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30 setembro 2019

Eu venci o mundo - Waldenir Aparecido Cuin


EU VENCI O MUNDO


Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jesus)

Vencer o mundo é bem diferente de vencer no mundo. Sendo filhos de Deus, fomos criados na simplicidade e na ignorância, tendo como objetivo e meta chegar à perfeição, isso, obviamente, fazendo uso do livre-arbítrio e do esforço próprio, contando sempre com os mecanismos de apoio e segurança oferecidos pelo Pai Celestial.

No âmbito do código divino não existem privilégios a ninguém, assim, cada criatura humana colherá o fruto decorrente da semente plantada, recebendo o reflexo de cada ação que praticar.

Diante disso não podemos ignorar a importância que precisamos dar às prioridades que elegemos para a nossa vida, pois que, tendo a perfeição como meta a ser alcançada, todo o roteiro da existência terrena deverá manter em mira esse objetivo, uma vez que a paz que sonhamos e a felicidade que buscamos nascerão do equilíbrio das nossas atitudes.

Portanto, nossas conquistas e vitórias neste mundo serão relevantes à medida que nos assegurem prosperidade espiritual. Quando Jesus afirmou que venceu o mundo, estava informando à humanidade que a verdadeira batalha a ser ganha é aquela que travamos, diariamente, contra as paixões inferiores e os arrastamentos de baixo nível, que ainda insistem em nos fazer infelizes.

Muitos vencem no mundo, obtendo poder, glória, fortuna, destaque, fama, prestígio e tanto mais, e perdem moralmente, pois que fazem uso dos mais sórdidos métodos para alcançarem os postos que carregam em mira. Não raras vezes triunfam sobre a dor e o sofrimento do próximo, abrindo as portas para o retorno, contra si mesmos, das consequências que decorrem dos atos nefastos que difundiram.

No âmbito da irresponsabilidade, alimentam o mal que, indubitavelmente, no futuro, atingirá seus corações. Ganham no mundo físico, mas fracassam espetacularmente nas esferas espirituais. Ostentam troféus e estandartes terrenos, para depois, aflitivamente, gemerem nas paragens do Espírito.

Atualmente, ante tantas informações e esclarecimento, não se pode mais negar que somos Espíritos eternos, e que a presente existência terrena é apenas uma pequena etapa da nossa longa jornada evolutiva.

No entanto, infelizmente, ainda vemos criaturas fazendo uso de seus dias como se fossem os últimos da sua vida total, se esforçando para extrair deles todo tipo de prazer e de satisfação possíveis, mesmo que para isso tenham que ferir os mais comezinhos princípios da dignidade, nobreza e honradez.

Obviamente, é um ledo e terrível engano acreditar que alguns fugidios momentos de suposta felicidade aqui na Terra, conseguidos a qualquer custo, poderão contribuir para que cheguemos à perfeição espiritual a que estamos destinados pelas sábias e justas leis de Deus.

Não tenhamos qualquer dúvida; a nossa verdadeira e definitiva felicidade nascerá da felicidade que plantarmos nos corações alheios. Foi por isso que Jesus ensinou: “amai-vos uns aos outros”. (João 13, 34)

Sem ilusões, não acreditemos que todas as vitórias obtidas no mundo físico nos assegurem uma boa posição no mundo espiritual, mas, sim, somente aquelas que tiveram como proposta a nossa melhoria interior. Aquelas que nos ajudaram no combate ao orgulho e ao egoísmo, que tantos males e prejuízos têm nos causado.

Os tempos são chegados, sim, são chegados para que tenhamos a mais absoluta convicção de que os valores a serem conquistados são aqueles que sustentam a nossa evolução como Espíritos eternos que somos, mesmo que para isso, aparentemente, tenhamos que perder aqui no mundo.

Assim, nos preocupemos, a exemplo de Jesus, em vencer o mundo e não a qualquer custo, vencer no mundo. Reflitamos!



Waldenir Aparecido Cuin

29 setembro 2019

Tampar ou destampar a garrafa para fluidificação das águas? - Wellington Balbo




TAMPAR OU DESTAMPAR A GARRAFA PARA FLUIDIFICAÇÃO DAS ÁGUAS?


O Espiritismo mostra pelos seus princípios ser o grande educador da alma humana na Terra.


Muito mais do que revelar que a vida rasga o véu da morte, a doutrina codificada por Kardec é um precioso roteiro para quem está encarnado.

Enfim, os Espíritos falam para nós, para quem está aqui neste planeta de provas e expiações. Por isso gosto tanto de mostrar como a Doutrina Espírita pode ser aplicada em nosso dia a dia a descomplicar as coisas.

Recordo-me que há aproximadamente 20 anos, quando iniciei meu contato com o Espiritismo, constatei um fato curioso que o estudo, sempre ele, iria desmistificar.


Frequentava determinado centro espírita e via as águas sendo colocadas na mesa para fluidificação. Interessante: alguns frequentadores destampavam as garrafas enquanto outros deixavam as garrafas abertas.


Naquela época a incidência de mosquistos na casa espírita tornava quase impossível a missão de nenhum deles – os mosquitos – invadirem as garrafas e serem também fluidificados. Brincadeiras à parte, comum o orador chamar atenção das pessoas:

Gente, não há problema algum, tampem as garrafas, podem tampar.


Todavia, em contrapartida alguns médiuns, trabalhadores mais antigos da Casa, faziam questão de não levar em consideração as orientações do orador.


Resultado: impasse criado e muita discussão em torno do assunto. Os favoráveis a tampar a garrafa levavam para casa a água fluidificada sem mosquito. Os favoráveis a destampar a garrafa levavam para casa água e mosquitos fluidificados.

E eu naquela dúvida. O que fazer? Tampo ou destampo a garrafa?

Quem responde?

O estudo do Espiritismo pode responder e eliminar esses fantasmas de nossa cabeça.


Na questão de número 91 de O livro dos Espíritos as inteligências invisíveis ensinam que a matéria não impõe obstáculo intransponível aos Espíritos, podendo eles penetrar tudo: água, fogo, terra, ar... Resposta sem deixar margem para dúvidas com relação a cobrir ou não cobrir as garrafas traziadas para que os filósofos do além executem a tarefa. Ou seja, a matéria não imporá dificuldade alguma para os Espíritos que trabalham nesse mister.

