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30 abril 2012

Modelo e Guia - Momento Espírita


Modelo e Guia

Em O livro dos Espíritos, na questão 625, Allan Kardec pergunta: Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de modelo e guia? E os Espíritos respondem: Jesus.

Jesus é a personalidade histórica mais importante do planeta.

O meigo e singelo Carpinteiro dividiu o tempo em duas fases: antes e depois Dele.

Poucos puderam entender a fundo o Seu pensamento, ainda hoje, muito mais do que atual, moderno.

Jesus foi o Homem que deu aos outros homens um sentido definitivo para a vida: o amor.

Feminista antes do feminismo, ergueu Sua voz em defesa da mulher, ensinando a integridade e a comiseração.

Pacifista antes do pacifismo, demonstrou que a violência é a arma dos vencidos.

Humanista antes do humanismo, exemplificou a lei maior da solidariedade, apiedando-Se da dor.

Psicólogo antes da psicologia, convidou a todos para a construção conjunta de um mundo mais justo.

Ecologista antes da ecologia, sempre foi o excelente defensor da vida.

Jesus é, definitivamente, o tipo do homem ideal: simples, sábio, verdadeiro e bom.

* * *

Nesse tempo em que as ansiedades convergem para um mundo onde não haja mais a dor, a violência, a injustiça, a crueldade e a impiedade, Jesus Se faz o exemplo de vida máximo que, se for seguido, trará à Humanidade o que ela tanto busca: felicidade e paz.

Jesus não é, portanto, uma imagem esculpida a ser adorada. É o exemplo perfeito de conduta a ser estudado, sentido e vivenciado.

Jesus é o Homem integral.

* * *

Você sabia...

...que o Espiritismo é Ciência, Filosofia e Religião?

Ciência porque investiga, através da mediunidade, o mundo dos Espíritos. Filosofia porque aborda as questões básicas que afligem o homem: quem sou, de onde venho, onde estou e para onde vou?

E é Religião porque as suas conseqüências morais convidam o homem a integrar-se a Deus.

29 abril 2012

Loucura ou Comunicação com Espíritos?


Loucura ou Comunicação com Espíritos?

O uso da mediunidade pelo ser humano é muito antigo, sendo seu registro constante nas mais diversas religiões e culturas.

A prática mediúnica sempre esteve relacionada com algo extra-humano, conferindo a seus praticantes certos temor e poder. Sua ligação com a morte e os mistérios é inerente ao seu conceito de servir de elo entre espíritos de diferentes frequências espirituais.

É preciso considerar, além das influências espirituais pertinentes a cada forma de contato, o grau de estruturação do psiquismo do médium que assim procede. Nele há uma predisposição psicológica que favorece o contato com o espiritual.

Sobre essa ótica podemos também entender as obsessões, onde a nossa predisposição psicológica pode atrair maus espíritos.

“A dependência em que o homem se acha, algumas vezes, em relação aos Espíritos inferiores, provém de sua entrega aos maus pensamentos que estes lhe sugerem, e não de quaisquer acordos feitos entre eles. O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma alegoria que simboliza uma natureza má simpatizando com Espíritos malfazejos.”[1]

No Brasil no século XX, tanto a Psiquiatria como o Espiritismo estavam em busca de legitimação, de seu espaço cultural, científico e institucional dentro da sociedade brasileira. Estavam ligados às classes urbanas intelectualizadas e defendiam diferentes visões e abordagens terapêuticas relacionadas à questão da mente e da loucura.

Entre diversas pesquisas a esquizofrenia (transtorno psicótico) passou a tem ênfase nos estudos.

As diferenciações entre médiuns e esquizofrênicos começaram a ser notadas na década de 50 quando houve uma mudança de mentalidade, e essas manifestações passaram a ser vistas como sendo não patológicas quando vivenciadas dentro de uma religião.

Apesar do DSM-4, [2] ter incluído a categoria Problemas Espirituais e Religiosos, predomina no
discurso acadêmico a interpretação de que mediunidade é fraude, charlatanismo, psicopatologia, delírio, alucinação, entre outros diagnósticos, o que dificulta uma melhor compreensão do fenômeno quando ele se manifesta.

Os critérios diagnósticos utilizados atualmente para o diagnóstico da esquizofrenia têm como base o CID – 10 (código internacional de doenças) que colocam a presença de sintomas característicos por uma porção significativa de tempo durante o período de 1 mês (ou menos, se tratado com sucesso), como:

Delírios; Alucinação; Discurso desorganizado; Comportamento desorganizado ou catatônico; Sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo e outros.

Sobre esses sintomas foi elaborada uma pesquisa em 24 médiuns pelo SCAN[3], um tipo de entrevista psiquiátrica padrão e pelo DDIS (Dissociative Disorders Interview Schedule). A escala DDIS investiga a presença de 11 sintomas de primeira ordem para o diagnóstico de esquizofrenia.

Os médiuns apresentaram, em média, quatro deles, mas a presença dos sintomas não indicou a existência de nenhuma doença mental; O relatório também diz: "Além disso, eles também apresentaram uma boa adequação social e demonstraram ter uma saúde mental melhor que a da população em geral". Não houve correlação entre frequência de atividade mediúnica e problemas mentais ou desajuste social.

Desde o final da década de 90 o CID 10 (código internacional de doenças) define que há o estado normal de transe ou de possessão, que é aquele que acontece durante uma manifestação mediúnica, e o patológico, causado por alguma doença.

Na literatura científica, muitas vezes os médiuns (que se comunica com espíritos) são descritos como pessoas de baixa escolaridade e renda. Sua mediunidade deve ser entendida como um "mecanismo de defesa contra as opressões sociais", ou como manifestação de algum quadro dissociativo ou psicótico.

No entanto, um estudo realizado pelo psiquiatra Alexander Moreira de Almeida[4] com médiuns espíritas da cidade de São Paulo mostrou um perfil diferente: os médiuns apresentaram um alto nível sócio - educacional e uma prevalência de transtornos mentais menores do que a encontrada na população em geral.


“A mediunidade é uma aquisição evolutiva do espírito em face de seu refinamento, possibilitando-o perceber uma dimensão energética acima da vibração típica do corpo físico.”[5]

Allan Kardec lidou com a questão da loucura e suas relações com o Espiritismo em diversos momentos. Enfatizava a base biológica da loucura e a influência do ambiente cultural do paciente sobre o conteúdo da psicopatologia. Ao defender o Espiritismo contra os ataques a respeito das loucuras de conteúdo espírita, Kardec enfatizou a patoplastia cultural dos quadros psiquiátricos:

“A loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a certas impressões. Dada a predisposição para a loucura, esta tomará o caráter da preocupação principal, que então se muda em idéia fixa, podendo tanto ser a dos Espíritos, em
quem com eles se ocupou, como a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma ciência, da maternidade, de um sistema político ou social. Provavelmente, o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a sua preocupação dominante, do mesmo modo que o louco espírita o seria sob outra forma, de acordo com as circunstâncias [...] Não confundamos a loucura patológica com a obsessão; esta não provém de lesão alguma cerebral, mas da subjugação que Espíritos malévolosexercem sobre certos indivíduos, e que, muitas vezes, têm as aparências da loucura propriamente dita. Esta afecção, muito frequente, é independente de qualquer crença no Espiritismo e existiu em todos os tempos” [...]Quando os médicos conhecerem bem o Espiritismo, saberão fazer bem essa distinção e curarão mais doentes que com as duchas.” (Kardec, LE)[6]

O exercício da mediunidade está associado ao processo de realização pessoal, pois a vida exige
que cada um, além de ajudar o próximo, observe a si mesmo e cuide de seu mundo íntimo.

Artigo publicado na revista RIE em Outubro de 2011


[1] Comentário de Kardec à q. 549, O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 2006.

[2] Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

[3] Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry

[4] Almeida é membro do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos (Neper) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP. O núcleo tem como objetivo estudar as questões religiosas e espirituais segundo o enfoque científico, sem vínculo com nenhuma corrente filosófica ou religiosa.

[5] Retirado do livro: “Psicologia e Mediunidade”; de: Adenáuer Novaes - Salvador:
Fundação Lar Harmonia, 10/2002.

[6] ABREU, C. O Primeiro Livro dos Espíritos de Allan Kardec 1857. São Paulo: Companhia Ismael, 1957


Marcos Paterra (João Pessoa/PB) é articulista e membro do movimento espírita paraibano, colaborador de diversos sites e jornais espíritas. Email: marcos.paterra@gmail.com

28 abril 2012

De Dentro para Fora - Momento Espírita


De Dentro para Fora

É grande o número de pessoas que vive à procura de milagres para os mais variados males que as aflige.

Dizemos que procuram milagres porque a maioria busca algo que possa ser ingerido, injetado, cheirado ou passado na pele e que faça prodígios.

E as receitas não faltam: Nabo faz bem para isto. Cenoura para aquilo. Café cura tal coisa. Tal vitamina previne o envelhecimento. Tal legume faz nascer cabelo, tal erva evita a queda. E assim por diante.

Estamos sempre procurando algo que resolva nossa vida. E bom seria que uma única cápsula fosse suficiente para todos os males que nos tiram o sossego.

No entanto, nossas buscas são sempre do exterior para o interior, quando o ideal seria de dentro para fora.

Tentamos retardar o envelhecimento da pele com vitaminas, e esquecemos que o melhor remédio para esse caso, é a nossa disposição de ânimo.

O otimismo, a esperança, a alegria, o trabalho voluntário e desinteressado são excelentes contra os radicais livres.

O preconceito, o interesse pessoal, o egoísmo, o ódio, a mágoa provocam rugas no corpo e doenças na alma, problemas difíceis de tratar.

