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31 agosto 2006

Anjos Guardiães - Joanna de Ângelis

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.

Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.

Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.

São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.

Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.

Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.

Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.

Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.

Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.
***
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.

Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.

Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.

Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.

O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.

O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.

Imana-te a ele.

Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.

Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

30 agosto 2006

Alma e Corpo - Emmanuel


Não nos esqueçamos de que o corpo na Terra é o filtro vivo de nossa alma.

Nossos pensamentos expressar-se-ão, segundo os sentimos, tanto quanto nossos atos serão exteriorizados, conforme pensamos.

Todos os processos emocionais do coração atingem o cérebro, de onde se irradiam para o campo das manifestações e das formas.

Sensações e atitudes mais íntimas se nos mostram, invariavelmente, na vida de relação.

A gula produz a deformidade física.

O orgulho estabelece a irritação sistemática.

A vaidade conduz à perturbação.

A cólera dá origem a graves desequilíbrios.

O ciúme leva ao ridículo.

A maldade se transforma em delito.

O desânimo alimenta o caruncho da inutilidade.

A ignorância faz a penúria.

A tristeza improdutiva cria moléstias fantasmas

Os hábitos indesejáveis trazem a antipatia em tormo de quantos a eles se afeiçoam.

A paixão, não raro, conduz à morte.

Cada sentimento emite raios e forças intangíveis que lhe serão característicos.

Cultivemos a bondade, a compreensão e a alegria, porquanto nelas possuímos o manancial das energias de soerguimento e elevação da alma para Deus, nosso Pai e Misericordioso Senhor.

Nem corpo inteiramente mergulhado na Terra, nem espírito integralmente absorvido na contemplação do firmamento.

A árvore produz para o mundo, sustentando a vida, de raízes imersas no solo e de copa florida a espraiar-se em pleno Céu.

Aprendamos com a natureza.

A situação ideal será sempre a do equilíbrio com a vigilância concentrada por dentro. Por isso mesmo há muitos séculos, já nos afirmava a profecia: Guardai com carinho e cuidado o coração por que realmente dele é que procedem as correntes da vida.

Emmanuel / Chico Xavier
Do Livro: Neste Instante

29 agosto 2006

Justiça da Reencarnação - Allan Kardec

Em que se funda o dogma da reencarnação ?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois
incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento.
Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se?
Não são filhos de Deus todos os homens?
Só entre os egoístas se encontram a iniqüidade,
o ódio implacável e os castigos sem remissão”.
Todos os espíritos tendem para a perfeição e Deus
lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal.
Sua justiça, porém, lhes concede realizar,
em novas existências, o que não puderam fazer
ou concluir numa primeira prova.
Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com
a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas,
é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham
em condição moral inferior; a única que pode
explicar o futuro e afirmar as nossas esperanças,
pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações.
A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, que tem consciência da sua inferioridade,
haure consoladora esperança na doutrina da
reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode
contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de
igualdade com os que mais fizeram do que ele.
Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a idéia
de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida;
o Espírito a utilizará em nova existência.

_Allan Kardec_

28 agosto 2006

A Marca - Emnnanuel

"Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte."
Jesus. (Lucas, 13.33.)

Importa seguir sempre, em busca da edificação espiritual definitiva. Indispensável caminhar, vencendo obstáculos e sombras, transformando todas as dores e dificuldades em degraus de ascensão.

Traçando o seu programa, referia-se Jesus à marcha na direção de Jerusalém, onde o esperava a derradeira glorificação pelo martírio. Podemos aplicar, porém, o ensinamento as nossas experiências incessantes no roteiro da Jerusalém de nossos testemunhos redentores.

É imprescindível, todavia, esclarecer a característica dessa jornada para a aquisição dos bens eternos.

Acreditam muitos que caminhar é invadir as situações de evidência no mundo, conquistando posições de destaque transitório ou trazendo as mais vastas expressões financeiras ao círculo pessoal.

Entretanto, não é isso.

Nesse particular, os chamados "homens de rotina" talvez detenham maiores probabilidades a seu favor.

A personalidade dominante, em situações efêmeras, tem a marcha inçada de perigos, de responsabilidades complexas, de ameaças atrozes. A sensação de altura aumenta a sensação de queda.

É preciso caminhar sempre, mas a jornada compete ao Espírito eterno, no terreno das conquistas interiores.

Muitas vezes, certas criaturas que se presumem nos mais altos pontos da viagem, para a Sabedoria Divina se encontram apenas paralisadas na contemplação de fogos-fátuos.

Que ninguém se engane nas estações de falso repouso.

Importa trabalhar, conhecer-se, iluminar-se e atender ao Cristo, diariamente. Para fixarmos semelhante lição em nós, temos nascido na Terra, partilhando-lhe as lutas, gastando-lhe os corpos e nela tornaremos a renascer.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pão Nosso. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 20a edição. Lição 20. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.

27 agosto 2006

Afeições Espirituais - Emmanuel


À maneira da árvore que se te ergue à vista sobre raízes ocultas, equilibra-se-te a existência temporária na Terra sobre afeições invisíveis.
São quase todas elas tecidas nos laços que deixas-te à distância, antes do berço de que procedes, na luta renovadora em que agora estagias.
Lembra-te de que o aprendizado de hoje é sagrado tentame para que te desvencilhes de tudo o que foi, em teus passos, ilusão e sombra de ontem.
Não olvides também de que se avanças para a frente de luz, ao influxo dos afetos superiores que te estendem braços amigos das regiões elevadas, és constrangido igualmente a suportar a influência da retaguarda de sombras, por todas as afeições subalternas com as quais compartilhaste os infelizes enganos da obsessão e da delinqüência.
Não te confies a quantos se te ofereçam nas trilhas do Mais Além, para a solução de interesses inferiores.
Muitas vezes, o obséquio gratuito das entidades menos esclarecidas que te induzem à preguiça ou a vantagens imediatas, em prejuízo do próximo, será, mais tarde, pesada reparação, quando a liberação do corpo físico te aclare a força do entendimento.
Recorda que é sempre fácil partilhar os sonhos e as aspirações daqueles que se igualam a nós na senda evolutiva ou palmilham mais baixo degrau que o nosso, à luz do conhecimento, e aprende a ciência difícil de conviver com os instrutores que, por amigos sábios e generosos de nosso próprio futuro, nos impõem a disciplina do trabalho e do sacrifício, da humildade e da renúncia na construção da felicidade dos outros, porque somente com eles e por eles, desveladas sentinelas de nosso aperfeiçoamento, conseguiremos entesourar, com Cristo e dentro de nós mesmos, as riquezas do eterno amor e do excelso merecimento para a divina ascensão.

Livro: Família - Espírito: Emmanuel - Psicografia: Francisco Cândido Xavier

26 agosto 2006

Onde quer que estejas - Amélia

Onde quer que estejas, não refugues a oportunidade de servir, nem te sintas tolhido pelas dificuldades que grassam ao teu redor;

Onde quer que estejas, ama sempre; não importa se os que te estão próximos estejam vinculados ao ódio e ao rancor. Quanto a ti, sê aquele que ama, perdoando;

Onde quer que estejas, e com quem estiveres, distribui a semente do Evangelho, bênção divina que conheces;

Onde quer que estejas, a ninguém ignores ou emules, quer sejam poderosos e ricos, quer sejam almas humildes à margem da vida; todos jazem, de uma ou de outra forma, aguardando a dádiva da tua compreensão;

Onde quer que estejas, ou aonde fores, leva contigo o tesouro que adquiriste nas páginas do Evangelho e divide-o com os que não o conhecem.

