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20 outubro 2019

A perfeição que não temos - Vania Mugnato de Vasconcelos


A PERFEIÇÃO QUE NÃO TEMOS


A humanidade sempre vivenciou incontáveis mazelas morais e materiais. Mazela é palavra que define bem a situação, já que significa, figurativamente e segundo o dicionário Michaelis , “tudo que aflige ou molesta, adversidade”.

Realmente, o ser humano é afligido com desgraças materiais, morais e naturais. Alguns povos sofrem mais que outros, mas é certo que todos experimentam desventuras. Em outras palavras podemos afirmar que mesmo se forem felizes por um lado, de outro o sofrimento fará companhia aos homens.

Todos os indivíduos lutam contra a morte, a ignorância, as enfermidades psicológicas e físicas, a necessidade material, a descrença ou o vazio existencial. A que conclusão essa constatação nos leva? Que não somos perfeitos, nem felizes, pois o sofrimento, de modo geral, resulta de algum processo pessoal ou externo deficiente, consequência de decisões, ações e omissões equivocadas. Todos são herdeiros da sua forma de viver e do meio onde vivem.

Nem perfeitos nem felizes. Mesmo assim, seria possível conquistar e manter um pouco de paz e alegria, minimizar as necessidades e não sentir tanta solidão, obtendo qualidade de vida sob vários aspectos. Com um pouco de boa vontade da maioria, seria viável construir um mundo onde as pessoas, frágeis, sozinhas, pudessem tornar-se fortes a partir do apoio mútuo, como o galho que não verga quando unido a um feixe com outros galhos.

Contudo, apesar da obviedade da constatação acima, ao invés de buscar a união com objetivos comuns que facilite a existência, muitas pessoas criam divisas, grupos, lados, brigam por verdades parciais e mutáveis, como se fossem absolutas e eternas. Quantos arvoram-se em perseguidores e críticos das atitudes alheias, fazem-se cobradores da perfeição, preferencialmente, a alheia. Quantos cobram acerto e correção dos outros, mas eles mesmos não buscam realizar ou fazer melhor. Não, acham que é sempre mais simples ser o espectador que julga?!

Queremos um mundo melhor, mas a perfeição que não temos é a que cobramos dos outros. A conduta da pessoa moralizada passa pela auto melhoria, antes do julgamento do próximo. É necessário perceber e tentar evitar o que é erro e mau no outro, mas não se deve esquecer que esse mal pode estar dentro de nós. É isso que o Espiritismo ensina aos seus adeptos.


Vania Mugnato de Vasconcelos


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