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31 dezembro 2008

Ricos-Pobres - Ivan de Albuquerque

 
RICOS-POBRES

Caro coração amigo,

Sabes que na romagem da Terra, conduzes em ti uma multiplicidade de riquezas com as quais o Criador honra-te a vida planetária.

Tens a preciosidade da voz e da visão. Mas qual a importância de semelhante bênção, se não te tornas capaz de falar nada que construa consolação, instrução e alegria a tua volta? Que grandeza terá tua visão, se não consegues ver com clareza os teus amigos, a tua família, os teus serviços, tudo o que te cabe realizar durante a jornada reencarnatória?

Gozas de boas pernas e de pés possantes que te conduzem para todo lado. Contudo, de que te valem pés e pernas formidáveis, se não te deslocas ao encontro de ninguém a quem possas ajudar ou levar felicidade?

Usufruis de excelente audição, que te abençoa com os sons da vida. Mas, de que valerá ter bons ouvidos e ouvir por ouvir, se não consegues escutar as vozes dos fracos nem os gemidos dos que padecem ao teu derredor, nem as falas de tantos que te querem instruir para o bem?

Tens o corpo sadio e soberbo, que te oferece possibilidade de levar adiante a bênção da tua reencarnação. De que te serve o corpo formoso, porém, se te atiras aos pântanos dos vícios, infelicitando-te profundamente, sem que o aprecies, sem que o respeites, sem colocá-lo a serviço da tua evolução?

Conduzes cérebro exuberante, apto a interpretar o movimento do universo, desde a flor que aparece no charco, até o brilho das estrelas, dando-te ensejo de decidir por ti mesmo os teus humanos caminhos. De que te vale a bênção do cérebro e da mente em esplêndida atividade, se não logras discernir com proveito, mantendo-te qual alma transtornada, irrefletida, a comprometer-se cada vez mais com equivocados roteiros e atos desnorteados?

És, amigo, imensamente rico diante do amor de Deus, em virtude de tudo o que te compõe os implementos físicos e mentais, a fim de fazer a vida crescer em tuas mãos.

Embora imensamente rico, quantas vezes te apresentas grandemente empobrecido, em verdadeira mendicância moral, cada vez que abres mão de fazer bom proveito de tudo o que o Criador te ofertou para a tua evolução, toda vez que não te vales de tudo o que tens para transformar o mundo a tua volta, deixando marcas de amor por onde passes.

Desse modo, caro coração, aprende a utilizar os elementos de que foste dotado, fazendo com que teu corpo, com todos os recursos que dispõe, sob o comando da alma inteligente que és, seja posto a serviço do teu próprio avanço, do progresso do teu semelhante, enfim, a serviço de Deus.

Página do Espírito Ivan de Albuquerque, mensagem psicografada por J.Raul Teixeira, em 25.02.2006, na Fazenda Recreio, em Pedreira-SP.

29 dezembro 2008

O Bem de Tua Vida - Sebastião Lasneau

O Bem de Tua Vida

Se ninguém morre, não pense em morrer.
Se ninguém morre, não pense em matar.
Espere a desencarnação chegar,
Porque num dia isso irá acontecer.

A morte é o outro lado da moeda
Da existência terrena de verdade.
Mas, se se mostra, a dor a vida invade,
Perturba o sentimento e a razão veda.

Em torno da morte há tanto sofrer,
Agual de lágrimas que não se estanca.
E uma aguda saudade nos espanca
Sem nada que nos possa refazer.

Se ninguém morre, por que há tanta dor,
Quando chega o momento de voltar
Aos proscênios do verdadeiro lar,
Também guardado em Deus e Seu amor?

Com todo entendimento que possuimos
Sobre a vida que pulsa além da cova,
Entendemos que a vida se renova
E para a evolução todos seguimos.

Deve-se compreender tanta tormenta
De quem do mundo-além não tem ciência,
Dos que vivem na Terra a vã cadência
Da matéria que a morte só incrementa.

Mas, pr’a quem em Jesus guarda esperança,
P’ra quem sabe que Deus não joga dados,
Morte é como os roteiros caminhados,
É a real liberdade que se alcança.

Ante os olhos de Deus há sempre vida,
Pois a morte é a mais tola ilusão,
A se converter em devastação
Se há culpa introjetada, reprimida.

Que ninguém pense em morrer ou matar,
Antes que o Criador decrete o termo
Do viver, por mais duro, por mais ermo,
P’ra não sofrer mais, p’ra não se frustrar.

Vive o bem sem cansaço mundo afora.
Leva as bênçãos do Pai em tua estrada,.
Faz mais luz sobre a tua caminhada,
Bendizendo o coração que estertora.

O que se faz da vida é o que levamos,
Não valorizes azar, sina, sorte;
Vive aberto ao Senhor, rumo ao Seu norte,
Pois assim é que o mundo levantamos.

Vive alegre, apesar de tua luta,
Busca sempre espalhar o bem à volta.
O amor que dês ser-te-á bendita escolta,
Testemunhando o valor da labuta.

Dê mais atenção à vida na Terra,
Estuda, aprende, cresce renovado.
Garante, assim, que terás ao teu lado
O belo e o bom que tudo desemperra.

Sem morbidez, pensa que vais morrer
Um dia, por mais distante que esteja.
Amplia a paz que ora em ti já lampeja,
E a fé que não te deixa esmorecer.

Não consideres nonadas, tolices,
Quando te cheguem, qual perturbações.
Saibas do valor das tuas ações
Forjando rotas belas, estreladas.

Semeia o amor que salva e que cativa;
Deixa passar as nonadas da rota,
Muita tolice o raciocínio embota.
Somente o bem deixa-te a alma viva.

Sebastião Lasneau
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira,
em 17/02/2003,
na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói – RJ.

28 dezembro 2008

Melhor Assim - Emmanuel

MELHOR ASSIM


Terá soado o momento de tua cooperação, no amparo a outrem, e efetivamente estimarias entregar o máximo de ti, segundo as circunstâncias, mas se não podes dar, na medida dos teus desejos, cede a migalha que possuis, de vez que será melhor ofertar o mínimo de que dispões que te recusares ao benefício, cerrando as portas do amor aos semelhantes.


-0-

O desafio à humildade terá surgido à frente e decerto surpreenderias razão para grande prazer com a capacidade de revelar compreensão angélica, diante daqueles que te examinam a evolução espiritual; no entanto, se não consegues fazer isso, não escondas esse ou aquele pequenino gesto de tolerância, porque será mais justo articular apagado impulso de entendimento que desertar do concurso fraterno, dando pasto à agressividade exagerada, perante ofensas e pedradas que, no fundo, não passam de manifestações de enfermidade ou desequilíbrio no comportamento alheio.


-0-

Caso não desfrutes a oportunidade de empenhar um dia de serviço aos irmãos mais necessitados do que nós mesmos, quando se te faça possível, oferece uma hora em favor deles, porquanto será mais proveitoso mobilizar alguns minutos na execução das boas obras que te omitires, junto delas, gelando a confiança e o ideal do bem nos irmãos de experiência e caminho.


-0-

Na ocasião em que não te vejas capaz de testemunhar alegria, nos instantes de crise, sem outro recurso senão aquele de exteriorizar um sorriso pobre, em auxílio de teu ambiente pessoal, será mais valioso esse pobre sorriso que qualquer palavra menos feliz tendente ao mergulho no desespero, agravando os problemas dos que te cercam, a esmolarem apoio e compreensão.


-o-

Ampara o bem dos outros, na garantia do teu próprio bem.

