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30 setembro 2008

Humildade - Cenyra Pinto

HUMILDADE

Humildade é simplicidade e naturalidade.

Muitos interpretam humildade como pusilanimidade ou frouxidão de caráter. Os que assim pensam estão muito longe da verdade.

Ser humilde não é ser covarde, não é se aviltar nem rastejar. É apenas ser simples.

Certas pessoas, para atestar a sua humildade, se dizem insignificantes, esquecidas de que esse sentimento depressivo a seu próprio respeito entorpece e anula qualquer atividade sua.

A sugestão é algo importante na nossa vida, e aquele que se deprecia, vai-se convencendo da sua incapacidade, perdendo, assim, o estímulo para qualquer investimento.

Se a própria pessoa se desvaloriza, se amesquinha diante dos outros, como esperar que alguém lhe dê qualquer incumbência de responsabilidade?

"A justiça começa por casa", diz um sábio rifão.

Ninguém é insignificante; todos têm o seu valor. Cada um deve procurá-lo dentro de si e fazê-lo viver.

A parábola do óbulo da viúva, por exemplo, nos mostra o valor da ação sincera, embora aparentemente insignificante. Ela ofereceu o que possuía e o fez com amor.

Segundo o Mestre, não seremos julgados, no tribunal divino, pelo número de talentos que nos foi confiado, mas pela fidelidade na sua aplicação.

A tragédia mais pungente é a do talento que se perde por força de uso. E deixa de ser usado pela carência de esforço, de uma vontade resoluta.

Ser humilde é proceder como a viúva da parábola: fazer aquilo que estiver ao nosso alcance, o melhor que pudermos, com todo o nosso amor, para que o talento que nos foi confiado se multiplique.

Saibamos que da contribuição fiel de cada um de nós é que a evolução segue a sua trajetória. Contribuição consciente e perseverante.

Pode-se ser humilde e austero ao mesmo tempo, pois a humildade não nos compele a deixarmos as coisas erradas ao nosso lado, sem ajudarmos com a energia que se fizer necessária para consertar esses erros.

A humildade é ativa e vigilante porque conhece a sua missão.

Humildade, pois, é ausência total de vaidade e desligamento das coisas transitórias da Terra; é libertação integral.

Extraído do livro "Vem!", de Cenyra Pinto

29 setembro 2008

Idealismo e Realidade - Paulo Roberto Santos

IDEALISMO E REALIDADE

É certo que diante do panorama desalentador que vemos na atualidade do mundo, muitos se perguntam se vale a pena tentar fazer alguma coisa para mudar os rumos de tudo isso. Parece que o caos se instalou de modo definitivo em todos os setores da vida humana de modo a desestimular qualquer esforço no sentido de se melhorar a situação. Muitos alegam que o melhor é esperar que a tempestade passe antes de se fazer algo, pois como as coisas estão nada daria resultado, por isso acham que o melhor mesmo é manter o braços cruzados enquanto o circo pega fogo. A estes perguntamos se as coisas um dia melhorarão, se todos pensarem do mesmo modo e nada fizerem. 

A História ensina que é justamente o idealismo da minoria que tem promovido os avanços da humanidade e mantido a chama da esperança nos períodos das grandes crises. Graças a homens e mulheres mantidos por uma intensa fé interior, clamando como vozes no deserto, a humanidade caminha, lentamente e, às vezes, aos arrancos, mas progredindo de alguma forma. Tais seres sempre existiram e existem ainda. A maioria trabalhando no anonimato, acreditando em si e no futuro do mundo, apesar de tudo. São muitos os que estão em atividade voluntária, sem pensar em recompensas ou retornos de ordem material, pecuniária ou sob a forma de qualquer benefício. As associações comunitárias, conselhos, centros espíritas, pastorais, APAEs e ONGs das mais diversas naturezas estão por aí fazendo o que podem em benefício do próximo, cumprindo tarefas que, em princípio, caberiam ao poder público. 

Mais que dar coisas, sempre úteis considerando-se que nada sobrevive sem recursos materiais e financeiros, dão de si. Doam-se a si próprios para as atividades necessárias aos asilos e creches, orfanatos e centros de saúde, com o intuito de minorar o sofrimento dos que não podem agir por si mesmos. São pessoas que conseguem sair das queixas e reclamações, críticas e mau humor, para as ações propositivas, muitas vezes do trabalho solitário para a atividade solidária, com resultados sempre apreciáveis. 

Nós espíritas nos encontramos, de alguma forma, na categoria desses idealistas quando deixamos de ser apenas leitores de romances ou freqüentadores de centros e partimos para uma atividade útil na casa que nos acolhe, nas atividades que se apresentam sob mil formas diferentes ou apenas orando, em casa mesmo, por aqueles que ainda sequer aprenderam a orar. De qualquer modo, o trabalho voluntário é sempre um exercício de altruísmo, é um sair de si. Saber dar algumas horas semanais de seu tempo para atividades de interesse comunitário é colaborar para mudar as coisas para melhor. É mais sábio acender uma vela que amaldiçoar a escuridão, diz a sabedoria chinesa. 

Muitos dizem nada terem a oferecer para a vida em comum, sentem-se pequenos em termos de recursos, tempo, conhecimento etc. Na maioria dos casos são pequenos realmente apenas em boa vontade. Em geral, essa "síndrome de insuficiência" decorre de autoavaliações equivocadas, pois se a pessoa dispõe de recursos financeiros e não tem tempo, poderá ajudar com esses recursos; se dispõe de tempo e os recursos materiais são escassos, dê de seu tempo; se não dispõe de saúde mas possui conhecimento, divida este conhecimento com aqueles que têm menos, como quem semeia possibilidades para o presente e para o futuro, libertando mentes da escravidão da ignorância. Comumente se diz que ninguém é tão rico que nada precise e ninguém é tão pobre que nada tenha a oferecer. Essa é uma grande verdade, que deve ser considerada nos atuais momentos da vida terrena de modo a ajudarmos na grande transição que se efetua e a não cruzarmos os braços, esperando que as coisas se arranjem por si mesmas. 

É provável que o leitor ou leitora compreenda que a recompensa pelo verdadeiro idealismo de cada um, em qualquer atividade da vida humana, é a própria satisfação interior que o trabalho traz. Valoriza e justifica a existência. Reforça a auto-estima, tem efeito multiplicador, pois pessoas que observam outras no trabalho voluntário acabam se sentindo estimuladas a tentar alguma coisa. 

Enfim, apesar de todas as dificuldades e obstáculos que naturalmente surgem no trabalho voluntário, o idealista se sentirá sempre motivado por essa chama interior que o impulsiona, pois de certo modo é um inconformista, alguém que sabe que as coisas não precisam continuar assim só porque estão assim. É aconselhável que aquele que ainda não exercitou o trabalho voluntário, a atividade solidária, experimente dar de si, mais que dar coisas. O dar coisas muitas vezes se resume a mera filantropia, quando não a desencargo de consciência por razões políticas ou religiosas. 

Autor: Paulo Roberto Santos

28 setembro 2008

Kardec e a Espiritualidade - Emmanuel

Kardec e a Espiritualidade

Todas as missões dignificantes, conferidas pela Eterna Sabedoria, aos grandes vultos humanos, são tarefas do Espírito.

Precisamos compreender a santidade do esforço de um Edson, desenvolvendo as comodidades da civilização, o elevado alcance das experiências de um Marconi, estreitando os laços da fraternidade entre os povos; apreciando, porém, o labor da inteligência, somos obrigados a reconhecer que nem todas as organizações da Terra adquirem imediata repercussão no plano dos Espíritos.

Daí, a razão de examinarmos o traço essencial do trabalho confiado a Allan Kardec. Suas atividades requisitaram a atenção do Planeta e, simultaneamente, ecoaram nas esferas espirituais que lhe dizem respeito, onde se formaram legiões de colaboradores.

O ministério do Codificador revelava aos homens um mundo diferente.

A morte, o problema milenário das criaturas, perdeu a feição de esfinge. Outras vozes, por intermédio da obra dele, falaram da vida, além do sepulcro. Seu esforço, por isso, espalhou-se pelo orbe, constituindo a mais consoladora das filosofias e difundindo-se, naturalmente, nos círculos invisíveis ao homem comum por vasto movimento de interesses divinos.

Ninguém pode afirmar que Kardec fosse o autor do Espiritismo, porque este é de todos os tempos e situações da Humanidade. Entretanto, ele é o apóstolo da renovação cristã. Com este título, conquistado ao preço de profundos sacrifícios, cooperou com Jesus para que o mundo não desfalecesse desesperado. E, contribuindo com a valorosa coragem de que forneceu amplo testemunho, organizaram-se na espiritualidade os mais dilatados empreendimentos de colaboração e auxílio à sua iniciativa superior.