A ira, a revolta, o desejo de vingança são verdadeiros venenos para o coração. Podem provocar graves problemas cardíacos e até levar ao óbito.

A inveja, o ciúme, a maledicência, a calúnia são bombas que destroem sem deixar vestígios.

Eis aí alguns pontos que merecem, sim, atenção e cuidado, pois dizem respeito ao nosso bem-estar.

Pouco ou nenhum resultado teremos ingerindo produtos, alimentos ou remédios, se não fizermos um tratamento de intimidade, purificando a fonte das emoções.

Uma emoção desequilibrada pode causar muito mal ao nosso organismo.

Por isso é importante, se desejamos manter a saúde e o bem-estar, estabelecer alguns cuidados básicos que previnem uma série de males.

Uma boa leitura, um bom filme, um passeio, caminhadas frequentes, uma boa noite de sono, brincar com crianças, rir, saltar de alegria, meditar...

A conversa sadia com amigos, a visita a um enfermo, a uma criança internada, alguns minutos de atenção a uma criança órfã são excelente profilaxia para diversos males.

Isso é fácil de comprovar. Você deve conhecer pessoas que fazem trabalhos voluntários por prazer. Elas são sorridentes, não aparentam a idade que têm e geralmente não adoecem.

Não têm tempo para falar mal da vida alheia, não guardam mágoa, não carregam ódio, não sentem inveja nem ciúme, e estão sempre de bem com a vida.

Essas pessoas também são diferentes no ambiente onde trabalham profissionalmente, pois são leves, otimistas, e sua beleza brota de dentro para fora.

Já as pessoas que só pensam em si mesmas são mal-humoradas, prevenidas, vivem armadas contra todos, não confiam em ninguém, e geralmente aparentam mais idade do que têm.

Por todas essas razões, vale a pena investir no seu bem-estar de forma eficiente e duradoura.

Só então os produtos, alimentos e remédios poderão causar os resultados esperados, pois terão como contributo uma força que vem de dentro, potencializando seus efeitos salutares.

Os avanços científicos e tecnológicos são alavancas que podem fazer verdadeiros milagres em todas as áreas que produzem bem-estar, mas para nos ajudar com eficiência, dependem da nossa disposição íntima.

Pense nisso e comece a se cuidar, de forma correta e eficaz.

Você pode. E só você pode, pois quando se trata de zelar pela fonte da vida que existe em sua intimidade, é um trabalho que ninguém poderá fazer por você.

Cuide-se e cuide de sua saúde, começando sempre de dentro para fora...


27 abril 2012

Fazendo as Malas - Momento Espírita


FAZENDO AS MALAS

Quando uma longa viagem surge na vida de alguém, várias são as providências a tomar.

O indivíduo começa um planejamento de longo prazo, com calma e tranquilidade, para tudo poder executar a tempo.
Aos poucos vai se inteirando das informações do país em que irá morar.

Busca conhecer seus aspectos culturais, o clima, a alimentação, os hábitos locais.

E, antes de partir, aos poucos vai se desfazendo das coisas de menor importância, doando alguns pertences, passando a frente outros objetos, descartando as coisas inúteis que no tempo foi guardando.

Pondera o que efetivamente lhe é de grande valia para poder carregar consigo. Repensa em como irá conduzir a vida, a partir de uma nova morada. E aquilata as novas experiências que lhe serão possibilitadas com a viagem.
Como sabe que os anos no exílio lhe serão longos, despede-se dos amigos, não desesperadamente, mas com lágrimas de até breve.

Dá à família as instruções necessárias para sua ausência, para que tudo corra de maneira adequada e para que sua falta não lhes seja um grande fardo.

E assim se vai preparando, para que o dia da viagem não lhe chegue de forma súbita e inesperada, encontrando-o com a mala por fazer e com os preparativos ainda por se concluírem.

Assim se dá com nosso regresso ao mundo espiritual. É a viagem inevitável que todos faremos de retorno à nossa pátria, deixando a Terra que nos é escola bendita e redentora.

Como a viagem está marcada para todos e apenas desconhecemos a data da partida, que possamos aos poucos avaliar como estamos, caso logo mais sejamos convidados a voltar para casa.

Será que nos despediremos de nossos entes queridos com a tranquilidade de quem sabe que irá reencontrá-los um dia?
Será que já nos desfizemos do peso desnecessário e improdutivo que carregamos em nosso coração? Afinal, ele será a única mala que carregaremos.

Será que já nos desapegamos das coisas daqui, que hoje, por mais importantes que sejam, logo mais não terão serventia, quando partirmos?

Não poucos a morte do corpo físico arrebata de maneira despreparada e surpreendente.

Vivem como se a vida física fosse a de eternidade, sem refletir em momento algum sobre a fragilidade da existência humana, esquecendo-se que imortal é a alma, porém jamais o corpo.

Dessa forma, útil será que todos possamos, vez ou outra, refletir sobre a vida e seus valores.

Saber que ela vai muito além dos limites do corpo físico faz com que cada um de nós, aos poucos, vá arrumando as malas para a inexorável viagem de volta a casa.


Redação do Momento Espírita
http://www.momentoespirita.com.br/pt/index.php

26 abril 2012

Oração da Esperança - Bezerra de Menezes


Oração da Esperança

Senhor!

Os homens reúnem-se no mundo para pedir, reclamar, maldizer; legiões humanas devotadas à fé entregam-se para que as comandes; multidões sintonizam Contigo buscando servir-Te.

Permite-nos agora um espaço para a gratidão por estes dias de entendimento fraternal que vivemos na Casa que nos emprestastes para o planejamento das atividades evangélicas do futuro.

Como não estamos habituados a agradecer e louvar sem apresentar o rol das nossas súplicas permite-nos fazê-lo de forma diferente.

Quando quase todos pedem pelos infelizes, nós nos atreveremos a suplicar pelos infelicitadores; quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinquentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em benefício dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência; quando os pensamentos se voltam para interceder pelos esfaimados, os carentes, os desiludidos, nós nos encorajamos a formular nossas rogativas por aqueles que respondem por todos os erros que assolam a Terra, estabelecendo a miséria social, a falência moral e a derrocada nas rampas éticas do comportamento.

Não Te queremos pedir pelas vítimas de todos os matizes, senão, pelos seus algozes, os que entenebreceram os sentimentos, a consciência e a conduta, comprazendo-se, quais chacais sobre os cadáveres dos vencidos.

Tu que és o nosso Pastor e prometeste apoio a todas as ovelhas, tem misericórdia deles, os irmãos que se cegaram a si mesmos e, ensandecidos, ateiam as labaredas do ódio na Terra e fomentam as desgraças que dominam no Mundo.

Tu podes fazê-lo, Senhor, e é por isto que, em Te agradecendo todas as dádivas da paz que fruímos, não nos podemos esquecer desses que ardem nas labaredas cruéis da ignorância, alucinados pelos desequilíbrios que os tornam profundamente desditosos.

Retira dos nossos sentimentos de amor a cota melhor e canaliza-a para os irmãos enlouquecidos na volúpia do prazer, que enregelaram o coração longe dos sentimentos de humanidade e que terão que despertar, um dia, sob o látego da consciência que a ninguém poupa.

Porque já passamos, em épocas remotas, por estes caminhos, é que Te suplicamos por eles, os irmãos mais infelizes que desconhecem a própria desdita.

Quanto a nós, ensina-nos a não fruir de felicidade enquanto haja na Terra e na Pátria do Cruzeiro os que choram, os que se debatem nos desvãos da perturbação, e, consciente ou inconscientemente, Te negam a sabedoria, o amor e a condução de ternura como Pastor de nossas vidas.

Quando os Teus discípulos, aqui reunidos, encerramos esta etapa, damo-nos as mãos, e, emocionados, repetimos como os mártires do passado: - Ave Cristo! Em Tuas mãos depositamos nossas vidas, para que delas faças o que Te aprouver, sem nos consultar o que queremos, porque só Tu sabes o que é de melhor para nós.

Filhos da alma: que vos abençoe o Pai de Misericórdia e que Jesus permaneça conosco são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre.

Bezerra
Médium: Divaldo P.Franco


25 abril 2012

Redenção - Emmanuel


REDENÇÃO

1-Quando redimiremos espiritualmente a nós mesmos?
- Redimiremos a nós mesmos, quando compreendermos, conscientemente, ao preço do próprio raciocínio, que todos os sofrimentos decorrem das leis de amor que governam a vida. Para isso, é indispensável entendamos que todos vivemos subordinados ao princípio inelutável da reencarnação e que nos reencarnaremos, na Terra ou em outros mundos, tantas vezes quantas se fizeram necessárias, para que se nos edifique o aperfeiçoamento espiritual, seja diante dos imperativos da evolução, que nos traçam inevitáveis labores educativos, ou à frente dos encargos expiatórios que nos apontam graves tarefas de recapitulação e corrigenda, para o expurgo da consciência culpada.

2-Bastará apenas sofrer para que resgatemos os compromissos adquiridos nas existências passadas?
- Se temos o coração aberto em feridas profundas, isso não basta; é preciso transubstanciar as próprias dores em esperanças e ensinamentos.

3-Basta apenas chorar para realizarmos o expurgo do coração?
- Às vezes, trazemos o semblante lavado de lágrimas, no entanto, o desespero e a inconformação desmancham-se igualmente em pranto amargo; para expurgar o mundo íntimo é mister valermo-nos da provação como recurso de trabalho, para converter a tribulação em alegria e a dificuldade em lição.

4-Basta apenas bendizer as mãos que nos ferem?
- Bendigamos as mãos que nos ferem. Imperioso, porém, nos dediquemos a fazer algo a fim de que se renovem para o entendimento e para a prática do bem, sob a inspiração dos bons exemplos que lhes pudermos ofertar.

