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31 janeiro 2009

Transação Indébita - Emmanuel

TRANSAÇÃO INDÉBITA

No capítulo da censura, comumente chega em nossa vida um momento de perplexidade, à frente do qual muitos companheiros se mostram ameaçados pelo desânimo. Não se trata da ocasião em que somos induzidos a reprovar os outros e nem mesmo daquela em que somos repreendidos, em razão de nossas quedas.

Reportamo-nos à hora em que nos vemos acusados por faltas que não perpetramos e por intenções que não nos afloram à mente.

Desejamos falar das circunstâncias em que somos julgados por falsas aparências, dando lugar a comentários depreciativos em torno de nós mesmos.

Teremos agido no bem de todos e em seguida, analisados sob prisma diferente, qual se estivéssemos diligenciando gratificar o próprio egoísmo; de outras vezes, assumimos posição de auxílio ao próximo, empenhando nossas melhores energias, de modo a que se faça harmonia e eficiência na máquina de ação de que somos peça viva e tivemos nossas palavras ou providências sob interpretação infeliz, atraindo-nos a crítica desapiedada, até mesmo daqueles amigos a quem oferecemos o coração.

Atingindo esse ponto nevrálgico no caminho, não te permitas o mentiroso descanso no esmorecimento.

Se trazes a consciência tranquila entre os limites naturais de tuas obrigações ante as obrigações alheias, ora pelos que te censuram ou injuriam e prossegue centralizando a atenção no desempenho dos encargos que o Senhor te confiou, de vez que o tempo é o juiz silencioso de cada um de nós.

Ouve a todos, trabalhando e trabalhando.

Responde a tudo, servindo e servindo.

Nos dias nublados, quando as sombras se amontoem ao redor de teus passos, converte toda tendência à lamentação em mais trabalho e transfigura as muitas palavras de auto-justificação que desejarias dizer em mais serviço, conversando com os outros através do idioma inarticulado do dever retamente cumprido, porquanto, se em verdade não temos o coração claramente aberto à observação dos que nos cercam no mundo, a todo instante, a justiça nos segue, e, em toda parte, Deus nos vê;

Mensagem extraída do Livro Mais Perto,
Espírito Emmanuel,

Psicografia Francisco Cândido Xavier

30 janeiro 2009

Oração e Vigilância - Vianna de Carvalho

ORAÇÃO E VIGILÂNCIA

O homem respeitoso, que curva o corpo no arado e sulca o seio virgem da terra, ora, porque arando está também orando.

A mulher, que se ergue e, tomando das mãos do pequenino, condu-lo através da experiência do alfabeto, ora, porque ensinar é orar.

O jovem, que renuncia à comodidade do prazer e oferece suas horas ao ministério sacrossanto da enfermagem, ora, porque atender à dor alheia é também orar.

O homem, que empreende a luta pela aquisição honesta do pão que lhe honra a estabilidade doméstica, ora, porque no cumprimento dos deveres morais também se está em prece.

Quem, buscando a fonte generosa, distribui água refrescante, ora, porque matar a sede do aflito é também orar.

Há, entretanto, fora do trabalho, uma forma diferente de orar.

A natureza é um templo, no qual o coração se faz altar, convidando o ser à comunhão com a vida.

Todo aquele que, depois da prece-ação, continua sentindo sede interior de paz, abandone, por momentos, o tumulto do mundo e mergulhe as antenas mentais no oceano de magnificentes cores da Natureza e repita no imo, em murmúrio, a oração dominical, para receber da Divindade alento e força para a jornada na qual, muitas vezes, o coração desfalece enfraquecido. Ouvirá, então, no interlóquio, a voz do Senhor, mantendo com a alma ansiosa um diálogo e colocando uma ponte no abismo que a separa do Criador.

*

A boca, na disputa verbalista, que é tentada ao revide e silencia, humilde, vigia, porque calar uma ofensa é repetir um pequeno curso de vigilância.

A mão que, em se levantando para apontar um ofensor, na via pública, dobra-se reverente, quedando-se caída, vigia, porque não acusar é exercer vigilância em si mesmo.

A alma, que despedaça a cólera aninhada no coração e que antes se dispunha a saltar perigosa sobre o agressor ao seu alcance, vigia, porque perdoar o crime é colocar-se em vigília.

Os dedos nervosos, que ao tomarem da pena para escrever um libelo, no qual em se defendendo acusam, indo, inadvertidamente, cometer o mesmo erro, mas, no justo momento do revide, espalma a mão sobre o papel alvo, conferindo ao tempo a oportunidade de esclarecimento, vigia, porque não revidar golpe com golpe é exercitar a experiência da vigilância.

Há, ainda, uma vigilância pouco exercitada e recomendada pelo Senhor, que é aquela que convida o crente a conduzir a alma de tal maneira, que não se deixe contaminar pelo veneno do mundo, mesmo quando os fortes elos das tentações se unirem em cadeia vigorosa, ameaçando despedaçar a atividade das boas intenções.

Está alguém entre vós aflito? - indaga o apóstolo Tiago - Ore!

E o Divino Mestre recomenda: Vigiai e orai, para não cairdes em tentação.

Vianna de Carvalho
Do livro "A prece segundo os Espíritos" - Divaldo P. Franco

29 janeiro 2009

Segredos de uma Lágrima - Momento Espírita

Segredos de uma Lágrima

Há quem acredite que os espíritas, por entrarem em contato com o mundo invisível, tudo sabem e com nada se comovem.

Nenhuma das afirmativas é verdadeira.

O espírita, como qualquer verdadeiro cristão, é alguém que traz o coração sensibilizado pelas dores do próximo. E chora. Pelas suas e pelas dores alheias.

Busca não se desesperar, mas extravasa seus sentimentos pela torrente das lágrimas mais de uma vez.

Analisando exatamente esse desaguar de sofrimentos através do pranto, é que um companheiro espírita teve oportunidade de escrever a respeito da lágrima:

Eu sou a pequenina gota d'agua que está em toda parte do Universo.

Nasci do orvalho da madrugada. Fui encontrada numa pétala de rosa que, sendo beijada pela luz do sol, fez de mim uma lágrima.

Encontro-me no doce olhar da criança, nos sonhos da juventude e na saudade do velho.

Ando por todos os caminhos do mundo...

Estou presente na alegria, na tristeza e no remorso, na dor e na saudade...

Estive junto a Jesus e caí dos Seus olhos quando Ele disse:

"Perdoa, Senhor! Eles não sabem o que fazem..."

Rolei na face de Maria, a Mãe Santíssima da Humanidade inteira, quando ela viu o seu filho amado abraçando o mundo com os braços da cruz...

Estou nos olhos de todas as mães!

Quando uma criança nasce, estou presente no seu primeiro vagido, e acompanho-a nos caminhos da vida, do berço ao túmulo...

O que mais me comove é o pranto do arrependimento, porque em mim brilha a luz da renovação que salva e edifica!

Nos olhos dos felizes ou dos desgraçados estou sempre presente a rolar pelas faces da sombra e da luz.

Enquanto houver pranto na Terra estarei sempre junto aos olhos das criaturas.

Um dia, espero não seja muito distante, alcançarei a imensidão do mar para me juntar às lágrimas de toda a natureza. Beijarei os rochedos...

Em mim se espelhará o céu profundo ante a luz do sol ­ou ante o brilho das estrelas.

O meu sonho é ser uma estrela...

Possuir o encanto da sua luz. Guiar os peregrinos do mundo e inspirar os poetas.

Desejo inspirar o homem e quando ele me vir nas noites mais escuras encontrará um novo alento e dirá, comovido:

"Obrigado, Senhor!

Agora creio em ti, porque vejo aquela estrela brilhando, brilhando sem cessar, dando testemunho da Tua presença e do Teu amor."

Eu desejo ser a estrela da crença e da fé.

* * *

Todas as lágrimas procedem de razões justas, embora não alcances prontamente as suas nascentes.

Há muita lágrima molhando finos lenços e muitas feridas ocultas em pesados tecidos de brocado ou renda, que nem todos identificam.