Entretanto, ainda hoje percebo que muita gente chega no centro espírita e faz questão de cultivar o hábito de deixar destampada a sua garrafa de água.


A não ser que goste de beber água fluidificada com mosquito é necessário tampar as garrafas.


Pura questão de higiene que o estudo da Doutrina Espírita poderá resolver e desmistificar, eliminando discussões estéreis. Pensemos nisto.


Wellington Balbo

28 setembro 2019

O espiritismo não se resume a mediunidade - Vania Mugnato de Vasconcelos



O ESPIRITISMO NÃO SE RESUME A MEDIUNIDADE


O Espiritismo não se resume à mediunidade, da qual não é nem dono nem criador. A mediunidade é capacidade fisiológica que todos têm em maior ou menor grau e que permite comunicação direta ou sutil com a espiritualidade, de modo que os encarnados na Terra possam receber apoio espiritual para vencer a si mesmos. Esse dom, quando ostensivo, necessita ser estudado para que não seja um entrave, mas sirva de apoio na evolução dos homens.

O Espiritismo não se resume a atividades de recepção de energias, quais sejam os passes, água fluidificada e vibrações: ele precisa ser compreendido uma vez que é doutrina cristã que estimula a prática real e cotidiana dos ensinamentos de Jesus, exigindo estudo dos seus conceitos através do conhecimento da codificação espírita, para melhor serem utilizados.

O Espiritismo não se resume na reencarnação, lei natural que independe da vontade dos homens. Ele a explica como prova de justiça divina que dá a todos a oportunidade de renascerem e evoluírem até que tenham quitado seus débitos e se purificado espiritualmente nas incontáveis vidas na pobreza, riqueza, poder ou humildade, como homens e mulheres, saudáveis ou doentes, perfeitos ou deficientes, ou seja, em toda oportunidade de aprendizado possível.

O Espiritismo não se limita à caridade material, ele incita, estimula, pede, sugere, instiga sobretudo à caridade moral da tolerância, do perdão, do amor, da paciência, da solidariedade, fraternidade, de modo que se dê ao próximo mais do que coisas efêmeras, mas também valores que permanecerão e os auxiliarão a partir do exemplo.

O Espiritismo é doutrina que, sim, atua com a mediunidade, trabalha com as energias, ensina a reencarnação, faz caridade material e moral demonstrando a seus adeptos e simpatizantes que existe um sentido maior para viver, ensina a origem e o destino dos espíritos que somos todos, e explica que o "céu" será alcançado mais cedo ou mais tarde, conforme merecimento.

O Espiritismo explica que todos evoluiremos até o estado de anjos e somos, nesse percurso, os colaboradores de Deus que mudarão a si mesmos e o mundo para melhor. Ser espírita é estudar, conhecer, praticar valores morais que o transformam em homens de bem e almas mais evoluídas. O Espiritismo não faz milagres, ele ensina. Os milagres cada um os fará na própria alma!

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações". (Allan Kardec)


Por: Vania Mugnato de Vasconcelos

27 setembro 2019

Os Anjos - Momento Espírita


OS ANJOS


O menino voltou-se para a mãe e perguntou: Os anjos existem mesmo? Eu nunca vi nenhum.

Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.

É uma boa ideia, falou a mãe. Irei com você.

Mas você anda muito devagar, argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado.

A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava.

Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás.

De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas nos cabelos escuros. As joias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis.

Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:

Você é um anjo?

Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro, que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu na poeira da estrada.

Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul.

Ela não era um anjo, não é, mamãe?

Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe.

Mais adiante uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino. Seus olhos eram estrelas azuis e ele lhe perguntou:

Você é um anjo?

Ela ergueu o pequeno em seus braços e falou feliz:

Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo.

Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão.

Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.

Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! Disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.

O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul.

Aquela moça, certamente, não era um anjo.

O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado.

Você me carrega?

É claro, disse a mãe. Foi para isso que eu vim.

Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava.

Então o menino a abraçou com força e lhe perguntou: Mãe, você não é um anjo?

A mãe sorriu e falou mansinho: Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu.

* * *

Anjos são todos os que na Terra se tornam guardiães dos seus amores. São mães, pais, filhos, irmãos que renunciam a si próprios, a suas vidas em benefício dos que amam.

As mães, sobretudo, prosseguem a se doar e velar por seus filhos, mesmo além da fronteira da morte, transformando-se em Espíritos protetores daqueles que na Terra ficaram, como pedaços de seu próprio coração.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. Sobre anjos, de O livro das virtudes, v. 2, de William J. Bennett, ed. Nova Fronteira.

26 setembro 2019

Rifas, coletas, peditórios, tômbolas e quejandos - Rogério Coelho



RIFAS, COLETAS, PEDITÓRIOS, TÔMBOLAS E QUEJANDOS


O espírita-cristão não pode deixar-se levar pelos costumes daqueles que ainda não se amoldaram às claridades do Consolador

“E quanto fizeres, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus, o Pai.” – Paulo. (Colossenses 3:17)

“O discernimento é o caminho para o acerto” (afirma o Espírito André Luiz). E completa o nobre Mentor citado: o Espírita-Cristão, que já se deixou permear pelos ensinamentos da Boa-Nova, não pode, em hipótese alguma, se deixar levar pelos usos e costumes daqueles que ainda não se amoldaram às claridades do “Consolador”, vez que a Seu tempo, Jesus jamais se acumpliciou com o erro, mesmo aquele que a maioria nem considerava propriamente erro.

Hoje não pode ser diferente! Há que se apelar para o discernimento. A pureza doutrinária não poderá ser conspurcada pela jaça de atos desarrazoados, embora enquadrados no uso geral.

Queremos, entre outras coisas, referir ao lamentável expediente de rifas, coletas, peditórios, tômbolas e quejandos, no meio espírita.

