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29 outubro 2016

Fraterna convocação - Inácio Ferreira

 
FRATERNA CONVOCAÇÃO

O Espiritismo, em sua característica progressiva, necessita avançar, mesmo porque, a menos que queira se nivelar às doutrinas secularmente estacionárias, não lhe sobra alternativa.

Avançar, sem perder, é claro, a sua condição de Consolador, pois, sem o Evangelho, ele será apenas e tão somente um repositório de belas elucidações de natureza filosófica.

Mais do que conhecer, o homem carece de amar.

A Humanidade, nos tempos atuais, está a revelar o que o progresso material, por si só, pode representar para ela no que tange ao perigo de autodestruição.

Neste sentido, endereçamos fraterna convocação aos adeptos espíritas de mente arejada, que não se prendem a dogmas e ortodoxias. A Codificação Espírita, que se complementa nas obras mediúnicas da lavra de Chico Xavier, carece de prosseguir se desdobrando, estabelecendo conexões, sobretudo, com a Ciência.

A expressão atribuída a Kardec de que o Espiritismo haverá de ser científico, ou não sobreviverá, não precisa ser de sua lavra para ser autêntica.

Na Introdução de “O Livro dos Espíritos”, porém, ele consignou com meridiana clareza que “o Espiritismo é a ciência do Infinito”.

Mais do que médiuns na psicografia de obras que, em geral, apenas reafirmam os seus Princípios Básicos, a Doutrina está necessitando de estudiosos e pesquisadores, enfim, de pensadores encarnados que lhe ampliem os conceitos.

O Espiritismo, em seu aspecto científico, com uma ou outra exceção, não está se desenvolvendo por obra de seus seguidores. Os “construtores” da Doutrina, em pequeníssimo número, estão sendo sufocados apenas pelos que sabem implodir o acanhado esforço dos que estão procurando algo acrescentar ao seu magnífico edifício.

Não é lícito que os encarnados permaneçam na expectativa de que toda a Revelação provenha dos desencarnados.

Carecemos de incentivar, em nossos Centros, maior diálogo em torno dos postulados doutrinários, não deixando que esses mesmos Centros percam a sua característica de escola.

O Movimento Espírita de difusão da Mensagem da Terceira Revelação, igualmente, precisa ser Movimento de Expansão do Pensamento Espirita em si mesmo.

Muitas perguntas permanecem sem respostas.

Pior: muitas perguntas sequer têm sido formuladas com receio das respostas que, para elas, possam ser obtidas.

André Luiz, através de Chico Xavier, disse que “a ortodoxia no mundo costuma ser o cadáver da Revelação”.

Não estamos, convém repetir, desconsiderando o valor da Mensagem Espírita, que, sobretudo, nos exorta à renovação íntima. Porém, até o presente momento, as pesquisas, por exemplo, sobre Reencarnação e Mediunidade, têm se mostrado excessivamente tímidas.

Os críticos de Doutrina agem movidos pelo “achismo” – opiniões pessoais que, não raro, ocultam intenções menores, esquecidos de que a Verdade não pode ser tomada de assalto.

Estamos, todavia, esperançosos na nova geração de espíritas, que, a pouco e pouco, naturalmente, há de substituir os que tendem à igrejificação do Espiritismo, com pretensão a seus “bispos” e “cardeais”.

Convocamos, pois, a todos os irmãos e irmãs de boa vontade, sem comprometimento com políticas doutrinárias de bastidores, a que nos unamos pela libertação do Pensamento Espírita, não consentindo na sua elitização e, muito menos, no “controle pessoal” que alguns encarnados querem ter sobre ele, esquecidos de que o “espírito sopra onde quer”!...

Inácio Ferreira
Psicografia de Carlos A. Baccelli

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