Cessa de chorar e enxuga outras lágrimas com o lenço da tua compreensão.

Redação do Momento Espírita com base em artigo de João Cabete, publicado no jornal Correio da amizade, nov/1978 e no verbete Lágrimas, do livro Repositório de sabedoria, v.2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

28 janeiro 2009

Pernicioso Sentimento - Momento Espírita

Pernicioso Sentimento

Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem.

Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal estava estendida.

O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.

Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em uma pepita de ouro.

Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.

Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e ela se transformou inteiramente em ouro.

O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha de ouro em gratidão.

Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:

Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.

O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.

* * *

A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.

Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando, pesquisando. Simplesmente invejamos.

Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.

Invejamos aqueles que produzem textos bem elaborados, que merecem destaque em publicações especializadas. No entanto, não nos dispomos ao estudo da gramática, muito menos a longas leituras que melhoram o vocabulário e ensinam construção de frases e imagens poéticas.

Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo o ouro do mundo, sem se dar conta de que era a mente que fazia as transformações.

* * *

Pensar é construir. Pensar é semear. Pensar é produzir.

Vejamos bem o que semeamos, o que produzimos, nas construções de nossas vidas, com as nossas ondas mentais.

No lugar da inveja, manifestemos a nossa vontade de lutar para crescer, com a certeza de que cada um de nós é inigualável. O que equivale a dizer que somos únicos e que ninguém poderá ser igual ao outro.

Cada um tem seus tesouros íntimos a explorar, descobrir e mostrar ao mundo.

Quando pensamos, projetamos o que somos. Pensemos melhor. Pensamento é vida.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2 do livro Rosângela, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e história tibetana extraída do livro Elucidações espíritas, entrevista 5, de Divaldo Pereira Franco, ed. S.E. Joanna de Angelis.

27 janeiro 2009

O Perfume do Bem - Scheilla

O PERFUME DO BEM

Quem desconhece o serviço útil, aquele que inclui os semelhantes, não é tocado pelo prazer de viver, e quem impede outros de conhecê-lo, está sendo conduzido pelo orgulho e pelo egoísmo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo já nos informa que são os dois monstros devoradores da lavoura da felicidade de todos os povos e que os seus extratos são insuportáveis, porque geral a discórdia e alimentam todos os adversários das virtudes evangélicas.

Devemos comungar em esforços no combate ao mal, mas não investindo contra ele e sim, fazendo o bem. E esse bem somente tem valor quando começa dentro de nós, atingindo a nossa família, no alcance das nossas obrigações com o endereço certo para toda a Humanidade.

Analisemos, meus irmãos, a nós próprios, mas de modo também a ouvir os outros sobre os nossos defeitos. Temos muitas distrações no que toca ao mal que alimentamos.

Quando enxergamos os defeitos dos outros, eles se encontram em menor evidência do que os nossos. Não obstante, para conhecer e sentir essa verdade, gastamos muito tempo. Os nossos olhos só registram o mal dos nossos companheiros e esse é o maior erro que carregamos nos escaninhos da consciência.

Meu filho, comecemos hoje a disciplinar nossos impulsos inferiores, que se encontram, por vezes, escondidos nas dobras do desculpismo e da vaidade. Não deixemos que nos sobre tempo para ver ou para inventar as faltas dos nossos companheiros.

Vamos nos dar as mãos, todos, desde que nossos irmãos queiram trabalhar conosco na seara do Mestre.

Busquemos coragem onde ela se encontre, mas coragem divina, da forma ensinada por Jesus, aquela que permanece na caridade, na luz e mesmo nas trevas, na saúde e na dor, na alegria e nas lágrimas.

Somente a caridade ensinada por Jesus nos salva a todos nós dos embates com as trevas. Faça sol ou chuva, vamos com o Cristo, esquecendo-nos das portas largas da perdição e comungando com a fraternidade que esparge claridades por toda a criação.

Quase todos, quando apreciamos um perfume, buscamo-lo onde ele estiver. Todavia, nos esquecemos, quase sempre, do perfume mais importante, que é o cultivo da caridade, e a vivência do amor. É flagrância exalada pela Divindade, que mora igualmente em nós.

Todos os dias nos chegam convites de Deus. Basta que compreendamos esses chamados para que semeemos a nossa própria libertação, pelos processos das virtudes, de o modo que eles voltem a nós, onde estivermos, em forma de alimentos de luz, no sustento da flor devida que somos nós.

De "Flor de Vida",
de João Nunes Maia,
pelo Espírito Scheilla

26 janeiro 2009

A Dor em Nossa Vidas - Momento Espírita

A DOR EM NOSSAS VIDAS

Você já parou para pensar na razão da existência da dor, do sofrimento, em nossas vidas?

Talvez num daqueles momentos de extrema angústia, em que o coração parece apertar forte, você tenha pensado em Deus, na vida, e gritado intimamente: por quê?!
Os benfeitores espirituais vem nos esclarecer que a dor é uma lei de equilíbrio e educação.

Léon Denis, reconhecido escritor francês, em sua obra "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", esclarece que o gênio não é somente o resultado de trabalhos seculares; é também a apoteose, a coroação de sofrimento.

De Homero a Dante, a Camões, a Tasso, a Milton, todos os grandes homens, como eles, têm sofrido.

A dor fez-lhes vibrar a alma, inspirou-lhes a nobreza dos sentimentos, a intensidade da emoção que souberam traduzir com os acentos do gênio, e que os imortalizou.
É na dor que mais sobressaem os cânticos da alma.

Quando ela atinge as profundezas do ser, faz de lá saírem os gritos sinceros, os poderosos apelos que comovem e arrastam as multidões.

Dá-se o mesmo com todos os heróis, com todas as pessoas de grande caráter, com os corações generosos, com os espíritos mais eminentes. Sua elevação mede-se pela soma dos sofrimentos que passaram.

Ante a dor e a morte, a alma do herói e do mártir revela-se em sua beleza comovedora, em sua grandeza trágica que toca, às vezes, o sublime, e o inunda de uma luz inapagável.

A história do mundo não é outra coisa mais que a sagração do espírito pela dor. Sem ela, não pode haver virtude completa, nem glória imperecível.

Se, nas horas da provação, soubéssemos observar o trabalho interno, a ação misteriosa da dor em nós, em nosso "eu", em nossa consciência, compreenderíamos melhor sua obra sublime de educação e aperfeiçoamento.

A dor é um dos meios de que Deus se utiliza para nos chamar a Si e, ao mesmo tempo, nos tornar mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual, única duradoura.
É, pois, realmente pelo amor que nos tem que Deus envia o sofrimento.

Fere-nos, corrige-nos como a mãe corrige o filho para educá-lo e melhorá-lo; trabalha incessantemente para tornar dóceis, para purificar e embelezar nossas almas, porque elas não podem ser completamente felizes, senão na medida correspondente às suas perfeições.

A todos aqueles que perguntam: para que serve a dor? A sabedoria divina responde: para polir a pedra, esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar o ferro.

***
A dor física é, em geral, um aviso da natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Sem ela, abusaríamos de nossos órgãos até o ponto de os destruirmos antes do tempo.

Quando um mal perigoso se vai insinuando em nós, que aconteceria se não lhes sentíssemos logo os efeitos desagradáveis? Ele nos invadiria cada vez mais, terminando por secar em nós as fontes de vida.

É assim que, em nosso mundo, para o nosso crescimento, a dor ainda se faz necessária.

Momento Espírita, a partir do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Léon Denis, cap XXVI.

25 janeiro 2009

O Que São os Sonhos? - Cheyla Bernardo Fett

O QUE SÃO OS SONHOS?

Para alguns, os sonhos podem ter significados ocultos. Para outros, são pura fantasia. Há pessoas que nem sonham. Para nós, espíritas, os sonhos podem ser vistos como uma prova da imortalidade e independência da alma com relação ao corpo.

Segundo O Livro dos Espíritos, a partir da questão 400 até 418, o sonho é a lembrança que temos das experiências que nosso espírito vive no mundo astral enquanto nosso corpo dorme. 