O Espírita responde por sua qualificação nos múltiplos setores da experiência. Utilizarmo-nos de recursos indevidos para os trabalhos na Seara de Jesus será angariar dívidas a onerar nossa folha de serviços e os Benfeitores Espirituais irão nos cobrar por isso. Façamos tudo em nome de Jesus, porém, façamo-lo certo. Jogos de azar, nunca!…

Trabalhar na Seara de Jesus é honra que devemos dignificar. Trabalhemos, pois, com zelo e de forma correta, para não sermos, depois, chamados às falas pelos Benfeitores Espirituais.

As Instituições Espíritas não podem depender desses expedientes para ampliar instalações, manter departamentos de assistência social ou qualquer outra atividade. Despesas certas não podem estar atreladas a receitas incertas e muito menos ilegais.

Os frequentadores das Casas Espíritas, mormente aqueles que chegam pejados de sofrimentos em busca de lenitivo para suas dores, não podem ser incomodados com tais práticas. Muito menos os que não são espíritas!

As atividades da Casa Espírita devem ser ajustadas aos recursos que se lograr amealhar sem expedientes espúrios. E existem tantas maneiras honestas e éticas para suprir de recursos as necessidades como: chá beneficente, almoço-fraterno, bazar da pechincha, contribuições espontâneas de todos aqueles que, sem constrangimentos ou coação de qualquer espécie desejam auxiliar o próximo, etc, etc…

Temos notícias de uma Instituição Espírita em que seus componentes fabricam massa de pastel para as lanchonetes da cidade. Com esse sistema, conseguiram arrecadar recursos não só para construir sua sede própria, mas também para manter expressiva assistência social.

Todo movimento espírita, principalmente os projetados para fora das paredes dos Centros, deve vir – necessariamente – escoimado de todo azinhavre dos usos e costumes infelizes e pautados no mais lídimo equilíbrio e sensatez doutrinários. Não podemos compactuar com os erros dos costumes equivocados que precisam ser urgentemente erradicados.

Dia virá em que todos se conscientizarão de que “amar o próximo”, é lei impostergável e definitiva; e para que isso aconteça, desde já, devemos, nós Espíritas, fazer uso pleno de nossa força e inteligência para a superação dos obstáculos e limitações sem nos comprometermos ou compactuarmos com o erro.

Fazer as coisas em nome de Jesus implica, necessariamente, sintonia com as faixas do bem. E esses recursos espúrios que vimos de assinalar, não coadunam com a pureza da mensagem de Jesus cujo conteúdo devemos assimilar em espírito e verdade.

Nos trabalhos da Seara do Mestre os fins não justificam os meios. Atentemos para isso, e, consoante instrução do grande servidor do Cristo nas horas primeiras, “tudo quanto fizermos, por palavras ou por obras, façamos tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus, o Pai”.


Rogério Coelho

25 setembro 2019

A Aura - Nilton Cardoso



A AURA


Esses dias mencionei a palavra aura para um conhecido e este ficou visivelmente perturbado, afinal a crença dele não acredita que possa existir aura. Interessante que essa pessoa se diz muito culta e comenta que assiste programas científicos, mas ignora tal energia, a qual é reconhecida pela ciência, existindo inclusive equipamento que segundo consta é capaz de fotografa-la, como explicado por Kirlian, descoberta acontecida em 1939, e que retrata o campo magnético (aura) dos seres.

Vamos encontrar lá no livro Evolução em Dois Mundos, psicografia de Chico Xavier, a explicação para em que consiste a aura humana. “Todas as agregações celulares emitem radiações que se articulam, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em torno dos corpos que as exteriorizam. Todos os seres vivos, por isso, se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza. 

No homem, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura. Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja, circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, aí exibindo, em primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda. Temos aí, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo em que parece emergir dele, à maneira de campo ovoide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as ideias se evidenciam, plasmando telas vivas”.

É evidente que tudo que tem vida, energia, produz irradiação e o corpo perispiritual não é diferente. É comum nas figurinhas religiosas desde antigamente, aparecerem auréolas na altura da cabeça com coloração dando a entender luz, energia que se irradia fora do corpo. É uma alegoria bem demonstrada, afinal todos nós possuímos uma luminosidade que se expande, a qual não é vista pelo olho nu, mas sabemos que existe e pode ser fotografada com equipamento específico. Kardec diz que essa luminosidade vai do opaco até o rubi, sendo que esta coloração rubi é peculiar nas mentes mais evoluídas espiritualmente.

Mas a aura envolve todo o corpo e é sentida por outra pessoa, que a capta obtendo satisfação em estar junto de outrem ou pode sentir repulsa. É semelhante aquela máxima: “meu santo não bate com o dela”.

Chegamos muitas vezes perto de alguém e nos sentimos tão bem que nem temos vontade de sair daquela convivência, mas por outro lado tem ocasiões que detestamos nos aproximar de outras que nos causam mal estar, dor de cabeça, enjoo, desconforto de toda natureza. É que cada um está envolto numa aura própria e isso se exterioriza e é sentido ao redor, inclusive pelos animais, pois que todos possuem esse halo energético, mencionado nas explicações no livro.


Nilton Cardoso

 

24 setembro 2019

Decisão na Verdade - Joanna de Ângelis




DECISÃO NA VERDADE


..."Havendo eu sido cego, agora vejo." - (João: capítulo 9º, versículo 25)

O jovem padecia de cegueira desde o nascimento.

Jamais conhecera a luz.

Sua vida se encontrava povoada de trevas, em cujos meandros tateava com aflição.

Jesus abriu-lhe os olhos, concedendo-lhe a diamantina claridade da visão.

Inundado pela luz externa que o fascinou, enriqueceu-se de gratidão por aquele que o libertou..

Instado à informação do fato, deu-a inciso, conciso num eloqüente testemunho de júbilo.


Não acreditado pelos que o cercavam e o inquiriam, reafirmou a ocorrência, asseverando haver sido ele o antigo cego, face à dúvida que o cercava.

Convidado a opinar sobre quem o beneficiara, fez-se conclusivo: "Ë profeta!"


Intimado a injuriar e desmerecer o desconhecido benfeitor, a ingratidão de muitos que logo olvidam o socorro recebido, permitindo-se a dúvida, ao lado da subserviência aos transitórios triunfadores, foi explícito:

- "Se é pecador, não sei; uma coisa eu sei: havendo eu sido cego, agora vejo".

Não lhe importava quem ele era e sim o que lhe fizera.