Serve, onde quer que estejas, consciente de que és necessário, pois a seara é imensa e os trabalhadores de boa vontade são poucos.

Não desperdices, nunca, as múltiplas oportunidades de plantar a semente da Boa Nova.

Sê fiel ao mandato de cristão, cumpre-o onde quer que estiveres.

Não te deixes intimidar pelas convenções sociais, nem faças concessões ao mundo leviano; honra tua condição de espírita, de cristão e filho de Deus.

Não vises a recompensas onde estiveres trabalhando na seara do Cristo; não busques elogios, com quem estiveres falando em nome

d'Ele; todavia, verás tuas bênçãos dilatadas e sanadas as chagas da tua alma, pela ação saneadora do Bem.

Onde quer que estiveres, e com quem estiveres, não armazenes dores, nem mágoas, não cultives peçonha, nem malicia.

Ergue, em ti, o escudo protetor da oração e do Evangelho; constrói o bastião da caridade, da compaixão, por aqueles que despedaçaram, dentro de si, a fé e a esperança.

Apresenta-lhes o Evangelho, restaurando-lhes a fé vencida e a esperança escondida. Modifica-lhes os painéis mentais, valorizando-os como irmãos do Cristo.

Assim, onde quer que estejas, não estarás só, e com quem quer que estiveres, também aí estará o Consolador.

Confia n'Ele, trabalhando e perseverando na escolha que fizeste: ser cristão.

A tua escolha marcou-te com o sinal do Cristo, serve-O, em todos os momentos, em todos os lugares e com todos os que de ti se aproximarem.

Psicografado por Vera Cohim pelo Espírito Amélia - Lar Espírita Chico Xavier

25 agosto 2006

Luzes do Entardecer - Meimei

Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto do coração, as luzes remanescentes do próprio grupo familiar.

Reflete naqueles que te preservaram a existência ainda frágil, nos panos do berço, nos que te equilibraram os passos primeiros, nos que afagaram os sonhos da meninice e naqueles outros que te auxiliaram a pronunciar o nome de Deus.

Já que atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinam a valorizar os tesouros do tempo, nas dificuldades que terão vencido para serem quem são, no suor que lhes alterou as linhas da face e nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos.

E quando, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência...

Não estarão, decerto, a ferir-te e sim provavelmente algo murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são especialmente queridos!...

Ama e respeita os companheiros idosos! São eles as vigas que te escoram o teto da experiência e as bases de que hoje te levantas para seres quem és...

Auxilia-os, quando puderes, porquanto é possível que, no dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sompra que assinalam o mundo, a hora do entardecer.

Meimei - Psicografada por Francisco Cândido Xavier

24 agosto 2006

Caridade Essencial - Emmanuel


"E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o principio ouvistes; que andeis nele." (II JOÃO, 6.)

Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.

Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.

A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.

Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.

Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa-vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.

Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.

Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.

Livro: Vinhas de Luz - Mensagem 110 - Páginas 233 e 234 - Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier.

23 agosto 2006

Cem Por Um - Eurípedes Barsanulfo


Ócio, em qualquer parte, constitui esbanjamento.

Tudo vibra em perpétua movimentação,
sem vácuo ou inércia na substância das coisas.

O corpo humano e o corpo espiritual
são construções divinas a se estruturarem sobre forças
que se combinam e trabalham constantemente
em dinamismo santificante.

Sejamos, por nossa vez, peças atuantes
do Evangelho Vivo, demonstrando que o serviço
é condição de saúde eterna.

Insculpe por onde passes
o rasto luminoso do entendimento.

Edifica o bem,
seja escutando o riso dos felizes
ou assinalando o soluço dos companheiros desditosos,
criando rendimento nos tesouros imperecíveis da alma.

Ampara e ajuda a todos,
desde a criança desvalida,
necessitada de arrimo e luz para o coração,
até o peregrino sem teto,
hóspede errante das árvores do caminho.

Conserva por medalhas de mérito
os calos nas mãos que abençoam servindo,
a fadiga dos músculos que auxiliam com entusiasmo,
o suor na fronte que colabora pela felicidade de todos
e os rasgões que te recordam as feridas encontradas
no cumprimento de austeras obrigações.

Oremos na atividade construtiva que não descansa.

Cantemos ao ritmo da perseverança feliz.

Respiremos no hausto da solidariedade sem mescla.

A caridade converte o sacrifício em deleite,
o cansaço em repouso, o sofrimento em euforia.

Ar puro - desfaz as emanações malsãs;
água límpida - dissolve os detritos da sombra;
sol matinal - dissipa trevas...

Mãos vazias ou cabeça desocupada
denunciam coração ocioso.

Sê companheiro da aurora, despertando junto com o dia nas obras de paciência e bondade, sustento e elevação.

Aquele que grafa uma página edificante,
semeia um bom exemplo,
educa uma criança, fornece um apontamento confortador, entretece uma palestra nobre ou
estende uma dádiva, recolherá, cem por um,
todos os grãos de amor que lançou
na sementeira do Eterno Bem,
laborando com a Vida para a Alegria Sem Fim.

Eurípedes Barsanulfo / Francisco Cândido Xavier
Do livro: Ideal Espírita

22 agosto 2006

A Alma - Léon Denis

A alma vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida. Essência, misteriosa, escapa à análise, como tudo quanto dimana do Absoluto. Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um impulso do seu pensamento, abrange o Infinito, a alma é uma partícula da essência divina projetada no mundo material.

Desde a hora em que caiu na matéria, qual foi o caminho que seguiu para remontar até ao ponto atual da sua carreira? Precisou passar vias escuras, revestir formas, animar organismos que deixava ao sair de cada existência, como se faz com um vestuário inútil. Todos estes corpos de carne pereceram, o sopro dos destinos dispersou-lhes as cinzas, mas a alma persiste e permanece na sua perpetuidade, prossegue sua marcha ascendente, percorre as inumeráveis estações da sua viagem e dirige-se para um fim grande e apetecível, um fim que é a perfeição.

A alma contém, no estado virtual, todos os germens dos seus desenvolvimentos futuros. É destinada a conhecer, adquirir e possuir tudo. Como, pois, poderia ela conseguir tudo isso numa única existência? A vida é curta e longe está a perfeição! Poderia a alma, numa vida única, desenvolver o seu entendimento, esclarecer a razão, fortificar a consciência, assimilar todos os elementos da sabedoria, da santidade, do gênio? Para realizar os seus fins, tem de percorrer, no tempo e no espaço, um campo sem limites. É passando por inúmeras transformações, no fim de milhares de séculos, que o mineral grosseiro se converte em diamante puro, refratando mil cintilações. Sucede o mesmo com a alma humana.

O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.

Pouco a pouco a alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude; sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica mais intimamente com o seu meio social e planetário. Elevando-se cada vez mais, não tarda a ligar-se por laços pujantes às sociedades do Espaço e depois ao Ser Universal.

Assim, a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade. Livre dentro dos limites que lhe assinalam as leis eternas, faz-se o arquiteto do seu destino. O seu adiantamento é obra sua . Nenhuma fatalidade o oprime, salvo a dos próprios atos, cujas conseqüências nele recaem; mas, não pode desenvolver-se e medrar senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos. Quanto mais sobe, tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos. Na necessidade de se elevar a si mesmo, atrai a si, para fazê-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos, os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha.

