Espírito não sente dor da forma como nós a compreendemos, pois a dor é uma característica do corpo físico, do seu organismo material.
No entanto, o espírito pode sentir uma dor interna, um sofrimento pelo que fez e pelo que não fez durante a encarnação. Pode sentir a carga do bem e do mal que ele praticou. Pode sentir a carga da culpa que ele nutriu dos seus erros, que é uma dor aguda. Pode sentir a dor da mágoa de pessoas que o fizeram mal, cujo ódio ele não conseguiu se libertar. Pode sentir também o peso de ter desperdiçado sua encarnação vivendo apenas em função de uma pessoa, por pura carência afetiva.
Tantas mães passam por isso quando desencarnam e percebem que desperdiçaram toda uma longa encarnação preocupadas com um filho que, independente de sua vontade, teria que viver seu karma e suas provações, pois nisso consiste o progresso do seu espírito.
Dizem que uma das maiores dores do espírito quando desencarna é a terrível sensação de tempo perdido, por sentir que desperdiçou sua encarnação com bobagens, futilidades, coisas do ego, orgulho, vaidade, aparência, etc. Então ele sabe que terá que recomeçar tudo de novo, nascer, ser um bebê, fazer cocô, passar pela infância, viver todas as provas novamente, apenas para fazer o que ele não fez por orgulho, egoísmo e vaidade.
É certo que tudo é aprendizado, mesmo os piores erros são fontes de uma rica e fértil experiência. O que ele não aprendeu numa encarnação, pode aprender nas próximas, pois o espírito tem toda a eternidade para fazer o que precisa ser feito para sua libertação e felicidade.
No entanto, quanto mais tempo ele fica aqui na matéria preso às suas idiossincrasias, ao seu egoísmo, ao seu orgulho, à sua vaidade, maior será sua dor interna, seu sofrimento e seu tempo perdido.
Hugo Lapa
Fonte: Espiritualidade para Todos
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