5-Basta apenas acreditar na verdade, sofrendo o escárnio dos que a recusam?
- Dizemos a verdade e, não raro, riem de nós muitas vezes, só porque isso aconteça, julgam-nos dispensados de trabalhar pela expansão de novas luzes, quando a verdade reclama continuísmo de abnegação para que triunfe a benefício de todos.

6-Basta apenas recolher pedras de ingratidão?
- Recolher pedras de ingratidão por pétalas de carinho é heroísmo de muitos. Multidões respiram nesse câmbio, estranho de padecimentos morais, preferindo acomodar-se à hipnose da queixa. A ingratidão é sempre resultado da ignorância e para que a ingratidão alheia produza bênçãos redentoras em nós, é necessário prosseguir plantando entendimento e fraternidade na terra seca da incompreensão, de que muitos outros já desertaram.

7-Para que nos purifiquemos, será suficiente acomodar-nos à tristeza e a soledade, por que nos reclamem serviço demasiado à felicidade dos outros?
- Quase sempre exigimos o máximo dos outros na construção da nossa felicidade, sem lhes darmos de nós o máximo na preservação da própria segurança. Entretanto, em apoio de nosso burilamento, urge sustentar atividades e encargos de sacrifício.

8-Ainda para isso será suficiente que padeçamos o assédio da injúria?
- Caluniam-nos freqüentemente, no entanto, só pelo fato de sermos apontados pelo dedo da injúria, isso não adianta ao aperfeiçoamento espiritual. Impreterível usar compaixão e bondade, à frente daqueles que nos perseguem.

9-Para que obtenhamos quitação, ante o pretérito culposo, bastará experimentar agruras e provações no reduto doméstico, de ânimo sistematicamente recolhido à rixa e ao mau humor?
- Em muitas circunstâncias, o lar é o cárcere dos nossos sonhos, contudo, é útil recordar que vastas fileiras de criaturas se encontram na mesma situação, agravando padecimentos e lutas pelo abandono das responsabilidades que lhes competem. A regeneração pela qual ansiamos espera por nossa felicidade aos compromissos assumidos, com a nossa disposição de arquivar planos de ventura para quando a Divina Sabedoria nos proclame a libertação.

10-A fim de que nos aperfeiçoamos, chegará viver sempre sob inquietações aflitivas?
- Vergamo-nos sob o fardo de inquietações opressivas, mas, para que essas inquietações nos sirvam ao reajuste da alma, cabe-nos a obrigação de transformá-las em testemunhos de fé e serviço ao próximo.

11-Em favor do aprimoramento próprio, será suficiente arrepender-nos dos erros e faltas cometidas?
- Convém notar que o reconhecimento dos próprios erros, perpetrados nesse ou naquele setor da existência, é o primeiro passo da reabilitação, mas, esse começo é empreendimento nulo se não resolvemos corrigir-nos com humildade e paciência, na execução dos deveres que a vida nos recomenda.

12-É lícito contarmos com o auxílio dos Espíritos Superiores grandes missionários da evolução moral na Terra para que nos apóiem no trabalho da própria regeneração?
- Sim, vezes inúmeras, costumamos refletir nas grandes façanhas dos Espíritos valorosos que transformaram a Terra... Acolheram-se à filosofia e criaram novas formas de pensamento; Abraçaram a ciência e exaltaram o progresso; Elevaram-se na cultura e engrandeceram a arte; Agigantaram-se no trabalho e aperfeiçoaram a vida; entretanto, reencarnaram-se entre os homens, lavrando o solo, mecanizando atividades, burilando palavras, renovando costumes, aprimorando leis, desbravando caminhos... Todos eles, cada qual a seu modo, entregaram-nos as chaves da evolução, melhorando a vida por fora. No íntimo, porém, seja nas horas tranqüilas da existência ou nas crises de aflição que nos supliciem a alma, é forçoso lembrar que a redenção verdadeira nasce dentro de nós.

Pelo Espírito Emmanuel
Do Livro: Leis Do Amor
Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

24 abril 2012

Holocausto a Fé - Vianna de Carvalho


Holocausto a Fé

A mensagem rutilante avançava gloriosa por quase todo o Império.

No Oriente, a palavra alcançara o Egito, Bizâncio, Cartago, Líbia e se ampliara imensamente em Israel, mesmo sob perseguições insanas... No Ocidente, galvanizava as vidas que se dedicavam a Jesus, pela imensidão da Espanha, das Gálias, da Península Itálica e, particularmente na Capital do Império, com incomparáveis demonstrações de fidelidade que culminava com o sacrifício da própria vida, abalando as estruturas hegemônicas das Legiões...

Depois das calamitosas perseguições que se prolongaram com mais ou menos vigor, Roma havia amenizado o cerco à doutrina do Crucificado, e embora não fosse aceita legalmente, conseguira erguer igrejas, difundir os ensinamentos, publicar as lições incomparáveis do Mestre, realizar reuniões...

Penetrando as classes dominantes, era praticada por comandantes de algumas tropas e seus soldados, por governantes de cidades e pelo povo...

Diocleciano, após muitas lutas sangrentas assumira a governança geral de todo o Império em 284, embora dividisse alguma regiões com outros guerreiros, logo percebendo o perigo que ameaçava a unidade de Roma, que se espalhava por, praticamente, todo o mundo conhecido, porquanto, não poucos generais e comandantes de legiões vinculados à fé cristã, recusavam-se a guerrear, não matando quem quer que fosse, e a impor as leis severas que se faziam necessárias para impedir as sedições e a fragmentação.

Advertido, mais de uma vez, por alguns generais pagãos que se opunham à fraternidade e à doutrina contrária aos deuses das suas tradições politeístas, encomendou o primeiro Édito, firmado no dia 23 de fevereiro de 303, data reservada à celebração da festa da Terminália, que se tratava de homenagear o deus Terminus, protetor das famílias e das fronteiras, coibindo a expansão da doutrina cristã, autorizando a queima dos documentos da fé nascente e a punição dos que se opunham a atender aos deveres do Estado...

A seguir, mandou preparar mais dois Éditos, que se transformaram em instrumento de perseguição sistemática e cruel, variando de acordo com a região em que eram aplicados, caracterizando o pior e mais perverso período enfrentado pelos novos cristãos.

As mais terríveis técnicas foram aplicadas para que abjurassem a fé e homenageassem os deuses.

Os holocaustos ficariam célebres pela rudeza da aplicação das penas, especialmente nos líderes das igrejas como em relação ao poviléu.

Propunha-se que abjurassem a crença e teriam a benevolência do Imperador. Mas quase todos, à exceção de um pequeno número de apóstatas, permaneceram fiéis e estoicamente enfrentaram os algozes perdoando-os como fizera Jesus.

Em Antioquia, como em Roma, alongando-se pelas províncias, mesmo as mais distantes da Capital, os cristãos eram queimados vivos em grelhas e postes, decapitados, empalados, atirados às feras, mandados ao trabalho forçado em minas perigosas de onde nunca poderiam sair com vida...

Um pouco antes, por volta do ano 286, Maximiano avançou com a Legião Tebana que fazia parte do seu exército, conseguindo a vitória almejada. Por ocasião do retorno a Agaunum, na Suíça, Maximiano, exultante, impôs que todo o exército deveria homenagear os deuses e fazer sacrifícios, coroando os atos com a proposta de execução de alguns cristãos que estavam aprisionados.

Ocorreu o inesperado, porque a Legião Tebana, comandada pelo capitão Maurício, negou-se a fazê-lo, já que era constituída de cristãos, não atendendo à imposição de celebrar os ritos impostos...

Contrariado, Maximiano impôs que a Legião fosse dizimada, isto é, um entre dez soldados fosse assassinado. Ninguém recuou, e o processo hediondo prosseguiu até a destruição da Legião, inclusive, com a morte do seu comandante, ampliando-se por outras partes do Império...

Diocleciano e os seus sequazes, logo após o primeiro Édito, destruíram igrejas, e somente não as incendiaram porque receavam o alastramento das chamas, tendo em vista, que as mesmas haviam sido construídas ao lado de grandes edifícios.

É nesse período de hediondez que desaparecem os preciosos documentos originais que narram a história do Evangelho e do suave Rabi, todos ou quase todos reduzidos a cinzas...

Essa página de hediondez histórica permaneceu em atividade perversa por dez anos, somente sendo modificada no dia 13 de junho de 313, quando Constantino e Licínio propuseram o Édito de Milão, iniciando-se uma nova era para a fé cristã.

A liberalidade do novo Imperador logo transformou o Cristianismo em doutrina do Estado, conspurcando a pureza do comportamento moral dos seus adeptos, ceifando a humildade e a simplicidade nascidas na Manjedoura de Belém, tornando-o poderoso e infiel.

Ao longo do tempo, a fim de manter a autoridade e o poder terrenos, face à perda dos valores morais, os seus escritores e copistas adulteraram os fatos, interpolaram as informações, falsificaram os ensinamentos, criaram dogmas ultrajantes, compatíveis com as formulações políticas e arbitrárias, dando lugar às lamentáveis perseguições aos herejes que eram todos aqueles que não compactuavam com os absurdos estabelecidos pelo Papa e pelo Colégio dos Cardeais, assim como pelos membros da organização em defesa da fé...

As inqualificáveis Cruzadas são as heranças absurdas da temeridade do poder dos Papas e Reis alucinados pelas glórias do mundo, mais tarde ampliadas pela Inquisição que se utilizou dos mesmos métodos que Diocleciano usara, aprimorados pela volúpia da loucura humana que se alastrava...

