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30 abril 2016

Poder da vontade sobre as paixões - Terezinha Colle

 
PODER DA VONTADE SOBRE AS PAIXÕES

A vontade não é um atributo especial do espírito; é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento transformado em força motriz. 1

A questão da liberdade moral do homem sempre foi objeto de estudo por parte e filósofos de todos os tempos. “Segundo a ideia falsíssima de que lhe não é possível reformar sua própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos nos quais se compraz voluntariamente, ou que exigiriam muita perseverança. É assim, por exemplo, que o indivíduo propenso a encolerizar-se, quase sempre se desculpa com o seu temperamento. Em vez de se confessar culpado, lança a culpa sobre a sua organização, acusando a Deus, dessa forma, de suas próprias faltas. É ainda uma consequência do orgulho que se encontra de permeio a todas as suas imperfeições.2

“Segundo a doutrina vulgar, de si mesmo tiraria o homem todos os seus instintos que, então, proviriam, ou da sua organização física, pela qual nenhuma responsabilidade lhe toca, ou da sua própria natureza, caso em que lícito lhe seria procurar desculpar-se consigo mesmo, dizendo não lhe pertencer a culpa de ser feito como é. Muito mais moral se mostra, indiscutivelmente, a doutrina espírita. Ela admite no homem o livre-arbítrio em toda a sua plenitude e, se lhe diz que, praticando o mal ele cede a uma sugestão estranha e má, em nada lhe diminui a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, o que evidentemente lhe é muito mais fácil do que lutar contra a sua própria natureza.

Assim, de acordo com a doutrina espírita, não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre cerrar ouvidos à voz oculta que lhe fala no íntimo, induzindo-o ao mal, como pode cerrá-los à voz material daquele que lhe fale ostensivamente. Pode-o pela ação da sua vontade, pedindo a Deus a força necessária e reclamando, para tal fim, a assistência dos Espíritos bons. Foi o que Jesus nos ensinou por meio da sublime prece que é a Oração Dominical, quando manda que digamos: “Não nos deixes sucumbir à tentação, mas livra-nos do mal.” 3

Somente pelo esforço da vontade podemos domar as paixões.

Vejamos, então, de maneira sintética, de onde vêm as paixões e em que diferem ou podem ser confundidas com os instintos:

“Sendo o instinto o guia e as paixões as molas da alma no período inicial do seu desenvolvimento, por vezes aquele e estas se confundem nos efeitos.

Há, contudo, entre esses dois princípios, diferenças que muito importa se considerem.

O instinto é guia seguro, sempre bom. Pode, ao cabo de certo tempo, tornar-se inútil, porém nunca prejudicial. Enfraquece-se pela predominância da inteligência.

As paixões, nas primeiras idades da alma, têm de comum com o instinto o serem as criaturas solicitadas por uma força igualmente inconsciente. As paixões nascem principalmente das necessidades do corpo e dependem, mais do que o instinto, do organismo.

O que, acima de tudo, as distingue do instinto é que são individuais e não produzem, como este último, efeitos gerais e uniformes; variam, ao contrário, de intensidade e de natureza, conforme os indivíduos. São úteis, como estimulante, até à eclosão do senso moral, que faz nasça de um ser passivo, um ser racional. Nesse momento, tornam-se não só inúteis, como nocivas ao progresso do Espírito, cuja desmaterialização retardam. Abrandam-se com o desenvolvimento da razão.

O homem que só pelo instinto agisse constantemente poderia ser muito bom, mas conservaria adormecida a sua inteligência. Seria qual criança que não deixasse as andadeiras e não soubesse utilizar-se de seus membros. Aquele que não domina as suas paixões pode ser muito inteligente, porém, ao mesmo tempo, muito mau. O instinto se aniquila por si mesmo; as paixões somente pelo esforço da vontade podem domar-se.” 4

O homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso.

“O corpo não dá cólera àquele que não na tem, assim como não dá os outros vícios; todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito; a não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nisso não pode atuar; mas ele pode modificar o que é do Espírito, quando tem firme a vontade.

Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob as vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso.” 5

Eis um exemplo notável do poder da vontade sobre as paixões, do qual reproduzimos aqui uma parte: 6

“Um jovem de vinte e três anos, o Sr. A..., de Paris, iniciado no Espiritismo apenas há dois meses, com tal rapidez assimilou o seu alcance que, sem nada ter visto, o aceitou em todas as suas consequências morais. Dirão que isto não é de admirar da parte de um moço, e só uma coisa prova: a leviandade e um entusiasmo irrefletido.

Seja. Mas continuemos. Esse jovem irrefletido tinha, como ele próprio reconhece, um grande número de defeitos, dos quais o mais saliente era uma irresistível disposição para a cólera, desde sua infância. Pela menor contrariedade, pelas causas mais fúteis, quando entrava em casa e não encontrava imediatamente o que queria; se uma coisa não estivesse em seu lugar habitual; se o que tivesse pedido não estivesse pronto em um minuto, entrava em furores, a ponto de tudo arrebentar.

Chegava a tal ponto que um dia, no paroxismo da cólera, atirando-se contra a mãe, lhe disse: “Vai-te embora, ou eu te mato!” Depois, esgotado pela superexcitação, caía sem consciência. Acrescente-se que nem os conselhos dos pais nem as exortações da religião tinham podido vencer esse caráter indomável, aliás compensado por vasta inteligência, uma instrução cuidada e os mais nobres sentimentos.

Dirão que é o efeito de um temperamento bilioso-sanguíneo-nervoso, resultado do organismo e, consequentemente, arrastamento irresistível. Resulta de tal sistema que se, em seus desatinos, tivesse cometido um assassinato, seria perfeitamente desculpável, porque teria tido por causa um excesso de bile. Disso ainda resulta que, a menos que modificasse o temperamento, que mudasse o estado normal do fígado e dos nervos, esse moço estaria predestinado a todas as funestas consequências da cólera.

- Conheceis um remédio para tal estado patológico?

- Nenhum, a não ser que, com o tempo, a idade possa atenuar a abundância de secreções mórbida.

- Ora, o que não pode a Ciência, o Espiritismo faz, não lentamente e por força de um esforço contínuo, mas instantaneamente. Alguns dias bastaram para fazer desse jovem um ser suave e paciente. A certeza adquirida da vida futura; o conhecimento do objetivo da vida terrena; o sentimento da dignidade do homem, revelada pelo livre-arbítrio, que o coloca acima do animal; a responsabilidade daí decorrente; o pensamento de que a maior parte dos males terrenos são a consequência de nossos atos; todas estas ideias, bebidas num estudo sério do Espiritismo, produziram em seu cérebro uma súbita revolução.

Pareceu-lhe que um véu se erguera acima de seus olhos e a vida se lhe apresentou sob outra face. Certo de que tinha em si um ser inteligente, independente da matéria, se disse: “Este ser deve ter uma vontade, ao passo que a matéria não a tem. Então, ele pode dominar a matéria.” Daí este outro raciocínio: “O resultado de minha cólera foi tornar-me doente e infeliz, e ela não me dá o que me falta, portanto é inútil, porque assim não progredi. Ela me produz o mal e nenhum bem me dá em troca. Além disto, ela pode impelir-me a atos censuráveis e até criminosos.”

Ele quis vencer, e venceu.

“Desde então, mil ocasiões surgiram que antes o teriam enfurecido, mas ante elas ficou impassível e indiferente, com grande estupefação de sua mãe. Ele sentia o sangue ferver e subir à cabeça, mas, por sua vontade, o recalcava e o forçava a descer.

Um milagre não teria feito melhor, mas o Espiritismo fez muitos outros, que nossa Revista não bastaria para registrá-los, se quiséssemos relatar todos os que são do nosso conhecimento pessoal, relativos a reformas morais dos mais inveterados hábitos. Citamos este como um notável exemplo do poder da vontade e, além disso, porque levanta um importante problema que só o Espiritismo pode resolver.

A propósito perguntava-nos o Sr. A... se seu Espírito era responsável por seus arrastamentos, ou se apenas sofria a influência da matéria. Eis a nossa resposta:

Vosso Espírito é de tal modo responsável que, quando o quisestes seriamente, detivestes o movimento sanguíneo. Assim, se tivésseis querido antes, os acessos teriam cessado mais cedo e não teríeis ameaçado a vossa mãe. Além disso, quem é que se encoleriza? É o corpo ou o Espírito? Se os acessos viessem sem motivo, poderiam ser atribuídos ao afluxo sanguíneo, mas, fútil ou não, tinham por causa uma contrariedade.

Ora, é evidente que o contrariado não era o corpo, mas o Espírito, muito suscetível. Contrariado, o Espírito reagia sobre um sistema orgânico irritável, que teria ficado em repouso, se não tivesse sido provocado.”(...)

Lembrai-vos de que querer é poder.

As predisposições instintivas que o homem já traz ao nascer não são obstáculo ao exercício do livre-arbítrio?

“As predisposições instintivas são as do Espírito antes de sua encarnação; conforme seja ele mais ou menos adiantado, elas podem solicitá-lo a atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições; não há, porém, arrastamento irresistível quando se tem a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.” 7

“A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim: o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja incitado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir.

Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos submetemos voluntariamente. Cabe à educação combater essas más tendências. Ela terá êxito nesse combate quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.

Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisso, como dissemos, que consiste sobretudo o seu livre-arbítrio. Essa liberdade, a encarnação não a anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos Espíritos bons.” 8

“Os Espíritos que sucumbem são geralmente levados a dizer que tiveram uma carga superior às próprias forças; é um meio de escusar-se a seus próprios olhos, e ainda um resto de orgulho: eles não querem ter falido por sua própria falta. Deus não dá a ninguém mais do que se possa suportar, e não pede a ninguém mais do que se possa dar; ele não exige que a árvore recém-nascida dê frutos como a que atingiu total desenvolvimento.

Deus dá aos Espíritos a liberdade; o que lhes falta é a vontade, e a vontade depende somente deles; com a vontade não há tendências viciosas que não se possa vencer; mas, quando o Espírito se compraz numa tendência, é natural que não faça esforços para a superar. Somente a si deve atribuir as consequências que daí resultem.” 9

O corpo físico é meio de progresso para o Espírito.

“Normalmente, a encarnação não é uma punição para o Espírito, conforme pensam alguns, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de ele progredir. (O Céu e o Inferno, cap. III, nos 8 e seguintes.)

À medida que progride moralmente, o Espírito se desmaterializa, isto é, depura-se,com o subtrair-se à influência da matéria; sua vida se espiritualiza, suas faculdades e percepções se ampliam; sua felicidade se torna proporcional ao progresso realizado.

Entretanto, como atua em virtude do seu livre-arbítrio, pode ele, por negligência ou má vontade, retardar o seu avanço; prolonga, conseguintemente, a duração de suas encarnações materiais, que, então, se lhe tornam uma punição, pois que, por falta sua, ele permanece nas categorias inferiores, obrigado a recomeçar a mesma tarefa. Depende, pois, do Espírito abreviar, pelo trabalho de depuração executado sobre si mesmo, a extensão do período das encarnações.” 10

“Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós; muitos, contudo, são devidos à nossa vontade. Remonte cada um à origem deles e verá que a maior parte de tais sofrimentos são efeitos de causas que lhe teria sido possível evitar.

Quantos males, quantas enfermidades não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra: às suas paixões? Aquele que sempre vivesse com sobriedade, que de nada abusasse, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, a muitas tribulações se forraria.”(...)

“Ele tem o livre-arbítrio, e por consequência a escolha entre fazer e não fazer; que ele dome suas paixões animais; que não tenha ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; que não seja dominado pelo egoísmo; que purifique sua alma por bons sentimentos; que ele faça o bem; que não ligue às coisas deste mundo importância que elas não merecem; então, mesmo sob seu envoltório corporal, está já depurado, está já desprendido da matéria e, quando deixar esse envoltório, não mais sofrerá sua influência.” 11

“Deus estabeleceu leis plenas de sabedoria, que têm por único objetivo o bem; em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para segui-las; sua rota é traçada por sua consciência; a lei divina está gravada em seu coração; e, ao demais, Deus lhas lembra constantemente por intermédio de seus messias e seus profetas, por todos os Espíritos encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte.

Se o homem se conformasse rigorosamente às leis divinas, indubitavelmente evitaria os mais agudos males e viveria feliz na Terra. Se ele não o faz, é em virtude do seu livre-arbítrio, e sofre então as consequências. (Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, nos 4, 5, 6 e seguintes.)12

A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea; a vontade é o atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante.13

Referência:

1 Revista Espírita, dezembro de 1864 - Da comunhão de pensamentos.
2 Hahnemann. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX - Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos - Instruções dos Espíritos - A cólera, item 10.
3 O Livro dos Espíritos, parte terceira - Das leis morais, cap. X - 9. Lei de liberdade - Resumo teórico do móvel das ações humanas, item 8
4 A Gênese, cap. III - O bem e o mal - O instinto e a inteligência, itens 18 e 19.
5 Hahnemann. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX - Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos - Instruções dos Espíritos - A cólera, item 10.
6 Extrato dos trabalhos da Sociedade Espírita de Paris, publicado na Revista Espírita de julho de 1863. 7 O Livro dos Espíritos, item 845.
8 O Livro dos Espíritos, parte terceira - Das leis morais, cap. X - 9. Lei de liberdade - Resumo teórico do móvel das ações humanas, item 872. 9 O Céu e o Inferno - Exemplos - Capítulo IV - Espíritos sofredores - Príncipe Ouran.
10 A Gênese, cap. XI - Gênese espiritual - Encarnação dos Espíritos, item 26.
11 O Livro dos Espíritos - Parte Segunda - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos, cap. VI - Da vida espírita – Ensaio teórico da sensação nos Espíritos, item 257.
12 A Gênese, cap. III - O bem e o mal - Origem do bem e do mal, item 6.
13 O Livro dos Médiuns - segunda parte - Das manifestações espíritas, cap. VIII - Do laboratório do mundo invisível - Ação magnética curadora, item 131.