Durante o sono, a alma se desprende e pode vagar por lugares aqui na terra ou no plano espiritual, encontrando pessoas conhecidas ou não e vivenciando atividades agradáveis ou não, segundo sua natureza. Uma pessoa acostumada aos vícios pode ter seu espírito atraído a bares ou boates durante o sono, e aí ela vai encontrar espíritos afins e praticar o que gosta. Uma pessoa acostumada a fazer o bem pode encontrar outros bons espíritos e freqüentar hospitais, asilos, visitar espíritos que sofrem no astral e levar sua ajuda. Ou mesmo ir a lugares belos e estudar. Durante esse desprendimento também podemos encontrar entes queridos que se foram e conversar, saber do seu estado ou receber conselhos.

Ao despertarmos, nem sempre nos lembramos completamente do que fizemos no plano espiritual. Às vezes, não nos lembramos de nada, e dizemos então que não sonhamos. Outras, lembramos apenas vagamente do que aconteceu, guardando alguma impressão boa ou ruim da experiência. Apenas em algumas ocasiões podemos nos lembrar dos sonhos com clareza e narrarmos seus detalhes, dos quais guardamos profunda impressão. É o que acontece, por exemplo, quando sonhamos com um parente falecido que nos diz do seu estado no além ou quando alguém, mesmo desconhecido, nos dá conselhos úteis.

Há também os sonhos provenientes do nosso subconsciente. Neste caso não são experiências reais as vividas pelo nosso espírito, mas apenas lembranças das nossas ocupações ou problemas diários.

Esses sonhos normalmente são mais confusos, funcionando como uma válvula de escape para nossas emoções.

O motivo de nem sempre nos lembrarmos dos sonhos é a força da impressão que ele nos causa. Se nós simplesmente nos envolvemos com as mesmas atividades que estamos acostumados durante o dia, nenhuma impressão forte guardamos ao acordar. Mas se vivenciamos algo diferente ou importante, ficaremos impressionados e nos lembraremos.

Infelizmente, essa impressão forte nem sempre é boa. É o que acontece no caso dos pesadelos. Os maus sonhos têm como causa algum desequilíbrio oculto ou não em que vivemos. Quando estamos excessivamente preocupados com ganhar dinheiro, podemos sonhar com problemas no trabalho, desemprego, assaltos e coisas parecidas. Se o excesso de zelo for com a nossa aparência, podemos

sonhar com acidentes, morte ou doença. Se nos agarramos demais com as pessoas de quem gostamos, às vezes sonhamos com a sua perda ou com desentendimentos.

Todo comportamento que se afasta do equilíbrio, revelando orgulho, egoísmo, vaidade, ciúme, avareza e qualquer defeito da alma acaba tendo como conseqüência os pesadelos. Eles servem como alerta de que precisamos nos corrigir para ter paz na consciência.

Há ainda um aspecto mais perigoso, porém interessante: da mesma forma que os bons espíritos aproveitam nosso desprendimento para dar bons conselhos ou conversar, os maus também podem se aproximar para nos perturbar. Eles aproveitam o desequilíbrio moral que citamos acima e nos provocam os pesadelos, que normalmente são aqueles que nos deixam impressionados por mais tempo. 

Em alguns casos mais graves, em que os pesadelos se repetem ou são freqüentes, acabamos por ter nosso comportamento diário alterado por causa dos sentimentos ruins despertados por esses sonhos, como o medo, tornando-nos agressivos e arredios. Nossa saúde também fica prejudicada pela falta de descanso noturno.

É aí que o Espiritismo pode novamente nos ajudar. Além de nos esclarecer sobre o que pode estar acontecendo conosco, podemos encontrar socorro no centro espírita. Lá receberemos as lições que nos farão reorientar nossas vidas, através das palestras ou de orientações particulares (conversando com os dirigentes da casa). Podemos achar em nós mesmos os defeitos que nos prejudicam e trabalhar para corrigi-los. 

É no centro espírita também que pode ser percebida a participação de um mau espírito provocando nossos pesadelos. Uma equipe mediúnica poderá afastá-lo até que reencontremos o equilíbrio. Ao mesmo tempo, os passes ajudarão a recompor a saúde física.

Se você ou alguém com quem convive está sofrendo com esse problema, procure o centro espírita. Ele poderá ajudá-los.

Autora: Cheyla Bernardo Fett
Fonte: Jornal Boa Nova - Edição 12 - Julho/1997

24 janeiro 2009

Reencarnação - Emmanuel

Reencarnação

Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa punição.

Suor na oficina é acesso à competência.
Esforço na escola é aquisição de cultura.

Porque alguém se consagre hoje à Medicina, não quer isso dizer que hajaontem semeado moléstias e sofrimentos.

Muitas vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratamdo corpo, voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de maiselevada ascensão.

Porque um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não exprime semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos da Terra.

Em muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha para mais altos postos na Vida Superior.

Entretanto, se o médico ou o engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da profissão a que se devotam, decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender na pauta das corrigendas necessárias e justas.

Toda restauração exige dificuldades equivalentes.
Todo valor evolutivo reclama serviço próprio.
Nada existe sem preço.

Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.

À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação, porque, quase sempre, almas heróicas que suportam o fogo constante das grandes dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.

Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo que os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...

Lembra-te disso e compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito algum, condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da morte no erro à bênção da Vida Eterna.

Reunião pública de 6/4/59, Questão nº 617,
Religião dos Espíritos, Emmanuel/F.C.Xavier

23 janeiro 2009

Qualidade de Vida - Momento Espírita

Qualidade de Vida

Têm-se falado muito a respeito da qualidade de Qualidade de Vida - Momento Espírita vida. Fazem-se comparações entre o passado e o presente. Fala-se das conquistas médicas, que possibilitam uma perspectiva maior de vida, do conforto que a tecnologia proporciona.

Tudo está correto. Contudo, estamos nos esquecendo de olhar para outro lado.

Referimo-nos aos idosos que são deixados nos asilos, nas clínicas de repouso ou mesmo em dependências específicas do lar, entregues à ociosidade, ao não fazer nada.

Consideram alguns que basta ao idoso ter alimentação, estar asseado, ter um lugar para sentar, outro para dormir.

Estamos nos esquecendo de que são seres humanos, que foram produtivos até ontem.

Foram jovens, amaram, tiveram sonhos, criaram filhos, educaram e os entregaram ao mundo. A sociedade de hoje também é produto dos seus esforços.

E não é simplesmente por estarem em idade avançada que deixam de ter sonhos, de acalentar esperanças.

Somos nós mesmos, pelas nossas atitudes, que lhes incutimos a crença de que somente devem aguardar a morte, que já fizeram tudo o que podiam.

Dia desses, ouvimos de uma senhora que os idosos precisam de quietude e repouso, que não podem sair da rotina para não ficarem atrapalhados, confusos.

Que eles necessitam estar sozinhos, que a presença da família os prejudica.

Mas colocando-nos no lugar deles, será que almejaríamos ficar assim, em um quarto a sós, sem quem nos falasse, incentivasse, visitasse?

Será que o fato de envelhecermos faz com que o coração esqueça os afetos e desejemos a solidão?

Por isso é que os que entram na velhice e avançam no tempo, vivem de recordações. Nós não lhes alimentamos as horas com as nossas presenças.

Por que não permitir que as crianças lhes façam companhia, brinquem com eles, os agradem?

Agindo assim, permitiremos ao idoso a convivência com a alegria, a música, a vivacidade dos pequenos, suas mil peripécias, tanto quanto estaremos dando às crianças lições de vida.

Afinal, se chegarmos à idade dos nossos avós, como gostaríamos de ser tratados? Desejaríamos ser isolados do restante da família, simplesmente porque já não seguramos com tanta firmeza o talher, ou derramamos o alimento?

Lembremos de como nos trataram nossos pais, quando criança. Jamais fomos isolados num canto da casa, pelo simples fato de não sabermos sustentar a colher ou nos lambuzarmos, no aprendizado de levar o alimento à boca.

