de desviar a responsabilidade do real culpado.

Quando jogamos um papel de bala na rua, ele vai parar na galeria de esgotos e vai desembocar em um rio e no mar.

Uma sacola plástica não vai por vontade própria para o mar. Ela é um objeto inanimado, não tem pernas nem escolhe sua destinação.

A ação humana, por negligência, é que a coloca na rota do mar, e no estômago de algum animal faminto.

Nós, seres humanos, precisamos ampliar nossa visão de mundo, indo além de nosso entorno, prestando atenção nas consequências de nossos atos, mesmo aqueles que, nos momentos em que os realizamos, nos pareçam insignificantes.

Ano após ano, é preciso investir recursos, que poderiam ser utilizados em outras áreas, para desenvolver tecnologias e ações para resolver problemas causados por nós, em diferentes setores da sociedade.

Verificamos que tais tecnologias não têm sido suficientes para solucionar todos os problemas que se originam, na maioria das vezes, da nossa irresponsabilidade.

A questão do lixo é apenas uma delas.

Enquanto não nos conscientizarmos de que a natureza não existe para nos servir, que somos parte integrante dela, assim como as plantas e os animais, criaremos sempre novos e mais sérios problemas.

Abandonar o uso de embalagens plásticas e reciclar o lixo diminui muito o problema da poluição dos oceanos e das praias.

No entanto, se continuarmos focados apenas em nós, ignorando a natureza que nos cerca, corremos o risco de não darmos conta dos problemas e ainda criarmos outros, comprometendo severamente a existência de tudo o que tem vida na Terra.

Que possamos tver um olhar mais abrangente, respeitoso e responsável para com a natureza e que consigamos desenvolver um senso de responsabilidade sobre tudo o que nos cerca.

Pensemos nisso porque, afinal, trata-se da sobrevivência de toda espécie de vida, sobre a Terra.



Por Redação do Momento Espírita


22 dezembro 2018

Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente - Richard Simonetti



MORTE FÍSICA E DESENCARNE NÃO OCORREM SIMULTANEAMENTE

 
Basicamente o Espírito permanece ligado ao corpo enquanto são muito fortes nele as impressões da existência física.

Indivíduos materialistas, que fazem da jornada humana um fim em si, que não cogitam de objetivos superiores, que cultivam vícios e paixões, ficam retidos por mais tempo, até que a impregnação fluídica animalizada de que se revestem seja reduzida a níveis compatíveis com o desligamento.

Certamente os benfeitores espirituais podem fazê-lo de imediato, tão logo se dê o colapso do corpo. No entanto, não é aconselhável, porquanto o desencarnante teria dificuldades maiores para ajustar-se às realidades espirituais.

O que aparentemente sugere um castigo para o indivíduo que não viveu existência condizente com os princípios da moral e da virtude, é apenas manifestação de misericórdia. Não obstante o constrangimento e as sensações desagradáveis que venha a enfrentar, na contemplação de seus despojes carnais em decomposição, tal circunstância é menos traumatizante do que o desligamento extemporâneo.

Há, a respeito da morte, concepções totalmente distanciadas da realidade. Quando alguém morre fulminado por um enfarte violento, costuma-se dizer:

“Que morte maravilhosa! Não sofreu nada!”

No entanto, é uma morte indesejável.

Falecendo em plena vitalidade, salvo se altamente espiritualizado, ele terá problemas de desligamento e adaptação, pois serão muito fortes nele as impressões e interesses relacionados com a existência física.

Se a causa da morte é o câncer, após prolongados sofrimentos, em dores atrozes, com o paciente definhando lentamente, decompondo-se em vida, fala-se:

“Que morte horrível! Quanto sofrimento!”

Paradoxalmente, é uma boa morte.
Doença prolongada é tratamento de beleza para o Espírito

As dores físicas atuam como inestimável recurso terapêutico, ajudando-o a superar as ilusões do Mundo, além de depurá-lo como válvulas de escoamento das impurezas morais.

Destaque-se que o progressivo agravamento de sua condição torna o doente mais receptivo aos apelos da religião, aos benefícios da prece, às meditações sobre o destino humano.

Por isso, quando a morte chega, ele está preparado e até a espera, sem apegos, sem temores.

Algo semelhante ocorre com as pessoas que desencarnam em idade avançada, cumpridos os prazos concedidos pela Providência Divina, e que mantiveram um comportamento disciplinado e virtuoso. Nelas a vida física extingue-se mansamente, como uma vela que bruxuleia e apaga, inteiramente gasta, proporcionando-lhes um retomo tranquilo, sem maiores percalços.