Terezinha Colle

29 abril 2016

Como faço para saber qual é a missão da minha alma? - Bruno J. Gimenes

 
COMO FAÇO PARA SABER QUAL É A MISSÃO DA MINHA ALMA?

A missão de cada um tem conteúdos específicos e intransferíveis, carregados de dons únicos e potenciais que somente aquele indivíduo conseguiria desenvolver. Muito embora quando falamos sobre a missão de cada um, passamos a ideia de uma tarefa única, personalizada, encontrar e realizar a missão da alma tem aspectos genéricos que se aplicam a qualquer ser humano.

Todos temos dons ocultos específicos que podem e devem ser aflorados durante a vida, os quais se bem aproveitados, poderão promover um incrível aumento na plenitude e na alegria de existir de uma pessoa. Contudo, mesmo após aflorar determinados dons, muitas pessoas ainda munidas de potenciais latentes, não conseguem se concentrar no que realmente importa, a evolução da consciência e o foco em um estilo de vida voltado para os valores da alma.

A maioria das pessoas que em algum momento se perguntam sobre suas missões aqui na Terra, já começaram a sentir um dos primeiros sintomas que indicam que elas não estão alinhadas com os seus propósitos: o sentimento de vazio. Este sentimento não vem sozinho, com ele sempre encontramos a angústia, a frustração e o desânimo que gera o efeito nota 5.

O efeito nota 5 é aquele conjunto de características que surge em uma pessoa que não faz o que ama fazer, que não vive uma vida cheia de propósitos, que não tem alegria no olhar, que não consegue construir aquele tipo de motivação que transforma os lugares por onde elas passam. São pessoas que fazem "tudo direitinho", que pagam as suas contas, que não fazem mal a ninguém, que são bons cidadãos e só! Não tem energia para criar novos projetos e para inspirar mais pessoas a tal. E a simples razão é porque não estão focando o estilo de vida para os valores da alma.

PRINCÍPIOS VALIOSOS

Se você quer encontrar e realizar a missão da sua alma, alguns passos são necessários para que você comece a se alinhar com você mesmo, e para isso, você precisará entender que:

1- Evoluir sempre é a questão mais importante da nossa existência. Em primeiro lugar você precisa melhorar os aspectos da sua consciência, curando os traços negativos da sua personalidade, como raiva, medo, tristeza, mágoa, pessimismo, intolerância, agressividade, tendência a criticar, tendência a controlar os outros, tendência a se isolar do mundo, tendência a se culpar, e assim por diante. Leia livros, faça cursos, terapia, participe de grupos específicos, todavia jamais, sob nenhuma circunstância, deixe de dar prioridade número a curar os seus pensamentos e emoções negativas.

2- Entenda que você é 100% responsável por você. Ninguém é responsável pela sua felicidade e você também não é responsável pela felicidade de ninguém. Arregace as mangas e siga em frente com vontade de fazer a diferença. Você pode até não saber o que está fazendo e também não ter certeza se está no caminho certo, mas se você estiver cheio de ânimo para encontrar o seu caminho, naturalmente irá encontrar, pois esse movimento obedece a leis naturais.

3- Você não conseguirá ir a lugar nenhum se não valorizar o que você é e o que você tem no agora. Jamais reclame, jamais critique, tampouco gaste o seu tempo se lamentando pelo que não tem ou não conseguiu. Entenda o seu momento atual como um nível necessários, mas projete mentalmente onde você quer chegar e como você quer se sentir. Todos os dias, sem exceção agradeça todas as suas bênçãos, agradeça a sua vida e tudo ao seu redor, e em seguida, volte o pensamento para onde você quer chegar. Gratidão e foco no seu objetivo são ingredientes mágicos que irão turbinar a sua energia interna de realização.

4- Ser para ter é a chave. No mundo atual, a maioria das pessoas olha ao seu redor e em algum momento sente uma carência profunda por não ter os bens materiais que o vizinho tem, por não ter o emprego que um amigo tem ou o relacionamento perfeito que aquela pessoa que está na mídia. Nesse momento, de forma ilusória, a pessoa pode acreditar que para ser feliz precisará dos bens materiais do vizinho, do emprego do amigo ou o relacionamento perfeito daquela celebridade. Como dificilmente ela conseguirá tudo isso, tal e qual as pessoas citadas conseguiram, então o sentimento de carência pode vir à tona com toda força. Esse é um erro comum.

Você não pode inverter o caminho das coisas, não podemos ter algo para ser, entretanto, devemos ser para ter. E o ser para ter envolve exatamente a aplicação correta do princípio 1. Você não pode afogar um sentimento ruim, apenas curá-lo, portanto, não é com uma conquista material, relacionamento ou emprego dos sonhos que você deixará de sentir emoções negativas. Apenas com consciência sobre você, sobre a sua existência, sobre os seus papeis e o sentido da sua vida, é que você conseguirá saciar a carência natural que surge quando olhamos o nosso mundo e as coisas ao nosso redor.

5- Adquira o habito da reflexão diária. Sem parar todos os dias, silenciando os sons externos e acalmando a mente, você jamais escutará a voz da sua alma. Internamente, no âmago da nossa consciência encontramos as respostas certas para absolutamente todas as situações da nossa vida, contudo, não somos acostumados a isso. Todos os dias, feche os olhos por dez minutos e faça perguntas mentalmente para você, as quais tem o objetivo de analisar como a sua alma se sente quanto a forma como você vem vivendo a sua vida. Faça cada uma das perguntas, depois aguarde surgir automaticamente as respostas. Em seguida, respire fundo, corte a conexão com a pergunta anterior, e continue se perguntando mais por alguns minutos. Algumas perguntas que você pode se fazer são:

- Se eu morresse hoje, como eu me sentiria? Estaria pronto para ir? Quais assuntos pendentes ficariam? Quais emoções negativas eu sentiria? Porque? Quais as pessoas que ainda eu precisaria me harmonizar? Por que eu não fiz isso ainda?

- Quais são os meus principais defeitos? Quais são os meus principais defeitos segundo a opinião das pessoas que eu mais convivo?

- O que eu poderia fazer para sofrer menos com situações que enfrento na vida.

- Eu estou no meu lugar no mundo?

- Quanto esforço eu faço para ser aceito(a) pelas pessoas a minha volta? Isso é realmente necessário? Eu estou agindo corretamente?