E quando não possas entregar o máximo qual desejas e tanto quanto se espera de ti, oferece o mínimo ao teu alcance, porquanto a ausência do melhor que se possa realizar é uma brecha ao pior talvez por surgir; e, por isto mesmo, o mínimo de bem será sempre uma luz dissipando as trevas que se adensam constantemente onde não há bem nenhum.


Emmanuel
De "Diálogo dos Vivos",
de Francisco Cândido Xavier - J. Herculano Pires,
Espíritos diversos.

27 dezembro 2008

A Paz na Morte - Ivan de Albuquerque



A PAZ NA MORTE

Mesmo quando o nosso dever moral seja o de pelejar para alijar as práticas violentas da vida da coletividade social, cabe-nos entender que em tudo o que se vive hoje em dia, no seio das sociedades mais diferenciadas, há um sentido educativo e impulsionador do progresso de que necessitamos.

Ainda quando nos caiba laborar vivamente pela paz, promovendo-a desde os nossos mais simples gestos, precisaremos entender o porquê de nos acharmos atados às vivências ásperas, complexas e violentas de um mundo expiatório como a Terra, dado o nosso estado empobrecido de evolução.

No planeta em que renascemos para a aquisição da escolaridade ampla, capaz de nos iluminar os conhecimentos do intelecto e do sentimento, enfermidades, frustrações, deficiências e morte são as peças que compõem o estranho mosaico da nossa experiência de redenção enquanto efetuamos o caminho da auto-iluminação.

Vale a pena, então, fazer esforços para desenvolver estilos de vida que nos credenciem a fazer sintonia com as bênçãos da saúde e não com as faixas da doença; a desenvolver raciocínios lúcidos aprumados ao bom senso, para que não fiquemos atados aos processos de frustrações.

Urge consigamos valorizar a honra do corpo físico, respeitando-o de todos os modos, fugindo aos excessos como quer que se expressem, a fim de não conectarmos com dispensáveis deficiências que costumam impor graves sofrimentos. Torna-se indispensável que movimentemos nossa jornada terrena de tal forma nobre, luminosa e digna que não nos prendamos ao temor da morte corporal, mas, sim, evitemos as ocorrências da morte moral, motivada pelos vícios de todos os tipos, que aprisionam a pessoa aos pelourinhos das torturantes dependências.

Para viver em regime de paz é imprescindível não sintonizar com as inspirações da violência nem com as façanhas dos violentos. Assim, a morte nos alcançará sem qualquer travo de culpa na consciência.

Para disseminar as propostas da paz é fundamental não alimentar as impressões do medo nem comungar com os medrosos. Assim a morte nos achará confiantes na vibração da perene vida.

Para se ter paz na morte, que inicia seu processo desgastador desde o primeiro hausto da criatura quando nasce, é necessário ao indivíduo manter-se em caminho de moderação em tudo o que diga e em busca de harmonia em tudo o quanto faça, exercitando-se em viver equilibradamente.

A desencarnação não pesará sobre quem soube amar a Deus e respeitar o próximo como não aprisionará em celas de amargura e remorsos quem soube ser livre e, ao mesmo tempo, respeitar a liberdade alheia.

Apesar do sofrimento moral que o passamento de um ser querido nos impõe, a morte física significa, em tese, a ansiada alforria após uma existência de lutas, de produtividade e de amor na busca da auto-renovação, do progresso e da paz.

Ivan de Albuquerque
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 14.05.07, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ

26 dezembro 2008

O Mel das Aparências - Cenyra Pinto

O MEL DAS APARÊNCIAS

Como saboreamos gulosamente o mel das aparências, como nos deixamos cair nas malhas das ilusões do mundo, como somos sujeitos às tentações!...
Carregamos conosco as conseqüências de todos os nossos atos do passado e, ainda incapazes de olhar para dentro de nós para sentirmos a causa que provoca efeitos tão desastrosos, persistimos em caminhar às cegas, tropeçando, caindo e levando outros a tombar, empurrados por nossa ignorância.

Até quando permaneceremos cegos, surdos e incapazes de encontrar o nosso verdadeiro ser? Até quando caminharemos às palpadelas, enveredando por caminho ínvios, penetrando em encruzilhadas tentadoras, atrás do mais fácil e apetecível?

O mundo da matéria ainda é o único que nos interessa. Apelamos para Deus nas horas em que nos sentimos perdidos; tão logo porém encontramos a solução para o que nos aflige, esquecemos de seguir o caminho que nos foi apontado e que nos levaria à realização do objetivo a que todos somos destinados. É então que sofrendo e chorando entregamo-nos às vezes a um estado de indiferença e, assim, a angústia se apossa de nós e nos tornamos escravos de sentimentos destruidores que aos poucos nos levam ao desespero.

Sabemos que Deus vive em nós; que é luz, sabedoria e amor; que seu reinado é de paz e alegria; que somos herdeiros do seu reino, partículas dessa divindade, portanto, donos da felicidade; mas não conseguimos extrair esse potencial das nossas minas internas, para acrescer nossa vida de novos e permanentes valores.

Vivemos nos debatendo num mar de agonias, porque queremos o que é do mundo da matéria como uma finalidade, e esse mundo é exigente e quem a ele se escraviza torna-se corruptível, insaciável, vulnerável e infeliz, porque na Terra tudo é ilusório, tudo é fantasia...

Quando Jesus afirmou: "Meu reino não é deste mundo", advertiu-nos de que o reino do mundo é tentador e quem a ele se submete transforma-se num fantoche sem vontade própria.

"Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça. O resto virá por acréscimo."

Buscar o reino de Deus é lutar para libertar-se do reino do mundo, onde temos raízes profundas. As dificuldades de soltar esses tentáculos tornam-se quase insuperáveis, tal a sua profundidade no solo da nossa ignorância.

Se vivemos até agora acorrentados e descobrimos que temos sido joguetes de forças cegas, por que não lutarmos com todas as energias para nos libertarmos, sairmos das entranhas da terra e virmos à superfície, renovados, respirando livremente, e banhar-nos na luz da sabedoria divina, e assim podermos desfrutar da paz com que há tantos milênios sonhamos?

Atentos, aceitemos a adversidade como o "agora" de nossa transformação espiritual, o novo rumo com Jesus.

Arregimentemos nossas forças, alimentemos nossa vontade, avivemos a chama da fé e caminhemos em direção à esperança. Será nossa ressurreição.

Que o mel das aparências não mais tenha poder de nos seduzir.

Que a luz do Cristo ilumine nossa trajetória e possamos voltar serenos e confiantes, como o filho pródigo.

Que assim seja.

Fonte: "A verdade e a vida" - Cenyra Pinto

25 dezembro 2008

O Brilho do Natal - Ivan de Albuquerque



O BRILHO DO NATAL

Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!
A manjedoura, a estrela, os pastores felizes.
Chega o Mestre trazendo novas diretrizes,
Enaltecendo o bem, o trabalho e o amor,
Ensina, cura e canta o subido valor
Do sal que à Terra empresta sabor profundo.

Brilha um novo Natal com seus novos matizes,
E a busca de Jesus pelo agasalho humano
Incansável prossegue, ainda que seja um pano
Como a mais sincera oferta dos corações.
Busca alcançar as almas, famílias, nações,
Onde a ventura possa, então, deitar raízes.

Brilha agora o Natal com pujante vigor,
Esparzindo esperanças na vida da gente,
Quando claudica a fé e a dor é renitente.
Convoca-nos, Jesus, à coragem sem jaça,
A mostrar que na Terra toda angústia passa
Para quem forja a fé nos empenhos do amor.

É que, esplêndido, o Natal brilha ano após ano,
Como sempre inspirando-nos benevolência,
Ao mesmo tempo a lhaneza e a doce paciência,
Para que junto ao lar ou no trabalho diário,
Noss’alma seja qual precioso relicário
Das blandícias do Céu em prol do ser humano.