A Lei de justiça requer que, por sua vez, sejam emancipadas, libertadas da vida inferior todas as almas. Todo ser que chega à plenitude da consciência deve trabalhar para preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que só comporte a soma de males inevitáveis. Esses males, necessários ao funcionamento da lei de educação geral, nunca deixarão de existir em nosso mundo, representam uma das condições da vida terrestre. A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres impondo-lhes necessidades que os obrigam a trabalhar. Como, sem a dor, havíamos de conhecer a alegria; sem a sombra, apreciar a luz; sem a privação, saborear o bem adquirido, a satisfação alcançada? Eis aqui a razão por que encontramos dificuldades de toda sorte em nós e em volta de nós.

O Problema do Ser, do Destino e da Dor

Obra: Depois da Morte - Léon Denis

21 agosto 2006

Remédio para as Almas - Bezerra de Menezes

Antigamente, em época não muito remota, o ser humano vivia relativamente pouco. Não havia a bênção do antibiótico, tínhamos que tratar com parcos recursos as enfermidades.

Era, às vezes, o quinino o que mais nós usávamos, e trazia tantas descobertas que para nós eram tão atuais: o carro, o telefone, o telégrafo, tanta coisa importante.

E, no entanto, pensávamos na Medicina, tão pouco adiantada. Hoje, a medicina aí está, avançando a largos passos.

Cada dia, uma descoberta nova e, no entanto a idade média de grande número das pessoas que partem está na faixa de trinta anos., Por que? Acidentes e acidentes, partidas violentas em “overdose”.

O número daqueles que chegam à idade avançada, para nós do plano espiritual, que observamos o mundo de cima, é muito menor do que aqueles que aportam muito antes, por antecipação, por não cumprimento do traçado cármico de suas vidas.

Lamentavelmente, os jovens estão partindo em larga escala para o plano espiritual. Não chegam a atingir a idade madura, pela insensatez, pelos princípios tão inferiores dolorosamente abraçados, pela falta de objetivos cristãos, pela imaturidade, pela viciação. E nós perguntamos:

“Quando será que aprenderão a servir a si mesmos servindo ao próximo?

Quando aprenderão a valorizar a saúde, a bênção da vida, a bênção de ter um corpo perfeito?

Por que tantos têm que ser aprisionados em leitos de deformações físicas pelos acidentes cada vez mais constantes? Por que essa velocidade na estrada?

Por que essa velocidade imensa, buscando a morte”? Fala-se à juventude, mostram-se espetáculos dantescos, diante dos olhos dos jovens desfilam cenas e cenas dolorosas, mas nem assim eles se previnem...

E colônias e colônias são abertas para colher esses farrapos espirituais que, na verdade, foram rapazes e moças belos, cheios de juventude, de inteligência.

Para onde vai caminhando o nosso mundo? Lamentavelmente, nós temos que ver, sentir e prever o pior...

Por isso, meus filhos, aquele que é cristão, o quanto puder divulgue a página esclarecedora, divulgue o livro que é um alimento completo, um banquete de luz, divulgue as palavras sensatas, os exemplos dignificantes, pratique a caridade. Não se deixem cansar pela ociosidade dos outros, porque aquele que está trabalhando encontrará sempre alguém para pedir: “DÊ-me a sua enxada. Deixe eu encostá-la ali para você descansar.” Esses são os que mais devem e são os que menos fazem. Meus filhos, privilegiados vocês são e serão sempre, quando escolherem a melhor parte, que é a parte do bem, a parte da luz, a parte da renúncia e do amor. Porque o que mais ouvimos é gritarem pelos quatro rincões da Terra: “Senhor, Senhor!” Tantas seitas, tantas religiões de corações vazios e mãos vazias.. Vocês preencham o coração e transbordem as mãos no trabalho caritativo, porque Deus é por todos vocês!

Bezerra de Menezes

20 agosto 2006

Nossos Maiores Auxiliares - Bezerra de Menezes

Os adversários são os nossos maiores auxiliares.

Muitas vezes, o amigo cala por respeito ou cala para o outro amigo. Mas o adversário, não.... O adversário nos observa, não nos perdoa, não nos esquece, está sempre vigilante. E nesse processo de nos vigiar incessantemente as atitudes, as palavras, os gestos, ele nos ajuda muito.

Quantos são aqueles que foram auxiliados por obsessores implacáveis?

Quantos encontram a porta da luz através da perseguição das trevas? Quantos foram aqueles que nos fizeram realmente modificar a nossa conduta, diante de reproches ara o nosso orgulho e a nossa sensibilidade?

Muitas vezes, nos adornamos de humildade para esconder o orgulho latente dentro de nós... Muitas vezes, calamos para deixar gritar em alto e bom tom, a violência, a irrascibilidade, presentes dentro dos nossos corações... E, com tudo isso, através da observação permanente daqueles que se colocam na linha de adversários, nós vamos aprendendo a tolerância, a disciplina, o desprendimento, a renúncia e exercitamos o amor.

Na verdade, na Terra, a dor é a nossa grande mestra, ela nos ensina muito. A Terra é a nossa grande escola, onde tudo aprendemos, e muitas lições que aprendemos no ontem, devemos esquecer no hoje, porque já avançamos mais e elas se tornam desnecessárias. A pessoa que progride nas escolas, nas universidades, jamais volta ao abecedário, ela segue, crescendo em conhecimentos.

Nós, nessa escola da vida, o que já aprendemos guardamos, para avançar em novos conhecimentos. E, o Grande Auxiliar, o Grande Mestre, o Grande Amigo será sempre Jesus. Ele, sim, é o médico de nossas almas, é alegria, é a enfermeira colaboradora que nos faz passar por estágios de recuperação, de tratamento, de aceitação.

Em todo esse processo, em que a vida nos coloca, verdade é que vamos aprendendo, sem nem perceber o quanto crescemos, o quanto avançamos, na senda do conhecimento, da caridade, da dedicação e do amor. Quando olhamos o que fomos antes do Espiritismo é que podemos avaliar o que o espiritismo fez por nós, o que Jesus tem feito em nossas almas, em trabalho reconstrutivo, em trabalho amigo, fazendo-nos amigo dos nossos amigos e amigos dos adversários...

Nem sempre podemos ouvir sim, e nem sempre devemos ouvir não.... Mas, o Mestre nos ensina o discernimento e, diante do discernimento, aprender a humildade. Deparando com a humildade, nós crescemos e vamos trocar a moldura de nossas vidas de orgulho, para a efetiva realização do trabalho de burilamento espiritual dentro de nos...

Jornal Arauto de Luz - Julho 2001

19 agosto 2006

Ser Espiríta - Ivan de Albuquerque

 
SER ESPÍRITA
 
Ser espírita
é ter um alto compromisso,
é ter um pujante ideal:
marchar pela senda do bem,
que é da vida a espinha dorsal,
e ter no Evangelho do Cristo
o mais sublime fanal.

Ser espírita é ter coragem
de, na caminhada terrena,
romper com a mente pequena.
É ver na dor que calcina
ensejo libertador,
divina e refrescante aragem
que a voz da consciência descortina.

Ser espírita é saber
que em nossa vida o Espiritismo atua
informando-nos qual é o nosso lugar,
o que no mundo devemos fazer,
para que melhores possamos ser,
a fim de que um venturoso amanhã
venhamos a conquistar.