Foi transformada a mensagem em força de destruição contra os judeus e os mouros, contra os albigenses, que tinham também direito à vida, por serem as outras ovelhas que não eram do rebanho, conforme se referira Jesus.

O inevitável progresso, porém, através dos tempos futuros rompeu a densa treva da ignorância e da alucinação, libertando os asfixiados ideais humanos de liberdade, de fraternidade e de dignidade, ao tempo em que o ser humano alcançou e compreendeu as leis do Universo, relegando ao olvido a presunção e prepotência dogmáticas...

Novos tempos, novos conteúdos comportamentais e decadência da fé cristã, dividida, na atualidade, pelo fanatismo dos neopentecostalistas e dos indiferentes vinculados à tradição, deixando as massas sofredoras ao abandono e à desordem moral.

Nada obstante, graças ao advento de O Consolador, renasce a mensagem dúlcida e simples de Jesus, evocando o sublime Amigo, que prossegue convidando aqueles que O amam ao holocausto pela fé e à abnegação na tarefa do amor em todas as suas dimensões.

Os cristãos novos, sem dúvida, os mesmos que antes conspurcaram a nobre doutrina, encontram-se na liça, buscando restaurar a pulcritude do Evangelho, promovendo o ser humano e construindo a nova era, não estando indenes ao holocausto, certamente diverso daquele do passado, como forma de reabilitação em testemunho de fidelidade e de honradez.

Que se façam dignos da nova investidura libertadora, são os votos que formulamos todos aqueles que os antecipamos na experiência redentora e iluminativa!

Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 21 de dezembro de 2011, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

23 abril 2012

Terrorismo de Natureza Mediúnica - Vianna de Carvalho


Terrorismo de Natureza Mediúnica

Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.

Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.

Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.

Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...

O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito, quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.

Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores.

De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.

Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.

O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas.

As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.

Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.

O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.

A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.

A simples mudança mental pra melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.

Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.

A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.

Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos, contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.

Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...

O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.

Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino, conforme estabeleceu o preclaro Codificador.

Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.

Vianna de Carvalho
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 7 de dezembro de 2009, durante o XVII Congresso Espírita Nacional, em Calpe, Espanha.


22 abril 2012

A Paisagem Humana do Sofrimento - Joanna de Ângelis


A Paisagem Humana do Sofrimento

Para onde direciones o olhar detectarás o sofrimento humano presente, realizando o seu mister de burilamento dos Espíritos.

Não que a Terra seja um lôbrego hospital, onde somente se encontram as aflições.

Há bênçãos que se manifestam sob muitos aspectos, incluindo, é claro, a dor, que desempenha relevante papel no processo evolutivo dos seres.

Na sua condição de escola de aprimoramento moral, a dor realiza um labor de fundamental importância para a educação do Espírito.

Face à rebeldia que predomina na natureza humana, as propostas edificantes e iluminativas nem sempre recebem a consideração que lhes deve ser oferecida.

E quando isso acontece as Soberanas Leis recorrem aos impositivos disciplinadores, entregando o calceta aos métodos de recuperação com caráter de severidade.

Estabelecem-se, então, os programas de sofrimento purificador.

Felizmente, o conhecimento da realidade espiritual proporciona os recursos hábeis para os enfrentamentos necessários à transformação moral.

Ignorando-se a lógica da evolução, é compreensível que o quadro reeducativo transforme-se em cárcere punitivo ou fenômeno de castigo, levando o rebelde a situações deploráveis que somente as expiações severas logram equilibrar.

Desse modo, ninguém surpreenda-se ao considerar grande parte da sociedade como um grupo de excelentes artistas que dissimulam as emoções e ocorrências menos felizes, dando a impressão de que a sua existência transcorre em calmaria e júbilos incessantes.

Ninguém, no mundo físico, existe, que se encontre indene ao sofrimento.

Enquanto uns iludem-se por algum tempo, dando a impressão de que são invulneráveis à dor, outros estorcegam no desespero, máscara retirada do rosto e marcas profundas de aflição macerando sem cessar...

A dor é, sem dúvida, uma educadora sublime e incompreendida, cuja missão é tornar felizes os desventurados, desde que, em razão do fustigar dos seus acúleos, a consciência desperta para as finalidades sublimes da vida.

Sob disfarces variados ou desnudado, o sofrimento campeia, conduzindo as mentes distraídas à reflexão inevitável.

Este indivíduo trabalha no bem e supõe-se credor somente das bênçãos da saúde e das benesses materiais. Aquele outro, oferece sacrifícios e cumpre promessas na tentativa de subornar a Divindade que o isentaria do sofrimento.

Vãos comportamentos esses, porque a ação do bem, sob qualquer aspecto considerada, faz-lhe bem, edifica-o, mas não o impede de vivenciar as experiências aflitivas encarregadas da aferição dos valores morais...

Observas, quase com inveja, os outros que galvanizam as massas, que desfilam no pódio da fama, e ignoras os conflitos em que se debatem, a intranquilidade em que passeiam a beleza, o poder, as glórias, todas ilusórias...

Os deuses do sexo recebem aplausos em toda parte, exibem os dotes eróticos que desenvolvem, acumulam somas monetárias expressivas, sofrendo em silêncio abandono e abusos de toda ordem, e lamentas a tua ausência de idênticos atrativos...

Não sabes, porém, o quanto de solidão os assinala, quanto são explorados por outros que lhes concedem migalhas, o vazio existencial que experienciam...

Os astros dos esportes de massas que atingem o máximo e têm tudo, bem jovens ainda, insatisfeitos e aturdidos, mergulham no alcoolismo, na drogadição, nas depressões profundas...

Não é tua a dor, que somente a ti pertence...

Jesus, que é o Excelente Filho de Deus, sem qualquer débito perante a Consciência Cósmica, elegeu no sofrimento acerbo, que não culminou na crucificação, pois que prossegue até hoje incompreendido, ensinando-nos resignação ante os aparentes infortúnios e proporcionando coragem diante das vicissitudes a que todos são chamados...

Não te intoxiques com as queixas e reclamações ante os teus testemunhos.

Poupa o teu próximo das tuas lamúrias, porque a dor é tua, mas também é de todos, pois que aqueles que eleges para narrar as dores também carregam pesados fardos, que vão procurando conduzir com elevação.

Não creias que aquele que te aconselha viva em privilégio. A sabedoria com que te orienta haure-a no eito da aflição mantida com dignidade.

Se conheces a reencarnação, sabes que todo efeito provém de causa equivalente e que, portanto, todas as ocorrências fazem parte do roteiro iluminativo de todos os seres.

Consciente e conhecedor das Leis da Vida, alegra-te com o ensejo de crescer e de sublimar-te, avançando com coragem e destemor estrada afora, cantando o hino de louvor e de reconciliação.

Agradece a Deus a oportunidade que te é oferecida para a recuperação moral e espiritual, cultivando o sentimento de paz, que tem função terapêutica no teu calvário, menos afligente, às vezes, do que o daquele a quem recorres buscando auxílio.

O Espiritismo não é o mensageiro da eliminação do sofrimento. Antes é o consolador que te oferece recursos hábeis para que superes todo e qualquer conflito, amargura, provação, construindo o futuro melhor que te espera...

A tempestade que vergasta a floresta é a responsável pelas futuras vergônteas exuberantes que se pejarão de flores e de frutos.

O mesmo ocorre contigo.

Tem paciência e nunca desistas da luta, nem te consideres perseguido pela Justiça Divina.

A paisagem humana é abençoado rincão do processo evolutivo, pelo Pai oferecido ao Espírito que necessita desenvolver a sublime chama que lhe arde no íntimo.

Renova-te sempre e sem cessar, fazendo que cardos sejam flores e feridas purulentas convertam-se em condecorações de luz.

Bendize as tuas dores e transforma as lágrimas de agora em futuras pérolas de incomparável beleza, com que te coroarás ao término da jornada, vitorioso sobre a noite da aflições...


Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 21 de novembro de2011,no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

21 abril 2012

A Caridade da Língua - Rogério Coelho



A CARIDADE DA LÍNGUA

"Se não tiver caridade, nada sou..." - Paulo, (I Cor, 13:2)

Escrevendo aos tessalonicenses (4:9), o Apóstolo dos Gentios deixou claro que àquela altura dos acontecimentos e da compreensão que todos já possuíam das instruções neotestamentárias, não haveria mais necessidade de alertá-los "quanto à Caridade fraternal que deveria vigorar entre eles, visto que já estavam instruídos por Deus que deveriam amar-se uns aos outros".

Na rubrica "Caridade Fraternal" inclui-se também a Caridade da língua. Sobre isso escreveu Tiago: (3:2 a 12.) "Todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.

Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.

A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da Natureza, e é inflamada pelo inferno. Com a língua bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens. De uma mesma boca procede bênção e maldição.

Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?”Allan Kardec nos oferece um exemplo clássico, onde se fazia mister a Caridade da língua. Conta o Mestre Lionês que:

"(...) havia umas irmãs que se encontravam, desde alguns anos, vítimas de depredações muito desagradáveis: suas roupas eram incessantemente espalhadas por todos os cantos da casa e até nos telhados, cortadas, rasgadas e crivadas de buracos, por mais cuidado que tivessem em guardá-las à chave...

A primeira ideia que lhes veio foi, naturalmente a de que estavam às voltas com brincalhões de mau gosto. “Porém, a persistirem e, principalmente, praticar as virtudes impostas por Deus a cada um, de acordo com a sua condição.” Como ponderássemos que essas palavras pareciam um tanto severas e que talvez fosse conveniente adoçá-las, para ser transmitidas, o Espírito acrescentou:

"Deves dizer o que digo e como digo, porque as pessoas de quem se trata têm o hábito de supor que nenhum mal fazem com a língua, quando o fazem muitíssimo. Por isso, preciso é ferir-lhes o Espírito, de maneira que lhes sirva de advertência séria."