Brilha o Natal, cada vez mais aconchegante,
A nos propor novos caminhos de prudência
Ante as mais graves decisões e, sem violência,
Tudo possamos resolver na luz do bem,
Seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém,
Bem junto à vibração de Jesus abençoante.

Brilha o Natal no imo da mais tosca choupana,
Como brilha no paço mais rico do mundo,
Para ensinar-nos, em verdade, que, no fundo,
Tem pouca importância a riqueza exterior,
Quando seguimos vinculados ao Senhor,
Cuja aura sublime todo o planeta irmana.

Ave, Senhor, ante o Teu berço recordado!
Ante Tua saga proclamada como um marco,
Diante do poderio humano, ingênuo e parco,
Que não resiste do tempo à força e à voragem.
Que o Teu augusto coração dê-nos coragem
De viver Teu Natal de íntimo renovado.

Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!
A manjedoura, a estrela e novas esperanças
De que aqui se implemente as sonhadas mudanças.
A Terra roga a Deus equilíbrio, eqüidade,
P’ra viver sob a luz do amor e da verdade,
Cada dia, com Cristo, o Natal mais fecundo.

Ivan de Albuquerque
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira,em 22.9.2004, 
na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.




24 dezembro 2008

O Mais Sublime Amor - Momento Espírita

O Mais Sublime Amor

Na época do final de ano, a figura de Jesus costuma ser muito lembrada.

Fala-se em Sua vida, em Seus exemplos e em Suas lições.

Ele geralmente é apontado como o exemplo de amor mais consumado de que se tem notícia.

Afinal, dispôs-Se a morrer em holocausto de amor à Humanidade.

Estar disposto a morrer por alguém ou por uma causa é sinal de grande dedicação e desprendimento.

Entretanto, os mártires não são raros nos registros da História.

Muitos são os que morreram inocentes, no contexto humano.

Mas nenhum deles sequer se aproximou da excelsa magnitude do Messias Divino.

Por grande que seja uma figura histórica, perante Jesus ela se apequena e desvanece.

Bem se vê que a grandeza do Cristo não reside apenas em Sua morte, mas primordialmente em Sua vida, em um contexto muito amplo.

A sublimidade do amor que Ele dedica à Humanidade transcende tudo o mais que já foi vivido na Terra.

A fim de valorizá-Lo devidamente, convém raciocinar sobre esse maravilhoso afeto que a todos ampara.

Conforme ensina a Espiritualidade Maior, a perfeição de Jesus se perde na noite dos tempos.

Muito antes de o planeta Terra existir, Ele já havia completado todos os processos e Se tornado perfeito.

Na plenitude de todos os dons, recebeu do Criador a tarefa de presidir à criação do orbe terreno.

Amorosamente Se desincumbiu da tarefa, providenciando um lar para Espíritos necessitados de experiências materiais.

Mas foi além disso e Se tornou Pastor dos bilhões de almas internadas na nova escola sideral em que se converteu o planeta.

Seres primitivos aqui ensaiaram seus primeiros passos em destinação à vida moral.

Entidades antigas e rebeldes às leis divinas também aportaram no orbe terreno, em sua necessidade de ajuste e aprendizado.

Jesus desde sempre preside os processos de aprendizado e redenção que se desenrolam no planeta.

Periodicamente, envia professores, na figura de Espíritos mais avançados, que exemplificam virtudes e impulsionam as artes e as ciências.

Além dessa dedicação incansável e milenar, também desejou partilhar das dores da Humanidade encarnada.

Habituado a conviver com seres angélicos, em esferas sublimes, tomou um corpo de carne e habitou entre rústicos e ignorantes.

Em Sua perfeição, era consciente de Sua natureza e da esfera de que provinha.

Isso certamente Lhe permitia diariamente medir a fraqueza e a ignorância existente nos que O rodeavam.

Mas não Se agastou, não condenou, a ninguém desprezou.

Em Sua grandeza, demonstrou que o verdadeiro amor desconhece barreiras, por colossais que se afigurem.

O exemplo desse Sublime Amor persiste até hoje como um convite a que Lhe sigamos os passos.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita

23 dezembro 2008

Falta de Formação Doutrinária - J.Herculano Pires

 
FALTA DE FORMAÇÃO DOUTRINÁRIA

Sem a formação doutrinária, não teremos um movimento espírita coeso e coerente. E, sem coesão e coerência, não teremos Espiritismo. Essa a razão por que os Espíritos Superiores confiaram às mãos de Kardec o pesado trabalho da Codificação. Kardec teve de arcar, sozinho, com a execução dessa obra gigantesca. Porque só ele estava em condições de realizá-la. Depois de Kardec, o que vimos? Léon Denis foi o único dos seus discípulos que conseguiu manter-se à altura do mestre, contribuindo vigorosamente para a consolidação da Doutrina. Era, aparentemente, o menos indicado. Não tinha a formação cultural de Kardec, residia na província, não convivera com ele, mas soubera compreender a posição metodológica do Espiritismo e não a confundia com os desvarios espiritualistas da época.

Depois de Denis, foi o dilúvio. A Revista Espírita virou um saco de gatos. A sociedade Parisiense naufragou em águas turvas. A Ciência e a Filosofia Espíritas ficaram esquecidas. O aspecto religioso da Doutrina transviou-se na ignorância e no fanatismo. Os sucessores de Kardec fracassaram inteiramente na manutenção da chama espírita, na França. E, quando a Arvore do Evangelho foi transplantada para o Brasil, segundo a expressão de Humberto de Campos, veio carregada de parasitas mortais que, ao invés de extirpar, tratamos de cultivar e aumentar com as pragas da terra.

Tudo isso por quê? Por falta pura e simples de formação doutrinária. A prova está aí, bem visível, no fluidismo e no obscurantismo que dominam o nosso movimento no Brasil e no Mundo. Os poucos estudiosos, que se aprofudaram no estudo de Kardec, vivem como náufragos num mar tempestuoso, lutando, sem cessar, com os mesmos destroços de sempre. Não há estudo sistemático e sério da Doutrina. E o que é mais grave, há evidente sintoma de fascinação das trevas, em vastos setores representativos que, por incrível que pareça, combatem por todos os meios o desenvolvimento da cultura espírita.

Enquanto não compreendermos que Espiritismo é cultura, as tentativas de unificação do nosso movimento não darão resultados reais. Darão aproximações arrepiadas de conflitos, aumento quantitativo de adeptos ineptos, estimulação perigosa de messianismos individuais e de grupos. Flamarion, que nunca entendeu realmente a posição de Kardec, e chegou a dizer que ele fez obra um tanto pessoal, como se vê no seu famoso discurso ao pé do túmulo, teve, entretanto, uma intuição feliz quando o chamou de bom senso encarnado.

Esse bom senso é que nos falta. Parece haver se desencarnado com Kardec, e volatizado com Denis. Hoje, estamos na era do contra-senso. Os mesmos órgãos de divulgação doutrinária que pregam o obscurantismo, exibem pavoneios de erudição personalista, em nome de uma cultura inexistente. Porque cultura não é erudição, livros empilhados nas estantes, fichário em ordem para consultas ocasionais. Cultura è assimilação de conhecimentos e bom senso em ação.

O que fazer diante dessa situação? Cuidar da formação espírita das novas gerações, sem esquecer a alfabetização de adultos. Mobral: esse o recurso. Temos de organizar o Mobral do Espírito. E começar tudo de novo, pelas primeiras letras. Mas, isso em conjunto, agrupando elementos capazes, de mente arejada e coração aberto. Foi por isso que propus a criação das Escolas de Espiritismo, em nível universitário, dotadas de amplos currículos de formação cultural espírita.