Como é importante ser espírita!
Conseguir penetrar, como formosa dita,
as razões do sofrer, do sorrir, do chorar,
na certeza de que o amor tudo há de transformar,
na esperança maior que a lei de Deus incita.

Quão grandioso é o claro Espiritismo!
Abre-nos ocasião para servir, e
inscreve-nos no rol dos que vibram no altruísmo.
E, nas bênçãos várias que se abrem como em leque,
traz-nos a grandeza de Jesus e a lucidez de Allan Kardec.

Como é formidável o Espiritismo!
Como é feliz sua rútila mensagem!
São fulgurantes seus ensinamentos,
que oxigenam nossos pensamentos,
sem faltar no vigor, sem falhar na dosagem,
fazendo-nos melhor viver na Terra.

Ser espírita é saber converter
o homem-velho em homem-novo,
com as lições que o Evangelho encerra.
É ter coragem de avançar, sem pressa,
na reflexão que a mente nunca engessa,
bem longe da acomodação que emperra,
seja cada pessoa, seja o povo.

Ser espírita é saber caminhar
para o alto, para a frente,
sem a nada ou a ninguém temer,
levando vida decente
investindo no progresso, e saber
que a natureza não dá saltos, porém, caminha.
Assim, labora por cooperar na pauta que reluz,
No trato da excelsa vinha.

E, inebriados de alegria,
ao Cristo, então, cantaremos,
a Ele agradeceremos
porque hoje estamos enriquecidos
na Doutrina da Verdade.

E a melhor louvação, penso, em realidade,
será esforço e trabalho por termos renascido
no campo de lucidez do Espiritismo,
com toda condição p´ra sombras superar.

Ser espírita, pois, é cristalina escancha
de fazermos brilhar a própria luz,
e com Jesus a inspirar-nos as ações;
é sofrer na rota, enquanto se aprende,
servir mais com alegria, pois o serviço rende,
e construir todo o bem que puder,
sem cansar-se de amar.

Ditado pelo Espírito Ivan de Albuquerque
Psicografia de Raul Teixeira

18 agosto 2006

O Medo da Morte - Autores Diversos

 
 O MEDO DA MORTE

O espiritismo contribuirá para a aproximação das religiões através das evidências que apresenta sobre as realidades do espírito "À medida que o homem compreende melhor a vida futura, o medo da morte diminui. Mas, ao mesmo tempo, compreendendo melhor a sua missão na Terra, ele espera seu fim com mais calma, resignação e sem medo. A certeza da vida futura imprime um outro curso às suas idéias, um outro objetivo aos seus trabalhos. Antes de ter essa certeza, ele não trabalha senão para a vida atual. Com esta certeza, trabalha tendo em vista o futuro sem negligenciar o presente, porque sabe que o futuro depende da direção, mais ou menos boa, que dê ao presente. —Allan Kardec, em "O Céu e o Inferno"


Há várias formas de reagirmos psicologicamente mediante a evidência da única certeza do ser humano: sua incontível e inevitável caminhada para a morte. E como ninguém sabe o que é a morte, surge o medo do desconhecido.

Também a forma como lidamos com esse medo varia de pessoa para pessoa. Desde o pânico depressivo à atitudes desafiadoras, tais como o gosto por práticas perigosas.

Costuma-se dizer que os espíritas se preocupam muito com a morte. Não fazem outra coisa a não ser falar sobre assuntos referentes a ela. O próprio Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita dizia: 

-"Qualquer que seja a importância dada à vida presente, o homem não pode deixar de considerar quanto é curta e sobretudo precária, pois pode ser interrompida a cada instante e jamais ele se acha seguro do dia de amanhã. Em que se tornará depois do instante fatal? A pergunta é grave, pois não se trata de alguns anos mas da eternidade".

Por que o homem repele instintivamente o nada?

Essa pergunta fez o codificador aos espíritos superiores em O Livro dos Espíritos. Ao que eles responderam prontamente: "O homem repele instintivamente o nada porque o nada não existe".

Na verdade, a origem para o sentimento instintivo da vida futura, tão presente em todas as culturas, desde eras imemoráveis, está implícita na alma do ser humano. Assim dizem os espíritos: "Antes da encarnação o espírito conhece todas essas coisas e a alma guarda uma vaga lembrança do que sabe e do que viu no estado espiritual".

Mas em muitas pessoas, incultas espiritualmente, a frieza e a violência do mundo despertam-lhes o desgosto e o pessimismo. Assim surgem os niilistas, ou seja, os que cultuam o nada como filosofia de vida.

No momento da morte

Os espíritos bemfeitores também ensinam que o sentimento dominante na maioria dos homens, por ocasião do momento da morte, são os seguintes: "A dúvida para os céticos endurecidos; o medo para os culpados; a esperança para os homens de bem".

Por outro lado, essas derradeiras impressões, nos últimos momentos da alma no corpo físico, acabam por criar-lhe um tipo de freqüência vibratória específica, ou padrão mental-emocional-espiritual, que irá acondicionar o espírito desencarnante a uma dimensão espiritual correspondente. Ou seja, esperança, serenidade e consciência de dever cumprido são características próprias para ingresso a uma dimensão espiritual elevada. Ocorre, no entanto, devido às limitações resultantes de nosso precário status evolutivo e acentuada incultura espiritual, vibrarmos sentimentos desarmonizados e infelizes, os quais aprisionam, temporariamente, o espírito em regiões inferiores para a devida adaptação às novas realidades ultrafísicas.

Penas e recompensas na vida futura

Também é evidente que o homem traz em seu íntimo a noção de penas e recompenas na vida futura. Algo como uma prestação de contas a um poder superior. Isto é ponto fundamental ao ensinamento de todas as religiões do mundo.

"Todas as nossas ações, explica Allan Kardec com base no ensinamento dos espíritos, são submetidas às leis de Deus. Não há nenhuma dessas ações, por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação de suas leis. Se sofremos as conseqüências dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nos fazemos, assim, os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura".

Portanto, penas ou recompensas na vida futura serão sempre resultado de nossas ações deliberadamente praticadas.

A felicidade dos bons espíritos

Para os bons espíritos a felicidade compreende "em conhecer todas as coisas, não ter ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que fazem a infelicidade dos homens. O amor que os une é para eles a fonte de uma suprema felicidade. Não experimentam nem as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes com o bem que fazem. De resto, a felicidade dos espíritos é sempre proporcional à sua elevação. Somente os puros gozam, na verdade, da felicidade suprema, mas nem por isso os demais são infelizes. Entre os maus e os perfeitos, há uma infinidade de graus, nos quais os gozos são relativos ao estado moral. Os que são bastante adiantados compreendem a felicidade dos que avançaram mais que eles, e a ela aspiram, mas isso é para eles motivo de emulação e não de inveja. 

Sabem que deles depende alcançá-lo e trabalham com esse fito, mas com a calma da consciência pura. Sentem-se felizes de não ter de sofrer o que sofrem os maus".

O espiritismo contribuirá para a aproximação das religiões através das evidências que apresenta sobre as realidades do espírito

Allan Kardec, excepcionalmente soube antever a excelência da mensagem dos espíritos, asseverou: "O homem, tem, instintivamente, a crença no futuro; mas não tendo até hoje nenhuma base certa para defini-lo, sua imaginação produziu sistemas que o conduziram à diversidade de crenças. A Doutrina Espírita sobre o futuro, não sendo uma obra de imaginação mais ou menos engenhosamente concebida, mas o resultado da observação de fatos materiais que se desenrolam hoje sob os nossos olhos, ela unirá, como já faz agora, as opiniões divergentes ou superficiais e conduzirá, pouco a pouco, e pela força das coisas, à unidade na crença sobre esse ponto, crença que não estará mais baseada sobre uma hipótese, mas sobre uma certeza. A unificação, feita no que concerne à sorte futura das almas, será o primeiro ponto de aproximação entre os diferentes cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa primeiro, e, mais tarde, a fusão".

