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26 fevereiro 2012

A Arte da Despedida - Joanna de Ângelis


A Arte da Despedida


Cada instante que passa, ensina-te a arte de dizer até breve.

A espera dourada de um acontecimento faz-se a saudade cinzenta, logo depois, quando já passou.

A expectativa de um momento, torna-se, apenas, recordação, mais tarde.

A transitoriedade do mundo é feita de pedaços de amanhã, atados a retalhos de ontem.

O hoje permanente é constituído pela soma das experiências que somente um posicionamento equilibrado em relação à vida sabe conduzir com eficiência.

Em razão disso, a flor exuberante de agora, logo mais se encontrará murcha e sem vida, assim como o corpo jovem e belo com o tempo se converte em aparelhagem gasta e alterada.

O hálito que vivifica a realidade terrestre, quando a deixa, proporciona a legítima feição do mundo físico, com o qual todos se devem acostumar, aprendendo a libertar-se, a crescer, a evoluir.

O desapego aos atavismos que levam a considerar os bens como segurança de vida, têm, no teu mapa de deveres, regime de urgência.

A tranquilidade, na sua trajetória evolutiva, merece consideração especial.

A ação dignificante, em razão disso, impõem-se-te como recurso de elevação, favorecendo-te com os tesouros da alegria e da saúde ideal.

O afeto, sem prisão emocional, torna-se-te conquista de base, a fim de que o irradies em todas as direções, lançando o pródromos da família universal feliz para o futuro.

A renúncia deve assinalar-te o comportamento, de modo a seres livre nos compromissos, bem como na seleção dos objetivos superiores.

A indulgência deverá marcar-te os passos, de forma que deixes pegadas de misericórdia em toda a parte por onde transites.

A sucessão dos acontecimentos, na voragem de tudo passar, em tempo e lugar, é a grande lição que deves aprender, fixando-te nos ideais e aspirações da vida eterna, que te espera à frente da marcha, coroando-te de júbilos.

Tudo se esfuma, é certo, na Terra, porém, jamais haverá despedida em definitivo.

Por enquanto, adapta-te, sem sofrimento, à arte de dizer “até logo”, por considerar que, em verdade, no processo da evolução, nunca dirá adeus.


Livro Responsabilidade, Cap. 16, Joanna de Ângelis – Divaldo Franco

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