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20 julho 2011

Violência Juvenil - Delmo Martins Ramos


Violência Juvenil

Dentre tanta violência no mundo de hoje, tão banalizadas pela frequência, ficaram marcadas em nossas mentes os fatos acontecidos em Brasília, quando jovens de classe média alta atearam fogo em um índio, e a terrível chacina protagonizada nos EUA por duas crianças de 11 e 13 anos que chocaram o mundo.

Hoje se assiste a repetição desses atos que estão se tornando banais.

Esses fatos, infelizmente, não são isolados, pois nesse meio tempo outros tantos aconteceram. A violência juvenil tem crescido em todas as partes do mundo, não podendo assim ser explicada apenas pelo subdesenvolvimento e miséria. O mundo em que vivemos é um grande campo de batalha para o ser humano, que trabalha por toda a sua existência em busca do desenvolvimento intelectual e do aperfeiçoamento moral.

É na família, a grande responsável pela sua educação básica, que recebe as primeiras noções de vida. Ali ele manifesta as boas e más tendências, e ao serem identificados os germes dos vícios morais, principalmente do egoísmo e do orgulho, devem ser combatidos incansavelmente. Importante também é o incentivo ao desenvolvimento das virtudes inatas, bem como a aquisição de outras necessárias ao seu desenvolvimento moral.

Posteriormente, como complemento da educação familiar, vem a educação formal proporcionada pelas escolas, onde a criança desenvolverá seu intelecto e terá o reforço dos ensinamento éticos e morais. Na solidificação desse processo educativo, a religião representa um papel importante através dos ensinamentos espirituais que proporciona, desenvolvendo a moral do ser humano.

Pela falta de acesso a esse processo educativo, se explicaria a violência entre as crianças de rua, sem família, educação e religião; discriminadas pela sociedade e abandonadas pelo poder público. Mas como explicar a repetição desse comportamento entre as crianças e jovens de classe média onde, teoricamente, não faltam esses elementos fundamentais para o desenvolvimento do ser humano?

Sem nos aprofundarmos muito nesta análise, constatamos que as falhas estão na estrutura de nossa sociedade que está podre e carcomida pelos interesses puramente materiais e pessoais. A família, a célula máter da sociedade, está desestruturada na busca frenética de seus pares pelas coisas materiais e na ânsia da satisfação de seus interesses pessoais. A busca desses objetivos absorve os pais, pouco tempo restando para a educação dos filhos, que fica a cargo da TV. São crianças abandonadas no próprio lar, cercadas do conforto que a moderna tecnologia pode oferecer. Para compensar, satisfazem todos seus caprichos e lhes dão toda a liberdade que quiserem.

As escolas, por sua vez, se preocupam apenas em preparar seus alunos para a competição do mercado de trabalho, onde nem sempre a ética moral conta. Quanto mais sucesso profissional e material seus alunos tiverem no futuro, mais conceituada será a escola e mais cara será sua mensalidade.

Em meio a tudo isto estão as religiões. A maioria presa a rituais, dogmas, tradições e mercantilismo, esquecidas que sua verdadeira função é encaminhar o homem na busca dos bens espirituais. É preciso, pois, a reforma urgente da estrutura da sociedade em suas bases, na busca dos verdadeiros
valores que devem interessar ao homem para a realização do objetivo maior
que é sua evolução espiritual.

Texto de Delmo Martins Ramos


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