- Qual é o tamanho e qual é a qualidade do legado que eu já construí nesta vida? Quantas coisas eu já fiz pelo mundo das quais eu posso me orgulhar?

- Eu gosto do que me tornei?

- O que eu pretendo começar a fazer neste instante para melhorar a minha vida e o mundo?

Após os seus questionamentos, que não devem ser feitos em tom de raiva, cobrança ou julgamento, mas sim com leveza, faça as seguintes afirmações.

- Eu sou um filho de Deus.

- Eu sou o filho do Criador.

- Eu sou um criador também.

- Eu escolho ser feliz.

- Eu escolho viver a missão da minha alma.

- Eu posso sempre construir novos caminhos.

6- Você só muda o mundo começando por você. Você não consegue mudar no outro o que não consegue mudar em você. Ensine pelo exemplo, seja o exemplo! Se quer mais harmonia, conquiste ela primeiro. Se quer que alguém tenha mais amor, mais paciência, mais perdão, então tenha você primeiro mais amor, mais paciência e mais perdão.

7- Saia do piloto automático. O mundo de hoje está programado para as pessoas não pensarem, não refletirem e viverem dentro de uma proposta de comportamentos controlados para um padrão materialista unicamente e linear. Não assista TV demais, não leia futilidades demais, não faça o que todo mundo faz o tempo inteiro, não fique na corrida louca do inconsciente coletivo, pois assim você será engolido. Questione as rédeas da sua vida o tempo inteiro e fique atento as emoções que sentir. Sempre que se sentir mal, olhe para dentro e encontre o significado deste sentimento antes de tomar novas decisões.

8- Tenha disciplina nos assuntos essenciais. Toda pessoa, com o tempo, descobre valores os quais ela não suporta viver sem, por isso, descubra quais são esses valores na sua vida e dê muita atenção a eles. Mantenha uma disciplina impecável em manter um comportamento exemplar nestas áreas da sua vida. Por exemplo, se você já percebeu que é uma pessoa que precisa de muito descanso e boas horas de sono, crie uma rotina disciplinada para garantir que isso aconteça, pois se você ceder já conhece as consequências negativas.

Todos nós temos áreas de nossas vidas que podem ser consideradas estratégicas, então as mapeie e determine um plano de ação para que sejam bem organizadas em sua vida.

9- Viver o seu melhor é uma consequência. Quando você aplicar na sua vida, um estilo de vida e comportamentos voltados para os princípios anteriores, naturalmente os seus dons e talentos começaram a aflorar e você será inspirado a fazer novas coisas. É um movimento natural de quem lapida a sua essência, não há mistérios neste acontecimento, entretanto, abra a sua percepção pois quando você começar enxergar os seus talentos surgindo, você precisará explorá-los da melhor forma possível, e desta forma, você dará um incrível salto de qualidade na sua vida. Não há como ser feliz com seus próprios talentos se você não souber aplicar os princípios anteriormente citados.

Muita Luz!


Autor: Bruno J. Gimenes

28 abril 2016

Como nascem os espíritos? - Richard Simonetti


COMO NASCEM OS ESPÍRITOS ?

1 – Como nascem os Espíritos?
Questões dessa natureza são inabordáveis para a frágil inteligência humana. Não obstante, sabemos que o Espírito não é criado num átimo, instantaneamente, no momento da concepção, como sugere a teologia ortodoxa.

2 – O ser humano nasce a partir de uma gestação no ventre materno, que se estende por nove meses. E o Espírito?
Diríamos que há uma “gestação” no ventre da Natureza, com prolongado estágio entre os seres inferiores, envolvendo milhares de anos, sob orientação de técnicos da espiritualidade e os estímulos do instinto.

3 – Isso significa que animais e vegetais têm Espírito?
Possuem um princípio espiritual. Ao perpassar de longas eras ele desenvolve-se em complexidade, até atingir o estágio que lhe permita exercitar a razão. Paralelamente, conquista o livre arbítrio e passa a desdobrar suas experiências evolutivas não mais sob o domínio dos instintos, mas a partir de suas próprias iniciativas.

4 – Um rato, um cachorro, um inseto, uma ave, um peixe ou qualquer vegetal, todos possuem um princípio espiritual em evolução? E todos serão um dia Espíritos?
Exatamente. Não há vida sem a contraparte espiritual. O princípio espiritual, que a todos anima, será Espírito, o ser pensante, um dia. Há uma unidade de vistas na obra da Criação. Deus não admite privilégios. Estamos todos a caminho de gloriosa destinação.

5 – Isso explica por que há indivíduos que guardam um jeito animalizado, agressivos como um leão, covardes como uma hiena, venenosos como uma cobra… Estagiaram por lá há pouco?
Comportamentos dessa natureza revelam nossa natureza ainda mais próxima da animalidade, distante da angelitude. Todavia, não revelam uma influência próxima, porquanto a transição do princípio espiritual, a alma dos seres inferiores, para o ser pensante, não ocorre na Terra, mas em outros planos do Infinito, demandando largo tempo.

6 – Há uma escala a ser observada pelo princípio espiritual em evolução, envolvendo espécies e raças, no reino vegetal e animal?
Arbusto, árvore, inseto, peixe, ave, mamíferos… A lógica nos diz que existe esse escalonamento, mas não sabemos como se opera e não deve envolver todas as espécies e todas as raças, mesmo porque, no dinamismo da evolução, surgem e desaparecem espécies ao longo de milhões de anos que sustentam os processos evolutivos.

7 – Se o princípio espiritual passa por vários estágios nos reinos inferiores, isso significa que ele está submetido à reencarnação?
Sim, faz parte do processo. O princípio espiritual desdobra experiências reencarnatórias, sempre conduzido pelo instinto, desenvolvendo-se em complexidade, conquistando estágios superiores, até atingir condições para transformar-se num Espírito.

8 – Se o princípio espiritual que anima um cachorro é imortal e irá para a espiritualidade quando morrer seu corpo, isso significa que poderemos reencontrar animais de estimação, quando partirmos para o Além?
É possível mas improvável, já que, normalmente, a “alma” dos animais permanece pouco tempo na espiritualidade, logo sendo reconduzida à vida física.


