"NEM ELE PECOU NEM SEUS PAIS”
Há uma passagem na Bíblia que fala sobre a cura do homem cego de nascença. Essa passagem parece contradizer a lei de causa e efeito e a reencarnação, pois Jesus fala que o homem cego “não pecou” para que a doença se abatesse sobre ele. Vejamos a passagem:
“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. (João 9:1-3)”
A pergunta que se faz aqui é: se nem ele nem os pais pecaram, como disse Jesus, onde entra a lei de causa e efeito? Para compreender esse ponto todos devem saber que os espíritos vem ao mundo para viverem experiências de dois tipos principais: provas e expiações ou em missão. O espírito pode escolher vir ao mundo para viver provações e assim evoluir, ou ele pode vir ao mundo em missão, quando é um espírito mais elevado.
No caso do cego do tanque de Siloé, o que aconteceu? O cego fazia parte de um grupo de espíritos que vieram ao mundo especialmente para serem curados por Jesus. Eles escolheram passar por essa prova para que pudessem estabelecer um laço mais estreito com o Cristo, e sendo profundamente tocados pela cura, tivessem a oportunidade de seguir de Jesus, olhar mais atentamente para sua obra, serem sensibilizados pelos prodígios que ele realizava, e assim, esses espíritos tinham uma oportunidade maravilhosa e sublime de evolução, de desenvolvimento espiritual a partir do contato com o ministério do Cristo na Terra.
Dessa forma, nem ele pecou para ser cego e nem seus pais pecaram, mas seu espírito escolheu, antes de nascer no plano material, viver a tribulação da cegueira, passar por todos os sofrimentos de uma grave enfermidade, para com isso se aproximar de Jesus e seguir seus passos rumo ao Reino de Deus. Se ele aproveitou ou não essa valiosa chance de evolução, não sabemos. Mas é certo que ele pediu para nascer cego e, assim, tomando contato com Jesus e a “obra de Deus” que o mestre veio trazer, ele pudesse despertar para a realidade do espírito que ele é.
Jesus explicou que “foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”. O que é a obra de Deus? Tudo o que Jesus fez e todo o caminho que ele percorreu para conduzir os espíritos sofredores ao reino dos céus, à iluminação espiritual, mais próximo da perfeição do espírito, etc. Por isso, a cura do cego do tanque de Siloé não foi uma questão de karma, de faltas cometidas em vidas passadas, mas sim de escolha do próprio espírito que, num ímpeto missionário de guia para sua purificação, optou em nascer cego para que fosse curado e regenerado por Jesus.
Sim… ser curado por Jesus foi um privilégio imenso para esse espírito como para qualquer espírito. Não é difícil imaginar que, na época, foi feita uma fila imensa de espíritos que aceitaram de bom grado encarnar com as doenças mais terríveis e devastadoras tão somente para serem tocados pelas mãos sagradas do Cristo e receberem a cura…. não apenas a cura exterior, mas principalmente a cura interior.
A cura exterior, para o espírito, é irrelevante… mas a cura interior, essa vale infinitamente mais.
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