JESUS E RESPONSABILIDADE
Há, no homem, latente, um forte mecanismo que o leva a fugir da
responsabilidade, transferindo o seu insucesso para outrem, na condição
de indivíduo social, ou para os fatores circunstanciais da sorte, do
nascimento e até de Deus.
Quando tal não se dá, na área das suas projeções comportamentais,
apega-se ao complexo de culpa, mergulhando nas depressões em que oculta a
infantilidade, pouco importando a idade orgânica em que transita.
A responsabilidade resulta da consciência que discerne e compreende a
razão da existência humana, sua finalidade e suas metas, trabalhando por
assumir o papel que lhe está destinado pela vida.
Graças a isso, não se omite, não se precipita, estabelecendo um programa
de ação tranqüila, dentro do quadro de deveres que caracterizam o
progresso individual e coletivo, visando à conquista da plenitude.
O homem responsável sabe o que fazer, quando e como realizá-lo.
Não se torna parasita social, nem se hospeda no triunfo alheio, tampouco oculta-se no desculpismo ridículo.
A sua lucidez torna-o elemento precioso no grupo social onde se
movimenta. Talvez não lhe notem a presença, face à segurança natural que
proporciona; todavia, a sua falta sempre se faz percebida por motivos
óbvios.
A responsabilidade do homem leva-o aos extremos do sacrifício, da
abnegação, da renúncia, inclusive do bem-estar, e até mesmo da sua vida.
*
Como pastor de almas, Jesus fez-se-nos responsável, elucidando-nos a
respeito dos deveres, das necessidades reais, dos legítimos objetivos da
nossa vida.
Em contrapartida, doou-se-nos até o holocausto, não fosse a Sua vida ao
nosso lado, em si mesma, um grande e estóico sacrifício de amor.
Não obstante, conclamava a todos que O buscavam para o dever da
responsabilidade, que os capacita para as realizações relevantes.
Por conhecer a alma humana em sua realidade plena, identificava nela as
nascentes de todos os males, como também a fonte generosa de todas as
bênçãos.
Porque o homem ainda prefere a manutenção das próprias mazelas, nelas se
comprazendo, anestesia-se no infortúnio em que permanece com certo
agrado, embora demonstre desconforto e infelicidade.
Desse modo, sempre que acolhia àqueles que O buscavam, conhecendo- lhes
as causas dos pesares, após atendê-los, propunha-lhes com veemência que
não retornassem aos erros, a fim de que lhes não acontecesse nada pior.
*
A responsabilidade liberta o indivíduo de si mesmo, alçando-o aos planos superiores da vida.
Enquanto ele se movimenta cultivando o morbo das paixões selvagens,
desajusta os implementos emocionais, tornando-se vítima de si mesmo, facultando que se lhe instalem as doenças degenerativas e causticantes. A
renovação moral propicia a canalização das energias saudáveis de forma
favorável, preservando o ser para os cometimentos elevados a que se
destina.
*
A humanidade sobrevive graças aos seus homens responsáveis, que trabalham continuamente em prol do bom, do belo, do ideal.
Eles se destacam pela grandeza das suas realizações cimentadas no sacrifício pessoal.
*
À mulher surpreendida em adultério, aos portadores do mal de Hansen e
aos obsediados, após a recuperação de cada um, a advertência de Jesus
era sempre firmada na responsabilidade, para que, em entesourando os
valores éticos e os deveres espirituais, não se permitissem voltar aos
erros.
*
Neste momento, quando necessitas dEle, reformula os teus conceitos sobre
a vida e passa a atuar corretamente, dominado pela responsabilidade. A
ninguém transfiras a causa dos teus desaires, dos teus insucessos. Dá-te
conta deles e recomeça a ação transformadora.
Mesmo que não o queiras, serás sempre responsável pelos efeitos dos teus atos.
Colherás conforme semeares.
Assume, portanto, o teu compromisso com o Mestre e permanecerás saudável
interiormente, prosseguindo íntegro nos teus deveres com
responsabilidade.
Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Livro: Jesus e Atualidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário