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29 janeiro 2021

Busca de mim mesmo (a): Preocupação ou Necessidade? - Adriana Machado

 
BUSCA DE MIM MESMO(A): PREOCUPAÇÃO OU NECESSIDADE?

Muitos se equivocam quando abraçam a preocupação, tendo como maior objetivo a busca de si mesmos. A bem da verdade, preocupar-se não é a palavra que deveríamos usar!

COMO AGIMOS NORMALMENTE

Cada um de nós busca o conhecimento de si mesmos nas verdades divinas e isso se dá, para cada um, por razões particulares: porque sente que algo está errado no mundo em que vivemos; que não pode haver somente violência, corrupção, injustiça ao nosso redor; porque tem de existir algo maior do que o que a gente enxerga... Na maioria das vezes, fazemos isso porque nos sentimos desamparados. 
 
Começamos a duvidar da providência divina e nos sentimos órfãos. E é exatamente porque não compreendemos o que está acontecendo ao nosso redor (no plano material) é que buscamos respostas que nos ajudarão a saber como agir (interna e/ou externamente) diante de tanta degradação moral, ética e intelectual. Mas, essas mazelas da sociedade nos incomodam também porque estão sendo flagradas em nosso mundo interior: a violência sentida em nosso coração; a revolta que assola o nosso eu diante das injustiças que presenciamos; a falta de empatia que enxergamos no outro, e até em nós mesmos, frente às necessidades do próximo... tudo isso e muito mais está em nosso mundo interior, mas que não eram sentidos como hoje.

HISTÓRIA DE NOSSA HUMANIDADE

Desde os tempos imemoriais, nós agimos assim, com corrupção, com violência, com imaturidade emocional e eu me pergunto: como somente agora estamos tão incomodados com algo que já existe desde sempre? Uma das respostas que podem ser dadas é que tudo isso estava longe de nós, não nos atingia diretamente, fazia parte da vida "dos outros". Mas, agora, tudo está escancarado: a violência está nas nossas portas; as guerras, a corrupção, em nossos lares (através da televisão, por exemplo), nos fazendo nos deparar com a nossa própria violência e corrupção (em patamares menores, mas dolorosos para quem se dizia íntegro)... E, frente a tudo isso, nossos sentimentos e emoções borbulham, nos incomodam.

SE INCOMODA, O QUE FAZER?

A verdade é que nada fazemos para mudar a nossa realidade se não nos incomodarmos com o que vemos e não nos aprofundarmos em nós mesmos para possíveis mudanças. Não somos obrigados a buscar, ou nos preocupar com o nosso mundo interior (que é uma parte nossa significativa que nos identifica com o mundo verdadeiro do qual viemos - o imaterial), mas, nós que nos propomos a isso, percebemos que esse encontro nos permite sentir uma paz íntima, apesar de todos esses tormentos. 
 
Nossos olhos se abrem um pouquinho mais para percebermos que tudo o que está acontecendo não é novidade para a humanidade e, ainda assim, Deus não nos abandona. Como dizia, desde os tempos imemoriais, a humanidade vive essas mazelas, mas, apesar disso, estamos crescendo. E percebemos isso porque nos sentimos crescer, através de nossas observações internas. E é por isso que chegou a hora de todos esses desvirtuamentos mundanos serem mostrados, escancarados para nós, porque já estamos tendo maturidade para vê-los e enfrentá-los.

O MUNDO EM QUE VIVEMOS

O plano material é um lugar maravilhoso, mas imaturo. Precisa de bons líderes, mas também precisa de um bom povo que mude muitos de seus conceitos sobre integridade, honestidade, merecimento... E isso só acontecerá se formos chacoalhados, balançados em nossas bases, em nossas zonas de conforto. Vivenciando e sentindo tudo isso, como ficaremos se não acreditarmos que estamos sendo protegidos, amparados pelo Criador? Tudo isso que desejamos (mudanças para a humanidade e para a nossa vida diária) só alcançaremos quando pudermos ter olhos para ver.

Leon Tolstói, afirmou em uma de suas obras que, "há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira". Muitos só abrirão os seus olhos quando perceberem que tudo isso está vinculado também à sua vida imaterial, suas responsabilidades diante de suas escolhas diárias e a necessidade de vivenciarem todas as experiências de sua vida, percebendo como reagirão em relação às mesmas. Para muitos de nós, sem essas bases, nos sentimos angustiados, desmotivados, sem chão... sem esperança; nos sentiremos desmotivados, porque se os nossos olhos estiverem voltados somente para o que é útil (como a lenha), não perceberemos o que é necessário (a beleza e o lazer que o bosque proporciona e alivia a alma).

POR TUDO ISSO...

... buscar as verdades espirituais deixa de ser algo com que nos preocupamos e se torna algo que necessitamos, porque elas servirão como instrumentos para nos fortalecer diante dessa "dor" moral em que vivemos em nosso país e no mundo, e nos tornaremos proativos para que as mudanças ocorram. Se me perguntarem porque eu busco as verdades espirituais, eu respondo sem medo: é porque eu preciso compreender quem sou e ter a certeza de que o que parece ser o caos ao meu redor é tão somente Deus agindo para o esclarecimento de todos os Seus filhos.

Adriana Machado
Fonte:
Adriana Machado


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