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14 outubro 2019

Depressão: encontro com a verdade sobre si mesmo!



DEPRESSÃO ENCONTRO COM A VERDADE SOBRE SI MESMO


Temos vivido momentos difíceis, momentos de aflição, desistência, desilusão, insatisfação com tudo e com todos. O que fazer para aceitar a si mesmo, aprendendo a gostar do que é, do que tem e do que faz? Perguntas que, geralmente, ficam sem respostas por não nos conhecermos. Lembrando Sócrates (450 anos a.C.), quando disse: “Conhece-te a ti mesmo”, e em seguida Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. De que verdade ele estava falando senão sobre nós mesmos?

Inicialmente, teremos que compreender o que realmente está acontecendo conosco, para então, a partir daí começar a fazer o caminho de volta. Ermance Dufaux define a depressão assim: “Condição mental da alma que começa a resgatar o encontro com a verdade sobre si mesma depois de milênios nos labirintos da ilusão”.

Considerada a doença da alma, a depressão é a “doença-prisão”, que caça a liberdade da criatura rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos. Parece um pouco cruel essas palavras, mas se olharmos para trás veremos quão rebelde somos diante daqueles que são ou pensam diferente de nós.

Somos espíritos milenares, e assim sendo, acumulamos o vício do prazer sem limites e hoje temos dificuldades em aceitar as frustrações do ato de viver. Enfim, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, por não se aceitar como é, o que tem e o que faz. Se observarem com mais afinco, veremos que o depressivo tem baixa autoestima, ausência de prazer e redução na alegria de viver.

Relacionarei alguns itens consequentes da depressão, e convido a fazer uma introspecção questionando-se:

1 – A insegurança obsessiva;
2 – A ansiedade inexplicável;
3 – A solidão em grupo;
4 – A aterrorizante sensação de abandono;
5 – Sentir-se inútil;
6 – O desencanto com os amigos;
7 – A indisposição de conviver com os diferentes;
8 – A insatisfação com o corpo;
9 – O apego aos fatos passados;
10 – A inveja do sucesso alheio;
11 – A desistência de ser feliz;
12 – Fixação dos pontos de vista;
13 – O medo do futuro.

Enfim, são intermináveis os estados emocionais que a depressão causa. E o medo de ser rejeitado e a necessidade de controlar a vida confirmam nosso desajuste diante dessa existência. Ora somos escravos das lembranças do passado, ora temos medo do futuro.

Aí você me pergunta: Como se libertar de tudo isso? A solução está dentro de nós. Nossa libertação está em deixar de desejar para fazer o que se deve. A maioria de nós procura preencher o “vazio”, mas isso vem acompanhado de arrependimento e culpa. Jung chamou isso de processo de individuação.

A terapia de Gestalt criada pelo Dr. Frederick Perls, aparentemente, parece um pouco cruel e individualista, mas extremamente necessária para nossa “cura”. Ele diz assim:

“Eu faço as minhas vontades e você faz as suas. Eu não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas, e você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu e você é você. Se um dia nos encontrarmos, vai ser lindo! Se não, nada há de se fazer”.

Devido nossa carência e a necessidade de aprovação, queremos agradar o outro sem se preocupar conosco, e aí que causa o conflito. Bastaria lembrar do Cristo quando nos chama de hipócritas: “Primeiro tira a trave do seu olho, para depois tirar o argueiro do olho de vosso irmão”. Querendo dizer que primeiro precisamos olhar para nós. Se eu me perdoar, aprendo a perdoar o outro; se eu me aceitar, aceito o outro e se eu admitir que erro, fica mais fácil de aceitar o erro do outro. Isso chama-se alteridade.

Quando aprendermos a manter uma relação de amor e perdão para conosco, aumentaremos nossa autoestima e superaremos essa dor que tanto assola a humanidade.


Francisco Ortolan

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