* * *

Defrontam-se no ensino evangélico as duas conjunturas habituais: luz e treva.

Enfrentam-se as duas situações: verdade e mentira.

Duela a suspeita com a convicção.

Teima a pusilanimidade contra o sentimento leal.

Insiste o despeito, agredindo a nobreza.

O fato, porém, triunfa.

O bem relevante sobrenada entre as águas turvas do mal enganoso.

Nada importava ao jovem, agora vidente.

O essencial era que se encontrava a ver.

Nem assim, diante das evidências, cessava a hostilidade contra o "Filho de Deus".


O cipoal das paixões humanas, através das habilidades da astúcia, abriam-se em ardis infelizes, tentando apanhar o incomparável Amigo dos sofredores.

Hoje, no entanto, ainda é assim.


Tropeçam e atropelam-se os cegos do corpo com os do espírito. Os últimos são piores do que os primeiros porque se negam a ver, preferindo a urdidura da infâmia e da perversidade nas quais se distraem e anestesiam a razão.


* * *

Cuida-te contra a cegueira imposta pelos preconceitos, pelo orgulho, pelos descalabros de todo porte.

Já fizeste o teu encontro com Jesus.

Agora vês. Beneficia-te da claridade a fim de progredires.

Não mais acondiciones trevas morais nas antigas sombras dominadoras das paisagens íntimas.

Sai na direção do dia de sol para servir.

Caminha no rumo da luz e referta-te de claridades divinas, difundindo a esperança e a alegria.


Confessa o teu Amigo Sublime perante todos e segue, intimorato, ajudando em nome d'Ele os que ainda se debatem na escuridão donde saíste e que anseiam, também, pela bênção da visão a fim de enxergar.

Joanna de Ângelis
Médium:Divaldo P. Franco
Livro: Leis Morais da Vida

23 setembro 2019

Quinze sugestões para a prevenção e tratamento da depressão - Ricardo Di Bernardi



QUINZE SUGESTÕES 
PARA A PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA  DEPRESSÃO


1 – Exercitar a manifestação da afetividade. É necessário aprender a expressar a afetividade adequada ao grau de intimidade. Comece com a mãe, a sogra, o marido etc.

2 – Perceber que certas necessidades são irreais ou inatingíveis, pelo menos por enquanto. Talvez no futuro, trabalhando bastante ou ainda em uma outra encarnação. 

3 – Perdoar e perdoar-se. Entender que todos erramos, uns mais outros menos, nesta vida ou em outras, e limpar ressentimentos e rancores.

4 – Não se fixar na culpa. Errou? Conserte.

5 – Catarse. Dividir com o médico ou o psicólogo os problemas desta e de outras vidas, para que aquilo que está represado e fazendo mal saia e dê lugar ao novo.

6 – Combater o orgulho. Como dissemos, muitas vezes a pessoa não sabe que é orgulhosa. Podemos aos poucos ajudá-la a perceber e corrigir isso.

7 – Boa leitura e conversas produtivas, edificantes e saudáveis. Estudo também é importante. Estudar o que? Evangelho, corte e costura, francês, culinária, o que quiser. 

8 – Trabalho. O depressivo sente-se inútil e o trabalho resgata seu valor.

9 – Água energizada. Pesquisadores no Canadá regaram plantinhas com água energizada negativamente por pacientes psiquiátricos graves e compararam com outras plantas regadas com água comum, da mesma fonte. Documentaram a composição da terra, o pH, etc. e a única diferença era a água. As que foram regadas com energia negativa cresceram pouco, tinham menos resistência, mais fungos, probleminhas, etc. Nós mesmos podemos energizar positivamente nossa água em casa, fazendo uma oração e pedindo ao plano espiritual que a fluidifique.

10 – Passes. Foi feita foto da aura de paciente deprimida (Kirliangrafia) antes do passe. Sua aura quase não tinha luminosidade e registrava uma placa de energia intrusa, um campo vibratório que demonstra o processo obsessivo e um buraco que é a depressão. Durante a aplicação do passe, feita nova foto, percebe-se gotículas de luz saindo do dedo da médium em direção à paciente. Depois do passe, nova foto demonstra que a aura da moça se encheu de luminosidade e a placa diminuiu.

11 – Desobsessão e modificação de padrão vibratório. Procurar encaminhar o obsessor, mas lembrar que tão importante quanto isso, é modificar os pensamentos e sentimentos para não continuar sintonizado com ele e trazê-lo de volta.

12 – Sol. É morada de seres de intensa luminosidade, coordenadores do sistema solar e por isso possui uma energia espiritual muito importante. Quando caminho ao sol e faço uma prece pedindo energia, vou me abastecendo de paz, amor e equilíbrio.

13 – Observar e sentir a natureza, mesmo na plantinha do apartamento. Como diz Emmanuel: “a natureza é um livro divino onde Deus escreve a historia de sua sabedoria”.

14 – Alimentação. Frutas, verduras e alimentos ricos em fluido vital leve. Evitar matar ou permitir que se matem seres cheios de vida para que nos alimentemos. A carne vermelha, por exemplo, tem fluido vital muito denso. Mas há coisas mais importantes do que deixar de comer carne. É pior o que sai da boca do homem do que o que entra.

15 – Desenvolver otimismo e procurar perceber nossas qualidades e valores, entendendo o que temos de bom, e permitir-se ser amado. Talvez isso seja o mais importante.

Jesus disse: “vós sois deuses, Deus está em vós”. Isso quer dizer que dentro de nós há uma força que nos impulsiona para a felicidade e a sabedoria. Esse é o projeto da lei cósmica universal para todos nós.


Ricardo de Bernardi

22 setembro 2019

Do Reino Interior - Orson Peter Carrara




UM REINO INTERIOR


O jovem carpinteiro fundou um Reino. O maior e mais poderoso dos reinos, embora fosse pobre de valores materiais, pois aí está a diferença dos demais reinos. Todos sugerem acúmulo de bens. Este, porém, é um reino de valores interiores, protegidos contra todos os possíveis danos que possam destruí-lo. Quem o constrói dentro de si constrói para sempre.