Richard Simonetti
Livro Espiritismo, Tudo o que Você Precisa Saber

27 abril 2016

O Significado e o Método da Vida - Pietro Ubaldi

 
O SIGNIFICADO E O MÉTODO DA VIDA

A ciência e a razão têm prometido vários paraísos na terra, mas eles não foram realizados. Dizemos isto, não para combater ou subestimar o imenso passado e o esforço atual, heróico e justo, do mundo, para se colocar numa nova ordem, mas para acrescentar-vos que a nova civilização, que não pode ser senão a do espírito, não poderá efetivar-se antes, cada qual, individualmente, não modificar a sério a sua concepção e o seu sistema de vida. Se o mundo não se transformar, de fato, através de cada um dos seus componentes; se, não somente em palavras, mas também na realidade da vida, não se inaugurar, em vasta escala, uma nova tábua de valores, uma nova civilização não se formará. Assim como hoje se ri do senso de honra da Idade Média, que consistia em passar a fio de espada os inimigos, assim os séculos futuros haverão de rir de alguns dos nossos conceitos de respeitabilidade e de honra, baseados na riqueza, nos títulos e nas posições sociais, filhos da egoísta luta individual. O problema da felicidade, - logo se deverá compreender -, não se resolve com o bem-estar material, mas somente atingindo, além daquele, um elevado grau de consciência, de que aquele não é mais do que meio. Enquanto fizermos da riqueza um fim em si mesmo, ela continuará envenenada e envenenará quem a possuir. A felicidade não é uma forma de abastança, mas uma íntima satisfação do espírito, um equilíbrio moral, "uma harmonia individual na harmonia cósmica". 

O homem possui também, indiscutivelmente, um espírito que não pode iludir-se e satisfazer-se somente com vantagens e gozos materiais. Além destas aquisições há todo um outro mundo, com mais vastos horizontes. O espírito sente por instinto, a necessidade de orientação conceptual, de finalidade das ações, de coordenação dos seus próprios esforços para a meta de si mesmo no todo. Sente a necessidade de realizar qualquer coisa de sério e imperecível, para quando tiver chegado ao fim da vida. Se o homem não possui também estas coisas imponderáveis, sente-se freqüentemente, sem saber como explicar, insatisfeito, infeliz.

Enquanto o mundo se ocupar das construções materiais, antes das construções espirituais, e não se ocupar destas como coisas principais, a vida será desperdiçada, as leis biológicas serão traídas, e será insensato, nesse regime de insensatez, pretender colher felicidade ao invés de desesperação. Pode-se sorrir com ceticismo e expulsar o enfadonho pregador dessa verdade, mas o dilema é hoje tremendo: ou criar uma nova civilização ou retornar à barbárie. As leis da vida exigem e fazem pressão para resolver dois milênios de preparação e de espera, e não há lugar para a inconsciência dos que dormem ou gozam. Se não houver o esforço para se criar uma nova civilização, a barbárie de substância, não importa se envernizada de civilização mecânica, será uma punição para todos.

Pietro Ubaldi
Trechos do livro “História de um Homem

26 abril 2016

Sofredores Inconscientes - Cícero Pereira

 

SOFREDORES INCONSCIENTES


Muitos dos nossos irmãos, que se estatelam sob o peso dos mais aturdentes padeceres, não guardam o mínimo entendimento em torno do que vivem, nem se aprestam, em razão disso, ao esforço superador.

Encontramos, de fato, aqueles que, embora açodados por lancinantes agonias, mantêm-se acomodados ao seu ninho de agruras, como se assim devesse ser a vida, sem qualquer manifestação nobilitante no sentido de modificar o ritmo das coisas.

Temos os que, diante dos problemas, assumem atitude amadurecida, enquanto faceando o tormento, procurando desfazer-lhe a causa, determinando o advento de situações melhores.

Conhecemos outros que, perante a enfermidade soez, alteram múltiplos dispositivos, antes comuns em suas vidas, ensejando a requisição da saúde, evitando, desde então, as condições em que novamente se instale a aflição.

Presenciamos tantos companheiros da luta diária, que, quando enfrentam a sombra da violência, buscam acender o facho da indulgência, sem que, com isto, aplaudam o mal ou se amedrontem, neuroticamente; tomam as providências cabíveis, para que o drama não volte a dar-se.

Em volta dos episódios com as criaturas, há, sem dúvida, muita dor, muito sofrer. Entretanto, identificamos muita inconsciência, quando não renteamos a omissão perigosa e aniquiladora dos ideais superiores.

O Espiritismo, na sua feição de Consolador, não louva a modorra, quando as situações requerem disposição corajosa e lúcida.

Em seu empenho de renovar o ser humano, a Doutrina Espírita prescreve esforço para o amor e para a instrução, admitindo que, pelo amor, desenvolveremos paciência e afabilidade, para que nos advenha a resignação necessária, ante o inevitável; porém, será por meio da elucidação, que o conhecimento engendra, que lograremos resolver os problemas que nos alcancem e evitar, através de atitudes claras e firmes, no bem, que os fatos infelizes e frustradores se repitam em nossa estrada, ou, em caso de retornarem por outras mãos, não nos atinjam, desestruturando-nos o âmago do ser.

Para que vivamos felizes, dentro dessa felicidade que a Terra já nos permite fruir, será preciso enfrentar as lutas, verdadeiramente ásperas, contudo, desenvolvendo a conscientização, quanto aos nossos recursos internos e externos, que nos ajudem a conjurá-las.


Cícero Pereira
De “Nossas Riquezas Maiores”
De J. Raul Teixeira – Diversos Espíritos

25 abril 2016

Enganos antes os Espíritos - André Luiz







Julgar que todos os espíritos benevolentes que se comunicam na Terra são instrumentos imaculados. Desencarnação é vida em outra face.

Considerar que eles veiculam princípios de virtude, como se fossem anjos flanando nos céus, dando conselhos que nada lhes custa. O professor reconhece-se impelindo a disciplinas mais austeras que as dos alunos para ser digno da missão de ensinar.

Chamá-los, a propósito de bagatelas. Criaturas relativamente educadas sabem respeitar os horários alheios.

Solicitar-lhes concurso em problemas estritamente materiais. Nenhum de nós, conquanto satisfeitos de ser úteis, furtará obrigações dos outros, das quais eles necessitam para a segurança da própria felicidade.

Censurá-los por não estarem à nossa inteira disposição. Amigos sinceros e conscientes não escravizam amigos.

Complicar as consultas que lhes queiramos fazer, com a desculpa de lhes testar a existência. Só os corações irresponsáveis intentariam transformar os entes amados em ledores de buena-dicha.

Exigir-lhes a verdade total. Todos nós cultivamos o tato psicológico no trato recíproco e não ignoramos que certas revelações funcionam nos mecanismos da alma, assim como determinados medicamentos que somente beneficiam os mecanismos do corpo em dose adequada.

Criticar-lhes sem ponderação e respeito as falhas quando apareçam. A pessoa de bom senso compreende claramente o desacerto do benfeitor de que já recebeu noventa e nove favores perfeitos, através de recursos imperfeitos, como sejam os canais mediúnicos terrestres e doente algum pode queixar-se quando ele mesmo procura obscurecer, por todos os modos, os raciocínios e manifestações do médico.

Não desconhecemos que entre a encarnação, a desencarnação e a reencarnação, todos somos espíritos em trabalho evolutivo.

A Doutrina Espírita é o fiel da balança de nossas relações uns com os outros, nos planos a que se acolhem desencarnados e encarnados, representando orientação e luz, ensinamento e pedra de toque. Diante dela os espíritos têm responsabilidade e os homens também.