Citações:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec

Tradução: J. Herculano Pires
Edição: Editora EME
O Céu e o Inferno, de Allan Kardec

Tradução: Salvador Gentile
Edição: Instituto de difusão Espírita-IDE
Equipe Consciesp

17 agosto 2006

Desequilíbrios - Cezar Braga Said

"Não há nenhuma árvore que o vento não tenha sacudido." Provérbio hindu

Pense no quanto você aprendeu com algum desequilíbrio que tenha vivido...

Temos por hábito acreditar que os desequilíbrios nos conduzem a um fracasso iminente, impedindo-nos de concretizar um sonho acalentado há muito tempo.

Se reflertirmos um pouco, veremos que a fome é um sinal de desequilíbrio, é a manifestação do organismo dizendo-nos que é preciso ingerir alimentos para suprir a carência que se estabeleceu.

A sensação de frio é a manifestação do corpo em desequilíbrio, dizendo-nos que o calor que ele é capaz de gerar, é insuficiente para manter-nos aquecidos.

A sede indica-nos que há um desequilíbrio, pois o líquido existente no corpo não é o bastante, naquele instante, para o pleno funcionamento dos nossos órgãos.

E o que dizer do andar? Equilibramo-nos sobre as duas pernas, mas a locomoção só ocorre através do desequilíbrio, onde um membro sucede automáticamente outro.

Vemos assim, que a vida se manifesta numa sucessão de instantes de desequilíbrios, que possuem a finalidade de conduzir-nos a um novo equilíbrio.

Por que então fazermos do aparente insucesso um fracasso definitivo? Por que transformarmos uma iniciativa que não deu certo, em falta de ânimo para prosseguir tentando? Haverá alguém que nunca tenha errado em algum empreendimento, no juízo sobre uma pessoa ou numa impressão sobre um fato qualquer?

A história registra a saga de alguns grandes vencedores, que inicialmente experimentaram derrotas, mas que buscando suas forças interiores, tornaram-se ainda mais capazes, superando as próprias limitações.

Se nos pântanos e entre as pedras nascem flores, podemos nos meios das crises e do caos assimilarmos preciosas lições, mudando o foco dos nossos planos e ações, assumindo uma nova postura.

Tudo na vida contribui para a nossa evolução.

Muitas vezes os problemas não são tão grandes e complexos quanto parecem, mas a forma como estamos encarando-os pode não ser a mais correta. O nosso olhar é que precisa ser modificado.

Mudar a maneira de enxergar as coisas implica também em desiquilibrar-se, ir ao encontro de novos modelos, valores que nos permitam construir um jeito próprio de resolver os problemas, preservando-nos e respeitando o jeito de ser de cada um.

Os desequilíbrios podem também ser encarados como mediadores de uma nova situação.

Cada um de nós é convidado na sucessão dos desequilíbrios diários e naturais, a alcançar maior dose de equilíbrio interior, avançando sem cessar na conquista da própria iluminação.

Por isso ilumine-se a cada desequilíbrio!

(Do livro: "Meditando Com Você" - Cezar Braga Said - Editora: CELD)

16 agosto 2006

Além-Tumulo - Emmanuel

"E, se não há ressurreição de mortos, também o Cristo não ressuscitou."
Paulo. (1 CORINTIOS, 15:13.)

Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples solução que lhe é própria.

Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise definitiva. Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final.

Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio.

Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade.

Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o inferno ilimitado no tempo? como acreditar permaneçam adormecidos milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se afirma em atividade incessante?

Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana.

Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão, somos compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem espiritual, depois do sepulcro, definem-se contra o próprio Evangelho. O Mestre dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante. Quem, desse modo, atravessará o portal da morte para cair em ociosidade incompreensível? Somos almas, em função de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da vida.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
16a edição. Lição 68. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

15 agosto 2006

Eutanásia e Socorro - Emmanuel


A eutanásia, ainda mesmo quando praticada em nome do amor, será sempre deplorável intromissão da ciência humana nos processos instituídos pela Sabedoria Divina, em favor da recuperação ou do aprimoramento da alma.

Que dizer do artista que nas vésperas do término da obra-prima aniquilasse a peça inacabada, a pretexto de compaixão pelo mármore ferido?

Como interpretar o lavrador que destruísse a árvore benfeitora, pronta a mitigar-lhe a fome, sob a alegação de que o tronco se desenvolveu tortuosamente, em desacordo com a elegância dos demais exemplares da espécie?

A existência na carne é recurso da Providência Divina, a benefício de nosso reajuste, à frente das Leis Eternas.

Muitas vezes, o câncer é o meio de expungir as trevas que povoam o coração, impedindo-lhe maior entendimento da vida.

Em muitas ocasiões, a cegueira irremediável é a restauração da consciência embotada de ontem para o amanhã que lhe sorrirá repleto de luz.

Freqüentemente, a lepra do corpo é medicação redentora da alma faminta da paz e reequilibro que apenas conseguirá em se banhando na fonte lustral do sofrimento.

A paralisia e a loucura, o pênfigo e a tuberculose, a idiotia e a mutilação, quase sempre, funcionam por abençoado corretivo, em socorro do espírito que a culpa ensandeceu ou ensombrou na provação expiatória.

Assim sendo, passemos amando e auxiliando aos que nos cercam, na estrada que fomos chamados a percorrer.

Respeitemos a dor como instrutora das almas e, sem vacilações ou indagações descabidas, amparemos quantos lhes experimentam a presença constrangedora e educativa.

Auxiliemos sem perguntar pelos méritos daqueles que se constituirão tutelados de nosso devotamento e carinho, de vez que a todos nós, espíritos endividados e em processo de purificação, diante da Lei, compete tão somente o dever de servir, porquanto a Justiça,. em última instância, pertence a Deus que distribui conosco o alívio e a aflição, a saúde e a enfermidade, a vida e a morte, no momento oportuno.

Livro.: FÉ, PAZ E AMOR - Emmanuel - Psicografia Francisco Cândido Xavier

14 agosto 2006

Se Não Tiveres Discernimento - Irmão José


Podes adquirir vasta cultura, mas se não tiveres discernimento, não conquistarás a luz da sabedoria.

Podes amealhar muitos bens materiais, mas se não tiveres discernimento, não utilizarás convenientemente os recursos de que dispões.

Podes desfrutar invejável saúde, mas se não tiveres discernimento, com conseguiras conservá-la por muito tempo.

Podes usar corretamente o verbo, mas se não tiveres discernimento, não dominarás os segredos da palavra.

Podes ser médium de excelentes possibilidades, mas se não tiveres discernimento, não servirás aos elevados propósitos do bem.

Podes ter ótima acuidade visual, mas se não tiveres discernimento, não enxergaras o essencial.

Podes formar rara coleção de livros, mas se não tiveres dicernimento, não assimilarás o conteúdo de suas páginas.

Podes expressar-te em viversos dialetos, mas se não tiveres discernimento, não falarás o idioma da compreensão.

Podes viver com várias pessoas, mas se não tiveres discernimento, não conviverás com nenhuma delas.

Podes conhecer o mundo inteiro, mas se não tiveres discernimento, não conhecerá a ti mesmo.

O discernimento é o alicerce seguro sobre o qual devemos edificar o castelo de nossos ideais e aspirações de ordem superior.

E ninguém o possuirá sem entrgar-se ao exercicio constante da humildade, da reflexão e do trabalho desinteressado, em contato diário com os sofredores.


Psicografada pelo médium Carlos A. Bacelli - Uberaba -MG

13 agosto 2006

Homenagem ao Dia dos Pais

Muito Obrigado, Pai

Por ter me entendido enquanto eu crescia
e por ter aceitado minhas tão rápidas mudanças.
Deve ter sido difícil manter-se em calma comigo,
mas você sempre tentou e quase sempre conseguiu.

Por ter me ouvido e ter me dado claras e breves respostas
às dúvidas e perguntas que eu levava a você.
Por ter reforçado minha confiança para continuar
revelando meus pensamentos e sentimentos.

Por ter me aplaudido quando fui verdadeiro,
por ter me compreendido quando eu disse mentiras,
por ter me provado que elas maculam nosso caráter.

Por ter me falado sobre os seus erros e sobre
as coisas que você aprendeu com eles.
Isso fez com que eu aceitasse meus próprios
erros, que também aprendesse e que me perdoasse.

Por prestar-me atenção e gastar tão grande
parte do seu tempo comigo.
Isso levou-me a acreditar que sou importante
e que tenho muito valor.

Por agir sempre do modo que desejou que eu agisse.
Foi assim que você me deu um modelo positivo para seguir.

Por confiar em mim e me respeitar mesmo
quando eu era menor do que você.
Por ter considerado meus sentimentos e necessidades,
e ter me mostrado muitas vezes
que elas eram semelhantes às suas.

Pelos elogios e pelos incentivos.
Foi sempre por isso que eu me senti bom
e quis continuar sendo digno da sua fé em mim.

Por ajudar-me a explorar meus talentos e potenciais.
Por ter me ensinado que para ser feliz
eu tinha que ser eu mesmo e não como você
ou igual a outros que você admirava.

Por ser você mesmo e por não desistir da felicidade.
Com isso eu aprendi a buscar uma vida feliz,
bem sucedida e satisfatória.

Obrigado, Pai
Por sempre ter me ouvido.

Ouça-me mais uma vez agora :
EU AMO VOCÊ!

Silvia Schmidt
*Humancat*
No livro " Nossas Raízes "

©1999©

12 agosto 2006

Nota de Coragem - Meimei


Não te afastes da paciência quando as dificuldades se agravem.

Ainda que provações inesperadas te espanquem o coração, conserva a serenidade e segue adiante, agindo e servindo.

Pensa nos que perderam a fé e tropeçaram na violência; medita nos que tombaram em desespero e resvalaram na loucura.

O verbo que te vergaste pode ser a enfermidade em forma de insulto e a mão que te golpeia estará provavelmente sob o impulso das trevas.

Coragem não é revidar, nem cair na exibição do poder. A coragem verdadeira ergue-se da compreensão e da benção, quando o desequilíbrio tente assaltar-te.

Em qualquer circunstância, escora-te no esforço de resguardar o bem.

Quando estiveres a ponto de pronunciar qualquer frase irrefletida ou de empreender a mínima ação contra os outros, ora e silencia, porque o Céu te ouve e Deus te sustentará.

Psicografia de Francisco Cândico Xavier

11 agosto 2006

A Loucura da Violência - Joanna de Ângelis

  • Entre as expressões do primarismo, no mercado das paixões humanas, destaca-se com realce a violência, espalhando angústia e dor.
  • Remanescente dos instintos agressivos, ela estiola as mais formosas florações da vida, estabelecendo o caos.
  • Em onda volumosa arrasa, deixando destroços por onde passa, alucinada.
***
  • Na raiz da violência encontra-se a falta de desenvolvimento do senso moral, que o espírito aprimora através da educação, do exercício dos valores éticos, da amplitude de consciência.
  • Atavismo cruel, demora de ser transformada em ação edificante, face às suas vinculações com os reflexos instintivos do período animal, que se prolongam, perturbadores.
  • Não apenas gera aflição, quando desencadeada, como também provoca reações equivalentes em sucessão quase incontrolável, arrebentando tudo quanto se lhe opõe no percurso destrutivo.
  • Todo o empenho em favor da preservação dos valores morais deve ser colocado a serviço da paz, como antídoto à força devastadora da violência.
***
  • Pequenos exercícios de autocontrole terminam por criar hábitos de não-violência.
  • Disciplinas mentais e silêncios fortalecidos pela confiança em Deus geram a harmonia que impede a instalação desse desequilíbrio.
  • Atividades de amor, visando o bem e o progresso da criatura humana e da sociedade, constituem patamar de resistência às investidas dessa agressividade.
  • Reflexões em torno dos deveres morais produzem a conscientização do bem, gerando o clima que preserva os sentimentos da fraternidade.
  • A violência é adversária do processo de evolução, fomentadora da loucura. Quem lhe tomba nas garras exaure-se, e, sem forças, termina no abismo do auto-aniquilamento ou do assassínio...
***
  • A violência disfarça-se no lar, quando os cônjuges não respeitam os espaços, os direitos que lhes cabem reciprocamente; quando os filhos se sentem preteridos por falsos valores do trabalho, do dinheiro, do poder...
  • Na sociedade, quando os preços escorcham os necessitados;
  • quando os interesses pessoais extrapolam os seus limites e perturbam os outros;
  • quando a comodidade e os prazeres de alguns agridem os compromissos e os comportamentos alheios;
  • quando as injustiças sociais estiolam os fracos a benefício dos fortes aparentes;
  • quando os sentimentos inferiores da maledicência, da calúnia, da inveja, da traição, do suborno de qualquer tipo, da hipocrisia, disseminam suas infelizes sementes;
  • quando os pendores asselvajados não encontram orientação;
  • quando as ilusões e fugas, os vícios e aliciamentos levam às drogas, ao sexo desvairado, às ambições absurdas, explodindo nas ruas do mundo e invadindo os lares;
  • quando os governantes perdem a dignidade e estimulam a prevalência da ignorância, provocando guerras nacionais e internacionais...
  • A violência, de qualquer natureza, é atraso moral, síndrome do primitivismo humano remanescente.
***
  • O homem e a mulher estão fadados à paz, à glória estelar.
  • Assim, liberta-te daqueles remanescentes agressivos que terminam insuflando-te reações infelizes.
  • Se te compraz ainda mantê-los, tem a coragem de te violentares, superando-os ou domando-os, e contribuirás para o apressar do progresso humano.
  • Como não te é lícito conivir com o erro, ensina pela retidão os mecanismos da felicidade, evitando a ira, a cólera, o ódio.
  • A ira é fagulha que ateia o fogo da violência. A cólera é combustível que a mantém, e o ódio é labareda que a amplia.
  • Pensa em Jesus, e, em qualquer circunstância, interroga-te como Ele agiria, se estivesse no teu lugar. Tentando-o, lograrás imitá-lO, fazendo como Ele, sem nenhuma violência.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

10 agosto 2006

Recebemos o que damos - Waldenir Aparecido Cuin

“Todos somos suscetíveis de realizar muito, na esfera de trabalho em que nos encontramos”. (Emmanuel)

Se desejamos que nos compreendam em nossos pontos de vista comecemos a respeitar, mesmo que não concordemos, as opiniões alheias.
Se desejamos que reconheçam o valor das atividades que desenvolvemos, aprendamos a atribuir a devida consideração ao que os outros fazem.
Se desejamos receber do próximo, palavras de incentivo e aplauso pelo nosso modo de vida, não esqueçamos de também levar nosso estímulo àqueles que nos rodeiam.