Apresentando-se na Sinagoga, perante seu povo, declarou Ter vindo em nome do Pai para anunciar e implantar o Reino de Deus no coração dos homens. Comparou este Reino ao grão de mostarda, ao fermento, a um tesouro escondido, a uma pérola, a uma rede para peixes e ao trigo que cresce no meio do joio... Seu Reino fundamenta- se em tres alicerces: Deus, Amor e Justiça. Ora, se já compreendemos que Deus é Amor conforme ensinou o evangelista, vamos estudar seu desdobramento: amor e justiça.

Em O Livro dos Espíritos, questão 875, pode-se buscar a definição de justiça – que deixo ao leitor pesquisar. Já em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI e em seus desdobramentos e subtítulos, poderemos encontrar o que é o amor, seus efeitos, uso e prática.

Para o estudioso mais atento, há comentários muito edificantes de Emmanuel em seus livros Caminho, Verdade e Vida (capítulo 107) e Vinha de Luz (capítulo 177) e ainda a resposta à questão 673 de O Livro dos Espíritos, embora não se refira ao assunto, traz comentário importante sobre esta postura para implantação do Reino de Deus nos corações.

A questão toda, como apresenta Neio Lúcio no livro Jesus no Lar, capítulo 36, é que se cada um estivesse vigilante da própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso. O mais intricado problema do mundo, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas. É que o Reino de Deus é uma construção interior, com valores reais das virtudes que precisam ser conquistadas a custo do esforço próprio. E isto exige coragem, determinação, perseverança.

Desde já precisamos nos apressar em desligar o criticador e parar com os hábitos da achologia, onde muitos acham isto ou aquilo, mas consideram ser dever do outro fazer. Achamos, damos opiniões e palpites, mas deixamos de fazer o que nos compete. O Reino de Deus se inicia no coração do homem, com os valores da bondade e da fraternidade. Quando destruímos uma idéia ou temos postura pessimista, estamos criando o reino da descrença, da crítica e por aí afora.

Para alcançar o Reino de Deus no coração, quatro condições são essenciais:

a) libertação pelo auto-conhecimento;

b) humildade para perceber nossas imperfeições;

c) persistência no bem; 

d)crescimento espiritual. 

Todos conquistas do esforço próprio, que exigem no mínimo iniciativa que deve ser acompanhada pela perseverança. Em seu livro, Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel comenta no capítulo A palavra de vida eterna, que a imortalidade é a luz da vida; ela é a alma da nossa alma; a esperança da nossa fé; e a mãe do nosso amor. Sem imortalidade não pode haver alma, sem alma não há esperança, fé, amor; e sem esperança, fé e amor tudo desaparece de nossas vistas: família, sociedade, religião, Deus!

A imortalidade é a base, o alicerce, a rocha viva ... E recomenda: Urge, pois, que busquemos, primeiramente, a imortalidade, para crermos firmemente na palavra de Jesus. Urge que estudemos a imortalidade, que conversemos com a imortalidade, que ouçamos a imortalidade com seus substanciosos ensinos, a fim de, firmes e resolutos, orientarmos a nossa vida, regularmos os nossos atos na senda religiosa que nos foi traçada.

Sem aprofundamento percebe-se com clareza os efeitos da incredulidade no mundo, ou até da ausência de interesse na busca de informações e estudos sobre a questão.

Aí estão os difíceis quadros sociais a desafiar o homem. E mais interessante que este implantar do Reino dos Céus no coração, como propôs Jesus modifica o ambiente, as circunstâncias ao redor, favorecendo a todos com a harmonia e paz que lhe é próprio.

A própria vivência interior deste Reino, ajuda a modificar o panorama exterior. Já imaginou o leitor quando cada habitante do planeta esforçar-se por esta vivência? Teremos o mundo modificado, como desejamos.

Fácil? Não! Individualmente já é um grande desafio, imagine coletivamente falando, com a diversidade de estágios evolutivos que vivemos. Mas é a única alternativa para a construção da paz interior e social, que tanto almejamos.



Por Orson Peter Carrara


21 setembro 2019

A Mediunidade, da Antiguidade aos dias Atuais - Warwick Mota




A MEDIUNIDADE, DA ANTIGUIDADE AOS DIAS ATUAIS



Allan Kardec no cap. XIV de O Livro dos Médiuns, fala que todo aquele que sente em qualquer grau a presença dos espíritos é por isso mesmo médium. Para nós espíritas é ponto pacifico afirmar, que a mediunidade, é uma faculdade natural, inerente ao ser humano, que independe da crença religiosa e se fez presente em todas as épocas da humanidade, sendo inúmeras vezes, confundida e deturpada pelos homens ao longos dos séculos.

Nas antigas civilizações do oriente no Egito, na Pérsia, na Síria e nas do ocidente na Grécia e em Roma, citada também nos vedas e nos livros sagrados de outras religiões, a mediunidade era tida como crença geral, e os médiuns vistos como seres privilegiados pelos deuses, e por esse fato semi-deuses. Denominados como pítons, pitonisas, oráculos, magos, sacerdotes, etc., eram avidamente consultados em busca das mais variadas informações que atendessem aos diversos interesses daqueles que os procuravam.

Os relatos, inclusive os citados na bíblia, referem-se a aparição de anjos, demônios e possessões variadas que marcaram a fenomenologia da época, sedimentando conceitos atávicos e ritualísticos, que ainda fazem parte dos nossos dias. Era comum na Grécia antiga e em outros povos os médiuns atuarem como conselheiros do reis, como também era comum, os retiros do homem para a natureza ou para o insulamento em monastérios buscando o estudo e a prática da filosofia, como fazia Platão, que galgava a montanha do Imec, buscando lá o refúgio e tranqüilidade para suas conjecturas, ou mesmo Moisés, que subiu ao monte Sinai no intuito de obter respostas que atendessem às suas necessidades espirituais mais prementes.

Mas é com o Cristo, que a mediunidade adquire um maior substrato moral e vem orientada pela disciplina que a sua condição de médium de Deus proporciona, visto que, Ele confabulava diretamente com Deus, e que, esse fato por si só, já era suficiente para promover uma nova disposição moral nas atitudes e no comportamento do homem, em função da aplicação da Lei do Amor, inquestionavelmente traduzida em seus ensinamentos.