Podem dizer que há contradições entre Mobral e nível universitário. Mas, nota-se, que falamos de Mobral do Espírito. A Cultura Espírita é o desenvolvimento da cultura acadêmica, é o seguimento natural da cultura atual, em que se misturam elementos cristãos, pagãos e ateus. Para iniciar-se na cultura espírita, o estudante deve possuir as bases da cultura anterior. "Tudo se encadeia no Universo", como ensina, repetidamente, O Livro dos Espíritos. Quem não compreende esse encadeamento, tem de iniciar pelo Mobral. Não há outra forma de adaptá-lo às novas exigências da nova cultura.

A verdade nua e crua é que ninguém conhece Espiritismo. Ninguém, mesmo, no Brasil e no Mundo. Estamos todos aprendendo, ainda, de maneira canhestra.

E se me permito escrever isto, é porque aprendi, a duras penas, a conhecer a minha própria indigência. No Espiritismo, como já se dava no Cristianismo e na própria filosofia grega, o que vale é o método socrático.

Temos, antes de tudo, de compreender que nada sabemos. Então, estaremos, pelo menos, conscientes de nossa ignorância e capazes de aprender.

Mas, aprender com quem? Sozinhos, como autodidatas, tirando nossas próprias lições dos textos, confiantes nas luzes da nossa ignorância? Recebendo lições de outros que tateiam como nós, mas que estufam o peito de auto-suficiência e pretensão? Claro que não. Ao menos isso devemos saber. Temos de trabalhar em conjunto, reunindo companheiros sensatos, bem intencionados, não fascinados por mistificações grosseiras e evidentes, capazes de humildade real, provada por atos e atitudes. Assim conjugados, poderemos aprender de Kardec, estudando suas obras, mergulhando em seus textos, lembrando-nos de que foi ele e só ele o incumbido de nos transmitir o legado do Espírito da Verdade.

Kardec é a nossa pedra de toque. Não por ser Kardec, mas por ser o intérprete humilde que foi, o homem sincero e puro a serviço dos Espíritos Instrutores.

É o que devemos ter nas Escolas de Espiritismo.

Não Faculdades, nem Academias, mas, simplesmente, Escolas. O sistema universitário implica pesquisas, colaboração entre professores e alunos, trabalho conjugado e sem presunção de superioridade de parte de ninguém. O simpósio e o seminário, o livre-debate, enfim, é que resolvem, e não o magister do passado. O espírito universitário, por isso mesmo, é o que melhor corresponde à escola espírita. Num ambiente assim, os Espíritos Instrutores disporão de meios para auxiliar os estudantes sinceros e despretensiosos.

A formação espírita exige ensino metódico mas, ao mesmo tempo, livre. Foi o que os Espíritos deram a Kardec: um ensino de que ele mesmo participava, interrogando os mestres e discutindo com eles. Por isso, não houve infiltração de mistificadores na obra inteiriça, nesse bloco de lógica e bom senso, que abrange os cinco livros fundamentais de Codificação, os volumes introdutórios e os volumes da Revista Espírita, redigidos por ele durante quase doze anos de trabalho incessante.

Essa obra gigantesca é a plataforma do futuro, o alicerce e o plano de um novo mundo, de uma nova civilização. Seria absurdo pensar que podemos dominar esse vasto acervo de conhecimentos novos, de conceitos revolucionários, através de simples leituras individuais, sem método e sem pesquisa. Nosso papel, no Espiritismo, tem sido o de macacos em loja de louças. E incrível a leviandade com que oradores e articulistas espíritas tratam de certos temas, com uma falsa suficiência de arrepiar, lançando confusões ridículas no meio doutrinário. Temos de compreender que isso não pode continuar. Chega de arengas melífluas nos Centros, de oratória descabelada, de auditórios basbaques, batendo palmas e palavreado pomposo. Nada disso é Espiritismo. Os conferencistas espíritas precisam ensinar Espiritismo - que ninguém conhece - mas para isso precisam, primeiro aprendê-lo.

Precisamos de expositores didáticos, servidos por bom conhecimento doutrinário, arduamente adquirido em estudos e pesquisas. Expor os temas fundamentais da Doutrina, não é falar bonito, com tropos pretensamente literários, que só servem para estufar vaidade, à maneira da oratória bacharelesca do século passado.

Esse palavrório vazio e presunçoso não constrói nada e só serve para ridicularizar o Espiritismo ante a mentalidade positiva e analítica do nosso tempo.

Estamos numa fase avançada da evolução terrena.

Nossa cultura cresceu espantosamente nos últimos anos e já está chegando à confluência dos princípios espíritas em todos os campos. A nossa falta de formação cultural espírita não nos permite enfrentar a barreira dos preconceitos para demonstrar ao mundo que Espiritismo, como escreveu Humberto Mariotti, é uma estrela de amor que espera no horizonte do mundo o avanço das ciências. E curiosa e ridícula a nossa situação.

Temos o futuro nas mãos e ficamos encravados no passado mitológico e nas querelas medievais.

Mas, para superar essa situação, temos de aprender com Kardec. Os que pretendem superar Kardec, não o conhecem. Se o conhecessem, não assumiriam a posição ridícula de críticos e inovadores do que, na verdade, ignoram. Chegamos a uma hora de definições.

Precisamos definir a posição cultural espírita perante a nova cultura dos tempos novos. E só faremos isso através de organismos culturais bem estruturados, funcionais, dotados de recursos escolares capazes de fornecer, aos mais aptos e mais sinceros, a formação cultural de que todos necessitamos, com urgência.

J. Herculano Pires
Texto retirado do livro O Mistério do Bem e do Mal


22 dezembro 2008

O Mal, O Remédio e a Cura - Joel Marcos Figueiredo

O MAL, O REMÉDIO E A CURA

Podemos estar enganados quando achamos que a origem de nossos males está em nosso organismo físico ou nas coisas externas. A causa das doenças morais e físicas estão mais no íntimo de cada um do que propriamente no corpo material. Este último é sem dúvida o local onde se manifestam as doenças que têm também origens psíquicas, emocionais ou espirituais.

Tornou-se uma prática comum os médicos receitarem tranqüilizantes para pessoas que estão com sintomas que aparentemente têm como causa anomalias num órgão digestivo, cardíaco etc. Sabem estes profissionais que se faz necessário atacar a causa. Porém, uma vez constatado o mal, lutam de todas as formas para equilibrar o paciente, principalmente medicando o ser para que ele não sofra tanto até que seja sanada a raiz da enfermidade.

Temos no Centro Espírita fatos semelhantes ao que ocorre no cotidiano das clínicas médicas. Referimo-nos às doenças de ordem espiritual, emocional e a busca à Casa Espírita para solucionar estes males. Ao chegarmos ali, queremos que nos tirem, num espaço curto de tempo, o mal que estamos vivenciando. Nada mais natural, para quem está sentindo na "pele" dramas terríveis. Ocorre que neste processo terá que haver a conscientização do ser para que haja uma melhora verdadeira.

A Casa Espírita orienta com base na Codificação Kardecista, tendo o dever de assistir o necessitado levando-lhe a orientação. O esclarecimento é primordial para nos mantermos equilibrados. No entanto, outros meios deverão ser usados para o auxílio dos enfermos ou simplesmente para ajudar aqueles que ali vão buscar um fortalecimento.

O Passe, por exemplo, sempre foi um poderoso complemento, pois é o remédio que ataca o efeito, aliviando-nos até que seja curada a raiz do mal. Ocorre porém, que alguns se enganam ao pensar que ele é a única solução. E outros erram em querer eliminá-lo por achar que ele nem sempre é necessário. Trata-se de um dever da Casa Espírita orientar o público, mostrando o que é esta energia, para que serve, e quais seus benefícios.