Se rodeamos a infância de cuidados e atenções, não nos esqueçamos dos nossos idosos, que envelheceram no labor e com seu suor nos forneceram bases para o que hoje somos.

Não afirmemos simplesmente: Idoso é assim mesmo. Porque cada um deles é um ser único, com sua individualidade, sua gama de sonhos e carências.

Ornemos a vida dos nossos queridos velhos com nossa presença amiga, alegre, otimista. Afinal, se não morrermos antes, também chegaremos lá.

* * *
Ante os que te precederam nos anos e galgaram mais cedo os degraus da idade, tem paciência.

Cerca-os com o teu carinho e ampara-os nas suas necessidades.

Redação do Momento Espirita

22 janeiro 2009

Chaga da Humanidade - Momento Espírita

Chaga da Humanidade

Conta-se que, certa vez, um adestrado catador de caranguejos executava sua tarefa num mangue, quando alguns turistas pararam para observar o seu trabalho.

Era um esforço grande que realizava o homem, todo enlameado. O que perceberam os observadores é que o catador tinha dois baldes. Um com tampa e outro sem tampa.

A cada caranguejo que pegava em suas mãos, examinava e concluía: este é bom, e colocava no balde com tampa. Ou, este é ruim, e colocava no balde sem tampa.

Depois de um determinado período, um dos turistas não aguentou a curiosidade e perguntou ao catador de caranguejos por que ele realizava aquela divisão em baldes diferentes, algo que absolutamente ele não conseguia entender.

O trabalhador não se fez de rogado e foi explicando: É simples, muito simples. Coloco no balde com tampa os caranguejos bons, para eles não fugirem, pois eles têm condições de retornar ao seu local de origem, seu próprio mundo.

Mas os caranguejos ruins não precisam de tampa. São uns egoístas. Quando um deles tenta fugir, sair do balde, os outros se agarram nele e o puxam para baixo. Por isso, com eles não preciso me preocupar.

* * *

Por vezes, em nossas ações, nos comportamos de forma semelhante aos pequenos animais da história. É quando nos deixamos dominar pelo egoísmo, essa chaga da humanidade, que deve desaparecer da Terra, pois que compromete o progresso.

O egoísmo é filho do orgulho e é causador de muitos males. É a negação da caridade e somente tem contribuído para tornar os homens infelizes.

Graças ao egoísmo, o homem tem vivido muito mais para sua própria satisfação do que para o interesse dos demais.

Nas relações conjugais, mais de uma vez surgem questiúnculas porque cada um deseja que o outro ceda, renuncie em seu favor.

Por egoísmo, a esposa não permite ao marido a continuidade de estudos avançados que lhe exigiriam algumas horas a mais, fora do lar, por determinado período.

Por egoísmo, o marido cria obstáculos a voos mais altos da esposa, pois a deseja para si em todos os momentos.

Em nome do egoísmo, irmãos entram em disputas judiciais pela posse de bens perecíveis, destruindo-se mutuamente e infelicitando os pais desencarnados.

Por egoísmo, obras de arte permanecem ocultas a muitos olhos, segregadas em salas fechadas e exclusivas.

Por egoísmo, nos fechamos, impedindo-nos de progredir. Por causa dele, erguemos altos muros ao nosso redor.

Cerramos as portas do coração e as janelas da alma, não desejando que outros desfrutem da beleza dos nossos jardins ou das riquezas de nossa intimidade.

* * *

Quando os ventos do egoísmo soprarem débeis ou fortes nas veredas das nossas vidas, preservemo-nos da sua ação destruidora, recordando que efêmera é a passagem pela Terra.

Que os únicos bens que realmente nos beneficiarão são os do Espírito, frutos da ação generosa, da divisão e distribuição, do que temos à farta: bens materiais, inteligência, tempo, amor.

Redação do Momento Espírita com base
em artigo publicado no jornal Diálogo Espírita nº 16,
junho/julho de 1998

21 janeiro 2009

Em Harmonia - Momento Espírita

Em Harmonia

Todos os dias, as notícias nos chegam estarrecedoras.

Manchetes falam de bombas e, em fotos dramáticas, nos dão a conhecer a dor, a morte e a destruição.

As imagens televisivas nos trazem ao conhecimento grande número de assaltos, de roubos e de furtos.

A violência chega ao lar pela boca dos próprios filhos que, ao se habituarem com a agressão de fora, aderem à onda e passam a agredir, igualmente, no verbo e no agir.

Andamos pelas ruas e o trânsito indisciplinado parece nos perseguir os passos.

A natureza se apresenta rebelada contra os maus tratos que o homem lhe vem impondo e estertora e grita, transformando­-se o vento em furacão, pequenos abalos em terremotos alarmantes, chuvas em enchentes que nada respeitam, nem mesmo a vida humana.

Concluímos que ninguém está seguro em lugar algum, desde que temos a nos espreitar pessoas em desequilíbrio, violentas ou indisciplinadas, a fúria dos ventos e das tempestades.

Aturdimo-nos e o cansaço nos domina, dizendo-nos da impossibilidade de lutar contra tantas coisas e de vencê­-las.

Contudo, basta que acionemos uma pequena alavanca e outro será o panorama com que nos defrontaremos.
A alavanca da fé.
Os dias que atravessamos são verdadeiramente graves, mas podem ser vencidos com paciência e persistência.

Não há nada que nos impeça de manter a tranqüilidade, banhando-nos na fé na Providência Divina.

Sustentados pela certeza do amor Dele que a tudo provê, não nos permitamos desesperar.

Afinal, a Terra já conheceu muitos outros períodos de loucura. Momentos em que Espíritos foram provados e venceram, dando testemunho da fé que lhes robustecia as fibras d\'alma.

Recordamos de Joanna d\'Arc enfrentando a fogueira do martírio, em harmonia, guardando energias para perdoar aos que lhe imolavam o corpo.

Também tranqüila permaneceu Joana de Cusa, mártir dos primeiros tempos do Cristianismo que, estribada na sua fé, suportou a fogueira com heroísmo.

A serenidade e a tranqüilidade foram sempre marcas registradas dos que afirmaram seguir Jesus.

Os cristãos primitivos compareciam à arena do Circo, portando um sorriso nos lábios que desabrochavam em cânticos de louvor.

Conduzamo-nos pois, com bom ânimo, alimentados pelo Evangelho de Jesus, que é luz para o Espírito imortal.

Conservemo-nos em harmonia, apesar do clima de insensatez que impera em muitas almas. Como cristãos, devemos demonstrar a nossa fortaleza, a fim de que nos transformemos em apoio para os que seguem atrás de nós, desesperançados e tristes.

* * *

Os metais, para serem modelados, necessitam experimentar a fornalha ardente.

Para revelar a beleza que se encontra em seu interior, o bloco de granito necessita receber os duros golpes do martelo e do cinzel.

Pois assim também o Espírito, para se apresentar em toda sua beleza, necessita ser lapidado, e sofrer o calor das dores e das provações, enquanto não impere em sua vida o amor a Deus, o amor ao próximo e o amor a si mesmo.

Redação do Momento Espírita.

20 janeiro 2009

Aniversário do G.E Casa do Caminho de S.Vicente


Parabéns a Casa do Caminho,
que a tantos trouxe alivio,
paz, amor e esclarecimento,
de suas dúvidas.

Obrigado a todos que mantiveram esta casa viva,
com a luz no caminho para quem sempre precisa de amparo na escuridão da vida,
que muitos se encontram.

Obrigado e que não faltem a este trabalho,
necessário e bonito,
que a Casa do Caminho se propôs
e está conseguindo fazer.

E nome do Senhor Nosso Deus,
fiquem todos em paz!

Psicografia recebida hoje,
20/01/09

Não Te Permitas - Joanna de Ângelis

NÃO TE PERMITAS

Creia-se ou não, o intercâmbio espiritual sucede, naturalmente, dentro das leis de afinidade que regem a vida.

Onde o homem estagie o pensamento e situe os valores morais, aí ocorrem os mecanismo da sintonia que facultam o intercurso espiritual.

Afinal, os Espíritos são os homens mesmos, desvestidos do invólucro material, prosseguindo conforme as próprias conquistas.