A ignorância, no que se refere a mediunidade e os interesses espúrios que o fanatismo religioso produzia, detonaram perseguições implacáveis aos médiuns, tanto ao tempo de Jesus quanto na Idade Média, quando ela é tachada de intervenção demoníaca e os médiuns levados ao martírio da fogueira como ocorreu com Joana D’arc, por não abjurar de suas vozes, que revelavam a sobrevivência da alma e a comunicabilidade da mesma.

Os acontecimentos de Hydesville em 1848 nos EUA, e em seguida os fenômenos das mesas girantes que invadiram a Europa, que inicialmente servia a fins fúteis, trouxeram novos enfoques sobre a mediunidade, pois os fatos como sabemos, estavam obedecendo uma previa programação do mundo espiritual, tanto que, em 1854, chegam ao conhecimento do Insigne professor, Hyppolyte Leon Denizard Rivail, em Paris, que após análise rigorosa, se propõe aprofundar as investigações sobre o tema, comparando, observando e julgando, para apresentar ao mundo a mediunidade como uma faculdade de natureza orgânica inerente ao ser humano, que se exterioriza pela ação dos espíritos. Inquestionavelmente a prudência e o bom senso de Kardec, resultaram em uma pesquisa refinada, de rara qualidade, que nos deixou como grande legado sua maravilhosa obra.

A obra de Kardec despertou um interesse bombástico pelo assunto, e isso descambou em grandes pesquisas, como as de César Lombroso, Ernesto Bozzano, Gabriel Dellane, e tantos outros pesquisadores de renome que contribuíram de forma magnífica para o enriquecimento da Doutrina nesse contexto.

De Kardec aos nossos dias muito se tem estudado acerca da mediunidade, embora alguns, teimem em manter vivos conceitos atávicos oriundos de outros tempos, em virtude da falta de estudo. Contudo, a espiritualidade maior não descansa nos ensinamentos e a Providência Divina não nos deixa órfãos de missionários que alavanquem o nosso crescimento espiritual, se atentarmos para a grande produção mediúnica no campo literário, através de Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Ivone A. Pereira e tantos outros médiuns sérios, perceberemos que o nosso conhecimento sobre a mediunidade é ainda ínfimo, diante desse manancial de luz.

Warwick Mota 
 

20 setembro 2019

Criminosos numa análise espírita - José Esteves Teiga



CRIMINOSOS NUMA ANÁLISE ESPÍRITA


“Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas que são de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos se se arrependerem” “É tanto vosso próximo {o criminoso}, como o melhor dos homens” (Evangelho Segundo o espiritismo - XI,14.)

Num tempo em que são apresentadas como novidades as doutrinas sociais da inclusão isto é: inserir aqueles, que são excluídos, ou se auto excluíram por motivos vários, importa refletir à luz da Filosofia Espírita, sobre uma larga faixa daqueles, porque caídos nas malhas do crime, continuam detestados e, quiçá, para a populaça intolerante, melhor seria retirar esses criminosos para sempre do seio da sociedade.

O Espiritismo enquanto bênção dos céus, é a doutrina da modernidade por excelência, ao eleger como seu postulado principal a caridade, deixando o bem expresso no Evangelho Segundo o Espiritismo Capitulo XI na comunicação de Paulo- Paris 1860 que “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, propõe assim, a revolução do amor nos corações, para, que ninguém fique de fora da esperança e do amor do Pai, em que Jesus Cristo resumiu toda a sua doutrina, perpetuando no espaço e no tempo esse canto de beleza traduzido no: “ Vinde a mim vós que sofreis eu vos aliviarei” ou “justiça quero e não violência” a fim de que, os caídos na desgraça não sejam aniquilados, mas conduzidos ao amor e ao perdão e, mesmo no extremo das suas dores, recebam sempre nova oportunidade de educação.

Léon Denis afirma que:


Todas as almas são perfectíveis e susceptíveis de educação; devem percorrer os mesmos caminhos e chegar da vida inferior à plenitude do conhecimento, da sabedoria e da virtude. Não são todas igualmente adiantadas, mas todas hão-de subir , cedo ou tarde, as árduas encostas que levam às radiosas eminências banhadas da eterna luz”.

Acreditando sempre na educação, não duvidemos nós os espíritas do pensamento de Léon Dennis e perseveremos sempre na busca de maiores conhecimentos que, nos permitirão agir no seio da sociedade como colaboradores das almas, que desta ou daquela forma nos foram confiadas, ou connosco se cruzaram nesta reencarnação, tendo para com todos compreensão. Quando as Ciências da Educação e o legislador penal estudarem com profundidade os postulados espíritas, serão confrontados com uma realidade que ignoram, o Espiritismos prevê toda uma política educacional e social, essencialmente preventiva.

São estas palavras de Allan Kardec, nos comentários pessoais, a respeito da “Lei do Trabalho” , questão nº 685 do L.E: Considerando-se o aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada (a educação) o homem terá no mundo hábitos de ordem e previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem estar, o penhor da segurança de todos”.

A Filosofia Espírita, nunca leva a uma visão fatalista, prevê sempre a regeneração do espírito pela reforma moral, pela educação, pelo trabalho, pelo aperfeiçoamento das condições sociais. Daí, que em momento algum os Espíritos apresentaram a violência ou a força como solução para alguma coisa, mas sempre a educação, como fica bem expresso na questão 761.L.E: A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito, quando elimina da sociedade um membro perigoso?

- Há outros meios de se preservar o perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento. O Espiritismo como corpo doutrinário organizado, propõe em todas as situações soluções modernas e avançadas, ainda não superadas pelas modernas Ciências Criminais, Ciências Sociais e Educacionais, oferecendo a todos os estudiosos sérios, um campo vasto de reflexão, para toda a problemática, que hoje convida à visão holística, ou no dizer do professor José Herculano Pires “cosmovisão”.

Se, os que não estudam o Espiritismo, sabem o, que ele não é, nunca é demais dizer o que ele é, para isso ninguém melhor que o Codificador Allan Kardec-(55) O que é o Espiritismo.