Ressalta do que fica dito um ensinamento de grande alcance: que as imperfeições morais dão azo à ação dos Espíritos obsessores e que o mais seguro meio de a pessoa se livrar deles é atrair os bons pela prática do bem".

Eis a importante carta de Paulo aos Colossenses: (Col.,3:12a 14.) "(...) Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
E sobre tudo isso, revesti-vos de Caridade, que é o vínculo da perfeição".

Nota: 1 - Kardec, A. "O Livro dos Médiuns" - Capítulo XXIII, item 252 - 2ª parte.

Rogério Coelho - Jornal Espírita - Fevereiro/07

20 abril 2012

Visão Médico-Espírita das Enfermidades - Roberto Lúcio Vieira de Souza


VISÃO MÉDICO-ESPÍRITA DAS ENFERMIDADES

01.Até que ponto devemos responsabilizar as vidas passadas por doenças com as quais nascemos ou adquirimos ao longo da vida? Uma doença que não está nos planos da vida da pessoa no momento da reencarnação, pode ser adquirida ao longo da vida?


Resposta: As doenças congênitas ou hereditárias são necessariamente fruto do nosso passado, ou pela necessidade de aprendizado, quando escolhemos um processo doentio para nosso trabalho de crescimento, ou pela reparação de nossos atos menos felizes. Ou seja: as doenças previamente marcadas no código genético têm uma causa anterior. No entanto, as doenças ocasionais, muitas delas relacionadas com o estágio evolutivo do planeta, não tem relação com o nosso passado, outras são resultado da nossa invigilância, criando piso orgânico ou psíquico para tais moléstias.

02.Sou médica homeopata, espírita e também Terapeuta Floral. Sempre tenho dúvida quando preciso entrar na Doutrina Espírita para ajudar o paciente, pois não gosto de misturar religião e profissão. O Sr. Poderia dar sua opinião sobre o assunto?

Resposta: É preciso sair do costume acadêmico de ver o homem e a vida de uma forma fragmentada. Somos seres espirituais estagiando em corpos energéticos mais ou menos sutis. Toda doença é sinal da escassez evolutiva do ser, tendo como origem algum dos vícios derivados do egoísmo, assim enquanto não cuidarmos das verdadeiras causas, estaremos tendo atitudes paliativas. Falar de transformação moral não necessita um trabalho doutrinador, entretanto, se vemos necessidade da terapêutica espírita é preciso perceber a abertura do cliente para a mesma e encaminhá-lo para uma casa espírita e não transformar o consultório em centro espírita. Podemos também fazer uma orientação de acordo com a crença do próprio cliente (por exemplo: passe - benzeção).

03.Como é vista a medicina espírita dentro do contexto alopático?

Resposta: A medicina tradicional não aceita a existência de uma medicina espírita ou espiritualista qualquer, sendo materialista negam a realidade do espírito.

04.Até que ponto a tireóide é influenciada pela mediunidade? Qual a função mediúnica desta glândula e quais as alterações que pode sofrer quando da aproximação de uma entidade desencarnada? O desequilíbrio no seu funcionamento será sempre de caráter espiritual?

Resposta: Não temos informações precisas na literatura espírita sobre o grau de relação entre mediunidade e tireóide. O certo é que as glândulas endócrinas tem grande relação com o perispírito, sendo influenciados pela essência espiritual através da Pineal. Na prática médica tenho observado muitos casos de mediunidade em desequilíbrio associada a distúrbios tireoideanos, em especial, hipotireoidismo. Devemos, no entanto, fugir ao radicalismo de que toda alteração tireoideana tem como causa um distúrbio mediúnico ou uma disfunção espiritual.

05 .O que representa, espiritualmente falando, um tumor na hipófise?

Resposta: Sinceramente, não sei precisar relações espirituais com tumores de hipófise. O certo é que a grande maioria dos tumores são precedidos de um quadro depressivo e esse tem como origem maior a rebeldia do ser.

06 .O Sr. poderia falar-nos algo a respeito da cura pela fé, à luz da ciência atual? E ainda indicar-nos livros ou estudos que tratam deste assunto sob esta ótica?

Resposta: Existem instituições científicas preocupadas com a relação fé e cura, com isso muitas pesquisas estão sendo patrocinadas por associações sérias e realizadas por pesquisadores sérios. Os primeiros resultados vem sendo divulgados por órgãos oficiais e pelas principais revistas e jornais do mundo, demonstrando a importância da fé nos processos de cura, onde os religiosos tem processo de recuperação mais rápido ou adoecem menos de certas doenças( como a depressão e o suicídio).

07 .Hipotireoidismo crônico, provocado por tireoidite de Hashimoto, vem sendo informada como incurável pelos médicos ortodoxos. Teríamos alguma orientação direta dentro da visão médico-espírita?

Resposta: Não temos informação sobre terapêutica específica para a tireoidite de Hashimoto, entretanto, a fluidoterapia, a prece, a meditação, a transformação moral serão recursos efetivos para qualquer doente, na presença da fé.

08 .Sou bióloga, com concentração em imuno e microbio. Na atualidade observa-se avanço tecnológico bastante importante, mas por vezes não é possível manter a qualidade de vida do paciente terminal, e não é incomum vermos pessoas nas quais parece que toda condição humana foi retirada, principalmente em doenças acompanhadas de estigma socio-cultural, como é o caso da AIDS. Isto é grave e doloroso; porque além da dor física inimaginável há o abandono de parentes, amigos e por vezes até de alguns maus profissionais. Solicito opinião sobre eutanásia. Particularmente não sei até onde eu resistiria se privada de dignidade e humanidade e em meio a um mar de misérias provocadas pela progressiva descaracterização do nosso corpo e suas funções.

Resposta: Diz a lei: "não matarás" e diante das nossas dificuldades de entender os processos divinos para o crescimento individual, é preferível agirmos de forma respeitosa, evitando um erro de consequência maior para nossos seres. Sei, porém, que do ponto de vista médico é necessário entender-se mais profundamente cada situação, não no caso da eutanásia ou da distanásia mas no fato da ortotanásia.


PS.: Ortotanásia é quando você deixa a pessoa abandonada, sem assistência médica(ou a retirando), ficando a mesma à própria sorte, só evitando a dor.

09.De que forma os médicos espíritas podem contribuir para os que não são Espíritas terem uma visão melhor do perispírito, já que as doenças ou a grande maioria, está localizada no perispírito?

Resposta: Primeiramente, o médico-espírita deve procurar ser um bom profissional, estudioso e atualizado, de modo que sua linguagem possa ser reconhecida e respeitada no meio científico, depois deve buscar fazer pesquisas que levem à conquista desse conhecimento, seja de forma direta ou indireta. Sem tais propósitos, estaremos fadados ao descrédito.

10.Gostaria de saber, segundo a doutrina espírita, qual a concepção de doença mental e qual a proposta de tratamento.

Resposta: Para um grande número de estudiosos da Doutrina Espírita e pelo que se pode deduzir do seu conteúdo, a doença mental é mais grave comprometimento, pelo qual o espírito pode viver numa encarnação, já que são as estruturas mais sutis(do corpo mental) as comprometidas em tais casos. Segundo a colocação de alguns espíritos( entre eles, Emmanuel e André Luiz), os portadores de transtornos mentais são espíritos que abusaram reiteradamente da inteligência, agindo como homicidas e suicidas. O tratamento além do convencionado pela Psiquiatria, consiste num trabalho de transformação moral, sem o qual qualquer outra atuação será apenas paliativa.

11.O câncer é uma doença espiritual?

Resposta: Se considerarmos as causas mais profundas das doenças, o câncer também seria uma patologia de fundo moral. No entanto, a grande maioria desses processo resgates são frutos da invigilância das criaturas com suas vidas, procedendo de forma desregrada e rebelde, produzindo tal propensão na atual encarnação ou numa posterior.

12.Porque existem doenças que aparecem e depois desaparecem sem tratamento médico? Eu pergunto por que tive gota, e desapareceu, tive retrocolite ulcerativa e sarei com tratamento de cromoterapia.

Resposta: Existem doenças que são resgates momentâneos ou produzidas por situações atuais limitadas, que cessadas as necessidades daquela vivência, desaparecem com ou sem tratamento médico convencional. No caso específico, falou-se da cromoterapia, que poderia ser uma terapêutica complementar e eficiente (se aplicada de forma correta).

13.Diz-se que doença é pausa para meditação, para questionamentos, lição...Quanto mais difícil, mais longa, é o que necessita aquele espírito, você concorda com isso? Se a doença é lição, é remédio, qual o papel do médico espírita, qual o seu posicionamento perante o exercício da medicina?

Resposta: Nada no Universo, advindo do Criador, pode deixar de ter um caráter edificador. Assim, também, o é com a doença. Ela não existe como instrumento de punição como muitos preferem vê-la. Na realidade, é um recurso de aprendizado, na sábia pedagogia divina, convidando-nos não a perguntar "por que adoecemos?" mas a formular a adequada questão: "para que adoecemos?".

O fato de ser um instrumento para aprendizado não significa que, assistindo o irmão em processo de dor, tenhamos que nos deter a meros espectadores. Cabe ao doente como aos que lhe rodeiam buscar recursos para minorar a dor (a inteligência foi nos dada para isso). O médico-espírita deverá, além de agir como agente aliviador e saneador, auxiliar o paciente a entender o caráter educador da doença que o aflige.

14.Gostaria de saber sobre a terrível doença chamada lúpus, pois tenho uma sobrinha de 12 anos cuja doença se manifestou agora. Que relação cármica teria esta doença com os pais e a própria doente?