Quando atrasados, perseveram nos estados primeiros do seu processo de evolução; malévolos, continuam atados à malquerença; perversos, permanecem comprazendo-se nas aflições que promovem; invejosos, estagiam na paixão desgastante que os intoxica;

perseguidores, dão larga às tendências selvagens que cultivam;

odientos, ampliam o círculo em que estertoram, contaminando aqueles que lhes tombam nas armadilhas.

Assim também ocorre com os que vivem a beleza e o amor, fomentam o trabalho e as artes, exercitam as virtudes e promovem o progresso, entesourando conquistas relevantes, de que se fazem depositários, irradiando o bem e mimetizando as criaturas que lhes facultam a assistência benéfica.

Não te permitas, desse modo, deslizes morais.

Instaura o período da vigilância pessoal e vitaliza o dever na mente para exercê-lo nos sentimentos junto ao próximo.

Os que partem da Terra, fortemente imantados aos vícios, retornam ávidos, sedentos, ansiosos, tentando continuar o infeliz programa, ora interrompido, utilizando-se de áulicos afins que lhes cedam os órgãos físicos...

Em conseqüência, a caravana das vítimas-inermes, padecendo as rudes obsessões espirituais, é muito grande.

Liberta-te das paixões inferiores, trabalhando as aspirações e plasmando o futuro mediante a ação correta.

Muda os clichês mentais viciosos e renova as paisagens íntimas.

Faze a oração do silêncio, reflexionando sobre os reais valores da vida.

Vincula-te ao amor ao próximo, contribuindo de alguma forma para o bem de alguém, para o bem geral.

Sentindo açuladas as tendências negativas, desperta e reage, não te deixando hipnotizar pelos Espíritos perturbadores.

Sintoniza com Jesus, e Ele, o Amigo Incondicional e Libertador, virá em teu socorro, favorecendo-te com a paz e a alegria.

Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Da obra: Alerta

19 janeiro 2009

Surge a Nova Era - Joanna de Ângelis

SURGE A NOVA ERA

O sol da esperança desbasta as trevas da ignorância.
Pequenos grupos de servidores verdadeiros do Evangelho, no silêncio da renúncia, estão levantando os pilotis sobre os quais será erguida a Era Nova.
Sem alarde, em luta ingente, esses corações convidados constituem segurança para o mundo melhor de amanhã.
Não obstante o vendaval, as ameaças do desequilíbrio e o predomínio aparente das forças da violência, o bem, corno fluido de libertação, penetra todo o organismo terrestre preparando o mundo novo.
Não engrossam as fileiras dos desanimados, nem aplaudem a insensatez dos perversos ou apóiam a estultícia dos vitoriosos da ilusão.

Quem aprendeu a confiar em Jesus põe as suas raízes na verdade. São minoria, não, porém, grupo ao abandono.
Todos os grandes ideais da humanidade surgem em pequeninos núcleos, que se alargam em gerações após gerações.
O Cristianismo restaurado, por sua vez, é a doutrina do amanhã, no enfoque espírita, porque, enquanto a mensagem de Jesus teve de destruir as bases do paganismo para erguer o santuário do amor, o Espiritismo deve apenas erigir, sobre o Cristianismo, o templo luminoso da caridade.
Chamados para este ministério, não duvidam, alegrando-se por ter seus nomes inscritos, como diz o Evangelho, no livro do reino dos céus e serem conhecidos do Senhor.

Nossa Casa tem ação. É hoje reduto festivo, santuário que alberga Espíritos mensageiros da luz, oficina onde se trabalha, escola de educação e hospital de recuperação de vidas.
Com outros Obreiros aqui temos estado, mantendo a chama da verdade acesa - como ocorria com os antigos faróis com a flama ardente, apontando a entrada dos portos e mais tarde dando notícias dos recifes e perigos do mar.

Filhos da alma, nunca desistam de fazer o bem, face ao aparente triunfo do mal em desgoverno, em torno de suas vidas.
Passada a tempestade, a luz volta a fulgir.
A sombra é somente ausência da claridade. Não é real.
Só Deus é Vida; somente o Bem é meta.

Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Do livro: Momentos Enriquecedores

18 janeiro 2009

Gentilezas Salvadoras - Marco Prisco

GENTILEZAS SALVADORAS

“Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade" - Allan Kardec. E.S.E. Cap. IX. Item 6

Quando você afasta do piso uma casca de fruta deixada pela negligência de alguém, não pratica apenas um ato de gentileza. Evita que algum desavisado escorregue, sofrendo tombo violento.

Ao ceder o lugar no transporte coletivo a um ancião, você não realiza um gesto de cortesia somente. Atende a um corpo cansado, poupando as energias de quem poderia ser seu genitor.

Se você oferece braço moço à condução de um volume, poupando aquele que o carrega, não pratica unicamente uma delicadeza. Contribui fraternalmente para o júbilo de alguém que, raras vezes, encontra ajuda.

Portando a boa palavra em qualquer situação, você não atende exclusivamente à finura do trato. Realiza entre os ouvintes o culto do verbo são, donde fluem proveitosos e salutares ensinamentos.

Silenciando uma afronta em público, você não atesta apenas o refinamento social. Poupa-se à dialogação violenta, que dá margem a ódios irremediáveis.

Se você oferece agasalho a algum desnudo, não só atende à delicadeza humana, por filantropia. Amplia a cultura da caridade pura e simples.

Ao sorrir, discretamente, dando ensejo a um desafeto de refazer a amizade, você não age tão-somente em tributo à educação. Apaga mágoas e ressentimentos, enquanto "está no caminho com ele".

Procurando ajudar um enfermo cansado a galgar e vencer dificuldades, você não procede imbuído apenas de gentileza. Coopera para que a vida se dilate no debilitado, propiciando-lhe ensejos evolutivos.

Atendendo impertinente criança que o molesta, num grupo de amigos, você não se situa só na formosura da conduta externa. Liberta um homem futuro de uma decepção presente.

No exercício da gentileza, a alma dilata recursos evangélicos e vive o precioso ensino do Mestre ao enfático doutor da lei, com afabilidade e doçura, quando Ele afirmou: "Vai e faze o mesmo!".


Autor: Marco Prisco (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco

Da obra: Glossário Espírita-Cristão

17 janeiro 2009

Coragem de Mudar - Joanna de Ângelis

CORAGEM PARA MUDAR
Por: Joanna de Ângelis

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua jornada terrestre.

É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as conseqüências que esses modos comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.

Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros.

Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles.

Iludem-se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que é necessário realmente buscar-se.

É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na Terra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silêncio, por meio da oração que nos resguarda a tranqüilidade.

Gastemos nossas energias excedentes na atividade fraternal e voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a benção do tempo que tudo vence.

Prossigamos no compromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate.

Convertamos sombras em luz.

Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.

Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.

Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nó mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.

Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.

A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará.

16 janeiro 2009

Piedade - Scheilla

Piedade

Um dos mais belos gestos humanos é a caridade.
Doar, socorrer e auxiliar são virtudes que fazem suscitar alegria e reconforto por onde quer que passem.

Gestos que engrandecem e embelezam a alma de quem os pratica com sinceridade, levam esperança e fé aos corações aparentemente infelizes e que a necessidade da provação experimenta e burila rijamente...

No entanto, como iniciantes até mesmo na arte de expressar sensações e sentimentos, não raro inutilizamos qualquer iniciativa fraterna por não saber ou não possuir, para o momento, a sensibilidade necessária na escolha correta de posturas e palavras, de modo a ajudar sem ferir, de orientar sem espezinhar e de doar sem humilhar.

Piedade não será exclamar interjeições a esmo, por mais piedosas, qual estivéssemos situados em segura e inabordável redoma, mas será colocarmo-nos sempre no lugar daquele que nos recolhe a dádiva, para que a nossa iniciativa no campo da caridade fale ao coração do beneficiado qual brisa renovadora, deixando nele a certeza de que Deus não se ausenta jamais de seus filhos, socorrendo-os amorosamente, sempre que possível, através dos outros filhos.

