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07 fevereiro 2020

As mudanças são contínuas, progressivas e visíveis! - Francisco Rebouças



AS MUDANÇAS SÃO CONTÍNUAS, PROGRESSIVAS E VISÍVEIS!


Desde há muito que se observa em nosso planeta o progresso dos espíritos que retornam do mundo espiritual para mais uma etapa reencarnatória no caminho da perfeição do Ser imortal criado por Deus para gozar um dia, da felicidade e da pureza espiritual dos mundos Celestes.

Sobre esse assunto, a Doutrina Espírita, em sua mensagem consoladora muito nos esclarece a esse respeito, dando-nos a certeza pela fé raciocinada de seus postulados, que a felicidade é questão de trabalho individual de burilamento de cada espírito, deixando assim, a cada um dos seres humanos a responsabilidade de trabalhar em seu próprio benefício, colaborando dessa forma para o progresso e aperfeiçoamento da humanidade como um todo.

Encontramos no Cap. XVIII, São Chegados os Tempos, do livro A Gênese, de Allan Kardec, explicações convincentes de como tudo isso verdadeiramente ocorre, conforme segue.

Capítulo XVIII

A Geração Nova

”- Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.

A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.

Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.

Muito menos, pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de Espíritos. Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando declarava: «Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido.» Assim decepcionados ficarão os que contem ver a transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.”

“- A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.

Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo das disposições intuitivas e inatas, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.

Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração.

O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os sentimentos anti-fraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.

Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem. Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.” (1)

Como bem podemos ver, também nós fazemos parte desse processo de transformação da Terra, substituímos irmãos nossos que voltaram à pátria espiritual quando de nossa chegada. Reencarnamos com objetivos bem traçados de melhoramento e aperfeiçoamento das virtudes inerentes ao nosso Ser imortal, com toda a orientação haurida nos estabelecimentos de ensino e preparo do mundo espiritual, e, que por essa razão temos responsabilidades enormes para com o desenvolvimento intelectual e moral nossa sociedade.

Em O Livro dos Espíritos na questão que segue, os Imortais nos esclarecem que a reencarnação tem ainda outro objetivo, conforme segue.

Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?

“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza (2).

Preciso se faz, que entendamos definitivamente que, não estamos aqui simplesmente para “curtir a vida” de forma desinteressada e irresponsável e sim, para realizarmos as propostas superiores de trabalho com as quais nos comprometemos, em prol do progresso e da felicidade nossa e de todos os habitantes do nosso abençoado planeta.

Francisco Rebouças


Referências:

(1) Kardec, Allan – A Gênese, FEB 36ª edição. Cap. XVIII – itens, 27 e 28.

(2) Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos. FEB, 76ª edição.


Nota do autor: Grifos nossos.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em https://www.colegioweb.com.br/geografia/paisagem-o-que-e-tipos.html. Acesso em: 23JAN2020.

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