DESBRAVANDO MISTÉRIOS
“E não Jesus disse estas palavras: Eu vos rendo glória, meu Pai,
Senhor do Céu e da Terra, por haverdes ocultado essas coisas aos sábios e aos
prudentes, e por as haver revelado aos simples e aos
pequenos.”(ESE - Capítulo 7, item 7.)
Vai considerar que, quando Jesus afirmou que Deus havia ocultado os
mistérios aos sábios e aos prudentes e os tinha revelado aos simples e pequenos,
em verdade observava que certos homens de cultura e intelectualidade achavam-se
perfeitos eruditos, não precisando de mais nada além do seu cabedal de
instrução.
Por sua vez, orgulhosos porque retinham vários títulos,
acreditavam-se superiores e melhores que os outros, fechando assim as comportas
da alma às fontes inspirativas e intuitivas do plano
espiritual.
Porém, os “pequenos e simples”, aos quais se reportava o Mestre,
são aqueles outros que, devido à posição flexível em face da vida, descortinam
novas idéias e conceitos, absorvendo descobertas e pesquisas de todo teor,
selecionando as produtivas, para o seu próprio mundo mental. Por não serem
ortodoxos, ou seja, conservadores intransigentes, e sim afeiçoados à reflexão
constante das leis eternas e ao exercício da fé raciocinada, reúnem melhores
condições de observar a vida com os “olhos de ver”.
São conhecidos pela “maturidade evolutiva”, que é avaliada
levando-se em conta seus comportamentos nos mais variados níveis de realização,
entre diversos setores (físico, mental, emocional, social e espiritual) da
existência humana.
Pelo modo como agem e como se comportam diante de problemas e
dificuldades, “os pequenos e os simples” têm uma noção exata de sua própria
maturidade espiritual. Além disso, sentem uma sensação enorme de serenidade e
paz pela capacidade, pela eficiência e pelos atributos pessoais, e por se
comportarem dentro do que esperavam de si mesmos.
Simples são os descomplicados, os que não se deixam envolver por
métodos extravagantes, supostamente científicos, e por critérios de análise
rígida. Simples são os que sempre usam a lógica e o bom senso, que nascem da voz
do coração.
São aqueles que não entronizam sua personalidade megalomaníaca atrás de
mesas douradas e que não penduram pergaminhos para a demonstração pública de
exaltação do próprio ego.
Os
“sábios” a quem o Senhor se referia eram os dominadores e controladores da
mente humana, que desempenhavam papéis sociais, usando máscaras diversas
segundo as situações convenientes. Estão a nossa volta: são criaturas sem
originalidade e criatividade, porque não auscultam as vibrações uníssonas que
descem do Mais Alto sobre as almas da Terra.
Não suportam a mais leve crítica - mesmo quando construtiva - de seus
atos, feitos, raciocínios e ideais; por isso, deixam de analisá-la para
comprovar ou não sua validade. Por se considerarem “donos da verdade”, reagem e
se irritam, esquecendo-se de que esses comentários poderiam, em alguns casos,
proporcionar-lhes melhores reflexões com ampliação da
consciência.
Vale considerar que esses “sábios” não se lançam em novas amizades e
afeições, pois conservam atitudes preconceituosas de classe social, de cor, de
religião e de outras tantas, amarrando-se aos exclusivismos
egoísticos.
Não obstante, o Mestre Jesus se reportava às luzes dos céus, que
agilizariam os simples a pensar com mais lucidez, a se expressar com maior
naturalidade, para que pudessem desbravar os mistérios do amor e das verdades
espirituais, transformando-se no futuro nos reais missionários das leis
eternas.
“Simples” são os espontâneos, porque abandonaram a hipocrisia e
aprenderam a se desligar quando preciso do mundo externo, a fim de deixar fluir
amplamente no seu mundo interior as correntezas da luz; são todos aqueles que
prestam atenção no “Deus em si” e entram em contato com Ele e consigo mesmo;
são, enfim, aqueles que já se permitem escutar sua fonte interior de inspiração
e, ao mesmo tempo, confiar nela plenamente.
Obra: Renovando Atitudes
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
Ditado pelo Espírito Hammed
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