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31 março 2007

Cultura e Caridade - Emmanuel

CULTURA E CARIDADE

Regozija-te na companhia dos amigos, em cuja intimidade surpreendes o alimento espiritual que te assegura euforia e bom ânimo; entretanto, em toda oportunidade que se te descortine, cultiva o intercâmbio com os habitantes das calçadas públicas ou de taperas abandonadas, em que se esconde penúria cansada de sofrimento, e onde, com ligeira migalha de socorro material ou com simples frase amiga, pode exercer o ofício dos anjos.

Anima os festivais das crianças felizes, em que bebês alegres e formosos conquistam prêmios de robustez; todavia, sempre que as circunstâncias te favoreçam, visita os recintos da provação, onde meninos desfigurados e tristes te aguardam a fatia de pão ou da maçã que te sobrou à mesa, como retratos da verdadeira felicidade.

Aprimora-te na apresentação pessoal, pois ao próprio lírio no charco Deus concedeu o direito a beleza digna para a glória da Natureza; mas, quanto posssas, comparece nos círculos de angústia em que mães sofredoras se agoniam entre a necessidade e o desespero, oferecendo-lhes alguma benção de amparo, de maneira a enfeitar-lhes a face com o sorriso da esperança.

Busca os divertimentos sadios que te refaçam as energias da mente e do corpo, sem prejuízo de teus deveres; no entanto, quanto possível, procura os hospitais, no intuito de confortar os irmãos doentes, de todas as condições, que aí suportam aflição e doença, a fim de que aprendas a agradecer a Deus as vantagens orgânicas de que desfrutas.

Esmera-te no estudo e no burilamento da personalidade, tanto quanto puderes; porém, tanto quanto puderes, igualmente, sai de ti mesmo, ao encontro do próximo em dificuldades maiores que as nossas, atendendo ao amor que Jesus nos ensinou... Então, converterás o teu próprio sentimento em estrela do céu da inteligência, porque, em verdade, Deus concede na cultura o coração da escola, assim como oferece na caridade a escola do coração.

Ditado por Emmanuel
extraído do livro "Caridade"
Francisco C.Xavier - 4ª ed.- IDE

30 março 2007

Renunciar - Emmanuel

RENUNCIAR

"E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai , mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna."
Jesus. (Mateus, 19:29.)

Neste versículo de Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna.

Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.

Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome.

À primeira vista, o alvitre divino parece contra-senso.

Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los? Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos.

Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.

Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.

Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição. Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos.

Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.

Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.

Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.

Acaso, não encontras compreensão no lar? Os amigos e irmãos são indiferentes e rudes?

Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.

Ditado por Emmanuel
extraído do livro "Caminho, Verdade e Vida"- Francisco Cândido Xavier

29 março 2007

Mimetismo e Definição - Emmanuel

MIMETISMO E DEFINIÇÃO

Amor em ação, amor-entendimento, amor-brandura, amor em nome do Cristo que se imolou por amor. Não nos esquecermos, porém, de que o Cristo nunca se achou fora do caminho aberto que conhecemos como sendo definição.

A astúcia se esconde sistematicamente no "sim", a crueldade se encouraça no "não" e a preguiça não sai do talvez.

O espírita, herdeiro atual do Cristianismo sem distorções, não pode ignorar a necessidade do equilíbrio.

Compreensão e ternura, mas atitude firme, para que a névoa da ignorância não invada a atmosfera mental onde vivemos, induzindo os companheiros de viagem terrestre ao vale da indecisão.

Somos, involuntariamente, a bússola uns dos outros. Os que marcham à frente ditam normas para os que se formalizam à retaguarda.

Todos influenciamos positivamente com o magnetismo da atitude. Daí o impositivo de sermos por fora o que somos por dentro.

Claramente é possível usar os valores afetivos em qualquer circunstância.

Misericórdia e paz em todas as situações, principalmente naquelas nas quais é preciso desembaraçar alguém da perturbação com a paciência e a abnegação de que não prescindimos para libertar o doente da enfermidade. Isso, contudo, não nos exime do culto à verdade.

Reportemo-nos, enlevados, ao amor que imperava nas coletividades cristãs do Evangelho nascente.

Os primeiros seguidores de Jesus amavam-se ternamente como verdadeiros irmãos; entretanto, não foi tão só à preço de doçura que venceram o sarcasmo e a perseguição de que se viram objeto.

O amor entre eles incluía a coragem, a fraqueza, o desassombro e a fidelidade por ingredientes necessários ao triunfo sobre as vicissitudes da época, tanto quanto sobre si próprios.

Sejamos tolerantes no sentido construtivo, respeitando as vítimas de enganos consagrados e preconceitos infelizes, doando a cada uma delas algo de útil que as auxilie na edificação do bem, com vistas à emancipação futura. Mas conservemos atitude límpida pela qual sejamos identificados na condição de espíritas, a serviço do mundo renovado, evitando mimetismo e acomodação.

Ditado por Emmanuel
Mensagem extraída do livro "Estude e Viva"
pelos Espírito de Emmanuel e André Luiz
psicografado por Francisco C.Xavier e Waldo Vieira

28 março 2007

Personalismo - Caibar Schutel

PERSONALISMO

“Irmãos, Deus vos abençõe hoje e sempre.

Nada tem sido mais prejudicial ao movimento Espírita do que o personalismo de seus adeptos.

Não consintam que o amor próprio nos cegue o discernimento, impedindo-nos principalmente de enxergar as nossas muitas mazelas, as que trazemos por bagagem das sombras que temos acumulado ao longo de nossas múltiplas existências. Acautelemo-nos contra as inovações desnecessárias, que nos impõem maiores prejuízos que lucros, posto que, na defesa de pontos de vista que nos dizem respeito, olvidamos vivências evangélicas.

Preservar a Pureza Doutrinária não é simplesmente alterar a voz em defesa da Codificação, mas esforçar-nos sobretudo fiéis aos ditames da consciência, que nos exorta a amar os semelhantes.

Sem dúvida observamos com certa apreensão o Movimento Espírita, subdividindo-se imperceptivelmente na suposta liderança daqueles que não hesitam em solicitar aplausos para si mesmos, descompromissados com a verdade que o Espiritismo restaura.

Companheiros, não nos afastemos da senda da humildade e da coerência doutrinária por onde caminham aqueles que nos legaram o que temos de melhor no campo da exemplificação.

Ou os espíritas se unem de vez em torno de Jesus e Allan Kardec, ou em breve, infelizmente muito em breve, criaremos múltiplas tribos doutrinárias, sob o comando de diversos caciques, todos reclamando para si a primazia da verdade.

Espírita não é quem, pretextando humildade e pequenez, está a serviço de si mesmo e não da causa maior da Doutrina. Espírita é quem, embora se reconhecendo imperfeito, luta para que a Doutrina se mantenha escoimada de suas próprias imperfeições e não se furte de trabalhar na construção do mundo melhor.

Deixando-lhes aqui meu fraternal abraço, sou o companheiro de todos os instantes, que tanto lhes deve”.

Cairbar Schutel (Espírito)
Mensagem recebida pelo médium Carlos Bacceli, no dia
02/02/97, no Centro Espírita Allan Kardec, na cidade de
Cambé-PR.- Extraída da Revista Informação - 257 março/98.

27 março 2007

Renasce Agora - Emmanuel

Renasce Agora
"Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."- Jesus. (João, 3:3)

A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?

Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa-vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita em enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a idéia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação de guerra.

Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar intentos mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: - "Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."

Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam a alcançando a antecipação da vitória sobre a ti mesmo, no tempo...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

Ditado por Emmanuel
(extraído do livro "Fonte Viva" - Francisco C. Xavier - Capítulo 56 - ed. FEB)

26 março 2007

Bichinhos - Irmão X

Bichinhos

Declara-se você esgotado pelos conflitos internos da Instituição Espírita de que se fez devotado servidor, e revela-se faminto de uma solução para os problemas que lhe atormentam a antiga casa de fé.

Lutas entre companheiros e hostilidades constantes minaram o altar do templo, onde, muitas vezes, você observou a manifestação da Providência Divina, através de abnegados mensageiros da luz, e hoje, ao invés da fraternidade e da confiança, do entusiasmo e da alegria, imperam no santuário a discórdia e a dúvida, o desânimo e a tristeza.

Pede-nos você um esclarecimento, entretanto, a propósito do assunto, lembro-me de velha e valorosa árvore que conheci em minha primeira infância. Verde e forte, assemelhava-se a uma catedral na obra prodigiosa da Natureza. Cheia de ninhos, era o palácio predileto das aves canoras que, em suas frondes, trinavam felizes. Tropeiros exaustos encontravam à sua sombra, que protegia cristalina fonte, o reconforto e a paz, o repouso e o abrigo. Lenhadores, de quando em quando, furtavam-lhe pedaços vivos e peregrinos ingratos roubavam-lhe ramos preciosos para utilidades diversas. Tempestades terríveis caíam sobre ela, anualmente, oprimindo-a e dilacerando-a, mas parecia refazer-se, sempre mais bela. Coriscos alcançaram-na em muitas ocasiões, mas a árvore robusta ressurgia, sublime. Ventanias furiosas, periodicamente, inclinavam-lhe a copa, decepando-lhe galhos vigorosos; a canícula demorada impunha-lhe pavorosa sede e a enxurrada costumava rodeá-la de pesados detritos... O tronco, porém, sempre adornados de milhares e milhares de folhas seivosas, parecia inabalável e invencível.

Um dia, contudo, alguns BICHINHOS começaram a penetrá-la de modo imperceptível.
Ninguém lhes conferiria qualquer significação.
Microscópicos, incolores, quase intangíveis, que mal poderiam trazer ao gigante do solo ?
Viajores e servos do campo não lhes identificaram a presença.
Mas os BICHINHOS multiplicaram-se, indefinidamente, invadiram as raízes e ganharam o coração da árvore vigorosa, devorando-o pouco a pouco...
E o vegetal que as ameaças do céu e as tentações da Terra, em reduzido tempo, triste e emurchecido, transformava-se em lenho seco, destinado ao fogo.

Assim também, meu caro, são muitas das associações respeitáveis, quando não se acautelam contra os perigos, aparentemente sem importância. São admiráveis na caridade e na resistência aos golpes do exterior. Suportam, com heroísmo e serenidade, estranhas provações e contundentes pedradas. Afrontam a calúnia e a maldade, a perseguição e o menosprezo público, dentro de inalterável paciência e indefinível força moral...

Visitadas, entretanto, pelos vermes invisíveis da INVEJA ou do CIÚME, da INCOMPREENSÃO ou da SUSPEITA, depressa se perturbam e se desmantelam, incapazes de reconhecer que os MELINDRES pessoais são parasitos destruidores das melhores organizações do espírito.

Quando o “DISSE-ME-DISSE” invade uma instituição, o DEMÔNIO da INTRIGA se incumbe de toldar a água viva do entendimento e da harmonia, aniquilando todas as sementes divinas do trabalho digno e do aperfeiçoamento espiritual.

Que fazer ? - pergunta você, assombrado.

Dentro de minha nova condição, apenas conheço um remédio: nossa adaptação individual e coletiva à prática real do Evangelho do Cristo.

Contra os corrosivos BICHINHOS do EGOÍSMO desgastante, usemos os anti-sépticos da Boa Nova.
- “Se alguém quiser alcançar comigo a luz divina da ressureição – disse o Senhor-, negue a si mesmo, tome a cruz dos próprios deveres, cada dia, e siga os meus passos.”

Quando pudermos realizar essa caminhada, com esquecimento de nossas carunchosas suscetibilidades, estaremos fora do alcance dos sinistros micróbios da treva, imunizados e tranquilos em nosso próprio coração.


IRMÃO X (Médium: Francisco Cândido Xavier- do Livro “Cartas e Crônicas”, edição FEB)

25 março 2007

Na Sementeira da Cada Dia - Emmanuel

NA SEMENTEIRA DE CADA DIA:

Observa o mundo ao redor de teus passos e perceberás, na desigualdade das situações, a Justiça Divina a expressar-se com a perfeição da sabedoria e do amor.

Lembra-te de que tudo nas horas de hoje decorre das criações do dia de ontem, tanto quanto a nossa conduta presente traçar-nos-á o amanhã infalível.

Tudo nasce e renasce, em função do aprimoramento que nos cabe atingir.

O usurário do pretérito, que subtraiu a bênção do ouro à circulação do progresso, agora é o mendigo esmolando a graça do pão.

O artista que ontem abusou da inteligência situando-a a serviço da imoralidade e do crime, passa hoje entre aqueles que lhe foram vítimas da insânia intelectual, na feição do demente necessitado de proteção e carinho.

A mulher que antigamente mobilizou a própria beleza, na exploração da crueldade e do vício, caminha na atualidade entre a angústia e a aflição da debilidade orgânica, em vigorosa luta contra o abatimento e a enfermidade.

O tirano das consciências que outrora movimentou a política e a autoridade na escravidão dos semelhantes para extorquir-lhes o sangue e o suor, transita agora na Terra, no corpo disforme dos mutilados que beijam o pó da terra, por muitos e muitos anos, a fim de compreender que só a humildade e o amor são bastante sábios para conferir-nos a luz da verdadeira felicidade.

Cada criatura constrói na própria mente e no próprio coração o paraíso que a erguerá a nível sublime da perfeita alegria, ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros antros do sofrimento.

Ditado por Emmanuel
Extraída do livro "Alvorada do Reino" - Francisco C. Xavier - edição IDEAL

24 março 2007

Abencoemos a Luta - Emmanuel

ABENÇOEMOS A LUTA

Meus amigos, abençoemos a luta.
O facão da poda aumenta a produção das árvores.
O bisturi determina a extinção da enfermidade.
A ostra importunada reage, fabricando a pérola.
Aos estorcegões da dificuldade, encontra o espírito valiosa transformação.

O trabalho é grão no celeiro.
O repouso é ferrugem na enxada.
A pedra recolhida serve à construção.
O espinho desinfetado cura tumores.
O suor é pão que alimenta.
A ociosidade é estagnação que corrompe.
A inércia é paz dos cadáveres.
A ferida em bom combate chama-se mérito.
A exigência é débito de amanhã.
A humildade é crédito de hoje.
Privilégio é responsabilidade.
Dever comum é acesso à própria emancipação.
Lágrima é limpeza interior.
Fel é medicamento que remedeia.
Todo progresso é expansão.
Toda expansão é crescimento.
Todo crescimento é esforço.
Todo esforço é sacrifício.
Todo sacrifício é dor.
Toda dor é renovação.

Meus amigos, os olhos foram situados pela Sabedoria Divina na elevada dianteira do corpo.
Saibamos contemplar o horizonte à frente.
Olvidemos as sombras de ontem.
Somos diariamente procurados pelas criaturas, situações e coisas que procuramos.
Busquemos, desse modo, a lição divina, a fim de que sejamos beneficiados pela Divina Lição.
Que o Senhor nos abençoe.

Ditado por Emmanuel
extraído do livro "Instruções Psicofônicas"
Espíritos Diversos - Francisco C. Xavier - FEB

23 março 2007

Reconciliação - Martins Peralva

RECONCILIAÇÃO

Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem.

Relativamente à vida presente, a reconciliação com os adversários proporciona uma série de inapreciáveis benefícios.

Paz na Consciência - o maior tesouro que o homem pode desejar no mundo.
Ausência de inquietações e remorsos - patrimônio que ajuda na aquisição do equilíbrio interior .
Sono tranquilo - assegurando bem-estar espiritual enquanto o corpo descansa.
Despertar sereno - premiando o coração que se enriqueceu de experiências novas, no contato com benfeitores desencarnados .

Construção de preciosas amizades, nesta e na vida extrafísica - o que é fundamental para todos nós, especialmente os imortalistas - reencarnacionistas.

A inimizade é uma brasa no coração humano.
Queima, fere, abre chagas profundas.
Faz sangrar por muito tempo.

Quando nos dispusermos a compreender e seguir o conselho do Mestre -"Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem" -, nossos corações inundar-se-ão de um júbilo diferente.

De um júbilo sublime, que nenhum tesouro do mundo pode substituir ou compensar.
Feliz a criatura que diariamente, após honesto exame de consciência, pode dizer:

" A minha alma está virgem de ressentimentos! Não sinto, dentro de mim, nem ódio, nem rancor, nem desejos de vingança ! Não tenho inimigos! A todos estimo, a todos prezo,

a todos desejo o bem! Podem existir criaturas que não me compreendam as atitudes, o idealismo, mas eu as compreendo!"

Como se vê, a Reencarnação, fazendo luz sobre a palavra evangélica, é, realmente, benéfica e construtiva..

Favorece a extinção não só dos antagonismos do pretérito, em geral promovidos por nós mesmos, como também ajuda a dissolver as inimizades que a nossa invigilância forjou no presente .

Com vistas ao Amanhã, a confraternização com os adversários, em outras palavras, a reconciliação com os inimigos, aconselhada por Jesus, apresenta vantagens, de natureza espiritual, imprescindíveis ao nosso progresso.
Assegura-nos, hoje, aquela euforia que nos dará, amanhã, em definitivo, a verdadeira felicidade .

A maioria das obsessões resulta de ódios que se fixaram, no Tempo e no Espaço, na poeira dos séculos e milênios, pela incapacidade do perdão recíproco.

Conhecemos casos de vingança que atravessaram a noite escura dos tempos, desceram ao abismo dos milênios, levando hoje à alucinação e à delinquência almas que praticaram ou se acumpliciaram em crimes hediondos...

A estima fraternal garante, para o porvir de nossas lutas evolutivas, reencarnações liberadas de penosos compromissos e dolorosas consequências.

O desatamento de laços hostis, ou, simplesmente, antipáticos, que muita vez distanciam companheiros de jornada, abre aos nossos Espíritos sublimes oportunidades de construirmos, em vez de apenas reconstruirmos.

Tais considerações, formuladas à base do raciocínio palingenésico, demonstram a sabedoria de Jesus, quando afirmou que o Espírito de Verdade restauraria os Seus ensinamentos.

Quanta lógica e quanto bom-senso!
Quanta claridade nos conceitos evangélicos, se interpretados à luz do Espiritismo !

O nosso coração se enriquece, a nossa alma se torna feliz, a nossa consciência se ilumina, por havermos aceito esta fortuna, este patrimônio inavaliável que o Cristo de Deus, através da personalidade missionária de Allan Kardec, legou à Humanidade planetária.

Reconciliemo-nos, pois, com os adversários, de ontem e de hoje, Se os tivermos, na certeza inabalável de que o perdão irrestrito, com o esquecimento de toda a falta, abrir-nos-á a porta que nos introduzirá, mais tarde, no Santuário de Luz da Vida Infinita.

E não esqueçamos, a benefício da nossa própria felicidade, agora e sempre, a suave advertência de Nosso Senhor Jesus-Cristo: -"Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem. "

Martins Peralva
extraído do livro Estudando o Evangelho - À Luz do Espiritismo - 2º ed. FEB

22 março 2007

Paradoxo - Áureo

PARADOXO

Queridos companheiros,
Aí está a clara e insofismavelmente entronizada, pelos homens do século, a imagem constrangedora do paradoxo que voluntariamente criaram:

- incensaram o poder da força bruta, e agora temem pelo desenfreio da violência, que não conseguem conter;
- incentivaram a indisciplina da permissividade, e não encontram saída para defender as sociedades da enxurrada licenciosa e desbordante do vício, que corrompe as melhores reservas das nações;
- recusaram honras reais à bondade e ao amor fraterno, açulando os egoismos desbragados, por considerá-los molas indispensáveis ao progresso, e já não vislumbram meios de equilibrar ímpetos agressivos que ameaçam a tudo destruir;
- embaçaram na iconoclastia e no agnosticismo os princípios éticos norteadores das relações humanas, e amargam a dura necessidade de multiplicar azorragues e enceleirar petrechos destruidores, na esperança de que o terror do mal maior funcione como dissuasão ao autogenocídio;
- trataram com desprezo os apelos amorosos da misericórdia, em favor do entendimento e da paz entre todas as criaturas e vêem-se a braços com o avolumar-se das tensões incontroláveis que as injustiças desataram enfureceram.

Agora, que a crise fermenta a massa e ameaça explodir, não há como desfazer causas que produziram efeitos inelutáveis, senão apenas o dever de gerar causas novas, suficientemente poderosas para superar o mal e vitoriar o bem.

Enquanto os cirurgiões do desespero buscam, na vã farmacopéia da razão sem luz, o milagre do impossível, continuai, vós outros, no trabalho humilde e santo da reconstrução da esperança e da fundação da sociedade nova do amor evangélico.

A aparente modéstia das vossas atividades não vos deve nunca levar a crer que vosso mister seja, por silencioso e sem estardalhaços, menos importante ou de menor efetividade.
O Reino de Deus será instalado, afinal, mais cedo do que parece, neste mundo.

E antes que os últimos ais dos guerreiros deixem ecoar nas quebradas da Terra, o Senhor dará o governo do mundo aos mansos de coração.

Ditado por Áureo
(Mensagem recebida no “Grupo Ismael”, da Federação Espírita Brasileira,
no Rio de Janeiro, em 20/08/1981, pelo médium Hernani T. Santanna)

21 março 2007

Lembrança Oportuna - Bezerra de Menezes


Filhos:

Nestes momentos de crise existencial por que passa nossa humanidade, na transição para o milênio próximo, estejamos sempre vigilantes em nossa caminhada. São muitos os obstáculos a transpor e os observadores espirituais, à nossa volta, já impossibilitados de retornar ao orbe pela reencarnação, inquietos alguns, revoltados outros, vingativos outros mais, julgando-se, muitos deles, injustiçados pela Providência Divina, cobram de cada um de nós o necessário aprumo moral-espiritual, afim de merecermos a Terra do amanhã.

Vigiam-nos de perto;
Espreitam-nos os atos;
Policiam-nos as palavras;
Perscrutam-nos as intenções;
Acompanha-nos os desacertos;
Examinam-nos a honestidade, nas relações do cotidiano;
Medem-nos a estrutura cristã, na postura de cada hora;
Registram-nos erros e deslizes como quem contabiliza, com avidez, créditos a exigir mais adiante;
Relacionam–nos em seus índex de perseguição e cobranças do passado;
Espreitam-nos, na posição em que se encontram, como nas presas fáceis às suas intenções menos felizes.
Incomoda-lhes, nosso mais singelo esforço de melhoria espiritual, por nos distanciarmos de suas aspirações e companhias.

Ontem, comungamo-lhes os ideais sombrios, enquanto hoje, instigados pela renovação cristã, buscamos outros caminhos.
Mantenhamos acesa, dentro em nós, a lâmpada viva da fé e, à luz da oração, avancemos à frente segundo as recomendações do Mestre Divino, com ele e a serviço d’Ele que nos pastoreia a caminhada.

Faz-se inadiável a sublime advertência:
-“Brilhe a vossa luz!”
É imprescindível altearmos a candeia do coração a fim de afugentarmos as sombras, tredas e perigosas, em torno de nossos passos.
Ao combustível do Evangelho, seremos sempre capazes de nos manter firmes e dedicados, seguindo nas pegadas luminosas de JESUS.
Eis o mesmo momento de cada um tornar a cruz de suas decisões e renúncias, e avançar, por si mesmo, na direção do Mestre.
Sem demagogia, nem proselitismo;
Sem adiantamentos, nem desculpismos;
Sem receios, nem revolta;
Sem mascaramentos, nem rotulagem religiosa;

Agora, eis o instante decisivo, em nossa vidas, para aquela posição firme, consciente e corajosa de nossa fé!
- Orar e Vigiar!- eis a sentença de ordem.
JESUS, à nossa frente, ilumina-nos os passos , por Sol Meridiano de nossas almas.
Mas, é preciso seguirmos com Ele, escutando-lhe o chamado para não soçobrarmos às intempéries sombrias dos tempos de transição para o Mundo de Regeneração que a Terra nos ensejará.
-“Vem e Segue-me!”- conclama o Senhor.

Ao optarmos por JESUS, compreendamos a imperiosidade da vigilância e da oração para que os perigos à sua volta não nos intimidem e as tentações de toda ordem não se convertam em angustiantes adiantamentos do Bem em nossas vidas.
A experiência terrestre não deve ser desperdiçada. O mundo é nossa escola.
Estuguemos, pois, o passo e veremos os obstáculos, sempre no rumo de Divino Amigo, almejando o futuro renovado com que o amanhã da Terra nos aguarda!

Bezerra de Menezes
(Página psicografada em reunião pública da Casa Espírita Cristã, na noite de 05 de Agosto de 1991, pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro, na abertura das reuniões comemorativas alusivas ao “Mês de Bezerra de Menezes”, na Casa Espírita Cristã - Vila Velha/ES - Brasil).

20 março 2007

MOCIDADE E EVOLUÇÃO

Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos.

Delineámos, anteriormente, o clima de incertezas em que vivemos, reafirmando, assim, a Terra, a sua humilde condição de orbe expiatório e regenerativo.
De mundo atrasado, onde almas falidas resgatam velhas promissórias, acrescidas, via de regra, de pesados juros.
O desajuste universal; o clima saturado de vibrações inferiores; a tendência ao negativismo; tudo isso aí se encontra, iniludível e concreto, convocando os homens de boa vontade para as alegrias da tarefa nobre, do serviço edificante.
Façamos, pois, de Jesus, o depositário infalível de nossas esperanças, o Guia Real da Humanidade, o Orientador por excelência.
Paulo de Tarso, escrevendo a Tito, orienta-o no sentido da preparação dos moços para as tarefas do Evangelho, estimulando-os à conduta criteriosa "em todas as coisas" .
Para as criaturas experimentadas nos infatigáveis labores de uma existência digna, e, de modo particular , para os moços, é oportuna a exortação do apóstolo.
Os que renascem, agora, enfrentando novas lutas e tarefas, defrontando-se com um mundo realmente adverso, estão sendo convocados para os divinos empreendimentos da evolução, que exigem, de fato, critério e firmeza.
O campo de trabalho desdobra-se em novas e sublimes atividades, propulsoras naturais do progresso e do aperfeiçoamento moral dos povos, concitando os idealistas aos labores santificantes .
Na luta em prol da evolução, impõe-se o congraçamento dos valores espirituais da juventude, à luz dos ensinos do Cristianismo Redivivo .
Faz-se mister, do Oriente ao Ocidente, o conjugamento de todas as energias morais, a fim de que seja mantido o edifício evangélico, levantado no solo palestinense à custa de suor, sangue e lágrimas.
E' indispensável a preservação das magníficas conquistas que uma parcela da Humanidade guarda no sagrado escrínio dos seus mais fecundos labores.
O momento, pois, é de luta pelo aprimoramento .
A hora é de trabalho.
A evolução é indeclinável imperativo .
"A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos" - assevera o Mestre .

A mocidade tem que reservar, no seu coração, um lugar para a Mensagem do Cristo .
Tem que se nutrir dessa Mensagem, viver dessa Mensagem, aperfeiçoar-se em função dessa Mensagem sublime e eterna .
Somente o Evangelho do Senhor tem o poder de renovar o homem que se desviou, a sociedade que se extraviou, o mundo que perdeu o equilíbrio.
Ele é o fundamento da Ordem e do Progresso.
O Evangelho é Amor - na sua mais elevada expressão.
Amor que unifica e constrói para a Eternidade .
Amor que assegura a perpetuidade de todos os fenômenos evolutivos.
E o Cristo recomendou, suavemente : " Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. "
Seríamos reconhecidos por discípulos Seus, pelo amor que ofertássemos aos companheiros de romagem .

Somente o Evangelho aproximará os homens, porque ele é Caridade.
E a Caridade é mansa e pacífica.
Não humilha.
E' paciente .
Não guerreia, porque perdoa setenta vezes sete.
O Cristo, Mestre e Senhor, avisou-nos de que a cada um será dado na razão direta das obras praticadas.
Allan Kardec - o Insigne Missionário –recordou a advertência do Mestre dos mestres com a legenda sublime: "Fora da caridade não há salvação."
Somente o Evangelho, sentido e praticado, evitará as lutas, o morticínio entre irmãos, porque da árvore do Evangelho vicejam os sentimentos do Amor e os frutos do perdão incondicional.
A Boa Nova é o fundamento da evolução e o campo de trabalho ideal para a mocidade.
Evolução com a mocidade e mocidade para a evolução.
Quem ama, com o Evangelho - perdoa sempre .
Quem perdoa, com o Evangelho - esquece ofensas.
Quem esquece ofensas, sob a inspiração do Evangelho - confraterniza com todos .
Quem confraterniza com todos, à sombra acolhedora do Evangelho - aplaina dificuldades, remove obstáculos.
Quem aplaina dificuldades consolida, para a Eternidade, no Tempo e no Espaço, os fundamentos da evolução com Jesus.

Martins Peralva
extraído do livro Estudando o Evangelho - À Luz do Espiritismo - 2º ed. FEB

19 março 2007

Aviso - Maria Dolores

Aviso

Está sendo procurado.
Homem considerado galileu.
Trinta e três anos.
Pele clara e expressão triste.
Cabelos longos e barba maltratada.
Marcas sanguinolentas nas mãos e nos pés.
Caminha habitualmente acompanhado de mendigos e vagabundos, doentes e mutilados, cegos e infelizes.
Onde aparece, frequentemente, é visto, entre grande séquito de mulheres, sendo algumas de má vida, com crianças esfarrapadas.
Quase sempre está seguido por doze pescadores e marginais.
Demonstra respeito para com autoridades, determinando se dê a Cesar o que é de Cesar, mas espalha ensinamentos que é contrário à Lei antiga, como sejam:

- o perdão das ofensas;
- o amor aos inimigos;
- a oração em favor daqueles que nos perseguem ou caluniam;
- a distribuição indiscriminada de dádivas com os necessitados;
- o amparo aos enfermos, sejam eles quais forem;
- e chega ao cúmulo de recomendar que uma pessoa espancada numa face ofereça a outra ao agressor.

Ainda não se sabe se é um mágico, mas testemunhas idôneas afirmam que ele multiplicou cinco pães e dois peixes em alimentação para mais de cinco mil pessoas, tendo sobrado doze cestos.
Considerado impostor por haver trazido pessoas mortas à vida, foi preso e espancado.
Setenciado à morte, com absoluta aprovação do próprio povo, que o condenou, de preferência à Barrabás, malfeitor conhecido, recebeu insultos e pedradas, sem reclamar, quando conduzia a cruz às costas. Não se ofendeu, quando questionado pela Justiça, complicando-se-lhe a situação, porque seus próprios seguidores o abandonaram nas horas difíceis. Sob afrontas e zombarias, foi crucificado entre dois ladrões.
Não teve parentes que lhe demonstrassem solidariedade, a não ser sua Mãe, uma frágil mulher que chorava aos pés da cruz.
Depois de morto, não se encontrou lugar para sepultá-lo, senão doloroso recanto de túmulo por favor de um amigo.
Após o terceiro dia do sepultamento, desapareceu do sepulcro e já foi visto por diversas pessoas que o identificaram pelas chagas sangrentas dos pés e das mãos.
Esse homem que está sendo cuidadosamante procurado.
Seu nome é Jesus de Nazaré.
Se puderes encontrá-lo, deves segui-lo para sempre.

Ditado por Maria Dolores
Psicografado por Francisco C. Xavier
Grupo Espírita "Os Mensageiros"

18 março 2007

A Cortina do "EU" - Emmanuel

A Cortina do "EU" - Emmanuel

"Porque todos buscam o que é seu e não o que é do Cristo Jesus."
Paulo - (Filipenses, 2:21)


Em verdade, estudamos com o Cristo a ciência divina de ligação com o Pai, mas ainda nos achamos muito distantes da genuína comunhão com os interesses divinos.
Por trás da cortina do "eu", conservamos lamentável cegueira diante da vida.

Examinemos imparcialmente as atitudes que nos são peculiares nos próprios serviços do bem, de que somos cooperadores iniciantes, e observaremos que, mesmo aí, em assuntos de virtude, a nossa percentagem de capricho individual é invariavelmente enorme.

A antiga lenda de Narciso permanece viva, em nossos mínimos gestos, em maior ou menor porção.
Em tudo ou em toda parte, apaixonamo-nos pela própria imagem.
Nos seres mais queridos, habitualmente amamos a nós mesmos, porque, se demonstram pontos de vista diferentes dos nossos, ainda mesmo quando superiores aos princípios que esposamos, instintivamente enfraquecemos a afeição que lhes consagrávamos.

Nas obras do bem a que nos devotamos, estimamos, acima de tudo, os métodos e processos que se exteriorizam do nosso modo de ser e de entender, porquanto, se o serviço evolui ou se aperfeiçoa, refletindo o pensamento de outras personalidades acima da nossa, operamos, quase sem perceber, a diminuição do nosso interesse para com os trabalhos iniciados.
Aceitamos a colaboração alheia, mas sentimos dificuldade para oferecer o concurso que nos compete.

Se nos achamos em posição superior, doamos com alegria uma fortuna ao irmão necessitado que segue conosco em condição de subalternidade, a fim de contemplarmos com volúpia as nossas qualidades nobres no reconhecimento de longo curso a que se sente constrangido, mas raramente concedemos um sorriso de boa-vontade ao companheiro mais abastado ou mais forte, posto pelos Desígnios Divinos à nossa frente.

Em todos os passos da luta humana, encontramos a virtude rodeada de vícios e o conhecimento dignificante quase sufocado pelos espinhos da ignorância, porque, infelizmente, cada um de nós, de modo geral, vive à procura do "eu mesmo".

Entretanto, graças à Bondade de Deus, o sofrimento e a morte nos surpreendem, na experiência do corpo e além dela, arrebatando-nos aos vastos continentes da meditação e da humildade, onde aprenderemos, pouco a pouco, a buscar o que pertence a Jesus Cristo, em favor da nossa verdadeira felicidade, dentro da glória de viver.

Ditado por Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
extraído do livro "Fonte Viva"-Ítem 101

17 março 2007

Princípios Espíritas - Washington Borges de Souza

PRINCÍPIOS ESPÍRITAS

O Espiritismo ensina, sustenta e comprova que Deus existe e "é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".

Deus, espírito e matéria são os elementos gerais do Universo.
A natureza íntima do Criador é, ainda, para nós, nos atuais estágios evolutivos, inacessível à nossa compreensão. Sabemos, apenas, que sobrepaira sobre tudo que existe em toda parte e que Suas leis são soberanas, muitas delas desconhecidas da Humanidade terrena.

Outro componente da trindade universal é o espírito, do qual também pouco sabemos. Comanda os pensamentos e ações do ser humano quando individualizado, por meio de sua vontade e livre-arbítrio, dirigindo os fluidos provindos do fluido universal de onde promanam todas as coisas.

O terceiro elemento universal é a matéria, mais ou menos densa, da qual faz parte nosso corpo físico, morada provisória da alma imortal.
A Ciência, nos rumos da evolução, desbrava o desconhecido e muitas noções são alcançadas para auxiliar a alma na caminhada para sua destinação: a perfeição.

O Espírito, a fim de que possa atuar sobre a matéria mais grosseira, se serve de outra menos densa, a fluídica, a qual, no que se refere ao ser humano, recebeu na Codificação Kardequiana a denominação de "perispírito", ligado ao corpo físico molécula a molécula por ocasião da concepção no ventre materno, no majestoso processo divino da formação da vida, exclusivamente originária da Suprema Sabedoria.

Procede da Doutrina Espírita a lição de que o Espírito, também denominado alma, é criado "simples e ignorante", mas as suas origens se perdem nas noites do passado distante. "É o ser inteligente da criação"... "Uma chama, um clarão, uma centelha".

O princípio inteligente existente no Universo é inegável. O Espírito é a "individualização" desse princípio conforme esclarece a Doutrina, mas a sua criação pertence aos domínios de Deus e está fora dos limites da nossa atual compreensão, podendo-se, apenas, formular teorias para explicá-la. A que parece estar mais concorde com a razão é a que expõe que o princípio inteligente inicia sua jornada nos reinos inferiores da Natureza, progredindo até atingir o reino humano, quando se individualiza e adquire o livre-arbítrio.

A própria Doutrina Espírita enfatiza que há certos mistérios ainda inacessíveis à nossa precária compreensão. A natureza íntima do Criador, as origens da matéria e do Espírito, o infinito do Universo, são exemplos típicos. As vaidades, muitas vezes, se insurgem contra tal realidade e buscam criar sistemas individuais, sem, contudo, contarem com a aprovação dos Espíritos encarregados da Terceira Revelação. Impõe-se, pois, a separação das opiniões pessoais das verdades já reveladas a fim de se manter resguardada a responsabilidade doutrinária, a pureza e autenticidade do que por ora nos é concedido entender.

O Espiritismo não consagra ou sanciona milagres, nem mesmo certos mistérios.Os primeiros ele os explicita à luz de leis naturais, e os segundos, os mistérios, situa-os fora do alcance da nossa atual compreensão. Incumbe, pois a nós, ainda não capacitados a poder entendê-los, admitir que pertencem aos domínios divinos. Somente a compreensão aprimorada irá explicá-los. Há necessidade de aceitar isso com humildade, o que também é de difícil conquista, dada a arrogância humana.

Observando-se os reinos inferiores da Natureza, percebem-se certas aproximações de caracteres entre eles e o humano. Até mesmo o mineral não foge a certa similitude. No vegetal ela se acentua. Há plantas benfazejas, inúteis, úteis e até nocivas e venenosas, como as criaturas humanas. Há as que sugam as energias das outras exatamente como constatamos em processos obsessivos. Há espécies dotadas de sensibilidade evidentes e zoófitos que despertam atenção.Árvores que produzem bons frutos e outra frutos ruins. As que nada oferecem a não ser seu lenho e sua função. Vegetais que alimentam a vida e ervas daninhas que atrapalham e incomodam, inúteis, portanto, tais como as pessoas desviadas dos caminhos do bem e dedicadas à à destruição e à perversidade.

Os animais inferiores, do mesmo modo, mantêm a acentuada evidência de que há um princípio conducente a Deus em tudo que existe. Alguns de instintos mais aperfeiçoados do que outros e até denotando certo grau de inteligência. São eles os prestimosos auxiliares do homem. Na Natureza tudo se encadeia.

O Espiritismo tem por fundamento a existência de Deus, dos Espíritos e das Leis Naturais que regulam a vida e tudo que existe no Universo. É, portanto, doutrina natural. À medida que outras leis ainda desconhecidas são desvendadas, ampliam-se, consequentemente, as fontes benfeitoras sobre nossas vidas. Em verdade não existe ninguém rigorosamente materialista porque no imo de cada ser humano há uma centelha provinda do Criador que jamais se apaga, a alma. Entretanto, é inegável que facções da Humanidade se fixam na convicção enganosa que nada há além da matéria; todavia, mesmo esta se conserva às vezes fora do alcance de suas concepções, pois existe em outros estados que escapam aos limitados sentidos humanos, já devidamente confirmados pela Ciência tradicional.

Todos estamos subordinados ao axioma da existência. A Doutrina Espírita parte dessa realidade. Estacionar aí não satisfaz à natureza humana dotada de racionalidade, de inteligência, de vontade, de livre arbítrio. Esses e outros atributos fazem-na progredir, aperfeiçoar-se. Esta e a lei natural que rege a todos, ateus ou não, e a tudo que existe, queiramos ou não. Tais princípios são incontestáveis.

A grandiosidade dessa Doutrina é incomensurável. Encaminha as pessoas esclarecendo-as. Respeita o livre arbítrio de cada uma mostrando-lhe, com antecedência, as consequências de seus procedimentos em face das leis que governam o Universo. Jamais se fixa em discussões vazias e estéreis. Clareia a via comum a todos e aguarda os retardatários, sejam eles niilistas, espíritas, católicos, protestantes ou de que seita ou religião forem. É a Religião que visa a reunir todas as criaturas em torno do Criador e da Verdade.

Há quem se apraz em atar-se a vaidades, em fazer com que prevaleçam seus entendimentos, em perder tempo com sofismas e sortilégios, em desarmonizar com discussões descabidas e inócuas, em lutas inglórias, opondo-se a seus próprios interesses de evolução. Tudo isso faz parte da vida.

Tudo, enfim, está sob controle da soberana, augusta e insofreável vontade de Deus e da Sua Misericordiosa Justiça.

Washington Borges de Souza
Texto extraído da Revista "Reformador", Maio 1999.

16 março 2007

Umbanda Não é Espiritismo - Benedito da Gama Monteiro

Umbanda Não é Espiritismo

Origem, conteúdo doutrinário e prática ritual estabelecem as diferenças fundamentais entre Espiritismo e Umbanda. Apesar da clareza dessas distinções, isso não deve ser razão impossibilitante para que entre espíritas e umbandistas haja respeito mútuo, espírito de compreensão e sensatez, embora essa tolerância não deva resultar em conivência e omissão.
Deolindo Amorim, em seu livro "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas", conclui, afirmando:

"O Espiritismo é uma doutrina que se basta por si mesma, sem empréstimos nem acréscimos artificiais."

À luz dessa precisa orientação, observamos que nem mesmo nos arraiais espíritas essa diferença é feita, especialmente por aqueles que não se dão ao trabalho de estudar a Doutrina, sem falar em parte da imprensa leiga que, de propósito ou não, anuncia tudo o que ocorre nas tendas e terreiros como sendo Espiritismo, disso se beneficiando os opositores sistemáticos, que esperam levar vantagem com a confusão estabelecida.

Fala-se em "baixo Espiritismo"e "alto Espiritismo"; em "Espiritismo de mesa" e "Espiritismo de terreiro", etc., como se houvesse mais de um Espiritismo!
Quanto à origem, sabemos que Espiritismo é a doutrina codificada por Allan Kardec, recebida de vários Espíritos Superiores no século passado, caracterizando-se por um conjunto de princípios de ordem científica, filosófica e religiosa, que objetiva o progresso espiritual do homem, com a implantação da fraternidade entre todas as criaturas na Terra.

A Umbanda deriva-se, fundamentalmente, do culto religioso da raça negra da velha África. Os seus princípios doutrinários são realmente frutos de "folclore", dos provérbios, aforismos, das lendas, crenças populares, canções e tradições do negro africano.

Com referência ao conteúdo doutrinário, sabemos que o Espiritismo se assenta em postulados científicos, filosóficos e éticos, o que não se dá na Umbanda, que não tem doutrina codificada, embora seus adeptos aceitem a imortalidade da alma, a reencarnação e a lei de ação e reação, como fazem os espíritas.

Quanto à prática ritual, a Umbanda difere, essencialmente, do Espiritismo porque aquela atua no plano da natureza e este no do pensamento, pois que só o Espírito conta, realmente. Aliás, o Espíritismo não tem ritual de nenhuma espécie, pois não admite corpo sacerdotal hierarquizado ou não, cerimônias (batizados, casamentos e quaisquer outras); não se utiliza de fórmulas, invocações, ou promessas de qualquer natureza; repele a adoração de imagens, símbolos, amuletos; rejeita crendices e superstições e não admite pagamento pela prestação de assistência espiritual ou de qualquer auxílio, que conceda aos necessitados.

As tentativas para fundamentar a introdução de rituais, incensos, imagens, e outros objetos de culto material no meio espírita invocam, sempre. um pressuposto espiritualista, como generalidade, ou fazem apelo à tolerância. Não há, entretanto, razão alguma para tais pretextos, uma vez que o Espiritismo, pelas suas disposições doutrinárias, dispensa completamente qualquer forma de ritual ou peças litúrgicas.

Assim sendo, onde houver qualquer manifestação de culto exterior, não existirá a verdadeira prática espírita.

Apesar do louvável entusiasmo de alguns espíritas para a comunhão de seitas religiosas no seio da Doutrina, a mistura heterogênea sempre sacrifica a pureza íntima da essência! A qualidade de substância espírita reduzir-se-ia pela quantidade de mistura de outros ingredientes religiosos.

O Espiritismo não é doutrina separativista, nem ecletismo religioso em torno do Espírito imortal! É, principalmente, uma idéia de solidariedade fraterna entre todos os homens! Pode abrigar, em espírito, todos os credos e religiões que firmam suas doutrinas e postulados na realidade imortal. Mas seria insensata a mistura heterogênea de práticas, dogmas, princípios e composturas devocionais diferentes, entre si, para constituir outro movimento espiritualista excêntrico.

A missão da Doutrina Espírita, enfim, é libertar o homem e não prendê-lo ainda mais às fórmulas e superstições do mundo.
Finalizamos, fazendo nossas as observações sensatas do Espírito Emmanuel, na mensagem Doutrina Espírita, concitando os Espíritas a zelarem pela doutrina que professam:

"Porque a Doutrina Espírita é em si a liberalidade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.
'Espírita' deve ser o teu caráter, ainda mesmo que te sintas em reajuste, depois da queda.
'Espírita' deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.
'Espírita' deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.
'Espírita' deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, por isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.
Doutrina Espírita quer dizer Doutrina de Cristo.
E a Doutrina de Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.
Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas."

Benedito da Gama Monteiro
(Texto retirado da revista "Reformador", Abril, 1996, pág. 33)

15 março 2007

Comportamento - Joanna de Ângelis

COMPORTAMENTO

Exterioriza-se o mundo mental - suas aspirações, conflitos, necessidades - no comportamento do indivíduo, definindo-lhe a estrutura moral e o nível de discernimento de consciência.

Quando ele estagia nas faixas mais primárias da evolução, suas paixões se apresentam brutais, imediatistas desenvolvendo reações agressivas, manifestações egoísticas e perturbadoras para o grupo social, no qual se encontra situado.

À medida que a educação e a experiência - sofrimentos inesperados, lutas para a aquisição do equilíbrio, constatação da própria fragilidade - trabalham-no, altera-se-lhe o programa de anelos, adaptando-se melhor ao segmento da sociedade em que se movimenta, desenvolvendo as aptidões latentes que o impelem para o ideal de beleza, de crescimento íntimo, de auto-realização.

No comportamento se manifestam a sua realidade intelecto-moral e o seu correspondente nível de saúde, física e mental.

Ninguém consegue identificar-se com a iluminação, não estando disposto ao esforço por educar-se, comportando-se com equilíbrio diante das circunstâncias que defronta no processo social, assim como nos fenômenos e ocorrências pessoais.

Na complexidade de tais realizações a interação mente-corpo, espírito-matéria é inalienável.
O corpo reflete os comportamentos mentais, somatizando os conflitos, que lhe perturbam a harmonia, quando as construções psíquicas se irradiam carregadas de pessimismo, de vibrações inferiores e tóxicas...

Os tecidos celulares reagem conforme as ondas mentais que os visitam, agredindo-os ou conciliando-os.

Desse modo, as idéias superiores sustentadas pela mente produzem correspondentes efeitos no corpo, estimulando as células à manutenção da ordem, vitalizando-as para o processo da mitose saudável.

Além do departamento muito complexo da organização física e psíquica, o cérebro é uma valiosa glândula que secreta substâncias essenciais à manutenção dos equipamentos que constituem o corpo, mantendo-o ou desorganizando-o.

Graças às endorfinas que produz, muitas dores são atenuadas, propiciando a manutenção do nível do bem-estar no indivíduo.

Diversas enzimas outras são produzidas, desenvolvidas e distribuídas pelos numerosos equipamentos orgânicos, cooperando para sua conservação e renovação ou desconcerto e enarmonia.

As pessoas irascíveis, realistas-fatalistas, que conduzem azedumes e pessimismo, assinaladas pelas constantes mudanças de humor, produzem as enzimas perniciosas, que irão abrir campo para a invasão orgânica pelos elementos microbianos destrutivos.

Ao inverso, aquelas que elaboram pensamentos otimistas, confiantes, alegres, solidários, estimulam o sistema psiconeuroimunológico, tornando-se resistente às viroses e baciloses degenerativas. E mesmo quando são vitimadas por enfermidades dessa procedência, recompõem as defesas orgânicas e restauram a saúde.

O espírito conduz o corpo através de vibrações delicadas que sustentam as células, mantendo-as em ritmo harmônico ou desgastante conforme as ondas mentais que irradia.

Para que o comportamento alcance o ponto ideal, que faculta resultados felizes, é indispensável o cultivo dos pensamentos edificantes, propiciadores da disciplina interior, através da qual se exteriorizam em hábitos equilibrados, fomentadores de saúde, de alegria de viver.

Nesse sentido, as insubstituíveis lições de Jesus-Cristo constituem diretrizes de segurança, que devem ser insculpidas na mente, deixando-as irradiar-se em sucessivas ondas de amor, que vitalizam o homem e a mulher, espraiando-se em direção do seu próximo, em forma de transação psicológica de alto nível, tornando-se o comportamento ideal que os promoverá à condição de pessoas realmente felizes.

O comportamento, dessa forma, define a pessoa que, vigilante e lúcida, deve trabalhar-se sem cessar até alcançar a realização interior em perfeita identificação com as demais criaturas.


Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 13/03/95,
Ditado por Joanna de Ângelis
No Centro Espírita Caminho da Redenção - Salvador - BA

14 março 2007

Na Benção da Fraternidade - Richard

Na Bênção da Fraternidade

Celebrou-se há pouco a ressurreição do Senhor.

Sem comentários ao acontecimento que fulgura nas páginas evangélicas com a luz do Crista, lembramos a ressurreição das almas para a vida renovada.

Grandiosos os movimentos de fraternidade que se fazem na Terra, proporcionando aos corações desfalecentes o agasalho, o alimento, a instrução. Caravaneiros da fraternidade seguem a trilha gloriosa do amor cristão, seguindo os passas do Divino Mestre. Ensaios grandiosos dos sentimentos humanos que vão deixando os instintos brutos para elevarem-se aos caminhos benditos da Luz.

Hoje, concretizando-se a vontade do Sublime Amigo, já do conhecimento de quantos estudam o Espiritismo Cristão, sabemos o Brasil um coração predestinado a irrigar o mundo com o sangue vivo do Evangelho Redentor, abrigando as almas sofredoras e doando a claridade do Consolador para toda a Humanidade.

Abençoados os planos de lsmael, eis o Brasil integrando-se no plano grandiloqüente de um

verdadeiro coração, dividido nas suas quatro partes: dois aurículos e dois ventrículos, para que todo o sangue circule em espírito e verdade e seja o sangue venoso constantemente renovado, levando às mentes a palavra do Senhor, envolta na luz da Doutrina Reveladora.

Eis o Coração do Mundo, propiciando a circulação normal, para que o progresso se faça não só nas terras brasileiras, mas expandindo-se como um sol resplendente, abraçando o mundo todo no calor bendito da fraternidade !

Eis Ismael, o Anjo Glorioso em plena atividade, servindo e amando, através dos instrumentos humanos que permanecem na Terra a serviço do Senhor.

Entendamos a Mensagem Divina que o Brasil está recebendo e bendigamos ao Senhor. Aproveitemos o ensejo que nos proporciona Jesus, trabalhando e seguindo os roteiros fulgurantes da Luz Eterna.

Amigos, chegada é a nossa hora, a hora sublime de servirmos sempre mais, submissos à Vontade Soberana que nos dirige. Desce sobre a Terra uma chuva de bênçãos que o Senhor envia para seus tutelados. Glorifiquemos o Senhor nas alturas e em nossos corações.

Que a paz do Divino Mestre seja conosco.

Ditado por Richard
Página recebida pela médium Maria Cecília Paiva,
na reunião pública da Federação Espírita Brasileira, em 13-4-71
Reformador – Junho de 1971

13 março 2007

Por Amor à Criança - Emmanuel

POR AMOR À CRIANÇA

Nós que tantas vezes rogamos o socorro da Providência Divina, oremos ao coração da Mulher, suplicando pelos filhinhos das outras! Peçamos as seareiras do bem pelas crianças desamparadas, flores humanas atingidas pela ventania do infortúnio, nas promessas do alvorecer!...

Pelas crianças que foram enjeitadas nos becos de ninguém;
pelas que vagueiam sem direção, amedrontadas nas trevas noturnas;
pelas que sugam os próprios dedos, contemplando, por vidraças faustosas, a comida que sobeja desperdiçada;
pelas que nunca viram a luz da escola;
pelas que dormem, estremunhadas, na goela escura do esgoto;
pelas que foram relegadas aos abrigos de lama e se transformam em cobaias de vermes destruidores;
pelas que a tuberculose espia, assanhada, através dos molambos com que se cobrem;
pelas que se afligem no tormento da fome e mentalizam o furto do pão;
pelas que jamais ouviram uma voz que as abençoasse e se acreditam amaldiçoadas pelo destino;
pelas que foram perfilhadas por falsa ternura e são mantidas nas casas nobres quais pequenas alimárias constantemente batidas pelas varas da injúria;
e por aquelas outras que caíram, desorientadas, nas armadilhas do crime e são entregues ao vício e à indiferença, entre os ferros e os castigos do cárcere!

Mães da Terra, enquanto vos regozijais no amor de vossos filhos, descerrai os braços para os órfãos de mãe!...
Lembremos o apelo inolvidável do Cristo: “deixai vir a mim os pequeninos”. E recordemos, sobretudo, que se o homem deve edificar as paredes imponentes do mundo porvindouro, só a mulher poderá convertê-lo em alegria da vida e carinho do lar.

Extraído do livro “O Espírito de Verdade” - Espíritos Diversos
ed. - FEB – 1977, pág. 136-137
Psicografia de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
Ditado por Emmanuel

12 março 2007

Diante da Consciência - André Luiz/Emmanuel

Diante da Consciência

A vontade do Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes de assumir, onde estivermos, em favor de todas as criaturas.
Quem vem a ser, porém, essa atitude mais elevada que estamos chamados a abraçar, diante dos outros? Sem dúvida, é a execução do dever que as leis do Eterno Bem nos preceituam para a felicidade geral, conquanto o dever adquira especificações determinadas, na pauta das circunstâncias.
Vejamos alguns dos nomes que o definem, nos lugares e condições em que somos levados a cumpri-lo:

na conduta - sinceridade;
no sentimento - limpeza;
na idéia - elevação;
na atividade - serviço;
no repouso - dignidade;
na alegria - temperança;
na dor - paciência;
no lar - devotamento;
na rua - gentileza;
na profissão - diligência;
no estudo - aplicação;
no poder - liberalidade;
na afeição - equilíbrio;
na corrigenda - misericórdia;
na ofensa - perdão;
no direito - desprendimento;
na obrigação - resgate;
na posse - abnegação;
na carência - conformidade;
na tentação - resistência;
na conversa - proveito;
no ensino - demonstração;
no conselho - exemplo.

Em qualquer parte ou situação, não hesites quanto à atitude mais elevada a que nos achamos intimados pelos Propósitos Divinos, diante da consciência. Para encontrá-la, basta procures realizar o melhor de ti mesmo, a benefício dos outros, porquanto, onde e quando te esqueces de servir em auxílio ao próximo, aí surpreenderás a vontade de Deus que, sustentando o Bem de Todos, nos atende ao anseio de paz e felicidade, conforme a paz e a felicidade que ofereçamos a cada um.

Extraído do livro "Estude e Viva" - FEB
Ditado por André Luiz e Emmanuel
psicografado por Francisco C. Xavier e Waldo Vieira

11 março 2007

Terapia do Evangelho - Dias da Cruz


Amigos,

Lícito é que procuremos a cura de nossos males físicos, empregando os recursos terapêuticos que a bondade de Deus coloca ao nosso dispor através dos profissionais da saúde. Não olvidemos que o socorro dos Mentores Espirituais, em se tratando da saúde humana, nem sempre se faz por meio de recursos estranhos à metodologia médica, principalmente porque seus representantes, quando conscientes da responsabilidade que assumiram perante o Médico das Almas, constituem-se em instrumentos da Vontade Divina junto aos necessitados da jornada terrena.

