Não são poucos os que na morte presumem o encontro inesperado de uma fonte inesgotável de onisciência e julgam, na sua inércia intelectual, que os espíritos são criaturas sobrenaturais, cuja zona lúcida já atingiu o zênite do conhecimento.
Tais julgamentos são absolutamente falsos não só na sua base como na sua estrutura, porquanto supõem que o espírito encarnado representa outra individualidade, conferindo à carne determinados poderes, que ela está muito longe de possuir na sua situação de elemento passivo e maleável. A matéria, com o seu complexo atômico, nada mais significa que um revestimento temporário, condição necessária à tangibilidade do ser.
Todavia, somente quando as lesões orgânicas, dentro das provações individuais, geram obstáculos ao surto evolutivo da personalidade, tem ela uma zona de influência natural sobre o desenvolvimento moral dos indivíduos.
Por exemplo, os loucos (não obsessos), os cegos de nascimento, os que surgem do berço com graves deslizes de ordem corporal, semelhantes espíritos têm a empecer-lhes o círculo do progresso na atuação do organismo.
Mas, na generalidade dos homens, a matéria nada mais é que a veste temporária, que o fenômeno da morte nos faz trocar por outra, diferente em suas expressões estruturais, porém, sempre à mesma base de ordem material, de acordo com as necessidades do novo plano onde teremos de desenvolver as nossas atividades. É, portanto, natural que o nosso ambiente em grande parte ainda seja caracterizado pelas ideias e concepções da Terra.
São inúmeros os que examinam as nossas descrições do espaço imbuídos de ideias preconcebidas, incapazes de nos criticar com isenção de ânimo.
Contudo, isso não altera a nossa maneira especialíssima de viver aqui. As leis naturais são sempre as mesmas. A ordem, na sua expressão divina, não pode ser modificada. Se os núcleos humanos entrassem no torvelinho de uma conflagração universal e se todas as criaturas perdessem a vida em excessos, o sol não deixaria de fazer o seu percurso na imensidade; a luz prosseguiria com as suas mudanças, as correntes polares seriam as mesmas, a natureza continuaria criando sob o olhar misericordioso de Deus e as estrelas, entre os seus reflexos, sorririam, de longe, para a Terra silenciosa e desabitada. É inútil, portanto, revoltar-se ou sentir
incompreensões em face das nossas exposições da vida real. A crítica não destrói as realidades, por mais judiciosa que nos pareça.
Nossa vida aqui é o prolongamento da vida humana. Não existem vazios no Universo. Todas as zonas interplanetárias estão repletas de vida em suas manifestações multiformes. Uma gota d'água encerra um universo infinitesimal onde uma grande humanidade microscópica vive, trabalha e palpita.
Se Deus se conserva inatingível ao nosso entendimento atual, porquanto não podemos concebê-lo segundo a nossa individualidade, único índice que possuímos para apreciar os outros, também a Vida como manifestação de sua divindade ainda não é compreendida por nós, em toda a intensidade de suas grandezas multiformes.
Tais julgamentos são absolutamente falsos não só na sua base como na sua estrutura, porquanto supõem que o espírito encarnado representa outra individualidade, conferindo à carne determinados poderes, que ela está muito longe de possuir na sua situação de elemento passivo e maleável. A matéria, com o seu complexo atômico, nada mais significa que um revestimento temporário, condição necessária à tangibilidade do ser.
Todavia, somente quando as lesões orgânicas, dentro das provações individuais, geram obstáculos ao surto evolutivo da personalidade, tem ela uma zona de influência natural sobre o desenvolvimento moral dos indivíduos.
Por exemplo, os loucos (não obsessos), os cegos de nascimento, os que surgem do berço com graves deslizes de ordem corporal, semelhantes espíritos têm a empecer-lhes o círculo do progresso na atuação do organismo.
Mas, na generalidade dos homens, a matéria nada mais é que a veste temporária, que o fenômeno da morte nos faz trocar por outra, diferente em suas expressões estruturais, porém, sempre à mesma base de ordem material, de acordo com as necessidades do novo plano onde teremos de desenvolver as nossas atividades. É, portanto, natural que o nosso ambiente em grande parte ainda seja caracterizado pelas ideias e concepções da Terra.
São inúmeros os que examinam as nossas descrições do espaço imbuídos de ideias preconcebidas, incapazes de nos criticar com isenção de ânimo.
Contudo, isso não altera a nossa maneira especialíssima de viver aqui. As leis naturais são sempre as mesmas. A ordem, na sua expressão divina, não pode ser modificada. Se os núcleos humanos entrassem no torvelinho de uma conflagração universal e se todas as criaturas perdessem a vida em excessos, o sol não deixaria de fazer o seu percurso na imensidade; a luz prosseguiria com as suas mudanças, as correntes polares seriam as mesmas, a natureza continuaria criando sob o olhar misericordioso de Deus e as estrelas, entre os seus reflexos, sorririam, de longe, para a Terra silenciosa e desabitada. É inútil, portanto, revoltar-se ou sentir
incompreensões em face das nossas exposições da vida real. A crítica não destrói as realidades, por mais judiciosa que nos pareça.
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Nossa vida aqui é o prolongamento da vida humana. Não existem vazios no Universo. Todas as zonas interplanetárias estão repletas de vida em suas manifestações multiformes. Uma gota d'água encerra um universo infinitesimal onde uma grande humanidade microscópica vive, trabalha e palpita.
Se Deus se conserva inatingível ao nosso entendimento atual, porquanto não podemos concebê-lo segundo a nossa individualidade, único índice que possuímos para apreciar os outros, também a Vida como manifestação de sua divindade ainda não é compreendida por nós, em toda a intensidade de suas grandezas multiformes.
Livro: Cartas de Uma Morta
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria João de Deus
LAKE - Livraria Allan Kardec Editora
Nota de Fernando Peron (setembro de 2010): Esta é a segunda obra psicografada por Chico Xavier e lançada em 1935, quando o médium estava com 25 anos de idade. Maria João de Deus é sua mãe, desencarnada quando ele contava 5 anos de idade.Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Maria João de Deus
LAKE - Livraria Allan Kardec Editora
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