CONTENDAS
Quanto possível evita contender mesmo que nominalmente convocado ao debate.
Contenda pode representar semeadura de espinhos para colheita de aflições futuras.
Há muitos companheiros que acreditam na eficácia da disputa verbal e o refrão popular assevera que: “da discussão nasce a luz”, mas nem sempre...
Raramente a discussão é mantida no alto nível da exposição serena.
Os discutidores, quase sempre inseguros sobre o que debatem, pretendem, personalistas, impor opiniões não amadurecidas, antes nem mesmo pensadas, defendidas, no entanto, com vigor e entusiasmo apaixonado.
Raros são aqueles que conseguem, terminado o debate, guardar a paz íntima e alinhar o equilíbrio da emoção.
Quase sempre a contenda deixa fel nos lábios e desorganização mental, entorpecendo os centros do discernimento. Não poucas vezes conduz os discutidores ao auto-envenenamento, absorvendo elevadas doses dos fluidos da ira ou da cólera imprevistas.
Contender não significa esclarecer.
Quem esclarece, examina com calma a questão, expõe o assunto e deixa a mensagem de que se faz instrumento.
Reserva ao outro o direito de digerir o conceito apresentado para aceitá-lo ou não.
A concorrência do ouvinte alegra o expositor mas a recusa não o magoa.
O ensejo de elucidar é também ocasião de aprender, raciocinar na medida mental de quem escuta, conseguindo novas conclusões dos esclarecimentos examinados.
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Em contendas campeiam oportunidades de interferência das mentes desencarnadas infelizes, em comércio de exasperação.
Consomem-se energias na inutilidade.
Desarmonizam-se os painéis mentais.
Encorajam-se as disputas em favor do personalismo inferior.
Intensificam-se animosidades.
A disposição combativa, adquirida nas lutas da vaidade, gera o clima de rebeldia, predispondo à violência.
Silencia a palavra-debate quando o argumento da serenidade seja recusado com acrimônia. Talvez, amanhã, tenhas mudado de opinião ou, possivelmente, depois, o antagonista concorde contigo.
Seja o objetivo ajudar e não vencer...
Vencer é apelo seguro para vencer-se a si mesmo.
O homem que sabe, compreende a relatividade das coisas que conhece e o incomensurável do que ignora. Silencia para meditar, examina para aprender melhor e, quanto mais sabe, mais se compenetra da humildade de que necessita para considerar a vida.
Os homens superiores ignoram os triunfos sobre os outros, em contendas, preocupados que estão em se superarem.
Se, todavia, já podes manter o equilíbrio no debate, quando a ele chamado fiscaliza as palavras e mantém a serenidade, para que o verbo a perfumar os teus lábios exale o aroma da sabedoria e da compreensão.
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Interrogado, e ao debate convidado diretamente, no Pretório, por Pilatos, a respeito da Verdade, o Mestre circunvagou o olhar pela multidão próxima, e no entanto tão distante, fitou o atormentado questor, respondendo com serenidade: “É o Pai que está nos Céus”, encerrando o assunto, como a dizer-nos da necessidade de fiscalizar com quem, em quais circunstâncias e com quais recursos, deveremos explicar e esclarecer, principalmente evitando contender.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
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