E o espírita, deve tomar Passe? Conhecendo a realidade humana, torna-se difícil dizer se este ou aquele não precisa receber um fortalecimento fluídico. Por mais que nos esforcemos, estamos longe de ter o equilíbrio desejado. Se o passe pode nos recompor, por que deixá-lo de lado? Qual o motivo? Medo da mistificação? Do ritualismo? De criarmos "Papa-passes"? Isso tudo não existirá se fizermos com responsabilidade.

O Passe é usado há milênios e mesmo na época de Jesus não era novidade. O Mestre fez uso desta prática levando auxílio e curando a muitos. Allan Kardec em diversos trechos de sua obra se refere à importância da transmissão desta energia.

Façamos uso do remédio que nos alivia, conscientes de que a cura virá a partir do momento que atacarmos a causa de nossos males: a ignorância espiritual.

Autor: Joel Marcos Figueiredo
Fonte: Jornal Boa Nova
Edição: 17 - Março - Abril - 1998

21 dezembro 2008

O Centro Espírita - J.Herculano Pires



O CENTRO ESPÍRITA

Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra. Temos no Brasil – e isso é um consenso universal – o maior, mais ativo e produtivo movimento espírita do planeta. A expansão do Espiritismo em nossa terra é incessante e prossegue em ritmo acelerado. Mas o que fazemos, em todo este vasto continente espírita, é um imenso esforço de igrejificar o Espiritismo, de emparelhá-lo com as religiões decadentes e ultrapassadas, formando por toda parte núcleos místicos e portanto fanáticos, desligados da realidade imediata. Dizia o Dr. Souza Ribeiro, de Campinas, nos últimos tempos de sua vida de lutas espíritas: “Não compareço a reuniões de espiritas rezadores ! “ E tinha razão, porque nessas reuniões ele só encontrava turba dos pedintes, suplicando ao Céu ajuda.

Ninguém estava ali para aprender a Doutrina, para romper a malha de teia de aranha do igrejismo piedoso e choramingas. A domesticação católica e protestante criara em nossa gente uma mentalidade de rebanho. O Centro Espírita tornou-se uma espécie de sacristia leiga em que padres e madres ignorantes indicavam aos pedintes o caminho do Céu. A caridade esmoler, fácil e barata, substituiu as gordas e faustosas doações à Igreja. Deus barateara a entrada a entrada do Céu, e até mesmo os intelectuais que se aproximam do Espiritismo e que tem o senso crítico, se transformam em penitentes. Associações espíritas, promissoramente organizadas, logo se transformam em grupos de rezadores pedinchões. O carimbo da igreja marcou fundo a nossa mentalidade em penúria. Mais do que subnutrição do povo, com seu cortejo trágico de endemias devastadoras , o igrejismo salvacionista depauperou a inteligência popular, com seu cortejo de carreirismo político – religioso, idolatria mediúnica, misticismo larvar , o que é pior , aparecimento de uma classe dirigente de supostos missionários e mestres farisaicos, estufados de vaidade e arrogância. São os guardiães dos apriscos do templo, instruídos para rejeitar os animais sacrificiais impuros, exigindo dos beatos a compra de oferendas puras nos apriscos sacerdotais. Essa tendência mística popular, carregada de superstições seculares, favorece a proliferação de pregadores santificados, padres vieiras sem estalo, tribunos de voz empostada e gesticulação ensaiada. Toda essa carga morta esmaga o nosso movimento doutrinário e abre as suas portas para a infestação do sincretismo religioso afro-brasileiro, em que os deuses ingênuos da selva africana e das nossas selvas superam e absorvem os antigos e cansados deus cristãos. Não no clima para o desenvolvimento da Cultura Espírita. As grandes instituições Espíritas Brasileiras e as Federações Estaduais investem-se por vontade própria de autoridade que não possuem nem podem possuir, marcadas que estão por desvios doutrinários graves, como no caso do roustainguismo da FEB e das pretensões retrógradas de grupelhos ignorantes de adulterados. Teve razões de sobra André Dumas, do Espiritismo Francês, em denunciar recentemente, em entrevista à revista Manchete, a situação católica e na verdade de anti-espírita do Movimento Espírita brasileiro. A domesticação clerical dos espíritas ameaças desfibrar todo o nosso povo, que por sua formação igrejeira tende a um tipo de alienação esquizofrênica que o Espiritismo sempre combateu, desde a proclamação de fé racional sempre no Kardec, contra a fé cega e incoerente, submissa e farisaica das pregações igrejeiras.
Jesus ensinou a orar e vigiar, recomendou o amor e a bondade, pregou a humanidade, mas jamais aconselhou a viver de orações e lamúrias , santidade fingida, disfarçada em vãs aparências de humildade, que são sempre desmentidas pelas ambições e a arrogância incontroláveis do homem terreno. Para restabelecemos a verdade espírita entre nós e reconduzirmos o nosso movimento a uma posição doutrinária digna e coerente, é preciso compreender que a Doutrina Espírita é um chamado viril à dignidade humana, à consciência do homem para deveres e compromissos no plano social e no plano espiritual, ambos conjugados em face das exigências da lei superior da Evolução Humana. Só nos aproximaremos da Angelitude, o plano superior da Espiritualidade, depois de nos havermos tornado Homens.

Os espíritas atuais, na sua maioria, tanto no Brasil como no mundo, não compreenderam ainda que estão num ponto intermediário da filogênese da divindade. Superando os reinos inferiores da Natureza, segundo o esquema poético de Léon Denis, na seqüência divinamente fatal de Kardec: mineral, vegetal, animal e homem, temos o ponto neutro de gravidade entre duas esferas celestes, e esse ponto é o que chamamos ESPÍRITA. As visões fragmentárias da Realidade se fundem dialéticamente na concepção monista preparada pelo monoteísmo. Liberto, no ponto neutro, da poderosa reação da Terra, o espírita está em condições de se elevar ao plano angélico. Mas estar em condições é uma coisa, e dar esse passo para a divindade é outra coisa. Isso depende do grau de sua compreensão doutrinária e da sua vontade real e profunda, que afeta toda a sua estrutura individual. Por isso mesmo, surge então o perigo da estagnação no misticismo, plano ilusório da falsa divindade, que produz as almas viajoras de Plotino, que nada mais são do que os espíritos errantes de Kardec. Essas almas se projetam no plano da Angelitude, mas não conseguem permanecer nele, cedendo de novo a atração terrena da encarnação.

Muitas vezes repetem a tentativa, permanecendo errantes entre as hipóstases do Céu e da Terra. Plotino viu essa realidade na intuição filosófica e na vidência platônica. Mas Kardec a verificou em sua pesquisas espíritas , escudadas na observação racional dos fatos. 

Apoiados na Razão, essa bússola do Real, ele nos livrava dos psicotrópicos do misticismo, oferendo-nos a verdade exata da Doutrina Espírita. Nela temos a orientação precisa e segura dos planos ou hipóstases superiores, sem o perigo dos ciclos muitas vezes repetidos do chamado Círculo Vicioso das Reencarnações, que os ignorantes pretendem opor à realidade incontestável da reencarnação. Pois se existe esse círculo vicioso, é isso bastante para provar o processo reencarnatório. O vício não está no processo, mas na precipitação dos homens e dos espíritos não devidamente amadurecidos, que tentam forçar a Porta do Céu.

