Não há resposta mais acertada que Deus. Ele é quem nos ama mais.
Porém, queremos aproveitar a oportunidade para expandir alguns pontos importantes sobre esse assunto.
Há muito estamos procurando quem pode suprir a nossa necessidade de sermos amados e, dia após dia, nos frustramos porque não encontramos quem nos ame tanto quanto gostaríamos.
Em um cenário como esse, fica cada vez mais difícil compreendermos e vivenciarmos um vazio que vai se formando em nós, uma vez que somos seres amorosos que necessitam de amor como combustível para a nossa existência harmônica.
Diante de nossa ignorância sobre a compressão de quem somos, não percebemos contudo que se dependermos sempre de alguém para sermos felizes, infelizes nos tornaremos. O nosso próximo, o nosso semelhante é indomável, seus sentimentos a ele pertencem e jamais conseguiremos moldá-lo para recebermos aquilo que a gente acredita ser o melhor para nós.
ENTÃO, COMO DEVEMOS AGIR?
Se não devemos contar com o amor de nosso próximo e para sobrevivermos à nossa necessidade de sermos amados, Deus, que tudo sabe, nos coloca à disposição uma fonte inesgotável de amor que independe do outro. E precisamos preservá-la adequadamente.
Como toda fonte de águas cristalinas, se não tomarmos conta de sua nascente, se não trabalharmos para que o ambiente ao redor esteja propício, ela pode parecer que se extinguiu ou ser contaminada pelos elementos externos, tornando suas águas turvas e inapropriadas para o consumo.
Essa fonte de amor pode deixar de ser significativamente eficiente para nos auxiliar:
- se não trabalharmos o seu ambiente para darmos condições dela continuar fluindo;
- se não bebermos de suas águas cristalinas para que não nos estagne;
- se não limparmos as suas águas daquilo que a contaminaria.
Diz Maria Modesto Cravo, no preâmbulo do livro Sete Caminhos para o Autoamor:
“O autoamor é algo inato, herança divina, enquanto a autoestima é o serviço laborioso e paciente de resgatar essa força interior, ao longo do caminho de volta à casa do Pai.” [1]
Deus nos conhecendo tão bem e sabendo de nossas necessidades, nos oferece tudo o que é preciso para chegarmos até Ele!
É impressionante que temos tudo para nos sentir amados e progredirmos na vida, mas, em razão de tantos equívocos, nos perdemos de nós mesmos, achando, por exemplo, que o sentimento do outro é sempre melhor ou mais necessário que que o nosso.
Ninguém será capaz de nos suprir a ausência de nós mesmos. Sem nos compreendermos, sem nos enxergarmos como uma a fonte inesgotável de amo
OPS, NÃO VAMOS CONFUNDIR!
É importante compreender também que de tudo o que foi explicitado aqui, em nenhum momento estivemos falando de egocentrismo [2], e ou o chamado narcisismo.[3] Estamos falando de um amor equilibrado por sabermos quem somos, mesmo que ainda sejamos aprendizes desse processo; e da nossa capacidade de podermos superar todas as nossas dificuldades. Mas, vocês podem perguntar: se é inato o autoamor, como Maria Modesto Cravo disse, se ele é uma herança divina, por que não conseguimos manter em alta a nossa autoestima?
Manter a autoestima em alta é um processo de aperfeiçoamento do nosso ser. Cada ferramenta a nós ofertada pela Sabedoria Divina deverá ser amolada, lubrificada e trabalhada por nós para que fiquem aptas para a tarefa a que foram destinadas.
A autoestima é uma ferramenta que nos leva a valorizar quem somos ou nos depreciar profundamente. Se optarmos pela baixa autoestima, não usaremos adequadamente a ferramenta a nós ofertada em nosso favor. Iremos nos menosprezar somente porque não nos enxergamos detentores de todas as respostas, não aceitamos sermos passíveis de erros.
Com o uso depreciativo da autoestima, essa ferramenta se inabilita como apta a nos elevar e dignificar, levando-nos a cair nas armadilhas de nossas emoções em desequilíbrio e decadentes.
“É imperioso educar o homem para aprender a cuidar de si pelo autoamor sem se atolar no egoísmo nem se afundar na avareza, e a se proteger sem caminhar para a agressividade.”[4]
Se nós nos depreciamos, por que os outros não farão o mesmo?
Não existe caminho mais confortável para quem não nos quer bem, do que nos atingir em nossa baixa autoestima. Acreditando-nos impotentes, não resistiríamos ao desejo alheio, nos colocaríamos sempre como marionetes nas mãos daqueles que não querem nossa evolução, estejam estes no plano da matéria, estejam eles no mundo espiritual.
Jefferson, autor espiritual do livro “Um Jovem Obsessor”, nos relatou sobre como pensa um influenciador em relação àqueles que não se fortalecem em sua alta autoestima e nas suas crenças morais. Disse ele a um dirigente de uma casa espírita:
“... são espíritos fracos, que na menor das dificuldades têm a harmonia de seu lar estraçalhada. Por nossa vontade, os fazemos de marionetes, e continuarão assim por ser o que são." [5]
Somente quem não acredita em si mesmo, se deixará ser controlado por alguém que o convencerá que nenhum valor tem.
A IMPORTÂNCIA DA NOSSA VIGILÂNCIA ÍNTIMA
Na atualidade, felizmente as questões sobre autoestima está mais do que em alta. Mas a baixa autoestima é considerada, pelos que atuam nas regiões inferiores, uma doença coletiva da humanidade. Assim, eles direcionam suas influências sobre os menos convictos, com o intuito de gerar o caos, a doença e o sofrimento na Terra.
Mas Deus, em sua magnificência, não nos abandonaria sem instrumentos de defesa. Como, então, duvidar que Ele não nos forneceria mecanismos para tanto?
A fonte do puro amor por nós vem de nossa essência, em cujas ondas nos esforçaremos para aprender a amar direito, sem exageros, sem deficiências. Somente nós nos completaremos em autoestima e autoamor. Esta é uma herança divina, um tesouro que reflete a essência do Pai em nós; o autoamor depositado nas entranhas de nosso ser, como força que nos alavanca para jamais desistirmos de nós.
Se deixamos de usufruir dessa nossa própria fonte de amor, não bebendo de suas águas cristalinas que nos retirariam da devastadora solidão a que nos submetemos emocionalmente, todo o amor do mundo será insuficiente!
E isso pode se dar por que:
- não buscamos nos autoconhecer;
- não prestamos atenção nas ferramentass que possuímos que nos auxiliam em nossa caminhada;
- não nos vigiamos intimamente para sabermos quem somos.
ENTÃO, QUEM NOS AMA MAIS?
Se, diante de tudo o que já conversamos, ainda há dúvidas, busquemos no Mestre Nazareno as orientações para o bom entendimento:
“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." [6]
Se não soubermos amar direito, amaremos o outro com deficiências. Sem amarmos a nós mesmos, deixaremos de amá-lo, porque não podemos dar aquilo que ainda não temos.
É imprescindível que nos abramos ao “amarmo-nos incondicionalmente”, mesmo diante de nossos erros e dificuldades, porque assim, não haverá qualquer dúvida de que quem nos ama, ou deveria nos amar, mais que tudo no mundo somos nós mesmos.
Afirmamos no início deste bate papo que era Deus quem mais nos amava. Quando sentirmos o nosso autoamor, perceberemos o Pai em nós e sentiremos o amor Dele pulsando e nos impulsionando para um crescer sem volta. Deixemos que Suas águas fluam em nossa direção, acreditando-nos merecedores de todo o nosso amor.
“O autoamor, esse patrimônio perfeito, nos primórdios da evolução, e ainda como impulso de vida, confundia-se com o próprio instinto de sobrevivência, a energia da vida trazendo o desejo de avançar e a intenção de amar.” [7]
Adriana Machado
Fonte: Dufaux Editora
Referências:
[1] Oliveira, Wanderley. Sete caminhos para o autoamor (Locais do Kindle 167-168). Editora Dufaux. Edição do Kindle.
[2] Egocentrismo é o conjunto de atitudes ou comportamentos indicando que um indivíduo se refere essencialmente a si mesmo.
[3] Narcisismo é um conceito da psicanálise que define o indivíduo que admira exageradamente a sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo.
[4] Oliveira, Wanderley. Sete caminhos para o autoamor (Locais do Kindle 186-188). Editora Dufaux. Edição do Kindle.
[5] Machado, Adriana. Um Jovem Obsessor (Romance Juvenil). Editora Dufaux. Edição do Kindle.
[6] Marcos 12:30,31
[7] Oliveira, Wanderley. Sete caminhos para o autoamor (Locais do Kindle 201-206). Editora Dufaux. Edição do Kindle.
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