Todavia, é preciso considerar a responsabilidade do doente ante as causas desencadeadoras do mal que o infelicita. Originando-se todas no campo moral, o principal agente terapêutico será unicamente a aplicação em si do remédio salvador, que outro não é senão o Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo.

Indubitavelmente, nas atitudes de egoísmo, de orgulho e de vaidade extremados, cultivados por anos e anos nas diversas etapas reeencarnatórias, encontraremos as causas dos desajustes vibratórios expressos na estrutura do perispírito, a ofertarem aos desafetos e comparsas do passado as condições de afinização vibratório-magnética que podem, de per si, não só desencadear os processos patológicos como também agravar os já existentes.

Quando a criatura alia aos recursos terapêuticos da medicina humana __ quer os de natureza homeopática ou alopática, quer os da chamada mediciana alternativa __ o esforço constante em buscar o autoconhecimento para melhor reeducar-se nas lições da Boa-Nova, tais recursos terão sua ação potencializada e seus efeitos sobre a saúde serão mais sentidos.

Ao reeducar-se à luz das lições imorredouras do Médico das Almas, ao aceitar as dificuldades da vida como um reflexo dos desmandos do passado, encarando-as como oportunidades preciosas para o progresso rumo à Luz Maior, a criatura se furtará a muitos males evitando agravamentos do seu estado físico.

Por mais eficazes possam ser os recursos da tecnologia da saúde colocados à nossa disposição, é preciso também considerar o mérito de cada um perante a Medicina Divina, bem como o papel regularizador das vibrações perispirituais desajustadas pelas infrações às Leis Divinas, manifestadas na doença física. Esta, muitas vezes, é o agente rearmonizador do ser com a própria consciência, e, neste caso, os recursos tecnológicos representarão apenas a Bondade Celestial agindo para fornecer à criatura as condições materiais que lhe permitam expiar seus débitos morais até o fim e, desse modo, libertar-se não apenas do mal físico mas, sobretudo, do mal vibratório que gerou o primeiro em nível perispiritual.

Em todas as circunstâncias difíceis de nossa saúde, amigos, recorramos ao mestre, aplicando o seu Evangelho como recurso terapêutico por excelência.

Supliquemos-lhe forças para tudo suportar com mansidão e paciência. Peçamos-lhe a coragem com que lutemos contra nossas más tendências e sigamos seus exemplos.
Muita paz!

10 março 2007

Interação - Bezerra de Menezes

INTERAÇÃO

Comumente indagais pelo modo de vos identificardes com seres queridos que vos antecederam na viagem para a Grande Renovação.

Entendamos.

O Mais Além não é tão longe do vosso campo de experiência e aqueles a quem, na Terra, impropriamente categorizamos por desaparecidos não se encontram assim tão ausentes.

Achamo-nos todos interligados, nas mesmas esperanças e realizações.

Se chorais os que partem do mundo, quase sempre os que partem do mundo lastimam os que ficam nele. E a sede de reencontro é o laço a que nos prendemos reciprocamente, apesar das dimensões diferentes de matéria em que nos fixamos.

Fácil entender, assim, que conseguirei desfrutar a convivência com os entes queridos, já desenfaixados pelo envoltório físico, pelo cultivo dos ideais e atividades a que se afeiçoam ou dos quais pretendem a desejada iniciação.

Se quase todos nós, quando no mundo, nos observamos inaptos para a Vida Espiritual, os que começam a trabalhar por ascensão e melhoria, na Vida Espiritual, ainda se encarceram mentalmente nos propósitos e lembranças do campo terrestre, necessitando – quantos de nós! – prosseguir na aquisição de méritos para o acesso a estágios superiores de evolução.

Se vos propondes, dessa forma, ao convívio mais direto com as criaturas queridas domiciliadas no Mais Além, ofertai a elas os braços a serviço da fraternidade e do entendimento.

Associai-vos com os entes inesquecíveis nas tarefas do bem puro e simples, considerando-se que o bem será sempre, nos fundamentos da vida, o bem que pudermos criar no amparo aos outros, de vez que unicamente a felicidade a felicidade que fizermos, em favor do próximo, reverterá para nós, no tempo, a fim de ser nossa própria felicidade.

Em síntese: doai àqueles a quem consagreis vosso afeto o melhor de vossas forças para a edificação do Mundo Mais Feliz e reconhecereis que todos estarão mais profundamente vinculados ao vosso amor, sustentando-vos, cada vez mais seguramente, para o reencontro em Plano Maior e Melhor, na conquista de alegria sem pausa e da unificação para sempre.

Bezerra de Menezes
extraído do livro "Caminhos de Volta" - Espíritos Diversos
Francisco Cândido Xavier - publicado pelo Grupo Espírita Emmanuel - SP

09 março 2007

Livre Arbítrio - Martins Peralva

Livre Arbítrio

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará livre.

O livre arbítrio é a faculdade que permite ao homem edificar, conscientemente, o seu próprio destino, possibilitando-lhe a escolha, na sua trajetória ascensional, do caminho que desejar.
Limitado a princípio, vai-se expandindo à medida que o homem cresce em espiritualidade .
Quanto mais evoluído o ser, mais amplo o seu livre arbítrio, maior o seu direito de fazer certas escolhas, no campo da vida, assumindo assim, apouco e pouco, o comando definitivo de sua ascensão .
Livre arbítrio e responsabilidade individual desenvolvem-se, simultâneamente, no aprendizado humano.
O homem de evolução primária tem o livre arbítrio limitado, restrito .
Equivale ao sentenciado que a lei pune, sem transigências, submetendo-o à reclusão onde melhor convenha aos interesses da lei e da sociedade.
A sociedade e a lei não confiam nele .
O homem de evolução mediana tem sua esfera deliberativa menos restrita.
Corresponde ao recluso que, submetido à disciplina dos códigos, recebe dos códigos certas concessões, geralmente atribuídas aos que, no cumprimento de suas penas, demonstram boa vontade e obediência, respeito e compreensão.
O homem evolvido é o ex-sentenciado, o que já se libertou e corrigiu .
Provas e expiações, disciplinações e corretivos foram-lhe o caminho para a libertação definitiva.
Nada mais deve à lei e colabora, na sociedade, para que se restaurem a justiça e a fraternidade, a harmonia e o progresso.
E' livre para agir, porque discerne o bem do mal, a verdade da mentira, a luz da sombra.
Conhecendo a Verdade, a Verdade o fêz livre.
De sua atuação resultam o trabalho e a prosperidade, o fortalecimento e a segurança das peças que constituem, que formam o maquinismo das coletividades .
Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre arbítrio se harmonizará plenamente com a Verdade Total, com as deliberações superiores .
Nesse dia saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.

* * *

Nesse dia, do qual ainda distamos muito, diremos com o apóstolo da gentilidade: "Não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim."
Tal se dará quando tivermos superado as imperfeições.
Quando nos integrarmos, em definitivo, pelo coração e pela inteligência, nos preceitos morais e fraternistas do Evangelho.
Sem aquisições elevadas, com base nos ensinos do Celeste Enviado, a liberdade nos leva a quedas e fracassos, que redundam, geralmente, em clamorosos débitos e amargas expiações.
Abusando da força - esmagamos os fracos .
Exorbitando do poder, através da liberdade mal dirigida - oprimimos os humildes.
Utilizando mal a inteligência - confundimos os menos esclarecidos.
Se o livre arbítrio é faculdade que se origina, em princípio, de aquisições intelectivas, o coração bem formado contribuirá, sem dúvida, para que seja ele exercido segundo os padrões da moral e da fraternidade, garantindo, no Grande Porvir, o triunfo do Espírito Imortal.
O livre arbítrio do homem não evoluído é como um espelho que o lodo das imperfeições desnatura, por algum tempo.
O livre arbítrio do homem de evolução mediana é como uma madrugada que espera o beijo do Sol.
O livre arbítrio do homem evolvido - do que se libertou da ignorância - é como a face tranquila de um lago, onde se refletem, no esplendor de sua radiosidade, os luminosos raios do astro-rei.

extraído do livro Estudando o Evangelho - À Luz do Espiritismo
Martins Peralva
2º ed. FEB