Diz André Luiz, na mensagem da semana, que "piedade é caridade e caridade é amor."
E amor, por mais bem intencionado, se faz mal pode ser tudo, menos amor...
Piedade, na maior parte dos modos com que nos acostumamos a cultivá-la, exige revisão.

Usamo-la, por vezes, como se desenrolássemos a frase em forma de chibata, vergastando a quem nos aguarda o consolo ou qual se entregássemos a moeda beneficente aquecida em ponto de brasa, queimando as mãos que a recebem.

"Graças a Deus, nunca sofri penúria", dizemos, de escantilhão, a companheiros que esmolam socorro material, dando a entender que Deus lhes seria perseguidor e não Pai.

"Dou sempre o que posso, embora saiba que há malandros em toda parte", proclamamos com altivez diante do irmão que nos solicita o concurso, esquecidos de que assim falando estamos a situá-lo nos meandros de vadiagem.

Visitamos uma viúva e perguntamos de chofre se o marido desencarnado lhe deixou montepio, indiferentes à dor da mulher que se vê solitária, aspirando recolher palavras de fé ao invés de comentários sobre dinheiro.

Em algumas ocasiões, ingressamos num hospital a título de fazer assistência e levamos lenço ao nariz ou recuamos perante o doente que a enfermidade carcome, sem considerar a posição vexatória com que lhe rebaixamos os sentimentos.

Piedade não é alguém supor reconfortar a outro alguém, ilhando-se em virtude hipotética. Em muitos casos, a compaixão que deitamos assemelha-se à soda cáustica: branca na aplicação e corrosiva no efeito. A golpes de orgulho presumimos animar e desencorajamos, cremos suprir dificuldades e agravamos problemas, por ausência de tato e delicadeza. Piedade é caridade e caridade é amor.

O amor coloca-se na posição dos que sofrem para servir.
Imaginemo-nos na luta dos outros e reflitamos na maneira ideal com que estimaríamos recolher-lhes o auxílio. Não raro, os que se encontram nas sombras da provação não mais precisam de nossas dádivas, nem de nossas meras palavras; esperam tão-somente por nosso coração com a ansiedade e o enternecimento de quem aguarda uma luz...

André Luiz
Do livro "Sol nas Almas", 36, edição CEC

15 janeiro 2009

A Terapêutica da Prece - Francisco Menezes Dias da Cruz

A TERAPÊUTICA DA PRECE

No tratamento da obsessão é necessário salientar a terapêutica da prece como elemento valioso de introdução à cura.

Não ignoramos que a psiquiatria, nova ciência do mundo médico, apesar de teorizada nos hospícios, somente corporificou-se na prática que a define, nos campos de guerra do século presente.

Chamados ao pronto-socorro das retaguardas, desde o conflito russo-japonês, os psiquiatras esbarram com numerosos problemas da neurose traumática, identificando as mais estranhas moléstias da imaginação e usando a palavra de entendimento e simpatia como recurso psicoterápico de incalculável importância.

Por isso, dispomos, atualmente, na moderna psicanálise, da psicologia do desabafo como medicação regeneradora. A confissão do paciente vale por expulsão de resíduos tóxicos da vida mental e o conselho do especialista idôneo age por doação de novas formas-pensamento, no amparo do cérebro enfermiço.

Invocamos semelhante apontamento para configurar na luta humana verdadeiro combate evolutivo em que milhares de almas caem diariamente nos meandros das próprias complicações emocionais, entrando, sem perceber, na faixa das forças inferiores que, a surgirem de nosso passado, nos espreitam e geram em nosso prejuízo dolorosos processos de obsessão, retardando-nos o progresso, por intermédio dos pensamentos desequilibrados com que se justapõem à nossa vida Intima.

É por essa razão que vemos, tanto nos círculos terrestres, como nas regiões inferiores da vida espiritual, as enfermidades-alucinações que se alojam na mente, ao comando magnético dos poderes da sombra, com os quais estejam em sintonia.

E a técnica das Inteligências que nos exploram o patrimônio mento-psíquico, baseia-se, de maneira invariável, na comunhão telepática, pela qual implantam naqueles que lhes acendem ao domínio as criações mentais perturbadoras, capazes de lhes assegurar o continuísmo da vampirização.

Atentos, assim, à psicogênese desses casos de desarmonia espiritual, quase sempre formados pela influenciação consciente ou inconsciente das entidades infelizes, desencarnadas ou encarnadas, que se os associam à experiência cotidiana, recorramos à prece como elemento de ligação com os Planos Superiores, exorando o amparo dos Mensageiros Divinos, cujo pensamento
sublimado pode criar, de improviso, novos motivos mentais em nosso favor ou em favor daqueles que nos propomos socorrer.

Não nos esqueçamos de que possuímos na oração a nossa mais alta fonte de poder, em razão de facilitar-nos o acesso ao Poder Maior da Vida.

Assim sendo, em quaisquer emergências da tarefa assistencial, em nosso benefício ou em benefício dos outros, não olvidemos o valor da prece em terapia, recordando a sábia conceituação do Apóstolo Tiago, no versículo 16 do capítulo 5 em sua Epístola Universal: - "Ora uns pelos outros, a fim de que sareis, porque a prece da alma justa muito pode em seus efeitos".

Francisco Menezes Dias da Cruz
De "À LUZ DA ORAÇÃO",

de Francisco Cândido Xavier - Autores diversos

14 janeiro 2009

Mensageira Divina - Momento Espírita

Mensageira Divina

Conta uma escritora ter, como hábito, ler nos jornais o chamado Correio Sentimental. Feliz no casamento, o seu não é o propósito de encontrar um novo amor mas, simplesmente, ler por ficar fascinada por esses anúncios.

Certo dia, um desses lhe chamou a atenção de forma muito especial. Dizia: Henrietta. Lembra de termos namorado em 1938? Nunca me esqueci de você. Por favor, me telefone.Irving.

A curiosidade não a deixou em paz enquanto não tomou do telefone e ligou para Irving. A voz que atendeu era uma voz madura e, depressa, ela foi dizendo que não era Henrietta.

Porque mostrasse interesse, Irving contou que, em 1938, ele conhecera Henrietta e se haviam apaixonado. A família dela, contudo, achava que ela era muito nova para casar.

Por isso, logo mandaram a jovem para a Europa por alguns anos. Ela acabou casando com um outro homem que conheceu naquele continente.

Irving também se casara. Estava viúvo há 3 anos e só. Pensou que se Henrietta também estivesse só, talvez pudessem reatar aquele doce amor da juventude.

A escritora ficou muito comovida com a esperança que revelava aquele homem. Durante dois anos acompanhou as buscas por Henrietta, sem nenhum resultado.

Então, um dia, no ano de 1993, no metrô de Nova York, enquanto lia o Correio Sentimental, foi interrompida por uma voz feminina que perguntou:

Procurando um novo marido, querida?

Não, respondeu. Leio por curiosidade. Nunca teve vontade de ler tais anúncios?

Absolutamente, disse a senhora. Acredito que há muito sofrimento nessas páginas.

A conversa evoluiu e a jornalista acabou por concordar com a desconhecida, que havia muito sofrimento naquelas páginas.

Contou-lhe, na seqüência, a história de Irving e Henrietta. Ao finalizar, falou:

Gostaria de dizer que Irving encontrou o seu amor. Infelizmente, isso não aconteceu. Ou ela morreu, ou mora em outra cidade ou então não lê o Correio Sentimental.

A mulher falou baixinho: É a terceira opção. Acredite, eu tenho certeza.

E logo em seguida: Você ainda tem o número do telefone?

E aquele rosto enrugado, revelando uma beleza que já não dispunha de brilho agora, iluminou-se quando a jornalista lhe entregou o número do telefone de Irving.

Henrietta fora encontrada.

* * *

A esperança se constitui em apoio dos fracos e dos fortes, dos pobres e dos ricos, dos poderosos e dos necessitados.

A esperança é uma mensageira divina que ante o ardor do verão, quando tudo resseca, fala com suavidade do outono que se avizinha.