Livro: Quem tem medo da Morte – Richard Simonetti



21 dezembro 2018

Estrada Iluminada - Nilton Moreira



FILHOS


É muito bom receber sugestões para nossa coluna Estrada Iluminada, e uma amiga nossa leitora assídua pediu para que comentássemos sobre os filhos, e buscando a inspiração como sempre, estamos abordando assunto tão delicado.

Damos a conotação de filho a todos aqueles que chegam ao nosso lar ou nos são designados para serem orientados no caminho a seguir.

Muitas vezes os filhos nos chegam pela união direta de um casal, através da gravides, mas também pode vir pela adoção Legal, ou simplesmente aquela tia, avó ou outro parente fica com a incumbência de adotar a criança por questões que escapam a vontade de ambos.

Filho na realidade não precisa ser oriundo da gravides de determinado casal. É todo aquele a quem vamos dedicar amor e dar as primeiras diretrizes na vida. Não podemos dizer que uma mulher que teve uma criança e a abandona após nascimento o desprezando tenha tido um filho do ponto de vista dela, e por outro lado devemos sim considerar uma mãe nos princípios cristãos, aquela que vendo uma criança que fora abandonada a pega para criar.

Mas no nascimento de uma criança está envolvido todo um contexto que muitas pessoas não avaliam por desconhecer. Todo nascimento é planejado antes no Plano Espiritual. Existe o entendimento entre a origem do espermatozoide e o óvulo que haverá a fecundação, seja da maneira que for, pois tudo está dentro de um planejamento que tem relação com vidas anteriores que já estiveram juntas e se faz necessário o reencontro, por isso tanta complexidade nos relacionamentos.

Hoje vemos crimes de pais que matam filhos e vice versa. Ora, o que acontecerá em vida futura para esta família? Fatalmente se reencontrarão para resolverem seus desequilíbrios anteriores! Poderão novamente fraquejar? Sim, isso é da natureza de cada índole. Assim como não viramos santo quando desencarnamos, também não somos anjos quando nascemos para nova vida.

As relações com nossos filhos às vezes são muito difíceis em razão de estarmos curando feridas. Outras vezes por sermos uma família estruturada Deus permite que venha alguém rebelde para que ajudemos a melhora-lo, muito embora nem tivéssemos vínculo algum com esse filho ou filha em vidas passadas.

Recentemente uma amiga nossa recebeu uma mensagem psicografada em uma reunião mediúnica que participou, em que a filha que desencarnara em morte violenta e deixara a mãe com o coração despedaçado, disse tranquilizando-a que estava bem no Plano Espiritual e que já não era esta a única vez que a família esteve junta e envolvida com o autor do crime e que certamente iriam se reencontrar no futuro. Vemos ai que os relacionamentos entre filhos e responsáveis, muitas vezes vem de muito tempo.

Não nos martirizemos e nos culpemos por termos filhos rebeldes, desobedientes, problemáticos. Façamos a nossa parte de orientá-los e conduzi-los para o bem, no caminho certo, tentando dar sempre bons exemplos e pedindo em nossas orações que o Criador nos ajude na tarefa que temos de melhorarmos todos nós na trajetória da vida.

Muita harmonia amigos. 


Nilton Moreira
Coluna  Semanal Estrada Iluminada - Espirit Book 

 

20 dezembro 2018

Dia de Desapego - José Carlos De Lucca



DIA DE DESAPEGO


Gosto muito de uma canção de Lulu Santos chamada Como Uma Onda, que você talvez conheça. A música começa com a seguinte estrofe: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia; tudo passa, tudo sempre passará; a vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito. Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo; tudo muda o tempo todo no mundo”. O compositor mostra a impermanência da vida, ou seja, as constantes transformações a que tudo e todos estão sujeitos. Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em onda, ou seja, hoje estamos de um jeito, amanhã de outro. Hoje temos saúde, amanhã enfermidade. Hoje moramos numa cidade, amanhã estamos em outro país. Hoje temos o convívio de uma pessoa querida, amanhã ela nos deixará. Hoje temos prestígio social, amanhã estaremos no anonimato. Hoje temos posses, amanhã as finanças estarão em crise. Tudo muda. A vida vem em ondas, horas de mar calmo, períodos de mar agitado.