Se desejamos que a felicidade desabroche em nosso coração, exalando o perfume do bem estar, tomemos a iniciativa de plantar primeiro a felicidade nos corações que convivem conosco.

Se desejamos que a paz tranqüilize o roteiro da nossa existência, procuremos imediatamente agir de forma que nossos atos possam serenar os dias do irmão de caminhada.

Se desejamos que a sociedade descubra a importância dos nossos esforços para o bem comum, cuidemos de observar se o que estamos fazendo realmente está proporcionando algum benefício social.

Se desejamos que os nossos amigos, vizinhos e parentes nos tratem com simpatia e cordialidade, observemos se de nossa parte estamos emitindo tais sentimentos na direção deles.

Se desejamos que o nosso patrão ou o nosso empregado corresponda às expectativas da dignidade, lisura e do fiel cumprimento dos deveres, reflitamos em nosso comportamento para concluir se estamos correspondendo aos anseios daqueles que também esperam de nós.

Se desejamos que a nossa família nos ame e respeite integralmente, procuremos envolvê-la com carinho e ternura sempre.

Se desejamos que o mundo nos atenda, sistematicamente, em nossos sonhos e desejos, analisemos nossa vida para vislumbrar o que estamos oferecendo de bom ao mundo.

Em realidade, pela sábia lei de causa e efeito, de ação e reação, cada um colherá o reflexo do que oferecer aos outros.

Assim, mediante o que somos, fazemos e pensamos, estaremos construindo uma vida de paz e felicidade ou edificando a nossa própria ruína.

Portanto, nossas expectativas de viver uma jornada de plenas realizações depende, exclusivamente, do que fazemos e não do que os outros fazem.
Meditemos.

Livro : “Em busca da Paz”
Waldenir Aparecido Cuin

09 agosto 2006

Casamento e Divórcio - André Luiz


Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

Esposo e esposa reconhecem para logo que não são os donos exclusivos da empresa. Sogro e sogra, cunhados e tutores consangüíneos são também sócios comanditários, cobrando os juros do capital afetivo que emprestaram, e os filhos vão aparecendo na feição de interessados no ajuste, reclamando cotas de sacrifício.

O tempo que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quanto mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimento de valores substanciais em favor do mundo e da vida do espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.

Waldo Vieira. Da obra: Sol nas Almas.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

08 agosto 2006

Convite à Prudência - Joanna de Ângelis


"De maneira que andem na prudência dos justos. " - (Lucas: 1-17.)

Este, precipitando conclusões mentais chegou, através de raciocínios falsos, a desequilíbrio injustificado.

Aquele, acoimado por inquietação exorbitante, atirou-se em torvelinho pela rota, cansando-se exaustivamente, a meio da jornada.

Esse, por distonia da razão, desesperou-se sem motivo real e exauriu as possibilidades da serenidade interior.

Aquele outro, pelo hábito contumaz da irreflexão, saltou do despenhadeiro da loucura, perdendo a oportunidade feliz.

Este outro, condicionado pelas aflições exteriores, deixou-se empolgar pela ira e agiu com desacerto.

Outro ainda, vitimado pelos condicionamentos da vida em desordem, permitiu-se corromper, antes de usar as ensanchas do bem, perdendo-se a si mesmo.

A prudência é atitude de sabedoria.

Prudência no falar; prudência no agir; prudência quando pensar.

Falar com prudência conduz o homem à atitude refletida, pois falando sem pensar, o homem perde o domínio das palavras, que, desatreladas, lavram incêndios, promovem conflitos, desarticulam programas salutares.

A palavra não pronunciada é patrimônio precioso de que o homem se pode utilizar no momento justo: a palavra liberada pode converter-se, quando dita sob impropérios, em látego que volta a punir o irresponsável que a libera.

A ação precipitada, sem a necessária prudência, invariavelmente engendra desacertos e aflições sem nome, conduzindo o aturdido ao despenhadeiro do insucesso, em cuja rampa o remorso chega tardio.

Antes de agir, o homem é depositário de todos os valores que pode investir. Após a ação colhe os resultados do ato.

Agir, portanto, através da ponderação a fim de que a atitude não se converta em algoz, que escravize o próprio instrumento.

Pensar prudentemente.

Uma palavra que nos chegue aos ouvidos, ferina, conduz-nos a uma posição exaltada, impedindo, em conseqüência, a perfeita ordenação mental, que assim nos induz, através de ângulos falsos da observação perturbada, a resultados danosos.

Pensar-refletindo predispõe a ouvir, acostumando a ver, criando o hábito de ponderar para, então, chegar às legítimas conclusões em torno dos veros problemas da vida.

Precipitado, Napoleão conquistou a Europa e, refletindo, meditou tardiamente nos erros cometidos, em Santa Helena.

Conduzido pela supremacia da força, Alexandre Magno dominou o mundo e febres estranhas tomaram-lhe o corpo jovem, antes das reflexões de que muito necessitava.

Com prudência Jesus pensou, falou e agiu.

Construído, paulatinamente, surge um reino de venturas plenas que a pouco e pouco, não obstante a precipitação destes ou daqueles apaniguados do mundo, vai fixando os seus alicerces no imo dos homens, como bandeira de paz e de esperança para a humanidade inteira na direção dos milênios.

Prudência, pois, como atitude de santificação interior.

Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis. Livro: Convites da Vida.

07 agosto 2006

Regressão da memória - Emmanuel


Se fomos trazidos à Terra para esquecer o nosso passado, valorizar o presente e preparar em nosso benefício o futuro melhor, porque provocar a regressão da memória do que fomos ou fizemos, simplesmente por questões de curiosidade vazia, ou buscar aqueles que foram nossos companheiros, a fim de regressar aos desequilíbrios que hoje resgatamos?

A nossa própria existência atual nos apresentará as tarefas e provas que, em si, são recapitulação
de nosso passado em nossas diversas vidas, ou mesmo, somente de nossa passagem última na Terra fixada no mundo físico, curso de regeneração em que estamos integrados nas chamadas provações de cada dia.

Porque efetuar a regressão da memória, unicamente para chorar a lembrança dos pretéritos episódios infelizes, ou exibirmos grandeza ilusória em situações que, por simples desejo de leviana retomada de acontecimentos, fomos protagonistas, se já sabemos, especialmente com Allan Kardec, que estamos eliminando gradativamente as nossas imperfeições naturais ou apagando o brilho falso de tantos descaminhos que apenas nos induzirão
a erros que não mais desejamos repetir?