Resposta: Não tenho nenhuma informação específica, no campo médico-espírita, sobre as causas espirituais do lúpus e a relação dos familiares com o processo. Na verdade, não existe o acaso e pela gravidade do comprometimento, parece-nos visível a situação de vidas passadas.

15.Por que uma pessoa, que foi muito boa nesta vida, tem uma morte tão ruim, como câncer de pulmão, com tanto sofrimento para ele e a família?

Resposta: Essa pergunta questiona na realidade a Justiça Divina e sabemos que na Criação não há erros. Muitas criaturas são preservadas, por um grande espaço de tempo, numa condição de saúde e harmonia, preparando-se para provas mais difíceis, relacionadas com posturas de outras encarnações, as quais só podem ser totalmente compreendidas através de revelações mediúnicas. Aquilo que parece injustiça, é na realidade oportunidade de fortalecimento para que as dores e os sofrimentos sejam suportados com maior grandeza do espírito.

16.Baseando-se em sua experiência acadêmica , qual seria sua opinião, para nos dias atuais, haver um surto tão grande de doenças que comprometem o sistema nervoso?

Resposta: São muitos os fatores que se associam para que surjam tantos transtornos no campo psíquico, sendo esses dos mais diversos tipos. No entanto, do ponto de vista espiritual, estamos num momento de resgate da Terra, passando por um processo de transformação, que a elevará a uma categoria de planeta de regeneração. Para isso, é necessário uma mudança moral na Humanidade, o que indica pela saída dos que teimam ser rebeldes e o desaparecimento das chagas morais(o duelo, a escravidão, a prostituição, a guerra e a obsessão). Entretanto, a Misericórdia Divina não faria isso sem antes da oportunidades a todos para atender o chamado do Amor. Dessa forma, vemos cada vez mais a presença de espíritos muito inteligentes mas intensamente comprometidos no campo moral e esse comprometimento suscita a possibilidade do surgimento dos chamados transtornos psiquiátricos, em especial, nos que teimam em manter-se vinculados ao mal.

17.Qual a visão da doutrina espírita em relação às fobias, mais especificamente a agorafobia?

Resposta: Esses processos patológicos são frutos de experiências traumáticas, geralmente, originadas em outras encarnações e reforçadas na vida atual. No entanto, essas vivências podem ser as mais diversas, sendo difícil especificar as causas, como num processo de ação-reação.

18.Transtorno do Pânico (Síndrome do Pânico) e/ou Transtorno de Ansiedade Antecipatória, não tem cura, ainda, pela ciência ortodoxa, apenas controle com antidepressivos e ansiolíticos. Na visão espírita pode ser derivada de obsessão ou desequilíbrio do corpo perispirítico? A terapia do passe ajuda muito pouco, o que fazer, com essa doença crônica?

Resposta: Uma das principais causas do transtorno de pânico, ao nosso ver, são os traumatismos vividos pelo espírito em momentos de desencarne, ou experiências de ver-se preso ao corpo físico após a extinção da vida corporal. Assim, temos tido a orientação e percepção de bons resultados com terapia de regressão à vivências passadas, a qual deverá ser ministrada por profissionais competentes e habilitados.

19.O que o senhor acha do conceito de morte cerebral e sua relação com os transplantes? Será que a morte cerebral indica realmente morte completa, mesmo que o coração da pessoa esteja batendo?

Resposta: O tema encontra-se, no momento, em discussão tanto no meio acadêmico quanto entre os profissionais espíritas. Existem trabalhos que tem denunciado que os critérios para definição de morte encefálica não são válidos e que a criatura poderia retornar a vida normal depois de uma vivência assim. Sabemos que o processo de desvinculação do corpo físico é bem mais demorado do que a morte física e, na realidade, o grande problema da doação de órgãos, afora a questão da eutanásia, é o da disponibilidade de doar-se em favor dos que necessitam. Precisamos preparar-nos para gestos cada vez mais profundos de solidariedade e generosidade, como nos afirmava Jesus: "prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão."

20.Como é vista a Depressão na visão Espírita?

Resposta: A depressão ou o mal do século é na realidade um processo de cunho moral, onde a criatura, no seu processo de relação com o Pai, não aceita as limitações existentes, querendo para si e para àqueles a quem quer bem prerrogativas, que ela acredita serem justas. No entanto, desconhecendo as causas mais profundas das lutas da vida, intimamente, crê-se abandonado pela divindade e revoltado opta por uma não vida; pois a depressão em sua sintomatologia é a própria negação do viver, chegando ao extremo da negatividade que é o suicídio.

É importante diferenciar a depressão dos momentos de tristeza, os quais são naturais e têm como função convidar a criatura a voltar-se para si mesma, identificando o que está lhe acontecendo e o que é necessário fazer ou mudar para que a vida flua com maior tranqüilidade.

21.Como podemos diferenciar uma doença meramente física de uma doença da Alma?

Resposta: Na verdade, essa diferenciação é simplesmente didática e fruto da cultura fragmentalista do academicismo atual. Ninguém é só corpo, só espírito ou mesmo só corpos energéticos, somos um todo não indivisível, interpenetrando-nos em todas as nossas dimensões, direcionados pela essência espiritual, essa sim nossa realidade eterna. Dessa forma essa diferenciação é apenas auxiliar no aprendizado e toda doença é fruto da nossa condição moral, mesmo aquelas vinculadas as condições do planeta, pois nossa estadia aqui é resultado do nosso processo evolutivo.

22.É possível que um médium assimile o problema de saúde de uma pessoa que tenha muita afinidade?

Resposta: Sim. O médium pode assimilar processos doentios de criaturas encarnadas ou desencarnadas, com quem tenha afinidade tanto afetiva quanto moral e essa assimilação pode chegar ao grau de se fazer presente no corpo físico e detectada por profissionais e exames propedêuticos.

23.Durante o sono freqüentemente acordo e não reconheço o lugar que estou e nem as pessoas que estão do meu lado. Às vezes vejo pessoas e converso com elas e na hora não consigo perceber que elas são espíritos. Existe a possibilidade de perdermos a razão e não retornamos a realidade? Já tenho 40 anos e ainda sou sonambúlica; porque? é uma enfermidade?

Resposta: Existem quadros neurológicos e psiquiátricos que podem levar a criatura a perder o contato com a realidade externa e do eu inferior, não a retomando mais na atual encarnação. Entretanto, fora do corpo físico, durante a experiência do sono, podem retomá-la e de conformidade com a sua condição moral, a dor dessa vivência será maior ou menor.

O sonambulismo não é considerado uma doença mas sim um estado de imaturidade neurológica e as suas causas são desconhecidas, em sua essência, pela ciência atual. É preciso diferenciar o sonambulismo clínico daquele que Kardec refere-se na Codificação. Ser sonâmbulo não identifica necessariamente a presença de mediunidade ostensiva.

24.As doenças congênitas estão relacionadas as vidas passadas? É possível a recuperação de uma doença congênita como por exemplo HIPERPLASIA SUPRARENAL CONGÊNITA onde existe a falta de uma enzima provocando um problema hormonal? A cura espiritual para este caso é possível?

Resposta: As doenças congênitas estão sempre relacionadas com experiências de encarnações passadas ou escolhas do próprio espírito para seu crescimento espiritual. No momento atual, a medicina genética está engatinhando mas acreditamos que chegará o instante em que ela conseguira curar ou minorar esses quadros. Do ponto de vista espiritual, a medicina nos planos superiores tem recursos ainda desconhecidos para nós, podendo, sem derrogar a lei, oferecer tratamento adequado para tais moléstias, isso, porém, estará diretamente vinculado ao estado de merecimento da criatura necessitada.

25.Tenho muita curiosidade de saber qual a posição da doutrina espírita quanto a doação de órgãos.

Resposta: A Doutrina Espírita não define padrões para o comportamento dos seus profitentes, no entanto, adverte para o perigo da eutanásia, no caso da doação de órgãos vitais e com morte encefálica; e de que essa doação deveria ser espontânea e com anterior trabalho de desapego material, sem o qual tal atitude poderá ser dolorosa para a criatura. Entretanto, vez por outra, encontramos escritos e entrevistas pessoais, que devido a origem da informação, são considerados postulados de comportamento espírita, o que merece nosso cuidado e respeito. O assunto demanda, no momento, estudo e discernimento de todos nós.

26.A Doutrina Espírita nos ensina que o corpo físico é tão-somente um reflexo do que somos de fato (Espíritos). Ouve-se também em nosso meio que a doença quando se manifesta no corpo físico ela já estaria instalada no perispírito. Se assim o é, como se processa a cura, uma vez que se estaria tratando o efeito e não a causa?

Resposta: Na realidade, o tratamento somático é somente paliativo e a verdadeira cura se dá com a reforma íntima, pois as mazelas são frutos de nossas imperfeições morais.

27.Gostaríamos que o Senhor tecesse algumas considerações acerca da ação do fluido magnético, que ao nosso ver, às vezes age como protagonista e outras vezes como coadjuvante na cura das enfermidades. (índice)

Resposta: É assunto extenso e profundo. Na realidade, o fluido magnético do médium associado ao dos espíritos superiores faz-se importante meio de tratamento para as criaturas e a sua transmissão necessariamente não envolve uma ação voluntária do médium, que se faz muitas vezes intermediário inconsciente da misericórdia. Essa ação ocorre, provavelmente, no citoplasma celular, a nível de RNA mensageiro, capaz de ser modificado, carreando informações novas aos outros elementos celulares, criando condições de saúde.