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; compreende todas as consequências morais, que dimanam dessas relações. Porque despida a roupagem carnal, o Eu individual não se extingue, e o espírito leva consigo toda a responsabilidade individual, fruto das suas ações nefastas, pela reencarnação, através das vidas sucessivas, volve ao palco educacional, como único meio de aperfeiçoamento espiritual, reencontrando-se com aqueles a quem prejudicou para reparação dos seus males.

“ Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e as suas consequências. O Arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”(O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap. VII, item 16º).

Então, se com a morte do delinquente, o espírito imortal prossegue, o ódio acompanha o odiado e também não se extingue o sentimento de vingança para o futuro: qualquer extinção da vida do delinquente não passará, apenas de uma perda de tempo e, de uma violência gratuita do estado para criar mais um revoltado na escola futura. Porque o fuzilamento, a cadeira eléctrica, a injeção letal ou, outras formas de eliminação legal, por mais modernas e poderosas, serão incapazes de destruir o espírito imortal, nunca apagarão, com esses métodos os ódios, as vinganças ou as perversidades.

“Para o criminoso, a presença incessante das vítimas e das circunstâncias do crime é um suplício cruel”. (O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap.VII, item 24). Aqueles, que eivados de uma visão materialista da vida e que em pleno século XXI, invocam como solução política de paz pública o saneamento dos criminosos, pela pena de morte ou outras formas de violência, apresentam uma solução negativa à Luz do Espiritismo.

As vinganças de ordem espiritual, que se abatem sobre as famílias, os povos ou as nações, tomando a forma de obsessões individuais ou colectivas, são o resultado das violências legais ou ilegais que, não souberam abrir a porta do amor e da regeneração pela educação do delinquente, que um dia também será anjo. A sociedade tem efetivamente de saber defender-se e preservar-se porque essa é uma condição de progresso individual e colectivo dos Espíritos: “ O homem tem que progredir. Isolado não lhe é possível” {LE- Q. 768}“ Quis Deus que por essa forma { os laços sociais e de família} os homens aprendessem a amar-se como irmãos” (LE- Q. 774). Vide ainda {LE-Q.766,767,768}.

A Codificação explica como a organização social se deve defender dos criminosos. –“A Sociedade tem as suas exigências. São-lhe necessárias leis especiais” (LE-Q 794);_ “se { as imperfeições de uma pessoa} podem acarretar prejuízos a terceiros , deve-se atender, de preferência, ao interesse do maior número” (Evangelho Segundo o Espiritismo Capitulo - X, 21)- “Uma sociedade depravada certamente precisa de leis mais severas {…}” (LE –Q 796)- “A vida social outorga direitos e impõe deveres recíprocos” (LE- Q- 877); “ Confiante na impunidade, o homem retardaria o seu avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura” (EE-V,5).

-“ Com o atrativo de recompensas e temor de castigos, procura-se estimular o homem para o bem e desviá-lo do mal” (LE- Q 1009§ 9). “O castigo só tem por fim a reabilitação, a redenção” (LE- Q1009§ 7); - “ as penas por temporárias, constituem concomitantemente castigos e remédios auxiliares à cura do mal” (CI-1º VII, 30) “ Toda a imperfeição, assim como toda a falta que dela promana, traz consigo o próprio castigo, nas consequências naturais e inevitáveis”(CI 1ª, VII, 33, 2ª.)

A proposta penal da Filosofia Espírita, não esgota a sua ação na defesa social, não tem por fim último salvaguardar a colectividade, mas organizar-se esta de tal forma para fins superiores, que corrijam as imperfeições, que conduzem ao crime, tratando o delinquente e não segregando-o ou eliminando-o, mas cuidando dessas almas doentes. - “ Infelizmente essas leis {penais} mais se destinam a punir o mal, do que a lhe secar a fonte” (LE-Q. 796) e em jeito de conclusão e sentença deixa-nos o Mestre de Lyon, discípulo de Pestalozzi. “Só a educação poderá reformar os homens que, então, não precisarão de leis tão rigorosas( LE Q.796”.)

O Espiritismo não nos esclarece somente sobre o transcendente, oferece-nos noções claras a respeito de Deus, a Inteligência Suprema e sobre o Cristo Consolador. Dá-nos a conhecer muitas das leis divinas que já podemos compreender, a evolução contínua, as vidas sucessivas em mundos matérias como o nosso, a lei de causa e efeito, a eternidade do Espírito, leis de esperança que mostram ao ser humano as suas imensas possibilidades de crescimento, na proporção justa do seu esforço, do uso correto da sua inteligência e vontade e da liberdade que goza. Ensina-nos com clarividência que o homem, espírito encarnado neste mundo atrasado, vem ao longo dos milênios, cumprindo o seu fado, aprendendo as coisas rudimentares da vida, mas sempre aperfeiçoando-se através das reencarnações, não ficando ninguém, excluído das soberanas leis do amor.

E porque somos ainda imperfeitos e precisamos da caridade dos luzeiros espirituais que nos guiam e nos e convidam permanentemente ao perdão, a sermos mais fraternos e solidários uns com os outros, mesmo sabendo das nossas seculares imperfeições, ou porque sabem que somos doentes e para isso precisamos do lar, adequado à nossa condição evolutiva, da escola ou do hospital mais capazes, jamais nós, espíritas, nos permitamos ser descaridosos para com os nossos semelhantes, nomeadamente, os caídos no vício da criminalidade porque, mesmo com esses podemos aprender onde já não estamos, nunca esquecendo o principio fundamental da doutrina espírita. “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO” permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamentos.” (EE-XI, 14,§5.

Que nos Centros Espíritas, escolas fundamentais do Movimento Espírita, contribuamos pela nossa ação ativa a divulgar e exercitar esses e outros saberes, que chegaram até nós pela caridade do Amor infinito de Deus, ampliados pelo Espírito da Verdade, para melhor entendimento de Jesus, através das obras de Kardec, porque este sentimento religioso novo, ou Religião Natural do Amor, contribuirá ao maior respeito por todos os semelhantes, contribuindo para a verdadeira paz social.