Legiões de amigos da verdade alistaram-se sob a sua bandeira, cooperando no êxito da causa sublime. Atrás de seus passos, movimentou-se um mundo mais elevado, abriram-se portas desconhecidas do olhar comum, a fim de que a fé e a ciência iniciassem a marcha de suprema coesão, em Cristo Jesus.

Não somente o orbe terrestre, em sua paisagem física, foi beneficiado.

Não apenas a inteligência encarnada amealhou esperanças.

O mundo invisível, mais intimamente ligado ao campo humano, alcançou igualmente consolo e compreensão.

Os vícios de educação religiosa haviam prejudicado as noções da criatura, relativamente ao problema da alma desencarnada.

As idéias de um céu injustificável e de um inferno terrível definiam o espírito exonerado da carne à conta de um exilado da Terra, onde amou, lutou e sofreu, criando profundas raízes sentimentais. Semelhante convicção contrariava o espírito de seqüência da Natureza. Quem atendeu às determinações da morte, naturalmente continua, além, as tarefas começadas no caminho evolutivo, infinito. Quem sonhou, esperou, combateu e torturou-se não foi a carne, reduzida à condição de vestidura, mas a alma, senhora da vida imortal.

Tais aberrações expressam, de algum modo, o alcance grandioso da missão de Allan Kardec, considerada nos vários círculos de aperfeiçoamento em que nos movimentamos.

É justo o reconhecimento dos homens e não menor o nosso agradecimento aos seus sacrifícios de missionário, ainda porque em seu ministério de revelação apreciamos a atividade do apóstolo sempre viva.

Que Deus o abençoe.

Afirma-nos o Evangelho que os anjos se regozijam nos céus quando se arrepende um pecador. E o serviço santificado de Allan Kardec tem consolado, modificado e convertido ao Senhor milhões de pecadores, neste mundo e no outro.

Emmanuel (Chico Xavier)
Mensagem recebida em 7.02.1941
e revista pelo autor espiritual em 1949

Reformador (FEB) Outubro 1949

27 setembro 2008

Homosexualismo - José Herculano Pires


HOMOSSEXUALISMO

No capítulo trágico das obsessões em massa temos o tópico especial do vampirismo. Desde a mais alta Antigüidade os casos de obsessão e loucura foram tratados a pancadas para expulsão dos demônios causadores.

Na Idade Média, como disse Conan Doyle, houve uma invasão de bárbaros, que os clérigos combatiam com afogamento das vítimas nos rios e lagos e a queima dos hereges vivos em praça pública, sobre montes de lenha a que se ateava o fogo da purificação.

Nos conventos e mosteiros houve a infestação dos súcubos e íncubos, demônios libertinos que se apossavam das vítimas, homens e mulheres, para relações sexuais delirantes.

A eclosão da Renascença, após o milênio de torturas e matanças, aliviou o planeta com a renovação da cultura mítico-erótica, em que as flores roxas da mandrágora atraíam os vampiros do sexo condenado.

Em nossos dias assistimos a um explodir de recalques e frustrações nas águas sujas da pornografia e da criminalidade erótica. Voltam os vampiros, em bandos famintos, ansiosos pelo sangue de novas vítimas.

No meio espírita surgem livros mediúnicos de advertência, como Sexo e Destino, na psicografia de Chico Xavier, e livros de elaboração humana, mas baseados em experiências mediúnicas, como Sexo Depois da Morte, do Dr. Ranieri.

São revelações chocantes, mas necessárias, de um aspecto aterrador do problema mediúnico. Não atestam contra a mediunidade, mas tentam despertar os incautos quanto aos perigos do mediunismo selvagem.

São muitos os casos de sexualidade mórbida, exasperada pelos vampiros. Esta denominação é dada aos Espíritos inferiores que se deixaram arrastar nos delírios da sensualidade e continuam nessa situação após a morte.

A Psiquiatria materialista, impotente diante da enxurrada, incapaz de perceber a ação parasitária dos vampiros, desiste da cura dos desequilíbrios sexuais e cai vergonhosamente na aceitação desses casos como normais, estimulando as vítimas no desgaste de suas energias vitais, em favor do vampirismo.

Não obstante, mesmo ignorando as causas profundas do fenômeno ameaçador, poderia ela contribuir para o socorro a essas criaturas, através de teorias equilibradas sobre desvios sexuais.

Ao invés de dar-lhes a falsa cidadania de normalidade, podiam os psiquiatras da libertinagem recorrer às teorias da dignidade humana, que se não são espirituais, pelo menos defendem os direitos do Espírito. Mas preferem deixar-se envolver, que é mais fácil e mais rendoso, tornando-se os camelôs ilustres da homossexualidade, os protetores e incentivadores pseudocientíficos da depravação.

A existência de certas formas de vampirismo, como a sexual, que viola os princípios morais e religiosos, foi pouco tratada no Espiritismo em virtude do escândalo que provocava, podendo até mesmo causar perturbações a criaturas simples e excessivamente sensíveis.

A maioria dos casos do chamado homossexualismo adquirido, senão todos, provêm de atuação obsessiva de entidades animalescas, entregues a instintos inferiores. Mas a responsabilidade não é só das entidades, é também das vítimas que, de uma forma ou de outra, se deixaram dominar pelos primeiros impulsos obsessivos ou até mesmo provocaram a aproximação das entidades.

A experiência de vários casos dessa natureza revela-nos ainda os motivos da provação, decorrentes de atrocidades praticadas no passado pelas vítimas atuais, que são agora colocadas na mesma condição em que colocaram criaturas inocentes em encarnações anteriores.

A lei de causa e efeito, determinando o karma da terminologia indiana, colhe suas vítimas geralmente no período da adolescência, quando essas ocorrências são mais favorecidas pela crise de transição da idade. Mas também há casos ocorridos na idade madura e na velhice, dependentes, ao que parece, de crises típicas desses períodos.

Nos casos chamados de perversão constitucional a presença de obsessores não está excluída, pois eles são fatalmente atraídos e ligam-se às vítimas excitando-lhes as sensações e agravando-lhes a perturbação.

Em todos esses casos o auxílio de práticas espíritas específicas dá sempre resultados. E se houver boa-vontade da parte das vítimas os casos serão resolvidos, por mais prolongado que se torne o tratamento. Em casos difíceis e complexos como esses, é necessária uma boa dose de compreensão e paciência da parte dos que os tratam e uma estimulação constante das vítimas na busca da normalidade.

Os desvios sexuais têm procedências diversas. Suas raízes genésicas podem vir de profundidades insondáveis. A própria filogênese do sexo, que começa aparentemente no reino mineral, passando pelo vegetal e ao animal, para depois chegar ao homem, apresentando enorme variação de formas, inclusive a autogênese dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas, justifica o aparecimento de desvios sexuais congênitos.

Mais próximos de nós, nas linhas da hereditariedade germinal estão os ritos da virilidade de antigas civilizações, entre as quais a Grécia e Roma arcaicas, onde em várias épocas esses ritos vigoraram de maneira obrigatória, como em Esparta, onde os efebos, adolescentes, deviam receber a virilidade transmitida por homens adultos e viris através da prática homossexual, fornecem elementos possíveis de explicação para o fenômeno.

Transcrito da obra Mediunidade,
de José Herculano Pires,
capítulo O Vampirismo, publicada pela editora Edicel
Fonte: Jornal "A voz do Espírito" - Edição 82 - novembro/dezembro-1996


26 setembro 2008

A Tarefa dos Pais - Momento Espírita

A TAREFA DOS PAIS

Quando se anuncia a chegada de um novo membro na família, há grande alegria.

Os pais se desdobram em complexos preparativos.

Por ocasião do nascimento, há arroubos de ternura.

A Sabedoria Divina veste os Espíritos que retornam à carne com encantadora roupagem.

Frágeis e graciosos, eles inspiram cuidados e afeto.

É com enternecimento que os pais acompanham o crescimento de seus pequenos rebentos.

Desejosos de que sejam muito felizes, tomam inúmeras providências.

Colocam-nos nas melhores escolas, cuidam de sua saúde, os defendem de tudo e de todos.

É bom e natural que seja assim, pois a tarefa dos pais envolve o cuidado e o preparo de seus filhos para os afazeres da vida.

Entretanto, essa tarefa é muito mais vasta.

Todo bebê que nasce representa um antigo Espírito que retorna ao cenário terrestre.

Como terá de viver em um mundo materializado, ele precisa receber educação formal e todos os demais cuidados que essa circunstância inspira.

Entretanto, como Espírito imortal, não renasce na carne para vencer os outros e brilhar em questões mundanas.

Todo Espírito precisa crescer em intelecto e em moralidade.

No atual estágio da evolução humana, há um certo descompasso entre esses dois aspectos.