28 .Gostaria de saber até que ponto uma doença como a ansiedade pode ser provocada por espíritos. E quanto ao ciúme, pode ser considerado uma doença?

Resposta: Segundo a Codificação a atuação dos espíritos em nossas vidas é maior do que podemos pensar, assim qualquer tipo de patologia pode ocorrer sob a ação mental de espíritos que nos rodeiam; no entanto, para que isso se concretize é necessário que haja um terreno psíquico propício na criatura que está sendo influenciada. Todo processo de influenciação é regido pela lei de afinidade ou sintonia.

29 .Como entender na visão espírita um erro médico cuja conseqüência deixa a pessoa inválida, ou causa a morte ou deixa alguma dor? E como, na mesma doença, uma pessoa pode se curar através de passes e outra não?

Resposta: É complicado responder tal questão sem dados mais precisos, um erro médico, ou assim considerado, pode ter as causas e explicações mais diversas. O certo, porém, é que nada ocorre por acaso e que não há atos injustos na vida. As doenças para serem sanadas através de qualquer tipo de terapia exigem um estado de merecimento ou "estado de graça" do doente.

30.Gostaria de saber, sob ponto de vista espiritual, as causas e conseqüências das enfermidades do seio da face (sinusite, rinite e outras) e sua correlação, se existir, com os centros de força (chakras).


Resposta: Não temos acesso a essa correlação e, sinceramente, gostaríamos de ter a resposta, já que sou portador de renite alérgica crônica. Do ponto de vista, energético essas áreas somáticas estão vinculadas com o centro de força laríngeo e, algumas delas, também, com o centro frontal ou cerebral.

31.Meu questionamento é a respeito da TPM (tensão pré-menstrual), pela qual a maioria das mulheres passam, variando os graus de intensidade dos sintomas. Seria uma enfermidade ou apenas um processo natural do ser humano feminino? Que influências exerce o espírito no físico da mulher, quando a mesma passa pela TPM? Dentro da visão médico-espírita, quais seriam os conselhos oferecidos pelo Sr. para que os efeitos da TPM possam ser melhor administrados pelas mulheres?

Resposta: A Tensão Pré-menstrual(TPM) é do ponto de vista físico fruto da ação hormonal. Sabemos, porém, que nem todas as mulheres apresentam tal sintomatologia e que a exacerbação da mesma tem haver com a condição psíquica da mulher. Por isso, do ponto de vista médico-espírita, além do tratamento clínico(que é auxiliar eficaz) a busca de um estado interior de maior harmonia poderá auxiliar profundamente a criatura. A fluidoterapia poderá aliviar a sintomatologia.

32.Sinto constantemente a presença de espíritos em minha casa. Mudei-me recentemente (um mês) para a casa dos nossos sonhos após um longo tempo de lutas e suor. Porém, desde que mudei-me não consigo encontrar a paz tão desejada. Sinto-me enferma de uma forma que não consigo explicar (dores terríveis de cabeça). Meu marido e filha ficam preocupados pois encontram-me bastante abatida no final do dia. Como posso pesquisar esse tipo de enfermidade? Amo minha família e, sinceramente, nem eu mesma estou me reconhecendo. O que fazer?

Resposta: Primeiramente, procure um profissional de sua confiança para que seja afastada a hipótese de uma doença física ou psíquica. Caso não identifiquem nada ou paralelamente, busque a ajuda espiritual, tentando averiguar a possibilidade de influenciação espiritual e caso isso seja verdadeiro, passe a fazer um tratamento de cunho evangélico-doutrinário, objetivando sua melhora interior, colocando-o em posição mental inacessível a atuação daquela entidade ou daquelas energias.

33.Até que ponto os pensamentos influem na saúde da pessoa? As pessoas negativas, são "atacadas" pelos "pensamento-forma" que elas próprias geram?

Resposta: O pensamento é na realidade o criador de todo e qualquer campo para que ocorra a atuação do espírito e a sua expressão negativa gerará condições etéricas favoráveis ao surgimento de qualquer patologia, que dependerá do grau de culpabilidade da criatura. Muitas doenças são auto-obsessivas, ou seja, fruto do psiquismo negativo do próprio espírito atuando contra si mesmo.

34.A gastrite emocional pode ser relacionada de alguma forma a um processo obsessivo?

Resposta: Toda pessoa emocionalmente desequilibrada é terreno propício para a atuação de entidades que encontram-se espiritualmente comprometidas.

35.Como o Espiritismo explica os casos de doenças terminais em que o paciente é salvo por meio de transplantes de órgãos, mudando o rumo de sua vida?

Resposta: Como já dissemos, é fruto do merecimento e da necessidade de aprendizado daquela criatura. O não aproveitamento da oportunidade poderá acarretar uma situação de maiores sofrimentos.

36.Eu tenho fortes dores de cabeça há mais de 12 anos. Já fui em vários médicos e tudo está normal conforme os exames. Porém sempre tenho impressão e sonhos que estou levando tiros na cabeça; eu posso pensar que tenho uma enxaqueca normal, ou realmente é coisa do meu passado?

Resposta: É difícil dar uma resposta definitiva para quem propôs a pergunta. Tanto uma quanto a outra são possíveis e há possibilidade da enxaqueca ser uma seqüela deste passado. A presença desses sonhos, faz-nos pensar na possibilidade da realidade da experiência passada, relata pelo conteúdo dos mesmos. Seria preciso uma propedêutica extensa e minuciosa e, talvez, a possibilidade da experiência em terapia regressiva ou a revelação mediúnica por diversos médiuns ou por fontes de inteira confiança.

37.Minha filha tem 12 anos e sofre de constantes alergias de pele. Já consultamos vários Dermatologistas e Homeopatas, que prescrevem tratamento com corticóides, sem resultado. Sempre aparecem novas alergias. Pode ser de fundo emocional? Pode ter alguma razão transcendental à matéria? Como ela está entrando na adolescência, este problema começa a lhe causar constrangimentos. O que poderemos fazer para ajudá-la?

Resposta: Como a nossa companheira não consegue alívio, através dos tratamentos convencionais, certamente o processo é cármico, de origem profunda, necessitando um trabalho espiritual de transformação íntima, sem o qual não haverá melhoria. Pode estar presente também uma influenciação espiritual, que precisará ser investigada. Nossa experiência tem nos demonstrado que quando a criatura passa a viver com esse tipo de patologia sem a revolta costumeira, o processo torna-se menos sofrido e o alívio se faz progressivo. Seria importante, buscar uma casa espírita com um trabalho de orientação confiável e de bases doutrinárias seguras para auxiliá-los.

38.A pergunta é um exemplo: se tenho um tumor maligno que me fará desencarnar em 6 meses e existe solução médica para o problema, posso aceitar que é uma dívida que devo pagar e não aceitar a solução médica e desencarnar em 6 meses? Sabendo que adiaria o desencarne com solução médica, não poderia ser culpado por não aceita-la e precipitar o desencarne? Tenho crédito por aceitar a morte? Sou um suicida por não adia-la?

Resposta: Ninguém deve se negar a possibilidade de ajuda, isso é omissão e caso ocorra o desencarne por esse motivo, será considerado um suicida. Devemos aceitar a morte como um fato natural da evolução, buscando não desesperarmos diante da mesma e até exercitando o desapego material para vivê-la com maior tranqüilidade, isso, no entanto, não nos permite procurá-la. A entrega legítima à morte, objetivando unicamente salvar a outrem ou recusando-se a praticar o mesmo tipo de crime, é, em situações especiais, um ato de altruísmo.

39.Meu pai está com 65 anos e nunca fez um exame mais profundo de sua saúde. Morre de medo de médico e hospital e está com hernia pubiana. Ele é dentista (ou seja um paramédico). Como você explicaria tanta fobia de médicos e doenças em um espirito que teoricamente tem maior parcela de responsabilidade sobre seu corpo, já que além de paramédico considera-se espírita?

Resposta: É fruto de alguma vivência traumática do passado, impossível de ser esclarecida apenas com os dados da pergunta.

40.É o perispírito o "molde" do corpo? E nos natimortos, que não tiveram desde o inicio de sua formação a presença de um espírito, como então este corpo foi "moldado"?

Resposta: Sim, o perispírito é o molde do corpo físico. Nos casos de natimortos, os quais não tiveram a presença, desde a fecundação, de um espírito, o molde físico é criado e alimentado energeticamente pela mente da gestante, como nos esclarece a literatura espírita. É o desejo e a vontade atuante da mãe em gerar um filho que produz corpos nessa condição.

41.Meu filho quando tinha 5 anos era sonâmbulo, foi detectada disritmia acentuada, foi tratado com anti-epiléticos até os 10 anos, quando os sintomas desapareceram, mas os exames continuavam demonstrando disritmia. Ele tomou remédios ate os 12 anos. Hoje ele tem 16 anos esta ótimo, mas os exames demonstram uma outra realidade. Já fui a muitos médicos mas nenhum soube me explicar o que acontece. O Sr., como espírita, poderia explicar?

Resposta: Do ponto de vista clínico, alterações elétricas cerebrais, detectadas por exame, só devem ser consideradas quando da presença de sintomatologia clínica correspondente, caso contrário a atitude adequada é desconsiderá-la. Existem trabalhos científicos que demonstram que 20% da população normal, com ausência completa de qualquer sintomatologia no campo neurológico ou psiquiátrico, tem eletroencefalograma apresentando disritmia. Também, boa percentagem dos epilépticos, embora portadores de quadros exuberantes, não apresentam alterações no eletroencefalograma. Grande parte os chamados portadores de disritmia(e ela por si não é doença e nem deve ser tratada medicamente) são na verdade médiuns ostensivos, necessitados de orientação e educação mediúnica.