Se no Brasil sofremos os prejuízos dos religiosismo ingênuo de nossa formação cultural, na França e nos demais países europeus -segundo as próprias declarações de André Dumas – o prejuízo provém de um cientificismo pretensioso, que despreza a tradição francesa da pesquisa científica espírita, procurando substituí-la pelas pesquisas e interpretações parapsicológicas. Esse menosprezo pedante pelo trabalho modelar de Kardec levouo próprio Dumas a desrespeitar a tradição secular da Revue Spirite, transformando-a num simulacro da revista científica do Ano 2.000. 

As pesquisa da parapsicologia seguiram o esquema de Kardec e foram cobrindo no tempo, sucessivamente, todas as conquistas do sábio francês. Pegada por pegada, Rhine e seus companheiros cobriram o rastro científico de Kardec. O mesmo já acontecera com Richet na metapsíquica, com Crookes e Zollner e todos os demais. Toda a pesquisa psíquica honesta é válida, nesse campo, até mesmo a dos materialistas russos atuais ficaram presas ao esquema de Kardec, o que prova a validade irrevogável desta. Começando pela observação dos fenômenos físicos, todas as Ciências Psíquicas, nascidas do Espiritismo fizeram a trajetória fatal traçada pelo gênio de Kardec e chegaram as suas mesmas conclusões . As discordâncias interpretativas foram sempre marcadas indelevelmente pelos preconceitos e as precipitações da advertência de Descartes no Discurso do Método e pela sujeição aos interesses das Igrejas, como Kardec já assinalara em seu tempo. A questão da terminologia é puramente supérflua, e como dissera Kardec, serve apenas para provar a leviandade do espírito humano, mesmo dos sábios, sempre mais apegado à forma que ao fundo do problema . No Espiritismo o quadro fenomênico foi dividido por Kardec em duas seções: Fenômenos Físicos e Fenômenos Inteligentes. Na Metapsíquica, Richet apresentou o esquema de Metapsíquica objetiva eMetapsíquica subjetiva. Na Parapsicologia os fenômenos espíritas passaram a chamar-se Fenômeno Psi, com divisão de Psicapa ( objetivos ) e Psigama ( subjetivos ). Quanto aos métodos de pesquisa, Crookes e Richetativeram-se à metodologia científica da época, e Rhine limitou-se a passar dos métodos qualitativos para os quantitativos, inventando aparelhagens apropriadas aos processos tecnológicos atuais, apelando à estatística como forma de controle e comprovação dos resultados , o que simplesmente corresponde às exigências atuais nas Ciências. Kardec teve a vantagem de haver acentuado enfaticamente a necessidade de adequação do método ao objeto específico da pesquisa . O próprio método hipnótico de regressão da memória, para as pesquisas da reencarnação aplicado por Albert DeRochas do século passado, foi aproveitado pelo Prof. Vladimir Raikov. Na Romênia, o preconceito quanto ao Espiritismo gerou uma nova denominação para Parapsicologia : Psicotrônica. Com esse nome rebarbativo, os materialista romenos pretendem exorcizar os perigos de renascimento espírita em seu país.

Todos esses fatos nos mostram que a Doutrina Espírita não chegou ainda a ser conhecida pelos seus próprios adeptos em todo o mundo. Integrado no processo doutrinário de trabalho e desenvolvimento, o Centro Espírita carecia até agora de um estudo sobre as suas origens, o seu sentido e a sua significação no panorama cultural do nosso tempo. É o que procuramos fazer neste volume, com as nossas deficiências, mas na esperança de que outros estudiosos procurem completar o nosso esforço. Lembrando o Apóstolo Paulo, podemos dizer que os espíritas estão no momento exato em que precisam desmamar das cabras celestes para se alimentarem de alimentos sólidos. Os que desejam atualizar a Doutrina, devem antes cuidar de se atualizarem nela.

Introdução do livro O Centro Espírita,
de José Herculano Pires

20 dezembro 2008

Hino de Louvor - Scheilla

HINO DE LOUVOR

Comprometido com o trabalho nobre, no abençoado campo evangélico, não se detenha no cultivo das aflições que despontam ameaçadoras.

Dirija o pensamento para o Senhor e prossiga, mesmo que tenha os pés feridos e o coração esfacelado.

Animado pelo ideal de renovação interior, lutando contra todas as limitações, não se demore na verificação dos valores das lágrimas, conservando suscetibilidades no sentimento amargurado. Eleve a mente aos planos superiores e prossiga sem receio.

Quando a injúria brandir armas impiedosas na sua honra, ameaçando a estabilidade do ideal esposa, repita: Louvado seja Deus!

Quando a intriga desenvolver habilidosas tricas, enredando-lhe os pés, volte a dizer: Louvado seja Deus!

Quando a maldade ameaçar-lhe o equilíbrio espiritual, murmure ainda: Louvado seja Deus!

Quando a tentação, desviando-o do dever, movimentar recursos destruidores para a sua serenidade, enuncie novamente: Louvado seja Deus!

Quando os mais respeitáveis sentimentos que o animam forem desvirtuados pelos companheiros de trabalho, torne a dizer: Louvado seja Deus!

Quando a solidão lhe cercar a alma, envolvendo-o no denso frio do abandono, ore, dizendo: Louvado seja Deus!

Alegre-se no testemunho e louve sempre o Celeste Pai que até hoje não encontrou entendimento em todos os corações.

Chegando o momento de testificar os postulados que enobrecem o seu espírito, louve o Senhor de Misericórdia que lhe concede a bênção da oportunidade para fortalecer os dispositivos íntimos, a fim de prosseguir de fé robusta em busca dos Altos Cimos.

Exercite a humildade e silencie, no chumaço de algodão da paciência, a voz do revide quando ofendido, rejubilando-se intimamente com as vitórias sobre a própria impetuosidade.

Recomece o trabalho de aprimoramento espiritual e louve o Senhor, não temendo a luta, recordando que, para o cristão real, a queda representa oportunidade de levantar-se em degrau mais elevado.

Felizes aqueles que hoje recuperam o patrimônio da vida caminhando, a sós no mundo, entre dificuldades e aflições, erguendo acima de todas as vicissitudes do caminho comum dos homens a fé clara e positiva, e prosseguem imanados ao serviço santificante agradecendo e louvando sem cessar o nome de Deus.

Scheilla
De "Crestomatia da Liberdade",
de Divaldo Pereira Franco - Diversos Espíritos

19 dezembro 2008

O Exercício Inteligente do Livre Arbítrio - Vítor Ronaldo Costa

O EXERCÍCIO INTELIGENTE DO LIVRE ARBÍTRIO

"843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?
Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar.
Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina."
(O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)

O livre-arbítrio é uma lei divina, à qual todos, sem exceção, encontram-se subordinados. Em verdade, trata-se de um princípio universal que se bem utilizado torna-se importante alavanca do progresso individual, na medida em que pode permitir a vivência plena dos sentimentos mais enobrecidos mobilizados de acordo com a vontade e o senso de maturidade moral que cada um alcance.

O comportamento humano, em seus múltiplos aspectos, decorre do exercício pleno da liberdade de ação, contingência a ser respeitada por todos, uma vez que liberdade é apanágio dos seres inteligentes.

É preciso, contudo, bem ajuizar os procedimentos corriqueiros e a conseqüente repercussão do emprego da liberdade usufruída, visando, sobretudo, a não ultrapassar os limites daquilo que deve ser considerado prazeroso ao ego, mas que fere a sensibilidade alheia e compromete a felicidade e a harmonia do semelhante.

Os anseios evolutivos se alicerçam graças à observação responsável das Leis Morais da Vida, caso contrário nos defrontamos com atitudes consideradas antiéticas e geradoras de ações culposas prejudiciais à harmonia consciencial do infrator.

Uma estreita afinidade com o bem é a melhor maneira de se preservar a tranqüilidade de espírito e de se evitar situações conflitivas decorrentes de um inter-relacionamento pessoal inadequado.

Qualquer iniciativa prática aqui na Crosta gera, obrigatoriamente, repercussão benéfica ou não, na dependência do bem patrocinado ou do grau de prejuízo imposto a outrem. Isto nos permite inferir que o uso do livre-arbítrio encontra-se subordinado aos fatores reguladores do comportamento humano, com o objetivo de proteger a comunidade planetária dos excessos cometidos aleatoriamente pelos invigilantes.

O exercício individual do livre-arbítrio deve respeitar a chamada zona fronteiriça, além da qual se encontra o espaço que circunscreve a liberdade de consciência do próximo. A partir de então, é aconselhável existir o consentimento pessoal do outro, para que as idéias e ações executadas sejam devidamente aceitas e compartilhadas harmoniosamente, na ausência de prejuízos, mágoas e ressentimentos.

O uso inadequado do livre-arbítrio desencadeia, no faltoso, reações profundamente desarmônicas do tipo arrependimento e remorso, contingências responsáveis por sofrimentos prolongados, desde que o indivíduo não se proponha a reparar, assim que possível, o mal cometido.

Nem sempre nos damos conta dos prejuízos psicológicos decorrentes de atitudes incompatíveis com as regras da moral evangélica. O ato prejudicial voluntariamente praticado contra o próximo gera repercussões negativas que se fixam indelevelmente no psiquismo do infrator, muito embora as mentes cristalizadas no mal não admitam tal possibilidade.

Em qualquer circunstância, o bom senso evidencia que o cometimento do mal é uma atitude irracional, pois a ação culposa, com o passar do tempo, termina por gerar o arrependimento, e este, por sua vez, estrutura no inconsciente a desagradável e opressiva sensação de remorso.

Significativa parcela da Humanidade sofre os mais variados desequilíbrios em conseqüência de atitudes eticamente inadequadas praticadas nesta ou em vidas anteriores, em conseqüência do mau uso do livre arbítrio.

O remorso equivale a uma certa quantidade de energia desequilibrada a vibrar nos fulcros localizados na intimidade do corpo espiritual, constituindo-se naquilo que ordinariamente denominamos de morbo energético.

Eis aí a causa de inúmeros distúrbios psicopatológicos, que poderiam ser evitados se o homem levasse em conta a necessidade de melhor aproveitar o seu livre-arbítrio de uma forma sempre inteligente, ou seja, em bases condizentes com o Evangelho de Jesus.

Vítor Ronaldo Costa
Reformador - Junho, 1998

18 dezembro 2008

Homem Jesus - Momento Espírita

O Homem Jesus

Dezembro é um mês muito especial. Como são todos os meses de dezembro.

As casas, as ruas, as avenidas se enchem de luzes. Cantos, cantigas, dramatizações do nascimento de uma criança singular se reprisam em escolas, templos e associações.

Em nome de um menino, os corações se sensibilizam e cada qual procura tornar muito bom o dia do Natal.

Eclodem emoções. E ante tanta sensibilidade que desfila ao longo desses dias, é de nos indagarmos:

Quem é essa criança cujo nascimento é evocado, mesmo após decorridos mais de vinte séculos da sua morte?

Porque afinal, costumamos comemorar o aniversário na terra dos que estão conosco. Depois que realizam a grande viagem, rumo ao invisível, nós lembramos outras datas.

Mas ninguém pensa em realizar festa de aniversário para aquele que já se foi.

E outro detalhe muito significativo. No dia em que se comemora o aniversário dessa criança, quem recebe os presentes são os que promovem a festa, numa alegre troca de embrulhos, lembranças e mimos.

Só mesmo um Espírito tão grande quanto o do Cristo poderia atravessar os séculos e prosseguir lembrado.

Foi tal a revolução que promoveu no Espírito humano que a Terra O recorda, ano após ano.

Sua revolução não utilizou armas de fogo, ferro ou aço. Foram, no entanto, as mais invencíveis armas do amor e da bondade.

Desde o nascimento, exemplificou. Rei das Estrelas, Senhor dos Espíritos, tornou-Se criança, adolescente, homem e viveu com os homens.

Demonstrando, através de pouco mais de três décadas que não importam as circunstâncias, quem deseja ser bom pode sê-lo.

Viveu em período em que a política romana comandava o mundo, em que a hipocrisia farisaica imperava e, no entanto, manteve-Se puro.

Lecionando humildade ao nascer em um berço de palha, traduziu a lição do trabalho na carpintaria de Seu pai José.

Ele, que moldara, junto com o Pai Supremo as formas da Terra que habitamos, não Se envergonhou de domar a madeira e transformá-la em bancos, mesas, utensílios domésticos outros.

Senhor e Mestre, em cada momento de Sua vida, ensinou pelo exemplo, testificando que o bem vence o mal, a luz vence a treva.

Mais de dois mil anos são passados, desde Sua vinda à Terra. Quando nos decidiremos por Lhe seguir a excelsa doutrina, que conjuga o verbo amar e que utiliza os substantivos doação, renúncia, abnegação?

* * *

Jesus é nosso Modelo e Guia.

Por isso mesmo, nenhum de nós deve se dizer desiludido com essa ou aquela postura equivocada de seguidores de qualquer credo. Porque afinal o que importa mesmo, é a conduta do nosso Mestre Jesus que, em nenhum momento, abandonou as linhas do dever e do amor sem limites.

Redação do Momento Espírita
www.momento.com.br

17 dezembro 2008

Mente e Ação - Joanna de Ângelis

A MENTE EM AÇÃO

Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.

Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa.

Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde.

Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixam dose sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.

Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.

É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

Vives consoante pensas e almejas, consciente ou inconscientemente.

Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.

Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.

Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.

Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas.

Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Livro: Nascente de Bençãos

16 dezembro 2008

Servo de Todos - Momento Espírita

Servo de Todos

O mergulho de Jesus nos fluidos grosseiros do orbe terráqueo, é a história da redenção da própria Humanidade, que sai das furnas do “eu”, para os altos píncaros da liberdade.

Vivendo os reinados de Augusto e Tibério, cujas vidas assinalaram com vigor inusitado a História, o Seu berço e o Seu túmulo marcaram indelevelmente os tempos.

Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um censo, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas.

E não Se afastou, jamais, da diretriz inicial assumida: a de servo de todos.

* * *

Jesus concedeu ao verbo servir um significado todo diferente .

Como o maior de todos pôde fazer tal afirmativa? – questionam os apressados.

Servo de todos? Colocar-Se como um subalterno, uma pessoa menor, que apenas serve?

Ora, os grandes do Mundo sempre foram servidos, e jamais servos de alguém!

E tal compreensão ainda é atual, infelizmente, no orbe terrestre: a de que aqueles que têm mais, intelectualmente, financeiramente, precisam ser servidos, e não servir.

Talvez, se compreendêssemos melhor a proposta milenar do Cristo, veríamos que estamos no caminho oposto à felicidade, quando assim pensamos.

É muito lógico pensar que, quem tem mais, pode e precisa dar mais; que aqueles que têm maiores condições na esfera da inteligência, devem colocá-la a serviço dos menos capacitados.

Essa é uma das propostas do Cristo, não só em Seu verbo, mas enraizada em Suas ações.

O ser mais perfeito que esteve na face da Terra, esse Espírito que já alcançou os patamares evolutivos que todos almejamos, veio à Terra para servir!

Os grandes servem! Eis a lição clara, que precisa tomar espaço em nosso íntimo.

Não há humilhação alguma em servir, em ser servo! São os preconceitos da alma humana que criaram esta impressão falsa.

