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18 julho 2018

Miniaturização do Perispírito - Ricardo Di Bernardi



MINIATURIZAÇÃO DO PERISPÍRITO


Ao nos referimos a esse fenômeno, cumpre-nos lembrar que nossa percepção de encarnados está adstrita à vida tridimensional do nosso planeta. Nossos raciocínios também se limitam, salvo ocasionais laivos de percepção maior, às dimensões que podemos compreender.

Reencarnar significa, acima de tudo, como fenômeno, mergulhar na nossa dimensão física. Estabelecendo um parâmetro referencial conhecido, dizemos que o Espírito em seu corpo espiritual possui uma altura semelhante àquela atribuída ao homem encarnado, digamos: 1,70 m. Para não polemizar, vamos nos reportar aos espíritos materializados nas sessões ectoplasmáticas, e observar que suas alturas são as esperadas para um ser humano.

Utilizando-nos como exemplo a água, diríamos que – em vapor, líquido ou gelo – continua sendo molécula de água. O que ocorre nesses três estados físicos é uma maior ou menor concentração das moléculas, que não perdem a sua característica básica, isto é, continuam sendo a mesma água.

Sabemos que um Espírito reencarnante terá de se fixar em um ovo, embrião e depois em um recém-nascido de, aproximadamente, cinquenta centímetros. Em termos relativos, e de nossa percepção dimensional, diremos que ele, em seu corpo espiritual de 1,70 m, terá de sofrer uma redução volumétrica. Seu perispírito passará por um processo de miniaturização, mas permenecendo com todas as suas caraterísticas essenciais e registros das vidas passadas.

No singelo exemplo das moléculas de água em três estados físicos, temos a figuração da conservação da identidade da água, apesar do maior ou menor volume com que se apresenta a substância mencionada.

Como fonte bibliográfica, lembramosMissionários da Luz*, em que o autor espiritual que dita a obra ao médium Chico Xavier detalha o processo reencarnatório do Espírito Segismundo. Em A Vida Continua...**, André Luiz, no capítulo 16, faz também referência ao fenômeno da miniaturização.

O embrião, à medida que vai se desenvolvendo, multiplica o número das células e aumenta a área de fixação do corpo espiritual, que se prende às moléculas do corpo físico em formação. Ao concluir a gestação, teremos um recém-nato constituído de um grande número de células que irão compor as malhas da rede que retém o corpo espiritual. No processo de redução volumétrica ou miniaturização, as moléculas perispirituais se aproximam, reduzindo os espaços intermoleculares.

A perda de atividade vibratória e a redução da energia cinética determinam a aproximação molecular (como do vapor d’água ao se esfriar, condensando em água líquida). A redução volumétrica acompanha-se de progressiva perda de consciência do Espírito, variando o grau dessa perda com o nível evolutivo da Entidade reencarnante. Há Espíritos que mantêm sua consciência até adiantadas fases de gestação, enquanto que outros a perdem logo no início do processo.

Existe um mecanismo de atração recíproca. De um lado, o corpo espiritual e Espírito como que polo penetrante ou positivo; do outro lado, a matéria receptora como polo negativo. O polo positivo assim é denominado por ser o elemento diretor, embora influenciado pela matéria. O princípio espiritual automaticamente coordena, molda e domina, completamente, toda a cadeia de reações que se desenvolvem no pocesso reencarnatório.

Durante a miniaturização, partes das vibrações mais periféricas do Espírito são absorvidas pelas zonas mais profundas, que passam a reter essas potencialidades energéticas. O conjunto espiritual fica, então, reduzido ao tamanho do útero, e nas zonas mais periféricas o perispírito passa a sofrer também modificações durante todo o período da gravidez. A reencarnação, como um fenômeno renovador, sempre se daria em posições mais avançadas que as anteriores; na atual, o Espírito expressará herança dos caracteres adquiridos anteriormente.

Nos Espíritos que vivem ainda nos limites da animalidade, a redução do conjunto espiritual atinge o seu máximo, não se limitando, em espaços, ao tamanho do útero, e sim às dimensões microscópicas da célula-ovo. Esses Espíritos, quando desencarnados, apresentam-se com uma postura fixa mental ou monoideísmo auto-hipnotizante de voltar à vida física. Sua ideia fixa neutraliza outras emoções, determinando a diminuição das energias espirituais até o ponto das moléculas se condensarem em nível microscópico de um núcleo de célula-ovo.

A redução volumétrica do corpo espiritual tem um papel muito importante na facilitação das tarefas do Espírito na nova encarnação. Além de propiciar a integração ao novo corpo biológico, determina a perda de consciência progressiva, com a importante consequência do esquecimento do passado, imprescindível para a estabilização psicológica frente às situações cármicas de reencontro familiar e outras necessárias à evolução do Espírito.

Ricardo Di Bernardi
Livro: Temas Polêmicos do Século XXI
EBM Editora

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