A busca pelo bem-estar e mesmo o egoísmo fazem com que a criatura procure modos de viver o melhor possível.

Ao cuidar de seus interesses, ela exercita naturalmente a inteligência.

Entretanto, sob o prisma ético, a evolução costuma ocorrer de forma algo mais vagarosa.

Um contingente muito significativo dos Espíritos demora bastante para sentir o próximo como um semelhante.

Surge tardiamente a compreensão de que o outro também tem sonhos, sofre, chora e merece respeito e amparo.

O aspecto moral é atualmente deveras crítico.

Para as criaturas em geral não falta capacidade de raciocínio.

Falta-lhes retidão de caráter, compaixão e pureza.

Conseqüentemente, a desenvolver tais qualidades é que os pais precisam se dedicar.

Se apenas cuidarem para que os filhos sejam felizes, sob o prisma mundano, falirão em sua tarefa.

Os filhos terão nascido para buscar uma coisa, mas os pais os direcionarão a conquistar outras.

Isso implicará a perda de uma preciosa oportunidade.

Então, é necessário cuidar da instrução formal das crianças e adolescentes.

Mas é primordial ensinar-lhes respeito ao próximo.

Os jovens precisam aprender que a família e os bens dos outros são sagrados.

Que a tolerância é uma virtude preciosa em um mundo cheio de facetas.

Que a consciência tranqüila constitui o maior tesouro que se pode possuir.

Mas, para que a lição não seja hipócrita, os pais devem exemplificar, e não apenas falar.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita

25 setembro 2008

Mães Solteiras - Momento Espírita

MÃES SOLTEIRAS

É um fenômeno mundial. No planeta inteiro, há milhares de anos, bilhões de mulheres encaram a maternidade sozinhas.

Hoje até se tornou moda: mulheres independentes e financeiramente estáveis optam por criar os filhos sozinhas.

Mas, na maior parte das ocasiões, a maternidade solitária não é fruto de uma escolha.

Sim, ser mãe solteira é também amargar o abandono, a confiança traída. É encarar o futuro assustada, muitas vezes sem sequer ter saído da adolescência.

Como se sabe, na adolescência e na juventude, tudo parece ser maior, mais intenso e mais profundo do que realmente é.

Por isso, os mais jovens se apaixonam e imaginam que vão morrer de amor. Quando rompem um namoro, acreditam que jamais encontrarão alguém melhor. E as brigas familiares assumem proporções de tragédia.

Tudo isso é preciso ter em mente quando se analisa a questão das mães solteiras, da gravidez na adolescência e das crises que envolvem tais situações.

É óbvio que uma gestação na adolescência não é a situação ideal. Ela atrasa estudos, interrompe sonhos e planos, gera momentos de desconforto.

Mas o que fazer diante do fato concreto? E quando uma filha revela que está grávida, que atitude tomar?

Diante de uma gravidez, os pais entram em pânico e as filhas se desesperam ou se revoltam. Instala-se o caos.

É bem humano e natural que seja assim. É que criamos expectativas a respeito dos outros.

Os pais esperam que as filhas cursem uma Universidade, consigam um bom emprego, namorem, casem-se e constituam uma linda e harmoniosa família.

Por sua vez, as filhas também traçam planos, que às vezes até coincidem com o dos pais. Mas elas também desejam ser felizes, conseguir independência, ter um lar para chamar de seu, com algum conforto e muita alegria.

São projetos. Mas a vida tem surpresas pelas curvas do caminho. E a mais comum situação é ver os sonhos desaparecerem como bolhas de sabão.

E nessas ocasiões vem a pergunta: Como agir? Como ser solidário e bom com a filha grávida, sem deixar de chamá-la à responsabilidade própria?

As respostas a essas questões envolvem duas palavras: amor e sabedoria. Amor para compreender que a filha atravessa um momento delicado.

Muitas vezes foi abandonada, está sem chão, sem suporte. Desnorteada, não consegue ver o futuro. Pensa apenas na gravidade da situação, nos momentos próximos em que terá nos braços um filho.

E ela mesma é pouco mais que uma criança...

Para os pais, a hora é igualmente difícil. Abalados, decepcionados, choram e brigam, externando a dor interna. Mas são mais maduros.

É a hora de ganharem forças para amparar a filha necessitada.

E ajudar a filha mãe solteira não é assumir as responsabilidades dela nem a educação do neto.

Auxílio, nesse caso, é orientação, apoio psicológico e material, estímulo a continuar os estudos, cuidar do próprio filho e seguir em frente.

Por vezes fazemos tempestade em copo d´água. Ao contrário do que muita gente pensa, é possível ter filhos, estudar, trabalhar e concretizar todos os sonhos.

É lógico que tudo será mais trabalhoso e difícil, mas não é impossível. A dificuldade é conseqüência da invigilância.

Para isso, basta que alguém - pais, namorado, irmão, amigo, parente - faça uma pequena corrente de solidariedade e dê apoio.

Não se trata de assumir o papel da mãe nem suas obrigações. Isso jamais. Trata-se de pequenos gestos que farão toda a diferença no futuro.

Pense nisso!

Redação do Momento Espírita

24 setembro 2008

Laços de Família - Momento Espírita

LAÇOS DE FAMÍLIA

A convivência familiar nem sempre é harmônica.

Freqüentemente, tem-se mais espontaneidade e prazer no relacionamento com amigos do que com irmãos.

Causam perplexidade as dificuldades de relações entre pessoas que foram criadas juntas e tiveram experiências similares em seus primeiros anos.

Elas aprenderam com os pais valores e lições semelhantes, mas apresentam grandes diferenças em seus gostos e tendências.

Alguns irmãos, tão logo atingem a idade adulta, deliberadamente se afastam dos demais.

Outros, mesmo permanecendo em contato, estão em constantes atritos.

A razão dessa dificuldade de relacionamento é explicada pelo Espiritismo.

Ele esclarece que existem duas espécies de família, a material e a espiritual.

A família material é estabelecida pelos laços sangüíneos.

A família espiritual decorre exclusivamente de afinidade e de comunhão de idéias e valores.

O parentesco corporal é estabelecido a partir da necessidade de aprendizado e de refazimento de erros do passado.

A parentela corporal pode ou não ser composta de Espíritos afins, ditos parentes espirituais.

A parentela espiritual é facilmente identificável.

São as pessoas que se buscam e têm prazer na companhia umas das outras.

Elas têm valores em comum e seu relacionamento é tranqüilo e prazeroso.

Se dois irmãos carnais têm genuína afinidade, eles sempre são grandes amigos.

As dificuldades surgem quando a vida reúne antigos desafetos no mesmo lar.

A convivência entre seres radicalmente diferentes e com uma certa dose de antipatia costuma ser explosiva.

Entretanto, a Sabedoria Divina jamais se equivoca.

Se ela providenciou essa reunião, é porque se trata de providência imprescindível à conquista da harmonia.

A Lei Divina estabelece o amor e a fraternidade entre os seres.

Quando alguns Espíritos não aprendem suas lições com facilidade, a vida providencia os meios necessários para que o aprendizado ocorra.

Por exemplo, dois cônjuges que se traem e infelicitam.

Eles podem aprender a lição de que a lealdade é um tesouro.

Também podem, a partir da ciência de sua própria fragilidade moral, ter compaixão do erro do outro.

Mas muitos que traem e vilipendiam se permitem odiar quem com eles faz o mesmo.

Esses por vezes renascem como irmãos, para que aprendam a se amar fraternalmente.

Embora esse convívio não seja fácil, ele corresponde a uma real necessidade espiritual.

Em inúmeros outros contextos, a Providência Divina reúne no mesmo lar Espíritos que se permitiram equívocos uns contra os outros.

A família é um poderoso instrumento para eliminar rancores seculares e viabilizar a transformação moral das criaturas.

Ciente dessa realidade, valorizemos a nossa família!

Redação do Momento Espírita

23 setembro 2008

A Verdadeira Desgraça - Momento Espírita

A VERDADEIRA DESGRAÇA

Toda gente fala da desgraça, toda gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o caráter múltiplo.

No entanto, quase todos nos enganamos. A desgraça real não é, absolutamente, o que pensamos, isto é, o que os desgraçados o supõem.

Para nós a desgraça está na miséria, no fogão sem lume; no credor que ameaça, no berço do qual o anjo sorridente desapareceu; nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado; na angústia da traição, na desnudação do orgulho que desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a sua nudez sob os andrajos da vaidade.

A tudo isso e a muitas coisas se dá o nome de desgraça, na linguagem humana.

Sim, é desgraça para os que só vêem o presente. A verdadeira desgraça, porém, está na conseqüência de um fato, mais do que no próprio fato.

Pensemos, se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta conseqüências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que, a princípio, causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem.

Vejamos se a tempestade que arranca as árvores, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.

Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as conseqüências. Assim, para bem apreciarmos o que, em realidade, é ditoso ou inditoso para o homem, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se fazem sentir.

Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.

Podemos pensar na infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolhemos e desejamos com as nossas almas iludidas.

A infelicidade pode estar na alegria, no prazer, no tumulto, na vã agitação, na satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência; que comprimem a ação do pensamento; que atordoam o homem com relação ao seu futuro.

A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procuramos conseguir.

Para a criança, a infelicidade está em respeitar os limites e as disciplinas propostas pelos pais.

Por sua vez os pais, que têm da vida uma visão mais abrangente, estão investindo numa felicidade futura para seus entes queridos, ensinando-os a viver com dignidade.

Assim também acontece conosco em relação às disciplinas estabelecidas pelas leis maiores da vida. Onde só vemos a desgraça, está se processando a verdadeira felicidade.

* * *

Superando com coragem os obstáculos do caminho, estaremos agindo como bravos soldados que, longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que não lhes pode dar glória, nem promoção.

Que importa ao soldado perder, na refrega, armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória?

Que importa ao que tem fé no futuro deixar no campo de batalha da vida a riqueza e o manto de carne, contanto que sua alma entre vitoriosa no Reino Celeste?

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base no item 24,
do cap. V do livro O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. Feb.

22 setembro 2008

Faça o seu Melhor - Momento Espírita

FAÇA O SEU MELHOR

Deus não criou os Espíritos perfeitos, mas aperfeiçoáveis e perfectíveis.

Trata-se de uma constatação muito fácil de ser feita.

Basta olhar em volta para perceber homens e mulheres com tendências e talentos variados.

Em uns, avulta a inteligência.

Em outros, a delicadeza de sentimentos chama a atenção.

Há quem tenha considerável talento artístico.

No princípio, eles eram extremamente parecidos em sua singeleza.

No final dos processos, todos serão perfeitos.

Na atualidade, sua força e sua fraqueza denotam os caminhos que escolheram trilhar em sua jornada evolutiva.

Como seres imperfeitos, já muito erraram e outros erros ainda cometerão.

Mas isso não é de causar estranheza e a vida propicia modos de reparação de todo o mal causado.

A Misericórdia Divina é infinita e auxilia a todos.

Basta ter boa vontade para se recompor.

Ou seja, estar disposto a trabalhar firme em favor do progresso.

É preciso que os talentos amealhados ao longo do tempo sejam utilizados de forma construtiva.

Quem possui cintilante inteligência necessita empregá-la no esclarecimento dos irmãos de caminhada.

Os cientistas têm o dever de, mediante suas descobertas e criações, propiciar vida mais longa e confortável aos semelhantes.

O talento artístico deve chamar a atenção para as maravilhas da criação.

A música, a pintura, a representação, toda forma de arte tem a vocação de ser um convite à apreciação do belo e do sublime.

Qualquer que seja o talento, ele pode e deve ser utilizado no bem.

Não é lícito enterrar os talentos recebidos, conforme ensina a famosa passagem evangélica.

Eles representam o meio de que cada Espírito dispõe para reabilitar-se perante a Consciência Cósmica.

Se cometeu equívocos no processo de aprendizado e amadurecimento, também desenvolveu variados dons.

A utilização desses dons deve funcionar como o amor que cobre a multidão de pecados, na feliz expressão do apóstolo Pedro.

Bem se vê que errar para aprender não é tão grave assim.

Basta ter a coragem de assumir as conseqüências dos próprios equívocos e tratar de repará-los.

Como o passado espiritual se esfumaça no processo reencarnatório, a vida manda alguns lembretes.

Eles se apresentam na forma dos parentes problemáticos, do chefe difícil, do convite para trabalhar por uma causa.

O talento que se tem é o indicativo da tarefa a ser feita.

O mesmo ocorre com o contexto social em que se é inserido.

Assim, tenha boa vontade e faça o seu melhor, em todas as circunstâncias de sua vida.

O bem que você hoje pratica representa a sua gratidão pelos talentos e oportunidades com que a vida o brindou, ao longo dos milênios.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita

21 setembro 2008

Frustrações e Dependências - Joanna de Ângelis

Frustrações e Dependências

O indivíduo está sempre no momento presente, que é o seu instante decisório. O passado, por isso mesmo, não pode servir de parâmetro, senão para aprender como não repetir os erros, pois que é irrecuperável, no entanto, reparável. Nada existe que possa ser recuperado na área moral comprometida, no entanto, desde que haja interesse real, poderá ser corrigido. Assim, é negativo manter saudades do já ocorrido, sentir-se frustrado pelo que gostaria que houvesse sucedido mas não aconteceu, ou arrependido em profundidade pelo insucesso de que foi objeto. Tais sentimentos não podem modificar as conseqüências desencadeadas no pretérito, no entanto podem ser reformuladas as bases da ação que se repetirá em forma nova, assim modificando os futuros resultados. Eis por que se deve perdoar a tudo e a todos, igualmente proporcionando-se perdão a si mesmo, recompondo-se emocionalmente e recomeçando a tarefa onde ela se desencaminhou.

O homem psicológico saudável não vive de recordações, nem se atormenta com as aspirações. Portador de um presente enriquecedor, os seus movimentos atuais estão sempre voltados para as ações que o promovem, confinando, naturalmente, no futuro de forma natural, racional, sem inquietação, despido de ansiedade, vivendo integralmente cada instante do seu hoje.

Personalidades instáveis sentem-se frustradas facilmente, em razão da falta de idealismo perseverante para se realizarem. Ambicionam em demasia ou a nada aspiram, deixando-se arrastar por estados melancólicos que cultivam, sem o competente esforço para saírem da situação doentia.

Inúmeros fatores contribuem para as frustrações pessoais, entre outros, os conflitos da libido não realizada, geradora de medos injustificáveis ou de melancolias carregadas de sombras; o convívio familiar insatisfatório, no qual as imagens dos pais mal humorados e reclamadores produzem ansiedades e desejos de fuga da realidade inquietante; dificuldades de auto-realização, por decorrência de falta de iniciativa ou por pequenos insucessos que poderiam ser transformados em êxitos, se tivesse havido perseverança; inveja pelo triunfo das outras pessoas, muitas vezes logrado a grande esforço, que o paciente se recusa usar...

Todo o séquito de frustrações leva o indivíduo à dependência emocional, criando tabus, buscando amuletos para a sorte madrasta, tentando o sobrenatural, procurando soluções mágicas para o que poderá tornar-se um desafio ao alcance da vitória, na luta encetada.

Essa dependência se transfere das crenças supersticiosas para as pessoas que as devem carregar psicológica, física e economicamente, solucionando os seus problemas, resolvendo as suas dificuldades, que se renovam, por falta de decisão e reflexão para agir corretamente. Porque não se encontram aqueles que estejam dispostos a suportar tão pesada carga, mais aumentam as suas frustrações, que adquirem estágio mórbido, levando aos transtornos psicóticos maníaco-depressivos.

Quando a pessoa considerar que se encontra na Terra, no momento, no lugar e com as pessoas certas, aquelas que lhe são necessárias para o próprio desenvolvimento, despertará da dependência infantil e da frustração debilitadora, recuperando a saúde comportamental através da renovação mental e das motivações atraentes para tornar a sua existência mais do que suportável, perfeitamente feliz.

O indivíduo deve aspirar ao máximo, que, mesmo não logrado, significa-lhe visão otimista do porvir, que o aguarda, permitindo-se então o que seja possível conseguir, sem produzir mecanismo frustrante ou dependência daqueles que o lograram.

Como o pensamento é a fonte geradora das aspirações, anelar pelo melhor, trabalhar por adquiri-lo, representa elevação e engrandecimento moral. Não se perturbar, todavia, quando isso não ocorra, é demonstração de maturidade e de equilíbrio que todos devem manter.

De "Vida - Desafios e Soluções",
do capítulo "Energias da Vida",
de Divaldo Franco,
pelo Espírito Joanna de Ângelis

20 setembro 2008

A Dor no Mundo - Amilcar Del Chiaro Filho

A DOR DO MUNDO

Aceite o meu convite. Saia do teu corpo e venha voar comigo nas asas do vento. Venha ver a dor e a miséria, a violência e o desamor que existe em torno dos nossos passos.

Venha ver a miséria que existe nas vielas de Shangai, nos bairros pobres de Pekin e na periferia de Nova Iorque ou Paris. Venha observar comigo a fome nos campos de refugiados das guerras civis, ou do povo do Sudão e em quase toda a África faminta.

Aqui, no nordeste do Brasil, a seca castiga a terra e a sede e a fome castigam homens, mulheres, crianças e animais. Nas cidades, por toda parte há crianças abandonadas nas ruas, implorando com os olhos tristes uma mão salvadora que as tirem da lama da marginalidade e do desamor, da falta de dignidade de viver.