Pelo Espírito André Luiz
Do livro: Opinião Espírita
Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

24 abril 2016

Amigos Espirituais - Joanna de Ângelis


AMIGOS ESPIRITUAIS


A Providência divina manifesta-se incessantemente em todas as situações e lugares, proporcionando vasta gama de recursos, com vistas a proteção, ao futuro e ao progresso da criaturas.

Este amparo acontece de infinitos modos ...

Um deles dá-se por intermédio de tutores espirituais, conhecidos no meio espírita pelo nome de guias espirituais ou amigos espirituais.

É grandiosa e sublime a doutrina dos guias espirituais, pois revela a providência, a bondade do criador para com seus filhos, provendo-os de meios para o aperfeiçoamento.

Para efeitos didáticos Kardec classificou os guias espirituais em três categorias:
1- Espíritos protetores
2- Espíritos familiares
3- Espíritos simpáticos

O Espírito protetor, ou anjo guardião, é sempre um bom espírito, mais evoluido.

Trata-se de um orientador principal e superior. Sua missão assemelha-se de um pai com relação aos filhos: a de orientar o seu protegido pela senda do bem , auxília-lo com seus conselhos, consolá-los em suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.

Os Espíritos protetores não constituem seres privilegiados, criados puros e perfeitos mas sim Espíritos que chegaram a meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso.

A missão dos Espíritos protetores tem duração mais ou menos prolongada, pois estes acompanham o protegido desde o nascimento até a desencarnação, e muitas vezes durante várias existências corpóreas.

São almas que já trilharam as experiências de diferentes encarnações, as mesmas pelas quais estamos passando, e conquistaram, pelo próprio esfôrço, uma ordem elevada .

A atuação do protetor espiritual não é de intervenção absoluta, pois apesar de influir em nossa vontade, evita tomar decisões por nós e contra nosso livre árbitrio ...

Sofre quando erramos, embora esse sofrimento não seja revestido das mesmas paixões humanas, porque ele sabe que, mais cedo ou mais tarde, o seu tutelado voltará ao bom caminho.

Os Espíritos protetores, em realidade jamais abandonam seus protegidos, apenas se afastam ou "dão um tempo" quando esses não ouvem seus conselhos.

Espíritos protetores dedicam-se mais a orientação de uma pessoa em particular, não deixando, entretanto, de velar por outros indivíduos, embora o façam com menos exclusividade. Exercem supervisão geral sobre nossas existência, tanto no aspecto intelectual, incluindo as questões de ordem material, quanto moral, emprestando enfase a esta última, por ser a que tem preponderância em nosso futuro de seres imortais.

Desde porém que chamados, voltam para seus pupilos, a fim de auxiliá-los no recomeço.

Por isso atendemos ao conselho de Joanna de Ângelis:
- Tome cuidado para que não se afaste psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta de seu protegido, mas este, por presunção ou ignorancia rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando-lhe da rota libertadora.

Quando erres e esperimente a solidão refaze o passo busca -o pelo pensamento em oração , partindo de imediato para a ação edificante.

Momento chega, porém em que o apendiz deixa de ser tutelado. Isso acontece quando o espírito atinge o ponto de guiar-se a si mesmo, estágio que por enquanto não se dá na Terra planeta de expiações e provas.

Espírtos familiares são orientadores secundários....

Embora menos evoluidos, igualmente querem o nosso bem.

Podem ser os Espíritos de nossos parentes, familiares ou amigos. Seu poder é limitado e sua missão é mais ou menos temporária junto ao protegido.

Ocupam-se com particularidades da vida intima do protegido e só atuam por ordem ou permissão dos Espíritos protetores, como por exemplo quando o socorrido está recalcitrante e não ouve os conselhos superiores, ou apresentam comportamento enigmático.

Nessa hipótese,o Espírito familiar por ter mais intimidade e vínculos sentimentais com o protegido, é aceito como colaborador, de modo a auxiliar na solução de problemas específicos. Podem por exemplo, influenciar na decisão de um casamento, nas atividades profissionais, ou mesmo na tomada de decisões importantes que envolvam o cumprimento da Lei de Causa e Efeito, conforme a necessidade do atendido...

Espíritos simpáticos: podem ser bons ou maus, conforme a natureza das nossas disposições intimas. Ligam-se a nós por uma certa semelhança de gostos, de acordo com nossas inclinações pessoais. A duração de suas relações, que também são temporárias, se acha subordinada a determinadas circunstâncias, vinculadas a persistência dos desejos e do comportamento de cada um. Se simpatizam com nossas idéias, com nossos projetos, procuram nos ajudar e, muitas vezes, tomam nossas dores contra nosso adversários, situação em que não contam com beneplácito dos Espíritos protetores.

Em síntese...
Deus não nos atende pessoalmente, conforme nossos caprichos, mas por intermédio de suas leis imutáveis, e de seus mensageiros, isto é, Deus auxilia as criaturas por intermédio das criaturas.

O amigo espiritual comparece quando é invocado por meio de uma simples prece.

Ninguém está desamparado não existe parcialidade nem privilégio nas leis Divinas ou seja, cada um recebe de acordo com seu merecimento de conformidade com seus esforços...

O processo, no qual te encontras engajado, é de evolução, resolve-te por avançar, sem as contramarchas tormentosas. Ascendendo psiquicamente e harmonizando-se emocionalmente, far-te-as respeitado pelos Espíritos perturbadores que, mesmo intentando molestar-te não encontrarão receptividade da tua parte.

Recorda-te por fim de Jesus.

Quem o encontrou, descobriu um tesouro luminoso, e, enriquecendo-se com Ele, jamais tropeçará em sombra e aflições.

Impregna-te dele, e sê feliz, sem mais controvérsia.


Joanna de Angelis
Obra:Vigilância
Psicografia de  Divaldo Pereira Franco

23 abril 2016

O Espiritismo e as Mulheres - Léon Denis


O ESPIRITISMO E AS MULHERES


Encontram-se, em ambos os sexos, excelentes médiuns; é à mulher, entretanto, que parecem outorgadas as mais belas faculdades psíquicas. Daí o eminente papel que lhe está reservado na difusão do novo Espiritualismo.

Malgrado às imperfeições inerentes a toda criatura humana, não pode a mulher, para quem a estuda imparcialmente, deixar de ser objeto de surpresa e algumas vezes de admiração. Não é unicamente em seus traços pessoais que se realizam, em a Natureza e na Arte, os tipos da beleza, da piedade e da caridade; no que se refere aos poderes íntimos, à intuição e adivinhação, sempre foi ela superior ao homem. Entre as filhas de Eva é que obteve a antiguidade as suas célebres videntes e sibilas. Esses maravilhosos poderes, esses dons do Alto, a Igreja entendeu, na Idade Média, aviltar e suprimir, mediante os processos instaurados por feitiçaria. Hoje encontram eles sua aplicação, porque é sobretudo por intermédio da mulher que se afirma a comunhão com a vida invisível.