Na doença, ela fala sobre as bênçãos da saúde, inspirando coragem.

Na soledade ou no abandono, ela faculta a ligação com Deus e sempre oferece uma palavra de bom ânimo.

A força da esperança é tão grande que vence o tempo. Vence também a morte porque descobre a imortalidade que fala dos afetos que, embora sem o corpo físico, vivem e continuam a amar.

Redação do Momento Espírita com base em relato extraído do livro Pequenos milagres, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante, e no cap. 19 do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal

13 janeiro 2009

Tudo é Possível Àquele que Crê - Momento Espírita

Tudo é Possível Àquele que Crê

Você é uma pessoa otimista? Acredita que tudo pode se resolver com esforço, calma e perseverança?

Ou você já desacredita de muitas coisas? Acha que existem muitas situações contra as quais não adianta lutar?

O Apóstolo Marcos registrou em seu Evangelho que tudo é possível ao que crê. Será mesmo?

Narra uma antiga lenda que, na Idade Média, havia um homem extremamente religioso. Pois aconteceu que um crime bárbaro agitou a cidade. Uma mulher fora brutalmente assassinada.

O autor era uma pessoa influente do reino. Por isso mesmo, logo se tratou de procurar alguém em quem pudesse ser colocada a culpa.

O homem religioso foi o escolhido e levado a julgamento. Ao ser preso, ele pressentiu que não poderia se salvar. Seu destino seria a forca. Tudo conspirava contra ele.

Sabia que o desejavam culpar. O próprio juiz estava com tudo acertado para simular um julgamento e o condenar.

Resolveu orar, rogando socorro e inspiração para enfrentar o interrogatório e sair-se bem.

Em certo momento, o juiz lhe propôs o seguinte: Por ser um homem de profunda religiosidade, vou deixar que o Senhor Deus decida o seu destino.

Vou escrever em um pedaço de papel a palavra “culpado” e em outro a palavra “inocente”. Você sorteará um dos papéis. O que você escolher, será o seu veredito. Deus decidirá a sua sorte.

O pobre homem suou frio. De imediato ele percebeu que uma armadilha lhe estava sendo preparada. Naturalmente, o juiz, que o desejava condenar, prepararia os dois papéis com a mesma e única palavra: culpado.

Como ele poderia se salvar? Não havia alternativa. Nenhuma saída.

O juiz, finalmente, colocou os dois papéis sobre a mesa e mandou o acusado escolher um deles. Um enorme silêncio se fez na sala.

Podia-se ouvir a respiração acelerada do acusado. Todas as cabeças presentes se voltavam para ele, à espera da sua escolha. Sua decisão.

O homem pensou alguns segundos. Depois, aproximou-se confiante da mesa, estendeu a mão e pegou um dos papéis. Rapidamente o colocou na boca e o engoliu.

Os presentes ao julgamento reagiram indignados com a atitude dele.

Como saber agora qual o seu veredito?

Simples, respondeu ele. Basta olhar o outro pedaço de papel. O que sobrou em cima da mesa. Naturalmente, aquele que eu engoli é o contrário.

Imediatamente, o homem foi libertado.

* * *

A esperança sempre acalma o desespero e contorna a dificuldade. A sua voz nunca pára de cantar. A sua música abençoada luariza a noite do sofrimento, acalmando o infortúnio.

Ninguém consegue avançar, nos caminhos rudes da vida, sem a sua presença.

Ninguém a pode dispensar.

Onde quer que apareça, a esperança altera a paisagem, inspirando coragem, tudo embelezando com cor, perfume e beleza.

Redação do Momento Espírita com base em história de autoria ignorada e no cap. 19 do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

12 janeiro 2009

O Hóspede - Rosângela

O Hóspede

Quando você se prepara, a fim de receber um hóspede estimado em seu reduto doméstico, organiza o que lhe é possível e da melhor maneira, de modo a oferecer o que guarda de bom, de mais especial. Por isso, alimpa e aromatiza o seu lar;

enfeita suas peças com flores risonhas;

faz silêncio para não perturbar-lhe o repouso, não permitindo o alvoroço ao redor, através de observações cuidadosas;

desdobra-se nas atenções devidas aos alimentos a servir;

substitui as expressões do seu vocabulário trivial por outras mais polidas e agradáveis; não há gritos, nem semblantes carregados.

Tudo se torna envolvimento carinhoso para que seu hóspede esteja à vontade em seu lar.

* * *

Irmão-amigo, há um Hóspede ansioso por penetrar-lhe a casa interna, para levar-lhe felicidade.

Há alguém que tem caminhado de um para outro lado, nas calçadas de sua vivenda emocional, diariamente, insinuando-se para que você tome a iniciativa de convidá-Lo.Com certeza, Ele conhece-lhe o íntimo atormentado, os sentimentos feridos, a alegria ansiosamente buscada, a saúde esperada, as esperanças acalentadas... Ele há de ter-lhe seguido nos corredores da solidão, quanto na algaravia da qual não participa em virtude de conduzir o coração amargurado e triste.

Quem sabe, ainda hoje, você O possa convidar?!

Inicie a higienização das peças interiores de sua alma, coloque perfumes em sua casa íntima, envolva cada compartimento interno com o necessário silêncio para que Ele se faça o mais suave Hóspede da sua vida, dela jamais, então, se apartando.

De quem se trata? Por ventura ainda não se apercebeu que lhe estou falando de Jesus ? Convide-O, pois, sem mais demora, e Hospede-O para sempre!

Rosângela
Psicografia de J. Raul Teixeira

11 janeiro 2009

Uma Data, um Portento - Camilo

Uma Data, um Portento

Primórdios e Avanços

Não há quem possa precisar a sua origem. A verdade é que o livro nasceu no mundo quando os homens sentiram a necessidade de repassar devidamente as suas idéias, no processo de sua comunicação, por meio de representações gráficas.

Nos tempos mais recuados do livro no planeta, a partir de onde se pode alcançar, deparamos povos antigos, tais como egípcios, fenícios, gregos e hebreus, trabalhando por fixar seus múltiplos e diferentes registros nos corpos dos cilindros de barro ou lajes de argila, cozidos, mas também em peças de madeira, em estelas de pedra e em tecidos.

Enquanto o tempo se move na ampulheta do desenvolvimento humano, chegamos à Alemanha do séc. XIV que recebe, em seu final, na cidade de Mainz, a figura notável de Johannes Gutenberg, que se tornou profissional da impressão gráfica, e que trabalhou secreta e afanosamente, até que conseguisse, já no séc. XV, fabricar os caracteres móveis que deveriam promover uma verdadeira revolução nas composições gráficas, desde aquela época, até os progressos mais exuberantes da linotipia manual, das máquinas elétricas e eletro-eletrônicas dos dias atuais, quando nada se compara às excelências dos serviços computadorizados.

Um Ano Muito Especial

No seio dos progressos que a Divindade programara para a Terra, coube ao ano de 1857 alguns dos mais felizes sucessos da década. É o ano em que o cientista francês Saint-Claire Deville conclui seu método de preparação industrializada do magnésio, o festejado Kekulé demonstra que o átomo de carbono é quadrivalente e que o afamado von Siemens estabelece a sua teoria dos condensadores.

Nesse mesmo ano, o pesquisador inglês Pogson consegue definir as grandezas estelares, sem dar-se conta de que as virtudes dos Céus já haviam codificado um roteiro para o norteamento do gênero humano e que, semelhantes a estrelas cadentes de inconcebível grandeza, tratariam de corporificá-lo em letra de forma, para que, desatados os nós da ancestral ignorância relativa às coisas espirituais, pudessem os habitantes da Terra firmar o passo para o ajustamento da sua consciência às orientações da Consciência Cósmica.

Foi assim que veio à lume O Livro dos Espíritos, num sábado chuvoso de abril, dia 18, em plena primavera, no coração da cidade de Paris, coroando a luminosa programação do Infinito, o que ensejaria, doravante, maior atilamento da mente humana no tocante aos seus deveres para com a terrena existência.