Enxugue as lágrimas que escorrem pelas faces dos sofredores, e faça-o em nome da tua fé religiosa, ou em nome da dignidade da vida. Você que é mulher e mãe, ao beijar seu filho, que o seu beijo seja imenso, e sinta que com ele você está beijando todas as crianças do mundo, todos os rostos infantis que você possa imaginar.

Não importa onde mora a dor. Não importa que seja nos pampas argentinos, na selva amazônica, no gelo da Sibéria, nas montanhas do Tibet ou nas megalópoles como Londres e São Paulo. Acredite: nós somos responsáveis por quem sofre e temos que balsamizar essa dor. Enquanto houver uma pessoa doente, faminta, abandonada, oprimida, injustiçada, somos responsáveis por ela e não temos o direito de descansar.

Isto, e o fato de que as pessoas oprimidas, sofredora, injustiçadas, famintas, sem um teto sobre a cabeça, pode ter sido nosso parente consangüíneo, um pai, mãe, ou um amor que ficou para traz nas curvas do tempo, nos foi ensinado pela Doutrina Espírita, e é por isso que ela é o alicerce de uma nova civilização, a plataforma das futuras conquistas da humanidade.

Essas conquistas não são guerreiras. São pacíficas, porque são conquistas da fraternidade, pedra angular da felicidade humana na Terra. Vamos construir um mundo melhor, vamos partilhar o amor.

Amilcar Del Chiaro Filho

19 setembro 2008

A Criança Rejeitada - Celso Martins

A Criança Rejeitada

A pior sensação que o filho ou a filha poderá ter é exatamente a de que é rejeitada por seus pais, por um ou por ambos.

Em verdade, não rejeita a criança apenas aquele pai ou aquela mãe que a abandona na via pública, ou a interna num orfanato, jamais indo vê-la. Rejeita-a também, aquele pai ou aquela mãe que promete amar a criança se ela for “boazinha”, se se conservar limpa numa quadra da vida em que o natural é a criança brincar livremente no solo (claro que protegida dos perigos), se fizer certinho um trabalho que está além de suas possibilidades infantis. Fica configurada a chantagem emocional, altamente perniciosa no processo da educação dos filhos.

Vale dizer que de igual modo rejeita o filho aquele pai ou aquela mãe que tudo faz quanto a criança ou o jovem peça só para se ver livre do pimpolho. É não lhe dar a mínima atenção, já se vê sem dificuldades.

Todos os excessos são danosos em nossas vidas, como se percebe facilmente.Se é danosa a rejeição da parte de um pai ou de uma mãe indiferente ou omissa, não deixa de ser ruim também a superproteção. Dentro deste raciocínio, se uma criança escorraçada, uma criança que viva debaixo de castigos corporais( mediante os quais os genitores descarregam suas tensões por outros motivos da vida estressante que levam hoje em dia), acaba vendo em todos os semelhantes inimigos em potencial, indivíduos que estariam prontos a maltratá-la, fazendo-se ao longo dos anos uma criatura amarga, pessimista, com raríssimos momentos de bom-humor,trazendo quase nulo o sentimento de solidariedade humana,uma criança superprotegida,criada cheia de dengos, de mimos excessivos, de cuidados exagerados, a quem tudo é simplesmente facilitado, vai-se acostumando a receber sem retribuir. Resultado: a infância será um paraíso no lar, porém, a idade adulta será um inferno na sociedade. O indivíduo não saberá contar com ele mesmo nos momentos de decisão. Nutrirá, não raro, o sentimento de dependência não sendo capaz de solucionar os mais comezinhos problemas da experiência terrestre.

Aliás, quando a família é numerosa, tem vários filhos, não há mesmo condição para que os filhos sejam superprotegidos. Nesta situação, as crianças têm maiores oportunidades de viverem e se desenvolverem um tanto independentes. De certa forma, esta relativa independência auxilia o seu desenvolvimento, amadurecendo-as adequadamente. Desde pequenos, os filhos enfrentam alguns problemas e aprendem a resolvê-los. Inclusive há inúmeros casos ( sobretudo na presente atualidade planetária ) em que, a mãe trabalhando fora, vê-se na contingência de ter de contar com a ajuda da filha mais velha nos trabalhos domésticos, a cuidar dos irmãozinhos menores. O mesmo se dá relativamente ao filho mais velho; às vezes tem até de abandonar a escola ainda nas primeiras séries da educação fundamental (ensino de primeiro grau )a fim de ingressar no trabalho pesado, ou, no mínimo ao lado do pai, exercendo também alguma função com vista a equilibrar( ou colaborar a equilibrar, melhor dizendo) o precário orçamento doméstico, desempenhando atividades ditas masculinas.

Quando os pais sabem ajustar as situações assim criadas, os filhos aceitam bem os papéis que lhes são atribuídos e os conflitos momentâneos podem ser superados, desde que os mesmos pais não exijam perfeição de seus filhos. Aliás, os pais devem ser modelo mas nunca deverão pôr-se num pedestal dizendo aos filhos que nunca erraram na vida, o que não é, evidentemente, uma verdade. Melhor seria dizer-lhe que já cometeram enganos, ainda os cometem e se corrigem os filhos neste ou naquele particular é porque querem fazê-los felizes.

A segurança emocional, em parte sustentada pelo relacionamento entre irmãos, facilita muito o ajustamento do indivíduo fora de casa. Mas tudo isto( seria até desnecessário lembrar) vai depender em boa medida do comportamento dos pais.

Bem, há filhos que ser revoltam contra o tratamento que os pais lhe deram. Pois bem, para estes filhos deixaremos algumas frases do Espírito Joana de Ângelis, escritas pelo médium Divaldo Pereira Franco, constantes do livro “Após a Tempestade”( Livraria Espírita Alvorada Editora):
“(...) Sem dúvida, muitos pais, despreparados para o ministério que defrontam em relação à prole, cometem erros graves, que influem consideravelmente no comportamento dos filhos, que, a seu turno, logo que podem, se rebelam contra estes, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão, da rebeldia e da agressividade contínua, culminando não raro em cenas de pugilato e vergonha”.

“(...) Aos filhos compete amar aos pais, mesmo quando negligentes ou irresponsáveis,porquanto é do Código Superior da Vida, o impositivo do honrar o pai e a mãe, sem excluir os que o são apenas por função biológica, assim mesmo, por cujo intermédio a Excelsa Sabedoria programa necessárias provas redentoras e pungitivas expiações liberativas”.

Termina sua exportação aquela mentora espiritual dizendo aos filhos estas orientações, com relação ao genitor que não lhes deu carinho:
“Se te falarem sobre recalques que ele traz da infância, em complexos que procedem desta ou daquela circunstância,(...) recorda, em silêncio, de que o Espírito procede do berço, trazendo gravados nas tecelagens sutis da própria estrutura gravames e conquistas, elevação e delinqüência, podendo, então, melhor compreendê-lo,mais ajudá-lo, desculpá-lo com eficiência e socorrê-lo com proibidade, prosseguindo ao seu lado sem mágoa(...) resgatando pelo sofrimento e amor os teus próprios erros, até o dia em que, redimido, possas reorganizar o lar feliz a que aspiras”.

Orientou assim Joana de Ângelis porque ninguém é pai ou mãe ou filho ou filha de outro alguém por um simples acaso biológico.Não. Nascemos e renascemos nas constelações familiares em que estávamos no mais das vezes envolvidos desde outras experiências corporais.Dá-se aqui o reencontro para que possamos solucionar os “desencontros” do passado.As possíveis algemas de ressentimentos devem ser transformadas em laços de amor para o nosso próprio bem.Reconhecemos ser tarefa árdua que exige renúncia abnegação e tempo.Todavia, será gratificante a sua execução porque teremos coroando o nosso esforço, às vezes não prontamente compreendido, a satisfação do dever cumprido!

Celso Martins

18 setembro 2008

A Era do Espírito - Amilcar Del Chiaro Filho

 
A ERA DO ESPÍRITO

Indubitavelmente vivemos a Era do Espírito. Os que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, percebem claramente o espírito se derramando sobre toda a carne, como previu a própria Bíblia. O Espiritismo, embora não se dizendo o único caminho, e nem a única verdade, percebe mais claramente essa verdade, e antecipa de mais de um século o movimento Nova Era.