Mais uma vez se revela a mulher em sua sublime função de mediadora que o é em toda a Natureza. Dela provém a vida; e ela a própria fonte desta, a regeneradora da raça humana, que não subsiste e se renova senão por seu amor e seus ternos cuidados. E essa função preponderante que desempenha no domínio da vida, ainda a vem preencher no domínio da morte. Mas nós sabemos que a morte e a vida são uma, ou antes, são as duas formas alternadas, os dois aspectos contínuos da existência.

Mediadora também é a mulher no domínio das crenças. Sempre serviu de intermediária entre a nova fé que surge e a fé antiga que definha e vai desaparecendo. Foi o seu papel no passado, nos primeiros tempos do Cristianismo, e ainda o é na época presente. O Catolicismo não compreendeu a mulher, a quem tanto devia. Seus monges e padres, vivendo no celibato, longe da família, não poderiam apreciar o poder e o encanto desse delicado ser, em quem enxergavam antes um perigo.

A antiguidade pagã teve sobre nós a superioridade de conhecer e cultivar a alma feminina. Suas faculdades se expandiam livremente nos mistérios. Sacerdotisa nos tempos védicos, ao altar doméstico, intimamente associada, no Egito, na Grécia, na Gália, às cerimônias do culto, por toda a parte era a mulher objeto de uma iniciação, de um ensino especial, que dela faziam um ser quase divino, a fada protetora, o gênio do lar, a custódia das fontes da vida. A essa compreensão do papel que a mulher desempenha, nela personificando a Natureza, com suas profundas intuições, suas percepções sutis, suas adivinhações misteriosas, é que foi devida a beleza, a força, a grandeza épica das raças grega e céltica.

Porque, tal seja a mulher, tal é o filho, tal será o homem. É a mulher que, desde o berço, modela a alma das gerações. É ela que faz os heróis, os poetas, os artistas, cujos feitos e obras fulguram através dos séculos. Até aos sete anos o filho permanecia no gineceu sob a direção materna. E sabe-se o que foram as mães gregas, romanas e gaulesas. Para desempenhar, porém, tão sagrada missão educativa, era necessária a iniciação no grande mistério da vida e do destino, o conhecimento da lei das preexistências e das reencarnações; porque só essa lei dá à vida do ser, que vai desabrochar sob a égide materna, sua significação tão bela e tão comovedora.

Essa benéfica influência da mulher iniciada, que irradiava sobre o mundo antigo como uma doce claridade, foi destruída pela lenda bíblica da queda original.

Segundo as Escrituras, a mulher é responsável pela proscrição do homem; ela perde Adão e, com ele, toda a Humanidade; atraiçoa Sansão. Uma passagem do Eclesiastes a declara “uma coisa mais amarga que a morte”. O casamento mesmo parece um mal: “Que os que têm esposas sejam como se não as tivessem” – exclama Paulo.

Nesse ponto, como em tantos outros, a tradição e o espírito judaico prevaleceram, na Igreja, sobre modo de entender do Cristo, que foi sempre benévolo, compassivo, afetuoso para com a mulher. Em todas as circunstâncias a escuda ele com sua proteção; dirige-lhe suas mais tocantes parábolas. Estende-lhe sempre a mão, mesmo quando decaída. Por isso as mulheres reconhecidas lhe formam uma espécie de cortejo; muitas o acompanharão até a morte.

A situação da mulher, na civilização contemporânea, é difícil, não raro dolorosa. Nem sempre a mulher tem para si os usos e as leis; mil perigos a cercam, se ela fraqueja, se sucumbe, raramente se lhe estende mão amiga. A corrupção dos costumes fez da mulher a vítima do século. A miséria, as lágrimas, a prostituição, o suicídio – tal é a sorte de grande número de pobres criaturas em nossas sociedades opulentas.

Uma reação, porém, já se vai operando. Sob a denominação de feminismo, um certo movimento se acentua legítimo em seu princípio, exagerado, entretanto, em seus intuitos; porque ao lado de justas reivindicações, enuncia propósitos que fariam da mulher, não mais mulher, mas cópia, paródia do homem. O movimento feminista desconhece o verdadeiro papel da mulher e tende a transviá-la do destino que lhe está natural e normalmente traçado. O homem e a mulher nasceram para funções diferentes, mas complementares. No ponto de vista da ação social, são equivalentes e inseparáveis.

O moderno Espiritualismo, graças às suas práticas e doutrinas, todas de ideal, de amor, de equidade, encara a questão de modo diverso e resolve-a sem esforço e sem estardalhaço. Restitui a mulher seu verdadeiro lugar na família e na obra social, indicando-lhe a sublime função que lhe cabe desempenhar na educação e no adiantamento da Humanidade. Faz mais, reintegra-a em sua missão de mediadora predestinada, verdadeiro traço de união que liga as sociedades da Terra às do Espaço.

A grande sensibilidade da mulher a constitui o médium por excelência, capaz de exprimir, de traduzir os pensamentos, as emoções, os sofrimentos das almas, os altos ensinos dos Espíritos celestes. Na aplicação de suas faculdades encontra ela profundas alegrias e uma fonte viva de consolações. A feição religiosa do Espiritismo a atrai e lhe satisfaz as aspirações do coração, as necessidades de ternura, que estendem, para além do túmulo, aos entes desaparecidos. O perigo para ela, como para o homem, está no orgulho dos poderes adquiridos, na suscetibilidade exagerada. O ciúme, suscitando rivalidades entre médiuns, torna-se muitas vezes motivo de desagregação para os grupos.

Daí a necessidade de desenvolver na mulher, ao mesmo tempo que os poderes intuitivos, suas admiráveis qualidades morais, o esquecimento de si mesma, o júbilo do sacrifício, numa palavra, o sentimento dos deveres e das responsabilidades inerentes à sua missão mediatriz.

O Materialismo, não ponderando senão o nosso organismo físico, faz da mulher um ser inferior por sua fraqueza e a impele à sensualidade. Ao seu contato, essa flor de poesia verga ao peso das influências degradantes, se deprime e envilece. Privada de sua função mediadora, de sua imaculada auréola, tornada escrava dos sentidos, não é mais um ser instintivo, impulsivo, exposto às sugestões dos apetites mórbidos. O respeito mútuo, as sólidas virtudes domésticas desaparecem; a discórdia e o adultério se introduzem no lar; a família se dissolve, a felicidade se aniquila. Uma nova geração, desiludida e céptica, surge do seio de uma sociedade em decadência.

Com o Espiritualismo, porém, ergue de novo a mulher a inspirada fronte; vem associar-se intimamente à obra de harmonia social, ao movimento geral das ideias. O corpo não é mais que uma forma tomada por empréstimo; a essência da vida é o espírito, e nesse ponto de vista o homem e a mulher são favorecidos por igual. 

Assim, o moderno Espiritualismo restabelece o mesmo critério dos Celtas, nossos pais; firma a igualdade dos sexos sobre a identidade da natureza psíquica e o caráter imperecível do ser humano, e a ambos assegura posição idêntica nas agremiações de estudo.

Pelo Espiritismo se subtrai a mulher ao vértice dos sentidos e ascende à vida superior. Sua alma se ilumina de clarão mais puro; seu coração se torna o foco irradiador de ternos sentimentos e nobilíssimas paixões. Ela reassume no lar a encantadora missão que lhe pertence, feita de dedicação e piedade, seu importante e divino papel de mãe, de irmã e educadora, sua nobre e doce função persuasiva.

Cessa, desde então, a luta entre os dois sexos. As duas metades da Humanidade se aliam e equilibram no amor, para cooperarem juntas no plano providencial, nas obras da Divina Inteligência.


Léon Denis

22 abril 2016

Tomerntosas Ansiedades - Jorge Hessen



TORMENTOSAS ANSIEDADES

A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos, como taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, aumento das secreções, aumento da motilidade intestinal, cefaleia (dor de cabeça). Quando recorrente e intensa, também é chamada de síndrome do pânico (crise ansiosa aguda). Toda essa excitação acontece decorrente de uma descarga de um neurotransmissor chamado noradrenalina, que é produzido nas suprarrenais, lócus cerúleos e núcleo amigdaloide. [1]

A ansiedade, quando exorbita, torna-se causa de muitas enfermidades espirituais e decisões impulsivas, requerendo muitas vezes séculos para a devida reparação, sim, séculos! Jesus convidou-nos a vencer a preocupação exagerada, ou seja, a ansiedade doentia. Pronuncia o Mestre: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”. [2] A pessoa ansiosa, no desejo de acelerar o que imagina ser formidável o que há de advir, conquanto na maioria das vezes seja apenas simples capricho, atrai também dores e desgostos sobre si mesma.

As ansiedades crônicas desenham itinerários íngremes e jamais edificam algo de útil na vida de alguém. De tal modo que Emmanuel adverte: “se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão.” [3] Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus. [4]

Ademais, a conduta mental e espiritual de alguém, quando cultiva os sentimentos da ansiedade, impregna o organismo físico e o SNC (sistema nervoso central) com freqüências vibratórias infectadas que bloqueiam áreas por onde se espalha a energia vital, abrindo campo para a instalação dos múltiplos estados patológicos, em face da proliferação de agentes deletérios (microorganismos de origens psíquicas) degenerativos que se instalam. Por isso, a disciplina mental e emocional surge como sustentáculo do edifício das lutas rotineiras sob o influxo da resignação indispensável diante dos embates vitais ao nosso crescimento espiritual.

Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, não podemos simplesmente atribuí-la unicamente a uma disposição física, pois “é quase sempre efeito da comunicação em que inconscientemente entramos com os Espíritos, ou da que com eles tivemos durante o sono.” [5] Nesse caso, o processo terapêutico advém da força espiritual quando canalizada de maneira correta sobre os alicerces da educação do pensamento e da disciplina salutar dos hábitos. É um embate sem tréguas, porém o esforço para levá-lo a termo construirá bases morais sólidas naquele que se predispõe a realizá-lo.

A ansiedade pertinaz como vimos pode ser um distúrbio associado à ocorrência da alteração da noradrenalina. Quando sua produção ou forma de produção se altera podendo ocasionar a ansiedade, entre outras patologias gravíssimas, torna-se uma porta escancarada. O uso dos fármacos pode estabelecer a harmonia química cerebral, melhorando o humor do paciente, no entanto cuida simplesmente do efeito, pois os medicamentos não curam a ansiedade mórbida em suas intrínsecas causas; apenas restabelecem o trânsito das mensagens neuronais, melhorando o funcionamento neuroquímico do SNC (sistema nervoso central). Se os médicos são malsucedidos tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo, sem tratarem da alma. Isso porque com Jesus os reflexos do passado serão apenas estímulos para nos entregarmos à lida renovadora e profícua, em prol das nossas existências porvindouras.

Sim, Jesus nos enviou como legado um dos mais poderosos medicamentos contra o desassossego mental-emocional: a Codificação espírita, cujos preceitos trazem à memória humana a certeza de que, apesar dos açoites aparentemente destruidores do destino, o homem precisa conservar-se de pé, denodadamente, marchando firme ao encontro dos supremos objetivos da vida, enfrentando serenamente os obstáculos como um instrumental necessário que Deus envia às suas criaturas.


Jorge Hessen

Referências bibliográficas:

[1] Disponível em http://www.ansiedade.com.br/transtornos/ansiedade/ acesso em 29/03/2016
[2] Mt. 6:34;
[3] Xavier Francisco Cândido. Pão Nosso ditado pelo Espirito Emmanuel , cap. 8, RJ: Ed. FEB, 1999
[4] Kardec, Allan. Revista Espírita de maio de 1867, RJ: Ed FEB, 2000
[5] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 471, RJ: Ed. FEB, 1972

21 abril 2016

Conduta perante os Mentores Espirituais - André Luiz


CONDUTA PERANTE OS MENTORES ESPIRITUAIS

“Amados, não creiais a todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus.” (I JOÃO, 4:1.)

Ponderar com especial atenção as comunicações transmitidas como sendo da autoria de algum vulto célebre, e somente acatá-las pelos conceitos com que se enquadrem à essência doutrinária do Espiritismo.

A luz não se compadece com a sombra.

Abolir a prática da invocação nominal dessa ou daquela entidade, em razão dos inconvenientes e da desnecessidade de tal procedimento em nossos dias, buscando identificar os benfeitores e amigos espirituais pelos objetivos que demonstrem e pelos bens que espalhem.

O fruto dá notícia da árvore que o produz.

Apagar a preocupação de estar em permanente intercâmbio com os Espíritos protetores, roubando-lhes tempo para consultá-los a respeito de todas as pequeninas lutas da vida, inclusive problemas que deva e possa resolver por si mesmo.

O tempo é precioso para todos.

Acautelar-se contra a cega rendição à vontade exclusiva desse ou daquele Espírito, e não viciar-se em ouvir constantemente os desencarnados, na senda diária, sem maior consideração para com os ensinamentos da própria Doutrina.

Responsabilidade pessoal, patrimônio intransferível.

Honrar o nome e a memória dos mentores que lhe tenham sido companheiros ou parentes consanguíneos na Terra, abstendo-se de endereçar-lhes petitórios desregrados ou descabidas exigências.

A comunhão com os bons cria para nós o dever de imitá-los.

Furtar-se de crer em privilégios e favores particulares para si, tão somente porque esse ou aquele mentor lhe haja dirigido a palavra pessoal de encorajamento e carinho.

Auxílio dilatado, compromisso mais amplo.


Pelo Espírito André Luiz 
Psicografia Waldo Vieira