Todavia, nem sempre nos preparamos para as inevitáveis mudanças, temos um sentimento de apego muito forte. Joanna [de Ângelis] nos esclarece que esse apego às pessoas e coisas é o grande responsável por muitos sofrimentos*. O apego representa a ilusão que temos para deter a marcha dos acontecimentos.

Para viver sem sofrimento devemos evitar o apego exagerado às pessoas e às coisas. Não é viver indiferente, sem paixão, sem intensidade. É viver sem o sentido de posse. É viver aproveitando cada experiência, cada relacionamento, com se fosse a última vez que você estivesse naquela situação. Se soubesse que hoje seria o último dia de sua vida, como você se comportaria? Ligaria para quem? Declararia seu amor a alguém? Pediria perdão? Perdoaria? Visitaria algum amigo? Abraçaria seu filho, sua esposa, seu marido? Ouviria sua música preferida? Isso é viver cada segundo da sua existência como se fosse a própria eternidade.

Lembre-se: você é apenas um passageiro da vida. Sinta-se como uma onda no mar; um dia as areias da praia receberão seus braços. Não se apegue a nada. Nada lhe pertence definitivamente. As pessoas da sua família não são sua propriedade, apenas lhe fazem companhia na grande viagem que fizemos a este planeta. O dinheiro, o poder, o prestígio social, a cultura e a própria beleza são ferramentas que a vida nos emprestou para alcançarmos o desenvolvimento das nossas potencialidades. Você não é o seu carro, a sua empresa, a sua família, a sua religião, o seu país, o seu clube esportivo, os seus títulos acadêmicos. Não somos donos de nada, temos apenas a posse temporária dos bens e o convívio momentâneo das pessoas. Se assim conseguirmos viver, nossa vida ganhará paz e alegria, valorizando cada oportunidade que surgir em nosso caminho, bem como cada pessoa que atravessar o rio da nossa existência. Somos viajantes do Universo, passageiros com a missão de aproveitar as estações da vida, vivendo-as em plenitude, para um dia retornarmos ao país de origem e dizermos da nossa viagem: “Valeu a pena”.

***

Nada na vida me pertence, sou apenas usuário dos bens.

As pessoas são livres, podem seguir seus caminhos.

Aceito as mudanças que a vida me traz.

Nada espero das pessoas, deixo cada um partir na hora que desejar.


José Carlos De Lucca
Livro: Para o Dia Nascer Feliz
Petit Editora

19 dezembro 2018

Adversidades e Insucesso - Joanna de Ângelis




ADVERSIDADES E INSUCESSOS


Todos nos encontramos sujeitos ao que se convencionou chamar adversidade.

Uma tragédia, uma ocorrência marcante pela dor que produz, um acontecimento nefasto, a perda de uma pessoa querida constituem infortúnios que maceram.

Prejuízos financeiros, danos morais, enfermidades catalogadas como irreversíveis são adversidades desastrosas em muitas existências.

No entanto, se fosse encarada a vida sob o ponto de vista espiritual, o homem compreenderia a razão de tais insucessos e não se entregaria a desastres mais graves, quais a loucura e o suicídio, a fuga pelo álcool ou pelos tóxicos...

A existência física não transcorre qual nau sem rumo em mar encapelado.

Os atos anteriores e a conduta atual são-lhe mapa e rota para chegar ao destino pelo qual o indivíduo opta.

Realmente desastrosos são os males que se praticam em relação ao próximo, pois que eles irão fomentar as adversidades de amanhã, que são os inadiáveis resgates do infrator.


-o-


Trabalha para te impedires infortúnios, especialmente os atuais, que defluem da insensatez, da malversação de valores, da malquerença. Entretanto, se fores colhido por insucesso de qualquer natureza ou algum sinistro, assume um comportamento de equilíbrio e enfrenta-os com serenidade.

Tudo passa, às vezes, mais rápido do que se espera.

Contorna os danos causados e, se estiveres ferido no sentimento, confia no tempo, que te pensará a chaga, ajudando-te a sair do embate mais forte e com visão mais clara a respeito da vida.

Em qualquer circunstância, projeta-te mentalmente na direção do amanhã, vendo-te feliz como gostaria de estar.

Com essa imagem positiva, avança, superando o primeiro momento inditoso e o próximo, passo a passo, e te surpreenderás vitorioso, no alvo almejado.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis
De “Episódios Diários”, de Divaldo Pereira Franco

18 dezembro 2018

Crueldade humana - Momento Espírita



CRUELDADE HUMANA


O famoso escritor francês Voltaire disse, certa vez, que são necessários vinte anos para levar o homem do estado de planta em que se encontra no ventre de sua mãe e do estado de puro animal, que é a condição de sua primeira infância, até o estado em que começa a se manifestar com a maturidade da razão.