José Esteves Teiga


Referências bibliográficas:

- Ney Lobo,
- Léon Denis,
- Allan Kardec,
- Céu e Inferno.
- Deolindo Amorim,
- Livro dos Espíritos;
- O Que é o Espiritismo;
- Espiritismo e Criminologia;
- Os Criminosos na visão Espírita;
- Filosofia Espírita da Educação-3.
- Evangelho Segundo O Espiritismo;
- O Porquê do Ser, do Destino e da Dor.
- Revista de Espiritismo | 28.
- Revista de Espiritismo | 29.


19 setembro 2019

Confiança Plena - Momento Espírita



CONFIANÇA PLENA


Em 1989, um violento terremoto quase arrasou a Armênia, matando mais de 30 mil pessoas em menos de 4 minutos.

Em meio à completa devastação e ao caos, um pai deixou sua esposa segura em casa e correu para a escola onde seu filho supostamente deveria estar, só para descobrir que o edifício estava totalmente no chão.

Depois do choque inicial, ele lembrou-se da promessa que tinha feito ao filho: "não importa como, quando ou onde, eu sempre estarei contigo!"

Lágrimas amargas rolaram do seu rosto transtornado.

Olhou para as ruínas onde havia sido a escola, e a situação parecia sem esperanças. Mas, ao lembrar-se do compromisso que tinha com o filho, recobrou o ânimo e buscou lembrar o caminho que percorria com o garoto.

Lembrou que a sua sala ficava no canto de trás do prédio. Correu para lá e começou a cavar em meio aos cascalhos.

Enquanto cavava, outros parentes desamparados chegaram com os corações em disparada, gritando: "meu filho! "minha filha!" Outros tentavam retirá-lo de cima dos escombros dizendo: "é muito tarde!" "Eles estão mortos!" "Vá para casa!" "Vamos. Encare a realidade! Não há nada que você possa fazer!"

Para cada pai ele respondia com uma única frase: "você vai me ajudar agora? E então continuava a cavar a procura de seu filho, pedra por pedra.

O chefe dos bombeiros, os policiais, todos tentaram, em vão, afastá-lo de cima das ruínas. Corajosamente ele prossegui, sozinho...

Cavou por 8 horas... 12 horas... 24 horas... 36 horas... E então, na trigésima oitava hora ele puxou um bloco e ouviu a voz de seu filho.

Gritou seu nome e o menino respondeu: pai? "Sou eu, pai!"

'Eu disse para os outros meninos não se preocuparem, que se você estivesse vivo você me salvaria, e, quando você me salvasse, eles também estariam salvos..'

"Você prometeu, lembra? Não importa como, quando ou onde, eu sempre estarei contigo. Você conseguiu pai!"

O pai, emocionado perguntou como estava a situação lá embaixo, e o filho respondeu que das 33 crianças, 14 conseguiram sobreviver graças a uma espécie de cabana triangular que se formou quando o prédio desabou.

Venha aqui para fora! Disse o pai ao filho querido, estendendo-lhe a mão.

"Não, pai! Deixe os outros irem primeiro, porque eu sei que você vem me buscar! Não importa como, quando ou onde, eu sei que você estará sempre comigo!"

* * *

Os pais modernos, confusos diante de tanta informação a respeito da formação do caráter dos filhos, esquecem-se de oferecer o que a criança mais necessita: o amor incondicional.

Temerosos de que seus filhos se tornem medrosos e inseguros, deixam-nos seguir desolados e sós.

Para a criança é de suma importância sentir-se segura e amparada nos momentos difíceis de sua vida.

E esses momentos podem ser um sonho assustador no meio da noite, quando a criança atravessa os longos corredores escuros em busca do amparo dos braços fortes dos pais, que são para eles um refúgio seguro.

Pode ser também o medo do escuro, o medo da água, do elevador, de altura, de insetos, de ficar sozinho, de ser abandonado.

Assim, sejamos para nossos filhos o amparo de que eles necessitam no momento em que necessitem.

Não tenhamos receio de amá-los e fazê-los sentirem-se seguros e confiantes, até que superem os medos e possam se tornar pais e mães firmes o bastante para educar seus próprios filhos.



18 setembro 2019

Testemunho e Provações - Joanna de Ângelis


TESTEMUNHO E PROVAÇÕES


Não recalcitres ao aguilhão das dores, no desiderato de enobrecimento a que te dedicas.

Os que não sofrem os aguerridos combates, dormem na inutilidade.

A tarefa que desempenhas, por mais insignificante que pareça, porque enobrecida e cristã, incomoda aos frívolos e aos atormentados, provocando ira nuns e invejas noutros.

Contenta-te com o prazer de desincumbir-te do dever que te cumpre atender.

É certo que conduzes imperfeições e que outros são melhores dotados do que tu. Todavia, enquanto estes não resolvem pela ação do bem, nas tarefas pequenas, realiza-as tu.

* * *

Se coxeias e andas, assim é melhor do que se fosse portador de membros perfeitos, que se paralisassem pela crítica ácida ou na ociosidade.

Se te taxam de louco e tua conduta é correta, bendize mais do que se foras douto e lúcido, mergulhando a mente nos vapores da "hora vazia".

Se a mensagem cristã te fascina e produzes nas leiras da solidariedade humana, és mais feliz do que se te encontrasses com a mente cultivada, investigando ainda a imortalidade, que, afinal, já aceitas com ardor e confiança..

Se defrontas antipatias, porque te encontras em ação, vives alegrias maiores, do que se estivesses requestado e considerado, no trono do orgulho vão, vencido pela transitoriedade dos que se adoram reciprocamente.

Se deparas inimizades, enquanto amas, isto te é mais favorável do que amado, conquanto odiando...

Jamais te escuses ao compromisso que assumiste para com a Vida.

* * *

Testemunhos e provações!

Não há quem, produzindo no bem, não suscite desagrado ostensivo e chocante animosidade.

Honra o trabalho que te vitaliza e não cedas campo à perseguição acintosa ou dissimulada.

* * *

Jesus, cuja vida entre nós foi o mais sublime poema vivo de amor, não se reservou ser exceção. Amou e sofreu, auxiliou e sofreu, perdoou e sofreu...

Jamais, porém, desistiu ou desanimou, por isso mesmo demonstrando a excelência da sua origem e a qualidade das suas conquistas, "Modelo e Guia", até hoje, para todos nós.


Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo P. Franco
Livro: Alerta