O “SUCESSO” DOS CRÍTICOS
Triste e lamentável que esse ou aquele companheiro de Ideal, para alcançar o que interpreta por “sucesso” no campo doutrinário tenha que recorrer a critica em torno do esforço alheio.
Irmãos e irmãs que, desconhecendo o próprio valor, ainda passível, claro, de desenvolvimento, buscam projeção tecendo maledicentes comentários sobre a produção literária de autores encarnados e desencarnados.
Sob o pretexto de defenderem a tão propalada pureza doutrinária, encomendam artigos de combate a terceiros, acovardados de oferecerem à própria cara a tapa, ou, então, numa explícita confissão de sua incapacidade intelectual para o fazerem por si mesmos.
Em meu tempo de espírito encarnado, eu também me deparei com semelhante mediocridade, quando, pretensos confrades, a fim de se abstraírem no anonimato em que viviam, careciam de malhar os artigos e livros que, para escrever, me requisitavam boa cota de tempo e consumo de fosfato.
Digo-lhes, no entanto, que nunca pude identificar em nenhum deles, nesses teóricos da Doutrina, a coragem, por exemplo, de se alistarem como voluntários numa Casa de Caridade para lavaram as sujas nádegas de pequerruchos órfãos e de pobres idosos abandonados pela família.
Nunca pude constatar, repito, em nenhum deles, o Evangelho do Cristo vivenciado na prática, posto que, quase sempre, efetuavam os seus comentários malsãos acomodados em suas poltronas giratórias, trancados em seus gabinetes, à distância daqueles que passam fome na periferia das cidades em que residem.
Nunca pude, verdadeiramente, avaliar-lhes o currículo moral, visto que, muitos deles, como relés “batedores de carteiras”, viviam de surrupiar o prestígio de confrades bem intencionados, na perseguição sistemática que lhes moviam através de sua boca caluniosa.
Habituei-me a eles e, por eles, desenvolvi certo sentimento de compaixão, por reconhecer-lhes a sistemática vocação para pigmeus do espírito, visto que, equivocadamente, sempre imaginaram que pudessem crescer à custa de amputar as pernas daqueles que sempre lhes inspiravam insuperável complexo de inferioridade.
Por isto, meu caro, não ligue maior importância ao que se disse e ao que se diz, ou, ainda, ao que se dirá, a respeito do trabalho que, em parceria, intentamos desenvolver sem o menor propósito de incomodar as consciências verdadeiramente tranquilas.
Somadas as nossas duas idades, eu e você, fora do corpo e no corpo, contamos com quase duzentos anos, e, portanto, não somos mais crianças capazes de se intimidarem com a história do “lobo mau”, que, mesmo depois de reencarnado, não desiste de devorar o “chapeuzinho vermelho”...
Esse pessoal, que se imagina “donos” da Doutrina, assalariados pelo não sei o quê e por quem não sei – e não quero saber! –, certamente, acredita que recuaremos ao seu simples bater de pé, quando, ao longo do tempo, já nos habituamos a trabalhar com a faca de afiadas baionetas espetada ao peito...
Se não os ignoramos aqui nestas linhas de hoje é porque sabemos que, furtivamente, às escondidas, eles nos leem, sistematicamente, todas as segundas-feiras, a fim de se ilustrarem em sua ignorância ou, então, para se perturbarem um tanto mais no sentimento de inveja, que, a pouco e pouco, os vêm consumindo pelas entranhas.
Coitados! Recomendamo-los em nossas orações, conforme eles mesmos vivem propalando, aos ferrenhos obsessores que nos perturbam, visto que até mesmo o direito de orarmos a Deus, nosso Pai de Infinita Misericórdia, eles nos retiraram.
Quanto a nós outros, meu caro, vamos para o teclado do computador porque, antes de você deixar a carcaça, temos o compromisso de continuar acordando os que estão dormindo, ou àqueles, que estando de olhos arregalados, sofrem com os inúmeros pesadelos que os acometem a qualquer hora do dia e da noite.
Antes, porém, de encerrarmos, recitemos a eles, aos nossos críticos contumazes, estrofes que o gênio de Castro Alves, de improviso, dedicou a uma dama que lhe havia desdenhado o convite para uma valsa:
“De nada vale o que tens
Que não me podes comprar;
Ainda que possuísses
Todas as pérolas do mar!
És fidalga? – Sou poeta!
Tens dinheiro? – Eu a completa
Riqueza no coração;
“Não troco uma estrofe minha
Por um colar de rainha
Nem por troféus de latão.”
Obs: Alguns historiadores atribuem a autoria dos versos de "Orgulhosa" ao poeta Trasíbulo Ferraz Moreira.
Inácio Ferreira
Psicografia Carlos A. Baccelli
Uberaba – MG, 11 de junho de 2016.
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