O Espiritismo tem uma força, um vigor extraordinário, e se lhe cerceiam a liberdade em algum lugar, ele contorna o obstáculo e aparece mais à frente. Ouçam o que escreveu Allan Kardec sobre a força do Espiritismo na Revista Espírita de novembro de 1861:

“A força do Espiritismo tem duas causas preponderantes. A primeira é a que torna felizes os que o conhecem, o compreendem e o praticam. Ora, como há muita gente infeliz, ele recruta um exército inumerável entre os que sofrem. Querem lhe tirar esse elemento de propagação? Que tornem os homens de tal modo felizes, moral e materialmente, que estes nada mais tenham a desejar, nem neste, nem no outro mundo. A Segunda é que ele não repousa na cabeça de nenhum homem que possa ser derrubado; não tem um foco único que possa ser extinto; seu foco está em toda parte, porque em toda parte há médiuns que podem comunicar-se com os espíritos; não há família que não os possua em seu seio e que realizam essas palavras do Cristo: vossos filhos e vossa filhas profetizarão e terão visões”.

Este pronunciamento feito em 1861 ainda é muito válido e nos mostra o caráter consolador e iluminador do Espiritismo. A felicidade é o objeto de procura constante da humanidade. O Espiritismo dá essa felicidade, mas não porque oferece bens e vitórias materiais, curas milagrosas, fenômenos chocantes que ensombram a razão, mas sim porque revela ao homem a sua origem e seu destino. Ele não oferece riquezas, títulos, posses, mas conduz o homem para dentro de si mesmo.

Conhecendo o porquê da vida e a sua destinação, ele não torna o homem conformista, porém, tira-lhe a ansiedade e faz com que se desapegue das coisas materiais, para evoluir e conquistar as coisas transcendentais.

O espírita deixou de ser profano e místico para ser cósmico. Embora valendo-se das coisas do mundo, não se prende a elas, e fica livre para o seu vôo transcendental rumo às estrelas.

Embora a Doutrina seja dos espíritos, como afirmou Allan Kardec, ela é também humana, pois o próprio Kardec foi um dos seus elaboradores, e homens de bom senso, como Leon Denis, Delane, Geley, Bozzano, Carlos Imbassahy, Deolindo Amorim, Herculano Pires e muitos outros vem contribuindo para as formulações doutrinárias. Como disse o próprio Kardec, seu foco está por toda parte, porque, por toda parte existem médiuns e espíritos.

Estamos encerrando o ano de 2002 e temos grandes esperanças que o mundo entre pelos caminhos da paz, da justiça social, da solidariedade. O homem terá que perceber que precisa parar de destruir o meio-ambiente e canalizar as fortunas gastas em armamentos, para solucionar os graves problemas que afetam as nações pobres.

Guardemos a certeza que em 2003 estaremos em plena construção de uma nova era de paz e realizações.

Amilcar del Chiaro Filho

17 setembro 2008

Suicídio e Loucura - Joanna de Ângelis

Suicídio e Loucura

Esta melancolia sistemática, atormentadora, vem-se aprofundando no teu comportamento, de tal forma, que enveredas, sem dar-te conta, pelas vias torpes da depressão de grave trato.

Essa tristeza que agasalhas, prejudicial e renitente, coloca a máscara de dor na tua face, conduzindo-te, inadvertidamente, a uma neurose de lento curso com todos os seus efeitos danosos.

Aquela fixação, que te vai dominando as paisagens mentais, substitui, a pouco e pouco, a polivalência das idéias, alienando-te da sociedade onde te encontras...

A marca do sofrimento reflete-se no teu rosto, qual se fosse feita por garras devastadoras, que procedem, no entanto, do teu mundo íntimo, conspirando contra o teu progresso.

A impressão do desgosto passou a compartir com as tuas alegrias, diminuindo-as e empurrando-te sempre para os abismos da psicose maníaco-depressiva.

O cultivo dos pensamentos deprimentes gera, na tua conduta, a destruição dos ideais superiores, amargurando as horas que poderias fruir como estímulo para o prosseguimento da tua jornada.

REFLEXIONA com cuidado e desperta do letargo, da estagnação emocional a que te estás relegando.

Além da loucura decorrente dos problemas orgânicos e emocionais, existe a de natureza que agasalhas e que pode irromper em tragédia de um para outro momento.

Na área dos pensamentos depressivos a loucura se instala, preparando terreno para mais graves cometimentos infelizes, dentre os quais, se destaca o suicídio.

É suicida, não apenas quem assume uma atitude autodestrutiva, através de um só golpe de alta violência...

E também suicida aquele que se não renova para o bem, entregando-se aos excessos de qualquer natureza, exorbitando das suas possibilidades vitais.

Desse modo, a melancolia e seus sequazes são passos de alucinação para o irremediável comportamento suicida.

És filho de Deus a serviço da vida.

Estás na Terra para crescer e progredir.

Tens compromisso com a Criação, contigo e com o teu próximo. Indispensável despertares para a responsabilidade e conscientizares-te do que podes fazer, para aceitar o que não podes alterar, modificar o que seja possível de transformado e dispor de sabedoria para distinguir uma de outra coisa...

Assume, contigo próprio, o elevado compromisso de amar-te e desenvolver as aptidões que te auxiliarão a conquistar o vir a ser.

Ama-te, porquanto esses clichês pessimistas são decorrência do descuido que te permites, do desamor a que te relegas.

Contempla o Sol e viaja com a claridade, não aceitando o convite das sombras da noite, que clarearás com as estrelas da tua fé religiosa.

Loucura e suicídio são termos da tragédia do cotidiano, que somente o amor, conforme o lecionou Jesus, conseguirá diluir, abrindo espaço para o êxito da Vida, a alegria de viver.

Joanna de Ângelis
Psicografado por Divaldo Pereira Franco

16 setembro 2008

Parasitose Perigosa - Joanna de Ângelis

PARASITOSE PERIGOSA

Sutil e perigosa, a obsessão grassa, alarmante, disfarçada de transtornos psiconeuróticos vários, particularmente a depressão e o distúrbio de pânico, avolumando-se nos tormentos sexuais em desregramento, assim como nas dependências químicas de natureza diversificada.

Decorrente da assimilação das energias perturbadoras exteriorizadas pelos Espíritos em sofrimento ou perseguidores, por afinidade mental e moral, em razão da inferioridade daqueles que se lhe fazem joguetes espontâneos, a obsessão arrasta multidões aos dédalos de aflições coercitivas, que estão a exigir terapêutica especializada e cuidadosa.

Na raiz de todo desafio obsessivo, encontra-se pulsante o ser endividado, que, não tendo adquirido valores éticos substanciais, é compelido por automatismos vibratórios a sintonizar com aqueles desencarnados que lhe são semelhantes, sejam-lhe as vítimas transatas ou outros que se lhe assemelham.

Tratando-se de seres pensantes, portadores de discernimento e de lucidez, embora embotados pela ignorância ou pela impiedade, urdem planos hábeis, aguardando os momentos próprios para iniciar ou dar prosseguimento a desforços injustificados, gerando parasitose cruel.

A obsessão é rude prova ou severa expiação para aquele que lhe sofre a injunção.

Porque valores morais aceitos na sociedade hodierna, com algumas exceções, encontram-se em decadência, primando pela vulgaridade, as criaturas produzem com insistência campos vibratórios de baixo teor, que facultam a sintonia com as entidades atrasadas ou perversas, dando gênese à turbulência obsessiva.

Normalmente, esses espíritos propelem as suas vítimas às condutas que lhes agradam, aos interesses que lhes são afins, à medida que lhes enfraquecem a vontade, passando a assenhorear-lhes as faculdades mentais, emocionais e físicas.

A identificação vibratória é sempre o recurso que faculta o intercâmbio nefasto do agressor sobre aquele que lhe padecerá a influência perniciosa.

Acautela-te da manifestação insidiosa dos Espíritos infelizes, que se comprazem no mal.

Vigia os pensamentos e preserva os bons sentimentos.

Quando uma idéia pessimista ou desagradável, ambiciosa em demasia ou extravagante, persistir em tua tela mental, tem cuidado, pois que poderás estar sob rude e insistente ação obsessiva.

Qualquer desconserto moral, afetivo, econômico, social, desportivo e de outra natureza que te ocorra, abre-te as comportas do equilíbrio vibratório, deixando-te susceptível para sintonizar com os Espíritos obsessores que permanecem aguardando oportunidade própria.

Faze silêncio interior e ora, resguardando-te nessa salutar energia, precatando-te assim da influência negativa.

Age no bem, auxiliando o teu próximo e com ele repartindo bênçãos.

Sempre tens algo para oferecer, que escasseia em outrem.

Se te encontras no aturdimento da indução obsessiva, recorre à psicoterapia espírita, ampliando o tempo da prece e da caridade, revestindo-te de paciência e de amor, com que diluirás as forças nefastas, recuperando a paz.

Persiste no cultivo das idéias otimistas, mesmo que a grande esforço.

A obsessão é processo lento de fixação, por sua vez de demorada erradicação. Nunca te suponhas indene às influências espirituais negativas, reconhecendo as próprias deficiências e trabalhando-te para superá-las.