Disse ainda que foram necessários trinta séculos para conhecer um pouco a sua estrutura e que seria necessária a própria eternidade, para conhecer algo de sua alma. No entanto, não é preciso senão um instante para matá-lo.

Naturalmente, Voltaire se referia à morte do corpo.

Sempre com maior intensidade se tem notado o desprezo à preciosa vida humana.

Todos os dias nos chegam as notícias de guerras, de massacres, de barbáries.

Em nome do poder, da posse de riquezas, que se pode usufruir somente nesse curto período de tempo em que nos encontramos sobre o planeta, as pessoas matam umas às outras.

No século XIX, quando o Codificador da Doutrina Espírita trabalhava para a produção da obra O livro dos Espíritos, indagou às vozes celestes o porquê da crueldade ser o caráter dominante de alguns povos.

A resposta dos luminares foi que entre os povos primitivos a matéria sobrepuja o Espírito.

Eles se entregam aos instintos animais e como não têm outras necessidades além das corpóreas cuidam apenas da sua conservação pessoal.

É isso que geralmente os torna cruéis. Além disso, os povos de desenvolvimento imperfeito estão sob a influência de Espíritos igualmente imperfeitos que lhes são simpáticos.

Consequentemente, agem sob o comando deles.

Tomando ciência disso, nos analisamos e concluímos que muitos nos enquadramos nessas descrições. Ainda temos ditadores no mundo, que subjugam o povo e o maltratam, exigindo dele uma quase adoração.

E mostram sua crueldade para todos aqueles que não os homenageiam quando passam pelas ruas, ou ousam dizer uma mínima palavra contra o que fazem ou o que pregam.

Mesmo em civilizações mais adiantadas, existem criaturas tão cruéis como os selvagens, da mesma maneira que numa árvore carregada de bons frutos existem os temporões. São lobos extraviados em meio a cordeiros.

Como a lei é de progresso, guardamos a certeza de que a Humanidade progride. Essas criaturas, dominadas pelo instinto do mal, que se encontram entre os homens de bem, desaparecerão pouco a pouco como o mau grão é separado do bom quando joeirado.

Necessitarão retornar e retornar, em novos corpos, para o exercício do aperfeiçoamento, para que adquiram qualidades novas.

A todos nós, educadores, pais e professores cabe o dever inadiável de estimular os sentimentos nobres nas gerações, através de exemplos dignificantes, onde a vida seja considerada bem precioso demais para ser desprezado ou destruído, em nome de qualquer bandeira política, religiosa ou de caráter particular.


* * *


Todas as faculdades existem no homem em estado latente.

Elas se desenvolvem de acordo com as circunstâncias mais ou menos favoráveis.

Assim, o senso moral existe no selvagem, no que hoje se apresenta como mau e cruel, como o princípio do aroma no botão de uma flor que ainda não se abriu.

Trabalhemos para que ele desabroche o quanto antes, em nós, em cada ser humano.


Redação do Momento Espírita, com base nas pergs. 752 a 756 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB e em pensamentos de Voltaire, colhidos no livro Um presente especial, de Roger Patrón Luján, ed. Aquariana.


17 dezembro 2018

Um “médium curador” [não espírita] e o rebuliço na mídia global - Jorge Hessen




UM "MÉDIUM CURADOR" [NÃO ESPÍRITA] 
E O REBULIÇO NA MÍDIA GLOBAL



A TV Globo entrevistou mulheres que acusaram o “médium” [não espírita] João de Deus sobre as violações sexuais que teriam sofrido quando elas buscaram o tratamento espiritual na “Casa Dom Inácio de Loyola”, localizada em Abadiânia, Goiás. As acusações são de três brasileiras que pediram para não serem identificadas e da coreógrafa holandesa Zahira Lieneke Mous, a única que aceitou mostrar o rosto na televisão.

Será que estamos diante de crimes análogos ao cometido pelo médico Roger Abdelmassih? Hum! Será?

Em nota enviada à TV Globo a assessoria de imprensa do “médium” [não espírita] afirmou que as acusações são “falsas e fantasiosas” e questiona o motivo pelo qual as vítimas não procuraram as autoridades. Ainda afirma que a situação é lamentável, uma vez que o “médium” [não espírita] João é uma pessoa de “índole ilibada”(sic).

