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04 setembro 2010

Se Perdoares - Joanna de Ângelis

SE PERDOARES...

Violentado pela desfaçatez do caluniador que levanta acusações infelizes contra o teu esforço de enobrecimento, pensas: "Deus me vingará!"

Aturdido em face da injustiça dos julgamentos apressados que ralam os teus mais elevados sentimentos, murmuras: "Terei minha vez, oportunamente, e saberei desforçar-me."

Apontado pelo sarcasmo de adversários gratuitos, não obstante a cordialidade que esparzes pelo caminho, reages: "Ver-lhes-ei o fim. Saberei esperar."

Traído nos mais sublimes propósitos de fidelidade e amor, não suportas, e exclamas: "Alguém cobrará por mim!"

Ignorado propositadamente pela pessoa a quem te dedicas e que te retribui a afeição com o desprezo, exclamas: "Confio no amanhã, que me fará justiça!"

Acoimado pela suspeita da impiedade, azorragado pela maledicência e pelo remoque, proferes: "São uns miseráveis! Só a morte para tais."

Em muitas situações, embora os conceitos de amor que lucilam no teu coração, não suportas as constrições e derrapas nas margens lodosas da vingança, que assoma em caráter de falso conforto.

Tisna-se, então, a lucidez, perturba-se a esperança e adentra-se no domicílio da tua mente o tóxico letal do ódio. Violentamente, às vezes, apossa-se da tua paisagem psíquica; sorrateiramente, outras, imiscui-se e insufla revolta, terminando por desarranjar a máquina harmoniosa de teu corpo e o programa da tua vida, infelicitando-te - posteriormente.

Não se turbe, todavia, a tua mente, nem se perturbem os teus sentimentos, ante as agressões dos frívolos, dos perversos e dos desalmados.

Não sabem o que fazem. São doentes em estágio de avançada enfermidade, estertorando lamentavelmente.

Não te contagies com eles.

Mantém-te em paz contigo mesmo e não te detenhas.

Guardando as mágoas - e na Terra são muitas as dificuldades que surgem produzindo mal-estares - padecerás sob imundícies e conduzirás fluidos deletérios.

Se perdoares, porém, prosseguirás em clima de renovação superior e em labor otimista.

O perdão é sempre mais útil a quem o concede.

Se perdoares o vizinho invigilante, ele se sentirá estimulado a não repetir a experiência perniciosa: poderá ajudar alguém; concederá ensejo de desculpa a outrem que o haja ofendido; sentir-se-á confiante para recomeçar tudo e volver atrás, anulando o erro cometido..

Se perdoares, auxiliarás a comunidade, medicando com amor o indivíduo que está enfermo a pesar na economia social.

Se perdoares, olvidando a ofensa e ajudando o malfeitor, terás logrado a comunhão com o Mestre Inexcedível que, embora incompreendido, traído, abandonado, martirizado e pregado a duas traves, que eram símbolos de infâmia justiçada, perdoou os que O esqueceram e prossegue até hoje amando-os, qual faz conosco próprios, que a cada instante estamos de mil formas, vigorosas ou sutis, traindo, deturpando, menosprezando, usando indevidamente as sublimes concessões que fruímos para a redenção espiritual, ainda sem o sucesso que já deveríamos ter alcançado.

Perdoa, portanto, a fim de seres perdoado.

De "Celeiro de Bênçãos",
De Divaldo Pereira Franco
Espírito Joanna de Ângelis

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