Jesus, o Modelo por Excelência, esteve às voltas com esses Espíritos turbulentos, que se atreviam a tentar dificultar-lhe a ação iluminativa da Humanidade.

Amoroso e paciente, rechaçou-lhes todas as investidas, permanecendo em comunhão com Deus.

Analisa-te com freqüência e observa o próprio comportamento mental e moral, resguardando-te da hipnose nefanda dos obsessores, esses nossos irmãos que ainda permanecem alucinados na retaguarda do progresso, negando-se ao crescimento interior.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

15 setembro 2008

Vida Transitória - Joanna de Ângelis

Vida Transitória

Tendo em vista a transitoriedade do corpo e a inevitabilidade da morte, vive, de maneira que possas partir, da Terra, livre e feliz.

O fenômeno biológico pode interromper-se subitamente, não te permitindo tempo para qualquer preparação.

Conduze-te de forma que, seja qual for o momento em que sejas convidado ao retorno, possas seguir sem amarras ou aflições desconcertantes.

Organiza bem os teus labores e compromissos, a fim de que outros possam levá-los adiante com tranqüilidade.

Regulariza as tuas atividades, liberando-te de temores ou remorsos futuros desnecessários. Enriquece-te com os tesouros do amor, enquanto podes, a fim de que disponhas de recursos para a viagem inevitável.

Há pessoas, que vivem no corpo, totalmente esquecidas da sua fragilidade como da sua breve duração.

Programam compromissos a distância, no tempo, distraídas da compulsoriedade da morte.

Parecem crer que o passeio orgânico é conquista que não se interromperá, demorando-se no cultivo das fantasias e ilusões que um dia as abandonarão em doloroso estado de desencanto. Outras existem, assinaladas por sofrimentos cessar, deixando-se dominar pela revolta e pela amargura, esquecidas de que, em breve, estarão liberadas.

Nada na Terra, é definitivo, mesmo no campo físico das aglutinações moleculares, já que todos os fenômenos aí se dão mediante sucessivas transformações.

No que diz respeito aos valores morais espirituais, a experiência corporal tem, por finalidade precípua, desenvolvê-los e ampliá-los, para a glória de cada ser.

Age com serenidade, buscando sempre solucionar os problemas e desafios com saldo positivo de paz.

Evita as atitudes ostensivas e os comportamentos prepotentes, que ferem sem ajudar, deixando mágoas e aborrecimentos.

Usa o tempo com propriedade, bem dividindo as horas, sem que te esqueças dos deveres de relevo na órbita espiritual.

Se queres, sempre podes produzir no bem.

Não te poupes, portanto, na ação da solidariedade, do esclarecimento, do amor.

Vida sem bondade, é como parasita explorador e pernicioso. Usa os dons íntimos, que te jazem latentes, e amplia-os em favor do progresso de todos.

Tua vida é exemplo para outras vidas.

Torna-a uma claridade no caminho daqueles que te seguem.

Ninguém passa incólume, insensível à presença de outrem. Deixa, em quem se acerque de ti, sinais de paz e de ternura, de amizade e de gratidão.

O tempo transcorrerá, inevitavelmente, de qualquer maneira.

Usa-o na construção da tua e da felicidade alheia.

Se dispuseres de oportunidade para aguardar a morte, faze-te exemplo de ânimo para aqueles que a temem ou a detestam, também encorajando os fracos e tímidos.

Se, entretanto, ela te chegar de improviso, recebe-a tranqüilamente, e segue, porque após a tua partida, com os teus exemplos bons, deixarás pegadas luminosas, como significando que por ali passou um coração afável que soube viver para a verdade e o amor.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco

14 setembro 2008

Grandes Homens - Huberto Rohden

GRANDES HOMENS

Quem faz jus ao título de "grande homem"?
Não sei...
O homem inteligente?
Não basta ter inteligência para ser grande...

O homem poderoso?
Há também poderosos mesquinhos...

Não basta qualquer forma de religião. Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder, e certo espírito religioso - e nem por isso ser grandes homens.
Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.
Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito...

Pode ser que as suas boas qualidades não corram com essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes.
Pode ser que a sua perfeição venha mesclada com um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral e violento.

O grande homem é silenciosamente bom... É genial - mas não exibe gênio... É poderoso - mas não ostenta poder... Socorre a todos - sem precipitação... É puro - mas não vocifera contra os impuros... Adora o que é sagrado - mas sem fanatismo... Carrega fardos pesados - com leveza e sem gemido... Domina - mas sem insolência... É humilde - mas sem servilismo... Fala às grandes distâncias - mas sem gritar... Ama - sem se oferecer... Faz bem a todos - antes que se perceba... "Não quebra cana fendida, nem apaga a mecha fumegante - nem se ouve o seu clamor nas ruas..." Rasga caminhos novos - sem esmagar ninguém... Abre largos espaços, sem arrombar portas... Entre no coração humano - sem se saber como...

Tudo isto faz o grande homem, porque é como o sol - esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...
Assim é, e assim age o homem verdadeiramente grande - porque é instrumento nas mãos de Deus...

Desse Deus de infinita potência - e de supremo amor...
Desse Deus, cuja força governa a imensidade do cosmos - e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...

O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus...

Do livro "De Alma para Alma",
de Huberto Rohden

13 setembro 2008

Estás Doente - Camilo

ESTÁS DOENTE?

Nos costumeiros caminhos diários, não será de estranhar-se que te depares com dificuldades na esfera da tua saúde corpórea, na condição de verdadeiro repto às tuas capacidades de auto-superação.

Com as bases dos estudos do Espiritismo, compreenderás que te deparas com processos complexos em que teu psiquismo movimenta energias especiais, que conduzem as características das tuas realizações menos felizes, que o tempo faz aflorar agora.

Caso não te sejam familiares os ensinamentos espíritas, poderás saber, contudo, da existência da "lei do retorno", ou "lei de causa e efeito" à qual todos os filhos de Deus se acham submetidos, e que, por isso, somos os colhedores dos frutos das nossas sementeiras, porque nos tornamos responsáveis pelo que fazemos dos nossos caminhos.

Tens condição de identificar na doença que te aflige, o desbordar de perturbadores conteúdos fluídicos, através do corpo físico.

Faz-se de importância básica, porém, a compreensão de que todas as doenças que te afligem no mundo estão relacionadas aos teus delitos morais, ao teu estado de evolução bastante singelo ainda, o que te situou num campo de provações e expiações.

Não imagines, contudo, que cada topada pelos caminhos, resfriados em razão do mau tempo, ou qualquer outra problemática passageira e preocupante tenham que corresponder a expiações diretamente. Não. Quando estejas sob qualquer dessas dores miúdas ou dificuldades da saúde de caráter relâmpago,  isso corresponderá às condições mesológicas em que te achas.

O mundo onde estás é aquele que os teus méritos e deméritos te impuseram. Essas tormentas fugazes e atropelos de pouca monta, mas que provoquem os teus nervos e te imponham sofrimentos por alguns momentos, por certo que te auxiliam na lide de crescimento espiritual, sem que signifiquem débito direto que hás contraído com algo ou alguém.

As doenças graves, cirurgias profundas, situações de viroses ou baciloses perigosas que te afetem, ou afetem aos teus, não tenhas dúvida de que resgatas problemas diretos, débitos que necessitam de ressarcimento, e que somente pelos teus esforços tudo se clareará, forjando luz e saúde para logo mais.

Reconhecendo que as enfermidades nascem do ajustamento do teu psiquismo às freqüências incompatíveis com o estado de equilíbrio, a saúde, igualmente, corresponderá sempre à realidade das tuas vinculações psíquicas com faixas de freqüências causadoras de harmonia e de paz.

Se estás doente, acometido por problema grave ou não, valoriza mais e mais as tuas capacidades íntimas para que te superes, acondiciona-te aos trabalhos e falas do vero bem, inscrevendo-se no rol dos que vibram nas ondas da saúde, o que significa a aproximação das faixas do Celeste Guia, que é Jesus.

Não te entregues, pois, às doenças, quaisquer que sejam.
Mantém tua mente otimista, elevada aos níveis da convicção de que somos deuses e, consoante os ensinos do Mestre Nazareno, somos capazes de apartar de nós montanhas de problemas, se a nossa confiança, se a nossa fé consciente se impuser aos problemas, mesmo que ela seja do porte da pequenina semente de mostarda.

De "Revelações da Luz", 
de J. Raul Teixeira,
pelo Espírito Camilo

12 setembro 2008

A Resposta de Deus - Momento Espírita

A RESPOSTA DE DEUS

É como mergulhar em um mar de águas geladas. Por toda parte o frio, o abandono. Ninguém à vista, nada de sorrisos calorosos, mãos amigas, solidariedade.

É assim quando o mundo nos vira as costas, os amigos fogem, e nada parece dar certo.

Nesses momentos temos vontade de perguntar: Onde estão as pessoas gentis, os bons sentimentos? Onde se escondeu o amor, que todos louvamos?

Nos escaninhos da alma então cresce um sentimento infeliz: O de que não somos dignos de ser amados. E queremos tanto ser amados!

Queremos alegrias, carícias, gentilezas e sorrisos. Se isso nos falta, resta uma sombra cinzenta, um coração partido.

E é assim que da garganta parte um pedido de socorro, um grito que corta os céus e chega a Deus. E que diz, entre soluços: Meu Pai, será que podes me ouvir? Estás aí? Deixa-me sentir Tua mão por um só instante.

E se a alma está atenta, o coração aberto, a luz abre caminho entre as sombras. É como o sol surgindo após a chuva, seus raios dissipando nuvens pesadas, seu calor se espalhando pela Terra.

É a resposta de Deus. Sua voz soa nos nossos ouvidos, sussurrando: Sim, Meu filho, estou aqui. Confia, espera, supera, aguarda. Estou aqui.

Somente essa voz divina tem o poder de restaurar nossa alma, de tornar cálida a água gelada que nos cerca.

Deus é alegria. Estar unido a Ele é alcançar o permanente contentamento, Sua voz ecoando no coração, consolando, explicando. É como música feliz que leva para longe as mágoas, restaura a paz e devolve o sorriso.

Por isso, nas horas árduas, quando a solidão se instalar e as lágrimas chegarem, apenas silencie a voz na garganta.

Deixe apenas a alma falar. E em vez de queixas, permita que a voz secreta busque Aquele que criou todas as coisas. Dirija ao Pai Divino uma oração de reconhecimento e amor. Algo mais ou menos assim:

Na caminhada dos dias, nos caminhos do Mundo, na humildade de minha alma, eis-me aqui, meu Amigo, meu Amado.

Faz da minha vida o que for melhor para mim. Mesmo que meus pés sangrem, mesmo que meus lábios só emitam gemidos, confio em Ti.

Ouvir Tua voz na natureza é como recordar uma canção de infância. Violões em notas claras traduzindo brisas e risadas de criança. À Tua sombra existe serenidade e paz. A paz que sempre busquei.

És minha água, meu sol, o ar mais puro. Por isso meu único pedido é que me deixes apenas Te amar.

* * *

Deus está em toda parte, e, obviamente, em ti e contigo também.

Procura encontrá-Lo, não somente nas ocorrências ditosas, senão em todos os fatos e lugares.

Reserva-te a satisfação de ser cada dia melhor do que no anterior, de forma que Ele em ti habite e, sentindo-O, conscientemente, facultes que outros também O encontrem.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais
do cap. 33 do livro Episódios diários, do Espírito
Joanna de Ângelis, psicografado por
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

11 setembro 2008

Um Homem Diferente - Momento Espírita

UM HOMEM DIFERENTE

O que faz que uma pessoa se destaque, no contexto social?

Dirão alguns, talvez, que a soma dos valores que detém em contas bancárias, aplicações, rendas, bens móveis e imóveis.

Poderão pensar outros que o destaque se pode dar no ambiente artístico, cultural, político.

A pessoa também poderá se destacar pela inteligência, pela visão de mundo, adiante de seu próprio tempo.

Ou pela beleza, pelo porte, pelo discurso fácil, ágil, atilado.

No entanto, o maior destaque, com certeza, é no campo moral. A intimidade do ser.

Porque alguém pode ser muito rico, belo, de discurso impecável, um cientista, uma alta inteligência e ser moralmente pobre.

Na atualidade, o tom dominante parece ser o de fazer o que todos fazem.

Assim, os homens desejam mostrar virilidade, sendo comandantes de sua própria casa.

As mulheres desejam demonstrar que são belas e desejadas, que jamais a solidão as haverá de abraçar.

E assim por diante...

Dizemos que isso faz parte da cultura do país onde se vive, do mundo onde nos movemos.

Será que não podemos destoar do comum? Será que não podemos nos destacar, exatamente por sermos diferentes?

Na Índia, entre os parses, a mulher é educada para servir ao homem.

Ela deve lhe dar muitos filhos, pois se assim não for, significa que algo errado existe na relação matrimonial.

Ela deve ser-lhe a servidora, preparando-lhe os pratos de arroz, lentilhas, carnes, a cada dia.

Deve zelar pela sua roupa, porque ele precisa parecer impecável aos olhos do mundo.

Pois aquela mulher nascida em Calcutá se apaixonara por um jovem de Bombaim.

Conhecera-o em casa de uma amiga, em uma festa. Pouco mais de 4 meses depois, estava casada.

Logo que os dois se casaram, ela havia insistido em passar a ferro as camisetas finas para ele.

Ele, no entanto, fincara pé e lhe dissera que se casara com ela por amor e para ter a sua companhia.

Se desejasse simplesmente alguém que lavasse e passasse a sua roupa teria se casado com quem trabalhava exatamente para cuidar do seu vestuário.

Seu senso de justiça, sua indignação moral diante do status inferior das mulheres, entre os seus, era inigualável.

Mais de uma vez a jovem sentira a inveja das amigas.

Qual é o segredo? Lhe indagavam. Como foi que você o treinou tão bem?

Mas ela dizia que nada tinha a ver com isso. Ele chegara a ela desse jeito.

Ele é a pessoa mais justa que eu conheço. Acredita na igualdade de direitos para as mulheres.

* * *

Um homem diferente, destoando entre os de sua estirpe. Dentro de sua própria comunidade.

Isso nos diz que não importa onde vivamos, a cultura que se nos impõe.

Cada qual pode, dentro de seus parâmetros de justiça e moral, ser diferente. Destoar para melhor.

Ser uma flor perfumada, colorida, num campo cinzento de erva seca e dura.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita,
a partir de informações colhidas no livro
A doçura do mundo, de Thrity
Umrigar, ed. Nova Fronteira.

10 setembro 2008

Ignorância - Momento Espírita

IGNORÂNCIA

O drama do Calvário é pleno de significados.

Nele são retratadas a grandeza e a miséria humanas.

Tem-se o exemplo da mãe que não abandona o filho, mesmo em meio aos maiores perigos.

Há os companheiros de Ideal que fogem no momento do testemunho.

Eles representam a fragilidade humana, sempre em combate com as exigências do dever.

A ex-prostituta permanece junto ao Mestre, a simbolizar a força transformadora da fé genuína.

Outra preciosa lição dessa passagem evangélica é que a responsabilidade cresce com a evolução.

Em face do populacho ignorante, que vibrava com Seu martírio, Jesus rogou:

Perdoa-os, Pai, pois não sabem o que fazem.

Percebe-se a grandeza do Cristo que, mesmo no momento da dor mais atroz, permaneceu lúcido e cheio de compaixão.

Mas do episódio também se extrai o ensinamento de que a ignorância atenua a culpa.

Tratava-se de pessoas rudes e influenciadas pelos poderosos a quem a figura de Jesus incomodava.

A narrativa evangélica mostra Jesus em alguns momentos de severidade, mas nunca em relação ao povo simples e rude.

Foram os poderosos e os letrados que experimentaram a contundente chamada para a vida reta.

A hipocrisia, a vaidade e a cupidez foram repreendidas pelo Mestre.

Mas a simplicidade, mesmo no erro, sempre foi objeto de sua delicada e doce compaixão.

Convém refletir sobre essa lição, tendo em vista o tempo transcorrido.

Após dois mil anos, o Cristianismo não constitui mais novidade.

As lições de Jesus encontram-se largamente difundidas.

A cultura mundana também se expandiu bastante.

A evolução intelectual revela-se nas inovações tecnológicas, que fazem circular informações com rapidez vertiginosa.

Embora não de modo uniforme, é inegável o grande avanço intelectual da Humanidade.

Entretanto, sob o prisma moral, ela tarda em evoluir.

A ampla maioria da população brasileira afirma-se cristã.

Mas a sua conduta não reflete os exemplos e os ensinamentos do Cristo.

Após dois milênios de difusão do Cristianismo, pessoas genuinamente virtuosas ainda são uma raridade.

Ocorre que a ignorância já não serve de desculpa.

Ninguém pode dizer que desconhece a lição segundo a qual é preciso tratar o próximo como se gostaria de ser tratado, se estivesse no lugar dele.

Cada qual tem um encontro marcado com a própria consciência.

Mais cedo ou mais tarde, ele se produzirá.

Chegará o momento de olhar para trás e analisar o que foi vivido.

Nesse momento, serão sopesadas as possibilidades e o que se fez com elas.

Ciente dessa realidade, preste atenção em suas atitudes e ajuste-as a seus ideais cristãos.

Afinal, no momento crucial de seu acerto de contas, não poderá dizer que não sabia o que fazia.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita