A crítica é uma conduta filosófica decorrente da análise de um fato, uma produção literária, artística ou de qualquer natureza. Tem a finalidade de analisar e opinar a respeito daquilo que é observado.
Há, no entanto, dois tipos de críticas: a positiva (ou edificante) e a negativa (muitas vezes de caráter destrutivo).
Tudo quanto ocorre torna-se motivo de crítica, sendo uma séria maneira de estudo daquilo que se deseja comentar.
Não deveria, no entanto, ter o caráter destruidor que, muitas vezes, é manifestado pelo sentimento perverso daquele que a elabora. Mesmo quando merece uma análise negativa, não se deve revesti-la do sentimento colérico, porém de uma análise profunda em relação ao seu conteúdo.
Através da História temos visto um perfeito retrato das emoções culturais de cada época, quando de referência à crítica de arte, literatura, arquitetura etc.
Quando Goethe, o extraordinário escritor alemão publicou o seu livro Werther, sofreu as mais diferentes críticas, e porque o tema delicado induzisse ao suicídio, diversos países proibiram a sua publicação e o condenaram. Com o tempo, a evolução do processo do raciocínio e da análise, tornou-se clássico da literatura mundial.
Não há muito, quando Paris desejou ampliar a estrutura, a fachada do Museu do Louvre e foi apresentado o projeto atual, ocorreram críticas rigorosas contra o arquiteto, considerado incapaz para a realização de tal porte, e hoje permanece com a sua audaciosa beleza, desafiando a agressividade de que foi vítima.
Na literatura como na arte especialmente, no vestuário como no comportamento da sociedade, muito combate extravagante e feroz tentou impedir a sua aceitação, e não poucos artistas, escritores, arquitetos chegaram ao cúmulo de suicidar-se face à impiedade com que foram tratados...
Os tempos mudaram e as suas obras são hoje consideradas como frutos da genialidade e da grandeza de que eram portadoras.
Vivemos um momento grave nesse aspecto, em razão da facilidade da comunicação virtual. As pessoas facilmente opinam em tudo, mesmo sem qualquer conhecimento do tema, numa exibição, às vezes, vergonhosa, em razão da sua falta de capacidade analítica e de estudo em torno da questão comentada.
Algumas de temperamento irascível, não dispondo de argumentos justos para comentar o que não é correto, investem contra o autor com quem não simpatizam, ofendendo-o com acusações desonestas e mentirosas, algumas vezes, frutos da inveja e do complexo de inferioridade.
O crítico veraz nunca abandona a obra em análise para comentar o seu autor, interessado somente na qualidade do estudo a que se dedica.
Criticar é fácil, especialmente quando não se tem condições...
Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 23.1.2020.
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