Assim como o amor, se encontra em
forma latente dentro do nosso ser, a fé está em forma de gérmen em todas
as criaturas, independentemente de qual seja sua religião. É, portanto,
algo que depende de nosso esforço pessoal para crescer e germinar.
O próprio Cristo nos asseverou:
“Podeis fazer o que eu faço e muito mais”, deixando claro que nunca
curou ninguém, pois toda cura, ele imputava à fé da pessoa, dizendo: “a
tua fé te curou”.
Portanto, somos todos portadores de força
interior, muitas vezes desconhecida para nós mesmos. Jesus procurava com
sua superioridade espiritual e moral, ajudar as pessoas a despertar em
si mesmas essa força já existente em todas as criaturas,
independentemente da crença.
Quando o Mestre caminhava para a casa
de Jairo para despertar Talita do sono letárgico que a acometia, surgiu
no caminho uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragia
incurável. Por doze anos havia gasto tudo o que tinha com médicos e
remédios e não havia sido curada.
Ao ver o Mestre se aproximar, pensou
consigo mesma: “Se eu tocar em suas vestes ficarei curada”, e assim, com
muita fé e confiança, tocou nas bordas do manto de Jesus. Grande
multidão cercava Jesus, que perguntou a Pedro quem o havia tocado, pois
sentiu que dele saíra uma virtude, um fluido medicamentoso.
A mulher enferma, ao demonstrar desejo
ardente de curar-se, isto é, fé em si mesma, abriu espaço para a cura. O
auxílio externo veio de Jesus, mas a cura, em si, decorreu da própria
mulher.
É bom que salientemos que é a vontade
que aciona o mecanismo da fé. Jesus ao dizer: “A tua fé te curou”,
deixou bem claro que não foi Ele quem a curou, mas imputou o resultado a
ela, por sua fé.
Jesus sempre transferiu a cura para a
própria fé do doente. Embora as religiões coloquem Jesus como
milagreiro, Ele foi, no entanto, o maior e melhor psicólogo da alma, que
veio despertar nos homens os potenciais latentes em todos os seres.
Temos de entender, portanto, que a fé é
uma conquista que não está forçosamente ligada a nenhuma religião.
Entretanto, é certo que essa força existente em nosso interior pode ser
ativada por vários mecanismos, sendo um deles a religião.
Quando unimos nossa vontade com as
forças divinas, essa fé se transforma na chamada fé robusta, que é a
nossa vontade potencializada pelas forças advindas de nosso Pai
Celestial.
Entretanto, convém não nos esquecermos
de que toda realização nobre exige três requisitos fundamentais, a
saber: 1) Desejar; 2) Saber desejar; 3) Merecer.
O desenvolvimento da fé é fruto da
maturidade pessoal; uns a exteriorizam de forma mais rápida; outros mais
lentos, conforme o progresso do livre arbítrio de cada um.
A fé, portanto, não é adquirida pela
força da “graça divina”. Ora, se fosse dom, seria privilégio que Deus
concede somente a determinadas criaturas. A fé é, isto sim, conquista de
cada um de nós.
A fé é importante, mas precisa estar
conjugada com a ação. Não é bastante ter fé e ficar aguardando que a
solução “caia do céu”; é preciso agir na busca do objetivo.
Artigo de autoria de: Sergito de Souza Cavalcanti.
E-mail: sergitocavalcanti@hotmail.com
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