Estupenda Vanguarda

Refletindo os interesses do Criador para com Seus filhos terrestres, sob a guarda do Cristo, o rol de orientações trazido do além para o mundo é de grandíssima atualidade, impondo-nos verificar o seu caráter de vanguarda no campo do esclarecimento planetário, em vários níveis e em distintos temas.

O Livro dos Espíritos sacode o pó que recobria a mente humana em todos os domínios da intelecção, abrindo espaços para profundas reflexões e para exercício de formidáveis raciocínios lógicos.

Desestabiliza os fundamentos teológicos vigentes, remanescentes da Idade Média, dos tempos de compreensíveis limitações conceituais e trata de Deus, dos anjos e demônios, do céu e do inferno com tamanha lucidez que desmistifica todo o tratado de horrores, de amedrontamentos, de castigos; livro que fez ruir a absurda construção dos ódios e iras divinos, mostrando-nos o Deus de perfeição absoluta em quaisquer das Suas realizações.

Explica-nos que ninguém poderia ter sido criado perfeito, sem experimentar os tempos de ignorância, de pelejas, de aprendizados dos erros e acertos, até alcançar os níveis mais alteados da evolução. Em caso contrário, o Criador representaria a suprema injustiça e incoerência absoluta, impondo a uns esforços e sacrifícios para a conquista da vitória sobre o atraso, enquanto a outros tudo daria graciosamente, num preferencialismo absurdo e sem sentido.

Ensina que a morte do corpo não pode, de nenhum modo, selar a sorte definitiva dos indivíduos, remetendo-os a determinados lugares físicos, para usufruir prazeres tão intermináveis quanto insuportáveis ou para suportar sofrimentos tão irracionais quão inestancáveis.

Ensinou-nos Jesus Cristo que o reino dos céus não tem aparências exteriores e, por conseqüência, o inferno também não. Ambas as dimensões, a da luz ou a das sombras, têm nascedouro e manutenção no cerne de cada criatura, na intimidade de cada alma.

O Livro dos Espíritos faz levantar as discussões científicas sobre o átomo, o éter, a matéria, enfim, antecipando a sua existência em condições inabordáveis ao pensamento e não captáveis pelos terrenos instrumentos mensuradores.

Diante dos avanços da microfísica, dos estudos do plasma, da quântica, da matéria escura, que extasiam o pensamento formal das ciências, ressalte-se o caráter vanguardista do Espiritismo que todo esse movimento predisse nos termos próprios, como apresentado em sua obra fundamental.

O Livro dos Espíritos antecede as preocupações sócio-político-religiosas que adentram a área médica, em torno do abortamento, quando estabelece que qualquer transgressão às leis de Deus se caracteriza como um crime.

Quando explodem discussões a respeito do abortamento de anencéfalos, de portadores de deficiências orgânicas de grave porte, num indisfarçável programa eugênico; quando surgem defensores do abortamento por causa da violência sexual ou por enfermidades pré-existentes, ou, ainda, por problemas sócio-econômicos, sentimos a lucidez com que o Espiritismo trata a questão, opondo-se, definitivamente, aos arrazoados pífios e aos desculpismos sócio-políticos que denunciam a incapacidade geral de se educar os lares, as escolas e as massas sociais, tornando-se mais práticos e mais cômodos o rechaço e o extermínio, a pena de morte, com certeza.

O Livro dos Espíritos lança luz sobre as análises e críticas políticas e educacionais, deixando-nos ver os dramas causados pelos desmandos da corrupção e do roubo, pelas falcatruas, a fuga deliberada dos princípios éticos mais simples.

Quando acompanhamos a falência das instituições sociais, que não conseguem dar conta dos seus compromissos, governadas por mentes inadaptadas ao bom senso, à honradez e à verdade; quando os processos educacionais utilizados não melhoram a estrutura do caráter e, por isso, permitem um rápido recrudescimento das misérias morais que chancelam crimes e homenageiam criminosos, e que punem a dignidade, ignorando os esforços das pessoas de bem, forjando um sistema caótico de vivência social, louvamos as advertências felizes de O Espírito de Verdade, antecipando-nos a necessidade da vigilância e do espírito fraternal, a fim de que cooperemos com o melhoramento das condições espirituais do mundo.

O Livro dos Espíritos refuta toda e qualquer proposta de guerra, enquanto aplaude e incentiva todas as iniciativas e realizações em favor da paz; enaltece os valores da ecologia, ensinando que a nossa casa planetária está sendo, e será mais à frente, aquilo que a ela estamos fazendo ou que viermos a fazer, impulsionados pelas sugestões do livre-arbítrio.

Quando vibramos com os movimentos ecológicos, patrocinados por algumas nações e por entidades não-governamentais, interessadas em modificar para melhor as disposições humanas, relativamente ao nosso lar sideral, aceleram-se-nos as emoções por saber o quanto o Espiritismo nos vem convidando a essas reflexões e a essa tomada de consciência, para que encareçamos a importância de um planeta saudável, a fim de que levemos a bom termo os propósitos da reencarnação.

E é em O Livro dos Espíritos que vamos aprendendo a meditar sobre o sublime amor de Deus, que nos deu Jesus como modelo e guia, a fim de que, com Ele e por Ele, não precisemos cair para crescer, nem necessitemos chorar para ser feliz e muito menos cometer desatinos para encontrar o caminho da Grande Luz.

Ao celebrarmos os 150 anos dessa obra de inabordável beleza e indescritível profundidade, que quanto mais combatida mais eloqüente se torna, e quanto mais estudada, mais almas da ignorância e da tormenta liberta, elevamos a nossa gratidão aos Céus, imbuídos de que o Espiritismo é, sem contestação, a mensagem de vanguarda que, devidamente estudada, vivida, sofrida e sentida, tem todos os ingredientes para conduzir a alma humana ao Reino de Deus.

Camilo
Mensagem psicografada por Raul Teixeira,
na Sociedade Espírita Fraternidade, em 15.01.2007, Niterói-RJ

10 janeiro 2009

Irradiação do Cristo - Rosângela C.Lima

Irradiação do Cristo

Surge o dia esplendente de luz!
O Sol dardeja setas de ouro sobre o mundo. Verdeja o prado, colore-se o jardim, esvoaçam borboletas, o céu imenso se azula enquanto o espelho d’água o reflete.

Sopra o vento mensageiro agitando a manhã.
A brisa, minuída ventania, carreia perfumes que tudo embalsama, delicadamente.
Viaja o pólen no rumo da fecundação. De galhadas desatam-se folhas secas que balançam no espaço e farfalham ao cair na relva, produzindo sons como carícias para todos os ouvidos.

Ao longe, bale a ovelha, canta o galo, relincha o jumento e chora o pequerrucho. E tudo soa qual música na pauta vibrante da natureza.
Há musicalidade nos ágeis movimentos da criança e no falar compassado do ancião. Há música no riso insolente da juventude quanto há música na lágrima que aljofra dos olhos de quem sofre e de quem festeja, de quem celebra a vida e de quem lamenta a morte...

Em tudo há um sopro inconteste de vida abundante. Em toda parte há um anúncio de saúde plena, após período de difícil enfermidade.
Aves que abrem leque em plena revoada entre cores ridentes.
E é o mundo que em festa se agita.

Há convites de amor e há ternura ao longo das estradas.
Sinos, dentro do coração, soam desde a remota madrugada e evocam figuras de anjos, de pastores, de manjedoura e de uma rútila estrela.

E como não saudar essas evocações?
E por que não cantar os cantos pela paz?
E por que não mirar tantos astros de luz esbatidos no veludo azul da noite alta?
E por que não distender o riso, o abraço, a lágrima e a esperança?
Quando tudo em derredor se achar em festa, no templo, no palácio, na choupana modesta, elevemos aos Céus o próprio coração.
Em tudo e em toda parte há louvores ao Senhor.
Eis o dia cintilante de bênçãos e beleza.
Em verdade, é Jesus que, sublime, irradia!
Eis que surge o esplendente dia.
É Natal!

Rosângela C. Lima
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 18.9.2006,
na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.
Publicado no Jornal Mundo Espírita de dezembro de 2006