AÇÕES QUE TEMEMOS ADOTAR, REAÇÕES QUE ENFRENTAREMOS SE NÃO TIVERMOS
Todos os dias estamos à mercê de vivenciarmos experiências que nos levarão a reagir. Reagir segundo a nossa forma de enxergarmos serem elas boas ou não tão boas; reagir segundo o nosso desejo e visão de vivenciarmos ou não os resultados de tais experiências.
Na maioria das vezes, experimentamos rotinas que não nos incomodam e firmam as nossas convicções diariamente. Quando, porém, passamos por algumas experiências que nos transtornam, que nos incomodam, que nos tiram de nosso prumo, necessitamos agir mais veementemente para resolvermos tal embaraço, e nem sempre queremos ou conseguimos fazê-lo de pronto.
São essas vivências que nos levam a nos conhecer mais interiormente, porque para as enfrentarmos precisaremos lidar com muitas emoções e limites anteriormente construídos por nós mesmos para o nosso “não sofrer”.
Tomar tais medidas, enfrentar tais desconfortos, nos levam a ter que superar muitos medos, muitas mazelas internas que, na maioria das vezes, nem desejamos lembrar que tudo isso existe.
Quando ignoramos por muito tempo o que precisa ser trabalhado em nós, a vida nos levará a enfrentar tais aflições, seja “por bem” seja “por mal”. Daí que vemos como somos rebeldes! Não queremos enfrentar, tampouco queremos mudar o que parece estar tranquilo e em paz.
O ponto é que se a experiência nos chega, significa que esse estado de espírito não é mais real. Algo em nós já clama por mudanças e, nos fazendo de cegos e surdos, precisamos da vida como um microscópio eletrônico para nos mostrar o que já nos contaminou por inteiro.
Seja agindo diretamente conosco, seja com o próximo, a vida nos leva a enxergar aquilo que muitas vezes não queremos ver. Quantas vezes, nos deparamos com a necessidade de agir com o outro com mais rigor, impondo limites à sua atuação em nossa vida ou na dele própria (porque também nos influencia), e não conseguimos? O que nos impede? Cada caso é um caso. Muitos de nós tememos perder algo precioso que achamos ter construído com este alguém e se agirmos, o destruiremos. Um bom exemplo é de um pai que não consegue impor limites ao seu filho! Possivelmente, há nele um medo interno que, a cada vez que se coloca para agir, esse medo o impede de seguir adiante. Infelizmente, apesar de enxergar a necessidade, o seu temor fala mais alto e ele não age. Mas, o que pode ser tão importante que impede um pai de fazer aquilo que ele acha que é o certo para o seu filho? De novo, cada caso é um caso. Mas, hoje, muitos pais estão tendo uma relação de dependência com os seus filhos, onde aqueles necessitam do amor destes para sobreviver, esquecendo que estes precisam da orientação e segurança emocional de seus pais para superarem suas dificuldades também.
Tal atitude acontece a nível inconsciente, porque muitos resolveram afirmar para si que “não deixariam os seus filhos passarem pelo que eles passaram”. Isso leva tais pais a criarem justificativas deturpadas sobre o que os motiva a passarem a mão na cabeça de seus filhos que percebendo a insegurança deles (pais), os escravizarão à sua vontade infantil.
Assim também é conosco. Muitas serão as dificuldades para nos imputarmos mudanças de comportamento que nos fariam “sofrer” porque nos retirariam de nossa zona de conforto. Vendo-nos inseguros, seremos nós a nos escravizarmos a nossa vontade infantil de teimarmos em não sair do lugar, em não buscarmos novos rumos para um crescer mais amadurecido e sem sofrimento.
Infelizmente, na maioria das vezes, somente quando o estrago é feito que nos arrependeremos de não termos atendido àquela necessidade intuitiva que buzinava aos nossos ouvidos antes e que não desejamos ouvi-la por medo.
Mas, não nos permitamos ser pessimistas, porque podemos ainda estar meios cegos e surdos para algumas mudanças, mas já nos esforçamos para não temermos o novo e seguimos em frente, e a cada dia, estamos mais e mais amadurecidos e escolhendo caminhos menos dolorosos para trilhar.
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