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05 julho 2006

Ataques nas boas obras - Emmanuel

Um problema existe no campo das boas obras, que surge, de vez em vez, a pedir-nos paciência e reflexão - o problema do ataque.

Reconheçamos que os irmãos mais particularmente chamados a servir são aqueles que se mostram mais intensivamente policiados por incessante e geral observação.

Freqüentemente, por esse motivo, para eles se encaminha o rigor de nossa vigilância, porquanto aspiramos vê-los sem qualquer momento infeliz.

Fácil anotar que, de hábito, cada um de nós, entre os que nos dirigem ou nos obedecem, anela encontrar criaturas tão perfeitas quanto possível. Se nos achamos em subalternidade, queremos possuir chefes que se nos façam espelhos cristalinos de bons exemplos, e, se comandamos, eis-nos a disputar cooperadores, às vezes até mesmo mais eficientes que nós próprios. Acontece, porém, que reponta o dia em que aparecem neles as imperfeições e fraquezas inerentes a nós todos - os espíritos em evolução na Humanidade Terrestre - e choca-se-nos o ideal com a realidade. Quando desprevenidos, atiramo-nos à censura sem perceber, ameaçando, em muitas circunstâncias a estabilidade das tarefas que mais amamos, ao modo de tresloucado escultor que se precipitasse a exigir a obra-prima de um dia para outro, golpeando o mármore impensadamente.

Por ocasião de quaisquer ataques, no âmbito das realizações nobres em que nos encontremos afeiçoados, verificaremos, assim, sem qualquer dificuldade, que eles são endereçados geralmente aos companheiros que estão trabalhando e produzindo o bem de todos, mesmo porque, em verdade, nas construções respeitáveis, não há tempo a perder com os irmãos ainda voluntariamente estirados na inércia.

À vista disso, nos momentos de crítica, levantamentos uma pausa dedicada à oração, porque o Senhor nos alumiará, norteando-nos a atitude; se houver erro a corrigir, alcançaremos o tato da caridade para saná-lo no reajuste; se nos achamos atacados, desculparemos, de imediato, quaisquer ofensas, multiplicando as próprias forças na precisa abnegação; e se estamos atacando alguém, aprenderemos, para logo, a identificar o lado bom da pessoa, situação, acontecimento ou circunstância que nos preocupem na causa edificante a que tenhamos empenhado o coração.

Na hora do ataque, seja qual for, recorramos ao apoio da bondade e ao recurso da prece, de vez que a oração e a misericórdia nos trarão um raio de luz da Mente Divina, ensinando-nos a ver compreender, amparar e harmonizar, auxiliar e servir.

Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

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