Sejamos sinceros e lancemos um olhar para nossas tendências.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier

06 agosto 2006

Crianças - Emmanuel


"Vêde, não desprezeis alguns destes pequeninos"
Jesus (Mateus, 18:10)

Quando Jesus nos recomendou não desprezar os pequeninos, esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e à vestimenta.
Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar corpinhos enregelados.
É imprescindível o abrigo moral que assegure ao espírito renascente o clima de trabalho necessário à sua sublimação.
Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.
A vadiagem na rua fabrica delinqüentes que acabam situados no cárcere ou no hospício, mas o relaxamento espiritual no reduto doméstico gera demônios sociais de perversidade e loucura que em muitas ocasiões, amparados pelo dinheiro ou pelos postos de evidência, atravessam largas faixas do século, espalhando miséria e sofrimento, sombra e ruína, com deplorável impunidade à fente da justiça terrestre.
Não desprezes, pois, a criança, entregando-a aos impulsos da natureza animalizada.
Recorda que todos nos achamos em processo de educação e reeducação, diante do Divino Mestre.
O prato de refeição é importante no desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer "que nem só de pão vive o homem".
Lembremo-nos da nutrição espiritual dos meninos, atrvés de nossas atitudes e exemplos, avisos e correções, em tempo oportuno, de vez que desamparar moralmente a criança, nas tarefas de hoje, será condená-la ao menosprezo de si mesma, nos serviços de que se responsabilizará amanhã.

Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia Francisco C. Xavier

05 agosto 2006

Hoje - Joanna de Ângelis

Hoje

No dia de hoje, pelo menos, coloca beleza nos teus olhos, a fim de fitares a vida
com lentes mais claras.
Liberta-te das impressões negativas
que te acompanharam ao leito,
na noite passada, e dispõe-te a encarar
o mundo e as pessoas com
uma dose de boa vontade.
Notarás que o teu estado íntimo se renovará
e tudo adquirirá vida agradável ao teu redor.
A boa vontade em relação aos outros,
retorna como simpatia e camaradagem
deles, em relação a ti.
Enfrenta o dia novo, disposto a vencer
e conquistando o espaço bom
que te está reservado no mundo.


Joanna de Ângelis
Livro: "Vida Feliz" - Psicografia de Divaldo Pereira Franco

04 agosto 2006

Instante Divino - José de Castro

Não deixes passar, desapercebido, o teu divino instante de ajudar.

Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.

Repara, vigilante.

Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor.

Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade.

Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar.

Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta. Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.

Não te faças desatento.

Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante. E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.

As horas voam.

Não te detenhas.

Num simples momento, é possível fazer muito.

Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...

Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo não se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Relicário de Luz.
Ditado pelo Espírito José de Castro.
4a edição. Rio de Janeiro, RJ:FEB, 1995.

03 agosto 2006

Amor e a Alma- Teresa de Jesus

O AMOR E A ALMA

O amor é o adubo e a alma é a vida.

Dessa união floresce o lírio do bem a perfumar a Humanidade.

Jesus, o Jardineiro Divino, encarrega-se de sustentar a união entre o amor e a alma, de modo que o aroma a espraiar-se seja a luz da caridade, que esbate as trevas da ignorância e do sofrimento, modificando a paisagem aflitiva do mundo.

Quando o amor e alma se entrelaçam em perfeita comunhão, o domínio da esperança faz-se realidade que pacifica, impedindo que a violência gere a guerra e multiplique o extermínio de vidas.

Somente o amor é pão nutriente para a alma, desde que todo e qualquer alimento que se não sustente no combustível divino, deteriora e intoxica, contribuindo para a desordem e a loucura.

Por isso, a alma ama, e esse amor é fogo purificador que santifica, liberando das mazelas que deformam o caráter e impedem que a limpidez, a transparência dos sentimentos reflita a presença do Amor não amado.

Enquanto a alma não ama, desdobra os recursos da vida sem lograr viver.

A vida não se consubstancia sem o amor divino de Deus e como a alma é manifestação do Pai por amor, alma e amor são substâncias geradas na fonte excelsa do bem para a glória a que estão destinados a vida, que é a alma, e o amor, que representa o combustível que a sustenta.

Lisieux, França, 31.10.1983

NOTA: Por informação de Divaldo, a mensagem de Teresa de Jesus foi psicografada de forma muito especial. Quando o médium baiano visitava a cripta da insigne cristã, em 31.10.1983, Joanna de Ângelis informou que aquele nobre Espírito desejava mandar uma mensagem, sugerindo a Divaldo que se concentrasse, ali mesmo, no recinto da Igreja. Considerando-se a evolução da Entidade Veneranda, esta transmitiu o seu pensamento e Joanna de Ângelis captou-o, transferindo-o ao medianeiro. Joanna de Ângelis foi assim a médium para Teresa de Jesus, como Divaldo o foi para a Instrutora, num caráter especial.

Psicografia de Divaldo Pereira Franco -
Livro: "SEARA DO BEM"
Pelo espírito Teresa de Jesus

02 agosto 2006

À Frente do Desespero - Joanna de Ângelis

Dias há nos quais tens a impressão de que mesmo a luz do sol parece débil, sem que consiga fulgir nos panoramas do teu caminho. Tudo são inquietações e ansiedades que pareciam vencidas e que retornam como fantasmas ameaçadores, gerando clima de sofrimento interior.

Nessas ocasiões tudo corre mal. Acontecem insucessos imprevistos e contrariedades surgem de muitas nonadas que se amontoam, transformando-se em óbice cruel de difícil transposição.

Surgem aflições em família que navegava em águas de paz, repontam problemas de conjuntura grave em amigos que te buscam socorros imediatos e, como se não bastassem, a enfermidade chega e se assenhoreia da frágil esperança que, então, se faz fugidia.

Nessa roda vida, gritas interiormente por paz e sentes indescritível necessidade de repouso. A morte se te afigura uma bênção, capaz de libertar-te de tantas dores!...

Refaze, porém, a observação.

Tudo são testemunhos necessários à fortaleza espiritual indispensável à fixação dos valores transcendentes.

Não fora isso, porém, todas essas abençoadas oportunidades de resgate, e a vida calma amolentaria o teu caráter, conspirando contra a paz porvindoura, por adiar o instante em que ela se instalaria no seu imo.

Quando tudo corre bem em volta de nós, e de referência à nós, não nos dói a dor alheia nem nos aflige a aflição do próximo. Perdemos a percepção para as coisas sutis da vida espiritual, a mais importante , e desse modo nos desviamos da rota redentora.

Não te agastes, pois, com os acontecimentos afligentes que independem de ti.

A família segue adiante, o amor muda de domicílio, a doença desaparece, a contrariedade se dilui, a agressão desiste, a inquietude se acalma se souberes permanecer sereno ante toda dor que te chegue, enquanto no círculo de fé sublimas aspirações e retificas conceitos.

Continua fiel no posto, operário anônimo do bem de todos e espera.

Os ingratos que se acreditaram capazes de te esquecer lembrar-se-ão e possivelmente volverão; os amigos que te deixaram, os amores que não te corresponderam, aqueles que te não quiseram compreender, quantos zombaram da tua fraqueza e ridicularizam contra os teus anelos, voltarão, tornarão sim, pois ninguém atinge a plenitude da montanha sem a vitória pelo vale que necessita ser vencido.

Tem calma! Silencia a revolta!

Refugia-te na palavra clarificadora do Evangelho Consolador e enxuga tuas lágrimas com as suas lições. Dos seus textos extrai o licor de vitalidade e tece com as mãos da esperança a grinalda de paz para o coração lanhado e sofrido. Se conseguires afogar todas as penas na oração de refazimento, sairás do colóquio da prece restaurado, e descobrirás que, apesar de tudo acontecer em dias que tais, Jesus luze intimamente nas províncias do teu espírito. Poderás, então, confiar e seguir firme, certo da perene vitória do amor.