42.Estive grávida durante 4 meses e um exame de rotina detectou uma deficiência genética que provocaria retardamento físico e mental completo e em alto grau no meu bebe. Poderia até ser que não houvesse formação do cérebro e então ocorreria morte intra-uterina me trazendo sérios riscos, inclusive de vida (morte). Fui aconselhada a fazer uma intervenção e interromper a gestação, mas a culpa me persegue indefinidamente. Gostaria de saber se há, no ponto de vista espiritual, uma explicação para o fato de um bebe, tão querido, aguardado por quatro "imensos" anos, encarnar já com tantos problemas e talvez até com a pré-destinação de ficar tão pouco tempo entre nós?


Resposta: Nada acontece fora dos trâmites da justiça divina mas, muitas vezes, pela nossa ignorância não sabemos explicar claramente o que ocorreu e, talvez, só tenhamos a resposta após a nossa desencarnação. Nossa cultura tem o hábito de nos culpabilizar de tudo e nem sempre num caso como esse o compromisso doloroso é nosso. Culpar-se não produz melhoria, só a busca de atuar no bem é útil e necessária. Culpa sem ação é hibernação sem proveito para o crescimento pessoal.

43.Quando uma criança nasce sem o cérebro nós, como espíritas devemos doar seus órgãos ou não? Tenho esta dúvida por acreditar que o Espírito reside na mente. Se a criança não tem uma mente, posso crer que ali só se encontra um corpo?

Resposta: A doação nesse caso é de foro dos pais, que devem ponderar que um espírito vinculado a um corpo como esse, certamente, apresenta-se em situação espiritual difícil e que a doação poderia lhe causar sofrimento. O espírito se manifesta através da mente e não nela e cérebro e mente são diferentes, sendo o último o meio de atuação da mente no veículo físico. A ausência de encéfalo não significa a inexistência da mente, sempre viva na essência espiritual.

44.Tenho uma amiga que gosto muito que sofre de nefrite. Onde encontrar literatura espírita específica sobre este tema?

Resposta: Não tenho informações específicas sobre o assunto junto a literatura espírita, entretanto, posso sugerir a leitura dos capítulos "Predisposições Mórbidas" e "Porque Adoecemos" do livro "Porque Adoecemos - Novos Horizontes do Conhecimento Espírita", de autoria de diversos profissionais vinculados a Associação Médico Espírita de Minas Gerais, editado e distribuído pela Ed. Espírita Cristã "Fonte Viva".

45.Gostaria de saber na visão espírita qual seria a origem das doenças no útero, como por exemplo as feridas.

Resposta: É muito difícil explicar as doenças de uma forma simplista, pois temos as causas espirituais ou morais, as ações negativas do passado e da atualidade, as necessidades de aprendizado do espírito e ainda as causas atuais fruto das atitudes e mentalizações da criatura na vida presente. Essas podem ser as mais diversas e conjugarem-se das formas mais diferentes. Nem sempre é possível chegar a essas causas específicas de cada caso.

Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza

19 abril 2012

Um Homem Chamado Amor - Autoria Desconhecida


UM HOMEM CHAMADO AMOR
Frases de Chico Xavier

1. “ Ah... Mas quem sou eu senão uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação!”

2. "Tudo o que Jesus falou no Sermão da Montanha foi ao coração, ao sentimento. Não disse nada ao raciocínio, porque é pela inteligência que caímos. Ele não disse: Bem-aventurados os inteligentes. Chegou mesmo, certa vez, a dar graças ao Pai por ter ocultado os segredos do céu aos sábios e inteligentes. Quem cai pelo amor, o próprio motivo da queda faz que se reerga, mas quem cai pela inteligência não se sente caído."

3. Justiça e misericórdia "Toda vez que a Justiça Divina nos procura para acerto de contas, se nos encontra trabalhando em benefício dos outros, manda a Misericórdia Divina que a cobrança seja suspensa por tempo indeterminado."

4. Resposta Divina “ O Velho Testamento, que é a palavra dos profetas, é o homem desesperado com os problemas da vida criados por ele mesmo, batendo à porta de Deus.” “O Novo Testamento, contendo os ensinamentos de Jesus, é a resposta de Deus ao homem de todos os tempos.”

5. O Evangelho e o acaso "Toda vez que as circunstâncias te induzam a ouvir as verdades do Evangelho, não penses que o acaso esteja presidindo a semelhantes eventos. Forças divinas estarão agindo a fim de que te informes quanto ao teu próprio caminho."

6. “ Quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar”.

7. Tenho sofrido muitas perseguições da parte de espíritos inimigos da Doutrina, mas dizendo-lhes com sinceridade, as maiores dificuldades que enfrento para perseverar no serviço da mediunidade são oriundas de minhas próprias imperfeições”.

8. "Toda vez que descuidamos do patrimônio do corpo, abusando e afrontando os perigos da vida e chegamos à morte, esta morte não vem de Deus. Tudo o que vem de Deus, vem devagar."

9. Perante o sofrimento "O espírita chora escondido. Depois, lava o rosto e vai atender a multidão sorrindo."

10. Além do cansaço "Outro dia me perguntaram por que eu continuo trabalhando, apesar da enfermidade, das limitações. Respondi: - Estou doente, mas ainda não cheguei à inutilidade. Ou fazemos ou fica por fazer. Ninguém pode fazer o que temos que fazer. A gente tem que agüentar. A desistência do dever gera um complexo de culpa muito grande."

11. “ O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”

12. Nenhuma atividade no bem é insignificante... As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes. A repercussão da prática do bem é inimaginável... Para servir a Deus, ninguém necessita sair do seu próprio lugar ou reivindicar condições diferentes daquelas que possui.”

13. “ Os Espíritos Amigos sempre mostram disposição de nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base... Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas não querem nada com o esforço de renovação; querem que os espíritos se intrometam na sua vida e resolvam seus problemas... Ora, nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém... Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.”

14. "Nunca quis mudar a religião de ninguém, porque, positivamente, não acredito que a religião a seja melhor que a religião b ... Nas origens de toda religião cristã está o Pensamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem seguir o Evangelho... Se Allan Kardec tivesse escrito que “fora do Espiritismo não há salvação”, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu “ Fora da Caridade ”, ou seja, fora do Amor não há salvação...”

15. “ O desespero é uma doença. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. Ele pode perder o seu próprio discernimento. Isso é lamentável, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausência de educação, principalmente de formação religiosa.”

16. “ O sentimento de ódio é um processo de auto-obsessão.”

17. “ Sei que sou um espírito imperfeito e muito endividado, com necessidade constante de aprender, trabalhar , dominar-me e burilar-me, perante as Leis de Deus.”

18. “ Gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar... Ledo engano! Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo...”

19. "Sem a idéia da reencarnação, sinceramente, com todo respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus.”

20. "Uma das coisas que sempre aprendi com os Benfeitores Espirituais é não tolher o livre arbítrio de ninguém; os que viveram na minha companhia sempre tiveram a liberdade para fazer o que quiseram...”

21. "Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas... Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em águas de rosas... Somos espíritos altamente endividados - dentro de nós o passado ainda fala mais alto... Não podemos ser tão suscetíveis assim..."

22. “ Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

23. "Emmanuel sempre me ensinou assim: - Chico, se as críticas dirigidas a você são verdadeiras, não reclame; se não são, não ligue para elas...”

24. “ Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa das inúmeras que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado, e não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse...”

25. “ Emmanuel sempre me disse: - Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca...”

26. “ Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor não nos ensinou a pedir o pão, mais dois carros, mais um avião... Não precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje à Vida Espiritual...”

27. “ Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão...”

28. “ A doença é uma espécie de escoadouro de nossas imperfeições; inconscientemente, o espírito quer jogar para fora o que lhe seja estranho ao próprio psiquismo...”

29. “ Abençoemos aqueles que se preocupam conosco, que nos amam, que nos atendem as necessidades... Valorizemos o amigo que nos socorre, que se interessa por nós, que nos escreve, que nos telefona para saber como estamos indo... A amizade é uma dádiva de Deus... Mais tarde, haveremos de sentir falta daqueles que não nos deixam experimentar a solidão!”

30. “ A caridade é um exercício espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma. Quando os espíritos nos recomendam, com insistência a prática da caridade, eles estão nos orientando no sentido de nossa própria evolução; não se trata apenas de uma indicação ética, mas de profundo significado filosófico...”

31. “ Tudo o que pudermos fazer no bem, não devemos adiar... Carecemos somar esforços, criando, digamos, uma energia dinâmica que se anteponha às forças do mal... Ninguém tem o direito de se omitir.”

32. “ Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”

33. “ O exemplo é uma força que repercute, de maneira imediata, longe ou perto de nós... Não podemos nos responsabilizar pelo que os outros fazem de suas vidas; cada qual é livre para fazer o que quer de si mesmo, mas não podemos negar que nossas atitudes inspiram atitudes, seja no bem quanto no mal.”

34. "Sempre recebi os elogios como incentivos dos amigos para que eu venha a ser o que tenho consciência de que ainda não sou...”

35. "Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!...”

36. “ A gente deve lutar contra o comodismo e a ociosidade; caso contrário, vamos retornar ao Mundo Espiritual com enorme sensação de vazio... Dizem que eu tenho feito muito, mas, para mim, não fiz um décimo do que deveria ter feito...”

37. “ A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.”

38. “ Confesso a vocês que não vi o tempo correr... Por mais longa nos pareça, a existência na Terra é uma experiência muito curta. A única coisa que espero depois da minha desencarnação é a possibilidade de poder continuar trabalhando.”

39. “ A revolução em que acredito é aquela ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo que começa pela corrigenda de cada um, na base do façamos aos outros aquilo que desejamos que os outros nos façam.”

40. "Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."

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