Após a difusão da sinistra notícia (de repercussão nacional), a Federação Espírita Brasileira emitiu uma pequena nota sobre atuação de médiuns curadores, declarando que o Espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente. Em face disso, não recomenda a atividade de médiuns que atuem em trabalho individual, por conta própria. Esclarece ainda que tais médiuns “curadores” [dentre eles o (não espírita) “João de Deus”] não estão vinculados ao Movimento Espírita, nem seguindo sua recomendação. (1) “Oh, meno male!”

Há 5 anos, após leitura de reportagem da Revista VEJA, resolvemos refletir e contextualizar alguns trechos da matéria publicada. O título da reportagem era exatamente “A face humana do mais endeusado médium brasileiro”. (2) A Revista VEJA destacou a capacidade do médium [não espírita] João de Deus de atrair gente do mundo inteiro para um município próximo do Distrito Federal. Afirma a reportagem que o “santificado médium” vive o cotidiano sob o manto da contradição entre o “espírito e a carne”, a “cura e a doença”, o “desprendimento e a vaidade”, os gestos de “generosidade e os arroubos de cólera”, os negócios terrenos (3) [é milionário] e os amores (tem onze filhos com dez mulheres diferentes). A cada dois anos o “curandeiro-endeusado do cerrado” troca a frota de carros da família. O dele era um Mohave Kia, avaliado em 2013 em R$ 170.000 [cento e setenta mil reais]. (4)

Sabemos que a mediunidade não guarda relação com a retidão moral do médium; seu funcionamento independe das qualidades de honradez. O fato é que os médiuns de tais “cirurgiões do além” sempre seduzem grande número de fregueses, estabelecendo, não raro, com a mediunidade, um negócio rendoso, uma polpuda fonte de captação de dólares e reais.

Em 2013 a instituição dirigida por tal “deus da mediunidade de cura” “teve um faturamento de aproximadamente 7,2 milhões de reais (isso mesmo! sete milhões e duzentos mil reais), levando-se em conta somente a venda de passiflora, preparado à base de maracujá, produzido ali mesmo, comercializado à época na bagatela de 50 reais o frasco e receitado a uma média de 3.000 visitantes semanais”. (5)

É lamentável que os médiuns invoquem “Espíritos” para que lhes sirvam como “cirurgiões do além” a fim de retalhar e perfurar corpos físicos em nome de “operações espirituais”, que lhes prescrevam placebos.

É constrangedora essa tendência de subestimar a contribuição da medicina humana, entregando nossas enfermidades aos Espíritos “curandeiros do além” (preferencialmente com nome de santos, ou com sotaque germânico ou hindu) para que “curem” doenças. Lembremos que precisamos “aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação de valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé”. (6)

Não desconhecemos a possível intervenção dos desencarnados nos processos terapêuticos na Terra, mas não se pode dar prioridade a esse tipo de trabalho, na suposição de curas ou na falsa ideia de fortalecimento do Espiritismo por esses meios. Lembramos que certa vez o Espírito do “Dr. Fritz” quis operar Chico Xavier, em 1965, através do médium [não espírita] Zé Arigó: – “Eu te ponho bom desse olho. Faço-te a cirurgia agora! Pronunciou Arigó, e Chico Xavier respondeu-lhe: – “Não, isso é um reflexo do passado. Eu sei que o senhor pode consertar o meu olho. Mas como o compromisso do passado continuará, vai aparecer-me outra doença. Como eu já estou acostumado com essa, eu a prefiro. Por que eu iria querer uma doença nova?

Os Espíritos não estão à disposição para promover curas de doenças que não raro representam providências corretivas para nosso crescimento espiritual no buril de reparação moral. Por tudo isso, é urgente não abrirmos mão da precaução! Ainda mesmo que o excesso em tudo seja ruinoso. Contudo, Kardec endossa nossa atitude dizendo que “vale mais pecar por excesso de prudência do que por excesso de confiança”. (7)


Jorge Hessen 
Fonte: A Luz na Mente 


Referências bibliográficas:






[3] Suas economias vêm do garimpo. Ele é dono de fazendas na região, é proprietário de apartamentos em Brasília, Goiânia, Anápolis e Abadiânia, segundo a Revista Veja



[5] Idem


[6] VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Cap.35. RJ: Editora FEB, 1977-5ª edição

[7] KARDEC, Allan. Viagem Espírita-1862, Brasília, Ed. Edicel, 2002, pág. 33