Assim, se queremos ser grandes, se desejamos construir uma felicidade madura, real, o caminho de servir é fundamentalmente seguro e necessário.

* * *

Quando se aproxima mais uma celebração do nascimento de Jesus na Terra, e temos ensejo de fazer balanços e avaliações em nosso viver, recordemos da lição do servir.

Estamos servindo à nossa família como poderíamos? Estamos servindo à sociedade de forma suficiente? Estamos servindo ao bem, de acordo com o potencial que temos?

Quem conhece as lições do Cristo, e Sua grandiosidade no que diz respeito ao poder de transformação do Espírito humano, já tem muito para dar, e pode ser servidor poderoso.

Servimos, toda vez que estendemos a mão a quem precisa.

Servimos, sempre que contribuímos para o sorriso dos outros, ao invés de provocar o choro amargo.

Servimos, toda vez que cumprimos com os deveres de pai, de mãe, de filho.

Servimos, sempre que escolhemos o bem, o entendimento, a conciliação, nas disputas inter-relacionais ao nosso redor.

Seja servo de todos e seja mais feliz.

Redação do Momento Espírita com citação do cap. Boas novas, do livro Primícias do reino, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Franco, ed. Leal.

15 dezembro 2008

Exortações - Irmão José

EXORTAÇÕES

Exortamo-nos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos." (I Tessalonicenses, cap. 5 - v. 14)

As exortações de Paulo aos cristãos tessalonicenses se estendem aos cristãos do dia de hoje, pertencentes aos mais diversos ramos do Cristianismo.

Realmente, não temos outro caminho que não seja o da tolerância fraternal de uns para com os outros.

De nada nos valerá que nos entreguemos ao pessimismo.

Obstáculos, sempre existirão, desafiadores, em todos os caminhos.

Quem se deixa dominar pelo desânimo somente à custa de grande esforço se libertará da própria apatia.

Todos os que se equivocam serão esclarecidos pela vida, através das lições do sofrimento.

É indispensável que avancemos na senda do progresso espiritual, carregando com alegria o fardo que nos pertence.

Estejamos conscientes de nossas necessidades e não nos permitamos esmorecer no cumprimento do dever.

Comuniquemos bom ânimo aos que fraquejam. Coragem aos que temem, incentivo aos que se revelam inseguros...

Admoestemos, com o nosso próprio exemplo, quantos vacilam no testemunho da fé, perseverando nas obrigações que permanecem sob a nossa responsabilidade.

Animemo-nos mutuamente.

Não nos deixemos vencer pelas lutas do cotidiano.

Compreendamos a fragilidade de nossos espíritos e busquemos em Jesus o suprimento de força para a jornada.

Se, porventura, cairmos, não nos acomodemos no chão da inércia e nem tampouco queiramos despertar piedade no outros a nosso respeito.

Atendamos às nossas carências afetivas através do serviço desinteressado aos semelhantes.

Não sejamos, portanto, tristes ou rebeldes nas experiências que atravessamos.

Por mais pesadas as provações em que somos testados, suportemo-las com humildade e resignação, porquanto a Lei de Deus sabe de nós melhor que nós mesmos.

Enxuguemos as lágrimas que do coração nos sobem aos olhos e nunca nos consideremos vítimas de sofrimento injusto; ao contrário, tenhamos na dor o nosso bastão de arrimo para o necessário reerguimento moral.

Em seus apelos aos irmãos da grei em Tessalônica, Paulo ainda os exortava:

"Regozijai-vos sempre.

Orai sem cessar.

Em tudo daí graças, porque esta é a Vontade de Deus em Cristo Jesus para conosco.

Não extingais o espírito.

Não desprezeis as profecias;

Examinai tudo. Retendo o bem (...)"

Se assim nos posicionarmos diante da Vida, haveremos de seguir com segurança na rota de nossas mais belas e valiosas conquistas espirituais, porque, finalmente, o Evangelho do Senhor nos terá possuído por dentro.

De "Evangelho e Doutrina",
de Carlos A. Baccelli,

pelo Espírito Irmão José

14 dezembro 2008

Leis Morais da Vida - Joanna de Ângelis

LEIS MORAIS DA VIDA

"Não erreis, não vos enganeis, meus amados irmãos." (Tiago: 1-16)

O salutar conselho do apóstolo Tiago continua muito oportuno e de grande atualidade para os cristãos novos.

Erro - compromisso negativo, amarra ao passado.

Ao erro cometido impõe-se sempre a necessidade de reparação.

Quem conhece Jesus não se pode permitir o desculpismo constante, irresponsável, que domina um sem número de pessoas.

Por toda parte se apresentam os que mentem e traem, enganam e dilapidam, usurpam e negligenciam, exploram e envilecem, aplaudidos uns, homenageados outros, constituindo o perfeito clã dos iludidos em si mesmos. Sem embargo, o mal que fazem ao próximo prejudica-os, porquanto não se furtarão a fazer a paz com a consciência, agora ou depois.

Anestesiados os centros de discernimento e da razão, hoje ou amanhã as conjunturas de que ninguém se consegue eximir impor-lhes-ão reexame de atitudes e de realizações, gerando neles o impositivo de despertamento para as superiores conceituações sobre a vida.

Enquanto se erra, muitas vezes se diz crer na honestidade e valia da ação, como a ocultar-se em ideais ou objetivos que têm aparência elevada e honesta, todavia, todo homem, à exceção dos que transitam nas faixas mais primitivas da evolução ou os que padecem distúrbios psíquicos, tem a noção exata do que lhe constitui bem e mal, do lhe compete, ou não, realizar.

Dormem nos recessos íntimos do ser e despertam no momento próprio as inabordáveis expressões da presença divina, que se transformam em impulsos generosos, sentimentos de amor e fé, aspirações de beleza e ideal nobre que não se podem esmagar ou usar indevidamente sem a correspondente conseqüência, que passa a constituir problemas e dificuldade na economia moral-espiritual do mau usuário.

Refere-se, porém, especificamente o Apóstolo austero do Cristo, aos erros que o homem pratica em relação à concupiscência e à desconsideração para com o santuário das funções genésicas.

O espírito é sempre livre para escolher a melhor forma de evolução.Não fugirá, porém, aos escolhos ou aos alcatifados que lhe apraz colocar pela senda em que jornadeia.

Em razão disso, a advertência merece meditada nos dias em que, diminuindo as expressões de fidelidade e renúncia, se elaboram fórmulas apressadas para as justificativas e as conivências com a falência dos valores morais, que engoda os menos avisados.

Os seus fâmulos crêem-se progressistas e tornam-se concorde para fruírem mais, iludindo-se quanto ao que chamam "evolução da ética".

Não te justifique os erros.

Se possível, evita errar.

Desculpa os caídos e ajuda-os, mas luta por manter-te de pé.

A corroborar com a necessidade imperiosa da preservação moral do aprendiz do Evangelho, adverte Paulo, na sua Primeira Epístola aos Coríntios, conforme se lê no Capítulo dez, versículo doze: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe, não caia".

Perfeitamente concorde com a lição de Tiago, os dois ensinamentos são inadiáveis concitamento à resistência contra as tentações.

A tentação representa uma avaliação em torno das conquistas do equilíbrio por parte de quem busca o melhor, na trilha do aperfeiçoamento próprio.

Assim, policia-te, não caindo nem fazendo outrem cair.

Pensamento otimista e sadio, palavra esclarecedora, sem a pimenta da malícia ou da censura e atitudes bem definidas no compromisso superior aceito, ser-te-ão abençoadas forças mentais e escoras morais impedindo-te que erres ou que caias.

Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Leis Morais da Vida.